Capítulo 9 - Disposições gerais

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Capítulo 9 – disposições gerais
3.2.2021LEGENDA
Conceito
Prazo
Destaque
Cai em prova
Jurisprudência/súmula
Aula 2: 3.2.21
Eficácia da sentença estrangeira
· Homologação pelo STJ
· Apreciação formal, não de mérito
· Juízo de prelibação
· Sentença que:
· Não viola a soberania nacional, os bons costumes e a ordem pública e que observa os pressupostos legais indispensáveis ao deferimento do pleito deve ser homologada
· Sentença que trate de medida de segurança: imprescindível que exista tratado de extradição com o país de cuja autoridade emanou a decisão.
· Se não houver este tratado, é necessário que haja uma requisição do ministro da justiça que suprirá a necessidade do tratado entre os países
· Homologação não é imprescindível para que a sentença produza todos os seus efeitos.
· Ex: reincidência, sursis, livramento condicional
Contagem de prazo
· CPP: não inclui o início mas inclui o vencimento
· Se cair em dia não útil, prorroga para o subsequente
· CP: inclui o dia do início mas exclui o dia do vencimento
· Prazos penais são improrrogáveis
Frações não computáveis da pena
· Fração de dia e frações de reais são excluídas
Conflito aparente de normas
· Conflito entre tipos penais
· Santiago Mir Puig chama de concurso de leis
· Luis Regis Prado chama de concurso aparente de leis penais
· O conflito ocorre quando, para um determinado fato, aparentemente, incidem dois ou mais tipos penais
· Belling: relação que medeia entre duas leis penais, pela qual, enquanto uma é excluída, a outra é aplicada
· Santiago Mir Puig: quando um fato é incluível em vários preceitos penais, de que só um pode aplicar-se, posto que sua aplicação conjunta pressuporia bis in idem. Isso acontece sempre que um dos preceitos bastar, por si só, para apreender todo o desvalor do fato ou fatos concorrentes. Concorre então um só delito
· José Frederico Marques: haverá conflito aparente de normas sempre que a conduta delituosa puder encaixar-se em vários tipos penais aparentemente
· Não há conflito intertemporal = só há conflito se os dois tipos estão vigorando
· Requisitos:
· Pluralidade de tipos penais incidentes
· Unidade de fato
· Finalidade: evitar o bis in idem
· Princípios solucionadores do conflito aparente de normas
· Princípio da especialidade: lei especial prevalece sobre a geral (lex especial derrogat lex generali)
· Elementos especializantes: há dois tipos penais que abstratamente são iguais, mas o tipo especial tem um elemento a mais/especializante, além de todos os elementos do tipo geral
· Irrelevante se o crime é mais grave ou menos grave ou a quantidade de pena cominada, o que importa é o elemento especializante
· Ex: furto x roubo, contrabando x tráfico de drogas
· O tipo penal especial afasta o tipo penal geral (não revoga)
· O plano analisado é o da interpretação, não o da vigência da norma
· Análise é no plano abstrato
· Princípio da subsidiariedade: lei principal, maior ou menor gravidade, afasta a lei subsidiária (lex primaria derrogat legem subsidiariam)
· Análise no plano concreto
· Existe subsidiariedade quando a norma que define o tipo menos grave está abrangido pelo tipo mais grave (está contido nele)
· Tipo mais grave: principal
· Tipo menos grave: subsidiário (soldado de reserva)
· Só aplica a norma subsidiária quando não houver subsunção do fato à norma mais grave, que é a principal
· Prefere-se a incidência do tipo penal mais grave
· Tipos de subsidiariedade:
· Subsidiariedade expressa: tipo penal deixa expresso que só será aplicado se não o fato não constituir crime mais grave. Traz “se não houver crime mais grave”
· Ex: disparo de arma de fogo só incide se não for crime mais grave, como o homicídio
· Subsidiariedade tácita: o tipo penal não deixa claro, mas é possível perceber o caráter subsidiário da norma, pela interpretação sistemática
· Ex: art. 239, CP
· Ex: o constrangimento ilegal está contido no crime de roubo, de estupro, de extorsão, mas em nenhum dos casos há indicação da lei sobre a subsidiariedade. Chega-se a essa conclusão pela interpretação
· Crítica da doutrina: estaria esvaziada pela teoria finalista da conduta = se o agente tinha dolo de matar, não responde por disparo de arma de fogo
· Princípio da consunção: absorção de um delito pelo outro (lex consumens derrogat legem consumptan)
· Não necessariamente aplica a pena do crime mais grave: não se considera a gravidade dos tipos
· Casos de consunção:
· Crime progressivo: quer praticar um crime e passa por outro necessariamente
· Um dos crimes constitui o meio necessário ou fase normal de preparação ou execução para um crime diverso
· Há um crime meio e crime fim = não tem como chegar ao fim sem passar pelo crime meio
· Crime de ação de passagem
· Homicídio passa pela lesão corporal
· O crime meio é considerado ante factum impunível
· Súmula 17, STJ: falso se exaure no estelionato = absorvido
· Info 597, STJ: falso que se exaure no descaminho é absorvido, mesmo que tenha pena mais grave
· Ex: furto passa pela violação de domicílio
· Progressão criminosa: o agente tem dolo inicial de um crime, consuma, e passa a ter outra intenção de praticar um outro crime e prossegue na empreitada criminosa
· Há uma mudança de dolo
· Não importa se o segundo crime é mais ou menos grave (não se analise gravidade, mas sim a mudança do dolo)
· O segundo crime afasta a aplicação do primeiro crime
· Ex: tortura com o fim de torturar, mas decide então matar durante a execução da tortura = responde apenas pelo homicídio
· Diferente do crime progressivo: no crime progressivo há apenas um dolo.
· Na progressão há dois dolos
· Post-factum impunível: há dois tipos penais que protegem o mesmo bem jurídico. O primeiro crime causa lesão ao bem jurídico, mas quando o agente pratica o segundo crime não gera nova lesão = será mero exaurimento do crime principal
· Ex: furta um carro e coloca fogo (não responde por dano)
· Ex: crime de falsificação de documento público e uso de documento falso = já lesionou a fé pública, então o uso é impunível
· O agente responde apenas pelo primeiro crime
· Princípio da alternatividade: não resolve conflito aparente de normas, mas sim dentro da mesma norma
· Tipo penal que traz mais de um núcleo
· Ex: tráfico de drogas