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RESUMO DE TAP NP2

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Resumo NP2 TAP Resumos Sara
HIV e AIDS
HIV é a sigla em inglês do vírus da
imunodeficiência humana.
Causador da aids, ataca o sistema
imunológico, responsável por defender o
organismo de doenças.
As células mais aBngidas são os linfócitos T
CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o
HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se
mulBplicar, rompe os linfócitos em busca de outros
para conBnuar a infecção.
OBS:
AIDS: Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida
BRASIL:
53% na Região Sudeste
20,1% na Região Sul
POPULAÇÕES :
CHAVE:
Trabalhadores do sexo
Gay e HSH
Pessoas Trans
Pessoas que usam álcool e outras drogas
Pessoas Privadas de liberdade
PRIORITÁRIAS:
População negra
Adolescentes e jovens
Pessoas em situação de rua
Indígenas
METAS
ATÉ 2020
Tratamento : 90%
Novas infecções: 500 mil
Discriminação : Zero
ATÉ 2030
Tratamento : 95%
Novas infecções: 200 mil
Discriminação : Zero
CASCATA DO CUIDADOS
Vivem com hiv: 100%
Diagnosticadas: 87%
Tratamento: 55%
Carga viral suprimida: 50%
TRÍADE DO CUIDADO CONTÍNUO
1. VINCULAÇÃO
2. RETENÇÃO
3. ADESÃO AO TRATAMENTO
Cuidado contÍnuo:
I. Diagnóstico oportuno
II. Vinculação ao serviço de saúde
III. retenção no seguimento pelo
acompanhamento e realização de exames
periódicos
IV. início da TARV e sua promoção para boa
adesão : alcançar objetivos finais do
cuidado
V. Supressão da carga viral e o alcance de
uma qualidade de vida comparável a
pessoas que não possuem hiv
TESTAGEM
● Exame laboratorial : Elisa anti -HIV
● Teste rápido : Uma gota de sangue ou
fluído oral
● Teste de farmácia
Tratamento Antirretroviral
Início imediato para todos independente do
estágio.
Informar riscos e benefícios respeitando a
autonomia do indivíduo.
Uma vez iniciado não pode ser interrompido.
Não pode haver coerção para início da TARV.
A terapia inicial deve sempre incluir combinações
com três ARV, sendo dois ITRN/ITRNt associados
a uma outra classe de an=rretrovirais (ITRNN, IP/r
ou INI)
No Brasil, para os casos de início de tratamento, o
esquema inicial preferencial deve ser a
associação:
2 ITRN/ITRNt – Lamivudina (3TC) e Tenofovir
(TDF) Inibidor de integrasse (INI) – Dolutegravir
(DTG)
Adultos em início de tratamento :
TDF(b)/ 3TC + DTG(c)
Dose diaria: (300mg/300mg)”2X1” 50mg 1X dia
Coinfecção TB-HIV(d)sem critérios de
gravidade :
TDF(b)/ 3TC/ EFV
Dose diária: (300mg/300mg/ 600mg) - DFC 1Xdia
OBS: Concluídos tratamento para TB muda do
EFV para DTG
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Coinfecção TB-HIV(d)com critérios de
gravidade:
● LT-CD$ +<100 céls/mm3
● Presença de outra infeccção oportunista
● necessidade de internação hospitalar ou
doença grave
● tuberculose disseminadas
TDF(b)/ 3TC +RAL
Dose diária: (300mg/300mg)”2X1” 1X dia
+ 400mg 12/12h
OBS: Concluído tratamento completo de TB muda
de RAL para DTG em até 3 meses
Adesão ao tratamento
Fatores que Facilitam:
● Esquemas terapêuticos simplificados com
doses fixas combinadas, diferentes
medicamentos em um comprimido.
● Conhecimento e compreensão sobre a
enfermidade e tratamento
● Acolhimento e escuta ativa pela equipe
multi
● Vínculo com profissionais
● Capacitação Adequada equipe multi
● Educação entre pares em parceria com a
organização da sociedade civil
● apoio social
Fatores que dificultam:
● Complexidade do esquema terapêutico
● faixa etária do paciente
● baixa escolaridade
● não aceitação da soropositividade
● presença de transtornos mentais,
ansiedade e depressão
● efeitos colaterais do medicamento
● relação insatisfatória do usuário com
profisssional
● crenças negativas e informações
inadequadas
● dificuldade de adequação diária no
tratamento
● abuso de álcool e drogas
● dificuldade no acesso ao serviço
● medo de sofrer discriminação
● precariedade ou ausência de suporte
social
Comorbidades não infecciosas relacionadas ao
HIV:
➔ DCV: Doenças cardiovasculares
➔ Síndrome metabólica
➔ Lipodistrofia
➔ Alterações neurocognitivas
➔ Alterações hepáticas
➔ Alterações osteomusculares
➔ Alterações renais
ü Avanços terapêuticos :
TARV:
● Controle da infecção
● Restauração da imunidade
● Redução da morbimortalidade
Outros problemas de saúde têm emergido
Comorbidades do tratamento : Maior sobrevida
Indivíduos que vivem com o HIV apresentam
níveis mais elevados de marcadores de
inflamação, associados ao aumento do risco
cardiovascular
★ IST aumenta em até 24x a chance de
contrair HIV
★ Preservativo peniano e vaginal
Populações chaves e prioritárias recomenda-se a
Prevenção Combinada.
Marcos Legais e outros aspectos culturais:
★ Usar preservativo maculino, feninino e
lubrificante em gel.
★ Diagnosticar e tratar as pessoas com IST
e HIV
★ Redução de danos
★ Imunizar para HBV e HPV
★ Prevenir a transmissão vertical
★ PrEP: Profilaxia Pré- exposição
★ PEP: Profilaxia Pós-Exposição
★ Testar regularmente para HIV, IST e HV
★ Testar todas pessoas vivendo com
HIV/AIDS
Prevenção combinada É uma estratégia conjuga
intervenções biomédicas comportamentais e
estruturais aplicadas no nível do indivíduo e de
suas relações e de grupos sociais que pertence
mediante ações que levem em consideração as
necessidades e especificidades e formas de
transmissão do vírus, a prevenção combinada
reconhece que a pessoa deve escolher o método
que melhor a Deca condições e circunstâncias Na
sua vida tendo como princípio norteador a garantia
do direito humano e respeito a autonomia.
O melhor método de prevenção é aquele que o
indivíduo escolhe e atende Suas necessidades
sexuais e de proteção sendo que nenhuma
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
intervenção de prevenção isolada é suficiente para
reduzir de novas infecções.
Intervenções Biomédicas:
Clássicas: métodos de barreira
Intervenções baseadas em ARV:
PEP: profilaxia pós-exposição
PrEP: Profilaxia pré- exposição
TTP: Tratamento de todas as pessoas
Preservativo masculino e feminino
• Contribuem para a saúde sexual e saúde
reprodutiva
• Previnem outras IST
• São utilizados como método contraceptivo
• São economicamente efetivos
• São de fácil uso e manuseio
Profilaxia Pré-exposição
• Ulizada por pessoas que não tem o HIV, com o
intuito de reduzir o risco de infecção pelo vírus nas
relações sexuais.
• Indicação requer avaliação do risco de
exposição:
• Práticas sexuais
• Contextos de vulnerabilidade
• Populações com maior prevalência de HIV
• Parcerias sexuais
Profilaxia Pré-exposição (PrEP)
Segmentos Prioritários:
Gays e HSH
Pessoas Trans
Trabalhadores sexuais
Parcerias sorodiferentes para hiv
Critério de indicação da PrEP:
Relação Sexual anal (receptiva ou incertiva) ou
vaginal sem uso de preservativo nos ultimos 6
meses
E/OU
Episódios recorrentes de IST
E/OU
Uso repetitivos de PEP
Relação com pessoa infectada pelo HIv sem
preservativo
★ Profilaxia Pós-Exposição
1. O tipo de material biológico é de risco para
transmissão do HIV?
2. Qual tipo de exposição é de risco para
transmissão do HIV?
3. o tempo transcorrido da exposição é
menor que 72h?
A pessoa exposta é não reagente para HIV no
momento do atendimento?
SE TODAS FOREM SIM É INDICADO PEP!
O primeiro atendimento após A exposição a alga É
ver é uma urgência a pep deve ser iniciada o mais
precocemente Tendo como limite as 72 horas após
a exposição
Quanto mais precoce mais eficácia da
intervenção sendo que não há benefício da
profilaxia com ARV Após 72 horas sendo que se o
atendimento ocorrer após 72 horas não é indicado
a profilaxia E se o material for de risco
recomenda-se o acompanhamento sorológico
além das orientações de prevenção combinada.
PEP: TDF+3TC+DTG Duração de 28 dias.
INFORMAÇÕES BONUS:
Transmissão: Sexual, vertical, sanguínea, leite
materno. Diagnóstico: Elisa, imonofluorescência
indireta, Western Blot e imunoblot, testes rápidos,
testes moleculares.
Acompanhamento : Carga viral (RNA viral no
plasma) <50 cópias/ml ou indetectável; LT CD4+
normal de 800 a 1200 células/mm³.
FASES:
1. Aguda Primeiras semanas da infecção,
até a soroconversão(janela imunológica);
↓ LT CD4 + transitório, ↑ carga viral.
Nessa 1ª fase, pode apresentar hipertermia,
sudorese, cefaleia, fadiga, faringite, exantemas,
gânglios linfáticos aumentados e um leve prurido.
2. Latência Clínica ↑ Interação - células de
defesa e ↑ mutações do vírus; o exame
físico normal, exceto pela linfadenopatia,
que pode persistir.
Pode durar anos, com sintomas clínicos mínimos
ou inexistentes, mas com exame sorológico
reagente para HIV.
3. Sintomática inicial redução acentuada dos
L T CD4+; LT CD4+ entre 200 a 300
cel/mm³.
Podem ocorrer processos oportunistas de menor
gravidade, como a candidíase oral ou a presença
de mais de um dos seguintes sinais e sintomas,
com duração superior a 1 mês, sem causa
identificada: linfadenopatia generalizada, diarréia,
febre, astenia, sudorese noturna e
emagrecimento.
4. Aids Infecções oportunistas; LT CD4+
geralmente < 200 cel/mm³; Ex.:
tuberculose, neurotoxoplasmose,
neurocriptococose e citomegalovirose.
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Doenças secundárias ao enfraquecimento do
sistema imunológico e o aparecimento de
infecções oportunistas (ex.: tuberculose,
neurotoxoplasmose, neurocriptococose) e
algumas neoplasias (ex.: linfomas não Hodgkin e
sarcoma de Kaposi).
HIV – Pontos Importantes Aconselhamento pré e
pós-testes para detecção do HIV.
Investigação de tuberculose em pacientes
soropositivos.
Aconselhamento para as situações de risco para
transmissão do HIV/ISTs.
Vacinação dos pacientes soropositivos, salvo suas
exceções. Início precoce da Terapia Antirretroviral
(TARV).
Profilaxia da transmissão vertical do HIV.
Iniciar TARV em todas as gestantes, independente
de situação ou contagem de LT-CD4+.
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA,
EPIDEMIOLÓGICA E O
ENVELHECIMENTO
POPULACIONAL
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA:
A população é dinâmica.
Os elementos que definem a dinâmica da
população são:
- Nascimentos
- Óbitos
- Migração
DINÂMICA POPULACIONAL É RESULTANTE DO
COMPORTAMENTO DA:
1. Fecundidade - capacidade reprodutiva de uma
população. • taxa de fecundidade geral
2. Mortalidade - risco de morrer • taxa de
mortalidade geral
3. Movimentos migratórios
FÓRMULAS:
Fatores da dinâmica demográfica
• Envelhecimento da população - comparação
entre 3 grupos populacionais: jovens (<15 anos),
segmento economicamente ativo (15-64 anos) e
idosos (65 anos e +).
• Taxa de natalidade:
• Índice de envelhecimento:
• Razão de dependência:
Taxa de fecundidade total -Brasil
2000: 1: NORTE 2: NORDESTE 3: SUL
MUNDO: ANGOLA, MUNDO, AMERICA LATINA E
CARIBE, EUA, BRASIL, JAPÃO .
A taxa de fecundidade necessária para reposição
da população é de 2,1.
★ 1 para repor o pai;
★ 1 para repor a mãe;
★ 0,1 para repor os óbitos.
OBS: Fator : A REDUÇÃO DA MORTALIDADE
INFANTIL impacta também.
Envelhecimento da População: pirâmide
populacional . Compatibilizar o envelhecimento da
população com a estabilidade econômica para que
não surjam problemas sociais decorrentes do
prolongamento da esperança de vida. . Viver mais
e viver bem.
Tendência mundial
➔ Diminuição da taxa de fecundidade
➔ Melhora dos indicadores de mortalidade
(infantil e global)
➔ Aumento progressivo da expectativa de
vida
➔ Aumento da proporção de idosos
Mudança no padrão de doenças
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLOGICA:
São mudanças ocorridas no tempo nos padroes
de morte, morbidade e invalidez que caracterizam
uma população específica
Transformações: Demográficas, sociais e
econômicas
Mudanças básicas:
1 : substituição das doenças transmissíveis pelas
doenças não transmissíveis : aparelho circulatório
, neoplasias, diabetes etc e causas externas como
acidentes e violências.
2 : Deslocamento da carga de morbimortalidade
dos grupos mais jovens para idosos
3: Transformação da predominância da situação
de mortalidade sendo agora a morbidade
dominante
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Fatores contribuintes:
1. Processo de transição demográfica:
● diminuição da taxa de fecundidade e
natalidade
● Aumento de idosos e doenças crônicas
degenerativas
Sendo que as doenças infecciosas reduziram e as
doenças crônicas degenerativas constituem ⅓.
TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
Nos últimos 25 anos:
Desnutrição em crianças
O declínio de 72% l praticamente desapareceu em
maiores de 18 anos.
Em contraposição:
l obesidade em adultos triplicou no nordeste e
duplicou no sudeste
l há evidências de que começa a se reduzir nos
estratos de renda mais elevada
Obesidade = fator de risco para doença
cardiovascular e diabetes mellitus
AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA TAMBÉM
É UM FATOR
Em países desenvolvidos o aumento de doenças
crônicas degenerativas e a redução drástica de
doenças infecto-parasitárias já no Brasil também é
o aumento das doenças crônicas degenerativas
mas a manutenção das doenças infecciosas e
parasitárias.
As principais causas de mortalidade no Brasil são
em primeiro as doenças do aparelho circulatório
seguido de neoplasias causas externas doenças
do aparelho respiratório e doenças Infecciosas e
parasitárias
SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
NA ATENÇÃO BÁSICA
Resolução Nº 358/2009, do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN), que determina,
privativamente, ao enfermeiro a implantação,
planejamento, organização, execução e avaliação
do processo de enfermagem (2).
A SAE é um instrumento do cuidado e deve ser
desenvolvida com vistas a qualificar a assistência
e minimizar os riscos aos usuários
direcionamento da organização do cuidado e
possibilita aos profissionais de enfermagem
exercer sua autonomia perante os demais
trabalhadores da saúde
melhoria da qualidade da assistência e promoção
da autonomia
SAE organiza o trabalho profissional quanto ao
método, de pessoal e os instrumentos
metodológicos, tornando possível a
operacionalização do Processo de Enfermagem,
que orienta o cuidado profissional de Enfermagem
e a documentação da prática profissional
A legislação vigente descreve que “o Processo de
Enfermagem deve ser realizado, de modo
deliberado e sistemático, em todos os ambientes,
públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem”
Sobre o artigo pontos importantes:
Conhecimento inadequado da SAE torna-se
uma barreira para a implementação e adesão
de execução da mesma;
Falta de conhecimento sobre etapas da SAE
especialmente do diagnóstico de enfermagem;
Condições inadequadas de trabalho, ausência
de roteiros;
Investir mais na educação permanente e
continuada dos profissionais da Atenção Básica;
Visita Domiciliar na Atenção
Primária à Saúde
Pontos importantes: Visita Domiciliar
Visita - é a aproximação dos
profissionais de saúde e usuários através da
promoção da equidade, melhora da
compreensão e do contexto de vida.
Deve-se fazer visita domiciliar para
evitar uma hospitalização desnecessária,
ampliando o acesso, fazendo acolhimento e
humanização das pessoas que estão restritas
no leito de domicílio, vivenciando todos os
determinantes sociais e adequando as
necessidades de acordo com as reais
possibilidades.
Classificação:
AD1 - É responsabilidade da Atenção
Primária - são os usuários que possuem
problemas de saúde controlados e tem algum
grau de dependência para as atividades. Visita
MENSAL.
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
AD2 - Responsabilidade do SAD,
necessita de maior frequência de visita -
SEMANAL.
AD3 - Responsabilidade do SAD,
necessita de maior frequência de visita -
SEMANAL e os pacientes possuem maior nível
de complexidade.
A Política Nacional de Atenção Domiciliar define a
Atenção Domiciliar (AD) no Sistema Único de
Saúde (SUS) como uma “modalidade de atenção
à saúde substitutiva ou complementar as já
existentes, caracterizada por um conjunto de
ações de promoção à saúde, prevenção,
tratamento de doenças e reabilitação prestadas
em domicílio, com garantia de continuidade de
cuidados e integrada às Redes de Atenção à
Saúde (RAS)” (BRASIL,2012).
1. APROXIMAÇÃO D E PROFISSIONAIS E
USUÁRIOS
2. PROMOÇÃO DA EQUIDADE
3. MELHOR COMPREENSÃO DO
CONTEXTO DE VIDA
Porque realizar:
A Visita Domiciliar (VD) viabiliza a
desinstitucionalização de usuários que se
encontram internados nos serviços hospitalares,além de evitar hospitalizações desnecessárias a
partir de serviços de pronto atendimento. Amplia o
acesso, acolhimento e humanização das pessoas
que estão restritas ao leito ou domicilio. (BRASIL,
2012).
Quem faz a visita domiciliar tem a oportunidade de
entender o verdadeiro contexto de vida das
pessoas; Vivenciar todos os determinantes
presencialmente; É um privilégio para o
profissional de saúde fazer a VD, pois pode
adequar e coordenar os cuidados de acordo com
as possibilidades reais das pessoas, seus
cuidadores e familiares. Vale ressaltar que o
CUIDADOR muitas vezes passa despercebido e
por isso deve ser alvo de atenção a cada visita, a
fim de que sejam identificados precocemente
sinais de esgotamento, além de orientar cuidados
com a própria saúde, como repouso adequado e
revezamentos (respiros).
Modalidades de Atenção Domiciliar (AD)
PORTARIA Nº 825, DE 25 DE ABRIL DE 2016.
Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as
equipes habilitadas.
A prestação da assistência na modalidade AD 1 é
de responsabilidade das equipes de atenção
primária à saúde. Nesta modalidade, estão os
usuários que possuem problemas de saúde
controlados/compensados com algum grau de
dependência para as atividades da vida diária:
AD1 - PERFIL DO USUÁRIO
- Problemas de saúde controlados ou
compensados;
- Dificuldade ou impossibilidade física de
locomoção até uma unidade de saúde;
- Necessitam de cuidados de menor
complexidade, incluídos os de recuperação
nutricional, de menor frequência, com menor
necessidade de recursos de saúde;
- Situações específicas ligadas ao ciclo de vida,
como adaptações iniciais de puerpério, redução de
mobilidade transitória ou permanente de idosos;
- Usuários com arranjos
sócio-familiares-econômicos frágeis, com efeitos
diretos ou indiretos em seu estado de saúde;
- Frequência das visitas, a partir da avaliação
clínica, de uma visita/mês ou prazo maior, dentro
da capacidade de atendimento das Unidades
Básicas de Saúde (UBS).
AD2 - PERFIL DO Usuário
A prestação de assistência à saúde na modalidade
AD2 é de responsabilidade do Serviço de Atenção
Domiciliar - SAD Melhor em Casa, representados
pela Equipe Multiprofissional de Atenção
Domiciliar (EMAD) e da Equipe Multiprofissional
de Apoio (EMAP), ambas designadas para esta
finalidade. -Problemas de saúde e dificuldade ou
impossibilidade física de locomoção até uma
unidade de saúde; -Necessitem de maior
frequência de cuidado, recursos de saúde e
acompanhamento contínuo, até a estabilização do
quadro;
Considera-se elegível na modalidade AD 2 o
usuário que, tendo indicação de AD, e com o fim
de abreviar ou evitar hospitalização, apresente: -
Afecções agudas ou crônicas agudizadas, com
necessidade de cuidados intensificados e
sequenciais, como tratamentos parenterais ou
reabilitação; - Afecções crônico-degenerativas,
considerando o grau de comprometimento
causado pela doença, que demande atendimento
no mínimo semanal; - Necessidade de cuidados
paliativos com acompanhamento clínico no
mínimo semanal, com o fim de controlar a dor e o
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
sofrimento do usuário; ou - Prematuridade e baixo
peso em bebês com necessidade de ganho
ponderal. -Nesta modalidade estão os usuários
com necessidade de, pelos menos, 1
visita/semana.
A D 3 - P E R FIL D O U S U Á RIO
Considera-se elegível, na modaliddae AD 3,
usuário com qualquer das situações listadas na
modalidade AD 2, quando necessitar de cuidado
multiprofissional mais frequente, uso de
equipamento (s) ou agregação de procedimento
(s) de maior complexidade (por exemplo,
ventilação mecânica, paracentese de repetição,
nutrição parenteral e transfusão sanguínea),
usualmente demandando períodos maiores de
acompanhamento domiciliar.
-Necessidade de, pelos menos, uma
visita/semana;
-Habitualmente de caráter crônico.
O atendimento aos usuários elegíveis nas
modalidades AD 2 e AD 3 é de responsabilidade
do SAD. Entretanto a Atenção Primária à Saúde
(APS) é coordenadora do cuidado e há
necessidade de articulação do Serviço de Atenção
Domiciliar (SAD) a da APS.
equipe de atenção básica:cadastramento, busca
ativa, ações de vigilância e de educação em saúde
: identificar usuários com
impossibilidade/dificuldade de locomoção até a
UBS e que apresentam agravo que demandem
acompanhamento permanente ou por período
limitado.
A solicitação para a inclusão de usuários na
atenção domiciliar (AD1, AD2, AD3) tem origem
de: hospitais, UBS, unidades de
pronto-atendimento, especialidades e referências
(ambulatórios, consultórios), SAMU, requerimento
(demandas judiciais), ou por iniciativa e
necessidade do usuário, familiares e vizinhos.
Após o contato, será realizado uma classificação
do usuário e será acordado com usuário/cuidador
como serão realizadas as visitas.
Portas de Entrada para a AD:
➔ Busca ativa da UBS
➔ Usuário/cuidador procura SAD
➔ Usuário/cuidador procura UBS
➔ Encaminhamento de outro serviço
Entrevista e visita pré-admissional para
classificação
Atribuições da Equipe
❖ Trabalhar em equipe multiprofissional integrada
às Redes de Atenção à Saúde (RAS); ❖
Identificar, orientar e capacitar o cuidador do
usuário; ❖ Acolher demanda de dúvidas e queixas
dos usuários, familiares ou cuidadores; ❖
Promover espaços de cuidado e de troca de
experiências para cuidadores e familiares; ❖
Utilizar linguagem acessível; ❖ Pactuar fluxos
para atestado de óbito, devendo ser
preferencialmente emitido por médico da equipe
multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) ou
da equipe de AB do respectivo território; ❖
Articular com os demais estabelecimentos da
RAS, fluxo para admissão e alta dos usuários em
AD, por meio de ações como busca ativa e
reuniões periódicas; ❖ Participar dos processos
de educação permanente.
Planejando uma visita domiciliar - etapas gerais:
Passo 1: Avaliar a resolutividade da VD: A VD tem
potencial de contribuir com melhorias à demanda
do usuário?
Passo 2: Avaliar a razoabilidade da VD: A VD é a
melhor alternativa?
Passo 3: Aderência do usuário e sua família ao
acompanhamento: engajamento e
corresponsabilização.
Passo 4: Autorização/consentimento do usuário e
da família, que deverá ser descrito no registro da
primeira VD.
Passo 5: Análise da infraestrutura domiciliar:
avaliação em acordo com a análise de caso,
classificação da complexidade e determinação do
plano de cuidados.
Planejando uma visita domiciliar critérios clínicos
AD 1
Usuários acamados e/ou restritos ao domicílio, de
forma temporária ou permanente, incluindo
condições clínicas como desestabilizações (por
exemplo, crise hipertensiva), pós-operatórios,
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
situações agravadas de saúde mental, entre
outros.
Usuários com comprometimentos, cujas origens
possam ser melhor esclarecidas com o
conhecimento do contexto doméstico e familiar,
por exemplo: risco de quedas, degraus e tapetes.
Planejando uma visita domiciliar critérios clínicos
AD 1 (BRASIL, 2020)
Situações ou problemas novos na família
relacionados à saúde ou que constituam risco à
saúde, como morte do provedor, abandono de um
dos genitores, situação financeira crítica etc.
Check-list para uma VD
❖ Definir o(s) usuários que receberão a visita,
revisar o caso e estabelecer o objetivo principal
dessa VD;
❖ Certificar-se da disponibilidade de veículo para
o dia programado, caso necessário, e organizar o
material a ser utilizado;
❖ Pactuar quais profissionais participarão da VD
conforme a necessidade do caso;
❖ Sempre que possível, fazer contato telefônico
prévio com usuário ou familiar para comunicar o
dia programado para a visita e avaliar a
disponibilidade e aceitação do mesmo (exceto em
casos como item 3 - critérios clínicos);
❖ Após a visita, fazer as anotações nos sistemas
de informação (Hygia, e-SUS), encaminhamentos
necessários, etc.
❖ Quando necessário, discutir o caso com a
equipe, para acionar as redes de atenção à saúde
(SAD, CAPS, CRAS, CREAS, etc...);
❖ Organizar entrega de receita, coleta de exames
e programar próxima visita de rotina e/ou outros
meios de reavaliação do caso (teleconsulta,VD
breve por outro profissional, etc).
Materiais possíveis a serem utilizados na VD pela
equipe médica (clínicos gerais e pediatras) e
equipe de enfermagem:
❖ Estetoscópio;
❖ Esfigmomanômetro;
❖ Termômetro;
❖ Otoscópio;
❖ Glicosímetro, fita reagente para glicosimetria capilar
e lanceta;
❖ Oxímetro de pulso portátil;
❖ Álcool 70%;
❖ Algodão;
❖ Garrote;
❖ Luvas de procedimentos e demais EPIS;
❖ Materiais para coletas de exames (agulhas, seringas,
agulha à vácuo e tubos);
❖ Materiais para curativo (gaze, instrumentais, SF0,9%,
coberturas, pomadas, faixas);
❖ Impressos;
❖ Caixa para perfuro cortantes pequena.
O que observar durante a visita ?
Durante o trajeto para realização da VD, observar
o entorno da casa a ser visitada, vizinhos, escolas,
praças, bares e outros equipamentos sociais;
Observar a iluminação da área, a existência de
calçamento/asfalto, coleta de lixo, saneamento
básico, terrenos baldios e acúmulo de lixo;
Observar a existência de grades, cercas elétricas
e câmeras nas casas ao entorno da área,
verificando o grau de insegurança das pessoas
que ali residem;
Observar as relações familiares, sua dinâmica, as
manifestações de afeto e de atrito, a distribuição
de poder entre os membros e padrão de
comunicação estabelecido (dinâmica familiar);
Olhar atento ao ambiente, condições de limpeza,
iluminação e organização dos espaços;
Presença ou não de obstáculos, tapetes, vasos,
móveis que possam predispor a queda;
Quando houver crianças na casa, observar a
disposição de materiais de limpeza, tomadas,
medicações, escadas, janelas, piscinas e
reservatórios sem proteção;
Observar e perguntar sobre o uso de
medicamentos, seu armazenamento,
automedicação e dúvidas relacionadas a
prescrição;
Observar a presença de possíveis criadouros para
insetos, aranhas e escorpiões;
Observar a presença e a postura dos cuidadores,
sejam eles formais ou informais.
Cuidados importantes durante a visita
Manter uma postura respeitosa quanto às crenças
e religiões;
Pedir permissão para sentar e entrar em outros
ambientes da casa;
Evitar conversas paralelas entre os membros da
equipe;
Não invadir a privacidade das pessoas;
Não é recomendado realizar VD sem a presença
de um cuidador responsável no domicílio ou
pacientes que estejam sob cuidados de pessoas
menores de 18 anos (avaliar situações
individualmente);
Manter uma postura atenta e solícita, estando
disponível para ouvir e ajudar, sem julgamentos;
Orientar a família e o usuário sobre a conduta a
ser realizada, explicando os procedimentos que
serão necessários;
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Apresentação dos membros da equipe que estão
realizando a VD; Explicar o motivo da VD e
questionar se o momento é oportuno para a VD.
Registro
Agendar ou recepcionar no Sistema Hygia com a
sigla "visita domiciliar"; Fazer a anotação
(anamnese, exame físico, Cids no caso de
profissionais médicos, etc) conforme um
atendimento de rotina realizado na UBS; Lançar
procedimento 03.01.01.013-7 -
Consulta/Atendimento Domiciliar; Após realizar
todas as ações dentro do atendimento (anotação,
receitas, pedido de exames, encaminhamentos e
etc...), gerar ficha e-SUS; Editar a ficha e-SUS
conforme necessidade e características do
atendimento atentando-se para: ALTERAR LOCAL
DE ATENDIMENTO PARA "DOMICILIO" E
PREENCHER O CAMPO "MODALIDADE AD"
CONFORME A CLASSIFICAÇÃO. ❖ ❖ ❖ ❖
ARTICULAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO
O paciente de atenção domiciliar, no geral, transita
pela RAS, passando pela APS, até o nível
terciário, uma vez que é frequente a agudização
das condições crônicas. Assim, ele passa de AD1
para AD2, e às vezes para AD3. E vice e versa.
A equipe de APS faz a visita para o paciente AD1,
porém se ele estiver com qualquer acometimento
agudo, o Serviço de Atenção Domiciliar SAD -
Melhor em Casa deve ser acionado.
★ Quando e como acionar o SAD?
O SAD faz acompanhamento dos usuários
acamados ou domiciliados, classificados como
AD2 e AD3 (no geral, pacientes com processos
crônicos reagudizados, em processo pós-cirúrgico
imediato e tardio, tratamento de grandes úlceras,
situações agudas, ventilação mecânica,
antibioticoterapia domiciliar e cuidados paliativos).
OBS: O que é o programa Melhor em Casa?
O Melhor em Casa é um programa criado pelo
Governo Federal e tem como objetivo ampliar o
atendimento domiciliar do Sistema Único de
Saúde (SUS).
O objetivo é levar o atendimento médico às casas
de pessoas com necessidade de reabilitação
motora, idosos, pacientes crônicos sem
agravamento ou em situação
pós-cirúrgica.Caracterizada por um conjunto de
ações de promoção à saúde, prevenção e
tratamento de doenças e reabilitação prestadas
em domicílio, com garantia de continuidade de
cuidados e integrada às redes de atenção à
saúde.
Os critérios de inclusão nas modalidades de
Atenção Domiciliar deverão seguir a Portaria nº
963 de 27/05/2013 do Melhor em Casa e
distribuição territorial das equipes do município.
A territorialização da
atenção básica à saúde
Pontos principais:
- reconhecer características demográficas,
socioeconomicas, epidemiológica e culturais
inerentes;
delimitar território, apropriação, consulta à
liderança;
reconhece ACS;
PNAB (atualização SIS)
profissional singulariza estratégias de acordo
com o diagnóstico demográfico do território;
saber analisar, organizar, sistematizar ações de
acordo com demandas;
tratamento, promoção, prevenção;
integralidade e equidade.
. A atenção básica (ABS) é o único nível da
atenção que estará presente em todo o território
nacional e através dela, das pactuações
intermunicipais e dos sistemas regionais, as
pessoas poderão acessar os demais níveis do
cuidado, assim designados secundário e
terciário. Portanto, todo o projeto territorial do
SUS depende da constituição de uma base que
deve funcionar como porta de entrada e centro
de comando do sistema.
Ao município cabe a responsabilidade de
desenhar a porta de entrada.
. O documento que regula as
responsabilizações e os modos de organização
e financiamento é a Política Nacional da
Atenção Básica (PNAB).
Compreendeu-se que toda a estrutura e o
próprio modelo assistencial dependem não
apenas de como são alocados os serviços, mas
como são organizadas territorialmente suas
ações, sobretudo as ações de prevenção e
promoção, era necessário mais do que apenas
delimitar territórios para os serviços, devendo
haver uma relação de vinculação e
pertencimento entre a população e os
serviços.Essa concepção, assim designada
territorialização da saúde, ganhou força ainda
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
na implementação dos Distritos Sanitários, foi,
depois, incorporada aos programas Agentes
Comunitário de Saúde (ACS) e Saúde da
Família (PSF) e passou a compor o escopo das
políticas estratégicas em torno da Saúde da
Família (ESF) e das Redes de Atenção à Saúde
(RAS).
A territorialização está hoje presente nos
documentos reguladores da ABS do SUS e
incorpora em si mesma o modelo de atenção
que se quer adotar.
contextos político-ideológicos e os processos
econômico-institucionais inviabilizaram, até
agora, a reorientação para um modelo
assistencial territorializado
O processo de territorialização do SUS pode ser
compreendido em relação a três movimentos
político-institucionais assim designados:
1. “municipalização-distritalização”;
Inicio a década de 1980, propostas feitas a partir
dos chamados Sistemas Locais de Saúde
(SILOS), no que ficou conhecido no Brasil como
distritos Sanitários (DS).princípio reformador de
desconstrução do modelo hegemônico
(médico-privatista) para a produção de um sistema
descentralizado e apropriado localmente pelos
mecanismos democráticos de participação social.
Modo de organização apenas político-territorial
dos serviços.
Distritalização: a forma de organização do SUS no
município. É facultativa.
só poderia ser efetivada por processos de
descentralização e empoderamento local, com
regras claras dos papéis de cada ente federativo
na gestão do SUS: Década de 90 NOB-
9315=procedimentos reguladores da
descentralização do SUS no Brasil = ponto de
partida para a reformulação do modelo
assistencial,que tem como base o planejamento
integrado em cada esfera do governo.
DS:menor escala de planejamento do SUS; ações
de saúde coletiva seriam efetivamente
implementadas;
PROBLEMA : FALTA DE POLITICAS PARA
DEFINIR AÇOES DA APS
1991: criação do “Programa Agentes Comunitários
da Saúde" (PACS)
1994: “Programa Saúde da Família” (PSF)
De tal forma que a territorialização, antes debatida
em relação aos DS, passou a ser agora feita em
relação ao PSF.
2. “municipalização-regionalização”
mais fortemente debatido a partir da publicação
das Normas Operacionais de Assistência Social
(NOAS 01 e NOAS 02)
A municipalização, por si só, não é capaz, por
razões políticas e organizacionais, de integrar o
SUS e oferecer uma atenção universalizada e
equitativa.
A regionalização, embora já prevista
constitucionalmente, passou agora a ser o
caminho para aglutinar um SUS autarquizado e
fragmentado em milhares de municípios
assimétricos: debate territorial.
debate mais vigoroso para a conformação de uma
nova realidade territorial de gestão do SUS,
necessária para a integralidade das ações e
serviços hierárquicamente. Essa nova realidade
passou a ser consorciada através do Plano Diretor
de Regionalização (PDR) e colocou o estado
como ente coordenador e regular de um processo
de negociação compartilhada de ações e serviços
entre municípios; as NOAS definem bem as
diretrizes da regionalização, mas não os
instrumentos técnicos e operacionais- dificultando
para superar a fragmentação produzida na
autarquização municipal do SUS.
três grandes desafios do planejamento territorial
do SUS:
● a sistematização da atenção básica no
município,
● a regionalização e a integração
● unificação dos sistemas municipal e
regional.
3. “municipalização-regionalização-redes de
atenção”
“Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e da Gestão”
desencadeia consenso por uma política baseada
na territorialização dos serviços, agora não apenas
da atenção básica, mas de todo o SUS
regionalizado.
Portaria Nº 39919, o Pacto pela Saúde “reforça a
territorialização da saúde como base para
organização dos sistemas, estruturando as regiões
sanitárias e instituindo colegiados de gestão
regional”. Por isso, o terceiro volume da série
“Pactos pela Saúde”22, refere que a
territorialização é o primeiro princípio da
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
regionalização do SUS no Brasil; No âmbito
municipal e especificamente da atenção básica,
ainda temos a Política Nacional da Atenção Básica
(PNAB).
★ Nas duas primeiras edições da PNAB a
territorialização foi apresentada como
atribuição comum a todos os profissionais
da atenção básica e na terceira edição
passou a figurar também como uma
diretriz, não apenas como uma atribuição.
2 Regulamentações para resolver a lacuna entre
um sistema municipal autarquização e
fragmentado e um sistema regional incompleto:
1. Portaria Nº. 4.279, de 2010, que foi a
primeira a estabelecer diretrizes claras
para as RAS do SUS no Brasil
2. Decreto 7.508, de 2011, que regulamenta
o planejamento e articulação
interfederativa do SUS
“A territorialização do SUS encontra, portanto,
novos desafios na segunda década do século XXI.
Pela primeira vez, de maneira mais efetiva,
inclusive com instrumentos jurídicos, coloca-se a
questão de integrar o SUS municipal e regional,
articulando-se uma única estrutura hierárquica
compartilhada. Todavia, convergem também
políticas contrárias ao projeto territorializador, que
trazem enorme dificuldade para a unificação do
modelo assistencial e sua articulação reticular.”
A primeira limitação para se completar a
territorialização da ABS do SUS é de natureza
político-ideológica e está relacionada com o
modelo de atenção que se quer adotar
OBS:CARÊNCIA DE MÉDICOS NA AB:
Programa Mais Médicos (PMM) passou a
regular três dimensões importantes da ABS no
Brasil: o investimento em infraestrutura da
rede de saúde, a ampliação e as reformas
educacionais dos cursos de medicina e a
provisão emergencial de médicos nos
territórios vulneráveis
Problemas:
Não há financeiro para viabilizar um sistema de
atenção territorializado
Há dois problemas fundamentais e relativamente
preocupantes nessa tipificação assistencial. O
primeiro é que não há parâmetros claros que
diferenciam os padrões, nem mesmo em relação
aos custos e formas de financiamento.
Recomenda o texto que os serviços do “padrão
essencial” devem também realizar ações e
serviços do “padrão ampliado”, mas não há
obrigatoriedade e nem critérios definidos. O
segundo problema é a possibilidade de se pensar
esse “essencial” como “seletivo” e começarmos a
construir, no Brasil, uma atenção básica contrária
aos princípios de Alma-Ata.
★ Essa flexibilização levou,
por conseguinte, ao rompimento da ESF como
modelo prioritário para a ABS no Brasil. Há dois
encaminhamentos sintomáticos desse rompimento
na nova PNAB. O primeiro foi a quase retirada do
Agente Comunitário de Saúde (ACS) da Equipe
Saúde da Família (eSF). O texto da portaria não
define um número mínimo de ACS na eSF, senão
apenas recomenda que sejam inseridos de acordo
com critérios epidemiológicos, demográficos e
socioeconômicos e com cobertura de 100% das
áreas vulneráveis. Portanto, uma eSF pode
manter um único ACS e ela estará atendendo a
legislação. Além disso, raramente o município vai
desenvolver uma classificação das
vulnerabilidades do seu território que exija dele
uma cobertura total de ACS em algumas áreas, e
isso não apenas por falta de vontade política, mas
pelo fato de que se trata de algo relativo e difícil de
ser disposto em lei.
★
“A territorialização, por exemplo, só pode ser
viabilizada pela busca ativa, que é algo quase
sempre feito pelo ACS e sem a qual se torna bem
mais difícil a identificação e a consequente
intervenção nos determinantes sociais de saúde.A
territorialização é uma atribuição comum a todos
os profissionais da ABS, assim está posto na
PNAB. Mas a verdade é que o profissional que
mais entra nesse território e o reconhece é o ACS.
E isso é absolutamente contraditório na nova
PNAB. ”
A política de desconstrução do ACS ficou
definitivamente clara na recente publicação da
Portaria Nº 8347, que pretende ofertar formação
técnica em enfermagem a todos os ACS. Então, a
defesa da formação profissional, que era uma
bandeira para o fortalecimento das ações de
vigilância à saúde territorializada, foi simplesmente
transformada numa política de conversão
profissional.
O segundo encaminhamento que rompe com a
unificação do modelo de ABS é reconhecimento
de uma nova forma de trabalho em equipe, a
chamada equipe da Atenção Básica (eAB)=
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
representa claramente uma mudança do modelo
assistencial: rearranjo criado para manter o
desarranjo das UBS tradicionais, apenas que com
uma nova roupa. A composição mínima, que é a
quase sempre adotada, é representada
basicamente por médicos, enfermeiros e técnicos.
Não é obrigatório, por exemplo, a presença do
ACS. A carga horária mínima de dez horas por
categoria profissional, diferente da eSF, que é de
quarenta horas, pode inviabilizar ações de
prevenção e promoção da saúde no território.
Portanto, sem a busca ativa que é feita pelo ACS
e sem condições de desenvolver ações
territorializadas, a eAB não muda o modelo de
atenção.
A territorialização é uma política fundamental para
dar consequência aos princípios do SUS no Brasil.
Todavia, convivemos ainda hoje com modelos de
atenção desterritorializados e fragmentados em
ações descontínuas, casuísticas e pouco
resolutivas. A convergência assistencial, no
sentido de criar redes de atenção territorializadas
a partir da ABS, é uma proposta constitucional que
foi sistematizada em diversos documentos ainda
na década de 1990. Mas o Brasil demorou muito
para unificar seu modelo de atenção. Demorou
também para pensar os sistemas locais em
relação aos sistemas regionais e de constituir
mecanismos coerentes de modelagem das redes
e da própria regionalização do SUS. Isso levou à
sobreposição de modelos, o estrangulamento
financeiro dos municípios e a precarização da ABS
e do próprioSUS.
Diversos instrumentos criados nesse início de
século foram importantes para se produzir um
discurso unificador da ABS. A PNAB foi,
certamente, um dos maiores avanços.
A publicação da terceira edição da PNAB em 2017
sintetiza bem a ideologia política do novo
momento. Basicamente o que se propõe é a
desterritorialização da ABS pela desconstrução do
modelo de atenção baseado no Saúde da Família.
O reconhecimento de outras formas de
organização (essencial e ampliada), a manutenção
das tradicionais UBS através das eAB, e a
desmantelamento do ACS, são alguns dos
processos que levarão a um novo arranjo
organizacional.Por conseguinte, será muito difícil
desenhar a porta de entrada do SUS num sistema
médico-assistencial curativo, fragmentado e
seletivo. Salvo mudanças produzidas pelo próprio
debate e pelo saudável processo político, a
territorialização da saúde, como processo social
de mudanças nas práticas sanitárias, corre o risco
de ser inviabilizada. Portanto, como projeto
idealizado e ainda inacabado, a territorialização da
ABS do SUS, nos termos atuais, pode nem
mesmo se completar.
Território E Territorialização:
Incorporando As Relações
Produção, Trabalho, Ambiente
E Saúde Na Atenção Básica À
Saúde
A territorialização representa importante
instrumento de organização dos processos de
trabalho e das práticas de saúde, posto que as
ações de saúde são implementadas sobre uma
base territorial detentora de uma delimitação
espacial previamente determinada.
A execução das práticas de saúde sobre um
substrato territorial já vem sendo utilizada por
distintas iniciativas no âmbito do SUS, como a
Estratégia Saúde da Família, a Vigilância em
Saúde Ambiental, a proposta dos
municípios/cidades saudáveis e a própria
descentralização prevista na Constituição Federal.
a categoria ‘território’ por parte dos profissionais
do SUS vem sendo tratada de forma parcial, de
modo que o conceito de espaço, consagrado a fins
administrativos que se voltam para a dimensão
gerencial dos serviços de saúde, tem limitados seu
potencial e suas possibilidades na identificação de
questões de saúde e das correspondentes
iniciativas de intervenção concreta na realidade
cotidiana das coletividades humanas
TERRITÓRIO PARA ALÉM DA DIMENSÃO
POLÍTICA OPERATIVA: caracteriza-se por uma
população específica, vivendo em tempo e espaço
determinados, com problemas de saúde definidos,
mas quase sempre com condicionantes e
determinantes que emergem de um plano mais
geral.
Esse espaço apresenta, portanto, além de uma
delimitação espacial, um perfil histórico,
demográfico, epidemiológico, administrativo,
tecnológico, político, social e cultural, que o
caracteriza como um território em permanente
construção.
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Avaliação dos reais impactos dos serviços sobre
os níveis de saúde dessa população,
possibilitando, ou efetivamente abrindo, espaços
para o desenvolvimento de práticas de saúde
A atenção voltada para a produção social da
saúde das populações gera a necessidade de
esclarecer as mediações que operam entre as
condições reais em que se reproduzem os grupos
sociais no espaço e a produção da saúde e da
doença
A ESF foi proposta, na primeira metade da década
de 1990, como mecanismo de reorientação do
modelo assistencial, baseando-se no trabalho de
equipes multiprofissionais em unidades básicas de
saúde. Essas equipes são responsáveis pelo
acompanhamento de uma ‘população adscrita’,
localizada em uma área delimitada, mediante
ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação e reabilitação de doenças e de
agravos mais frequentes
A ESF possui diferenças marcantes em relação ao
modelo hegemônico médico-hospitalocêntrico, tais
como: incorporação do conceito de saúde como
qualidade de vida e defesa da prestação de
serviços de saúde como um direito de cidadania;
concentração das ações na coletividade, sem
deixar de lado o indivíduo, centrando-se na
atenção integral à saúde por meio de ações de
promoção, proteção, cura e recuperação; a
hierarquização da rede de atendimento em níveis
de atenção primária, secundária e terciária,
articulados entre si e coordenados pela atenção
básica; distribuição dos serviços de saúde no
território dos municípios, permitindo o acesso da
população às ações de saúde; predomínio da
intervenção por equipe multidisciplinar, e com
planejamento e programação pautados em dados
epidemiológicos e priorizado por famílias ou
grupos com maior risco de adoecer e de morrer;
estímulo à participação comunitária; e
funcionamento baseado na organização da
demanda e no acolhimento dos problemas da
população adscrita
cabe à vigilância em saúde exercer o papel
organizativo dos processos de trabalho em saúde
mediante operações intersetoriais articuladas por
diferentes ações de intervenção – promoção,
proteção e atenção – fincadas em seus três pilares
estratégicos: os problemas de saúde, o território e
a prática intersetorial
é importante que o reconhecimento dos contextos
de uso se faça por intermédio de métodos que
identifiquem suas singularidades e seus
problemas (de saúde e ambientais), com base
numa abordagem territorial
A territorialização é em um dos pressupostos
básicos do trabalho da ESF. No entanto, a tarefa
de territorialização adquire, pelo menos, três
sentidos diferentes e complementares:
1. demarcação de limites das áreas de
atuação dos serviços;
características, naturais ou elaboradas pelo homem,
dão feição ao ambiente, o qual, por sua vez, influi no
processo saúde-doença da população
2. reconhecimento do ‘ambiente’, da
população e da dinâmica social existentes
nessas áreas;
3. estabelecimento de relações horizontais
com outros serviços adjacentes e
verticais, como centros de referência
A distribuição dos serviços de saúde assume uma
estratégia operacional de demarcação de áreas de
abrangência correspondentes aos níveis de
complexidade das ações de saúde.
As diretrizes organizativas do SUS guardam
expressivas relações com a concepção de
território enquanto delimitação de uma área
específica para cenário das ações de saúde
dirigidas a uma população específica, porém com
composição distinta, quantitativa e
qualitativamente.Nesses territórios, as práticas de
saúde convergem para a integração das ações de
atenção, promoção e prevenção, de modo que as
intervenções sobre os problemas sejam também
sobre as condições de vida da população.
as práticas de saúde mais próximas do cotidiano
da vida das comunidades são aquelas vinculadas
às atividades da Atenção Básica à Saúde
obs:A organização espacial dos serviços de saúde
baseia-se nos princípios da regionalização e da
hierarquização, definindo uma base territorial
formada por agregações progressivas, tais como a
base de atuação dos agentes comunitários de
saúde – as microáreas –, a das equipes de saúde
da família – as áreas –, e, por fim, a área de
abrangência das unidades básicas de saúde
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Essa política representa uma reorientação do
modelo assistencial de saúde e aponta modos de
‘fazer’ vigilância em saúde baseados nas
seguintes características:
I. estabelecimento de vínculos e de
corresponsabilização entre a equipe de
saúde e a comunidade;
II. a família, compreendida em seu contexto
relacional com o ambiente onde vive,
como objeto de atuação e intervenção;
III. a responsabilização sanitária por uma
população adscrita ou ‘territorializada’;
IV. as práticas extramuros direcionadas para
o território
A construção de instrumentos e ferramentas que
permitam uma aproximação ao território de
atuação das equipes de saúde da família para
levar a termo as ações programáticas previstas na
ESF
O reconhecimento da fragilidade das análises
parciais possibilitadas pelo Sistema de
Informações da Atenção Básica à Saúde (Siab),
cuja unidade básica de análise é a família, requer
o avanço dos estudos nessa área para além do
‘ambiente’ da família e, principalmente, para o
‘ambiente’ da vida cotidiana da família – em outras
palavras, para o território.
O processo contínuo de territorialização deve
buscar ir além do mapeamentoinicial e da
delimitação estanque dos territórios, contemplando
permanentemente as distintas dinâmicas que
emergem de cada território.
SIAB E PROBLEMAS AMBIENTAIS :Sobre esse
aspecto, entendemos que a problemática
ambiental (dentre outras relevantes dimensões
existenciais dos territórios) vem sendo tratada de
forma absolutamente insuficiente no que tange à
necessidade do Siab de apreender e compreender
algumas características fundamentais para a
análise do socio espaço, pois os únicos
‘parâmetros’ ambientais presentes nesse sistema
(Ficha A) estão relacionados ao ‘ambiente’ do
domicílio das famílias e ao seu entorno mais
imediato, e levantam questões como: tipo de casa
– tijolo/adobe, taipa revestida, taipa não revestida,
madeira, material aproveitado, número de
cômodos, energia elétrica; destino do lixo –
coletado, queimado, enterrado, céu aberto;
tratamento da água no domicílio – filtração,
fervura, cloração, sem tratamento; abastecimento
de água – rede geral, poço ou nascente; destino
de fezes e urina – sistema de esgoto, fossa, céu
aberto (Brasil, 2000). Entretanto, esses
parâmetros não destacam questões como a do
lançamento de efluentes industriais e de outros
resíduos oriundos dos mais diversos processos
produtivos, por vezes localizados a grandes
distâncias, mas que distribuem os malefícios de
suas atividades de forma desigual e injusta, ao
contaminarem continuamente os recursos hídricos
de usufruto comum de determinada comunidade,
para ficarmos apenas em um exemplo mais
imediato e óbvio.Estamos falando, portanto, da
possibilidade concreta de contaminação ambiental
e das pessoas por substâncias químicas
absolutamente estranhas aos lugares da vida
cotidiana onde irão exercer seus efeitos tóxicos,
sejam esses imediatos ou de longo período de
latência, atualmente não contemplada no formato
corrente dos sistemas de informação em saúde.
Da perspectiva do território, cabe reconhecer os
processos produtivos nele instalados, bem como
os que se situam em seu entorno, ou mesmo
remotamente, e identificar suas relações com o
ambiente e com a saúde dos trabalhadores e dos
moradores.
é de fundamental importância que a equipe de
saúde responsável pelo território esteja atenta e
capacitada para identificar esses processos
produtivos no território – e em outras escalas
geográficas – e suas relações com o ambiente e a
saúde locais, mas que também abra os olhos para
as relações do território com o sistema-mundo
Passos para compreender o processo
saúde–doença na dinâmica viva dos territórios
1) O que já se sabe sobre este lugar?
Interessa conhecer a história do lugar, porque ela
já vai adiantar muitos elementos do que
chamamos de identidade territorial, a qual está,
às vezes, fortemente presente na identidade
coletiva.permitirá aceder a potencialidades,
tradições, cultura, valores e hábitos, e também aos
possíveis conflitos – de poder, de uso e ocupação
do solo, culturais, étnicos, ambientais etc. –, todos
da maior relevância para a saúde
● dados sobre a população e seu perfil –
sexo, idade, composição étnica,
escolaridade, ocupação etc.; sobre
indicadores de saúde – morbi-mortalidade,
saneamento básico etc.; além de mapas
do território : Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e o
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Departamento de Informática do SUS
(Datasus)
2) Pondo o pé no chão e a mão na massa
➔ Escolher bem os primeiros contatos
➔ . Abordar previamente alguém que
conheça bem a comunidade, inclusive os
profissionais de saúde que nos
antecederam na unidade
➔ cuidar também da postura da equipe: e
habilidades comunicacionais e relacionais:
a linguagem, a apresentação, o desejo de
escuta, o respeito pela diferença, a
astúcia.
➔ estruturar um grupo para estudo do
território: construir sua proposta de
trabalho
➔ dar lugar às singularidades de cada
contexto sócio-histórico específico
a) A comunidade humana e as políticas públicas
• origens, características demográficas,
distribuição no psicoespaço, segmentos e
subgrupos, cultura;
• condições socioeconômicas: de que se ocupam
as pessoas que vivem aqui? Como a renda se
forma? Como é distribuída?;
• organização social e política: sujeitos coletivos,
processos de mobilização, lideranças,
associações e grupos, temas e objetos de ação;
• qualidade e condições de vida: moradias,
espaços públicos, alternativas de lazer, padrões
alimentares;
• As políticas públicas e projetos comunitários:
como as políticas de educação, saúde, trabalho,
meio ambiente, transporte, cultura e lazer, entre
outras, estão acontecendo no território? quais os
equipamentos públicos disponíveis? Que
iniciativas inovadoras estão em desenvolvimento?
Quais os desafios e problemas? Como está o
saneamento ambiental – abastecimento de água,
esgoto doméstico e industrial, resíduos sólidos
domésticos, urbanos, industriais e sanitários,
drenagem urbana? como vêm sendo
acompanhadas a segurança e a qualidade dos
alimentos e da água?.
b) O ‘ambiente’: ecossistema(s) e paisagem(ns)
modificados
• meio físico: unidades de paisagem, condições
geológicas e topográficas, águas superficiais e
profundas, drenagem; clima: meteorologia,
temperatura, ventos e umidade;
• meio biológico: como se compõem a fauna e a
flora locais? Há espaços naturais preservados,
áreas verdes protegidas?; • dinâmicas ambientais:
relações da comunidade com os serviços
ambientais;
• Uso do solo e mobilidade: localização das áreas
residenciais, agrícolas, industriais e comerciais, e
dos depósitos de resíduos; formas de
deslocamento e vias de transporte.
c) Processos de produção no território (e os fluxos
que o perpassam)
engloba as atividades econômicas que ocorrem no
território e em seu entorno tendo em vista a
relevância de seus impactos sobre a saúde da
população e dos ecossistemas. Interessa detalhar
os ramos e gêneros de produção agrícola,
industrial e de serviços, sejam eles formais ou
informais, bem como as obras de infraestrutura e
as cadeias produtivas instaladas no território
● merecer atenção especial eventuais
projetos de ‘desenvolvimento’ em
implantação ou previstos para o lugar
● construir mapeamentos da localização
dessas atividades, os quais nos permitam
apreciar o conjunto que as atividades
conformam e a pressão que elas exercem
sobre a capacidade de suporte do
ambiente
● Dependendo do tipo e do porte da
atividade, pode ser necessário um amplo
conjunto de informações cuja apropriação
muitas vezes demanda o diálogo com
profissionais, instituições e entidades de
outras áreas
● necessário que o grupo dentre esses
espaços de produção e trabalho, a fim de
colher informações junto de
informantes-chave
● ouvir antes os trabalhadores da empresa,
pois eles podem alertar para aspectos que
é importante observar, e consultar a
literatura científica sobre os riscos
relacionados àquele processo produtivo.
MAS E AÍ, QUEM ESTÁ EXPOSTO?
Identificados os riscos ocupacionais e/ou
ambientais, é preciso conhecer quem são os
expostos a eles dentro e fora da empresa e os
elementos que compõem sua vulnerabilidade:
sexo, idade, raça, grupos especiais, local de
moradia e de trabalho, escolaridade,
características socioeconômicas, formas de
exposição – vias, intensidade e frequência etc
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Algumas empresas – devem dispor de uma
política de comunicação de risco e de um plano de
emergência, elaborados de forma transparente e
participativa, e bem apropriados pela comunidade.
É fundamental ainda conhecer de que se ocupam
os/as demais trabalhadores/as que vivem no
território e que transitam por outras áreas da
cidade ou da região a fim de exercerem suas
atividades de trabalho.
A HISTÓRIA DO TRABALHO: r reconstruída em
grupos homogêneos de trabalhadores/as
(envolvidos num mesmo processo de trabalho) ou
individualmente, na moradia dos mesmos, ou,
ainda, na unidade de saúde, como proposto no
manual sobre doenças relacionadas ao trabalho
do Ministério da Saúde; o deve ser incorporada
rotineiramente ao acolhimento na unidade de
saúde e à anamnese clínica.
OBS: a inter-relação com áreas e processosvizinhos e remotos também deve ser considerada.
d) Os conflitos socioambientais e a percepção da
comunidade
Quais os conflitos em curso no território? As
disputas pelo uso e ocupação da terra e do solo
urbano, o acesso aos recursos naturais, a
contaminação e a qualidade ambiental, as
relações políticas e sociais etc
Conclusão :
A ampliação do olhar dos profissionais da Atenção
Básica à Saúde sobre o território é estratégica
para:
1. a superação dos limites da unidade de
saúde e das práticas do modelo de
atenção convencional;
2. a (re)construção do vínculo dos
profissionais e do sistema de saúde com o
lugar;
3. a adequação das ações de saúde à
singularidade de cada contexto
sócio-histórico específico;
4. e a incorporação efetiva do paradigma da
promoção da saúde e da participação.
As questões de saúde do trabalhador e de saúde
ambiental estão no cotidiano de pessoas, famílias,
comunidades e grupos sociais, exercendo
relevante influência na qualidade de vida, no
adoecer e no morrer dos segmentos sociais.
Processo mais amplo de territorialização que
demanda:
● muito mais tempo da equipe e o
envolvimento ativo e dialógico de todos os
seus profissionais.
● conteúdos, habilidades e atitudes nem
sempre oferecidas nos tradicionais
processos de formação na área da saúde
. É permanente e processual: sempre haverá o
que conhecer na dinâmica das territorialidades.
Supõe, ainda, uma compreensão ampliada do
processo saúde-doença na complexidade dos
espaços contemporâneos, e do papel do Estado
na garantia do direito à saúde.
A territorialização , é um potente caminho para
planejar ações de promoção e de atenção integral
à saúde, porque oferece a elas um chão muito
concreto como base: os projetos de saúde nascem
das necessidades de saúde da comunidade, e não
de programas verticais que vêm do ‘nível central’
para a ‘ponta’ sendo uma forma de produzir e
difundir conhecimento, mobilizar, educar, criar ou
fortalecer redes, empoderar sujeitos coletivos e
projetos de equidade e sustentabilidade, ou seja,
de construir saúde.
Resumo NP2 TAP
Resumos Sara
Diagrama de relações dos processos produtivos
com o ambiente e a saúde no território :

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