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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Gisele Silvestre da Silva
Química Analítica e Orgânica / SILVA, G.S. - Multivix, 2020
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
4
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE QUADROS
UNIDADE 1
 Propriedades e classificação de íon, coloide e partícula cristalina 12
 Regras de solubilidade 15
 Processo de nucleação e crescimento de partícula associado com o 
tamanho da partícula 18
 Resultado prático em relação ao valor de RSS 21
 Qual é a diferença entre seco e calcinação? 24
 Vantagens e desvantagens da gravimetria 27
UNIDADE 2
 Constante de equilíbrio de alguns ácidos polipróticos a 25°C 34
 Diferença entre ponto final e ponto de equivalência 42
UNIDADE 3
 Concentração de Cloreto e gráfico do volume de AgNO3 versus pCl 65
 Titulação de Cd2+ com 0,0100 M EDTA na presença de 0,0100 M NH3 
(pH=10) 85
UNIDADE 4
 Valores de constante de estabilidade condicional (KMY) em função do 
cátions metálicos 87
 Iodometria versus iodimetria 99
UNIDADE 5
 Titulação de 0,100 M Fe2+ with 0,100 M Ce4+ 106
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 6
 Propriedades do carbono 112
 Hidrocarbonetos saturados e insaturados 113
 Tipos de ligações básicas C-C no Metano, etano e eteno 114
 Isômeros funcional da fórmula molecular C4H10O – Éter versus álcool 123
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
UNIDADE 1
 Reação de precipitação 14
 Etapas fundamentais do processo gravimétrico padrão 20
 Processo de Calcinação 21
UNIDADE 2
 Perfil geral das curvas de titulação ácido-base 38
 Curva de titulação, produzida quando uma base forte é adicionada a um 
ácido forte 43
 Curva de titulação de um ácido fraco sendo titulado por uma base forte 44
 Curva de titulação de uma base fraca sendo titulada por um ácido forte 44
UNIDADE 3
 Volumetria de precipitação de Cloreto de prata 62
UNIDADE 4
 Espécies iônicas do negro de eriocromo T em função do pH 80
UNIDADE 5
 A) Esquema simplificado de célula de titulação potenciométrica; B) 
curva de titulação redox 104
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 6
 Versatilidade do carbono quanto ao comprimento, ramificação, ligação 
dupla e presença de anéis aromáticos 116
 Diferentes combinações da ligação carbono-carbono 120
 Álcool etílico versus éter etílico 122
 Serie de tendência de estabilidade dos C, N, O e F (2° período da Tabela 
Periódica) 128
 pKa de alguns ácidos carboxílicos típicos 129
 Valores de pKa da “Hans Reich’s Collection 130
8
MULTIVIX EAD
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1UNIDADE
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 10
1 GRAVIMETRIA E O USO DA MASSA COMO UM SINAL ANALÍTICO 12
INTRODUÇÃO 12
1.1 PROPRIEDADES DE PRECIPITADOS E REAGENTES PRECIPITANTES 12
1.2 APLICAÇÕES GRAVIMÉTRICAS PRECIPITAÇÃO A PARTIR DE UMA 
SOLUÇÃO HOMOGÊNEA 25
2 VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO 31
INTRODUÇÃO 31
2.1 TITULOMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO EM MEIO AQUOSO 32
2.2 TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE 41
3 VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO 53
INTRODUÇÃO 53
3.1 PRECIPITAÇÃO QUÍMICA 55
3.2 TITULOMETRIA DE PRECIPITAÇÃO 62
4 VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO 72
INTRODUÇÃO 72
4.1 INTRODUÇÃO AOS EQUILÍBRIOS E PROCESSOS DE COMPLEXAÇÃO 
COM EDTA 74
4.2 TITULOMETRIA DE COMPLEXAÇÃO 82
5 VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO 93
INTRODUÇÃO 93
5.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE OXIRREDUÇÃO 95
5.2 TIPOS DE TITULOMETRIA DE OXIRREDUÇÃO 100
6 COMPOSTOS ORGÂNICOS 113
INTRODUÇÃO 113
6.1 PROPRIEDADES DOS PRINCIPAIS TIPOS DE COMPOSTOS 
ORGÂNICOS 115
6.2 REAÇÕES EM CARBONOS 126
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6UNIDADE
9
QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
10
MULTIVIX EAD
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Gravimetria inclui todos os métodos analíticos em que o sinal analítico é uma 
medição de massa ou uma mudança na massa (SKOOG, WEST, HOLLER, 
CROUCH, 2005). Quando você pisa em uma balança após o exercício, está fa-
zendo, de certa forma, uma determinação gravimétrica de sua massa. A mas-
sa é a mais fundamental de todas as medidas analíticas.
A importância da química aplicada ao desenvolvimento de produtos diver-
sos que atendam as necessidades da sociedade atual nunca foi tão eviden-
te. Haja vista a demanda da sociedade por uma variedade de alimentos se-
guros, bens de consumo acessíveis, energia abundante e tecnologias que 
economizam mão de obra representam um grande demanda de ordem 
econômico, política e social.
Nesse contexto atual, as técnicas de química analítica e conhecimentos de 
química orgânica básica são constantemente utilizados no desenvolvimento 
de produtos aplicados aos mais diversos modelos industriais em áreas am-
bientais, medicinais, alimentícias, dentre outros.
Neste curso, você aprenderá as ideias científicas centrais necessárias para uma 
compreensão básica da química aplicada, além disso, nós vamos promover a 
compreensão de métodos clássicos quantitativos e da química orgânica básica. 
Você começará a apreciar como ideias relativamente simples se desenvol-
vem e progridem para cálculos e ideias mais complexos que podem ser apli-
cados a fim de gerar novos consumíveis adequados para atender aos apelos 
da nossa sociedade.
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
11
MULTIVIX EAD
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
> classificar e 
compreender 
os métodosgravimétricos.
> efetuar cálculos 
gravimétricos.
> reconhecer 
aplicabilidade, além 
de desenvolver 
a habilidade de 
planejar e aplicar 
os métodos 
gravimétricos.
12
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
1 GRAVIMETRIA E O USO DA 
MASSA COMO UM SINAL ANALÍTICO
INTRODUÇÃO
Gravimetria é um método de análise quantitativo macroscópico porque en-
volve quantidades relativamente importantes de uma substância a ser deter-
minada que chamamos de analito. (CARTWRIGHT; NEWMAN; WILSON, 1967; 
HERNÁNDEZ MÉNDEZ; ALONSO MATEOS; MARTÍN MATEOS, 1986).
Dessa forma, o analito de interesse da amostra em teste, deve ser sepa-
rado como um composto que o contenha em proporções fixas, definidas 
e constantes que possa ser quantificado por simples pesagem (SKOOG, 
WEST, HOLLER, CROUCH, 2005). Como o peso pode ser medido com maior 
precisão do que quase qualquer outra propriedade fundamental, a análise 
gravimétrica é potencialmente uma das classes mais precisas de métodos 
analíticos. Vamos conhecer dois tipos fundamentais de análise gravimétrica 
– precipitação e volatilização.
Na gravimetria de precipitação, que é o nosso assunto nesta unidade, o ana-
lito é separado de uma solução da amostra como um precipitado e, pode ser 
convertido em um composto de composição conhecida que pode ser pesado 
(SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005). Nesta unidade vamos proporcionar 
conhecimento teórico básico sobre essas técnicas gravimétricas, veremos a 
fundamentação teórica e algumas aplicações industriais.
1.1 PROPRIEDADES DE PRECIPITADOS E 
REAGENTES PRECIPITANTES
Gravimetria de precipitação é uma técnica analítica que usa uma reação de 
precipitação para separar íons de uma solução. O reagente químico adiciona-
do para causar a precipitação é denominado reagente precipitante. Este tem 
por característica ideal reagir com o analítico de forma especifico e seletivo, 
de forma a favorecer a formação de um produto insolúvel (precipitado) que 
possa ser estável o suficiente para que a massa possa ser pesada e, dessa 
forma, a massa do produto é usada como um sinal analítico (ERDEY, 1965; 
FIEKERS, 1954, 1956; RATTENBURY, 1966).
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Em química, um precipitado é um sólido insolúvel que emerge de uma solu-
ção líquida (SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005; VOGEL, 1981). A forma-
ção do sólido insolúvel proveniente de uma reação entre compostos solúveis 
é chamada de precipitação. Frequentemente, o precipitado surge como uma 
suspensão. Quanto à natureza dos precipitados é fundamental que o preci-
pitado tenha baixa solubilidade, elevada pureza e composição conhecida. As 
características fundamentais do precipitado e do agente precipitante encon-
tram-se resumida no Quadro a seguir.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO REAGENTE PRECIPITANTE E 
PRECIPITADO
Precipitado Agente precipitante
I. Produto final facilmente filtrado e 
lavado para remoção de contaminantes;
II. Solubilidade o suficientemente baixa 
para que não haja perda significativa do 
analito durante os processos de filtração 
e lavagem;
I. Reage especificamente ou pelo menos 
seletivamente com o com o analito para 
formar;
II. Não-reativo com os constituintes da 
atmosfera;
III. ossui composição química conhecida 
após a sua secagem ou, se necessário, 
calcinação.
Fonte: Skoog, West, Holler e Crouch (2005).
1.1.1 FATORES QUE DETERMINAM O 
TAMANHO DAS PARTÍCULAS DE PRECIPITADO
Dos muitos métodos que podem ser empregados para isolar o constituinte 
desejado de uma solução de uma amostra, o mais comum é a precipitação - 
isto é, a transformação em uma substância insolúvel na solução. É adicionado 
um reagente que forma um composto insolúvel com o constituinte desejado, 
mas não precipita outros constituintes da amostra.
O tamanho das partículas de sólidos formados pela precipitação varia enor-
memente. Em um extremo estão as suspensões coloidais, cujas minúsculas 
partículas são invisíveis a olho nu (10-7 a 10-4 cm de diâmetro). Partículas co-
loidais não mostram tendência de se sedimentar da solução e são difíceis 
de filtrar. No outro extremo, estão as partículas com dimensões da ordem 
14
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
de décimos de milímetro ou mais. A dispersão temporária de tais partículas 
na fase líquida é chamada de suspensão cristalina. As partículas de uma sus-
pensão cristalina tendem a se depositar espontaneamente e são facilmente 
filtradas. De acordo, com o tamanho são definidas como íon, coloide ou par-
tícula (Tabela a seguir).
PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÃO DE ÍON, COLOIDE E PARTÍCULA CRIS-
TALINA
Nome Diâmetro Características
Íon ~10-8 cm (A°) Dissolvido
Colóide 10-7~10-4 cm (nm-µm) Suspenso
Partícula cristalina >10-4cm (µm) Decantado da solução 
(filtrável)
Fonte: Skoog, West, Holler e Crouch (2005).
Reação de precipitação
As reações de precipitação ocorrem quando certos 
pares de íons com carga oposta se atraem com 
tanta força que formam um sólido iônico insolúvel 
(SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2006; VOGEL, 
1981). Os contra-íons presentes na solução são 
atraídos para formar pares iônicos. A Figura a seguir 
mostra duas soluções homogêneas e transparentes, 
uma contendo nitrato de chumbo (Pb) e a outra 
contendo iodeto de potássio (KI). Ou seja, a reação 
entre esses dois solutos produz um produto amarelo 
insolúvel. As reações que resultam na formação de 
um produto insolúvel são conhecidas como reações 
de precipitação. Na Figura a seguir, o precipitado é 
iodeto de chumbo, um composto que tem uma 
solubilidade muito baixa em água.
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
REAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO
PbI2(s)+ 2KNO3(aq)2KI(aq) Pb(NO3)2(aq)
A adição de uma solução incolor de iodeto de potássio ( Kl ) a 
uma solução incolor de nitrato de chumbo [Pb(NO3)2] produz 
um precipitado amarelo de iodeto de chumbo ( PbI2 ) que 
lentamente se deposita no fundo do copo
Fonte: Pearson Education Product Support team (2020).
#PraCegoVer
A reação que ocorre a partir da adição de uma solução incolor de Kl a uma solução
incolor de PB(NO3)2 produz um precipitado amarelo de PbI2 que lentamente se
deposita no fundo do copo na forma de um precipitado.
Quando efetuamos uma precipitação em laboratório o objetivo é separar a 
fase sólida em um meio filtrante como papel de filtro. Essa condição expe-
rimental é conseguida com a formação inicial de um pequeno número de 
núcleos primários, que tem condições de crescer e formar cristais grandes. 
Quando os precipitados são formados em supersaturações relativas mais 
altas, muitos produtos precipitam como partículas primárias cujo tamanho 
de partícula não pode ser muito aumentado porque quase nenhum soluto 
dissolvido permanece acima da solubilidade (precipitado colóide). Por outro 
16
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
lado, se a supersaturação relativa for pequena, quase não haverá núcleos, que 
podem continuar a crescer a partir dos íons na solução, e o precipitado final 
será relativamente grande, formando bons cristais (precipitado cristalino).
A solubilidade de uma substância é a quantidade dessa substância que pode 
ser dissolvida em uma determinada quantidade de solvente. Alguns compos-
tos ou solutos se dissolvem, outros produzem um precipitado ou sólido e, ain-
da alguns reagem com água. Qualquer substância com solubilidade inferior 
a 0,01 mol/L será referida como insolúvel.
Nesses casos, a atração entre os íons de carga oposta no sólido é muito gran-
de para que as moléculas de água os separem de forma significativa, e a subs-
tância permanece em grande parte não dissolvida. Infelizmente,não existem 
regras baseadas em propriedades físicas simples, como carga iônica, para nos 
guiar na previsão se um determinado composto iônico será solúvel ou não. 
Observações experimentais, no entanto, levaram a diretrizes para prever a so-
lubilidade de compostos iônicos tal como exposto na Tabela anterior.
Solubilidade, previsão de reação de precipitação e 
produto de solubilidade
Dependendo da solubilidade de um soluto, existem 
três resultados possíveis:
i) se a solução tem menos soluto do que a 
quantidade máxima que é capaz de dissolver 
(sua solubilidade) é uma solução diluída;
ii) se a quantidade de soluto for exatamente 
igual à sua solubilidade, ele está saturado;
iii) se houver mais soluto do que pode ser 
dissolvido, o excesso de soluto se separa da 
solução. Se este processo de separação inclui 
cristalização, ele forma um precipitado.
A precipitação diminui a concentração do soluto 
até a saturação, a fim de aumentar a estabilidade 
da solução. A Tabela a seguir resume as diretrizes 
de solubilidade para compostos iônicos comuns de 
acordo com o ânion no composto.
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
MULTIVIX EAD
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REGRAS DE SOLUBILIDADE
QUAIS ÍONS SÃO SOLÚVEIS?
Ions Exceção
Metais alcalinos (Grupo I) 
Na+, K+, etc.
 
Íons de amônio 
NH4
+
 
Nitratos, acetatos, cloratos e 
percloratos 
NO3
-, C2H3O2
-, ClO3
-, ClO4
-
 
Compostos binários de 
halogênios (cloreto, brometo, 
iodeto, etc.) com metais 
Cl-, Br-, I-, etc.
Fluoreto
Prata, chumbo e mercúrio 
F-, Ag+, Pb2+*, e Hg2+ 
* Os halogenetos de chumbo são solúveis em água 
quente.
Todos os sulfatos 
SO4
2-
Bário, estrôncio, cálcio, chumbo, prata e mercúrio 
Ba2+, Sr2+, Ca2+, Pb2+, Ag+, and Hg2+
QUAIS ÍONS SÃO LIGEIRAMENTE SOLÚVEIS?
Sulfatos de chumbo, prata e 
mercúrio 
SO4
2- com Pb2+, Ag+, e Hg2+
* O sulfato de chumbo é pouco solúvel.
Hidróxidos de metais alcalino-
terrosos (Grupo II) 
OH- com Ca2+, Sr2+, etc.
Bario 
Ba2+
QUAIS ÍONS SÃO INSOLÚVEIS?
Sulfides 
S2-
Calcium, barium, strontium, magnesium, sodium, 
potassium, and ammonium 
Ca2+, Ba2+, Sr2+,  Mg2+, Na+, K+, and NH4
+
Hydroxides 
OH-
Alkali metals (Group I) and ammonium 
Na+, K+, etc. 
Al3+, NH4
+
Carbonates, oxalates, 
chromates, and phosphates 
CO3
2-, C2O4
2-, CrO4
2-, and PO4
3-
Alkali metals (Group I) and ammonium 
Na+, K+, etc. 
NH4
+ 
*Lithium phosphate is poorly soluble
Fonte: Sigmal Drich (2020).
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
1.1.2. MECANISMO DE FORMAÇÃO DO 
PRECIPITADO
O tamanho de partícula de um precipitado é influenciado por variáveis expe-
rimentais como solubilidade do precipitado, temperatura, concentrações de 
reagentes e a taxa na qual os reagentes são misturados. De forma geral, esses 
fatores podem ser controlados experimentalmente e estão relacionados à su-
persaturação relativa (SSR).
Produto de solubilidade
Outra forma matemática bastante eficaz para 
determinar a capacidade de precipitação de 
determinado produto bastante utilizando é um 
parâmetro chamado de produto e solubilidade. O 
produto de solubilidade é simbolizado por KPS ou 
KS e é uma constante de equilíbrio entre um sólido 
não dissolvido e seus íons em solução (SKOOG, 
WEST, HOLLER, CROUCH, 2006).
Se o produto iônico das espécies envolvidas 
excederem a constante do produto de solubilidade 
do sal em uma dada temperatura, a formação do 
precipitado é promovida. Para saber mais sobre 
esses conceitos fundamentais básicos como 
cálculos de KPS e aplicações das constantes do 
produto de solubilidade revejam nos capitulo 9 do 
livro “Fundamentos de química analítica” (SKOOG, 
WEST, HOLLER, CROUCH, 2005, p. 225).
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
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Tamanho das partículas
A partir de dados empíricos observou-se que o tamanho de partícula 
de um precipitado varia inversamente com o grau de supersaturação 
relativa (SSR). O efeito total de todas essas variáveis pode ser explicado 
(qualitativamente), assumindo que o tamanho da partícula está 
relacionado a uma propriedade do sistema chamada de SSR.
 (Fórmula 1)Q SSSR
S
−
=
Nucleação e crescimento da partícula
Geralmente, as reações de precipitação são lentas de modo que, 
mesmo quando um reagente de precipitação é adicionado gota 
a gota a uma solução de um analito, é provável que haja alguma 
supersaturação. A evidência experimental indica que o tamanho de 
partícula de um precipitado varia inversamente com a supersaturação 
relativa média durante o tempo em que o reagente está sendo 
introduzido. Assim, quando (Q-S) / S é grande, o precipitado tende a 
ser coloidal, e quando (Q-S) / S é pequeno, um sólido cristalino é mais 
provável.
O primeiro processo que acompanha a reação de precipitação é conhecido 
como nucleação, que é um processo onde pequenos agregados de partículas 
se formam e constituem os núcleos das partículas maiores que formarão os 
cristais, fazendo com que as espécies que formam a substância precipitan-
te se concentrem em torno deles (HUANG et al., 1994; MCGINTY et al., 2020)
with a main focus on nucleation and crystal growth. The classic crystalliza-
tion phenomena, fundamental, thermodynamic or kinetic driven, will not be 
covered here. The primary and secondary nucleation, and some methods of 
nuclei generation in continuous crystallization are discussed in this chapter. 
The performance of continuous crystallization processes and challenges with 
process kinetics and control (such as seeding, mixing, and process dynamics. 
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MULTIVIX EAD
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
A principal diferença entre a nucleação e o crescimento de partículas é que a 
nucleação é a formação de uma nova estrutura, enquanto o crescimento de 
partículas é o processo de tornar uma estrutura pré-existente grande (THA-
NH; MACLEAN; MAHIDDINE, 2014).
PROCESSO DE NUCLEAÇÃO E CRESCIMENTO DE PARTÍCULA ASSOCIADO 
COM O TAMANHO DA PARTÍCULA
Valor relativo de RSS Processo dominante Resultado
Grande Nucleação Partículas pequenas 
formando coloides
Pequeno Crescimento de Partícula Partículas grandes na forma 
de cristais
Fonte: Skoog, West, Holler e Crouch (2005).
Etapa de preparo da amostra
As etapas comumente seguidas na análise 
gravimétrica são (1) preparação de uma solução 
contendo um peso conhecido da amostra, (2) 
separação do constituinte desejado, (3) pesando o 
constituinte isolado e (4) cálculo da quantidade de 
constituinte particular na amostra a partir do peso 
observado da substância isolada.
Para saber mais sobre detalhes importantes das 
etapas de gravimetria, por favor, consulte o sub-
tópico “Mecanismo de Formação do Precipitado” do 
livro Fundamentos da Química Analítica (SKOOG, 
WEST, HOLLER, CROUCH, 2005, p 300)..
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ETAPAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO GRAVIMÉTRICO PADRÃO
1 – PREPARO DA AMOSTRA
Deve-se tomar os cuidados e precauções 
necessárias para que essa pequena quanti-
dade represente fielmente o material cuja 
composição se quer determinar.
2 – PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO – ATAQUE 
DA AMOSTRA
É necessário que o elemento esteja em 
solução para se iniciar a análise.
3 – PRECIPITAÇÃO E DIGESTÃO
O elemento a ser dosado é separado da 
solução preparada através da formação de 
um precipitado.
4 – FILTRAÇÃO
É a separação do precipitado do meio em 
que processou sua formação.
5 – LAVAGEM DO PRECIPITADO
É remover parte da água-mãe que nele 
ficou retida e eliminar as impurezas solú-
veis e não voláteis.
6 – CALCINAÇÃO OU SECAGEM
Após a filtração e a lavagem, o precipitado 
deve ser secado ou calcinado para depois 
ser pesado
“Digestão do precipitado é o tempo 
em queo precipitado, após ter sido 
formado, permanece em contato 
com a água-mãe”
Fonte: Freepik (2020).
#PraCegoVer
Etapas fundamentais do processo gravimétrico padrão: preparo da
amostra, precipitação e digestão, filtração, lavagem do precipitado e calcinação.
Do ponto de vista de um operador, a zona de calcinação é a zona mais im-
portante que governa os eventos subsequentes na zona de queima. A etapa 
de secagem envolve o aquecimento dos precipitados até massa constante, 
remoção do solvente e qualquer espécie volátil arrastada com o precipitado 
(água adsorvida, água ocluída, água de hidratação), decomposição do sólido 
e, por fim a formação de uma substância de composição definida.
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PROCESSO DE CALCINAÇÃO
CaCO3 > CaO + CO2
CO2
CALCÁRIO
CaCO3
CO2
CALOR
CALOR
CaO
H2O
Lima hidratada – Hidróxido de cálcio
 Ca(OH)2
 Fonte: Adaptada de Grymont Limited (2020).
#PraCegoVer
A cal hidratada pode ser produzida adicionando água à cal virgem (CaO).
Nesse ponto, o dióxido de carbono reage com a cal hidratada para
convertê-lo novamente em calcário.
Um exemplo da relevância da calcinação é a 
determinação de cálcio no limestone, uma rocha 
sedimentar que é predominantemente composta 
de minerais de carbonato de cálcio calcita quando 
submetida à etapa de calcinação libera oxido de 
cálcio e dióxido de carbono. Os produtos derivados 
do calcário têm a capacidade única de retornar à 
sua forma química original. O ciclo da cal, como 
é comumente conhecido, consiste na primeira 
queima do calcário para formar cal viva. A cal 
hidratada pode ser produzida adicionando água à 
cal virgem. Nesse ponto, o dióxido de carbono na 
atmosfera ou de processos industriais reage com 
a cal hidratada para convertê-lo novamente em 
calcário. O processo de calcinação nada mais é a 
ação pela qual o dióxido de carbono é expelido do 
calcário, deixando a cálcio completamente livres.
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A precipitação e a velocidade da cristalização são processos importantes nas 
indústrias de processos químicos e no estudo de sistemas biológicos. Muitos 
aspectos dos processos de cristalização e precipitação são análogos, e seus 
estudos compartilham muitos dos mesmos conceitos e ideias.
RESULTADO PRÁTICO EM RELAÇÃO AO VALOR DE RSS
Valor relativo de RSS Processo dominante Resultado
Grande Nucleação Partículas pequenas 
formando coloides
Pequeno Crescimento de Partícula Partículas grandes na forma 
de cristais
Fonte: Com base em Skoog, West, Holler e Crouch (2005, p. 300).
Tamanho das partículas
O primeiro processo que acompanha a reação 
de precipitação é conhecido como nucleação, 
que é um processo onde pequenos agregados 
de partículas se formam e constituem os núcleos 
das partículas maiores que formarão os cristais, 
fazendo com que as espécies que formem a 
substância precipitante se concentrem em torno 
deles. (HUANG et al., 1994; MCGINTY et al., 2020). 
Depois disso, ocorre o crescimento dos cristais à 
medida que a reação de precipitação ocorre. Esses 
dois processos ocorrem no sistema reacional de 
forma concorrente (Tabela a seguir).
A principal diferença entre a nucleação e o 
crescimento de partículas é que a nucleação é 
a formação de uma nova estrutura, enquanto o 
crescimento de partículas é o processo de tornar 
uma estrutura pré-existente grande (THANH; 
MACLEAN; MAHIDDINE, 2014).
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1.1.3. CONTROLE EXPERIMENTAL DO 
TAMANHO DAS PARTÍCULAS
A formação dos precipitados é um processo cinético, haja a avista o equilíbrio 
físico-químico presente na reação química em questão. Dessa forma, o con-
trole da velocidade de formação do precipitado, permite conduzir a precipi-
tação de maneira a separar a fase sólida desejada com as melhores caracte-
rísticas físicas possíveis. Experimentalmente, nós sabemos que quanto mais 
lento for à formação dos cristais, mais puro será o produto final desejado.
Como já sabemos, uma solução supersaturada é aquela que contém mais 
soluto dissolvido do que o previsto pela química de equilíbrio. Uma solução 
supersaturada é inerentemente instável e precipita o soluto para atingir sua 
posição de equilíbrio. A rapidez com que ocorre a precipitação depende, em 
Limites práticos para minimizar RSS
Considerando uma análise de alguns 
precipitados em relação à fórmula 1 de RSS (O.A. 
– Tamanho das partículas na página 8), como os 
compsotosinorganicos ( )3 Fe OH e PbS , por exemplo, 
nota-se que essas moléculas são tão insolúveis que 
S é muito pequeno e um RSS grande é inevitável. 
Esses solutos formam inevitavelmente pequenas 
partículas.
Além disso, as condições que favorecem um RSS 
pequeno podem levar a uma solução supersaturada 
relativamente estável que requer muito tempo para 
precipitar completamente. Por exemplo, quase 
um mês é necessário para formar um precipitado 
visível de BaSO4 sob condições em que o RSS 
inicial é 5 (BASSETT J.; DENNEY, R. C .; JEFFERY, G. 
H. MENDHAM, 1981, p. 408).
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parte, do valor do RSS (SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005, Capítulo 12, p. 
300-301). Dessa forma, as variáveis experimentais que minimizam a supersa-
turação e, portanto, produzem precipitados cristalinos incluem:
• temperaturas elevadas (aumentar S);
• soluções diluídas (minimizar Q);
• adição lenta do agente precipitante (minimizar Q);
• boa agitação (minimizar Q).
1.2 APLICAÇÕES GRAVIMÉTRICAS 
PRECIPITAÇÃO A PARTIR DE UMA SOLUÇÃO 
HOMOGÊNEA
A precipitação homogênea é um processo no qual um precipitado é formado 
pela geração lenta de um reagente de precipitação homogeneamente em 
toda a solução. Os sólidos formados por precipitação homogênea são geral-
mente mais puros e mais facilmente filtrados do que os precipitados gerados 
pela adição direta de um reagente à solução do analito (SKOOG, WEST, HOL-
LER, CROUCH, 2005, p. 308-310).
Processo de precipitação em solução homogênea
Se a nucleação predomina
Resulta um precipitado contendo um grande número de pequenas 
partículas.
Se o crescimento de partículas predomina
Um número menor de partículas maiores é produzido.
Acredita-se que a taxa de nucleação aumenta enormemente
Com o aumento da supersaturação relativa [(Q-S)].
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1.2.2 SECAGEM E CALCINAÇÃO DE 
PRECIPITADOS
Secagem é basicamente o processo de retirada de água, enquanto que a etapa de 
calcinação é o processo de sujeitar uma substância à ação do calor, mas sem fusão, 
com o objetivo de provocar alguma alteração em sua constituição física ou química.
O processo é frequentemente chamado de “torrefação”, “queima” ou “quei-
ma” pelos trabalhadores. É realizado em fornos, retortas ou fornos, e muitas 
vezes o material é varrido ou mexido, durante o processo, para garantir a uni-
formidade do produto. Os fornos usados para calcinar substâncias variam 
muito em sua construção, mas existem três classes gerais: mufla, reverbera-
ção e fornos ou fornos de cuba.
QUAL É A DIFERENÇA ENTRE SECO E CALCINAÇÃO?
Secagem versus calcinação
Ambos estão relacionados ao tratamento térmico. 
Ambos podem ser realizados usando um forno de alta temperatura normal em qualquer 
ambiente gasoso específico para a analise, dependendo de sua necessidade.
Secagem: basicamente expelindo 
água (ou outro líquido) dos materiais.
Calcinação: os precursores em pó reagem para 
formar uma fase desejável.
A secagem pode ser realizada em placa 
de aquecimento porque a temperatura 
é baixa, um pouco acima de 100 ° C, 
no entanto nãoé recomendado se o 
líquido não for água.
Exemplo: Para calcinação você precisa de uma 
temperatura significativamente mais alta e, usamos 
um equipamento chamado de mufla (forno quente). 
A temperatura exata de calcinação do composto 
analisado deve ser consultado na literatura.
Fonte: Adaptado de Skoog, West, Holler e Crouch (2005).
Os objetos de calcinação geralmente são: 
(1) expulsar a água, presente como umidade 
absorvida, como “água de cristalização” ou como 
“água de constituição”; 
(2) para eliminar o dióxido de carbono, dióxido de 
enxofre ou outro constituinte volátil; 
(3) para oxidar uma parte ou a totalidade da 
substância.
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1.2.3 APLICAÇÃO DE GRAVIMETRIA
Os métodos gravimétricos são técnicas utilizadas para análise de material dis-
perso no ar devido à poluição na sociedade moderna. Um exemplo de aplica-
ção de gravimetria é a determinação do material particulado (PM), também 
conhecido como poluição por partículas. Esse é o termo usado para descre-
ver partículas sólidas e também gotículas de líquido encontradas no ar. Uma 
vez inaladas, essas partículas podem afetar o coração e os pulmões e causar 
graves problemas de saúde. As classes de partículas PM10 e PM2.5 (ou seja, 
partículas com diâmetro inferior a 10 µm e 2,5 µm, respectivamente) são mo-
nitoradas cuidadosamente, tanto nas fontes de emissões quanto no ar em 
geral, devido aos riscos potenciais à saúde.
A análise gravimétrica de PM coletado por meio de filtração é a técnica mais 
amplamente usada para determinar as concentrações ambientais de PM, bem 
como a quantidade de PM nas emissões (DE MARQUES FREITAS; SOLCI, 2009).
Decomposição do calcário
A cal é um dos agentes alcalinizantes mais 
amplamente usados e mais baratos empregados 
em todo o mundo. É frequentemente aplicado 
em processos químicos na forma de apagado 
ou hidróxido de cálcio ou pasta. O termo 
“calcinação de calcário” refere-se ao processo 
de decomposição térmica em cal viva e dióxido 
de carbono. A decomposição do calcário é 
caracterizada por reações químicas muito 
simples (KUMAR; RAMAKRISHNAN; HUNG, 2007; 
MOROPOULOU; BAKOLAS; AGGELAKOPOULOU, 
2001; SARKER, 2001).
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Para lhe ajudar no entendimento da gravimetria, atente-se ao quadro a se-
guir no qual destacamos suas vantagens e desvantagens.
• Para saber mais sobre técnicas de determinação 
da pureza do carbonato de cálcio, você poderia ler 
o artigo intitulado “Análise química de carbonatos 
de cálcio fabricados entre 1902 e 2002” (ALVES 
BARRETO DE MORAES; CARLOS AFONSO; 
MARIA BRAGA GOMES, 2015) embora análises 
instrumentais também tenham dado resultados 
bons ou razoáveis. No entanto, para contaminantes 
metálicos, a espectrometria de absorção atómica 
foi a melhor escolha devido aos seus limites de 
detecção mais baixos, sendo capaz de determinar 
vários elementos presentes nas amostras mais 
antigas. O teor de algumas impurezas (chumbo e 
magnésio encontrado no seguinte link.
• Para saber mais sobre a determinação de impurezas 
no ar por gravimetria você pode ler o artigo 
“Caracterização do MP10 e MP2,5 e distribuição por 
tamanho de cloreto, nitrato e sulfato em atmosfera 
urbana e rural de Londrina” (DE MARQUES FREITAS; 
SOLCI, 2009) encontrado nesse link.
• A gravimétrica também pode ser aplicada com fins 
de controle de impurezas tanto na matéria-prima 
farmacêutica de CaCO3 quanto em comprimidos 
Comerciais (NOVO et al., 2018) tal como mostra o 
artigo, no seguinte link.
E, você, Caro aluno, conhece outras aplicações 
gravimétricas?
https://www.abq.org.br/rqi/2014/746/RQI-746-pagina27-Artigo-Tecnico.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000700013&script=sci_abstract&tlng=pt
https://doi.org/10.1016/j.talanta.2018.01.040
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VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GRAVIMETRIA
Vantagens Desvantagens
I. É exata e precisa quando se usa balanças 
analíticas;
II. É fácil de controlar as possíveis fontes de 
erro;
III. Não há necessidade de calibração – 
medição direta;
IV. As determinações podem ser realizadas 
com aparelhos relativamente baratos 
(mufla e cadinho de Pt – mais caros).
I. Procedimentos laboratoriais demorados; 
II. Não é aplicável a análise de traços;
III. Erros no processo de precipitação;
IV. Perdas de precipitados nas etapas 
de transferência, filtração, lavagem e 
secagem.
Fonte: Adaptado de Skoog, West, Holler e Crouch (2005).
CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou as bases teóricas fundamentais sobre técnicas gra-
vimétricas comumente aplicadas em metodologias dando ênfase nas gravi-
metria de precipitação, buscando justificar vantagens e desvantagens da me-
todologia, cálculo comum e também mostrando como a técnica se aplicava 
a sociedade atual.
Em uma análise gravimétrica utiliza-se uma sequência de operações com o 
objetivo de determinar a quantidade de um constituinte em uma amostra. 
As etapas comumente usadas são: preparo da solução, precipitação, digestão, 
filtração, lavagem, secagem ou calcinação e pesagem.
As principais vantagens da análise gravimétrica são as facilidades de execu-
ção, boa reprodutibilidade e empregam-se equipamentos simples e de baixo 
custo. Por outro lado, a maior desvantagem é o tempo necessário para sua 
execução que geralmente é muito longo, além disso, a análise pode está su-
jeito a erros acumulativos provenientes da falha de execução ou devido a ele-
mentos interferentes existente na amostra original.
UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Desenvolver a 
habilidade de 
classificação dos 
tipos de reações 
ácido-base e, a partir 
disso, identificar 
os pontos de 
equivalência;
> Efetuar cálculos 
estequiométricos 
baseados na 
titulometria;
> Relacionar 
corretamente os 
dados matemáticos 
e a interpretação 
de problemas 
aplicados.
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2 VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
Técnicas de química úmida, incluindo análise qualitativa (exemplo, testes de 
chama e teste de funções orgânicas químicas) e análise quantitativa (análi-
se gravimétrica e análise volumétrica), referem-se ao teste analítico que em-
prega métodos convencionais de laboratório. Embora as técnicas de análise 
instrumental modernas tenham substituído muitas das técnicas de química 
úmida, as abordagens tradicionais da química úmida ainda são extremamen-
te relevantes e, dessa forma mantêm seu significado como estágios cruciais 
e críticos na preparação e processamento de amostras que empregam técni-
cas de análise instrumental modernas, como alto desempenho cromatogra-
fia líquida, cromatografia gasosa, espectroscopia ultravioleta-visível, espec-
troscopia de fluorescência, espectroscopia de infravermelho e espectroscopia 
de absorção atômica.
Esta segunda unidade dá início aos estudos das técnicas baseada em aná-
lise volumétrico, que é nada mais que qualquer método de análise química 
quantitativa em que a quantidade de uma substância é determinada pela 
medição do volume que ela ocupa ou, em uso mais amplo, o volume de uma 
segunda substância que se combina com a primeira em proporções conhe-
cidas (SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005). Ao longo desse material di-
dático, nós veremos os seguintes tipos de titulometria: titulações ácido-base, 
titulações redox, titulações por precipitação e titulações complexométricas.
INTRODUÇÃO
Os procedimentos analíticos baseados na neutralização entre um ácido e 
uma base têm sido amplamente usados em análises volumétricas.Por este 
procedimento, muitos ácidos e bases inorgânicos e orgânicos podem ser de-
terminados com um alto grau de precisão e exatidão.
Em geral, o procedimento envolve a dissolução da amostra ácida ou básica e 
a subsequente titulação da solução com um titulante básico ou ácido padrão, 
respectivamente. Embora a ênfase aqui seja nas aplicações à análise, deve-se 
perceber que os princípios da neutralização também são muito importantes 
em outras disciplinas científicas (SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005).
Essa unidade visa desenvolver a habilidade de classificação dos tipos de rea-
ções ácido-base e, a partir disso, identificar os pontos de equivalência; efetu-
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ar cálculos estequiométricos baseados na titulometria e, ainda correlacionar 
corretamente os dados matemáticos a interpretação de problemas aplicados 
á titulação ácido-base.
2.1 TITULOMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO EM 
MEIO AQUOSO
 A titulação, também conhecida como titulometria, é um método laboratorial 
comum de análise química quantitativa, usado para determinar a concen-
tração desconhecida de um analito identificado. Visto que as medições de 
volume desempenham um papel fundamental na titulação, também é co-
nhecido como análise volumétrica.
Um reagente, chamado titulante ou titulador, é preparado como uma solução 
padrão. Uma concentração e volume conhecidos do titulante reagem com 
uma solução do analito ou titulante para determinar a concentração (SKOOG, 
WEST, HOLLER, CROUCH, 2005). O volume do titulante reagido é chamado 
de volume de titulação. Existem muitos tipos de titulações com diferentes 
procedimentos e objetivos. Os tipos mais comuns de titulação qualitativa são 
titulações ácido-base e titulações redox (PIETRZYK, DONALD J.; FRANK, 1979).
Terminologia de volumetria
Em uma titulação, o objetivo é medir a quantidade de um reagente 
conhecido necessária para reagir com uma quantidade desconhecida 
de uma substância de amostra. Introduzimos os seguintes termos e os 
aplicamos em nossa discussão e análise de titulações ácido-base.
Analito
A substância (neste contexto, ácido ou base) a ser determinada 
experimentalmente.
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Titulante
O ácido ou base forte padronizado (isto é, a concentração é conhecida 
com alta precisão) que adicionamos ao analito de uma forma 
cuidadosamente medida.
Curva de titulação
O gráfico obtido quando o pH é traçado em relação à quantidade de 
titulante adicionado ao analito.
Ponto de equivalência
O ponto em que a quantidade de titulante adicionado é exatamente 
igual à quantidade de analito com o qual ele é capaz de reagir.
Ponto final
A quantidade observada de titulante na qual verificamos que o ponto 
de equivalência foi alcançado. Em titulações ácido-base, procuramos o 
ponto final por meio da mudança de cor de um indicador, ou a leitura 
de um medidor de pH. (SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, 2005)
2.1.1 ACIDEZ E BASICIDADE EM ÁGUA
O conceito de ácidos e bases foi definido muitas vezes de maneiras diferen-
tes (MUNJAL; SINGH, 2020). Vários cientistas colocam várias definições para 
caracterizar os ácidos e as bases em que alguns dos conceitos são bastante 
restritos e alguns são abrangentes. Ácidos e bases existem em toda parte em 
nossa vida diária. Todos os líquidos, exceto água, que usamos com proprie-
dades ácidas e básicas, por exemplo, vinagre (contém ácido acético), refrige-
rantes (contém ácido carbônico), leite (contém ácido láctico), sabão (contém 
base). As primeiras definições foram feitas com base em seu sabor e seu efei-
to sobre outras substâncias.
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Ácidos são aquelas substâncias que possuem sabor azedo, odor forte, corro-
sivas, com pH < 7 e tornam-se vermelho de tornassol azul. A reação de neu-
tralização ocorre quando o ácido reage com o álcali, forma sal e água. Estas 
são as propriedades gerais dos ácidos ou bases, mas não são verdadeiras 
para todos os ácidos ou bases.
Teorias Ácido-base fundamentais
O conceito de ácido-base de Arrhenius classifica 
uma substância como um ácido se ela produz íons 
hidrogênio H + ou íons hidrônio na água 3H O
+ . Por 
outra via, uma substância é classificada como base 
se produzir íons hidróxido OH − na água. No entanto, 
essa maneira de definir ácidos e bases funcionam 
bem para soluções aquosas, mas as propriedades de 
ácido e base são observadas em outros ambientes. 
Outras formas de classificar substâncias como 
ácidos ou bases são o conceito de Bronsted-Lowry 
e o conceito de Lewis. A teoria de Bronsted-Lowry, 
por sua vez, classifica uma substância como um 
ácido se atuar como doador de prótons e como 
base se atuar como aceitador de prótons. Enquanto 
que a teoria de Lewis classifica uma substância 
como um ácido se atuar como um aceitador de 
par de elétrons e como uma base se atuar como 
um doador de par de elétrons (MUNJAL; SINGH, 
2020). Para conhecer amplamente o conceito ácido 
e bases para cada uma das teorias expostas aqui, 
por favor, estudem a fundo o capitulo 11 intitulado 
“ácidos e base” do livro Princípios de química: 
questionando a vida moderna e o meio ambiente 
(ATKINS & JONES, 2012, p. 423-426). Esses conceitos 
certamente fundamentais serão explorados em 
outras oportunidades.
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
De acordo com Brønsted e Lowry, um ácido é um doador de prótons e uma 
base é um aceitador de prótons. Essa ideia de doador de prótons e aceita-
dor de prótons é importante para a compreensão de ácidos e bases mo-
nopróticos e polipróticos, porque monoprótico corresponde à transferência 
de um próton e poliprótico se refere à transferência de mais de um próton. 
Portanto, um ácido monoprótico é um ácido que pode doar apenas um pró-
ton, enquanto o ácido poliprótico pode doar mais de um próton. Da mesma 
forma, uma base monoprótica pode aceitar apenas um próton, enquanto 
uma base poliprótica pode aceitar mais de um próton. (BROWN, LEMAY e 
BRURSTEN, 2005; ATCKINS, 2006)
Ácidos e bases polipróticas
Os ácidos monopróticos são ácidos capazes de 
doar um próton por molécula durante o processo 
de dissociação.
Os ácidos polipróticos são ácidos específicos que 
são capazes de perder mais do que um único próton 
por molécula em reações ácido-base. (Em outras 
palavras, ácidos que possuem mais de um átomo de 
H ionizável por molécula). Os prótons são perdidos 
em vários estágios (um em cada estágio), sendo o 
primeiro próton o mais rápido e mais facilmente 
perdido. Compare com os ácidos monopróticos 
na seção ácidos e bases monopróticos versus 
polipróticos na Tabela a seguir.
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CONSTANTE DE EQUILÍBRIO DE ALGUNS ÁCIDOS POLIPRÓTICOS A 25°C
Ácidos 
polipróticos 
comuns
Formula
Força 
do 
acido/
base
Número de 
hidrogênios 
ionizáveis
Ka1 Ka2 Ka3
Ácido Sulfurico H2SO4 forte 2 (diprotico) Very Large 1.1E-2
Ácido Sulfuroso H2SO3 fraco 2 (diprotic) 1.3E-2 6.2E-8
Ácido fosphorico H3PO4 fraco 3 (triprotico) 7.1E-3 6.3E-8 4.2E-13
Acido Carbonico H2CO3 fraco 2 (diprotico) 4.4E-7 4.7E-11
Ácido hidrossulfúrico ou 
sulfeto de hidrogênio
H2S fraco 2 (diprotico) 1.0E-7 1E-19
Ácido Oxalico H2C2O4 fraco 2 (diprotico) 5.4E-2 5.3E-5
Ácido Malonico H2C3H2O4 Médio 2 (diprotico) 1.5E-3 2.0E-6
Fonte: com base em Brown, Lemay e Brursten (2005); Atchins (2006).
2.1.2 INDICADORES DE TITULAÇÃO
Certos produtos químicos têm a propriedade especial de aparecer com uma 
cor quando em uma solução de um pH e uma cor diferente quando em 
uma solução com um pH diferente. Esses produtos químicossão conhecidos 
como indicadores de ácido-base, ou simplesmente como indicadores porque, 
quando algumas gotas do indicador são adicionadas a uma solução, a cor da 
solução serve como uma indicação de seu pH.
Os ácidos polipróticos contêm mais de um próton 
dissociável. A dissociação de ácidos polipróticos 
é gradual e cada etapa é caracterizada por uma 
constante de dissociação de ácido. Para saber mais, 
por favor, estudem “Ácidos e bases polipróticos” 
do capitulo 11 do livro Princípios de química: 
questionando a vida moderna e o meio ambiente 
(ATKINS & JONES, 2012, p. 454-461). Esses conceitos 
certamente fundamentais serão explorados em 
outras oportunidades.
37
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A maioria dos indicadores de ácido-base são simplesmente ácidos fracos com 
uma forma protonada (ácida) de uma cor e uma forma desprotonada (básica) 
de uma cor diferente. Como todos os ácidos fracos, eles se dissolvem de acor-
do com seu valor de constante de equilíbrio ( )aK .
Para um indicador genérico HIn , temos que:
� � � � � � HIn aq H aq In aq� ��⇌
[ [ ]
[ ]
, ]a
H InAssim K
HIn
+ −
=
Convertendo esta equação na forma da equação de Henderson-Hasselbalch, 
obtemos o valor de pH:
] [ ( ]) /[ apH pK log In HIn−= +
Muitas substâncias diferentes podem ser usadas como indicadores, depen-
dendo da reação particular a ser monitorada. Por exemplo, o suco de repolho 
roxo contém uma mistura de substâncias coloridas que mudam de vermelho 
profundo em pH baixo para azul claro em pH intermediário para amarelo em 
pH alto. 
Em todos os casos, porém, um bom indicador deve ter as seguintes proprie-
dades (BROWN, LEMAY e BRURSTEN, 2005; ATCKINS, 2006):
• A mudança de cor deve ser facilmente detectada.
• A mudança de cor deve ser rápida.
• A molécula indicadora não deve reagir com a substância sendo titulada.
• Para minimizar os erros, o indicador deve ter um pK que esteja dentro de 
uma unidade de pH do pH esperado no ponto de equivalência da titulação.
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pH e pKa de indicadores ácido-base
Por exemplo: considere o indicador fenol vermelho, que tem uma 
forma HIn amarela, uma forma In- vermelha e um Ka de 5,0 x 10-8. 
Agora imagine que algumas gotas deste indicador são adicionadas a 
uma solução de pH 2,3. Qual seria a cor da solução? Para descobrir isso, 
precisamos da seguinte equação:
] [
] [
] [
] [
] [ 5
 /
 /
 2,3= 7,3
([ ])
( ) ([ ])
([ ])
([
 / 
 -5,0= 7, ])3 / 
 / 1.0 10 [ ]
a
a
pH pK log In HIn
pH log K log In HIn
log In HIn
log In HIn
In HIn x
−
−
−
−
− −
= +
⇒ = − +
⇒ +
=
⇒ +
⇒
Soluções coloridas: Assim, a proporção de .−In para HIn é de 1 para 100 000 . 
Como HIn é vermelho e é amarelo, existem 100.000 moléculas amarelas 
em solução para cada molécula vermelha. Para as espécies coloridas, 
esta é uma proporção enorme, e as moléculas vermelhas serão 
indetectáveis. Assim, a solução aparecerá amarela.
2.1.3 CURVAS DE TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
Uma curva de titulação é um gráfico de pH versus a quantidade de titulan-
te adicionado. Normalmente, o titulante é um ácido ou base forte (comple-
tamente) dissociado. Essas curvas são úteis para determinar pontos finais e 
constantes de dissociação de ácidos ou bases (BROWN, LEMAY e BRURSTEN, 
2005; ATCKINS, 2006).
Em uma titulação ácido-base, um volume conhecido do ácido ou da base 
(de concentração desconhecida) é colocado em um frasco cônico chamado 
de erlemeyer. O segundo reagente (de concentração conhecida) é colocado 
em uma bureta. O reagente da bureta é adicionado lentamente ao reagen-
te no frasco cônico. Em qualquer titulação, o ponto de equivalência químico 
experimentalmente chamado de ponto final é assinalado visualmente pela 
mudança de cor do indicador ácido-base.
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O pH começa baixo, refletindo a alta [H3O+] do ácido forte e aumenta gradual-
mente conforme o ácido é neutralizado pela base adicionada. De repente, o pH 
sobe abruptamente. Isso ocorre nas imediações do ponto de equivalência. Para 
este tipo de titulação, o pH é 7,0 no ponto de equivalência. Além dessa parte 
íngreme, o pH aumenta lentamente à medida que mais base é adicionada.
PERFIL GERAL DAS CURVAS DE TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
analito = ácido forte
titulante = base forte
analito = base forte
titulante = ácido forte
pH inicial
pH no ponto de
equivalência
Volume em mL da base
p
H
pH inicial
pH no ponto de
equivalência
Volume em mL ácido
p
H
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
Gráfico mostrando o pH no ponto de equivalência.
O pH começa em um ponto baixo do gráfico e aumenta
lentamente à medida que mais base é adicionada
Uma curva de titulação clássica tal como mostra a Figura anterior, pode ser 
usada para determinar:
1. O ponto de equivalência de uma reação ácido-base (o ponto em que as 
quantidades de ácido e de base são suficientes para causar a neutraliza-
ção completa).
2. O pH da solução no ponto de equivalência depende da força do ácido e 
da força da base usada na titulação.
Atualmente, as titulações modernas devem ser realizadas por meio de um 
titulador automático para fins indústrias, embora também possam ser reali-
zadas manualmente. A partir dos dados obtidos as curvas devem ser obtidas, 
40
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e interpretadas, comparadas entre si, aos resultados da titulação do ponto 
final e às concentrações elementares nelas contidas. As curvas de titulação 
devem ser reproduzíveis para que os dados e interpretações sejam válidos. As 
curvas de titulação fornecem uma ferramenta econômica, valiosa e versátil, 
pela qual se obtém informações sofisticadas da acidez e basicidade.
Decifrando a curva de titulação a partir de cálculos 
simples
A ideia aqui é que na metade do ponto de 
equivalência, o pH da solução será igual ao apK do 
ácido fraco. Supondo que você esteja titulando um 
ácido monoprótico fraco HA com uma base forte 
que representarei como OH − , você sabe que, no 
ponto de equivalência, a base forte neutralizará 
completamente o ácido fraco.
( ( (2) ) )( )aq aq lHA OH aq A H O
− −+ → +
Portanto, quando você adiciona números iguais de 
moles de ácido fraco e de base forte, todos os moles 
do ácido fraco serão consumidos e você ficará com 
A-, a base conjugada do ácido fraco. Agora, no ponto 
de meia equivalência, você está adicionando moles 
suficientes da base forte para neutralizar metade 
dos moles do ácido fraco presente na solução.
A reação consumirá metade dos moles do ácido 
fraco e produzirá o mesmo número de moles da 
base conjugada → o ácido fraco, a base forte e a base 
conjugada estão todos em proporções molares 
de 1: 1, o que significa que o que você consome o 
ácido fraco e a base forte, você produz como a base 
conjugada. E assim, no ponto de meia equivalência, 
a solução conterá números iguais de moles do ácido 
fraco e de sua base conjugada, o que significa que 
você agora está lidando com uma solução tampão.
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2.2 TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
2.2.1 CLASSIFICAÇÃO
Uma titulação volumétrica pode ser do tipo direto ou indireto. Quando o ti-
tulante reage diretamente com o analito diz-se que a titulação é direta. Ao 
contrário, a titulação reversa, ou titulação indireta, é geralmente uma técnica 
analítica de dois estágios: O reagente A de concentração desconhecida reage 
com o excesso de reagente B de concentração conhecida. Uma titulação dire-
ta é então realizada para determinar a quantidade de reagente B em excesso.
Titulaçõesreversas são usadas quando: um dos reagentes é volátil, por exem-
plo, amônia. Um ácido ou uma base é um sal insolúvel, por exemplo, carbona-
to de cálcio uma reação particular é muito lenta a titulação direta envolveria 
um ácido fraco - titulação de base fraca.
Volumetria direta e indireta
• Métodos diretos – a espécie a ser determinada reage diretamente 
com a solução titulante.
• Métodos indiretos – consiste em adicionar um excesso, conhecido, 
de um reagente ao analito e após a reação determinar o reagente 
remanescente.
A principal vantagem da titulação volumétrica é que é um método simples 
e de baixo custo. A titulação volumétrica não é sofisticada, portanto, não é 
necessária habilidade para manuseá-la. A titulação volumétrica é rápida e for-
nece resultados precisos.
A reação pode identificar visualmente no equilíbrio ou ponto final. Por outro 
lado, as desvantagens da titulação volumétrica consistem no fato de que cer-
tos fatores como pH, temperatura e umidade podem afetar os resultados da 
titulação, pois este é um sistema aberto.
Erros humanos podem ocorrer durante o processamento e pode afetar a pre-
cisão dos resultados obtidos. Além disso, pode produzir grandes volumes de 
resíduos químicos e que precisam ser descartados corretamente obedecen-
do à legislação ambiental vigente.
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Titulação manual
A titulação manual pode exigir habilidade do operador e tempo. A 
solução padrão pode reagir com o outro reagente (aquele da qual 
você deseja saber a concentração) para produzir uma determinada 
quantidade de produto. Este método depende muito da observação 
da mudança de cor e da precisão de suas medições.
Titulação automatizada
Todo o processo de titulação é muito mais fácil tornando-o 
automatizado. Você simplesmente adiciona uma quantidade 
predeterminada de reagente e a máquina adicionará o outro reagente 
e medirá os produtos para encontrar o ponto final. A precisão é 
aumentada devido ao computador calibrado com precisão ao invés de 
olho humano.
2.2.2 PROPRIEDADES DO SOLVENTE
Água, que não apenas dissolve muitos compostos, mas também dissolve mais 
substâncias do que qualquer outro líquido é considerado o solvente univer-
sal. Uma molécula polar com cargas parcialmente positivas e negativas, que 
dissolve prontamente íons e moléculas polares. A água é, portanto, chamada 
de solvente: uma substância capaz de dissolver outras moléculas polares e 
compostos iônicos. As cargas associadas a essas moléculas formam ligações 
de hidrogênio com a água, envolvendo a partícula com moléculas de água. 
Isso é conhecido como uma esfera de hidratação, ou concha de hidratação, 
e serve para manter as partículas separadas ou dispersas na água. Quando 
compostos iônicos são adicionados à água, os íons individuais interagem com 
as regiões polares das moléculas de água durante o processo de dissociação, 
rompendo suas ligações iônicas.
A dissociação ocorre quando átomos ou grupos de átomos se separam das 
moléculas e formam íons. Considere o sal de cozinha ( NaCl ou cloreto de só-
dio): quando os cristais de NaCl são adicionados à água, as moléculas de NaCl
se dissociam em íons Na e –Cl e esferas de hidratação se formam ao redor 
dos íons. O íon de sódio carregado positivamente é cercado pela carga par-
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cialmente negativa do oxigênio da molécula de água; o íon cloreto com car-
ga negativa é circundado pela carga parcialmente positiva do hidrogênio na 
molécula de água.
Como muitas biomoléculas são polares ou carregadas, a água dissolve pron-
tamente esses compostos hidrofílicos. Água é um solvente pobre, no entanto, 
para moléculas hidrofóbicas, como lipídios.
2.2.3 INDICAÇÃO DE PONTO FINAL
O ponto final ocorre durante uma titulação quando um indicador mostra que 
a quantidade de reagente necessária para uma reação completa foi adicio-
nada a uma solução, refere-se ao ponto no qual o indicador muda de cor em 
uma titulação ácido-base.
No primeiro Quadro, há uma descrição sucinta das formas das curvas de titu-
lação para titulação de um ácido forte por uma base forte, um ácido fraco por 
uma base forte ou uma base fraca por um ácido forte.
Tipos de titulometria
A titulação é usada em química analítica para determinar ácidos, 
bases, redutores, oxidantes e outras espécies. As titulações 
geralmente podem ocorrer em reações como reações redox e 
reações ácido-base. Durante todos os processos quantitativos 
volumétricos, dois estágios importantes conhecidos como ponto final 
e ponto de equivalência são atingidos.
Embora o ponto final seja normalmente considerado o ponto de 
equivalência, eles não são os mesmos. Mas, uma vez que há apenas 
uma ligeira diferença entre um ponto equivalente e um ponto final, 
ele pode ser considerado o mesmo para fins de laboratório.
A principal diferença entre um ponto de equivalência e um ponto 
final é que o primeiro marca o fim da reação, enquanto o último é 
um ponto onde o indicador muda de cor. Um ponto de equivalência 
em uma titulação se refere a um ponto no qual o titulante adicionado 
é quimicamente equivalente ao analito da amostra. Por outro lado, 
o ponto final é um ponto onde o símbolo muda de cor (Harris, 2005; 
Baccan e Andrade, 2001).
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DIFERENÇA ENTRE PONTO FINAL E PONTO DE EQUIVALÊNCIA
Ponto final Ponto equivalente
Ponto onde o indicador muda de cor O ponto em que o titulante é 
quimicamente equivalente ao analito 
na amostra
Vem depois do ponto de equivalência Vem antes do pontofinal
Ácidos fracos podem ter apenas um ponto final Ácidos fracos podem ter múltiplos 
pontos de equivalência
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Padrão de comportamento visual de curvas de titulação em diferentes siste-
mas ácido-base em função do ponto de equivalência e pH.
CURVA DE TITULAÇÃO, PRODUZIDA QUANDO UMA BASE FORTE É ADICIONADA A UM 
ÁCIDO FORTE
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 10 20 30 40 50 60
pHpH
Volume do titulante
O ponto de equivalência 
para uma titulação de 
ácido forte-base forte
tem um pH= 7,00.
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
Gráfico com curva mostrando o pH no ponto de equivalência
quando uma base forte é adicionada a um ácido forte.
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CURVA DE TITULAÇÃO DE UM ÁCIDO FRACO SENDO TITULADO POR UMA BASE FORTE
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 10 20 30 40 50 60
pHpH
Volume do titulante
O ponto de equivalência 
para uma titulação de 
ácido fraco-base forte
tem um pH > 7,00.
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer: Gráfico com curva mostrando o pH no
ponto de equivalência para uma titulação de ácido
fraco sendo titulado por uma base forte
CURVA DE TITULAÇÃO DE UMA BASE FRACA SENDO TITULADA POR UM ÁCIDO FORTE
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 10 20 30 40 50 60
pHpH
Volume do titulante
O ponto de equivalência 
para uma titulação de 
ácido forte com base
fraca tem um pH < 7,00.
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
Gráfico com curva mostrando o pH no ponto de
equivalência para uma titulação de ácido forte com base fraca.
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A análise volumétrica tem sido utilizada em uma variedade de indústrias 
porque são técnicas consideradas simplesem química analítica. Por exem-
plo, a titulação pode ser usada pela indústria de biodiesel para determinar 
a acidez de uma amostra de óleo vegetal. Ao saber a quantidade exata de 
base necessária para neutralizar uma amostra de óleo vegetal, os cientistas 
sabem quanta base adicionar para neutralizar toda a quantidade. A titula-
ção tem usos semelhantes nas indústrias petroquímica e alimentícia. (PIE-
TRZYK, DONALD J.; FRANK, 1979).
As titulações comumente usadas para análise de bebidas alcoólicas baseiam-
-se em reações ácido-base, redução-oxidação (redox) ou complexométricas (ou 
seja, titulação de um íon metálico com um reagente complexante ou quelan-
te). Uma das titulações mais comuns usadas em laboratórios de bebidas alcoó-
licas é uma titulação ácido-base usada para determinar a acidez titulável.
Titulometria e estequiometria
Já sabemos que no ponto de equivalência da 
titulação de neutralização é o ponto em que os 
moles de H+ são iguais aos moles de OH- e que nesse 
ponto, um indicador é usado para indicar o ponto 
de equivalência durante uma titulação, alterando a 
cor. Após finalização do experimento, para fins de 
cálculos considera-se as concentrações molares 
no ponto de equivalência de uma titulação ácido-
base. Uma titulação é realizada para determinar a 
concentração de um reagente, este reagente pode 
ser um ácido ou uma base, certo?
Para calcular a concentração de um ácido, c (ácido), 
precisamos saber com precisão:
(i) a concentração da base usada, C (base), 
geralmente em mol L-1.
(ii) o volume da base usada, V (base), geralmente 
em mL que convertemos em L.
(iii) o volume do ácido usado para neutralizar a base, 
V (ácido), geralmente em mL que convertemos em L.
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Você pode seguir estas 7 etapas básicas para calcular a concentração de um 
ácido ou base no ponto de equivalência de uma titulação ácido-base:
Passo 1
Escreva a equação química balanceada para a reação de neutralização.
Passo 2
Extraia todos os dados relevantes da pergunta.
Passo 3
Verifique a consistência dos dados. Por exemplo, as concentrações 
são geralmente fornecidas em M ou mol L-1, mas os volumes são 
geralmente fornecidos em mL. Você precisará converter o mL em L 
para consistência. A maneira mais fácil de fazer isso é multiplicar o 
volume em mL x 10-3 (que é o mesmo que dividir o volume em mL 
por 1000).
Para calcular a concentração de uma base, C (base), 
precisamos saber com precisão:
(i) a concentração do ácido usado, c (ácido), geralmente 
em mol L-1.
(ii) o volume do ácido usado, V (ácido), geralmente em 
mL que convertemos em L.
(iii) o volume da base usada para neutralizar o ácido, 
V (base), geralmente em mL que convertemos em L.
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Passo 4
Calcule os moles de reagente (n) para os quais você conhece os dados 
de volume (V) e a concentração em mol L-1 (C) a partir da seguinte 
fórmula:
( )C (concentração molar) =
 (volume)
n número de mols
V
Passo 5
Use a equação química balanceada para determinar a razão 
estequiométrica (mol) de ácido para base:
Passo 6
Lembre-se que no ponto de equivalência: n (ácido)= n (base).
Use a razão estequiométrica (mol) para calcular os moles do reagente 
desconhecido
A partir do volume (V) do reagente desconhecido e seus moles 
previamente calculados (n), calcule sua concentração (c) em mol L-1, a 
partir da fórmula no passo 4.
Passo 7
Use o volume de concentração conhecida medido na bureta para 
calcular o determinar a concentração da solução de desconhecida 
nestes sete passos simples.
Um exemplo nos ajudará a deixar o passo-a-passo ainda mais claro. Vamos lá!
EXEMPLO
Se 25,0 mL de uma solução aquosa de hidróxido de sódio de concentração 
desconhecida foram colocados no frasco cônico (erlenmeyer). A bureta (bu-
reta) foi preenchida até a marca de 50 mL com solução aquosa de ácido clorí-
49
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drico 0,10 mol L-1. A solução de hidróxido de sódio foi neutralizada quando 20,0 
mL de ácido clorídrico foram adicionados. Podemos determinar a concentra-
ção da solução de hidróxido de sódio nestes sete passos simples.
Passo 1. Equação química balanceada para a reação de neutralização
( ) ( ) )2( ) (aq aq aq lHCl NaOH NaCl H O+ → +
Passo 2. Dados relevantes para a realização da titulação de neutralização
( )
( )
( )
( )
( )
( )
1
( )
( )
1
 20.0 
 C 0.10 
 25.0 
 ? 
aq
aq
aq
aq
volume of HCl V HCl mL
concentração of HCl HCl mol L
volume of NaOH V NaOH mL
concentração of NaOH c NaOH mol L
−
−
= =
= =
= =
= =
Passo 3. Verifique a consistência dos dados
( ) ( )
( )
( )
( )
( )
(
3
1
3
)
 em para 20.0 20.0 10 
 0.10 
 25.0 25.0 10 
 
aq
aq
aq
Converter volumes mL volumes in L aq V HCl mL x L
concentração of HCl c HCl mol L
volume of NaOH V NaOH mL x L
concentração of NaOH
−
−
−
= = =
= =
= = =
= ( ) 1 ? c NaOH mol L−=
Passo 4. Cálculo do numero de mols de HCL
( ) ( ) ( ) 3 3 C 0.10 20.0 10 2.00 10 n HCl HCl x V HCl x x x moles− −= = =
Passo 5. Usando a equação química balanceada para determinar a razão es-
tequiométrica (mol) de ácido para base, sabe-se que 1 mol de HCl reage com 
um mol de NaoH para a completa neutralização:
( ) ( )
 
 : 
 1 : 1 
n HCl n NaOH
Passo 6. Agora, podemos calcular o número de mols da base adicionada
( ) ( ) 3 2.00 10 no ponto de equivalêncian NaOH n HCl x moles−= =
50
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Passo 7. Qual a concentração do NaOH no ponto de equivalência?
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( )
3 3
3 3 1
 
 2.00 10 25.0 10 
 2.00 10 25.0 10 0.080 ou 0.080 
NaOC
C
H n NaOH V NaOH
n NaOH x mol V NaOH x L
NaOH x x M mol L
− −
− − −
= ÷
= =
= ÷ =
E, assim encontramos facilmente a concentração da solução desconhecida! 
Lembre-se da importância da reação balanceada.
Se 50,0 mL de NaOH 0,20 mol L-1 fossem colocados no (erlenmeyer). A bureta 
(bureta) fosse preenchida com ácido sulfúrico de concentração desconhecida.
A reação balanceada seria a seguinte:
( ) ( )2 4 2 4( ) ( )22 2aq aq aq lH SO NaOH Na SO H O+ → +
Nesse caso, a estequiometria da reação seria de 1 mol de acido para dois mo-
les de bases. Fique esperto na hora de considerar os cálculos na titulometria.
( ) ( )2 4
 
 : 
 1 : 2 
n H SO n NaOH
A acidez titulável é definida como a concentração de prótons disponíveis de 
todos os ácidos fracos na solução (por exemplo, no suco, mosto, vinho, cerveja 
e assim por diante) que pode ser titulada ou neutralizada por uma base forte, 
como hidróxido de sódio (NaOH). Nos Estados Unidos, a acidez titulável do 
vinho é determinada pela titulação de uma amostra de vinho desgaseificada 
até o ponto final de fenolftaleína (ou seja, pH 8,2) e é relatada em equivalen-
tes de ácido tartárico (ou seja, 2 mols de íons de hidrogênio são titulados por 
mole de ácido tartárico). Em outros países, o ponto final pode ser diferente 
(por exemplo, pH 7,0) e pode ser relatado em outras unidades equivalentes 
(por exemplo, equivalentes de ácido sulfúrico).
A acidez titulável da cerveja é normalmente relatada como equivalentes de 
ácido láctico e é uma medida da extensão da fermentação do ácido láctico, 
particularmente para cervejas ácidas. As amostras devem ser desgaseificadas 
para remover o 2CO dissolvido (presente como ácido carbônico, 2 3H CO ) da in-
terferência. Os autotituladores permitem automatizar totalmente as adições 
de titulante, a detecção do ponto de equivalência e todos os cálculos necessá-
rios com rapidez e facilidade. (PIETRZYK, DONALDJ.; FRANK, 1979)
51
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Titulação na indústria de alimentos e medicamento
Análise de pureza: Um bom exemplo é o controle da pureza da 
droga efedrina, encontrada em alguns xaropes para tosse. Um ácido 
chamado ácido perclórico é usado como titulante nesta reação.
Análise de conteúdo: Em que reações redoxes (redução de oxidação) 
são usadas para estabelecer a pureza das matérias-primas, incluindo 
substâncias de ligação em medicamentos orais, em vez do produto 
final em si.
Determinação de acidez dos medicamentos: Verifica a pureza das 
enzimas produzidas e investigar a velocidade e outras características 
das reações químicas relevantes.
Determinação de acidez na área de indústria de alimentos: Na 
indústria do vinho, onde a qualidade e, portanto, a precisão química 
são fundamentais, a titulação é usada para determinar a acidez de 
várias maneiras e também para avaliar o teor de dióxido de enxofre.
Embora técnicas avançadas, como cromatografia gasosa ou líquida, 
geralmente não estejam disponíveis para a maioria das vinícolas por 
razões práticas, a titulação é crítica para garantir a consistência dos 
produtos vendidos.
CONCLUSÃO
Esta unidade mostrou que a técnica de titulação é utilizada para determi-
nar uma concentração desconhecida de ácido monoprótico ou poliprotico 
em solução. No processo de titulação, uma solução básica é gradualmente 
adicionada à solução ácida até que a neutralização completa seja obtida. O 
‘ponto final’ da titulação é detectado com a ajuda de um indicador conforme 
a cor da solução muda após a neutralização.
Ao medir o volume do titulante necessário para atingir o “ponto final”, é possí-
vel relacionar a concentração do ácido à concentração da base. Desta forma, 
a concentração desconhecida pode ser expressa através da concentração co-
nhecida. A determinação da concentração é repetida várias vezes para me-
lhorar a precisão das medições e para estimar o erro experimental.
UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
> Examinar a 
natureza dos 
precipitados;
> Efetuar cálculos 
estequiométricos 
da volumetria 
de precipitação 
aplicada;
> Construir a 
curva de titulação 
e expressar o 
significado dela.
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
3 VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Até agora examinamos métodos titulométricos baseados em reações ácido-
-base e a gravimetria. Nessa unidade, iremos estudar como uma reação entre 
o analito e o titulante que formam um precipitado pouco solúvel pode servir 
de base para uma titulação e análise quantitativas. Chamamos esse tipo de 
titulação de titulação por precipitação.
Uma das primeiras titulações de precipitação - desenvolvida no final do sé-
culo XVIII - foi à análise de K2CO3 e K2SO4 em potássio. Nitrato de cálcio, Ca 
(NO3)2, foi usado como titulante, que forma ao final da reação um precipitado 
de CaCO3 e CaSO4. A importância da titulação de precipitação como méto-
do analítico atingiu seu apogeu no século XIX, quando vários métodos foram 
desenvolvidos para determinar íons prata e haleto (CARTWRIGHT; NEWMAN; 
WILSON, 1967; OESPER, 1967; SZABADVÁRY, 1966).
Nessa unidade teremos uma visão panorâmica de todo o processo expe-
rimental teórico, levando em consideração os pormenores matemáticos 
que são utilizados nas aplicações dessa técnica volumétrica e suas aplica-
ções na prática.
INTRODUÇÃO
As titulações de precipitação são aplicáveis a analíticos que formam um pro-
duto moderadamente solúvel precipitar com uma solução padrão em um 
uniforme estequiométrico, relativamente rápido reação. Esses requisitos, e o 
fato de que o reconhecimento da equivalência ponto às vezes é muito difícil, o 
que significa que o número de titulações de precipitação utilizáveis na prática 
é bastante limitado. No entanto, eles desempenham um papel importante na 
química analítica, uma vez que são usados principalmente para a determina-
ção de haletos com soluções padrão de nitrato de prata (argentometria) ou 
para a determinação de íons de prata com uma solução padrão de haleto ou 
tiocianato. (SCHOLZ; KAHLERT, 2019)
Análogo aos pontos fundamentais anteriormente vistos, peço que esteja 
atento aos tipos de indicadores, como identificar o ponto final e os cuidados 
com os cálculos matemáticos aplicados a titulometria.
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Essa unidade visa principalmente desenvolver a habilidade de classificação 
dos tipos de reações precipitação focada na aplicação; realização dos cálculos 
estequiométricos e, ainda a partir dos dados matemáticos obtidos em expe-
rimentos laboratoriais desenvolverem no aluno a habilidade de construção e 
interpretação da curva de titulação de precipitação.
Conceitos fundamentais
• A solubilidade é definida como a quantidade 
máxima de soluto que pode ser dissolvida em 
um solvente em equilíbrio. Convencionaram-
se a denominar compostos insolúveis aqueles 
eletrólitos com solubilidade inferior a 0,01 1.mol L−
• O equilíbrio químico é um processo dinâmico, no 
qual, as concentrações de produtos e reagentes 
são constantes.
• Convencionalmente, as reações químicas 
podem ser reversíveis ou irreversíveis. Na 
verdade, as reações químicas são mais ou 
menos reversíveis, porém, em muitos sistemas 
de reação química, essa reversibilidade é 
considerada irrelevante e desprezível para fins 
práticos, que é considerada irreversível.
• co-precipitação é um fenômeno no qual os 
compostos solúveis são removidos de uma 
solução durante a formação de um precipitado.
• Os termos saturado e não-saturado são usados 
quando se quer falar quantitativamente das 
proporções relativas entre o solvente e o soluto.
• Efeito do íon comum é o deslocamento do 
equilíbrio causado pela adição de um íon 
participante do sistema reacional.
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3.1 PRECIPITAÇÃO QUÍMICA
A titulação da precipitação produz compostos finais insolúveis produzidos a 
partir de misturas iônicas em um determinado solvente. Por exemplo, a titu-
lação de uma amostra contendo íon cloreto pode ser realizada com o nitrato 
de prata como titulante. Nesta reação há a formação de cloreto de prata. A 
presença do primeiro ligeiro excesso de íon prata (isto é, o ponto final) pode 
ser marcada pelo aparecimento de um precipitado colorido. Uma maneira 
pela qual isso pode ser feito é empregando cromato de potássio como indi-
cador. O cromato de potássio reage com o primeiro leve excesso de íons de 
prata para formar um precipitado vermelho de cromato de prata. Outro mé-
todo envolve o uso de um indicador de adsorção, sendo a ação do indicador 
baseada na formação na superfície do precipitado de uma camada adsorvida 
de sal indicador de prata, que se forma somente quando um excesso de íon 
prata está presente.
Requisitos para titulação de precipitação
Para que seja possível utilizar uma reação química 
quantitativamente em titulometria ela precisa ter 
os seguintes requisitos básicos:
1. A velocidade de reação entre o precipitante e a 
substância a precipitar deve ser rápida.
2. Não deve haver coprecipitação. Os resultados da 
titulação não devem ser afetados por efeitos de 
co-precipitação.
3. O precipitado deve ser suficientemente insolúvel.
4. Se necessário, um indicador adequado deve ser 
usado para localizar o ponto final da titulação.
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3.1.1 FORMAÇÃO DE PRECIPITADO
O processo de titulaçãoda precipitação é totalmente baseado no conceito 
de produto de solubilidade (BACCAN, 2001). Quando os compostos iônicos se 
dissolvem na água, eles entram em solução como íons. Quando a solução fica 
saturada de íons, o que não consegue mais segurar, o excesso de sólido se de-
posita no fundo do recipiente e o equilíbrio é estabelecido entre o sólido não 
dissolvido e os íons dissolvidos. Os equilíbrios de solubilidade também podem 
ser chamados de equilíbrios de precipitação (SCHOLZ et al., 2019).
A precipitação é o processo pelo qual uma fase sólida se forma e, é removida 
da solução quando o produto de solubilidade (Kps) de uma espécie química 
é excedido. A constante do produto de solubilidade descreve o equilíbrio en-
tre um sólido e seus íons constituintes em uma solução. O valor da constante 
é um parâmetro físico-quimicos que identifica o grau em que o composto 
pode se dissociar na água.
Considere a reação de dissolução geral abaixo (em soluções aquosas):
( )( )) (s aq aqaA cC dD�⇌
Para resolver o spK é necessário pegar as molaridades ou concentrações dos 
produtos (cC e dD) e multiplicá-las. Se houver coeficientes antes de qual-
quer um dos produtos, é necessário elevar o produto a essa potência do co-
eficiente (e também multiplicar a concentração por esse coeficiente). Isso é 
mostrado abaixo:
[ ] [ ]c dspK C D=
Observe que o reagente, ( )saA , não está incluído na equação spK . Os sólidos 
não são incluídos no cálculo das expressões de constante de equilíbrio, por-
que suas concentrações não alteram a expressão; qualquer alteração em suas 
concentrações é insignificante e, portanto, omitida. Portanto, spK representa a 
extensão máxima que um sólido pode se dissolver em solução.
O valor spK varia dependendo do soluto. Quanto mais solúvel for uma subs-
tância, maior será o seu valor químico spK . E quais são as unidades spK ? Na 
verdade, não há unidade! O valor de spK não tem unidades porque as concen-
trações molares dos reagentes e produtos são diferentes para cada equação. 
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Isso significaria que a unidade spK seria diferente para cada problema e seria 
difícil de resolver; portanto, para simplificar, os químicos geralmente descar-
tam as unidades spK completamente. Que legal da parte deles!
Quando sabemos o valor spK de um soluto, podemos descobrir se ocorrerá 
um precipitado se uma solução de seus íons for misturada.
Abaixo estão as duas regras que determinam a formação de um precipitado.
• Produto iônico [ ] [ ]c dC D > spK então a precipitação ocorrerá.
• Produto iônico [ ] [ ]c dC D < spK então a precipitação não ocorrerá.
3.1.2 INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE 
PRECIPITAÇÃO
Um precipitado pode ser totalmente ou parcialmente dissolvido em água. No 
entanto, é importante salientar que essa solubilidade pode ser afetada por qual-
quer processo externo que faça o seu produto iônico igual ou menor do que o 
spK . Assim sendo, quais fatores afetam o spK ? Os principais fatores que afetam a 
magnitude de spK são: temperatura, pH, presença do íon comum, composição 
do solvente, pH, concentração dos eletrólitos, tamanho e sistema de cristalização.
Temperatura
A solubilidade de um determinado soluto em um determinado 
solvente normalmente depende da temperatura. De forma, geral, para 
sólidos quanto maior a temperatura maior a solubilidade.
Efeito do íon comum
Quando aumentamos a concentração de um dos íons envolvidos 
no equilíbrio entre uma solução saturada e um sólido, o equilíbrio 
se desloca. Isso ocorre porque o princípio de Le Chatelier afirma que 
a reação mudará de direção para a esquerda ou para a direita (em 
direção aos reagentes ou produtos, respectivamente) para aliviar o 
estresse do produto em excesso. Quando o equilíbrio é desviado para 
os reagentes, nesse caso o soluto precipita dada a diminuição da 
solubilidade do precipitado. 
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Efeito do pH
O pH de uma solução aquosa pode afetar a solubilidade do soluto. 
Ao alterar o pH da solução, você pode alterar o estado de carga do 
soluto. Se o pH da solução for tal que uma determinada molécula não 
carregue nenhuma carga elétrica líquida, o soluto geralmente tem 
solubilidade mínima e precipita para fora da solução. O pH no qual a 
carga líquida é neutra é chamado de ponto isoelétrico.
Efeito da formação de complexos
Quando um cátion metálico se combina com uma base de Lewis, um 
íon complexo se forma. Podemos definir um íon complexo como um 
íon contendo um cátion de metal central ligado (covalentemente) a 
uma ou mais moléculas ou íons chamados ligantes. Os íons de metais 
de transição têm uma tendência particular de formar íons complexos 
porque têm mais de um estado de oxidação. Essa propriedade permite 
que eles atuem efetivamente como ácidos de Lewis em reações com 
muitas moléculas ou íons que servem como doadores de elétrons ou 
como bases de Lewis.
Nesse contexto, a formação de íons complexos pode aumentar 
substancialmente a solubilidade de sais moderadamente solúveis 
se o íon complexo tiver uma constante de formação grande. Um íon 
complexo é uma espécie formada entre um íon metálico central e 
um ou mais ligantes, moléculas ou íons circundantes que contém 
pelo menos um par solitário de elétrons. Íons metálicos pequenos e 
altamente carregados têm a maior tendência de agir como ácidos 
de Lewis e formar íons complexos. A constante de equilíbrio para a 
formação do íon complexo é a constante de formação. A formação de 
um íon complexo pela adição de um agente complexante aumenta 
a solubilidade de um composto. Para saber mais sobre expressões 
envolvendo a constante de equilíbrio, por favor, consulte os capítulos 9 
e 10 do livro Fundamentos de Química Analítica, (SKOOG, 2005, p. 220-
236 e p. 254-263).
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A formação dos precipitados é um processo cinético, e o controle da velocida-
de de formação e de outras condições, em certa extensão, permite conduzir 
a precipitação de maneira a separar a fase sólida desejada com as melhores 
características físicas possíveis como já vimos em unidade anterior, em gravi-
metria de precipitação. Geralmente envolve a ocorrência simultânea e rápida 
de nucleação e crescimento junto com os chamados processos secundários. 
Em muitos casos, esses processos são difíceis de separar e investigar de forma 
independente e mecanicamente. (KARPÍNSKI; BALDYGA, 2019)
Precipitação versus cristalização
A precipitação e a cristalização referem-se a 
operações unitárias que geram um sólido a 
partir de uma solução supersaturada. A condição 
supersaturada de não equilíbrio pode ser induzida 
de uma variedade de maneiras, como remoção de 
solvente por evaporação, adição de outro solvente, 
mudanças de temperatura ou pressão, adição de 
outros solutos, reações de oxidação-redução ou 
mesmo combinações destes.
A distinção entre precipitação e cristalização é 
frequentemente baseada na velocidade do processo 
e no tamanho das partículas sólidas produzidas. 
Como já compreendemos o termo precipitação 
geralmente se refere a um processo que resulta na 
rápida formação de sólidos que pode dar pequenos 
cristais que podem não parecer cristalinos ao olho, 
mas ainda podem dar picos de difração de raios-X 
muito distintos. Sólidos amorfos também podem 
ser produzidos nesse processo.
O termo precipitação também tende a ser aplicado 
a uma reação relativamente irreversível entre um 
reagente adicionado e outras espécies em solução, 
enquanto os produtos de cristalização podem 
geralmente ser redissolvidos usando meios simples, 
como aquecimento ou diluição.
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3.1.3 PRECIPITAÇÃO EM SOLUÇÃO 
HOMOGÊNEA
A precipitação homogênea é um processo no qual um precipitado é forma-
do pela geração lenta de um reagente de precipitação homogeneamente 
ao longo de uma solução. Quando um íon precipitante é adicionado a uma 
solução na qual uma substância deve ser precipitada, a concentração local 
do primeiro no ponto onde as soluções se misturam frequentemente causa 
Os processos de precipitação geralmente começam 
em alta supersaturação, onde ocorre a rápida 
nucleação e crescimento de fases sólidas. Nos 
processos de precipitação e cristalização ocorrem 
as mesmas etapas básicas: supersaturação, 
nucleação e crescimento. A nucleação não começa 
necessariamente imediatamente ao atingir 
uma condição supersaturada, exceto em uma 
supersaturação muito alta, e pode haver um período 
de indução antes da detecção dos primeiros cristais 
ou partículas sólidas. A nucleação pode ocorrer 
por processos homogêneos e heterogêneos. Em 
geral, a nucleação homogênea é difícil de alcançar 
devido à presença de heteronúcleos de coloides, 
poeira ou outro material estranho na solução. Isso é 
especialmente verdadeiro na prática industrial.
As paredes do recipiente de solução também 
podem ser uma fonte de locais de nucleação. 
Após a nucleação começa a fase de crescimento e 
aglomeração e envelhecimento são termos usados 
para descrever características das mudanças 
nas partículas sólidas. Para saber mais sobre 
Precipitação a Partir de Uma Solução Homogênea 
do livro Fundamentos de Química Analítica, 
(SKOOG, 2005, p. 300-308).
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coprecipitação de outros íons que podem permanecer adsorvidos quando 
a solução subsequentemente se torna uniforme. Este erro é evitado adicio-
nando-se uma substância que não contenha o íon precipitante desejado, de 
modo que não resulte precipitação imediata e a solução seja homogênea. O 
calor é então aplicado e o íon apropriado é formado por hidrólise na solução 
(WILLARD, 1950).
Os sólidos formados por precipitação homogênea são geralmente mais pu-
ros e mais facilmente filtrados do que os precipitados gerados pela adição 
direta de um reagente à solução de analito.
Já sabemos que uma quantidade de soluto, 
geralmente expressa em gramas, que se dissolve 
em quantidade de solvente (geralmente 100 g), 
para obter uma solução saturada, é chamada de 
solubilidade. Diz-se que um corpo é muito solúvel, 
solúvel, pouco solúvel ou insolúvel, dependendo 
de sua solubilidade, em um determinado solvente, 
muito grande, regular, pequeno ou insignificante. 
Portanto temos:
• Muito solúvel: sua solubilidade é maior que 0,1M
• Solúvel: sua solubilidade é igual a 0,1M
• Pouco solúvel: sua solubilidade está entre 0,1M e 
0,001M
• Insolúvel: sua solubilidade não chega a 1M
Para saber mais sobre fatores experimentais de 
formação do livro Fundamentos de Química 
Analítica, (SKOOG, 2005, cap. 12, p. 300-308).
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3.2 TITULOMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
3.2.1 CONSTRUÇÃO DA CURVA DE 
TITULAÇÃO
A partir das regras de solubilidade sabemos que se adicionarmos uma solu-
ção aquosa de nitrato de prata, 3( )aqAgNO , a uma solução aquosa de cloreto de 
sódio, NaCl(aq), um precipitado branco de cloreto de prata, ( )sAgCl , é produzido. 
Esta reação de precipitação pode ser representada pelas seguintes equações 
químicas balanceadas:
( ) ( ) ( ) ( )
( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( )
3 3
) ( )
3
(
3Re
Re molecular: 
 :
:
aq aq s aq
saq aq aq aq aq aq
saq aq
ação AgNO NaCl AgCl NaNO
AgClAg NO Nação iônica
Equação iônica liquída
a Cl Na NO
AgClAg Cl
+ − + − + −
+ −
+ → +
+ → ++ + +
+ →
O produto de solubilidade para a dissociação de cloreto de prata em seus íons 
é muito, muito pequeno:
( )( ) ( )
10 1.7 10s aq spaqAgCl Ag Cl K
+ − −+ = ×Ç
Para visualizar uma reação de precipitação 
entre AgNO3 e o sal de cozinha (NaCl), veja 
os vídeos legendado em português do canal 
BerkeleyChemDemos e CrashCourse nos seguintes 
endereços:
• Precipitation reaction (AgNO3 + NaCl) produzido 
pelo canal BerkeleyChemDemos. Disponível 
neste link.
• Precipitation reaction. Apresentado por Crash 
Course Chemistry. Disponível neste link.
https://youtu.be/xR_VZXOz64A
https://youtu.be/IIu16dy3ThI
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Portanto, a posição de equilíbrio tende à esquerda da equação de dissocia-
ção, ou seja, a formação de cloreto de prata a partir de seus íons é favorecida, 
ou seja, a reação reversa vai praticamente até a conclusão conforme mostra-
do na equação química balanceada abaixo:
( ) ( )1 10( ( 9) ) / 1 1.7 10 5.9 10aq aq KspsAg Cl AgCl K+ − −+ → = = ÷ × = ×
Portanto, poderíamos configurar um experimento de titulação usando as 
vidrarias laboratoriais mostrados na Figura abaixo, na qual, observa-se uma 
bureta usada para adicionar lentamente AgNO3(aq) ao NaCl(aq) que foi coloca-
do diretamente no erlenmeyer. Ao final, os resultados de todos os cálculos 
podem ser usados para a construção da curva de titulação.
VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO DE CLORETO DE PRATA
[concentração conhecida]
Bureta contém 0,100 mol L-1 AgNO3(aq)
Um precipitado branco de AgCl(s) se formará no frasco cônico.
Ag+(aq) + Cl-(aq) → AgCl(s)
Ag-Cl
[concentração desconhecida]
O Erlenmeyer contém 10,0 mL de 0,0500 mol L-1 NaCl(aq)
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
Na reação de precipitação de cloreto de prata, uma amostra de nitrato de prata
de concentração conhecida é adicionada gota-a-gota utilizando uma bureta.
A reação que ocorre erlenmeyer vai ate que se forme um precipitado de cloreto
de prata que tem coloração branca.
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EXEMPLO
Cálculos estequiométricos para a reação de precipitação do cloreto de prata
i. Antes do início do experimento, o frasco cônico contém apenas 10,0 mL 
de NaCl 0,0500 mol L-1(aq). Podemos calcular os moles de NaCl presentes 
no frasco cônico:
( ) ( ) ( )
( )
( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
( )
( )
1 1
 C 
: de 
 de em 0,0500 
 de 10,0 10,0 1000 / 0,0100 
aq aq aq
aq
aq
aq
n NaCl NaCl V NaCl
Onde n NaCl moles NaCl
NaCl concentração NaCl mol L mol L
V NaCl volume NaCl em L mL mL mL
N
C
L L
n a
− −
= ×
=
= =
= = = ÷ =
( )) 1( 0,0500 0,0100 0,00050 aqCl mol L L mol−= × =
ii. Se adicionarmos 1,0 mL de 0,100 mol L-1 AgNO3(aq) da bureta ao NaCl(aq) no 
frasco cônico, podemos calcular:
1. Os moles de AgNO3(aq) que foram adicionados ao erlemmeryer:
( ) ( ) ( )
( )
( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
3
( )
( ) (
3 3
3 3
1 1
3 3 )
3 )3( ) (
 
 
 0,100 
 1.0 1.0 1000 /
aq aq aq
aq aq
aq aq
aq aq
n AgNO C AgNO V AgNO
n AgNO moles de AgNO
AgNO concentration of AgNO em mol L mol L
V AgNO volume de AgNO em L mL mL mL L
C − −
= ×
=
= =
= = = ÷
( ) 13( )
 0,0010 
 0,100 0,0010 0,00010 aq
L
n AgNO mol L L mol−
=
= × =
2. moles of NaCl(aq) reacted:
( )
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )
(
3 3
3
3) ( )
 
 
 1:1
 0.00010 
aq aq s aq
aq
aq
aq aq
AgNO NaCl AgCl NaNO
razão estequiométrica razão molar AgNO
NaCl é
n NaCl reagiu n AgNO adicionado mol
+ → +
⇒
⇒ = =
3. moles of Cl-(aq) em excesso no erlemmeryer:
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
 0.00050 
 0.00010 
 0.00050 0.00010 0.00040 
aq aq
aq
aq aq aq
n Cl inicial n NaCl mol
n Cl reagiu mol
n Cl excesso n Cl inicial n Cl reagiu mol
−
−
− − −
= =
=
= − = − =
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4. concentração do Cl-(aq) agora no erlemmeryer é:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )
1
 
 0.00040 
 10.0 1.0 11 11 1000 / 0.0110 
 0.00040 0.0110 0.0364 
aq aq aq aq
aq
aq
C Cl n Cl V Cl n Cl
molV Cl
mL mL mL mL mL L L
C Cl mol L mol L
− − − −
−
− −
= ÷
=
= + = = ÷ =
= ÷ =
Podemos continuar esses cálculos até o ponto de equivalência fazendo os 
cálculos para os diferentes volumes (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, etc. ...mL) de AgNO3(aq) 
adicionado, o ponto em que todo o Cl-(aq) disponível reagiu com Ag
+
(aq). Quan-
do adicionamos 5,0 mL de AgNO3(aq) ao NaCl(aq), teremos atingido o ponto de 
equivalência da reação, os mols de Ag+(aq) que adicionamos são exatamente 
os mesmos que os mols de Cl-(aq) em a solução. Quando essas duas soluções 
são misturadas, a solução resultante fica saturada e o precipitado existe em 
equilíbrio com seus íons na solução: AgCl(s) ⇋ Ag+(aq) + Cl-(aq). Nesse ponto, po-
demos usar o produto de solubilidade, Ksp = 1,7 × 10
-10, para esta reação para 
determinar a concentração de íons cloreto e íons prata na solução resultante 
neste ponto da reação:
Ksp = [Ag+(aq)][Cl-(aq)] = 1.7 × 10-10
No ponto de equivalência:
( ) ( )( ) ( ) aq aqmoles Ag moles Cl+ −=
Todos os íons estão presentes no mesmo volume de solução, dessa forma:
 
( )
10
2 10
2 10
5
( ) ( )
( ) ( )
 
 1.7 10
 1.7 10
 1.7 10
 1.3 10
aq aq
aq aq
Ag Cl x
Ag Cl
x
x
x
+ −
+ − −
−
−
−
= =
= ×
= ×
      
      
√ = √ ×
= ×
Após o ponto de equivalência, o Ag+ de outras adições de AgNO3 estará em 
excesso. Isso significa que a concentração de prata na solução resultante após 
a mistura aumentará, mudando a posição de equilíbrio para a dissociação de 
AgCl para a esquerda. Veremos a concentração de cloreto (como resultado da 
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dissociação de AgCl(s) diminuir. Podemos determinar a concentração de Cl
-
(aq) 
que estará em solução como resultado da dissociação do (s) AgCl(s) precipita-
do (s) usando seu produto de solubilidade (Ksp = 1,7 × 10
-10 a 25° C):
Por exemplo, se adicionarmos 1,0 mL a mais de AgNO3 após o ponto final de 
equivalência, teremos adicionado um volume total de 5,0 + 1,0 mL = 6,0 mL de 
0,100 mol L-1 AgNO3, então podemos calcular:
1. moles of AgNO3(aq) adicionado:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )
3 3 3 3
3 3
1 1
3
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )
( )
3( ) 3( )
 
 
 0.100 
 6.0 6.0 1000 /
aq aq aq aq
aq aq
aq
aq aq
n AgNO C AgNO V AgNO n AgNO
moles of AgNO C AgNO
concentração of AgNO em mol L mol L
V AgNO volume of AgNO em L mL mL mL L
− −
= ×
=
= =
⇒ = = = ÷
( )( 13 )
 0.0060 
 0.100 0.0060 0.00060 aq
L
n AgNO mol L L mol−
=
⇒ = × =
2. moles of Ag+(aq) em excesso:
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
(
3 3 3
) ( )
( )
3
3
3
 
 0.00060 
 0.00050 
 0.00060 0.00050 0.00010 
aq aq aq
aq
aq aq
aq
n AgNO excesso n AgNO disponível n AgNO reagiu
n AgNO disponível mol
n AgNO reagiu n Cl inicial mol
n AgNO excesso mol
−
= −
=
= =
= − =
3. Concentração do excesso de Ag+(aq) em solução:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
3 3 3
3
 0.00010 
 10.0 6.0 16.0 16.0 1000 / 0.0160 
 0.00010 0.0160 0.00625 
aq aq aq
aq
C AgNO excess n AgNO excess V total n AgNO excess mol
V total mL mL mL L mL L L
C AgNO excess mol L mol
= ÷ =
= + = = ÷ =
= ÷ = 1 L−
4. Concentração do Cl-(aq) em solução como resultado da dissociação do 
precipitado de AgCl(s):
( ) ( )
( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
10
1
3
1 1
(
0 8
)
 1.7 10 25
 0.00625 
 1.7 10 0.00625 2.72 10 
aq sp aq sp
aq aq
aq
C Cl K Ag K C
Ag C AgNO excesso mol L
C Cl mol L
− + −
+ −
− − − −
  
  
= ÷ − = × °
= =
= × ÷ = ×
67
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Se continuarmos a adicionar mais AgNO3(aq) ao frasco, então os moles do ex-
cesso de Ag+ na solução aumentam, o que muda a posição de equilíbrio para 
o lado AgCl(s) da equação química e a concentração de Cl
- diminui. A tabela a 
seguir mostra os resultados desses cálculos. Você deve verificar esses cálculos 
por si mesmo. Para traçar uma curva de titulação, vamos alterar a concentra-
ção de Cl- em mol L-1 para um novo termo, pCl.
Relembre que:
 
( )
( )
10
10
10
 
 
 
aq
aq
c
pH log H
pOH log OH
pK log K
+
−
  
 −
−

= −
=
=
Então, pCl = -log10[Cl
-
(aq)]. Ao final, fazendo esse cálculo para cada volume me-
dido na bureta teremos dados necessários para a construção da curva de pre-
cipitação tal como mostra a Figura a seguir contento os dados finais e a curva 
de titulação.
CONCENTRAÇÃO DE CLORETO E GRÁFICO DO VOLUME DE AgNO3 VERSUS PCL
Volume de 
AgNo3(aq)(mL)
[Cl-(aq)] (mol L
-1) pCl = -log10[Cl
-(aq)]
10
8
6
4
2
0
0 10 20 30 40 50
Volume de AgNO3
pC
I
0.0 0.0500 1.30
1.0 0.0365 1.44
2.0 0.0250 1.60
3.0 0.0154 1.81
4.0 0.00714 2.15
5.0 0.000013 4.89
6.0 2.72 x 10-8 7.57
7.0 1.45 x 10-8 7.84
8.0 1.02 x 10-8 7.99
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
A partir dos valores de volume é possível calcular a concentração de
Cloreto, o pCl e dessa forma montar o gráfico final Volume de AgNO3 versus pCl.
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3.2.2 FATORES QUE AFETAM A CURVA DE 
TITULAÇÃO
Tanto a magnitude quanto a nitidez da quebra do ponto final influenciam 
como o ponto equivalente pode ser estimado. Portanto, é importante que exa-
minemos as variáveis que podem influenciar a forma da curva de titulação.
As propriedades dos indicadores também afetam o quão bem os pontos de 
equivalência podem ser estimados. A concentração de íons de prata antes 
do ponto de equivalência depende parcialmente da concentração original do 
íon brometo, enquanto após o ponto de equivalência depende parcialmente 
de sua própria concentração original. Como resultado, a alta concentração de 
analito e do titulante produz uma quebra de ponto final maior e mais nítida 
do que as baixas concentrações. Para saber mais sobre fatores que afetam as 
curvas de titulação de precipitação, por favor, consulte o livro os Fundamen-
tos de Química Analítica, (SKOOG, 2005, cap. 13, p. 336-341).
3.2.3 MÉTODO DE FAJANS, MOHR E 
VOLHARD
As curvas de titulação que acabamos de descrever mostram um aumento 
abrupto na concentração do titulante, acompanhado por uma queda abrup-
ta na concentração do analito nos pontos de equivalência. Obviamente, um 
reagente que responde ao aumento abrupto da concentração do analito no 
ponto de equivalência pode ser empregado como um indicador para mostrar 
o ponto final. Vários métodos foram desenvolvidos para mostrar o ponto final 
em titulações de precipitação. Os mais conhecidos deles foram desenvolvidos 
para titulação envolvendo Ag; eles são baseados na formação de um precipi-
tado colorido, turbidez, formação de um íon complexo colorido, titulações de 
precipitação e adsorção de corantes em partículas carregadas de precipitado.
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Tipos de titulações de precipitação 
Com base no indicador usado na determinação do ponto final, as 
titulações de precipitação são classificadas em três tipos. Eles são os 
seguintes:
1. Formação de precipitado - MÉTODO DE MOHR
2. Formação de complexos coloridos - MÉTODO DE VOLHARD
3. Indicadores de adsorção - MÉTODO DE FAJANS
1. Método de Mohr
Neste método, a solução de cromato de potássio é usada como 
indicador. Este método é usado na determinação de Cl− ou Br− 
usando nitrato de prata como titulanteem condições neutras ou 
ligeiramente ácidas. O ponto final é detectado pela formação do íon 
cromato de prata vermelho. Este método também é conhecido como 
método direto
Experimental: a amostra é seca a 110 ° C por 1 h e resfriada em um 
dessecador. Em seguida, é pesado com precisão e dissolvido em 100 
ml de água. Em seguida, uma pequena quantidade de NaHCO3 é 
adicionada para cessar a efervescência. Em seguida, 2 ml de K2CrO4 
são adicionados como solução indicadora e a solução resultante 
é titulada com o nitrato de prata como titulante. O ponto final é o 
aparecimento da cor vermelha.
2
4 2 42 Ag CrO Ag CrO
+ − →+
2. Método de Volhard
Neste método, o íon férrico é usado como indicador. Este método 
também é conhecido como método indireto. O excesso de íons de 
prata é titulado com a solução padrão de SCN- até que a solução de 
cor vermelha apareça.
( ) 2 Fe SCN Fe SCN ++ −+ ↔
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A estabilidade deste método é aumentada pelas duas etapas: Adição de 
nitrobenzeno que protege o precipitado do meio aquoso. Filtração do 
precipitado. Método: A solução da amostra e a solução de 1 ml de sulfato 
férrico de amónio saturado como indicador são colocadas no frasco 
cônico. Em seguida, a solução resultante é titulada com 0,1 M de solução 
de tiocianato de potássio até que a cor vermelha escura apareça.
3. Método de Fajan
Fluoresceína é usada como indicador. O mecanismo envolvido é que o 
indicador é adsorvido à superfície do precipitado e mostra a mudança 
de cor avermelhada.
Experimental: Secar a amostra e o NaCl em estufa a 110 ° C por 1h, e 
resfriar no dessecador. Pesar 100 mg da amostra e NaCl em frascos 
separados e dissolver em 100 ml de água desionizada. Em seguida, 
são adicionados 5 ml de solução de dextrina a 2%, o que estabiliza o 
precipitado. Em seguida, 8-10 gotas de solução de dicloroflouresceína 
0,1% são adicionadas como indicador a cada frasco. A solução 
resultante é então titulada com a solução de nitrato de prata como 
titulante. O ponto final é o aparecimento de avermelhado rosa escuro.
Para saber mais sobre fatores que afetam as curvas de titulação de 
precipitação, por favor, consulte o livro os Fundamentos de Química 
Analítica (SKOOG, 2005, p. 341-345).
CONCLUSÃO
Nesta unidade de volumetria de precipitação, nós discutimos os princípios 
básicos da titulação de precipitação. Vimos que as curvas de titulação de pre-
cipitação são análogas às curvas descritas para as titulações ácidos e bases 
fortes. A partir de agora, tendo em mãos as ferramentas teóricas, somos ca-
pazes de calcular a concentração das espécies envolvidas em um sistema de 
titulação de precipitação e, além disso sabemos como montar o experimento 
para a construção de uma curva de titulação. A maneira mais conveniente 
para saber se uma dada titulação é viável ou não, ou mesmo para se avaliar o 
erro cometido pelo uso de um determinado indicador, é através da curva de 
titulação. Ao final, foi possível conhecer as titulações de precipitação, no qual 
são empregados três tipos de indicadores: íon cromato (Método de Mohr), 
adsorção (Método de Fajans) e ferro (III) (Método de Volhard).
UNIDADE 4
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
71
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> Definir de íon 
complexo e agente 
complexante (EDTA).
> Esquematizar as 
etapas das reações 
de complexação 
com EDTA.
> Categorizar os 
tipos de titulação 
com EDTA.
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4 VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO
A titulação complexométrica é uma técnica bem estabelecida e barata para a 
quantificação de íons metálicos em solução que se compara bem com outras 
técnicas analíticas, como espectrometria de massa, cromatografia de íons e 
ressonância magnética nuclear cuja aplicação vem sendo ensinada em todo 
o mundo (ZHAI; XIE; BAKKER, 2015b).
Nesta unidade, o conceito de formação de íons complexos e reações de equi-
líbrio graduais associadas serão examinados e discutidos. Será dada ênfase 
particular à aplicação das reações iônicas complexas em titulações complexo-
métricas e nos métodos titulométricos baseados na formação de complexos, 
como meio de análise quantitativa de íons metálicos em solução. A ênfase de 
conteúdo dessa unidade será em como a formação de íons complexos pode 
ser usada como base de um método titulométrico para quantificar íons me-
tálicos em solução. Aqui, o ácido etilenodiamina tetraacético (EDTA) será es-
tudado como um reagente analítico ou titulante que forma complexa muito 
estável com muitos íons metálicos em titulação complexométrica.
INTRODUÇÃO
A titulação complexométrica (complexometria ou quelatometria) é um dos 
métodos titulométricos clássicos desenvolvidos para a análise química rápi-
da e quantitativa de íons metálicos (BURGOT; BURGOT, 2012; SCHOLZ et al., 
2019). Os íons de interesse são titulados com o quelante de escolha por meio 
de uma reação de complexação de coordenação e rapidamente formam 
complexos monodentados ou multidentados estáveis. O quelante é às vezes 
chamado de reagente complexante ou, mais simplesmente, titulante. O pon-
to final pode ser identificado usando um corante indicador metalocrômico, 
que mostra uma mudança de cor, ou usando outros indicadores instrumen-
tais, como eletrodos seletivos de íons (ZHAI; BAKKER, 2016).
Esses tipos de procedimentos de titulação de íons complexos têm alta preci-
são e oferecem a possibilidade de determinações de íons metálicos em níveis 
de milimoles. As titulações por complexometria são rotineiramente usadas 
para determinar a concentração de íons, especiação, bem como reações de 
complexação em vários campos, como ambiental, clínico e industrial.
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Nesta unidade, a teoria e as aplicações da formação de íons complexos e, 
especificamente, as titulações complexométricas na quantificação de íons 
metálicos em solução serão examinadas. Além disso, será explicada a impor-
tância de usar um reagente que forma um quelato sobre outro que apenas 
forma um complexo com um íon metálico na análise volumétrica. Iremos 
definir e usar as terminologias relevantes de equilíbrios de íons complexos, 
comparar e contrastar entre os equilíbrios de íons complexos e ácido-base 
de Lewis, descrever e explicar o conceito de equilíbrios complexos e reações 
de equilíbrio gradual, usar o conceito de equilíbrio químico em titulações 
e cálculos complexométricos. E, por fim, distinguir entre os vários tipos de 
titulações de EDTA e seus usos. E, realizar as titulações complexométricas e 
cálculos relacionados.
Conceitos fundamentais
• Indicadores ácido-base: ácidos ou bases que 
exibem uma mudança visual na neutralização 
pelo titulante básico ou ácido no ou próximo ao 
ponto de equivalência.
• Complexo: uma substância composta por dois ou 
mais componentes capazes de uma existência 
independente.
• Complexação: a associação de duas ou mais 
espécies químicas que são capazes de existência 
independente por compartilhar um ou mais 
pares de elétrons.
• Indicador complexométrico: moléculas 
orgânicas solúveis em água que sofreram 
mudança de cor definida na presença de íons 
metálicos específicos e são utilizadas titulações 
incomplexométricas.
• Titulação complexométrica: uma titulação 
baseada na formação de complexos de 
coordenação entre um íon metálico e o agente 
complexante (ou agente quelante) para formar 
complexos solúveis.
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4.1 INTRODUÇÃO AOS EQUILÍBRIOS E 
PROCESSOS DE COMPLEXAÇÃO COM EDTA
Reações em equilíbrioquímico de formação de complexos envolvendo mui-
tos íons metálicos podem servir como base para titulações precisas e conve-
nientes para muitos íons metálicos (SCHOLZ; KAHLERT, 2019a). Os processos 
envolvidos na formação de íons complexos são basicamente reações do tipo 
ácido-base em que o íon metálico atua como um ácido e os ânions ou molé-
culas como a base.
• Agente complexante ou ligante: moléculas e / ou 
ânions com um ou mais átomos doadores em 
que cada um doa um único par de elétrons ao 
íon metálico para formar uma ligação covalente.
• Complexo de coordenação: um complexo no 
qual um átomo ou íon central é unido a um ou 
mais ligantes por meio do que é formalmente 
uma ligação covalente coordenada em que 
ambos os elétrons de ligação são fornecidos por 
um ligante.
• Constante de estabilidade de um complexo: uma 
medida da extensão da formação do complexo 
em equilíbrio.
• Quelação: o processo envolvido na formação de 
um quelato.
• Quelato: é um ligante que contém dois ou mais 
grupos doadores de elétrons, de modo que mais 
de uma ligação é formada entre o íon metálico e 
o ligante..
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No sentido mais amplo, complexação é a associação de duas ou mais espé-
cies químicas que são capazes de existência independente por compartilhar 
um ou mais pares de elétrons. Embora esse tipo de reação química possa ser 
classificado como reação ácido-base de Lewis, é mais comumente conhecido 
como reação de complexação. Quando aplicada à análise química, essa de-
finição é geralmente considerada como significando a ligação de um íon de 
metal central, capaz de aceitar um par de elétrons não compartilhado com 
um ligante que pode doar um par de elétrons não compartilhados.
Para a descrição de equilíbrios complexos, o 
número de ligações que um ligante é capaz de 
formar com um íon de metal são importantes. Esta 
propriedade é chamada de denticidade. Ligantes 
de metal podem ser moléculas neutras ou ânions 
que possuem pares de elétrons livres, que podem 
formar laços. Em ligantes multidentados, vários 
chamados átomos doadores são presentes que têm 
pares de elétrons livres. Além disso, esses átomos 
doadores devem ser situados um ao outro de tal 
forma que um - mais ou menos - anel inoxidável 
pode ser formado com o íon de metal central 
(SCHOLZ; KAHLERT, 2019b) Resumidamente, dentro 
do contexto exposto os ligante podem ser definidos 
como: (i) Ligante monodentado: Um ligante que 
compartilha um único par de elétrons com um íon 
metálico central em um complexo ou (ii) ligante 
multidentado: um ligante que compartilha mais de 
um par de elétrons com um íon metálico central em 
um complexo. Aqueles ligantes que compartilham 
2, 3, 4, 5 ou 6 são referidos como bidentados, 
tridentados, tetradentados (ou quadridentados), 
pentadentados (ou quinquidentados) e 
hexadentados, respectivamente.
76
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4.1.1 FORMAÇÃO DE COMPLEXOS COM EDTA
O ácido etilenodiaminotetracético, ou EDTA, é um ácido aminocarboxílico. 
EDTA (ARENAS-LAGO et al., 2017; BOCK, 1962; FLASCHKA, 1964; FLASCHKA; 
NAIMAN, 1959; OVIEDO; RODRÍGUEZ, 2003), é um ácido de Lewis com seis 
locais de ligação - os quatro grupos carboxilato carregados negativamente e 
os dois grupos amino terciários - que podem doar até seis pares de elétrons 
em um íon metálico. O complexo metal-ligante resultante, no qual o EDTA 
forma uma estrutura semelhante a uma gaiola em torno do íon metálico é 
muito estável. O número real de locais de coordenação depende do tama-
nho do íon metálico, no entanto, todos os complexos metal-EDTA têm uma 
estequiometria de 1: 1.
O EDTA é um indicador complexométrico que consiste em 2 grupos amino e 
quatro grupos carboxila denominados bases de Lewis. Ele é um ligante hexa-
dentado por causa de sua competência para denotar seis pares de elétrons 
solitários devido à formação de ligações covalentes. Mesmo a presença de 
pequenos íons de metal levaria a uma mudança distinta na cor. O sucesso das 
titulações de EDTA deve, sem dúvida, ser atribuído à estabilidade dos comple-
xos que confere com os íons metálicos, à versatilidade da reação, e também ao 
uso de indicadores metálicos para detectar seu ponto de equivalência (CORA 
JOFRÉ et al., 2020; JARUJAMRUS et al., 2018).
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EDTA - ácido Etilenodiaminotetracético 
(Ethylenediaminetetraacetic acid)
O EDTA tem seis nitrogênios e oxigênio em sua 
estrutura, dando-lhe, por tanto, seis pares de elétrons 
livres que pode doar aos íons metálicos (sítios ácido-
base). O EDTA existe em até 7 formas ácido-básicas 
diferentes, dependendo do pH da solução. A forma 
mais básica (Y4-) é aquela que reage principalmente 
com os íons metálicos. A propriedade incomum do 
EDTA é sua capacidade de quelar ou complexar íons 
metálicos em complexos 1:1 metal-EDTA. A forma 
totalmente desprotonada (todos os hidrogênios 
ácidos removidos) do EDTA liga-se ao íon metálico. 
O equilíbrio ou constantes de formação para a 
maioria dos metais, especialmente os metais de 
transição, são muito grandes, portanto, as reações 
são deslocadas para a direita favorecendo a 
formação do complexo metálico.
4 4 4 4
4
 ( ) / ( )( )n n n nfM Y MY K MY M
M Metal
EDTA
Y
Y
� � � � � �
�
�
�
� �⇄
Devido à sua forte capacidade de complexação 
para a maioria dos íons metálicos, é usado na 
indústria de alimentos como agente sequestrante. 
A complexação do íon metálico pode impedir outras 
reações, como a ligação de metais que são cofatores 
de enzimas, ou apenas remover um sabor metálico, 
como a contaminação por metal adicionada 
durante o processamento. Para conhecer mais 
sobre as variações das espécies de EDTA, Por favor, 
consultar o capitulo IV do livro Química Analítica 
Quantitativa Elementar (BACCAN, 1979, p.102-105).
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4.1.2 A NATUREZA DO LIGANTE
Um íon de metal central pode formar uma ligação simples com um ligante 
que é capaz de doar um par de elétrons de apenas um de seus átomos. No 
entanto, com ligantes multidentados (ou às vezes conhecidos como poliden-
tados), ele pode formar uma ligação em mais de um local para formar uma 
estrutura em anel. Geralmente, a formação do anel resulta em maior estabili-
dade do complexo. Uma espécie que está ligada simultaneamente a dois ou 
mais locais em um ligante é chamada de quelato de metal, ou simplesmente 
quelato, e o processo de sua formação é chamado de quelação. Um quelato é 
formado se dois ou mais átomos doadores são coordenados pelo uso simultâ-
neo de dois ou mais pares de elétrons para o mesmo átomo de metal.
Equilíbrio de íons complexos
A constante de estabilidade de um complexo 
é definida como uma medida da extensão da 
formação do complexo no equilíbrio. A estabilidade 
de um complexo depende da força da ligação entre 
o íon metálico central e os ligantes (isto é, a ligação) 
e, portanto, quanto mais forte a ligação do ligante 
metálico, mais estável é o complexo. Os complexos 
metálicos são formados pela substituição de 
moléculas na casca solvatada de um íon metálico 
em solução aquosa com os ligantes por reação em 
etapas, conforme mostrado abaixo:
� � � �
� � � �
� � � �
� �
2 2 22 1
2 2 2 21 2
2 2 2 3 22 3
2 2
 
 
 
 
A rea 
 
é:
[ ( ) ] 
n
n n
n n
n n
M H O L M H O L H O
M H O L L M H O L H O
M H O L L M H O L H O
M H O nL
ção global
ML nH O
�
� �
� �
� �
� �
�
� �� �� � � �
� � � �� � � �
� � � �� � � ��
� �
⇌
⇌
⇌
⇌
Onde, L representa o ligante e, se refere ao número 
de moléculas de uma espécie particular. Para saber 
mais sobre expressõesenvolvendo a constante de 
equilíbrio envolvendo complexos metálicos, por 
favor, consulte o capítulo 17 do livro Fundamentos 
de Química Analítica, (SKOOG, 2005, p. 429-431).
79
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Os quelatos encontram aplicação na indústria e no laboratório, onde a fixação 
de íons de metal é necessária. Em química analítica, os quelatos são usados 
em análises qualitativas e quantitativas. Na análise volumétrica, os agentes 
quelantes são frequentemente usados como reagentes ou como indicadores 
para a titulação de alguns íons metálicos. Devido à estabilidade dos quela-
tos, os ligantes polidentados (também chamados de agentes quelantes) são 
frequentemente usados para sequestrar ou remover íons metálicos de um 
sistema químico. O ácido EDTA, por exemplo, é adicionado a certos alimentos 
enlatados para remover íons de metais de transição que podem catalisar a 
deterioração dos alimentos. O mesmo agente quelante tem sido usado para 
tratar o envenenamento por chumbo porque se liga aos íons Pb2+ como o 
quelato, que pode então ser excretado pelos rins. Nas seções subsequentes 
que se seguem, a aplicação dos fundamentos da formação de íons comple-
xos é demonstrada na titulação complexométrica.
4.1.3 FATORES QUE AFETAM A ESTABILIDADE 
DOS COMPLEXOS METÁLICOS
De forma geral, a estabilidade dos complexos metálicos é influenciada por 
uma série de fatores relacionados ao ligante e aos íons metálicos apontados 
a seguir:
1. Natureza do íon metálico: íons pequenos com altas cargas geram com-
plexos mais fortes.
2. Natureza do ligante: Os ligantes que formam quelatos conferem estabi-
lidade extra. Por exemplo, o complexo de níquel com um ligante multi-
dentado é mais estável do que aquele formado com amônia.
3. Basicidade do ligante: Maior basicidade do ligante resulta em maior esta-
bilidade do complexo.
4. Tamanho do anel quelato: A formação de anéis de cinco ou seis mem-
bros fornece a máxima estabilidade.
5. Número de anéis quelatos de metal: A estabilidade do complexo está 
diretamente relacionada ao número de anéis quelatos formados entre o 
ligante e o íon metálico. Quanto maior o número de tais anéis, maior é a 
estabilidade.
6. Acidez/Basicidade do meio reacional: a estabilidade dos complexos varia 
em função do pH.
80
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Constante do complexo METAL-EDTA baseado no equilíbrio químico de for-
mação do complexo metálico com EDTA ( MYK )
Como o grau de acidez interfere nas reações de complexação, para manter 
um pH constante durante uma titulação de complexação, geralmente adicio-
na-se um agente tamponante. Se um dos componentes do tampão for um 
ligante que também tem a capacidade de se liga ao metal (M) como o 2Cd + , 
por exemplo, então o EDTA deve competir com o outro ligante pelo 2Cd + . Na 
reação ideal o EDTA deve ter uma maior capacidade de ligação com o metal 
que o interferente.
Para ilustrar a formação de um complexo metal-EDTA e a obtenção da 
constante de formação do complexo, vamos considerar a reação entre 2Cd +
e EDTA, onde 4Y − é uma notação abreviada para a forma totalmente despro-
tonada de EDTA. 
.
( ) ( ) ( )
2 4 2
aq aq aqCd Y CdY
� � �� ⇌
2 2
16
4
[ ][ ]
[
2,9 10
]f
CdY CdK
Y
− +
−= = ×
Constante de formação condicional (KMY) do EDTA é produto do absoluto 
constante de formação (K) e α4.
. 4MY fK K α=
A constante de formação condicional ( MYK ) é facilmente calculada conhecen-
do a constante de formação absoluta ( fK ) e α4 valor no pH da solução.
MYK é mais prática usar porque representa a tendência real do EDTA para 
formar o complexo com metal no valor de pH da solução. Os valores da MYK 
variam com pH porque α4 varia com o pH.
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4.1.4 INDICADORES PARA USO EM REAÇÕES 
DE COMPLEXAÇÃO
As titulações mais importantes baseadas em reações de formação de com-
plexos são aquelas envolvendo a titulação de íons metálicos com o reagen-
te EDTA. Os indicadores são corantes que têm a propriedade de formar um 
complexo colorido com o íon metálico. À medida que a titulação prossegue, 
o reagente reage primeiro com os íons metálicos não complexados e, final-
mente, no ponto final, reage com o complexo metal-indicador. Na vizinhança 
imediata do ponto final, o indicador sofre oxidação ou redução, dependendo 
se o titulante é um agente oxidante ou um agente redutor. As formas oxida-
das e reduzidas do indicador têm cores distintas.
Na verdade, os indicadores de íons metálicos são frequentemente ácidos or-
gânicos e têm múltiplas espécies com cores diferentes dependente do pH. 
Pegando, por exemplo, um indicador de íon metálico amplamente usado, o 
negro de eriocromo T, suas espécies iônicas em diferentes pHs podem ser 
mostradas como:
ESPÉCIES IÔNICAS DO NEGRO DE ERIOCROMO T EM FUNÇÃO DO PH
H2In- HIn2- In3-pH = 5,3 -7,3 pH = 10,5 -12,5
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Para saber mais sobre expressões envolvendo os 
cálculos e constante condicionais de equilíbrio 
envolvendo complexos metálicos, por favor, 
consulte o capítulo 17 do livro Fundamentos de 
Química Analítica (SKOOG, 2005, p. 438-439).
Esses conceitos de equilíbrio químico e também os 
cálculos envolvendo KMY serão usados mais tarde 
para fins de construção da curva de titulação. Fique 
atento!
82
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O negro de eriocromo T pode mostrar-se como vermelho, azul e amarelo/ 
laranja nas faixas de pH <7, pH 7-11 e pH> 11, respectivamente. Como tem que 
dar um mudança de cor nítida no ponto final da titulação, o indicador só pode 
funcionar em certa faixa de pH. Os complexos de negro de eriocromo T com 
muitos metais (Ca, Mg,Cd, Zn, Ba, Mn, Hg, Pb, Cu, Al, Fe, Ti, Co, Ni, etc.) têm 
uma cor vermelha. Isso sugere que o indicador só pode ser usado quando o 
pH é maior do que 7. Quando o pH <7, o indicador em si é vermelho e nenhu-
ma transição de cor ocorrerá no ponto final. Portanto, negro de eriocromo T 
não é adequado para a titulação de EDTA realizada no meio com pH <7.
Os requisitos do mundo experimental para queladores e indicadores sensíveis, 
seletivos e independentes de pH exigem um novo design desses indicadores 
para complexometria. Novos conceitos e estruturas de quelantes e indicado-
res tem surgido até os dias atuais. Muitos dos avanços foram possíveis apenas 
recentemente, movendo a titulação de uma fase homogênea para uma fase 
heterogênea usando uma nova classe de quelantes e indicadores baseados 
em novas tecnologias (ZHAI; BAKKER, 2016; ZHAI; XIE; BAKKER, 2015a, 2015b).
4.2 TITULOMETRIA DE COMPLEXAÇÃO
4.2.1. CONSTRUÇÃO DA CURVA DE 
TITULAÇÃO COM EDTA
Já aprendemos que na titulação de um ácido forte versus uma base forte, 
um gráfico do pH em relação ao volume da solução da base forte adiciona-
da fornece um ponto de inflexão no ponto de equivalência. Lembram-se dis-
so, Caros alunos? Agora, analogamente da mesma forma, em uma titulação 
de íon de metal versus EDTA, se [ ] pM log M= − , onde M significa o íon de 
metal cuja concentração é necessária é plotado contra o volume de solução 
de EDTA adicionado, um ponto de inflexão ocorre no ponto de equivalência. 
Os cálculos para a construção da curva de titulação são análogos à titulação 
ácido-base com pequenas considerações.
83
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EXEMPLO 1
Cálculos para a construção da curva de titulação com EDTA
Para avaliar a relação entre o ponto de equivalência de uma titulação e seu 
ponto final, precisamos construir apenas uma aproximação razoável da cur-
va de titulação exata. Nesta seção, demonstramosum método simples para 
esboçar uma curva de titulação de complexação. Nosso objetivo é esboçar a 
curva de titulação rapidamente, usando o mínimo de cálculos possível.
Para tal fim, vamos considerar uma titulação de 50,0 mL de 5,00 × 10–3 M 2Cd +
com 0,0100 M com EDTA na presença de 0,0100 M de NH3 para ilustrar nossa 
abordagem.
Considere que antes do início do experimento, o frasco cônico contém ape-
nas 10,0 mL de NaCl 0,0500 M. Vamos lá!
Passo 1: Calcular a constante de formação condicional para o complexo me-
tal-EDTA.
Como o pH usado básico (pH=10), parte do EDTA está presente em outras
formas além de 4–Y . Além disso, o EDTA deve competir com o NH3 pelo Cd2+.
Para avaliar a curva de titulação, portanto, primeiro precisamos calcular a
constante de formação condicional para 2–CdY (METAL-EDTA). 
As constantes de dissociação do EDTA são 4–Yα é 0,35 a um pH de 10, e
que 2Cdα + é 0,0881 quando a concentração de NH3 é 0,0100 M. Usando
esses valores, a constante de formação da reação condicional é
4 2 14' 2.9 1016 0.37 0.0881 9( )( )( ) .5 10MY MYK K Y Cdα α
− += × × = × = ×
Como KMY tem um valor alto, podemos tratar a reação de equilíbrio entre
EDTA-metal como se toda a reação se deslocasse para a direita.
2 4 2
( ) ( ) ( )aq aq aqCd Cd CdY
+ − −+ →
84
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Passo 2: Vamos calcular o volume de EDTA necessário para atingir o ponto de 
equivalência. Lembremos que nesse ponto moles EDTA = moles do metal em 
questão:
2
3
 
 ,
5,00 10 50,0 25,0 
0,010
( )( )
0 
Cd Cd
EDTA
EDTA
moles EDTA moles Cd
Dessa forma
M V M mLV mL
M M
+
−
=
×
= = =
Passo 3: Calcular os valores de pM antes do ponto de equivalência, determi-
nando a concentração de íons metálicos que não reagiram. Antes do ponto 
de equivalência, o Cd2+ está presente em excesso e o pCd é determinado pela 
concentração de Cd2+ que não reagiu. Por exemplo, após adicionar 5,0 mL de 
EDTA, a concentração total de Cd2+ é:
2
3
3
 moles de ( ) de 
 
 
5,00 10 50,0 0,0100 5,0 
50,0 5,0 
3,64 10 
( )( ) ( )( )
Cd
Cd Cd EDTA EDTA
Cd
EDTA
Cd
Cd
C Cd inicio moles EDTA adicionado
Volume total
M V M VC
VCd V
M mL M mLC
mL mL
C M
+
−
−
⇒
⇒
= −
−
⇒ =
+
× −
=
+
= ×
Em seguida, calcula-se a concentração de Cd2+ livre, da seguinte forma:
2 2 4 4[ ] ( )(0,0881 3,64 10 3,21 10 )CdCd Cd C M Mα
+ + − −= × = × = ×
Tendo em mão a concentração do metal, basta calcular pM análogo ao que 
fizemos na construção da titulação ácido-base:
2 43, 21 10 3,( 9[ ] 4)pCd log Cd log+ −= − = − × =
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Passo 4: Calcular pM no ponto de equivalência usando a constante de forma-
ção condicional (KMY).
No ponto de equivalência, todo o Cd2+ inicialmente no titulo está agora pre-
sente como CdY2–. A concentração de Cd2+, portanto, é determinada pela dis-
sociação do complexo CdY2–. Primeiro, calculamos a concentração de CdY2–.
2
2
3
 inicial 
 
5,00 10 3 50,0 3,33 10 
50,0 25,
[
(
 
( )
0
]
)
Cd Cd
Cd
M Vmoles CdCdY
volume total V VEDTA
M mL M
mL mL
+
−
−
= =
+
× −
= = ×
+
Em seguida, resolvemos a concentração de Cd2+ em equilíbrio com CdY2–.
2 3
14
9 
[ ]
(
3,33 10 9,5 10
1,9 10
)( )MY Cd EDTA
Cd
CdY xK
C C x x
x C M
− −
−
× −
= = = ×
= = ×
No ponto de equivalência, os mols iniciais de Cd2+ e os mols de EDTA adicio-
nados são iguais. As concentrações totais de Cd2+, CCd e a concentração total 
de EDTA, CEDTA são iguais. 
Novamente, para encontrar a concentração de Cd2+ não complexado, deve-
mos levar em consideração a presença de NH3; pCd é 9,77 no ponto de equi-
valência.
2 2 9 10] ( )([ 0,0881 1,9 10 1,70 10 )CdCd Cd C M Mα+
+ − −= × = × = ×
Passo 5: Calcular pM após o ponto de equivalência usando a constante de 
formação condicional.
Após o ponto de equivalência, o EDTA está em excesso e a concentração de 
Cd2+ é determinada pela dissociação do complexo CdY2–. Primeiro, calculamos 
as concentrações de CdY2– e de EDTA não reagido. Por exemplo, após adicio-
nar 30,0 mL de EDTA.
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( )( )
2 3
2 3 5,00 10 50,0 3,13 1( )( 0 
 50,0 30,0 
0.0100 30.0 5.00 10 3 50.0 
6,25
50,0 30
)[ ]
( )( )
,0 
Cd Cd
Cd EDTA
EDTA EDTA Cd Cd
EDTA
Cd EDTA
M Vinitial moles Cd M mLCdY M
volume total V V mL mL
M mL M mLM V M VC
V V mL mL
+ −
− −×= = = = ×
+ +
− × −−
= = = ×
+ +
410 M−
Considerando a solução tamponate, em questão temos que:
2 2 3
4 2 14
4
15
2 2 15 16
[ 3,13 10 9,5 10
6,25 10
5,4 10 
0,0881 5,4 10 4,8 10 
A partir desse valor, calcula-se o 15,3
[ ] ]
[ ] ( )( )
2.
MY
Cd EDTA Cd EDTA Cd
Cd
Cd
CdY CdY MK Kf Y Cd
C C C C C
C M
Cd Cd C M M
pCd
α α
α
− − −
− +
−
−
+ + − −
×
= × × = ⇒ = = ×
× ×
⇒ = ×
⇒ = × = × = ×
=
Após o ponto de equilíbrio, sabemos as concentrações de equilíbrio de CdY2- 
e EDTA. Podemos resolver a concentração de equilíbrio de CCd usando KMY 
e então calcular [Cd2+] usando αCd2+. Como usamos a mesma constante de 
formação condicional, KMY, para todos os cálculos, esta é a abordagem mos-
trada aqui. Existe um segundo método para calcular [Cd2+] após o ponto de 
equivalência. Como o cálculo usa apenas [CdY2−] e CEDTA, podemos usar Kf 
em vez de KMY; portanto,
2 2
4
3 2
16
2 –16
3,13 10 0,37 2,9 10
6.25 10 4 
[ ][ ]
[ ] ( )( )
( )
 4,7 10 
 
[
3
]
 15, 3
EDTA
CdY Cd Y Kf
C
M Cd
M
Cd M
pCd
α
− +
−
− +
+
= ×
×
= ×
× −
= ×
⇒ =
⇒
A Tabela a seguir mostra os resultados adicionais para todos os cálculos para 
esta titulação. De forma análoga ao que vimos em unidade anterior, faz-se o 
gráfico com os dados de pCd versus os volumes de EDTA obtidos durante a 
titulação complexométrica.
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TITULAÇÃO DE CD2+ COM 0,0100 M EDTA NA PRESENÇA DE 0,0100 M NH3 
(PH=10)
Volume de EDTA (mL) pCd
0,00 3,36
5,00 3.49
10,0 3.66
15,0 3.87
20,0 4.20
23,0 4.62
27,0 14.95
30,0 15.33
35,0 15.61
40,0 15.76
45,0 15.86
50,0 15.94
Fonte: Adaptada de Chang (2010, p. 24-34);
#PraCegoVer
Valores de pCd em função dos volumes (0,00 – 50,0 mL) que foram obtidos explorando a
 estratégia de cálculo dispostos na seção “Cálculos para a construção da curva de titulação
 com EDTA”.
Para saber mais sobre como montar os cálculos da Concentração dos íons em 
Soluções de EDTA em planilhas eletrônicas, por favor, consulte o livro Funda-
mentos de Química Analítica (SKOOG, 2005, p. 441-443).
4.2.2 FATORES QUE AFETAM A CURVA DE 
TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO COM EDTA
Como já observamos pelas curvas de titulação estudadas anteriormente as 
curvas de titulação possuem o formato de “S”, com o ponto de inflexão no 
ponto de equivalência da curva. No caso das reações de complexação com 
EDTA, dentre todos os fatores que afetam a forma da curva de titulação, a 
constante de estabilidade do complexo metal-EDTA é o mais importante. 
Quanto maior o valor da constante, maior a mudança de pM no ponto de 
equivalência. Percebe-se também que a constante de estabilidade condi-
cional (KMY) não afeta a curva de titulação antes do ponto de equivalência. 
Mas à medida que o KMY aumenta, a curva de titulação após o ponto de 
88
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equivalência é deslocada para cima e a mudança de pM no ponto de equi-
valência é aumentada consequentemente. Uma vez que qualquer titulação 
depende da mudança rápida de pM em torno do ponto de equivalência, 
uma curva de titulação com um salto de pM grande e agudo é crucial para a 
detecção bem-sucedida do ponto final da titulação. Geralmente, ele precisa 
de pelo menos de duasunidades de mudança de pM para um método de 
detecção detectar o ponto final.
Efeito do pH na curva de titulação
O pH do meio pode afetar a constante de estabilidade condicional 
(KMY) do complexo metal-EDTA ao alterar a ionização do EDTA. 
Observa-se que a curva de titulação antes do ponto de equivalência 
não será afetada pelo pH do meio. Mas a curva após o ponto 
de equivalência aumentará com o aumento do pH e diminuirá 
conforme o pH diminui. Por esta razão, um pH mais alto é geralmente 
favorável, desde que a hidrólise do íon metálico não afete a reação de 
complexação (CHANG, 2010).
Efeito do agente complexo auxiliar na curva de titulação
Sob certas circunstâncias, o íon metálico pode hidrolisar no pH onde 
a titulação de EDTA é projetada para conduzir. A hidrólise do íon 
metálico produz hidróxidos e precipitados que podem influenciar 
significativamente a titulação do EDTA ao desacelerar a reação de 
complexação do EDTA ou alterar o mecanismo de complexação. 
Portanto, a hidrólise de metal significativa deve sempre ser evitada 
em uma titulação de EDTA. A adição de um agente auxiliar de 
complexação pode ajudar a prevenir a hidrólise do metal. No entanto, 
a estabilidade do complexo metal-agente auxiliar deve ser muito 
menor do que a do complexo metal-EDTA, de modo que a constante 
de estabilidade condicional não seja inferior a 108 (CHANG, 2010). 
Desta forma, à medida que a titulação prossegue, o agente auxiliar 
será gradualmente substituído quando o complexo metal-EDTA 
for formado. Ao contrário do efeito do pH, a adição de um agente 
complexante auxiliar não mudará a curva de titulação após o ponto 
de equivalência, mas moverá para cima na curva antes do ponto de 
equivalência (BURGOT; BURGOT, 2012; UENO, 1965). Na tabela a seguir, 
encontram-se os cátions metálicos divididos em três grupos de acordo 
com a condição de pH para que a titulação seja realizada com sucesso.
89
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VALORES DE CONSTANTE DE ESTABILIDADE CONDICIONAL (KMY) EM 
FUNÇÃO DO CÁTIONS METÁLICOS
Cátion metálico KMY Log KMY
Mg2+ 4.9 X 108 8.69
Grupo I
pH 8-11
Ca2+ 5.0 X 1010 10.70
Sr2+ 4.3 X 108 8.63
Ba2+ 5.8 X 107 7.76
Grupo II
pH 4-8
Mn2+ 6.2 X 1013 13.79
Fe2+ 2.1 X 1014 14.33
Co2+ 2.0 X 1016 16.31
Ni2+ 4.2 X 1018 18.62
Cu2+ 6.3 X 1018 18.80
Zn2+ 3.2 X 1016 16.50
Cd2+ 2.9 X 1016 16.46
Al3+ 1.3 X 1016 16.13
Pb2+ 1.1 X 1018 18.04
Hg3+ 6.3 X 1021 21.80
Grupo III
pH 1-4
Fe3+ 1.3 X 1025 25.1
V3+ 7.9 X 1025 25.9
Th4+ 1.6 X 1023 23.2
Fonte: Burgot (2012); Chang (2010); Ueno (1965).
#PraCegoVer
Valores de constante de estabilidade condicional (KMY) para alguns metais
separados em grupos de acordo com o valor experimental de pH.
4.2.3 TITULAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
Tal como acontece com as titulações ácido-base, uma titulação redox (tam-
bém chamada de titulação de redução de oxidação que será amplamente 
vista em outra unidade) pode determinar com precisão a concentração de 
um analito desconhecido medindo-o contra um titulante padronizado.
90
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Um exemplo comum é a titulação redox de 
uma solução padronizada de permanganato de 
potássio (KMnO4) contra um analito contendo 
uma concentração desconhecida de íons de 
ferro (II). O permanganato de potássio, KMnO4, é 
provavelmente o mais amplamente utilizado de 
todos os agentes oxidantes volumétricos. É um 
oxidante poderoso e facilmente disponível a um 
custo modesto. A cor intensa do íon permanganato, 
MnO4-, é suficiente para detectar o ponto final na 
maioria das titulações. Dependendo das condições 
de reação, o íon permanganato é reduzido a 
manganês no estado 2+, 3+, 4+ ou 6+. Em soluções 
que são 0,1 M ou mais em ácido mineral, o produto 
de redução comum é o íon manganês (II).
O termo “iodometria”, por sua vez, descreve o tipo 
de titulação que usa uma solução padronizada de 
tiossulfato de sódio como titulante, um dos poucos 
agentes redutores estáveis no que diz respeito 
à oxidação do ar. A iodometria é usada para 
determinar a concentração de agentes oxidantes 
por meio de um processo indireto envolvendo o 
iodo como intermediário. Na presença de iodo, os 
íons tiossulfato se oxidam quantitativamente em 
íons tetrationato. Para determinar a concentração 
dos agentes oxidantes, um excesso desconhecido 
de solução de iodeto de potássio é adicionado 
à solução de ácido fraco. O iodo, que é liberado 
estequiometricamente após a redução do analito, 
é então titulado com uma solução padrão de 
tiossulfato de sódio (Na2S2O3). A padronização se 
faz necessária por que o iodeto de potássio pode 
conter quantidades apreciáveis de íon iodato que 
em solução ácida reagirá com o iodeto e produzirá 
iodo. O iodo liberado reagiria com o tiossulfato e,...
91
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CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou de forma simplificada as teorias de equilíbrio das 
reações de complexação considerando os mecanismos de reações homogê-
neas. Nós vimos que a titulação do EDTA é baseada na formação estequiomé-
trica do complexo metal-EDTA solúvel em água para determinar a concen-
tração do íon metálico em soluções aquosas. Em comparação com técnicas 
instrumentais avançadas, a titulação de EDTA é simples de operar, pode pro-
duzir resultados precisos para amostras com diferentes complexidades e não 
requer instrumentação cara. Nosso estudo se concentrou na teoria dos prin-
cípios básicos, curvas de titulação, detecção de ponto final, tipos de titulação 
e considerações práticas na titulação de EDTA.
...assim, faria com que a molaridade aparente do 
tiossulfato fosse muito baixa. O procedimento de 
padronização permite a determinação de uma 
correção conhecida como "branco" que corrigirá 
adequadamente qualquer iodato que possa estar 
presente. Prepare-se uma solução de KI dissolvido 
em água destilada e acidifica-se a solução com 
ácido sulfúrico com a adição imediata de um 
indicador de amido. Se uma cor preta azulada 
aparecer logo após a mistura, use a solução de 
tiossulfato na bureta para determinar o volume 
de solução necessário para fazer com que a cor 
desapareça. Este volume deve ser subtraído dos 
volumes de padronização e análises. Se o iodeto 
de potássio estiver completamente livre de iodato, 
nenhuma cor se desenvolverá e nenhuma correção 
do branco será necessária.
UNIDADE 5
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Distinguir os 
fenômenos de 
redução e de 
oxidação.
> Esboçar 
semirreações 
e montar a 
equação global 
de oxirredução 
balanceada.
> Discutir a 
aplicabilidade dessa 
técnica clássica.
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5 VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO
Os processos de redução de oxidação (redox) fazem parte do mundo em que 
vivemos. A maioria dos elementos metálicos e não metálicos que encontram 
usos importantes no mundo moderno, são obtidos de seus minérios pelo pro-
cesso de reações de oxidação ou redução, assim também como os processos 
de corrosão, funcionamento de baterias de carro, dentre outros.
As reações químicas nas quais há transferência de elétrons de uma substân-
cia para outra são conhecidas como reações de oxidação-redução ou reações 
redox. Em uma titulação que se utiliza dos processos de oxidação-redução, 
uma concentração conhecida de um agente oxidante é usada para encontrar 
uma concentração desconhecida de um agente redutor, ou vice-versa.
A análise de oxidação-redução tem sido usada ao longo dos anos como um 
método alternativo de análise de materiais que têm vários estados de oxida-
ção.Vários métodos físico-químicos têm sido desenvolvidos e aplicados para 
esse fim. No entanto, como os métodos modernos requerem equipamentos 
caros, os métodos de titulação redox permanecem sendo métodos de inte-
resse à sociedade, embora dentro de um escopo menos abrangente.
INTRODUÇÃO
As reações químicas nas quais há transferência de elétrons de uma substân-
cia para outra são conhecidas como reações de oxidação-redução ou reações 
redox. Em uma titulação redox, uma concentração conhecida de um agen-
te oxidante é usada para encontrar uma concentração desconhecida de um 
agente redutor, ou vice-versa (CHIPPERFIELD, 2005; THORBURN BURNS; 
SZABADVÁRY, 2005; THORBURN BURNS; SZABADVARY; ZOLOTOV, 2017).
As seções introdutórias da unidade explicam os princípios fundamentais das 
reações redoxes, enquanto que nas seções finais exploraremos os conceitos 
de equilíbrio químicos de processos redoxes na explicação de titulações de 
oxidação-redução como uma técnica para análise química volumétrica.
Esta unidade, em parte, nos ajudará a vincular os conceitos fundamentais 
de reações típicas de transferência de elétrons que está acontecendo no 
nível submicroscópico aos eventos macroscópicos de análise volumétrica. 
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A ênfase de conteúdo dessa unidade será em reconhecer os fenômenos de 
oxirredução, descrever e discutir as titulações redoxes e, por fim, executar e 
interpretar cálculos associados a titulações redox que permitem a quantifi-
cação analítica final.
Breve histórico da volumetria de oxirredução
Titulações analíticas usando reações de 
oxidação-redução foram introduzidas logo após 
o desenvolvimento da titulação ácido-base 
(CHIPPERFIELD, 2005; THORBURN BURNS; 
SZABADVÁRY, 2005; THORBURN BURNS; 
SZABADVARY; ZOLOTOV, 2017). 
• A primeira titulação redox utilizou o poder de 
oxidação do cloro. Em 1787, Claude Berthollet 
introduziu um método para a análise quantitativa 
de água com cloro (uma mistura de Cl2, HCl e 
HOCl) baseado em sua capacidade de oxidar 
índigo, um corante que é incolor em seu estado 
oxidado. 
• Em 1814, Joseph Gay-Lussac desenvolveu um 
método semelhante para determinar o cloro em 
pó de branqueamento. Em ambos os métodos, 
o ponto final é uma mudança na cor. Antes 
do ponto de equivalência a solução é incolor 
devido à oxidação do índigo. Após o ponto de 
equivalência, no entanto, o índigo que não reagiu 
confere uma cor permanente à solução. 
• O número de métodos titrimétricos redox 
aumentou em meados de 1800 com a 
introdução de MnO−, 4MnO4−, Cr2O2
−7, Cr2O7
2− 
e I2 como titulantes oxidantes, e de Fe2 e S2O2
−, 
3S2O3
2− como titulantes redutores. Mesmo com 
a disponibilidade desses novos titulantes, a 
titulação redox demorou a se desenvolver devido 
à falta de indicadores adequados. 
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5.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE 
OXIRREDUÇÃO
As reações químicas envolvem a troca de elétrons entre dois ou mais áto-
mos ou moléculas. As espécies envolvidas trocam elétrons, o que leva a uma 
mudança na carga de ambos os átomos daquela espécie. Esta mudança nas 
cargas dos átomos (mudança no número de oxidação do átomo) por meio da 
troca de elétrons é definida como uma reação de redução-oxidação (redox).
Os químicos geralmente usam os termos agentes oxidantes e redutores para 
descrever os reagentes nas reações redoxes. Como a oxidação é o processo de 
perda de elétrons, um agente oxidante é definido simplesmente como qual-
quer substância que pode causar a perda de elétrons em outra substância na 
reação química.
Assim, o agente oxidante ganha elétrons, e seu número de oxidação (um nú-
mero positivo ou negativo que representa o estado de oxidação de um átomo 
conforme definido abaixo) diminui. A redução, por outro lado, é o processo de 
ganhar elétrons e, portanto, um agente redutor é uma substância que pode 
fazer com que outra substância ganhe elétrons. O agente redutor, portanto, 
perde elétrons e, com isso, seu número de oxidação aumenta. Portanto, como 
um agente redutor reduz o outro reagente, ele próprio está sendo oxidado. 
Por outro lado, como um agente oxidante oxida o outro reagente, ele próprio 
está sendo reduzido. Para controlar os elétrons nas reações redox, é útil atri-
buir números de oxidação aos reagentes e produtos. O número de oxidação 
de um átomo, também conhecido como estado de oxidação significa o nú-
mero de cargas que o átomo teria em uma molécula (ou um composto iôni-
co) se os elétrons fossem transferidos completamente.
• O composto difenilamina foi introduzido como 
indicador aplicado a sistema de oxirredução na 
década de 1920. Depois deste, outros indicadores 
redox logo se seguiram, aumentando a 
aplicabilidade da titulação redox.
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Conceitos fundamentais
• Equação de Nernst: relaciona o potencial 
eletroquímico à concentração de reagentes e 
produtos que participam de uma reação redox.
• Oxidação: processo pelo qual um composto 
perde ou ganha elétrons. 
• Agente oxidante: espécie que causa oxidação. 
Um agente oxidante aceita elétrons das espécies 
que ele oxida e, portanto, um agente oxidante é 
sempre reduzido.
• Número de oxidação (Nox): são usados para 
rastrear a transferência de elétrons. Os números 
de oxidação são atribuídos a compostos iônicos e 
também moleculares. Os números de oxidação 
são atribuídos por cada átomo.
• Reação de oxidação: refere-se à meia-reação 
que envolve a perda de elétrons.
• Reações redox: são reações de oxidação-redução 
que envolvem a transferência de elétrons. À 
medida que ocorre a transferência de elétrons, 
as substâncias sofrem alterações no número de 
oxidação.
• Redução: o processo pelo qual um composto 
ganha ganhar elétrons. Corresponde a uma 
diminuição do número de oxidação.
• Reação de redução: é uma meia-reação que 
envolve ganho de elétrons.
• Redutor: espécie que causa redução. Um agente 
redutor doa elétrons para as espécies que ele 
reduz e, portanto, um agente redutor está 
sempre oxidado. Corresponde a um aumento do 
número de oxidação.
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5.1.1 REAÇÃO GLOBAL DE OXIDAÇÃO E 
REDUÇÃO
As reações de oxidação-redução ou redox envolvem a transferência de elé-
trons entre um doador de elétrons (que fica oxidado) e um aceptor de elé-
trons (que fica reduzido). Os agentes oxidantes possuem uma forte afinidade 
pelos elétrons, enquanto os agentes redutores os liberam prontamente. As-
sim, uma reação redox pode ser decomposta em duas meias reações, uma 
para a oxidação do doador de elétrons e outra para a redução do aceptor de 
elétrons (LINGANE, 1958; SCHOLZ et al., 2019).
Construção da reação de oxidação-redução global
Uma meia-reação é a parte de uma reação geral 
que representa, separadamente, uma oxidação ou 
uma redução. Duas semirreações, uma oxidação 
e uma redução, são necessárias para descrever 
completamente uma reação redox tal como mostra 
a reação de transferência de elétrons entre o ferro e 
o cério, a seguir:
Semirreação de oxidação
2 3 Fe Fe e+ + −→ +
Semirreação de redução
4 3 Ce e Ce+ − ++ →
Combinando as semirreações de oxidação e 
redução, teremos a reação global
2 4 3 3Fe Ce Fe Ce+ + + ++ → +
Para conhecer mais sobre outras reações globais de 
processos comuns de oxidação-redução, por favor, 
consultar o capitulo IV do livro Química Analítica 
Quantitativa Elementar (BACCAN, 1979, p.78-9; 
SKOOG, 2005, p. 501-507).
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5.1.2 BALANCEAMENTO IÔNICO
Por que as equações químicas devem ser balanceada?Uma equação quí-
mica balanceada descreve com precisão as quantidades de reagentes e pro-
dutos nas reações químicas. Pelo principio da Lei de Conservação da Massa, 
a massa não é criada nem destruída em uma reação química comum, ela é 
apenas transformada.
Do ponto de vista de escrita de reação química, isso significa que uma equa-
ção química deve ter o mesmo número de átomos de cada elemento em 
ambos os lados da equação, isto é, reagente e produto. Além disso, a soma 
das cargas de um lado da equação deve ser igual à soma das cargas do outro 
lado. Quando essas duas condições são atendidas, a equação é considera-
da equilibrada. Lembre-se que todas as reações de oxido-redução utilizadas 
para os cálculos devem está devidamente balanceadas considerando a mas-
sa e a carga. Para relembrar balanceamento de reações de oxidação-reação, 
por favor, consulte o capítulo 19 do livro Fundamentos de Química Analítica 
(SKOOG, 2005, p. 465-466).
5.1.3 EQUAÇÃO DE NERNST
Os processos eletrônicos caracterizados por uma transferência rápida de 
carga são conhecidos como “processos eletroquimicamente reversíveis”, en-
quanto os processos em que a transferência de carga é lenta devido a barrei-
ras termodinâmicas são frequentemente referidos como “processos eletro-
quimicamente irreversíveis”.
Por outro lado, um “processo quase reversível” é aquele em que a transferên-
cia de elétrons ocorre a uma taxa intermediária. As reações redoxes que ocor-
rem como um processo reversível pode ser expresso na equação de Nernst, 
que permite o cálculo das concentrações de espécies reduzidas e oxidadas no 
equilíbrio (PUENTE; LÓPEZ, 2018). Para a reação redox:
aOx ne bRed�� ⇌
99
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A expressão de Nernst é:
[ ]
[ ]
0
/ /
 /
 / 
 
Re
, , 
 , 
 , 8,314 / 
 , 
 
ox red ox red
EOx red
Ox red
OxidadaRTE E log
nF duzida
Onde potencial de redução em V
E potencial de redução padrão em V
R constante de gás J mol K
T temperatura em K
n número
= +
=
° =
=
=
=
[ ] ( )
 
 , 96.485 / 
 
estequiométrico de elétrons na reação
F Constante de Faraday C mol
concentração atividade da forma oxidada ou reduzida
=
=
A equação de Nernst é uma relação importante que é usada para determi-
nar constantes de equilíbrio de reação e potenciais de concentração, bem 
como para calcular a energia mínima necessária na eletrodiálise, dentre ou-
tras aplicações.
Titulações potenciométricas
Uma vez que todas as titulações redoxes envolvem 
o fluxo de elétrons, todas as titulações envolvendo 
oxidação e redução podem ser monitoradas 
observando o potencial elétrico da solução. Tudo o 
que se precisa para monitorar o potencial de uma 
solução é um eletrodo de referência e um eletrodo 
inerte. Nesse contexto, entra a equação de Nernst, 
que é fundamental em aplicações de titulação 
potenciométricas (SKOOG, 2005).
Uma titulação potenciométrica pertence a métodos 
químicos de análise em que o ponto final da 
titulação é monitorado com um eletrodo indicador 
que registra a mudança do potencial em função 
da quantidade (geralmente o volume) do titulante 
adicionado de concentração exatamente conhecida. 
A medida de potencial pode ser medida, de tal forma 
que é possível correlacionar o tal potencial medido 
com a concentração do analito desejado.
100
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5.2 TIPOS DE TITULOMETRIA DE OXIRREDUÇÃO
Às vezes, torna-se impossível determinar a concentração de uma determi-
nada substância por titulação; por exemplo, quando tal substância é instável 
ou insolúvel. Em tais casos, podemos executar a chamada titulação indireta. 
A substância a ser determinada deve reagir de antemão com outro reagente 
(em intermediário ou um substituto). A substância original finalmente não 
participa da titulação real. Sabe-se que o iodo pode ser usado como um agen-
te oxidante em muitas titulações de redução de oxidação e o iodeto pode ser 
usado como um agente redutor em outras titulações de redução de oxida-
ção. Se uma solução padrão de iodo for usada como titulante para um analito 
As titulações potenciométricas são especialmente 
versáteis porque os eletrodos indicadores 
adequados para o estudo de quase todas as 
reações químicas usadas na titulação estão agora 
disponíveis. Esta técnica também é frequentemente 
utilizada no estudo das condições operacionais de 
indicadores titrimétricos visuais propostos para 
uso geral em análises químicas, bem como no 
estudo de numerosas reações, como a protonação 
e complexação, que não encontram aplicação 
particular em medições analíticas (FERNANDES et 
al., 2000; HULANICKI; MAJ-ŻURAWSKA; GLAB, 2013; 
STILL; SARA, 1977; WHITELEY, 2015)
O curso da curva de titulação potenciométrica 
fornece informações não apenas sobre a posição 
do ponto final da titulação, mas também a posição 
e a forma da curva podem fornecer dados sobre os 
processos que acompanham a reação de titulação. 
Outra vantagem é que o aparelho necessário 
geralmente não é caro, é extremante confiável e 
também facilmente disponível nos laboratórios 
industriais e acadêmicos.
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oxidável, a técnica é iodimetria. Se um excesso de iodeto for usado para re-
duzir quantitativamente uma espécie química, enquanto simultaneamente 
formando iodo, e se o iodo for posteriormente titulado com tiossulfato, a téc-
nica é iodometria. A iodometria é um exemplo de determinação indireta, pois 
um produto de uma reação preliminar é titulada. Enquanto que a iodimetria 
é um caso de titulação redox direta. Uma explicação básica do princípio que 
rege esses dois métodos de titulação redox é apresentada no quadro a seguir.
IODOMETRIA VERSUS IODIMETRIA
Por que os métodos volumétricos envolvendo o iodo se dividem em dois grupos?
Por que os oxidantes fortes oxidam os íons iodeto a iodo, enquanto que os redutores fortes 
reduzem o iodo a iodeto (espécie reativa I3-).
Iodometria Iodimetria
Os métodos indiretos, em que os 
oxidantes são determinados fazendo-os 
reagir com um excesso de íons iodeto e 
determinando-se o iodo liberado com um 
redutor padrão, como o tiossulfato de sódio.
Os métodos diretos em que se utiliza uma 
solução padrão de iodo para se determinar 
redutores fortes, geralmente em meio 
neutro ou levemente ácido.
Aplicação
• Determinação de halogênios
• Determinação de ozônio
• Determinação de cério (Ce4+), 
determinação de ferro (Fe3+)
• Determinação de água pelo 
método de Karl Fisher
• Determinação de hidrazina
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
5.2.1 INDICADORES DE OXIRREDUÇÃO
A titulação redox é uma titulação na qual a reação entre o analito e o titulante 
é uma reação de oxidação/redução. Assim como as titulações ácido-base, as 
titulações redoxes normalmente exigem um indicador que muda de cor clara-
mente. Na presença de grandes quantidades de agente redutor, a cor do indi-
cador é característica de sua forma reduzida. O indicador normalmente assu-
me a cor de sua forma oxidada quando está presente em um meio oxidante. 
Nas proximidades do ponto de equivalência, uma mudança brusca na cor do 
indicador ocorrerá conforme ele muda de uma forma para a outra, de modo 
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que o ponto de equivalência pode ser prontamente identificado. No entanto, 
quando a medida do potencial é realizada em titulações potenciométricas por, 
exemplo, não há a necessidade de indicador d e mudança de cor.
O pH de uma solução aquosa fornece uma medida da concentração de pró-
tons solvatados presentes. Seu potencial de oxidação-redução, E (potencial 
redox), é uma medida de sua capacidade de agir como um agenteoxidante 
ou redutor. Indicadores ácido-base são usados para fornecer uma estimativa 
colorimétrica do pH. De forma semelhante, os indicadores redoxes fornecem 
uma estimativa colorimétrica do potencial redox de uma solução (CHIPPER-
FIELD, 2005).
A classe mais importante de indicadores para titulações redox são substâncias 
que não participam da titulação redox, mas cujas formas oxidadas e reduzidas 
diferem na cor. Quando adicionamos um indicador redox ao titulando, o indi-
cador transmite uma cor que depende do potencial da solução. Como o po-
tencial da solução muda com a adição de titulante, o indicador muda o estado 
de oxidação e muda de cor, sinalizando o ponto final. Conforme ilustrado aqui, 
a mudança na cor ocorre ao longo de uma gama de potenciais centrados no 
potencial de redução de estado padrão do indicador. Tal como acontece com 
outras titulações, o indicador é escolhido de modo que a mudança na sinali-
zação de cor do ponto final da titulação esteja perto do ponto de equivalência.
O ponto final em titulação redox pode ser 
encontrado por duas vias, usando os indicadores 
redoxes ou eletrodos que medem as diferenças de 
potencial no sistema redox.
• Medições eletroquímicas (corrente ou potencial) 
podem ser usadas para determinar o ponto final 
de uma titulação redox.
• O indicador redox é um composto químico que 
sofre uma mudança de cor conforme vai de sua 
forma oxidada para sua forma reduzida.
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Indicadores redox sofrem de sua dependência das mudanças de pH, e ainda 
não há um ‘indicador redox universal’ que pode mostrar o potencial redox de 
uma solução em uma ampla gama de potenciais análogos à maneira em que 
um indicador universal de pH’ cobre um ampla faixa de pH.
O uso de diferentes tipos de agentes oxidantes e redutores, bem como in-
dicadores redox, permite que muitos cátions e ânions sejam analisados de 
forma rápida e precisa. Às vezes, as titulações redoxes requerem a preparação 
prévia e a adição de agentes de mascaramento. Métodos seletivos, sensíveis 
e de baixo custo de titulação redox costumam ser desenvolvidos para a apli-
cação industrial final.
Selecionando e avaliando o ponto final
O ponto de equivalência de uma titulação redox 
ocorre quando quantidades estequiométricamente 
equivalentes de analito e titulante reagem. Tal como 
acontece com outras titulações, qualquer diferença 
entre o ponto de equivalência e o ponto final é uma 
fonte de erro determinada.
A pergunta mais óbvia a fazer é: Onde está o ponto de 
equivalência? Anteriormente, ao discutir titulações 
ácido-base, notamos que o ponto de equivalência 
é quase idêntico ao ponto de inflexão localizado 
na parte acentuadamente crescente de qualquer 
curva de titulação. Quando a estequiometria de 
uma titulação redox é simétrica (ou seja, um analito 
molar por mol de titulante), então o ponto de 
equivalência é igualmente simétrico.
Se, no entanto, a estequiometria não for simétrica, 
então o ponto de equivalência ficará mais perto do 
topo ou da base da elevação acentuada da curva 
de titulação. Nesse caso, o ponto de equivalência é 
considerado assimétrico.
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5.2.2 CURVAS DE TITULAÇÃO REDOX
Para avaliar uma titulação redox, devemos conhecer a forma de sua curva de 
titulação. Em uma titulação ácido-base ou uma titulação de complexação, 
uma curva de titulação mostra a mudança na concentração de íons hidrônio, 
H3O (como pH) ou Metal (M) (como pM) em função do volume de titulante. 
Para uma titulação redox, é conveniente monitorar o potencial eletroquímico. 
A equação de Nernst, que relaciona o potencial eletroquímico à concentração 
de reagentes e produtos que participam de uma reação redox, é frequente-
mente usada para determinar a concentração de um analito.
No aparelho de titulação potenciométrica, existem dois eletrodos tal como 
mostra o esquema simplificado na Figura a seguir. Eles são nomeados como 
eletrodo indicador e eletrodo padrão de referência. O eletrodo indicador é im-
portante no monitoramento do ponto final da titulação. No ponto final, ocor-
re uma mudança repentina e enorme de potencial.
EXEMPLO
Cálculos para a construção da curva de titulação redox
Vamos calcular a curva de titulação para a titulação de 50,0 mL de 0,100 M 
Fe2+ com 0,100 M Ce4+ em uma matriz de 1 M HClO4. A reação neste caso é a 
reação global apresentada no sub-tópico "5.1.1 Reação global de Oxidação" e 
redução. Como a constante de equilíbrio para a reação é muito grande, dessa 
forma podemos assumir que o analito e o titulante reagem completamente.
Passo 1: Calculando o volume de titulante necessário para atingir o ponto de 
equivalência.
A primeira tarefa é calcular o volume de Ce4+ necessário para atingir o ponto 
de equivalência da titulação. Pela estequiometria da reação, sabemos que no 
ponto de equivalência:
] [ ] [ ] [3 3 2 4
2 4
 [ 
,
] 
 
Fe Ce e Fe Ce
Dessa forma os moles Fe moles Ce
+ + + +
+ +
= =
=
105
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Assim, resolução da equação Fe Fe Ce CeM V M V× = × permite calcular o volume de 
Ce4+ ponto de equivalência como da seguinte forma:
( )( )
( )
0,100 50,0 
50,0 
0,100 
Fe Fe
Ce
Ce
M mLM VV mL
M M
= = =
A) ESQUEMA SIMPLIFICADO DE CÉLULA DE TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA; B) CURVA 
DE TITULAÇÃO REDOX
Titulante
(Ce)
A B
1.4
1.3
1.2
1.1
1.0
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0 10 20 30 40 50 60 70
Ce4+ + Fe2+ Ce3+ + Fe3+
Ponto de
equivalência
P
ot
ên
ci
al
 (V
)
VCe4+ (mL)
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer
Aparelho para titulação potenciométrica simplificado, mostrando os dois
indicadores: eletrodo indicador e o eletrodo padrão de referência ligado a um
medidor de potencial (V) em (A) e a forma da curva de titulação redox destacando 
o ponto de equivalência em (B).
Passo 2: Calculando o potencial antes do ponto de equivalência determinan-
do as concentrações das formas oxidada e reduzida do titulante e usando a 
equação de Nernst para a meia-reação de redução do titulante.
106
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Veja que antes do ponto de equivalência, a concentração de Fe2+ não reagiu 
completamente e a concentração de Fe3+ são fáceis de calcular. Por esta razão, 
encontramos o potencial usando a equação de Nernst para o Fe3+.
3 2
2
3/
2
30,767 0,05916 (Fórmula 
[
I
]
[
)
]
[ ]
[ ]
o
Fe Fe
RT FeE E log
nF Fe
FeV log
Fe
+ +
+
+
+
= −
⇒ + −
A partir desse ponto, é possível calcular a concentração dos íons de ferro usan-
do a fórmula 1. Por exemplo, as concentrações de Fe2+ e Fe3+ após a adição de 
10,0 mL de titulante são:
2 4
2
2 2
moles de 
 total
0,100 50,0 0,100 10,0 6,67 10
50,0 10,0
[ ]
( )( ) ( )( )[ ] Fe Fe Ce Ce
Fe Ce
Fe no inicio moles Ce adicionadoFe
volume
M V M V M mL M mLFe M
V V mL mL
+ +
+
+ −
−
=
−
⇒
−
= = = ×
+ +
No caso do Fe3+,
4
3 2 0,100 0,0 1,67 10
 50,0 10
( )(1 )[
0
]
,
Ce Ce
Fe Ce
M Vmoles de Ce adicionado M mLFe M
Volume total V V mL mL
+
+ −= = ×⇒ = =
+ +
Tendo em mãos as concentrações dos íons envolvidos na reação de oxidação, 
podemos calcular o potencial antes do ponto de equivalência desse sistema 
redox da seguinte forma:
2
2
6,67 10 0,767 0,05916 0,731 
1,67 10 
ME V log V
M
−
−
×
= + − = +
×
Passo 3: Calculando o potencial após o ponto de equivalência determinan-
do as concentrações das formas oxidada e reduzida do titulante e usando a 
equação de Nernst para a meia-reação de redução do titulante.
Após o ponto de equivalência, a concentração de Ce3+ e a concentração de 
Ce4+ em excesso são fáceis de calcular. Por esta razão, encontramoso poten-
cial usando a equação de Nernst para a espécie Ce4+.
4 3
3 3
4 4/
[ ] [ ]
[ ]
1,70 0,059
]
1
[
6o
Ce Ce
RT Ce CeE E log V log
nF Ce Ce+ +
+ +
+ += − = + −
107
MULTIVIX EAD
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Por exemplo, depois de adicionar 60,0 mL de titulante, as concentrações de 
Ce3+ e Ce4+ são as seguintes:
( )( )23 30,100 50,0 no inicio da reação 4,55 10 
 50,0 60,
[ ]
0 
Fe Fe
Fe Ce
M mLM Vmoles de FeCe M
volume total V V mL mL
+
+ −= = = = ×
+ +
4 2
4 [
 
] Ce Ce Fe Fe
Fe Ce
M V M Vmoles Ce adicionado moles de Fe no inicioCe
volume total V V
+ +
+ −−= =
+
( )( ) ( )( )4 30,100 60,0 0,100 50,0 [ 9,09 10 
50,0 60,0
]
 
M mL M mL
Ce M
mL mL
+ −−= = ×
+
Nesse ponto da titulação, o potencial será:
2
3
4,55 10 1,70 0,05916 1,66 
9,09 10 
ME V log V
M
−
−
×
= + − = +
×
Passo 4: Calcule o potencial no ponto de equivalência.
No ponto de equivalência da titulação, o potencial, Eeq, é relação entre os 
reagente é exatamente igual à relação dos produtos (Número igual de moles 
de Ce3+ e Fe3+). Nesse ponto da titulação, o potencial no ponto de equivalência 
será dado pela média ponderada dos E0 dos dois pares redoxes envolvidos da 
seguinte forma:
3 2 4 3/ / 0,767 1,70 1,23 
2 2
o o
Fe Fe Ce Ce
eq
E E V VE V+ + + +
+ +
= = =
Para explorar os cálculos para curva de titulação redox consulte as páginas 
510 a 512 do livro de Skoog de 2005. A tabela a seguir mostra os resulta-
dos adicionais para todos os cálculos para esta titulação redox. De forma 
análoga ao que vimos em unidades anteriores, para a construção da curva 
de titulação monta-se o gráfico com os dados matemáticos obtidos. Nesse 
caso, medida de potencial em volts versus os volumes do titulante utilizados 
durante a titulação redox.
108
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TITULAÇÃO DE 0,100 M FE2+ WITH 0,100 M CE4+
Volume of Ce4+ (mL) E (V)
10.0 0,731
20.0 0,757
30.0 0,777
40.0 0,803
50.0 1,23
60.0 1,68
70.0 1,69
80.0 1,69
90.0 1,70
Fonte: Baccan (1979, p. 87-96).
#PraCegoVer
Valores de potencial em função dos volumes (0,00 – 50,0 mL) que foram
obtidos explorando a estratégia de cálculo disposta na seção “Cálculos para a
construção da curva de titulação redox”.
Para saber mais sobre como montar os cálculos da concentração dos íons 
em processos que envolvem reações de oxidação-reação em planilhas eletrô-
nicas, por favor, consulte o livro Fundamentos de Química Analítica (SKOOG, 
2005, p. 507-517).
5.2.3 ERROS DE TITULAÇÕES DE 
OXIRREDUÇÃO
Tal como acontece com as titulações ácido-base, uma titulação redox pode 
determinar com precisão a concentração de um analito desconhecido me-
dindo-o contra um titulante padronizado.
Ao usar indicadores de cores, é necessário distinguir os erros sistemático e alea-
tório resultantes da escolha do indicador. A magnitude desses erros precisa esti-
mativa antes do trabalho experimental, a fim de identificar o máximo possível de 
precisão da titulação pretendida. Além disso, a estimativa de erro permite a fixa-
ção de intervalos de concentrações de analito, em que as titulações são possíveis.
109
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Nós vimos que o ponto final de uma titulação redox pode ser determinado 
por um eletrodo através da medição do potencial eletroquímico com um ele-
trodo indicador em relação a um eletrodo de referência, dessa forma é pos-
sível montar um gráfico do dado de potencial eletroquímico obtido contra 
o volume de titulante ou por um indicador de cor utilizado na titulação. No 
entanto, como em outras titulações, geralmente é mais conveniente usar in-
dicadores visuais.
Aqui estão três métodos usados para indicação visual do ponto final em uma 
titulação redox. São eles: 
Auto-indicação do ponto final
Alguns titulantes, como –4MnO , têm formas oxidadas e reduzidas cujas 
cores em solução são significativamente diferentes: Soluções de –4MnO 
são intensamente roxas. Em soluções ácidas, no entanto, a forma 
reduzida de permanganato, 2Mn + , é quase incolor. Quando –4MnO é 
usado como um titulante oxidante, a solução permanece incolor até 
que a primeira gota do excesso de –4MnO seja adicionada. O primeiro 
tom roxo permanente indica o ponto final. 
Indicadores específicos
Algumas substâncias indicam a presença de uma espécie oxidada 
ou reduzida específica. O amido, por exemplo, forma um complexo 
azul escuro com –3I e pode ser usado para sinalizar a presença de 
excesso de –3I (mudança de cor: incolor para azul), ou a conclusão de 
uma reação em que –3I é consumido (mudança de cor: azul a incolor). 
Outro exemplo de indicador específico é o tiocianato, –SCN , que forma 
um complexo solúvel de cor vermelha de ( )2Fe SCN + com 3Fe + . 
110
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Indicadores redox
A classe mais importante de indicadores visuais, entretanto, são 
substâncias que não participam da titulação redox, mas cujas 
formas oxidadas e reduzidas diferem na cor. Quando adicionado a 
uma solução contendo o analito, o indicador transmite uma cor que 
depende do potencial eletroquímico da solução. Como o indicador 
muda de cor em resposta ao potencial eletroquímico, e não à 
presença ou ausência de uma espécie específica, esses compostos são 
chamados de indicadores redox gerais. A relação entre a mudança de 
cor de um indicador redox e o potencial eletroquímico da solução é 
facilmente derivada considerando a meia-reação para o indicador.
Os seguintes fatores contribuem para o erro total em titulações redox com in-
dicadores visuais: o erro do ponto final, que surge da diferença entre o poten-
cial do ponto de equivalência e aquele do ponto final real determinado por 
um dado indicador; o erro de consumo do indicador, que decorre da quanti-
dade de indicador oxidado (ou reduzido) pelo titulante; o erro de irreversibili-
dade, que é na verdade uma parte do erro de consumo do indicador, decor-
rente dos processos geralmente não controlados ligados à irreversibilidade 
dos processos redox, decomposição dos produtos de reação, etc.
Os dois primeiros fatores podem ser avaliados com base em as características 
físico-químicas de todos os sistemas envolvidos. Eles contribuem para o erro 
sistemático total. O terceiro, por não ser estritamente controlado, em geral au-
menta o erro de consumo do indicador positivo, dependendo de parâmetros 
como taxa de adição de titulante, agitação, efeito dos produtos de decomposi-
ção sobre o potencial, etc. (BRAY, 1910; ERDEY; SVEHLA 1968; HULANICKI, 1975).
111
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
CONCLUSÃO
Uma reação redox é usada para uma titulação e atende aos requisitos gerais 
que se aplicam a outros procedimentos de titulação bem-sucedidos. Muitas 
espécies inorgânicas diferentes existem em mais de um estado de oxidação 
estável e podem frequentemente ser determinadas por meio de uma titu-
lação redox. Certos grupos funcionais orgânicos são oxidados ou reduzidos 
quantitativamente e são analisados por um procedimento de titulação.
Esta unidade discute a viabilidade de titulações redox e detecções de ponto 
final por indicadores de cor. As reações redox tendem a ser lentas e frequen-
temente a reação redox torna-se útil depois que um catalisador adequado se 
torna disponível. O capítulo também explica a curva de titulação redox, que 
descreve a mudança na concentração das espécies de interesse em função 
do titulante. É possível prever a forma de uma curva de titulação antes de re-
alizar a titulação no laboratório.
UNIDADE 6
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
> Analisar os 
conceitos de 
ácidos e bases 
a substâncias 
orgânicas;
> Relacionar 
os compostos 
orgânicos de acordo 
com os grupos 
funcionais presentes 
na estrutura;
> Diferenciar os tipos 
de reações comuns 
em carbonos.
113
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
6 COMPOSTOS ORGÂNICOS
Para entender a vida como a conhecemos, devemos primeiro entender um 
pouco da química orgânica. Já ouviu falar que o carbono é o cerne da vida 
celular? O carbono tem a capacidade de se ligar a vários elementos atômi-
cos como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, dentre outros. Uma vez 
que isso pode acontecer, cadeias carbônicas com diversidade estrutural com 
alta complexidade podem ser formadas. O carbono compõe desde pequenas 
moléculas como aminoácidos e bases nitrogenada até as grandes estruturas 
como proteínas e material genético (DNA e RNA).
Dessa forma, a química orgânica define a vida. Assim como existem milhões 
de diferentes tipos de organismos vivos neste planeta, existem milhões de di-
ferentes moléculas orgânicas, cada uma com diferentes propriedades quími-
cas e físicas. Existem produtos químicos orgânicos que compõem seu cabelo, 
sua pele, suas unhas, material genético e, assim por diante. A diversidade de 
produtos químicos orgânicos se deve à versatilidade do átomo de carbono. 
Mas, por que o carbono é um elemento tão especial? A química do carbono é 
tão importante que possui todo um ramo da química, inteiramente dedicado 
a ela - a química orgânica. Vejamos sua química com um pouco mais de de-
talhes no decorrer dessa unidade.
INTRODUÇÃO
O número de compostos que contêm carbono excede em muito todos os ou-
tros compostos combinados. O carbono compõe a maioria das biomoléculas 
orgânicas do nosso corpo que são essenciais a processos celulares como a 
respiração humana, o processo de fotossíntese, dentre outros.
Esta unidade explora como ensinar sobre a natureza especial do carbono, 
algumas das classes importantes de compostos que ele forma e suas rea-
ções mais importantes. Isso o ajudará a ajudar seus alunos a entender como 
a complexidade desses compostos leva à variação nas estruturas moleculares 
e arranjos espaciais dos átomos. Depois de trabalhar nesta unidade, você será 
capaz de: compreender os principais aspectos da química do carbono, repre-
sentar estruturas de compostos de carbono; conhecer os grupos funcionais 
orgânicos, suas principais reações específicas e os princípios que governam 
114
QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
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as reações envolvendo compostos de carbono. As seções introdutórias desta 
unidade apresentam os principais grupos orgânicos e as suas propriedades, 
enquanto que nas seções finais exploraremos as reações orgânicas.
PROPRIEDADES DO CARBONO
Os átomos de carbono podem se associar a outros átomos:
C
H
O
S
N
Halogênios
Número atômico: 6 
Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p2 
Camada de Valência: 2s2 2p2
O carbono tem 4 elétrons em sua camada externa. Para satisfazer a regra do octeto, ele 
precisa compartilhar 4 outros elétrons. Isso significa que cada átomo de carbono forma 4 
ligações.
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Por que o carbono é a espinha dorsal da vida? Por 
que é especial?
A configuração eletrônica de um átomo determina 
os tipos e o número de ligações que o átomo 
formará com outros átomos. Esta é a fonte da 
versatilidade do carbono. As cadeias de carbono 
formam os esqueletos das moléculas orgânicas, 
as quais podem variar no comprimento da cadeia 
carbônica e forma.
Para saber mais sobre as propriedades do carbono 
e sua versatilidade, estude os capítulos 1 e 4 
intitulados como “Compostos de carbono e ligações 
químicas” (McMurry J., 2011, p. 1-21) e “O Carbono e a 
Diversidade Molecular da Vida” (Reece et al., 2015, p. 
56-64), respectivamente.
115
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
6.1 PROPRIEDADES DOS PRINCIPAIS TIPOS DE 
COMPOSTOS ORGÂNICOS
6.1.1 ALCANOS, ALCENOS E ALCINOS
Os compostos orgânicos mais simples contêm apenas os elementos carbono 
e hidrogênio e são chamados de hidrocarbonetos. Um resumo da definição 
de alcanos, alcenos e alcinos encontra-se no quadro, a seguir:
HIDROCARBONETOS SATURADOS E INSATURADOS
Alcanos
• Todas as ligações são simples, possuem fórmulas moleculares que 
satisfazem a expressão geral 2 2n nC H + (onde n é um inteiro).
• O carbono é hibridizado é do tipo sp3 (três pares de elétrons estão 
envolvidos na ligação, formando um complexo tetraédrico).
• cada ligação C — C e C — H é uma ligação sigma (σ).
• Sequência de átomos de carbono, em vez de estar conectada em uma 
cadeia, pode também se fechar para formar um anel. Os hidrocarbonetos 
saturados que contêm um anel são chamados de cicloalcanos. Com uma 
fórmula geral de 2n nC H (n é um número inteiro maior que 2).
Alcenos
• Também chamados de olefinas.
• Hidrocarbonetos alifáticos insaturados. 
• contêm uma ligação dupla carbono-carbono.
• Os alcenos são caracterizados pela fórmula molecular geral CnH2n,.
Alcinos
• Também chamados de acetilenos.
• Hidrocarbonetos alifáticos insaturados.
• Os alcinos têm uma ligação tripla carbono-carbono.
• os alcinos por 2 2n nC H − .
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Embora sejam compostos de apenas dois tipos de átomos, há uma grande 
variedade de hidrocarbonetos porque eles podem consistir em comprimen-
tos variados de cadeias, cadeias ramificadas e anéis de átomos de carbono 
ou combinações dessas estruturas. Além disso, os hidrocarbonetos podem 
diferir nos tipos de ligações carbono-carbono presentes em suas moléculas 
tal como mostra a Figura, a seguir.
116
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TIPOS DE LIGAÇÕES BÁSICAS C-C NO METANO, ETANO E ETENO
Molécula e 
estrutura 
molecular
Fórmula 
molecular
Fórmula 
estrutural
Modelo de esfera e 
bastão
Modelo de 
preenchimento 
espacial
(a) Metano. 
Quando um 
átomo de 
carbono forma 
quatro ligações 
simples com 
outros átomos, 
a molécula é 
tetraédrica.
CH4
(b) Etano. 
Uma molécula 
pode ter mais 
de um grupo 
tetraédrico 
de átomos 
com ligações 
simples. (Oetano 
é constituído 
por dois desses 
grupos.)
C2H6
(c) Eteno 
(etileno). 
Quando dois 
átomos de 
carbono estão 
conectados por 
uma ligação 
dupla, todos os 
átomos ligados 
aos átomos 
de carbono 
estão no 
mesmo plano; 
e a molécula é 
achatada.
C2H4
Fonte: Reece et al. (2015, p. 59).
#PraCegoVer
Fórmula estrutural, modelo do esfera e bastão e modelo espacial
dos hidrocarbonetos metano (1C), etano (2C) e eteno (2C).
117
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Muitos hidrocarbonetos são de fonte natural encontrados em plantas, ani-
mais e seus fósseis; outros hidrocarbonetos são de fonte sintética quando pre-
parados em laboratórios. Usamos hidrocarbonetos todos os dias, principal-
mente como combustíveis, como gás natural, acetileno, propano, butano e 
os principais componentes da gasolina, óleo diesel e óleo para aquecimento. 
Os conhecidos plásticos polietileno, polipropileno e poliestireno também são 
hidrocarbonetos. Podemos distinguir vários tipos de hidrocarbonetos por di-
ferenças na ligação entre os átomos de carbono. Isso leva a diferenças nas ge-
ometrias e na hibridização dos orbitais de carbono formando uma variedade 
de compostos copropriedades completamente diferente.
VERSATILIDADE DO CARBONO QUANTO AO COMPRIMENTO, RAMIFICAÇÃO, LIGAÇÃO 
DUPLA E PRESENÇA DE ANÉIS AROMÁTICOS
Variação do comprimento da cadeia
Etano Propano
Variaçãodo tipo de ligação
Variação de ramificação Variação dos arranjos cíclicos
Butano 2-Metilpropano Ciclo-hexano Benzeno
1-Buteno 2-Buteno
Fonte: Reece et al. (2015, p. 59).
#PraCegoVer:
Diferentes combinações da ligação carbono-carbono mostrando a versatilidade estrutural 
do carbono formando tanto compostos lineares, ramificados cíclicos, aromáticos.
118
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Propriedades física e química dos hidrocarbonetos
As propriedades físicas dos alcenos e alcinos 
são geralmente semelhantes às dos alcanos ou 
cicloalcanos com igual número de átomos de 
carbono. Alcinos têm pontos de ebulição mais 
altos do que alcanos ou alcenos, porque o campo 
elétrico de um alcino, com seu número aumentado 
de elétrons π mantidos fracamente, é distorcido 
mais facilmente, produzindo forças de atração mais 
fortes entre as moléculas.
Os hidrocarbonetos têm eletronegatividade 
semelhante porque nas moléculas orgânicas 
existem apenas ligações Carbono-Carbono e ligação 
Carbono-hidrogenio. A ausência de compostos 
mais eletronegativos justifica essa característica. Em 
relação aos pontos ponto de ebulição (PE) e ponto de 
fusão (PF). Há uma relação direta entre o tamanho 
da cadeia e do valor dessas propriedades físico-
química. A presença de ramificações nas cadeias 
carbônicas pode diminuir drasticamente os PE e PF.
Os alcenos reagem com uma variedade muito 
mais rica de compostos do que os alcanos. A reação 
característica dos alcanos é a substituição; aquela 
de alcenos e alcinos é a adição à ligação dupla ou 
tripla. A hidrogenação é a adição de hidrogênio 
molecular (H2) a uma ligação múltipla, que converte 
alquenos em alcanos. A reação ocorre a uma 
taxa conveniente apenas na presença de certos 
catalisadores de metal finamente divididos, como 
níquel (Ni), platina (Pt), paládio (Pd) ou ródio (Rh).
119
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
6.1.2 COMPOSTOS AROMÁTICOS
Os hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno, também são compostos 
formados apenas por carbono e hidrogênio. Eles são sistemas de anel plano 
que contêm orbitais p continuamente sobrepostos. Os elétrons no anel de 
benzeno têm propriedades energéticas especiais que fornecem ao benzeno 
propriedades físicas e químicas marcadamente diferentes dos alcanos. Ori-
ginalmente, o termo aromático foi usado para descrever esta classe de com-
postos porque eram particularmente perfumados. No entanto, na química 
moderna, o termo aromático denota a presença de um anel muito estável 
que confere propriedades diferentes e únicas a uma molécula. Os compostos 
aromáticos são geralmente não polares e imiscíveis com água. Como muitas 
vezes não são reativos, são úteis como solventes para outros compostos não 
polares. As ligações duplas em compostos aromáticos têm menor probabili-
dade de participar de reações de adição do que aquelas encontradas em al-
cenos típicos. Em vez disso, os compostos aromáticos cíclicos sofrem reações 
de substituição eletrofílica (reações nas quais o anel atua como um nucle-
ófilo para um eletrófilo adequado). Para estudar propriedades estruturais e 
De forma geral, a reatividade química dos 
hidrocarbonetos gira em torno das ligações PI, 
quanto maior o número de elétrons π maior 
será reatividade do hidrocarboneto Dessa forma, 
a reatividade pode ser estimada em ordem 
decrescente da seguinte forma: alcinos> alcenos> 
alcanos. Para saber mais sobre os hidrocarbonetos, 
estude os capítulos 3 (compostos orgânicos – 
alcanos e cicloalcanos), 4 (Estereoquímica de 
Alcanos e Cicloalcanos), 7 (Alcenos - Reações e 
Síntese), 8 (Alcinos - Uma Introdução à Síntese 
Orgânica) e 9 (Estereoquímica) do livro de química 
orgânica combo (McMurry J., 2011).
120
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reações em compostos aromáticos, por favor, consulte os capítulos 14, 15 e 16 
do livro “Química orgânica: estrutura e função” (Volhard, 2013) intitulados Sis-
temas Pi Deslocalizados, benzeno e aromaticidade e Ataque Eletrofílico nos 
Derivados do Benzeno, respectivamente.
QUIRALIDADE DO CARBONO SP3
Um dos aspectos interessantes da química orgânica é que ela é tridimen-
sional. Uma molécula pode ter uma forma no espaço que pode contribuir 
para suas propriedades. As moléculas podem diferir na maneira como os áto-
mos estão dispostos - a mesma combinação de átomos pode ser montada 
de mais de uma maneira. Esses compostos são conhecidos como isômeros. 
Os isômeros são moléculas com as mesmas fórmulas moleculares, mas dife-
rentes arranjos de átomos. Existem vários tipos diferentes de isômeros que 
serão descritos e um fluxograma pode ajudá-lo a determinar quais tipos de 
isômeros estão presentes.
Os hidrocarbonetos n-butano e isobutano, por exemplo, são isômeros consti-
tucionais e são os únicos possíveis para a fórmula C4H10. Esses isômeros sur-
gem devido à possibilidade de ramificação em cadeias de carbono. Em um 
deles, os átomos de carbono estão em uma cadeia linear, enquanto no outro 
a cadeia é ramificada. Como os isômeros são compostos diferentes, eles po-
dem ter propriedades físicas e químicas diferentes. Por exemplo, o n-butano 
tem um ponto de ebulição mais alto (−0,5 ° C [31,1 ° F]) do que o isobutano 
(−11,7 ° C [10,9 ° F]) (Figura A). Outro tipo de isomeria é a que ocorre em torno 
da ligação dupla C=C. Há rotação livre em torno das ligações simples carbono-
-carbono (C – C) nos alcanos. Em contraste, a estrutura dos alcenos requer 
que os átomos de carbono de uma ligação dupla e os dois átomos ligados a 
cada átomo de carbono estejam todos em um único plano, e que cada átomo 
de carbono duplamente ligado esteja no centro de um triângulo. Esta parte 
da estrutura da molécula é rígida; a rotação em torno de átomos de carbono 
duplamente ligados não é possível sem romper a ligação. Considere o alceno 
com a fórmula estrutural condensada CH3CH = CHCH3. O cis-2-buteno possui 
ambos os grupos metil no mesmo lado da molécula. O trans-2-buteno tem 
os grupos metil em lados opostos da molécula (Figura B). Uma molécula con-
tendo um carbono com quatro grupos diferentes resultam em uma molécula 
quiral, e o carbono é referido como um centro quiral, assimétrico ou estereo-
gênico (Figura C).
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DIFERENTES COMBINAÇÕES DA LIGAÇÃO CARBONO-CARBONO
A B
C
Isômeros estruturais
Butano Isobutane
Isômeros cis-trans (E/Z)
Cis-2-Butene (Z)-but-2-ene
centro
quiral
Isômeros R/S
(R)-Ácido láctico
(S)-Ácido láctico
Enantiômeros: têm imagem especular não sobreponível 
Fonte: Adaptado de Reece et al. (2015, p. 61).
#PraCegoVer:
Diferentes combinações da ligação carbono-carbono destacando a versatilidade 
isomérica que pode acontecer de varias formas devido à presença de carbono quiral,
dupla ligação, ramificação, etc
A quiralidade é derivada da palavra grega χειρ (kheir) que significa “mão”. Diz-
-se que um objeto é quiral se o objeto e sua imagem no espelho não forem 
sobreponíveis, assim como nossas mãos direita e esquerda. Agora você deve 
estar se perguntando o que queremos dizer com ‘não sobreponíveis’. Quando 
a imagem espelhada do objeto é colocada sobre o objeto original e eles não 
se sobrepõem (Figura C).
Compostos orgânicos, moléculas criadas em torno de uma cadeia de átomos 
de carbono (mais comumente conhecida como estrutura de carbono), de-
sempenham um papel essencial na química da vida. Essas moléculas deri-
vam sua importância da energia que carregam, principalmente na forma de 
energia potencial entre as moléculas atômicas. Uma vez que tal força poten-
cial pode ser amplamente afetada devido a mudanças no posicionamento 
atômico, é importante entender o conceito de um isômero, uma moléculaque compartilha a mesma composição atômica que outra, mas diferindo no 
arranjo estrutural. Estereoisômeros são isômeros que diferem no arranjo es-
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pacial dos átomos, ao invés da ordem de conectividade atômica. Um de seus 
tipos mais interessantes de isômero são os estereoisômeros de imagem no 
espelho, um conjunto não sobreposto de duas moléculas que são a imagem 
no espelho uma da outra. A existência dessas moléculas é determinada pelo 
conceito conhecido como quiralidade.
Talvez já no ensino médio, você pode ter ouvido falar sobre moléculas quirais. 
Moléculas quirais, como açúcares, aminoácidos e a maioria das outras biomo-
léculas, vêm em pelo menos duas formas que são imagens espelhadas uma 
da outra e que não são iguais, chamadas de par de enantiômeros (Figura C).
Por definição, existem dois tipos de estereoisômeros: geométricos e ópticos. 
Os isômeros geométricos diferem na (s) posição (ões) relativa (s) dos substi-
tuintes em uma molécula rígida. A rotação simples sobre uma ligação σ C – C 
em um alceno, por exemplo, não pode ocorrer devido à presença da ligação π. 
Os substituintes são, portanto, rigidamente travados em um arranjo espacial 
particular. Assim, uma ligação múltipla carbono-carbono, ou em alguns casos 
um anel, evita que um isômero geométrico seja prontamente convertido no 
outro. Os membros de um par isomérico são identificados como cis ou trans, 
e a interconversão entre as duas formas requer a quebra e a reforma de uma 
ou mais ligações. Como sua diferença estrutural faz com que tenham proprie-
dades físicas e químicas diferentes, os isômeros cis e trans são, na verdade, 
dois compostos químicos distintos.
Isômeros ópticos são moléculas cujas estruturas são imagens de espelho, 
mas não podem ser sobrepostas umas às outras em qualquer orientação. Os 
isômeros ópticos têm propriedades físicas idênticas, embora suas proprieda-
des químicas possam diferir em ambientes assimétricos. Moléculas que são 
imagens espelhadas não sobrepostas umas das outras são chamadas de qui-
rais (pronuncia-se “ky-ral”, do grego cheir, que significa “mão”). Exemplos de 
alguns objetos quirais familiares são suas mãos, pés e ouvidos. Para adquirir 
uma visão ampla desse assunto importantíssimo, por favor, faça uma revi-
são a cerca de estereoquímica no capítulo 9 livro de química orgânica combo 
(McMurry J., 2011, 270-310).
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6.1.3 ALCOÓIS E ÉTERES
A incorporação de um átomo de oxigênio em moléculas contendo carbono 
e hidrogênio leva a novos grupos funcionais e novas famílias de compostos. 
Quando o átomo de oxigênio está ligado por ligações simples, a molécula é 
um álcool ou éter.
Os álcoois são derivados de hidrocarbonetos nos quais um grupo –OH substi-
tuiu um átomo de hidrogênio. Embora todos os álcoois tenham um ou mais 
grupos funcionais hidroxila (–OH), eles não se comportam como bases como 
NaOH e KOH. NaOH e KOH são compostos iônicos que contêm íons OH–. Os 
álcoois são moléculas covalentes; o grupo –OH em uma molécula de álcool 
está ligado a um átomo de carbono por uma ligação covalente.
ÁLCOOL ETÍLICO VERSUS ÉTER ETÍLICO
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
#PraCegoVer:
Diferentes combinações da ligação carbono-oxigênio mostrando a
versatilidade estrutural do carbono formando alcoóis e éteres.
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Propriedades e classificação estrutural de álcoois 
e éteres
Como regra geral, as substâncias polares ou iônicas 
se dissolvem em solventes polares; as substâncias 
não polares se dissolvem em solventes não polares. 
Como resultado, os hidrocarbonetos não se dissolvem 
na água. Freqüentemente, eles são considerados 
imiscíveis na água. Os álcoois, como eram de se 
esperar, têm propriedades entre os extremos dos 
hidrocarbonetos e da água. Quando a cadeia de 
hidrocarbonetos é curta, o álcool é solúvel em água. 
À medida que a cadeia de hidrocarbonetos se torna 
mais longa, o álcool se torna menos solúvel em água. 
Uma das extremidades das moléculas de álcool 
tem tanto caráter não polar (C-H) que é considerada 
hidrofóbica. A outra extremidade que contém um 
grupo -OH pode formar ligações de hidrogênio 
com moléculas de água vizinhas e, portanto, é 
considerado hidrofílico. À medida que a cadeia 
de hidrocarbonetos se torna mais longa, o caráter 
hidrofóbico da molécula aumenta e a solubilidade 
do álcool em água diminui gradualmente até se 
tornar essencialmente insolúvel em água. O etanol 
é um álcool primário porque há apenas um grupo 
alquil ligado ao carbono que carrega o substituinte 
OH. A estrutura de um álcool primário pode ser 
abreviada como RCH2OH, onde R representa 
um grupo alquil. O álcool isopropílico, por sua 
vez, encontrado no álcool de fricção é um álcool 
secundário, que possui dois grupos alquil no átomo 
de carbono com o substituinte OH (R2CHOH). Um 
exemplo de um álcool terciário (R3COH) é o álcool 
terc-butílico (ou t-butílico) ou 2-metil-2-propanol. 
Outra classe de álcoois são os fenóis, nos quais um 
grupo OH está ligado a um anel aromático. Existem 
diferenças importantes entre as propriedades físicas 
e químicas dos álcoois e dos éteres. Considere éter 
dietílico e 1-butanol, por exemplo, que são isômeros 
constitucionais com a fórmula C4H10O.
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ISÔMEROS FUNCIONAL DA FÓRMULA MOLECULAR C4H10O – ÉTER 
VERSUS ÁLCOOL
C4H10O
CH3CH2OCH2CH CH3CH2CH2CH2OH
Ponto de ebulição (°C) 34,5 117,2
Densidade (g/mL) 0,7138 0,8098
Solubilidade em água insolúvel solúvel
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
A diferença fundamental entre esses compostos é 
a presença de grupos OH no álcool que faltam no 
éter. Como as ligações de hidrogênio não podem 
se formar entre as moléculas do éter, o ponto de 
ebulição desse composto é mais de 80 ° C mais 
baixo do que o álcool correspondente. Como não há 
ligações de hidrogênio para organizar a estrutura 
do líquido, o éter é significativamente menos denso 
que o álcool correspondente. Para saber mais 
sobre alcoóis e éteres, estude os capitulos 8 (Grupo 
Funcional Hidroxila: Álcoois) 9 (Outras Reações dos 
Álcoois e a Química dos Éteres) do livro do Volhard, 
2013. E, para conhecer outras funções orgânicas 
biologicamente importantes acesse a página 63 do 
livro de Reece et al., 2015.
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6.2 REAÇÕES EM CARBONOS
Como todos nós sabemos, quando carbono é queimado no ar para dar dióxido 
de carbono, é chamado de combustão. Quando o metano (CH4) é queimado 
na presença de oxigênio, ele nos fornece dióxido de carbono, calor e luz. Mas, 
a versatilidade do carbono permite que o mesmo reaja também com água e 
ar (oxigênio). E, também o permite uma infinidade de reações orgânicas que 
envolvem fazer novas ligações químicas e quebrar velhas ligações químicas. 
Veremos mais sobre isso de forma resumida a partir desse tópico.
Visão geral dos tipos de reações orgânicas 
As reações de compostos orgânicos podem ser 
organizadas amplamente de duas maneiras: 
1. Quais os tipos de reações e 
2. Como essas reações ocorrem 
De forma resumida, os tipos de reações que os 
compostos orgânicos sofrem podem ser divididos 
em quatro categorias, a saber:
Em uma reação de adição, o número de ligações 
σ na molécula de substrato aumenta, geralmente 
à custa de uma ou mais ligações π. O inverso é 
verdadeiro para as reações de eliminação, ou seja, 
o número de ligações σ no substrato diminui e 
novas ligações π são frequentemente formadas. As 
reações de substituição, como o nomeindica, são 
caracterizadas pela substituição de um átomo ou 
grupo por outro átomo ou grupo. Uma reação de 
rearranjo gera um isômero e, novamente, o número 
de ligações normalmente não muda.
Para saber mais sobre os tipos de reações orgânicas, 
exemplos, exercícios e mecanismo de reações 
orgânicas, faça uma revisão sobre reações orgânicas, 
no capítulo 5 do livro do (McMurry J., 2011).
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6.2.1 REAÇÃO DO CARBONO COM ÁCIDOS, 
ÁGUA E O AR
O grafite reage com o ácido nítrico concentrado à quente para formar ácido 
melítico, C6(COOH)6. As reações entre grafite e hidrogênio que são termo qui-
micamente desfavoráveis podem ocorrer em uma extensão mensurável sob 
condições em que os produtos da reação são rapidamente removidos ou o 
sistema é extinto. O carbono, seja como grafite ou diamante, não reage com 
a água em condições normais. No entanto, em condições especiais de altas 
temperaturas, o carbono irá reagir com a água, formando uma mistura de hi-
drogênio (H2, 50%), monóxido de carbono (CO, 40%), dióxido de carbono (CO2, 
5%), nitrogênio e metano (N2 + CH4, 5%).
( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 2 3 3 s g g g gC H O CO CO H+ → + +
O carbono, como a grafite, queima, formando óxidos de carbono gasosos. O 
diamante, quando aquecido a 600-800 ° C, também queima, formando óxi-
dos de carbono gasosos. Em quantidades suficientes de O2, o carbono forma 
CO2 (dióxido de carbono). Isso é chamado de combustão completa:
( ) ( ) ( )2 2 s g gC O CO+ →
Em quantidades insuficientes de O2, o carbono forma CO (monóxido de car-
bono). Isso é chamado de combustão incompleta:
( ) ( ) ( )2 2 s g gC O CO+ →
6.2.2 REAÇÃO DO CARBONO COM 
HALOGÊNIOS
O grafite reage com o flúor, F2, (quantidade em excesso) em altas temperatu-
ras, formando uma mistura de CF4, C2F6 e C5F12.
( ) ( ) ( )2 4 2 6 5 12 s g gC F CF C F C F
∆→+ + +
À temperatura ambiente, a reação com o flúor resulta em uma mistura 
chamada «fluoreto de grafite». Esta é uma mistura não estequiométrica com 
a fórmula CFx (0,68 <x <1). O composto é preto quando x é baixo, prateado em 
x = 0,9 e incolor quando x está em torno de 1.
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6.2.3 REAÇÃO DE CARBONO COM AMIDA DE 
SÓDIO
O carbono reage com a amida de sódio a 500-600 ° C, formando cianeto de 
sódio:
( ) ( ) ( ) ( )2 2 s g s lC NaNH NaCN H
∆ +→+
PREVISÃO DE ACIDEZ E BASICIDADE DOS 
COMPOSTOS ORGÂNICOS
Nesse tópico vamos falar sobre o que está por trás das tendências de acidez 
para diferentes moléculas e discutir os fatores importantes que influenciam 
o caráter ácido-base dos compostos orgânicos. Sabe-se que a medida de pKa 
é uma das medidas mais importantes que você pode aprender na química 
orgânica. A constante de acidez Ka (e seu logaritmo negativo pKa) é uma me-
dida extremamente útil de predição de acidez. Por que os valores de pKas são 
tão importantes? Porque todo nucleófilo é potencialmente uma base e vice-
-versa. O resultado final é que qualquer fator que estabilize a base conjugada 
resultará em aumento da acidez.
Podemos usar esse fator como base para prever tendências de acidez ou ba-
sicidade. Lembre-se de que o papel de uma base é compartilhar um par de 
elétrons com um próton, resultando em uma nova ligação a esse próton. Uma 
molécula que pode doar elétrons mais prontamente será, portanto, uma base 
mais forte. (Existem alguns fatores adicionais que não consideraremos neste 
nível.) Como sabemos que bases mais fortes têm ácidos conjugados mais fra-
cos, podemos aplicar essa mesma análise para determinar a acidez também. 
Muitos fatores podem influenciar a capacidade de uma molécula de doar elé-
trons. A “Basicidade” é um conceito que versa sobre a “estabilidade de um par 
de elétrons não-compartilhado”. Primeiro, vamos nos concentrar em átomos 
individuais e pensar sobre as tendências associadas à posição de um elemen-
to na tabela periódica. Por exemplo, nessa série que compõe os átomos do 
segundo período da tabela periódica C, N, O e F.
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SERIE DE TENDÊNCIA DE ESTABILIDADE DOS C, N, O E F (2° PERÍODO DA TABELA 
PERIÓDICA)
Quanto mais estável for um par de 
elétrons, menos básico ele será. Quanto 
menos estável for um par de elétrons 
solitário, mais básico será.
Menos estável Mais estável
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer:
 Ao comparar átomos na mesma linha da tabela periódica, quanto mais eletronegativo
for o átomo doador de elétrons, menos ele estará disposto a compartilhar esses
elétrons com um próton, portanto, mais fraca é a base
Os fatores mais comuns que influenciam a basicidade de compostos or-
gânicos são ressonância, raio atômico, eletronegatividade e efeito indutivo. 
Consideramos cada um deles a seguir. (Esses mesmos fatores também in-
fluenciam a nucleofilicidade).
Raio atômico
Por exemplo, na seguinte reação, qual a direção que a reação aconteceria? A 
reação seria favorecida para a direita ou para a esquerda?
+ H2O H-F + OH
desfavorecida
favorecida
F
Ora, o íon fluoreto é o mais estável nesta série porque é o mais eletronegativo; 
o carbono é o menos estável porque é o menos eletronegativo. Por isso, pu-
demos dizer que o H-F era o mais ácido, pois tinha a base conjugada mais 
estável. E H-CH3 (metano) era o menos ácido, porque tinha a base conjugada 
menos estável. Portanto, neste caso, numa reação de (F–) com H2O seria a me-
nos favorecida, porque F– é o mais estável. E a reação do H3C– com H2O seria 
a mais favorecida, porque H3C– é o menos estável. Um esclarecimento: essas 
são reações de equilíbrio químico. Então, o termo “favorecido” aqui é a exten-
são em que o equilíbrio favoreceria os produtos da direita. O mesmo principio 
se aplica para compostos orgânicos simples etano, metilamina e etanol, ou 
mesmo para biomoléculas mais complexas com as mesmas funcionalidades, 
por exemplo, as cadeias laterais dos aminoácidos alanina (alcano), lisina (ami-
na) e serina (álcool).
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Ressonância
Diz-se que uma molécula tem ressonância quando sua estrutura não pode 
ser adequadamente descrita por uma única estrutura de Lewis. Como a res-
sonância influencia a capacidade de uma base de compartilhar elétrons com 
um próton? A ressonância pode deslocar este par de elétrons que a base pode 
usar para formar a nova ligação com o próton. Essa deslocalização de elétrons 
aumenta a estabilidade da base. Maior estabilidade resulta em menor reati-
vidade. Uma base que tem deslocalização de ressonância do par de elétrons 
que é compartilhado com o próton será, portanto, menos básica do que uma 
base sem este recurso. Como uma base mais fraca tem um ácido conjugado 
mais forte, um composto cuja base conjugada desfruta de estabilização de 
ressonância será mais ácido.
PKA DE ALGUNS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS TÍPICOS
pKa 4.7 4.3 4.2
R = -CH3 pKa 3.9 4.3 4.4 
 - F 3.3 3.9 4.1
 - Cl 2.9 3.8 4.0
 - Br 2.8 3.8 4.0 
 -OCH3 4.1 4.1 4.5
 -NO2 2.2 3.53.4
Fonte: Adaptada da Tabela de pKa de Bordwell “Hans Reich’s Collection. Bordwell pKa 
Table, 2020.”
#PraCegoVer: 
Os pKa de alguns ácidos carboxílicos típicos estão listados na tabela. Substituintes
eletronegativos próximos ao grupo carboxila agem para aumentar a acidez.
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Eletronegatividade
Lembre-se de que a eletronegatividade é a medida da atração de um átomo 
pelos elétrons. Quanto maior a eletronegatividade, maior a atração. Podemos 
estender essa ideia ainda mais e concluir que os átomos com maior eletro-
negatividade serão menos inclinados a compartilhar seus elétrons com um 
próton. Assim, aumentar a eletronegatividade do átomo que compartilha um 
par de elétrons diminuirá a basicidade. Bases mais fracas têm ácidos conju-
gados mais fortes, então concluímos que, à medida que a eletronegatividade 
de um átomo aumenta a acidez do próton ligado também aumenta. Os pa-
res solitários que são compartilhados com um próton residem em C, N, O e 
F. Destes, o carbono é o menos eletronegativo (mais disposto a compartilhar 
elétrons), então CH3 - (íon meteto) é a base mais forte. O flúor é o mais ele-
tronegativo, então F- (íon fluoreto) é o menos disposto a doar elétrons (a base 
mais fraca). No geral, a ordem de eletronegatividade é C (2,5) <N (3,0) <O (3,5) 
<F (4,0), então a ordem de basicidade é CH3 - (base mais forte)> NH2 -> HO-> 
F-. A relação entre a basicidade conjugada e a acidez é inversa, então a ordem 
da acidez é: CH4 (ácido mais fraco) <NH3 <H2O <HF (ácido mais forte). Os valo-
res reais de pKa concordam com esta previsão: CH4 pKa 51 (ácido mais fraco), 
NH3 (pKa 38), H2O (pKa 15,7) e HF (pKa 3,2).
Efeito indutivo
Que efeito sobre a basicidade é visto quando as diferenças estruturais não 
se limitam ao átomo que compartilha o par de elétrons? Exemplo: Como a 
acidez do ácido acético (CH3CO2H) é alterada quando um dos hidrogênios do 
grupo metil é substituído por um átomo de cloro para produzir ácido cloroa-
cético (ClCH2CO2H)? Alternativamente, o que isso faz com a basicidade relati-
va do íon acetato (CH3CO2 -) versus o íon cloroacetato (ClCH2CO2 -)?
VALORES DE PKA DA “HANS REICH’S COLLECTION
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
#PraCegoVer:
Diferentes combinações da ligação carbono-oxigênio mostrando a versatilidade
estrutural do carbono formando álcoois e éteres.
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Essa diferença estrutural não altera a eletronegatividade ou o raio atômico dos 
átomos de oxigênio que compartilham um par de elétrons com um próton, 
nem altera o número de contribuintes de ressonância. Uma nova explicação 
é necessária. Lembre-se de que o papel de uma base é compartilhar um par 
de elétrons com um próton para formar uma nova ligação covalente. Quan-
to menos densidade de elétrons disponível (ou seja, menos carga negativa), 
mais difícil é para o átomo compartilhar este par de elétrons. Qual o efeito da 
substituição do hidrogênio pelo cloro na densidade de elétrons dos átomos 
de oxigênio? O cloro é mais eletronegativo que o carbono, então o cloro puxa 
a densidade do elétron do átomo de carbono adjacente. Este átomo de car-
bono, por sua vez, pega emprestado a densidade do elétron do carbono car-
bonílico vizinho e assim por diante. O efeito final é que o átomo de cloro atrai 
a densidade do elétron para si e para longe do grupo carboxilato. A densidade 
de elétrons reduzida do grupo carboxilato significa menor basicidade. Assim, 
prevemos que ClCH2CO2
- seja uma base mais pobre do que CH3CO2- e, por 
extensão, ClCH2CO2H seja um ácido mais forte do que CH3CO2H. Os valores 
reais de pKa são 2,86 para ClCH2CO2H (ácido mais forte) e 4,76 para CH3CO2H 
(ácido mais fraco). O efeito de um átomo ou grupo de átomos na densidade 
do elétron em uma porção remota da molécula é chamado de efeito indutivo.
CONCLUSÃO
Nessa unidade apresentamos um esboço das principais facetas estruturais da 
química orgânica, particularmente aquelas que dizem respeito a alguns dos 
principais grupos químicos de moléculas orgânicas. O número de compostos 
orgânicos conhecidos é tão grande que um estudo sistemático da estrutura 
e das reações é essencial.
Vimos que enquanto o carbono (C) e o hidrogênio (H) formam a base das mo-
léculas orgânicas, a rica diversidade e especificidade das interações entre as 
moléculas biológicas e de drogas surge da presença de heteroátomos (N, O, 
S, P, haletos) quando eles se combinam com C e H para formar vários grupos 
funcionais.
Nesta unidade, nos preocupamos principalmente com a teoria estrutural que 
está no cerne do estudo da química orgânica, pois é com base nisso que os 
fatos sobre milhões de compostos diferentes são coletados e organizados de 
maneira sistemática.
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QUÍMICA ANALÍTICA E ORGÂNICA
Partindo do conhecimento básico adquirido nessa unidade, o aluno será ca-
paz de observe as reações orgânicas e fazer a si mesmo as seguintes per-
guntas: quais ligações foram rompidas e quais se formaram? Uma vez que 
se conhecem as características de todos os grupos funcionais e os pontos es-
truturais passiveis de sofrer algum tipo de reação é, possível realizar um es-
quema organizacional que ajuda a catalogar as reações químicas e, de forma 
mais fácil lembrar as reações que serão possíveis para cada grupo químico.
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