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Semiologia cardiaca

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Isabella Ayres Neiva-T8
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
SINAIS E SINTOMAS
● Dor precordial *
● Palpitações
● Dispneia
● Tosse e expectoração
● Sincope e lipotimia
● Cianose
● Edema
●
DOR PRECORDIAL
● Não é sinônimo de dor cardíaca
● Pode ter origem no coração, pleura, esôfago,
aorta, mediastino, estômago e parede torácica
● Avaliação semiológica da dor:
-Localização
- Irradiação
-Caráter
-Intensidade
-Duração
-Frequência
-Fatores desencadeantes ou agravantes
-Fatores atenuantes
-Sintomas concomitantes
VD ocupa a maior parte da face anterior
do coração, enquanto a ponta do coração
é formada pelo VE
LINHAS TORÁCICAS
EXAME FÍSICO DO CORAÇÃO
● INSPEÇÃO
● AUSCULTA
● PALPAÇÃO
→ Semiotécnica:
● Posição do paciente
-Padrão – decúbito dorsal (DD)
●Outras posições podem ser necessárias
-Sentado, decúbito lateral (DL)
→INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
● Realiza inspeção e palpação
simultaneamente
● Parâmetros a serem analisados:
-Pesquisa de abaulamento
-Análise do ictus cordis ou choque de ponta
-Análise de batimentos ou movimentos
visíveis ou palpáveis
-Pesquisa de frêmito cardiovascular
→ PESQUISA E ABAULAMENTO
● Observação região precordial feita em duas
incidências:
-Tangencial - examinador de pé ao lado direito
do paciente
-Frontal - examinador junto aos pés do
paciente, que permanece deitado
● Abaulamento pode indicar aneurisma de
aorta, cardiomegalia,
*dilatação de VD e alterações da caixa
torácica
ICTUS CORDIS
● Estudado pela inspeção e palpação
● Investigar a localização, extensão,
mobilidade,
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
intensidade, forma de impulsão, ritmo e
frequência
● Localização varia de acordo com biotipo
-mediolíneo (5° EIC, LHCE)
-brevilíneo (2 cm p/ fora e p/ cima, 4° EICE)
-longilíneo (2 cm p/ dentro, 6° EICE)
● Extensão - quantas polpas digitais são
necessárias p/cobri-lo (nl = 1 ou 2)
→Ictus invisível e impalpável:
-enfisema pulmonar
-obesidade
-musculatura muito desenvolvida
-grandes mamas
● Pessoas saudáveis, pode ser que o ictus não
seja visível*
→DESLOCAMENTO DO ICTUS
● Na hipertrofia VE associada à dilatação
desta cavidade o ictus cordis está
desviado para baixo e para fora, além
de ser mais amplo
→MOBILIDADE
● Primeiro, marca-se o local do choque com o
paciente em decúbito dorsal
● Em seguida, o paciente adota os dois DL
(direito e esquerdo), e o examinador
marca o local do ictus nessas posições
● Em condições normais, o choque da ponta
desloca-se 1 a 2 cm com as mudanças de
posição
→INTENSIDADE
● Avaliada pela palpação
● Examinador repousa palpa da mão sobre a
região do ictus
●Pessoas saudáveis - intensidade varia, sendo
mais forte em pessoas magras
ou após exercício e emoções, assim como em
todas as situações que
provocam aumento da atividade cardíaca
(hipertireoidismo)
● Na hipertrofia VE que se constatam os
choques de ponta mais vigorosos
● Em 30% das pessoas saudáveis, não se
consegue detectar ictus nas posições sentada e
em DD
● Nestes casos coloca-se o paciente em DLE,
lembrando-se que esta posição desloca para
fora o ictus
BATIMENTOS OU MOVIMENTOS
● Retração sistólica apical - casos de
hipertrofia direita. Na sístole, em vez de um
impulso, percebe uma retração da ponta,
enquanto as regiões esternal e paraesternal E
são projetadas para diante
● Levantamento em massa do precórdio -
ocorre na hipertrofia do VD. É percebido
como um impulso sistólico que movimenta
uma área relativa/ grande da parede torácica
nas proximidades do esterno
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
● Pulsações epigástricas - vistas e palpadas em
muitas pessoas. São a transmissão à parede
abdominal das pulsações da aorta. Entretanto,
pode denunciar hipertrofia VD (pulsações são
mais intensas no nível do ângulo xifoesternal)
● Pulsação supraesternal ou na fúrcula esternal
- pode ser observada em pessoas normais e
depende das pulsações da crossa da aorta.
Quando muito intensas, levantam a suspeita de
HAS, aneurisma da aorta ou síndrome
hipercinética (insuficiência Ao,
hipertireoidismo)
FREMITO CARDIOVASCULAR
● Sensação tátil determinada por vibrações
produzidas no coração ou nos vasos
(comparada ao que se sente quando se palpa o
pescoço de um gato que ronrona)
● Ao encontrar-se um frêmito, 3 características
precisam ser investigadas:
-Localização – usando como referência os
focos de ausculta cardíaca
-Situação no ciclo cardíaco – usando como
referência o ictus ou pulso carotídeo
(ocorre na sístole ou diástole)
-Intensidade (+ a ++++)
AUSCULTA
● Para se auscultar corretamente o coração,
devem ser obedecidas normas:
-Ambiente de ausculta – silencioso
-Aplicação e escolha correta do receptor:
- Receptor colocado diretamente sobre a
pele, com perfeita coaptação de suas bordas
- O diafragma é o receptor ideal para sons
agudos e a campânula para sons graves
-Posição do paciente:
-Paciente fica normal/ em posição de DD
-Paciente sentado com tórax ligeira/
inclinado
-Paciente DLE com a mão esquerda na
cabeça
-Instrução adequada do paciente
-Orientações qto as manobras necessárias
para melhor definição dos sons
-Solicitações claras, como inspirar
profundamente ou fazer ligeira apnéia
FOCOS OU AREAS DE AUSCULTA
● Todo precórdio e regiões adjacentes, como
axila esquerda, dorso e pescoço precisam ser
auscultados
● No entanto, existem focos de ausculta que
norteiam o examinador
● Os focos não correspondem exata/ a
localização anatômica das valvas que
emprestam o nome, mas são regiões do tórax
onde o som das valvas se projetam
● • Foco Mitral (FM) - 5o EICE na LHC e
corresponde ao ictus
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
● Foco Pulmonar (FP) - 2o EICE, junto ao
esterno
● Foco Aórtico (FAo) - 2o EICD, justaesternal
● Foco Aórtico acessório - 3o EICE, junto ao
esterno
●Foco Tricúspide (FT) - base do apêndice
xifoide, ligeiramente p/ esquerda
● Outras áreas de ausculta no precórdio e
adjacências são:
● Borda esternal esquerda (BEE), que
corresponde ao espaço situado entre a área
pulmonar e a área tricúspide
● Borda esternal direita (BED), que
compreende a região entre a área aórtica e o 5o
EICD, justa esternal
● Endoápex ou mesocárdio é a área situada
entre o FT e o FM
● Regiões infra e supra claviculares direita e
esquerda
● Regiões laterais do pescoço
● Regiões interescapulovertebral
ABORDAGEM SISTEMATIZADA NA
AUSCULTA CARDIACA
1. Ritmo cardíaco - regular ou irregular
2. Frequência cardíaca
3. Bulhas (1a e 2a) - intensidade e
desdobramentos
4. Ruídos adicionais - 3a e 4a bulhas
5. Sopros cardíacos
6. Atrito
BULHAS CARDÍACAS
● Primeira bulha (B1)
-Fechamento das valvas mitral e tricúspide
-Componente mitral (M) antecedendo o
tricúspide (T)
-Coincide com o ictus cordis e com o pulso
carotídeo
-Timbre mais grave – “TUM”
-Maior intensidade no foco mitral
● Segunda bulha (B2)
-Fechamento das valvas aórtica e pulmonar
-Componente aórtico (A) antecedendo o
pulmonar (P)
-Timbre mais agudo, seco – “TÁ”
-Mais intensa nos focos da base (aórtico e
pulmonar)
DESDOBRAMENTO DE B1
● Ocorre em indivíduos saudáveis, especial/
em crianças e jovens - fenômeno não
relacionado com a
respiração e sem significado patológico
●Discreto assincronismo na contração dos
ventrículos
● Desdobramento muito amplo - suspeitar de
BRD
DESDOBRAMENTO DE B2
● Expiração – A e P fecham sincronicamente,
originando um único ruído
● Inspiração – P fecha depois
-sístole do VD se prolonga ligeira/, em fç do
maior afluxo sanguíneo a este lado do coração
-desdobramento inspiratório ou fisiológico da
B2
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
BULHAS CARDÍACAS
● Terceira bulha (B3)
● Ruído protodiastólico de baixa frequência
●Se origina das vibrações da parede
ventricular subitamente distendida
● Relacionada com sobrecarga de volume
(insuficiência de VE, insuficiência mitral)
● Pode ser fisiológica em crianças e
adolescentes
● É melhor audível com campânula, na área
mitral em DLE
● TUM TÁ TÁ
● Quarta bulha (B4)
● Ruído telediastólico ou pré-sistólico, de
baixa intensidade
● Ocorre por desaceleração abrupta de fluxo
durante a sístole atrial
● Relacionada a sobrecarga depressão (HAS,
coronariopatias, miocardiopatias)
● Pode ser fisiológica em crianças e adultos
jovens
● TU - TUM - TÁ
RITMO E FREQUENCIA DO CORAÇÃO
● Reconhecidas a B1 e B2, o objetivo seguinte
é determinar o ritmo cardíaco e o número de
batimentos por minuto (bpm)
● Duas bulhas, caracteriza-se o ritmo binário
ou de 2 tempos (2T)
● Se houver uma 3a bulha fala-se em ritmo
tríplice ou de 3 tempos (3T)
INTENSIDADE DAS BULHAS
● Alterações da intensidade das bulhas
● Hiperfonese / hipofonese
●Vários fatores influem na intensidade das
bulhas, por exemplo, condições
relacionadas com a transmissão do ruído:
● Indivíduos com tórax delgado, bulhas mais
intensa
● Obesidade, massas musculares dos peitorais
muito desenvolvidas, enfisema
pulmonar, bulhas tornam-se de menor
intensidade
SOPROS CARDÍACOS
● Produzidos por vibrações decorrentes
de alterações do fluxo sanguíneo:
(A) fluxo sanguíneo laminar, onde não
formar turbilhões e não origina
sopro
(B) Estenose
(C) Dilatação
(D) Obstáculo intraluminar
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
SOPROS CARDIACOS
● Sopros sistólicos:
-sopro sistólico de ejeção - estenose da valva
aórtica ou pulmonar
-sopro sistólico de regurgitação - insuficiência
mitral ou tricúspide
● Sopros diastólicos:
-Sopro de estenose mitral ou tricúspide
-Sopro de insuficiência aórtica ou pulmonar
ATRITO PERICÁRDICO
● Ruído grosseiro, de alta frequência, “áspero”
● Gerado pelo atrito entre o pericárdio visceral
e parietal inflamados
● Similar ao ranger de couro novo
● Não tem relação com as bulhas
●Melhor audível com o tronco flexionado para
frente, principalmente em BEE
DESCRIÇÃO DA INSPEÇÃO E
PALPAÇÃO
● Inspeção: sem abaulamento precordial, ictus
visível ou não
● Palpação: ictus palpável até 2 polpas digitais
no 5o EICE em LHC, sem frêmito
* PA e avaliação dos pulsos*
DESCRIÇÃO DAS AUSCULTAS
● FC: 60-100 bpm
● Ritmo cardíaco: ritmo cardíaco regular
(RCR), em dois tempos (2T -
binário) ou três tempos (3T - tríplice)
● Bulhas: bulhas normofonéticas (BNF)
●Sopros: sem sopros
● Atrito pericárdico: sem atrito
● Descrição: RCR, em 2T, BNF, sem sopros,
sem atrito pericárdico

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