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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE SÃO PAULO NO ESTADO DE SÃO PAULO EMPRESA VAVATUR, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na rua Largo do Arouche, nº 01, 01 – São Paulo/SP, com CEP 11222-44, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.222.333/0001-44, com endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 335 e segs. c/c art. 343 e segs., ambos da Legislação Adjetiva Civil, ofertar a presente CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO em face de Ação de Indenização por Danos Morais E Materiais, aforada por CATARINA KELLER, já qualificado na peça exordial, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, abaixo estipuladas. RESPEITANTE À DEFESA (CONTESTAÇÃO) 1 - Sinopse da ação A presente querela traz à tona, com peça vestibular, argumentos que: FATOS (I) A autora realizou a contratação de um pacote de viagem para Dubai. O pacote de viagem contratado incluía o pagamento do transporte aéreo de ida e volta de São Paulo a Dubai, bem como a estadia por sete dias no Hotel Philos em Dubai. O valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) corresponde às passagens aéreas e os outros R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para a hospedagem no Hotel Philos. O valor total do pacote foi de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), pagos em cartão de crédito em 05 (cinco) parcelas mensais e consecutivas de R$ 7.000,00 (sete mil reais) cada, a primeira com vencimento em 20/03/2022; https://www.peticoesonline.com.br/topicos-do-direito/cpc-art-335 https://www.peticoesonline.com.br/topicos-do-direito/cpc-art-343 (II) segundo relato mencionado na inicial, ao chegar ao Hotel Philos, à noite, não conseguiu hospedar-se porque o hotel informou-a de que não havia ali reserva feita em seu nome. Alega a autora que tentou, juntamente ao gerente do Hotel, realizar contato com a empresa requerida, sem êxito para a resolução e Catarina precisou deslocar-se em busca de um outro Hotel para hospedar-se em Dubai; (III) Teve um gasto de hospedagem no novo hotel de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Contudo, em seu pacote de viagem, já havia sido combinado o pagamento do hotel em que se hospedaria e que não tinha sua reserva; É dizer, segundo o Réu isso representa dano material; (IV) estipula, de outro bordo, que esse episódio lhe trouxera angústia, tristeza, afetando sobremaneira sua viagem. É dizer, segundo o Réu isso representa dano moral; (IV) pede, por fim, a procedência dos pedidos com a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos materiais e morais no valor de R$ 25.000,00 (vinte mil reais). DA PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA Propõe a autora ação de reparação de danos contra ré, argumentando que desta não fora prestado integralmente um serviço contrato. Frisa a autora que ao chegar no hotel em Dubai fora informada que não existia reserva para hospedagem em seu nome. A ré, entretanto, não realiza a reserva de hospedagem, mas tão somente a solicita. Veja-se decisão a do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que declara que a responsabilidade das agências de turismos é referente a comercialização do pacote de viagem, autorizando o reconhecimento da legitimidade em caso decorrente de erro das demais prestadoras de serviço: "A jurisprudência deste Tribunal admite a responsabilidade solidária das agências de turismo apenas na comercialização de pacotes de viagens. 2. No caso, o serviço prestado pela agência de turismo foi exclusivamente a venda de passagens aéreos, circunstância que afasta a sua responsabilidade pelo efetivo cumprimento do contrato de transporte aéreo e autoriza o reconhecimento da sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da ação indenizatória decorrente de cancelamento de voo. 3. Agravo regimental não provido'' (STJ, AgRg no REsp 1453920/CE, Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, j. em 09.12.2014). 2. TJSC, Recurso Inominado n. 0311510- 85.2018.8.24.0090, da Capital - Norte da Ilha, rel. Luis Francisco Delpizzo Miranda, Primeira Turma Recursal, j. 29- 10-2020. INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL Por sua vez, a alegação de ocorrência de dano moral da autora não merece prosperar, pois não foi demonstrado o efetivo dano sofrido. Trata-se, ao contrário, de mero aborrecimento, não havendo que se falar em dano in re ipsa. O dano moral consiste em ofensa aos direitos da personalidade que um indivíduo sofre em razão da conduta ilícita de outro. Para que seja reconhecido o direito à indenização por tal motivo, devem estar presentes a conduta, o dano psíquico/moral e o nexo causal entre ambos. Mas, para fins processuais, ante a dificuldade de comprovar a lesão na esfera subjetiva da vítima, basta que se comprove a conduta capaz de causá-la a qualquer pessoa (CRFB, art. 5º, V c/c CC, arts. 186, 927 e 932, III). No caso dos autos, da prova documental, não se depreende que a situação de descobrir que a reserva do hotel se provou inexiste, causasse dano moral in re ipsa a autora. Por esse motivo, o argumento de dano moral não merece acolhimento. DA RECONVENÇÃO Nos termos do artigo 343 do Novo Código de Processo Civil, o Requerido propõe, juntamente com a contestação, reconvenção. O artigo 343 diz o seguinte: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. [...] Conforme amplamente demonstrado nos tópicos da contestação, é evidente que o Requerido não foi responsável e não pode ser responsabilizado pela ausência de reserva no hotel Philos. Aliás, pelo contrário, na via inversa, o Requerido deve ser indenizado material e moralmente pela autora, tendo em vista que, conforme pode ser verificado nas gravações a ser juntadas nessa contestação, logo após o ocorrido, a requerente proferiu diversas palavras de baixo calão contra a Requerida nas redes sociais, causando grande impacto na empresa. Nesse passo, o Requerente pode e deve indenizar material e moralmente a Requerida. PEDIDOS Diante do exposto, requer-se: a) Diante do exposto, requer que Vossa Excelência que se digne em desacolher as preliminares arguidas pela parte Autora, bem como, a dar procedência as preliminares suscitadas pela parte Ré. b) Caso não seja esse o vosso entendimento, o que não se acredita, quanto ao mérito, requer sejam julgado totalmente improcedentes os pedidos da parte Autora, com resolução do mérito, nos termos do artigo 487, inciso I do CPC, tendo em vista a existência de negócio jurídico perfeito entre as partes, gerador do débito que deve ser quitado pela Autora. c) assim, subsidiariamente, na hipótese de acolhimento da pretensão do Autor, requer pela improcedência do pedido de indenização por danos morais. d) Requer a condenação da Autora como litigante de má-fé, para que arque com as perdas e danos, os termos do artigo 79 e seguintes do Código de Processo Civil. e) Pleiteia-se, também, pela condenação da Autora no pagamento das verbas sucumbenciais, além de honorários advocatícios arbitrados por este Juízo. f) Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da parteAutora, prova testemunhal e documental. Nesses termos, pede deferimento. São Paulo, 27 de março de 2022. __________________________ ADVOGADO OAB/SP n° XXXX
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