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Curso Online: Básico de Musicoterapia 1 A contação de histórias........................................................................................2 As histórias, fábulas e contos de fadas...............................................................4 A leitura de modo lúdico e imaginativo................................................................6 A literatura infantil................................................................................................8 O processo comunicativo e a oralidade.............................................................10 O conto e a história infantil...............................................................................12 Arte, música e teatro na contação de histórias..................................................14 O desenvolvimento da aprendizagem...............................................................15 A diferença entre ler e contar histórias..............................................................18 Referências bibliográficas..................................................................................23 2 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS Narração de histórias (também conhecido como Contação de histórias) é a atividade que consiste em transmitir eventos na forma de palavras, imagens, e sons muitas vezes pela improvisação ou embelezamento. Histórias ou narrativas foram compartilhadas em cada cultura e em toda a terra como um meio de entretenimento, educação, preservação da cultura e para incutir valores morais. Elementos cruciais de histórias e narrativas incluem enredo e personagens, bem como o ponto de vista narrativo. Imagine o famoso conto do patinho feio ... Era uma vez ... Uma mamã pata que teve 5 ovos. Ela esperava ansiosamente pelo dia em que os seus ovos quebrassem e deles nascessem os seus queridos filhos! Quando esse dia chegou, os ovos da mamã pata começaram a abrir, um a um, e ela, alegremente, começou a saudar os seus novos patinhos. Mas o último ovo demorou mais a partir, e a mamã começou a ficar nervosa… Finalmente, a casca quebrou e, para surpresa da mamã pata, de lá saiu um patinho muito diferente de todos os seus outros filhos. - Este patinho feio não pode ser meu! Exclama a mamã pata. - Alguém te pregou uma partida. Afirma a vizinha galinha. Os dias passaram e, à medida que os patinhos cresciam, o patinho feio tornava-se cada vez mais diferente dos outros patinhos. Cansado de ser gozado pelos seus irmãos e por todos os animais da quinta, o patinho feio decide partir. https://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Som https://pt.wikipedia.org/wiki/Narrativa https://pt.wikipedia.org/wiki/Entretenimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral https://pt.wikipedia.org/wiki/Enredo https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Personagem_(arte)&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ponto_de_vista_(literatura)&action=edit&redlink=1 3 Mesmo longe da quinta, o patinho não conseguiu paz, pois os seus irmãos perseguiam-no por todo o lago, gritando: - És o pato mais feio que nós alguma vez vimos! E, para onde quer que fosse, todos os animais que encontrava faziam troça dele. - Que hei de eu fazer? Para onde hei de ir? O patinho sentia-se muito triste e abandonado. Com a chegada do inverno, o patinho cansado e cheio de fome encontra uma casa e pensa: - Talvez aqui encontre alguém que goste de mim! E assim foi. O patinho passou o inverno aconchegadinho, numa casa quentinha e na companhia de quem gostava dele. Tudo teria corrido bem se não tivesse chegado a primavera e com ela, um gato malvado, que enganando os donos da casa, correu com o patinho para fora dali! - Mais uma vez estou sozinho e infeliz… Suspirou o patinho feio. O patinho seguiu o seu caminho e, ao chegar a um grande lago, refugiou-se junto a uns juncos, e ali ficou durante vários dias. Um dia, muito cedo, o patinho feio foi acordado por vozes de crianças. - Olha! Um recém-chegado! Gritou uma das crianças. Todas as outras crianças davam gritos de alegria. - E é tão bonito! Dizia outra. Bonito?... De quem estarão a falar? Pensou o patinho feio. De repente, o patinho feio viu que todos olhavam para ele e, ao ver o seu reflexo na água, viu um grande e elegante cisne. - Oh!... Exclama o patinho admirado. Crianças e outros cisnes admiravam a sua beleza e cumprimentavam-no alegremente. Afinal ele não era um patinho feio mas um belo e jovem cisne! A partir desse dia, não houve mais tristezas, e o patinho feio que agora era um belo cisne, viveu feliz para sempre! A contação de História poderá acontecer na sala de aula, na brinquedoteca, no pátio da escola ... onde a criatividade e a oportunidade permitir. 4 AS HISTÓRIAS, FÁBULAS E CONTOS DE FADAS Contos são histórias inventadas por alguém. Existem também os contos tradicionais que são aquelas histórias que ninguém sabe ao certo quem inventou e que são transmitidas de geração em geração e muitas vezes ficam conhecidas por algum autor que criou a sua versão da história e a reinventou. Vamos a mais uma história para contação? Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: - Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir! - Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno. Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha. A cigarra então aconselhou: - Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se 5 divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa. A rainha das formigas falou então para a cigarra: - Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: - Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas. Um conto de fadas é um tipo de história que tipicamente apresenta personagens fantásticos do folclore, como dragões, elfos, fadas, gigantes, gnomos, goblins, grifos, nuchas, animais falantes, trolls, unicórnios ou bruxas. A história também, via de regra, apresenta encantamentos. Contos de fadas se distinguem de outras narrativas folclóricas como as lendas (que, em geral, envolvem a crença na veracidade dos eventos descritos)e as histórias claramente morais, incluindo as fábulas. O termo é, acima de tudo, utilizado para histórias com origens na tradição europeia e, pelo menos nos séculos recentes, se relaciona em maior parte à literatura infantil. https://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore https://pt.wikipedia.org/wiki/Drag%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Elfo https://pt.wikipedia.org/wiki/Fada https://pt.wikipedia.org/wiki/Gigante https://pt.wikipedia.org/wiki/Gnomo https://pt.wikipedia.org/wiki/Goblins https://pt.wikipedia.org/wiki/Grifo https://pt.wikipedia.org/wiki/Sereia https://pt.wikipedia.org/wiki/Troll https://pt.wikipedia.org/wiki/Unic%C3%B3rnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Bruxa https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenda https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bula https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_infantil 6 A LEITURA DE MODO LÚDICO E IMAGINATIVO O estudo destaca a importância da leitura e da escrita para a formação das crianças e dos jovens e mostra a atividade lúdica como um ato positivo a ser adotado pelas escolas para transmitir conhecimento. Desenvolve atividades diversas como, por exemplo, jogos, brincadeiras, teatro, música e, é claro, promovem-se momentos de leitura e interpretação de textos, a partir da leitura de histórias em quadrinhos, histórias curtas, contos, lendas, etc. A intenção é levar o texto escrito até crianças e jovens, transformando o momento de leitura em aprendizagem para vida, além de garantir a liberdade necessária para que sejam crianças por excelência, brincantes, e que a leitura seja por prazer e não por imposição. As atividades lúdicas são aquelas ligadas às brincadeiras, à imaginação e à diversão. Essas práticas são essenciais na infância, porque incentivam a criatividade e contribuem para o desenvolvimento das crianças. Quando professores e famílias usam estratégias para incentivar a diversão e reduzir o estresse de uma atividade relacionada à leitura, as crianças criam uma relação positiva com os livros e desenvolvem melhores habilidades leitoras. Além disso, momentos divertidos de leitura reforçam os vínculos afetivos entre a criança e quem lê com ela. Por isso, incentivar a leitura de forma lúdica é importante tanto na escola como em casa. Outra ideia que funciona muito bem para o processo de compreensão e resumo de uma história é utilizar uma caixa de pizza. Após a leitura, a criança pode escrever ou desenhar em cada “fatia” da caixa uma parte da história, até terminar todo o círculo. Isso ajuda o pequeno leitor a entender conceitos como começo, meio e fim da narrativa, além de associar causas e consequências. Ao reconstruir a história nesse suporte tão inesperado que é parte de seu dia a dia, a criança também treina o raciocínio e a escrita de maneira lúdica. 7 Leitura complementar: Livro: Sopa de Letrinhas Autor: Teresa Noronha Editora: Editora Moderna Trecho do Livro: "_Calma, meninos. Chico, você que é mais velho devia ajudar seu irmão e não caçoar dele. Xande sabe menos porque entrou na escola um ano depois de você. Xande gostou da defesa da mãe e provocou Chico. _Viu, seu chato? Bem feito. _Chato é com x ou com ch? Aposto que você não sabe _ desafiou Chico. _Pare com isso se não te dou um soco no nariz. _Nariz com s ou com z? _E te dou um soco no queixo _ ameaçou Xande, irritado. _Queixo com x ou com ch? _ insistiu Chico. _Seu palhaço! _ gritou Xande, perdendo a paciência. _Palhaço com ç ou com ss, seu preguiçoso com o cedilha? _ teimou Chico. _Não sou burro, nem preguiçoso. Posso aprender tudo o que você sabe e até mais. Chico deu risada. _Só se tomar sopa de letrinhas." 8 A LITERATURA INFANTIL A literatura infanto-juvenil é um ramo da literatura dedicado especialmente às crianças e jovens adolescentes. Nela, se incluem histórias fictícias infantis e juvenis, biografias, novelas, poemas, obras folclóricas e culturais, ou simplesmente obras contendo/explicando fatos da vida real (exemplos: artes, ciências, matemática etc.). Naturalmente, o conteúdo dentro de uma obra infanto-juvenil depende da idade do leitor; enquanto obras literárias destinadas a crianças de dois a quatro anos de idade são quase sempre constituídas de poucas palavras e são muito coloridas e/ou possuem muitas imagens e fotos, obras literárias destinadas ao jovem adolescente muitas vezes contêm apenas texto. De toda forma, a literatura infantil é fundamental para que crianças travem contato com os livros desde cedo, acostumando-se com sua textura, seu formato, seu cheiro e seu universo de possibilidades. De acordo com Rafael Guimarães Botelho (2013), a literatura infantil apresenta seis funções: didática, lúdica, literária, sociocultural, axiológica e terapêutica. Percebemos que mesmo a literatura não tendo como função precípua ensinar conteúdos, esta transmite de forma intrínseca valores e heranças culturais. Isto portanto demonstra a importância de ser desenvolvido em sala de aula os livros de literatura, dos kit de leitura afro-brasileira, porque estes enaltecem a criança negra de forma positiva criando nas mesmas a noção de pertencimento e construindo uma imagem da qual o negro e a negra podem se orgulhar. Os livros que retraram crianças negras que lêem, brincam, sonham e são felizes, em sua maioria, constróem uma identidade forte, pois pode ela se espelhar e dizer intimamente para si eu posso estar lá, este lugar também me pertence. O professor como mediador deste envolvimento com a leitura é de suma importância, a pessoa em desenvolvimento, quando é estimulada a leitura de variados estilos, onde o professor como agente propulsor desta construção, vai levando a criança a desenvolver a leitura de diversos tipos de textos que a ajudem a entender quem ela é, seu passado, tudo isto baseado no contexto histórico, em que em primeira fase desenvolvimento do ser leitor seja ilustrado com bastante conteúdos visuais além dos verbais, que levem a criança a se inserir no contexto histórico de forma lúdica e vivenciar a transformação das ideias ao se deslocar para aquele espaço oferecido pela história. https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura https://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Novela https://pt.wikipedia.org/wiki/Poema https://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia https://pt.wikipedia.org/wiki/Texto 9 As histórias infantis que já fazem parte do nosso imaginário coletivo: Bisa Bia, Bisa Bel (1981), de Ana Maria Machado Uma Ideia Toda Azul (1979), de Marina Colasanti O Menino Maluquinho (1980), de Ziraldo O Menino Maluquinho é uma criança de dez anos como outra qualquer: dotada de profunda imaginação, quase sem medos, sempre disposta a descobrir algo novo e a investigar o mundo ao redor. A Mulher que Matou os Peixes (1968), de Clarice Lispector Chapeuzinho Amarelo (1970), de Chico Buarque Ou Isto Ou Aquilo (1964), de Cecília Meireles Papo de Sapato (2005), de Pedro Bandeira Marcelo, Marmelo, Martelo (1976), de Ruth Rocha O Meu Pé de Laranja Lima (1968), de José Mauro de Vasconcelos Reinações de Narizinho (1931), de Monteiro Lobato A Arca de Noé (1970), de Vinícius de Moraes A iEstudar apresenta neste e-book as melhores histórias para a didática da contação de histórias. Vamos a leitura? Leia para uma criança. 10 O PROCESSO COMUNICATIVO E A ORALIDADE Oralidade é a prática de uso da língua natural por meio da produção sonora, em diversos gêneros de texto orais, nos mais diferentes contextos e níveis de formalidade. Nela, estariainclusa a fala (forma de produção textual por meio de sons articulados e de significados), acompanhada de outros aspectos como a prosódia, os gestos, a expressão facial, os movimentos corporais, entre outros. A oralidade, estudada por inúmeros especialistas, é dividida em dois tipos: primária e secundária. Essas duas concepções de oralidade podem ser encontradas em obras como "As Tecnologias da Inteligência: O Futuro do pensamento na Era da Informática" do filósofo francês, Pierre Lévy, e "Oralidade e Cultura Escrita - A Tecnologização da Palavra" de Walter J. Ong, sendo, no entanto, abordadas de maneiras diferentes por cada especialista, pois tiveram seu destaque em momentos históricos distintos. Exemplos de gêneros orais: Esferas de uso (contextos) Gêneros orais Dia a dia Fofoca, caso, discussão, discurso, juramento, nota de falecimento, convite, recado, etc. Entretenimento e literária Cantiga, piada, repente, bingo, narração esportiva, locução de radio, música, entrevista, etc. Escolar e acadêmica Palestra, conferência, exposição oral, debate, defesas de trabalhos, prova oral, etc. Religiosa Sermão, pregação, oração, reza, confissão, benzeção, cantos, ladainha, hinos, oferenda, etc. Jornalística Notícia, reportagem, entrevista, etc. https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_natural https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAneros_de_texto https://pt.wikipedia.org/wiki/Contexto https://pt.wikipedia.org/wiki/Fala https://pt.wikipedia.org/wiki/Pros%C3%B3dia https://pt.wikipedia.org/wiki/Gesto https://pt.wikipedia.org/wiki/Express%C3%A3o_facial https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy https://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_J._Ong 11 Jurídica Depoimento, defesa, acusação, etc. Diversos Relato de experiência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, anedota ou caso, autobiografia, instrução, agradecimentos, informes, avisos, leilão, atendimentos, interrogatório, denúncia, consulta, comandos, instruções, entre vários outros. O Brasil possui atualmente possui 22 normas que restringem a publicidade dirigida à criança, mais do que o Reino Unido, com 16 normas, e que os Estados Unidos, com 15, por exemplo. Além disso, a regulamentação existente hoje e presente tanto na Constituição Federal como no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e no Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) traz instrumentos suficientes para garantir as boas práticas nessa comunicação. A informação correta é o melhor caminho para evitar a disseminação de inverdades sobre um tema tão sensível e cuja esclarecimento interessa a todos, pais, empresas, governo e entidades que defendem nossas crianças. Para as especialistas, torna-se imperativo alimentar essas redes de transmissão sobretudo com uma realidade cada vez mais frequente: a do silêncio. Elas criticam a cultura tecnológica atual que cria barreiras entre as pessoas através da individualização do uso de aparelhos eletrônicos, como tablets e smartphones. É preciso resgatar brincadeiras, jogos, entrar em diálogo com as crianças. Esses "furos na normalidade" criam situações "interessantes" para os pais à medida em que os incentiva a tentar compreender os filhos. "As crianças refletem a supervisão que tiveram em atividades artísticas e culturais, desenvolvendo senso ético e de cuidados". Nesse sentido, os educadores têm o papel de ajudar os pais a entenderem que bebês são, sim, capazes de comunicar. Quanto mais cedo estiverem expostos à linguagem, melhor. 12 O CONTO E A HISTÓRIA INFANTIL Era uma vez duas crianças, João e Maria, que viviam com seu pai e a madrasta em uma casa perto da floresta. A família era bastante humilde e as coisas estavam cada vez mais difíceis para eles, que estavam sem recursos e entrando na miséria. Certo dia, a madrasta, que era má, tem a ideia de abandonar as crianças no meio da floresta, pois assim seriam duas bocas a menos para alimentar. A mulher consegue convencer seu marido e, na manhã seguinte, todos partem para cortar lenha. Assim, o pai da crianças acende uma fogueira na mata e os deixa lá, dizendo que voltaria logo, o que não acontece. João, que tinha escutado o plano perverso, havia se preparado e levado consigo pedrinhas brilhantes que tinha encontrado na casa. Durante o caminho, o menino foi deixando pelo chão as pedrinhas, dessa forma, ele e a irmã poderiam retornar à casa seguindo essas pedras. João e Maria conseguiram dessa maneira voltar para casa, o que deixou o pai muito feliz. Entretanto, a madrasta ficou possessa e convenceu novamente o marido a abandonar seus filhos em um lugar ainda mais longe. Dessa vez, a mulher trancou a porta do quarto das crianças, não permitindo que João pegasse as pedrinhas brilhantes. Novamente, na manhã seguinte, eles vão em direção à floresta. João e Maria tinham recebido um pedaço de pão cada um e tiveram a ideia de deixar migalhas para marcar o caminho ao invés das pedras. Assim fizeram, entretanto, as migalhas foram devoradas pelos pássaros e, quando os dois precisaram, elas já não estavam mais lá. Tristes, cansados e com fome, os dois saem a vagar pela mata. Até que se deparam com uma casa fantástica feita de doces e bolo. Claro que os irmãos não resistem e se aproximam para comer todas aquelas guloseimas. Depois de saciados, João e Maria descansavam por ali, quando uma velha senhora sai de dentro da casa. Ela os convida para entrar e diz que estava esperando por eles. 13 A velha, que na verdade era uma bruxa, oferece muita comida para eles, que ficam em sua casa por vários dias. Então, a bruxa resolve prender João em uma gaiola e alimentá-lo até ele ficar bem gordo para ser assado no forno. João conseguiu enganar a bruxa, que achava que ele não estava gordo o suficiente, mas mesmo assim, um dia ela resolve assá-lo de qualquer forma. A bruxa então manda Maria acender o forno e quando a velha má chega perto do forno, Maria a empurra para dentro e fecha rapidamente a tampa. A menina consegue libertar o irmão, e os dois saem de lá correndo, não sem antes pegar riquezas que estavam na casa da velha. Então as crianças perambulam pela floresta mais alguns dias e conseguem voltar pra casa. Dessa vez, o pai as recebe e não deixa mais a madrasta fazer maldades. A história em questão foi escrita pelos irmãos Grimm, escritores alemães que viveram em meados do século XIX. Eles se inspiraram na tradição oral, que passava através da fala diversas histórias de geração para geração. Em João e Maria, temos uma narrativa que nos fala sobre a consciência de que nem todos os momentos da vida são de felicidade e sobre a busca pela independência dos pais. As crianças representam o lado masculino e feminino em cada um de nós, que, diante do desamparo, adentra o desconhecido (a floresta, no caso) e se perde, sem saber como voltar para casa, mesmo deixando "pistas" no meio do caminho. Assim, nessa procura, eles encontram algo maravilhoso, a satisfação total, uma casa feita de guloseimas! Eles então, a princípio, se iludem pensando que estariam em um ambiente incrível e que a vida seria uma grande festa. Mas a lição é que tudo tem seu preço, e por conta de seus excessos, se deparam logo com uma bruxa má, que pode ser o símbolo das frustrações e mesmo das consequências causadas pela impulsividade. A bruxa os faz prisioneiros e as crianças precisam dessa forma acessar suas forças internas, criatividade e coragem para se livrarem do apuro. João e Maria conseguem sair vitoriosos, e ainda carregar as riquezas da bruxa má, que podem sinalizar que eles levam consigo os ricos aprendizados de tal situação. 14 ARTE, MÚSICA E TEATRO NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS Pode ser uma prática diária, não importa se é uma história inventada na hora,ou se a professora está lendo um livro. O livro é como uma porta aberta para outros tempos, outras culturas. Deve ser um momento mágico. E para os bebês, mesmo que não compreendam a história, vale o estímulo pela modulação da voz, as imagens e ilustrações. Deve ser um momento de prazer, e não de obrigação. O professor também deve deixar a criança levar os livros para casa. O estímulo à leitura se torna algo gostoso, e não relacionado apenas a avaliações. Desenvolve a linguagem, pensamento abstrato, imaginação, gestão da angústia. As histórias infantis ainda permitem que as crianças se identifiquem com os personagens, o que ajuda a compor e definir sua personalidade. Não deve ser o momento de dar lição de moral. Promover brincadeiras que estimulem a oralidade ou levar uma imagem para que todos falem sobre ela também é uma boa opção para as rodas. O ideal é compor uma roda de conversa a partir do momento em que as crianças sejam capazes de se manterem sentadas por algum tempo, e que sejam mantenham o foco da atenção em outras pessoas (o que é muito difícil antes de 3 ou 4 anos de idade). Importante para as crianças aprenderem a sustentar argumentos, expressar emoções, desenvolver a fala, o hábito de ouvir outras pessoas e conversar. O importante é estimular a produção, seja por meio do desenho, pintura, escultura, colagem ou instalação. Não deixar que a criança apenas reproduza ou copie determinada obra. Diversificar os materiais, de pincéis de diferentes tamanhos a tintas mais aguadas ou mais espessas. Apresentar obras de arte originais também pode fazer parte da atividade. E, assim como no caso da música, não se deve ficar só no que é “feito para criança”. Assim como a música e o teatro, é uma outra forma de linguagem. Daí sua importância para o desenvolvimento da capacidade comunicativa da criança, que, enquanto interage com a produção artística visual de qualquer artista, aprende regras de composição, seus códigos e seus símbolos. 15 O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM Desde antes de nascer a criança já interage com os sons. A atividade deve se basear no tripé “ouvir, refletir e produzir”. Vale apresentar diferentes tipos de música, da clássica às canções folclóricas, e não apenas aquelas ”feitas para criança”. Estimular a criança a identificar os sons de diversos instrumentos e também aqueles produzidos pelo próprio corpo. Manusear instrumentos reais e produzir aqueles de sucata. A música também é uma forma de linguagem de comunicação e, assim colabora para desenvolver a capacidade comunicativa da criança. Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais. Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicologia, psicologia, educação e pedagogia. A definição de aprendizagem é difícil de ser realizada em razão da necessidade dela não se confundir com outros conceitos. Isso se deve ao fato de aprendizagem ser um conceito natural e não um conceito artificialmente criado. Em razão disso, Pozo (2002) prefere não criar uma definição formal de aprendizagem. Acreditar ser mais útil pensar em quais seria as melhores características para uma boa aprendizagem. Ele sugere três: a) a aprendizagem produz mudanças duradouras b) a aprendizagem deve ser transferível para outras situações https://pt.wikipedia.org/wiki/Compet%C3%AAncia_(psicologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Habilidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimentos https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_(%C3%A9tica) https://pt.wikipedia.org/wiki/Estudo https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_(filosofia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Forma%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Racioc%C3%ADnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Observa%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Neuropsicologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogia 16 c) a aprendizagem é consequência direta da prática realizada O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e por predisposições genéticas. O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p. 44). Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido, entende-se que, o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino- aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto. Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volitiva (Vygotsky, 1991 p. 101). Desta forma não seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes psicométricos não supre de respostas as questões levantadas. É necessário fazer uma análise do contexto emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada historicamente no mundo.. Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotsky, 1991 p. 101). A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o https://pt.wikipedia.org/wiki/Vygotsky https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pensamento_verbal&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_hist%C3%B3rico-cultural&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Indiv%C3%ADduo https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Linguagem_escrita&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Linguagem_escrita&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ensino-aprendizagem&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ensino-aprendizagem&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/wiki/Motiva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Sentimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Dificuldades_de_aprendizagem https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Est%C3%A1gio_de_desenvolvimento&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Testes_psicom%C3%A9tricos&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processos_de_desenvolvimento&action=edit&redlink=1 17 desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma sequencial. (Vygotsky, 1991 p. 102) Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo autorregulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio ambiente. (Wadsworth, 1996) Piaget postula que todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. E postula também que todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação. (Piaget,1975, p. 14) Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo implica afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas. Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua capacidade de diferenciação; em contrapartida, se uma pessoa só acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalização de tal forma que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe. Essa noção de equilibração foi a base para o conceito, desenvolvido por Paín, sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem dos conceitos de assimilação e acomodação, na descrição de sua estrutura processual. É de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais é indissociável do conjunto das relações afetivas, sociais e morais que constituem a vida da instituição educacional. À primeira vista, o desabrochamento da personalidade parece depender sobretudo dos fatores afetivos; na realidade, a educação forma um todo indissociável e não é possível formar personalidades autônomas no domínio moral se o indivíduo estiver submetido a uma coerção intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele é passivo intelectualmente não será livre moralmente. Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente numa submissão à vontade adulta e se as únicas relações sociais que constituem as relações de aprendizagem são as que ligam cada estudante individualmente a um professor que detém todos os poderes, ele não pode tampouco ser ativo intelectualmente. (Piaget, 1982) https://pt.wikipedia.org/wiki/Piaget https://pt.wikipedia.org/wiki/Equilibra%C3%A7%C3%A3o_(Piaget) https://pt.wikipedia.org/wiki/Assimila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Acomoda%C3%A7%C3%A3o_(Piaget) https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Esquema_de_assimila%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Equil%C3%ADbrio_cognitivo&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Esquema_de_generaliza%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pa%C3%ADn&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Modalidades_de_aprendizagem https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_sociais 18 A DIFERENÇA ENTRE LER E CONTAR HISTÓRIAS O ler uma história para os alunos é uma forma de apresentar a obra conforme sua linguagem original, nas palavras do autor. E contar histórias envolve a improvisação, a interação com a turma e a possibilidade de agregar outros elementos ao enredo. Pegamos o exemplo da Música O Pato, dos compositores: Vinicius De Moraes / Sergio Bardotti / Antonio Pecci Filho. Lá vem o pato Pato aqui , pato acolá Lá vem o pato Para ver o que é que há. O pato pateta Pintou o caneco Surrou a galinha Bateu no marreco. Pulou do poleiro No pé do cavalo Levou um coice Criou um galo. Comeu um pedaço 19 De jenipapo Ficou engasgado Com dor no papo. Caiu no poço Quebrou a tigela Tantas fez o moço Que foi pra panela Didática: Com violão e com um cenário teatral a contação de histórias proporciona um aprendizado de leitura para a alfabetização. E quem não conhece a história do Pinóquio? Era uma vez um carpinteiro que se chamava Gepeto. O homem era muito solitário e passava os dias fazendo coisas de madeira. O sonho de Gepeto era ter um filho com quem pudesse compartilhar a vida. Um dia, ele resolveu fazer um menino de madeira em formato de marionete e, ao terminar, disse: - Que belo boneco de madeira. Seria incrível se ele fosse um menino real! Para sua surpresa, o boneco tomou vida e começou a andar e falar. O homem ficou maravilhado e lhe deu o nome de "Pinóquio". Passados alguns dias, Gepeto envia Pinóquio para a escola e lhe dá a instrução de voltar para a casa assim que a aula terminar. Entretanto, no meio do caminho, Pinóquio avista um teatro de marionetes que acontecia na praça. 20 Ele então resolve participar do teatro, e todos ficam encantados com sua destreza. Assim, o boneco recebe 5 moedas de ouro e se alegra pensando que seu pai ficaria satisfeito. Pinóquio vai em direção à escola, mas quando estava quase chegando, se depara com dois homens mal intencionados que o convencem a ir com eles até um local e enterrar as moedas de ouro. Eles dizem: - Enterre as moedas aqui nesse terreno e nascerá uma árvore de dinheiro. Seu pai ficará rico e nunca mais precisará trabalhar! Pinóquio enterra as moedas e fica esperando a árvore nascer. Ele logo adormece, e nesse momento os homens pegam as moedas enterradas e fogem. O boneco despertou de seu sono profundo e se deu conta que o dinheiro havia sumido. Triste e preocupado, Pinóquio pensa que seu pai ficaria muito bravo e decide não voltar para casa. Enquanto caminhava, confuso, Pinóquio encontra uma linda jovem de vestido azul. Ele pede ajuda, e a moça, que era na verdade uma fada, lhe diz que ajudaria. Ela pergunta ao boneco onde ele morava, ao que Pinóquio responde que era sozinho e não tinha casa. A fada então repara que o nariz de graveto do menino começa a crescer e se dá conta de que ele havia contado uma mentira. Ela recomenda que ele volte para sua casa e se comporte junto ao seu pai. O boneco promete que faria isso e seu nariz volta ao normal. Na volta para casa, Pinóquio passa por um parque de diversões e não resiste, ele entra no parque. Imediatamente seu nariz começa a crescer novamente. Lá, o boneco encontra pessoas que dizem que ele poderia comer todos os sorvetes que gostaria. Pinóquio então toma vários sorvetes, sem saber que se transformaria em um burro. Dessa forma, as pessoas o vendem para um circo, onde Pinóquio trabalha exaustivamente e é mal tratado. Então, quando ele, na forma de burro, já não servia mais para o trabalho, os donos do circo o atiram ao mar. Assim que cai no mar, o burrinho transforma-se de novo em menino de madeira e é engolido por um baleia faminta. Dentro da barriga da baleia, Pinóquio encontra-secom seu pai, Gepeto, que também fora engolido quando estava a sua procura. Os dois se abraçaram contentes, mas estavam muito fracos. Nessa hora, um peixe que também estava lá oferece ajuda e os tira de dentro da baleia. 21 Assim, Gepeto e Pinóquio conseguem voltar para casa. Depois de tantos apuros, Pinóquio promete ao pai ser um bom menino e não mentir mais. A fada azul então aparece e converte Pinóquio em um menino real, de carne e osso, para a alegria de todos! O menino de madeira Pinóquio teve sua primeira aparição na história As aventuras de Pinóquio, em 1883. Escrita pelo italiano Carlo Collodi, esse conto ganhou diversas versões, sendo o mais conhecido o da Disney, lançado em 1940. A palavra pinóquio vem do italiano e significa "pinhão". Na história, o que está colocado é a perda da ingenuidade e a construção de uma personalidade sólida. Tanto que, o boneco de madeira é feito como uma marionete, o que significa que ele é facilmente manipulável. Impossibilitado de atuar no mundo por si mesmo, Pinóquio entras nas maiores enrascadas ao fazer apenas o que outras pessoas sugerem. O boneco também se esquiva de suas responsabilidades a todo tempo, desviando-se do caminho da escola e dos seus afazeres. Essa é uma maneira de demonstrar o apego à infância e falta de maturidade. Outro ensinamento importante é sobre a falsidade, exibida no conto através do nariz do menino, que aumenta de tamanho a cada mentira contada. Assim, fica explícito que não se deve mentir, pois a verdade sempre aparecerá, de uma forma ou de outra. Por fim, o boneco, depois de ser enganado por diversas vezes, reencontra seu pai e assume as responsabilidades, adquirindo também a esperteza necessária para não ser mais manipulado. Assim, ele é transformado finalmente em um menino real. 22 Agradecemos por escolher a iEstudar. Blog https://iestudar.com/blog/ Site https://iestudar.com/ https://iestudar.com/blog/ https://iestudar.com/ 23 Referências Bibliográficas Wikipédia, a enciclopédia livre.Narração de histórias. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Narra%C3%A7%C3%A3o_de_hist%C3%B3rias Bebê Atual. O Patinho feio. disponível em: https://bebeatual.com/historias-patinho-feio_105 QDivertido. Contos, Fábulas e Historinhas. 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