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A E V O L U Ç Ã O D O S E X O : C O R E S , F O R M A S E C O M P O R T A M E N T O S N A R E P R O D U Ç Ã O P O R Q U E O S S E R E S V I V O S E V O L U E M ? Primeiro, por possuírem a plasticidade de evoluir. Segundo, eles também evoluem pelo fato de que existem diferentes pressões ambientais, que implicam em uma maior adaptabilidade para que lhes sejam conferidas maiores chances de sobrevivência e de deixar descendentes. A evolução possibilita a ocupação de novos nichos ecológicos, ou seja, oportunidades para surgirem novas espécies. O Q U E É O S E X O ? Condição de ser macho ou fêmea? Contato das cloacas ou genitálias de macho e fêmea? Conexão através de membranas dos organismos para produção de prole? Fusão de núcleos haploides e recombinação de genes de diferentes origens para gerar um novo ser? O Q U E É O S E X O ? Ciclo que envolve uma etapa de fusão nuclear (cariogamia) e uma etapa de meiose com recombinação gênica. O Q U E É O S E X O ? • Com base em conhecimentos biomoleculares foi proposta a hipótese de que o sexo é, primordialmente, uma adaptação que promove de modo exógeno correções às mutações deletérias que passaram pelo crivo dos processos bioquímicos que endogenamente agem na correção do DNA (Hipótese do Reparo). • Em outras palavras: somente o “casamento” entre seres que trazem mutações danosas recessivas (que não foram bioquimicamente corrigidas) consegue, de modo benéfico, excluir da população os erros genéticos que causam doenças e síndromes genéticas. O R I G E M E F U N Ç Ã O D O S E X O H I P Ó T E S E D A R A I N H A V E R M E L H A Em uma parte da história, a Rainha de Copas (=Rainha Vermelha) diz a Alice que “Nesse mundo, é preciso correr o mais rápido possível, para permanecer no mesmo lugar”. Se uma espécie não é capaz de responder adequadamente a cada uma dessas influências (“... correr o mais rápido possível...”) ela pode entrar em extinção (=perder o lugar no sistema biológico). Para van Valen, as espécies de uma comunidade, geralmente, são influenciadas por outras espécies com as quais se relacionam. H I P Ó T E S E D A R A I N H A V E R M E L H A "Para um sistema evoluir, é preciso haver um desenvolvimento contínuo para manter a aptidão aos sistemas com o qual estão a coevoluir." H I P Ó T E S E D A R A I N H A V E R M E L H A T R A N S F E R Ê N C I A V E R T I C A L E H O R I Z O N T A L D E G E N E S T R A N S F E R Ê N C I A H O R I Z O N T A L D E G E N E S T R A N S F E R Ê N C I A H O R I Z O N T A L D E G E N E S O ancestral das fundições recebeu um gene AFP do arenque mais de 150 milhões de anos depois que seus ancestrais divergiram; Proteínas anticongelantes especiais (AFPs) São encontradas em três linhagens de peixes distantemente relacionadas; Possivelmente a desova exuberante e sobreposta dos peixes pode criar uma sopa de DNA que pode aderir ao esperma, arrastando o DNA para o óvulo durante a fertilização, facilitando as transferências. AFPs tipo II, pode reduzir o ponto de congelamento do sangue de peixe em um grau Celsius inteiro; T R A N S F E R Ê N C I A H O R I Z O N T A L D E G E N E S T R A N S F E R Ê N C I A H O R I Z O N T A L D E G E N E S Alguns parecem ter vindo de outros organismos, incluindo bactérias e fungos; Empunham venenos complexos que podem conter centenas de compostos tóxicos; Ajuda a pré-digerir as refeições ou agem como agentes paralíticos para imobilizar presas, semelhante a toxinas de outras espécies venenosas. Há evidências de que as toxinas bacterianas formadoras de β poros, que perfuram buracos nas membranas celulares, foram transferidas para centopeias pelo menos duas vezes - uma vez para o ancestral de todas as centopeias e para o ancestral das centopeias de pedra; O nematoide Pristionchus pacificus espera nas dobras da cutícula de um besouro escaravelho até a morte do inseto para se alimentar dos micróbios que decompõem o corpo do inseto; Produzem enzimas digestoras de celulose codificadas por genes que parecem ter se originado em uma transferência de genes de um molde de lodo; T R A N S F E R Ê N C I A H O R I Z O N T A L D E G E N E S Embora os micróbios-alvo não produzam muita celulose, há apenas o suficiente apoiando seus biofilmes para que as enzimas permitam que os vermes obtenham um pouco mais de sustento de cada refeição. S E X O , E S T A B I L I D A D E E C O R R E Ç Ã O D O D N A A L O C A Ç Ã O D O S E X O E A E V O L U Ç Ã O D E M E C A N I S M O S D E T E R M I N A N T E S D O S E X O A L O C A Ç Ã O D O S E X O E A E V O L U Ç Ã O D E M E C A N I S M O S D E T E R M I N A N T E S D O S E X O I S O G A M I A A N I O G A M I A O O G A M I A M O N Ó I C O S D I Ó I C O S Quando o gameta mascu l i no e femin ino possuem mesmo tamanho e forma , ambos são móve is . I nd i v íduos que apresentam do is sexos ; o mesmo que hermafrod i ta . Quando o gameta mascu l i no e femin ino possuem tamanho e forma d i ferentes , apenas um é móve l . Quando o gameta mascu l i no e femin ino possuem a mesma forma , porém tamanho d i ferente , ambos são móve is . I nd i v íduos que apresentam sexos separados ; Produzem apenas uma l i nhagem de gametas , mascu l i no ou femin ino . T I P O S D E R E P R O D U Ç Ã O A S S E X U A D A S E X U A D A B ipart ição ; Gemu lação ; Esporu lação ; Esqu i zogan ia ; Partenogênese . Autofecundação ; Con jugação ; Fecundação ; Metagênese . T I P O S D E R E P R O D U Ç Ã O G Ô N A D A S G A M E T O G Ê N E S E T E O R I A S A C E R C A D O D I M O R F I S M O G A M É T I C O T e o r i a 1 T e o r i a 2 T e o r i a 3 Procura explicar o fenômeno como uma maneira de compensar uma célula estacionária (óvulo) com muitas células com capacidade de movimento (esperma). Explica a geração de anisogamia como uma característica adaptativa para evitar conflitos entre o núcleo e o citoplasma devido à herança uniparental das organelas. Destaca uma possível compensação entre o tamanho dos gametas e o número deles. Segundo esse argumento, a origem da anisogamia é uma estratégia evolutivamente estável causada pela seleção disruptiva na busca de eficiência e sobrevivência do zigoto. I N V E S T I M E N T O R E P R O D U T I V O D I M O R F I S M O S E X U A L C - E - D S E L E Ç Ã O I N T R A S E X U A L Competição entre indivíduos do mesmo sexo, geralmente machos, por acesso aos parceiros reprodutivos do sexo oposto. S E L E Ç Ã O I N T E R S E X U A L Indicadores de bons genes e de ausência ou resistência aos parasitas e/ou patógenos. Indivíduos de um sexo, geralmente fêmeas, escolhem parceiros reprodutivos do sexo oposto; C O M P O R T A M E N T O S S E X U A I S MONOGAMIA Monogamia perpétua; Cada indivíduo acasala apenas com um indivíduo do sexo oposto, sendo previsíveis os parceiros a partir das relações entre cada macho e fêmea. Monogamia sazonal. C O M P O R T A M E N T O S S E X U A I S POL IG IN IA Poliginia de defesa das fêmeas; Cada macho copula com mais de uma fêmea e cada fêmea copula com um só macho, sendo possível prever os parceiros a partir das suas relações. Poliginia de defesa de recursos. Poliginia de “leks”; C O M P O R T A M E N T O S S E X U A I S POL IANDRIA Poliandria simultânea; Cada fêmea copula com mais do que um macho e cada macho copula com uma só fêmea, podendo prever-se os parceiros a partir das suas relações. Poliandria de defesa de recursos. Poliandria em série; Poliandria cooperativa; C O M P O R T A M E N T O S S E X U A I S PROMISCU IDADE O acasalamento faz-se ao acaso, isto é, não é possível prever que parceiros vão copular a partir do conhecimento das relações entre cada macho e cada fêmea. Observam-se cópulas múltiplas, sem vinculação durável, de pelo menos um dos sexos. C O N C L U S Ã O Deduz-se que o último ancestralcomum de todos os eucariontes (LECA) apresentava os genes do ‘kit de ferramentas da meiose’ e provavelmente já era sexuado; Conclusões baseadas em análises de relógio molecular sugerem que o LECA viveu entre 1.2 e 1.9 bilhão de anos atrás, logo a origem dos genes que compõem o ‘kit de ferramentas da meiose’, assim como o sexo, ocorreu em um período anterior a esse. Os grandes grupos de eucariontes apresentam linhagens de organismos que têm em seus genomas os genes do ‘kit de ferramentas da meiose’ (KFM) que estão envolvidos com o sexo; REFERÊNC IAS BERNSTEIN, C. & JOHNS, V., Sexual reproduction as a response to H2 O2 damage in Schizosaccharomyces pombe. J. Bacteriol., 171, 1893, 1989. BERNSTEIN, H. et al., DNA repair and complementation: The major factors in the origin and maintenance of sex. In: Halvorson, H. O.; Monroy, A., eds. The origin and evolution of sex. New York: Alan R. Liss, 1985. DARWIN, C., A origem das espécies. 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Está relacionada ao potencial reprodutivo e ao cuidado parental; Indivíduos de um sexo, geralmente fêmeas, escolhem parceiros reprodutivos do sexo oposto; C O M P O R T A M E N T O S S E X U A I S HOMOSSEXUAL IDADE Comportamentos tais comportamentos incluem sexo, namoro, afeição e parentalidade entre animais do mesmo sexo. H I P Ó T E S E D A R A I N H A V E R M E L H A Em uma parte da história, a Rainha de Copas (=Rainha Vermelha) diz a Alice que “Nesse mundo, é preciso correr o mais rápido possível, para permanecer no mesmo lugar”. Se uma espécie não é capaz de responder adequadamente a cada uma dessas influências (“... correr o mais rápido possível...”) ela pode entrar em extinção (=perder o lugar no sistema biológico). Para van Valen, as espécies de uma comunidade, geralmente, são influenciadas por outras espécies com as quais se relacionam.