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Doença Celíaca Conceitos: Glúten: conjunto de proteínas individuais que se encontram nos cereais e se dividem em prolaminas e gluteninas. As prolaminas que dão reação aos celíacos são gliadina (trigo), secalina (centeio), hordeína (cevada) e avenina (aveia). Doença por sensibilidade ao glúten: . Estado de resposta imunológica, tanto celular como humoral, ao glúten, em indivíduos geneticamente suscetíveis. . A interação entre o sistema imunológico e o glúten pode se expressar em diferentes níveis: - Enteropatia ou lesão intestinal (doença celíaca) Fatores de risco . Sexo feminino . Raça branca . Genética: combinaçãode diferentes genes, associações com antígenos leucocitários huma- nos (hla) e não HLA. . Fatores ambientais: - Exposição precoce de crianças ao glúten - Infecção precoce com vírus enteropáticos - Mudança da flora bacteriana . Alimentação . Fatores imunológicos: - O glúten induz uma resposta imunológica inata e adaptativa. - A DC está associada à resposta autoimune altamente específica ao endomísio, que faz parte do músculo liso. - O antígeno endomisial foi identificado por a enzima transglutaminase tecidual (transglutaminase 2 – TG2, em geral denominada tTG). . Através de um processo de desaminação, a tTG converte a glutamina em resíduos de ácido glutâmico, gerando potentes epítopos imunoestimulatórios (ataca mais ferozmente) . Devido à carga negativa, a maioria desses peptídios de glúten resultantes se liga com maior afinidade às moléculas HLA-DQ2 e leva a ativação de linfócitos T CD4, induzindo dessa forma a reação autoimune da DC. . Causando destruição da mucosa pela dissolução do tecido conjuntivo, com consequente atrofia vilositária e hiperplasia de criptas. . A lesão tem graus decrescente de intensidade (mais em duodeno e menos no íleo) Fsiopatologia - A DC compromete o intestino delgado proximal, afetando os locais “nobres” da absorção; - O defeito básico da absorção começa na fase epitelial. - Depois na etapa pré-epitelial: alterações na micelação das gorduras, perda fecal de sais biliares - Depois na etapa pós-epitelial: bloqueio relativo ao escoamento de nutrientes devido à infiltração do córion. Assim, a diarreia na DC resulta de: • grande volume líquido apresentado aos cólons; • aumento de gordura nos cólons; • elevação da secreção de água e eletrólitos, aumentando mais o volume no lúmen intestinal; • Diminuição da liberação de hormônios digestivos, da enteroquinase e das secreções pancreáticas, que degradam proteínas; • Redução na circulação êntero-hepática de sais biliares; - A mucosa gástrica de celíacos pode aprsentar gastrite Patologia - Estereoscopia : mucosa lisa, ausência de vilosidades, e crateras Histologia: atrofia vilositária e hiperplasia das criptas Quadro clínico: 2° semestre de vida: introdução alimentar Síndrome disabsortiva: Distúrbios Psicoafetivos: - Alterações nas rotas da 5-hidroxitriptamina, dopamina e norepinefrina - Depressão, irritabilidade, modificações de comportamento e de humor, ansiedade Tipos a) Forma clássica: decorrente da má absorção de nutrientes: anorexia, vômitos, irritabilidade, esteatorreia, desnutrição (baixo ganho ponderal, declínio da velocidade de crescimento), distensão abdominal, diarreia crônica b) Forma oligossintomática: ausência ou atenuação de alguns sintomas, diarreia e distensão abdominal, baixo ganho ponderal, sem comprometimento de estatura c) Forma não clássica ou atícia: diarreia ausente ou discreta, digestiva: froma clássica; extradigestiva: edema, anemia ferropriva, púrpura (vitamina K). c) Forma latente: biopsia intestinal nor- mal frente ao consumo habitual de glúten e que, anterior ou posteriormente, desenvolvem atrofia parcial ou total de vilosidades, retornando novamente ao normal após isenção do glúten da dieta; Doenças associadas: - Dermatopatias: glossite, lesões eritematosas - Dermatite herpetiforme (DH): mesmo fenótipo de antígenos HLA de classe II, placas urticariformes e vesículas pruriginosas. - Endocrinopatias: Diabetes melito tipo I - Doenças da tireoide: associação com certos haplotipos HLA - Doenças neurológicas: ataxia, epilepsia, enxaqueca (di minuição da serotonina plasmática, presente na DC) - Deficiências imunológicas: deficiência seletiva de IgA - Hepatopatias: cirrose biliar primária (HLA B8) Diagnóstico . Laboratorial: - Esteatócrito (quantidade de gordura nas fezes) - Suadan III (avalia qualitativamente) - Anticorpos antigliadina IgG e IgA: dirigidos contra a proteína do cereal absorvida pela mucosa intestinal, baixa especificidade . Anticorpos antiendomísio . Anticorpos antitransglutaminase (Acima de 10 vezes da normalidade) . Sempre dosar IgG e IgA: deficiência de IgA . Biópsia intestina (padrão ouro): EDA - Sorologia positiva e histologia negativa: Rever ou repetir a biopsia após 1 a 2 anos e seguir o paciente. Antitransglutaminase e antiendomisio + = DC Antitransglutaminase IgA < 10 ou deficiência de IgA = Biópsia Diagnóstico diferencial . Fibrose cística, alergia alimentar, desnutrição primária, parasitoses Tratamento - Desidratação - Hipoalbuminemia - Anemia - Púrpuras: vitamina K . Nutrição VO - Primeira fase: a. Dieta isenta de glúten e lactose c. Dieta pobre em sacarose d. Gorduras vegetais - Pois há prejuízo na absorção de dissacarídeos pois diminui as enzimas em borda em escova - Em uma segunda e terceira fase, a alimentação vai se tornando cada vez mais abrangente, até o doente receber dieta habitual para sua faixa etária, permanecendo somente a restrição de glúten. Tratamento cirúrgico Quando ocorre perfuração, neoplasias ou linfomas, conforme localização e estágio. DOENÇA CELÍACA NÃO RESPONSIVA (DCNR). Falha para responder à dieta estritamente sem glúten pelo menos após 6 meses de tratamento; ou o ressurgimento de sintomas ou anormalidades laboratoriais típicas de DC enquanto permanece o tratamento com DIG. DOENÇA CELÍACA REFRATÁRIA (DCR). Quando há atrofia vilositária com hiperplasia de criptas e aumento dos linfócitos intraepiteliais (LIE) persistindo por mais de 12 meses, apesar da dieta rígida sem glúten.
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