Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO 4.0: CONCEITO, 
PERSPECTIVAS E DESAFIOS
W
B
A
03
55
_v
1.
0
2
Luís Fernando Crespo 
Neide Rodriguez Barea Tavares
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
EDUCAÇÃO 4.0: CONCEITO, PERSPECTIVAS 
E DESAFIOS
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Giani Vendramel de Oliveira
Revisor
Vanessa Moreira Crecci
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Tavares, Neide Rodriguez Barea
T231e Educação 4.0: conceito, perspectivas e desafios/ Neide 
Rodriguez Barea Tavares ,Luís Fernando Crespo
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020.
64 p.
ISBN 978-65-86461-33-6
1. Educação 4.0 2. Tecnologia. I. Tavares, Neide
Rodriguez Barea. II. Crespo, Luís Fernando. Título. 
CDD 371.3
____________________________________________________________________________________________
Jorge Eduardo de Almeida CRB 8/8753
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Origem e conceituação da Educação 4.0 ____________________________ 05
Educação 4.0: novas perspectivas educacionais e impactos no cotidiano 
escolar e corporativo _______________________________________________ 19
Educação 4.0: desafios e cuidados frente à inovação tecnológica ___ 35
A gestão da aprendizagem na Educação 4.0: professores e gestores mais 
competentes ________________________________________________________ 52
EDUCAÇÃO 4.0: CONCEITO, 
PERSPECTIVAS E DESAFIOS
5
Origem e conceituação da 
Educação 4.0
Autoria: Neide Rodriguez Barea Tavares
Leitura crítica: Vanessa Moreira Crecci
Objetivos
• Conhecer a concepção de Indústria 4.0 e as 
necessidades oriundas dessa nova perspectiva 
global. 
• Identificar a origem e a conceituação de 
Educação 4.0.
• Relacionar os conceitos de Indústria 4.0 e 
Educação 4.0. 
6
1. Introdução
A constante evolução em vários âmbitos da sociedade e seus impactos 
em cadeia global geram a necessidade de adaptações na formação 
escolar do indivíduo que viverá tal transição histórica, a fim de prepará-
lo para o novo contexto e seus desafios. Assim, as transformações 
nos meios de produção, o emprego massivo da tecnologia e as novas 
relações sociais e de trabalho propõem a formação de um ser humano 
preparado para intervir nas situações que se apresentarão, ainda que 
não seja possível antecipar e prever quais serão. Estamos falando de 
um indivíduo adaptável, consciente, pronto a enfrentar desafios e a 
promover as transformações necessárias em seu tempo e espaço.
Nesta leitura, veremos como a sociedade chegou à era da Indústria 
4.0, quais são seus princípios e quais repercussões foram geradas. 
Compreenderemos também a necessidade das transformações 
acadêmicas para a formação dos novos cidadãos, adaptados ao seu 
tempo e preparados para agir em contextos em constante mudança.
Esperamos que você realize boas aprendizagens e se prepare para um 
novo cenário educacional, que já está sendo introduzido nas escolas.
2. As revoluções industriais e a grande 
transformação proporcionada a partir 
 da concepção da Indústria 4.0
Há várias formas de demonstrar os diferentes momentos da sociedade. 
Podemos pensar nos movimentos artísticos, tais como o Renascimento e 
o Modernismo, por exemplo, que determinaram a forma de representar 
a realidade; na Literatura, como o Classicismo e o Romantismo, por 
exemplo, que estruturaram a formas de aprender e refletir sobre a vida; 
7
e até mesmo nas eras históricas, mais amplas e universalmente aceitas, 
tais como a Pré-história, a Antiguidade, as Idades Média, Moderna e 
Contemporânea, esta última na qual nos encontramos atualmente. 
Porém, apesar de a sociedade se encontrar em um dado período 
histórico, continuam ocorrendo transformações que, talvez, não sejam 
grandes o suficiente para determinar o fim de uma era histórica e o 
início de outra, mas são profundamente fortes ao ponto de provocar 
impactos globais. Estamos falando das revoluções industriais.
Figura 1 – Sucessão histórica das revoluções industriais
 
1a Revolução 
Industrial (meados 
do século XVIII) -
iniciada na Inglaterra, 
alterou as formas de 
produção com a 
introdução das 
máquinas movidas a 
vapor.
2a Revolução 
Insutrial (entre 
meados dos séculos 
XIX e XX) -
lançamento de novos 
produtos, criação de 
novas máquinas, 
administração 
científica
3a Revolução 
Industrial (após a 2a
Guerra Mundial) -
introdução de 
equipamentos 
eletrônicos, 
integração entre 
ciência e produção 
industrial.
4a Revolução 
Industrial (Século 
XXI) - interconexão 
das etapas de 
produção, 
informações e dados 
digitalizados, 
internet das coisas.
Fonte: elaborada pela autora.
Antes de a humanidade se multiplicar em maior escala e constituir as 
cidades, os homens produziam pequenas intervenções na natureza. 
Quando perceberam que poderiam cultivar a terra e criar rebanhos, 
as sociedades começaram a se organizar melhor e a se fixar em um 
território, deixando de ser nômades (por volta de dez mil anos antes 
de Cristo). Isso propiciou que a população crescesse, já que podia ser 
mais bem cuidada, o que também estimulou o desenvolvimento de 
novas técnicas e a criação de novos instrumentos de produção e novas 
tecnologias.
8
O controle do fogo, a invenção da roda e a modelagem do ferro 
trouxeram grande avanço para a humanidade. As sociedades passaram 
a usar a força da água e do vento para criar moinhos para moer grãos 
e permitir outras formas de produção alimentar. Também passaram 
a canalizar a água e a criar sistemas de esgotos, demonstrando 
evolução constante. Ainda assim, não representavam grande impacto 
na natureza, mas o cenário se modificou drasticamente com as novas 
formas de produção industrial.
É importante entender que transcorrem cerca de doze mil anos desde 
o estabelecimento territorial das sociedades nômades até o emprego 
de máquinas para a produção industrial, e, durante esse longo período, 
a humanidade apresentou inúmeros avanços no campo de produção 
de bens, além de gigantesco desenvolvimento cultural. Isso quer dizer 
que, em dado momento da história, o homem construiu fábricas e as 
equipou com máquinas, o que permitiu criar produtos em grande escala, 
mas também passou a empregar mais recursos da natureza.
Estamos falando da 1ª Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra 
em meados do século XVIII, marcando a transição dos meios de 
confecção de produtos, até então realizados de forma manual, para 
a produção semidesenvolvida por máquinas, com a mecanização de 
processos manuais, o que permitiu acelerar a produção e substituir 
certas etapas do trabalho humano.
A principal invenção nesse período foi a máquina a vapor (TESSARINI 
JR; SALTORATO, 2018), que utilizava a queima de madeira e carvão 
para criar pressão e fazer os mecanismos operarem. Ela foi utilizada 
basicamentepara produção têxtil e impulsionou os meios de transporte, 
sobretudo na Europa, a partir da locomotiva a vapor, servindo tanto 
para transportar pessoas quanto produtos, superando distâncias com 
muito mais rapidez do que se fossem percorridas a cavalo. Apesar do 
desgaste da natureza e dos processos pouco dignos de trabalho que 
estabeleceu na época, a 1ª Revolução Industrial promoveu a criação de 
9
novos empregos e novas ocupações; ampliou a produção, favorecendo 
o acesso da população a novos produtos; e também trouxe exploração 
das riquezas naturais do continente africano. Outros países, como 
Alemanha, França, Bélgica e Holanda, também criaram seus sistemas 
industriais.
Já a 2ª Revolução Industrial ocorreu a partir da segunda metade do 
século XIX, durando aproximadamente 100 anos. A grande marca dessa 
revolução é a criação de uma série de produtos: o automóvel, o avião, 
o telefone, o rádio, a televisão, entre outros. Tessarini Junior e Saltorato 
(2018) lembram que o surgimento da eletricidade permitiu a criação 
das linhas de montagem, constatando-se a existência de grande avanço 
tecnológico, ou seja, as máquinas foram modernizadas e se tornaram 
mais especializadas.
Ford e Taylor estudaram os processos de trabalho, criando técnicas e 
sistemas mais produtivos e dando início aos estudos conhecidos como 
Administração Científica. Henry Ford foi um engenheiro mecânico que 
criou a fábrica de automóveis Ford, desenvolvendo um modelo de 
produção estruturado a partir da montagem em série, o que ocasionou 
maior produtividade e lucro. Seu modelo de trabalho é conhecido 
como fordismo e influenciou grandemente a forma de produção 
industrial na época, além de influenciar a educação escolar, propondo 
sequenciamento didático, avanços sucessivos, premiação, funções 
repetitivas, fragmentação dos conteúdos em unidades pequenas, entre 
outras. Já Frederick Taylor, também engenheiro mecânico, preocupou-
se em analisar e descrever os melhores processos produtivos, cuidando 
do chão de fábrica para que os funcionários pudessem ter um ambiente 
propício à produtividade; suas perspectivas científicas também 
influenciaram a educação na medida em que propiciou reflexão sobre 
o ambiente escolar propício à aprendizagem e supervisão e adequação 
metodológica ao público atendido.
10
É por volta da época da Administração Científica que o Brasil inicia seu 
processo de industrialização, já no final da 2ª Revolução Industrial.
A 3ª Revolução Industrial começou em meados do século XX e é marcada 
por um grande avanço tecnológico, isto é, máquinas mais aprimoradas 
e informatizadas (máquinas passam a operar sozinhas, sem intervenção 
humana) e utilização de robôs, surgimento de conglomerados industriais 
e multinacionais. Novos produtos são criados e os mais antigos são 
aprimorados.
É também a época da exploração espacial. Os conhecimentos científicos 
passam a ser amplamente empregados na indústria (fusão nuclear, 
biotecnologia, inteligência artificial, entre outros).
O toyotismo surge como nova forma de administração das empresas, 
um modelo mais flexível e amplamente tecnológico. Esse modelo 
administrativo revolucionou a produção industrial, uma vez foi um dos 
primeiros a empregar robôs para a construção de veículos, permitindo a 
produção em larguíssima escala. Além disso, o chão de fábrica passou a 
ser limpo, os funcionários passaram a receber treinamento tecnológico 
e podiam participar de decisões da administração e contribuir com 
novas ideias – as que se tornavam efetivas eram premiadas em alta 
remuneração para o colaborador.
A 3ª Revolução Industrial também é conhecida como Revolução 
Tecnocientífica. Ela também trouxe impactos para a escola, que passou 
a empregar recursos tecnológicos para favorecer a aprendizagem dos 
alunos (informática educacional, tecnicismo, entre outros).
Por fim, chegamos à 4ª Revolução Industrial, também conhecida como 
Indústria 4.0. O primeiro a chamar a atenção para a 4ª Revolução 
Industrial foi Schwab (2016) e Tessarini Junior e Saltorato (2018), que 
apontam que estamos vivenciando, desde 2011, um momento de 
transformação baseado em um novo estágio tecnológico, no qual 
11
se empregam dados digitais para reorganizar a indústria, em ampla 
conectividade com informações da nuvem e com a internet das coisas. 
Vamos detalhar a Indústria 4.0, que origina os processos da Educação 
4.0, a seguir.
3. Indústria 4.0 e as novas demandas 
educacionais: o nascimento da Educação 4.0
Klaus Schwab (2016, p. 1) aponta “estamos no início de uma revolução 
que está mudando fundamentalmente a forma como vivemos, 
trabalhamos e nos relacionamos um com o outro”. Vejamos, por 
exemplo, que a maior empresa de conteúdos é o Facebook, porém 
o próprio Facebook não produz conteúdo, são seus usuários que o 
fazem. Da mesma forma, a maior empresa de hospedagem do mundo, 
a Airbnb, não possui um único hotel, enquanto o maior vendedor 
do mundo, a Alibaba não possui estoque. Essas grandes empresas 
simplesmente conectam provedores com clientes. Trata-se de uma 
gigantesca revolução nos meios de produção e de relacionamento entre 
fornecedores, clientes e empresas.
A Indústria 4.0 (I4.0) é marcada por uma grande revolução nos processos 
de produção, que passam a interconectar equipes e equipamentos. 
Para termos noção, já existe uma geladeira capaz de notificar seu dono 
sobre a baixa de estoque, ou seja, conforme os produtos vão sendo 
retirados, a geladeira contabiliza os débitos e é capaz de enviar uma 
mensagem ao proprietário informando que o estoque foi diminuído em 
tal porcentagem ou foi zerado. Agora, vamos imaginar essa situação em 
uma indústria: os equipamentos eletrônicos são capazes de contabilizar 
o uso das matérias-primas, controlando o estoque. Ao identificar que 
o estoque baixou, o próprio sistema emite uma nota para compra da 
matéria-prima diretamente para o equipamento de outra empresa, ao 
mesmo tempo em que notifica a necessidade de uma operação bancária 
12
de pagamento para a aquisição da mercadoria. Os equipamentos 
da empresa fornecedora, por sua vez, recebem o pedido de compra, 
separam e embalam mecanicamente os produtos adquiridos; etiquetam 
com o endereço a ser entregue e notificam a transportadora, que levará 
o produto.
Isso tudo é realizado sem a presença humana ou apenas com uma 
pequena supervisão: “nessas ‘fábricas inteligentes’, máquinas e insumos 
‘conversam’ ao longo das operações fabris, agregando flexibilidade aos 
processos, que ocorrem de maneira autônoma e integrada” (TESSARINI 
JR; SALTORATO, 2018). As informações são digitalizadas e transitam 
pela nuvem (sistema de dados que opera sem o gerenciamento ativo 
direto do usuário, organizado em centros de dados que comportam 
informações de muitos usuários), sendo capazes de diminuir as 
falhas e os atrasos humanos e gerando mais produtividade e, 
consequentemente, lucratividade.
Outra característica da I4.0 é que existe uma preocupação cada vez 
maior em não empregar energias não-renováveis, tais como carvão, 
petróleo e gás, buscando alternativas autossustentáveis, como 
energia eólica, solar, geotérmica, entre outras. Schwab (2016) aponta a 
existência de megatendências para a I4.0, estando algumas, inclusive, 
já em funcionamento, como a Internet das Coisas, as impressoras 3D, a 
inteligência artificial, entre outras.
Quadro 1 – Megatendências da Indústria 4.0
Sistemas ciber-físicos (CPS – 
Cyber-Physical Systems)
Capacidade cibernética associada ao mundo real, 
ou seja, sistemas capazes de operar em função de 
dados colhidos no mundo físico são empregados 
na aeronáutica, na saúde, na engenharia e, até 
mesmo, em transportes.
13
Internet das Coisas
Possibilidade de controlar equipamentos e serviços 
(controle da energia, do ar-condicionado, de 
eletrodomésticos, incluindo serviços de segurança 
e acionamento de robôs etc.) por meio da internet, 
a partir de conexões entre empresa-residência-
veículo. 
Internet de Serviços
A Internet das Coisas propiciouo surgimento 
da Internet de Serviços, ou seja, processos que 
analisam o impacto da Internet das Coisas e 
é capaz de sugerir melhorias e economia de 
recursos, por exemplo.
Veículos autodirigíveis
Drones, trens e carros são alguns exemplos 
de veículos que podem ser dirigidos por 
equipamentos – são mais eficientes e seguros, mas 
ainda não estão empregados em ampla escala.
Impressoras 3D
Esse tipo de impressora é capaz de reproduzir 
fisicamente um objeto digital em 3D no 
computador; a impressão é feita camada sobre 
camada e, ao final, entrega-se um objeto real. Já 
existe tecnologia para imprimir casas, por exemplo, 
além de objetos menores.
Robôs avançados
São capazes de compreender o ambiente (por 
meio de sensores especializados) e desempenhar 
tarefas variadas, como conseguir controlar a força 
e os movimentos em cirurgias complexas. Os robôs 
foram criados, inicialmente, para realizar as tarefas 
repetitivas executadas por seres humanos e, agora, 
são capazes de desempenhar diversas outras 
funções.
14
Inteligência Artificial (IA)
Sistema semelhante à inteligência humana capaz 
de tomar decisões considerando as informações 
captadas no ambiente – muitas ligações telefônicas 
atualmente já contam com sistemas de IA.
Big Data
Análise, armazenamento, compartilhamento, 
junção, interpretação, transferência, compreensão, 
visualização e informações sobre dados grandes 
demais para serem tratados por sistemas 
convencionais.
Nanomateriais
São metais mais leves e mais fortes que 
revolucionarão a indústria e os equipamentos 
eletrônicos no futuro; o grafeno, por exemplo, 
é 200 vezes mais forte que o aço e é muito mais 
fino que um fio de cabelo, sendo extremamente 
eficiente na condução de calor e eletricidade; são 
materiais recicláveis e adaptáveis às necessidades 
humanas. 
Nanosensores
São sensores capazes de monitorar qualquer 
coisa; são conectados à internet, gerando 
enorme quantidade de dados; são utilizados para 
monitoramento do ambiente.
Fonte: baseado em Schwab (2016).
A verdade é que a 4ª Revolução Industrial não está modificando 
apenas os meios de produção, mas a forma como as pessoas se 
relacionam e, em uma visão a longo prazo, a forma como a própria 
identidade humana se inter-relaciona com a tecnologia. Schwab 
(2016) aponta que, no futuro, teremos tecnologias vestíveis (roupas 
tecnológicas capazes de monitorar o corpo físico e se adaptar – 
15
aquecer ou resfriar, por exemplo); dispositivos implantados no corpo 
para monitoramento da saúde (em grande escala), óculos, lentes e 
fones de ouvidos capazes de levar olhos e orelhas à conexão com 
a internet; nuvem de dados com espaço infinito e gratuito para 
qualquer usuário; além de cidades inteligentes e cidades conectadas.
É assim que se geram duas grandes questões: como preparar o ser 
humano do futuro? E de qual futuro estamos tratando?
Fürh (2019) aponta a necessidade de desenvolver novas habilidades e 
competências nos indivíduos da nova era, estimulando a construção 
da autonomia, o desenvolvimento da criatividade e o exercício 
cada vez mais profundo da consciência crítica, capazes de aprender 
rapidamente e desenvolver novas habilidades prontamente. Trata-se 
de um grande desafio para a escola, pois esta precisará trabalhar com 
um currículo mais holístico, amplamente permeado por tecnologia 
de ponta, permitindo que os alunos possam extrapolar os limites da 
própria escola e criar métodos próprios de pesquisa e aprendizagem. 
A 4ª Revolução Industrial impõe uma revolução pedagógica, que se 
materializa na chamada Educação 4.0.
4. Compreendendo a Educação 4.0
Fürh (2019) aponta que o fenômeno da globalização trouxe em 
seu bojo o acesso às tecnologias da comunicação e da informação, 
onipresentes em qualquer espaço geográfico terrestre. Só esse fato já 
é o suficiente para compreender que a tecnologia fará cada vez mais 
parte dos processos educativos, exigindo, obviamente, uma nova 
relação do homem com a máquina.
Porém, o desafio é ainda maior: o futuro não é mais desenhável, 
previsível ou moldado como antigamente. Hoje, a grande 
16
preocupação da educação é formar os futuros cidadãos preparados 
para enfrentar contextos em mudança, incertos e multidimensionais.
A Educação 4.0 é uma abordagem educacional executada a partir 
de um conjunto de estratégias didáticas, adequada para atender 
às necessidades impostas pela 4ª Revolução Industrial. Uma das 
novas tendências educacionais é conhecida como blended learning 
ou educação híbrida, que significa a mistura de métodos didáticos 
utilizados em aulas presenciais com métodos empregados em 
processos de aprendizagem on-line. Portanto, entende-se que a 
Educação 4.0 rompe com o espaço físico da escola e passa a ser 
executada em múltiplos locais de aprendizagem, com a participação 
de alunos empenhados, motivados, proativos e autônomos, capazes 
de criar percursos próprios de aprendizagem. Nesse modelo, 
professores, currículos e recursos tecnológicos estão a serviço 
do desenvolvimento das competências dos alunos, as quais são 
necessárias não apenas para que os alunos possam sobreviver 
à 4ª Revolução Industrial, mas para que possam intervir social e 
profissionalmente e criar um futuro melhor. Assim, os conteúdos 
são acessados conforme interesse dos alunos e com suporte dos 
professores, que vão orientando sobre a metodologia da pesquisa 
e as fontes de dados, intervindo na aquisição de conhecimentos e 
subsidiando a síntese das aprendizagens.
Na Educação 4.0, parte-se da premissa de que é mais importante 
que os alunos aprendam a aprender, exercitando a capacidade de se 
adaptar, solucionar problemas, utilizar e ampliar a criatividade, do 
que apresentar conteúdos específicos, formatados e desarticulados 
com a realidade.
Algumas premissas podem ser destacadas em relação à Educação 4.0:
1. Os estudantes terão papel central no processo de 
aprendizagem, sendo os verdadeiros protagonistas, e não mais 
17
os professores ou os equipamentos, conforme tendências 
passadas.
2. A aprendizagem será personalizada, ou seja, os estudantes 
poderão decidir o que aprender, como e onde aprender, 
considerando seus valores pessoais, seus interesses, suas 
perspectivas, a comunidade onde habitam e sua visão de 
futuro.
3. Nesse sentido, os professores assumirão o papel de tutores, 
orientando o percurso e estimulando a aprendizagem e o 
avanço dos estudantes.
4. A aprendizagem ocorrerá em tempos e locais diversos, não 
havendo mais a necessidade de a escola ser a única fonte de 
aquisição de informações; não que a escola desaparecerá, 
mas haverá outras instituições parceiras e diversos cursos que 
comporão os espaços de aprendizagem.
5. A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), as experiências 
e vivências, as visitas em campo, a interpretação e análise de 
dados, a busca por condições dignas de vida para todos os 
seres humanos, o cuidado com o planeta e a minimização dos 
impactos negativos que o homem gera na natureza serão o foco 
dos processos de ensino-aprendizagem.
6. Haverá larga produção de conteúdo, disponibilizados 
gratuitamente, divulgando conhecimentos e cultura de forma 
ampla e sem fronteiras.
Ainda há muito a se discutir em relação à Educação 4.0 e às 
transformações que estão por ocorrer. Esta leitura inicial trouxe um 
panorama importante para compreendermos o momento atual e a 
perspectiva educacional que se introduz a partir das transformações 
da sociedade e das formas de produção. Percebe-se que o indivíduo 
da 4ª Revolução Industrial precisará desenvolver novas competências 
e novas formas de agir no mundo, função que a educação precisará 
18
assumir, adentrando em aspectos e discussões que não eram muito 
associadas ao ambiente escolar, mas que agora urge assumir.
Referências Bibliográficas
FÜRH, R. C. Educação 4.0 nos impactos da quarta revolução industrial. Curitiba: 
Appris, 2019.
SCHWAB, K. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.
TESSARINI JUNIOR, G.; SALTORATO, P. Impactos da indústria4.0 na organização 
do trabalho: uma revisão sistemática da literatura. Revista Produção Online, 
Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 743-769, 2018. Disponível em: https://producaoonline.
org.br/rpo/article/viewFile/2967/1678. Acesso em: 3 jan. 2020.
https://producaoonline.org.br/rpo/article/viewFile/2967/1678
https://producaoonline.org.br/rpo/article/viewFile/2967/1678
19
Educação 4.0: novas perspectivas 
educacionais e impactos no 
cotidiano escolar e corporativo
Autoria: Luís Fernando Crespo
Leitura crítica: Vanessa Moreira Crecci
Objetivos
• Entender que a realidade 4.0 impõe necessidades 
que devem ser pensadas pela educação.
• Pensar a escola como instituição que ainda tem de 
se reformular para se adequar à realidade.
• Refletir sobre o professor como de fundamental 
importância na mudança de eixo, do ensino para a 
aprendizagem.
• Perceber que as possibilidades de inovação para a 
escola estão à mão, sendo necessário que se comece 
a mudança pelo pensamento dos envolvidos.
• Olhar para a realidade da educação corporativa, que 
também pode se beneficiar com as novas propostas 
para a educação.
20
1. A educação na sociedade
A educação é um dos elementos que constituem a base de um 
grupo social. Por meio dela, torna-se possível perceber quais os 
direcionamentos são escolhidos para delinear um determinado modelo 
de sociedade, a partir do modelo de ser humano entendido como 
objetivo do processo educativo. Desse modo, a educação se torna 
objeto de disputas sempre mais acirradas, seja no debate político 
ou no propriamente econômico (âmbitos que, muitas vezes, estão 
entrelaçados), pois ela sempre responde a interesses diversos.
Ao olharmos para a história mais recente, para os últimos 20 ou 30 anos, 
por exemplo, é possível perceber o quanto foi mudada a concepção 
de educação para o Brasil: muitos projetos, ao se sucederem, foram 
apresentando novos elementos que pudessem melhorar a formação 
oferecida aos alunos, sempre tendo em mente a realização do que 
é previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 
Lei 9394/96) (BRASIL, 1996). Vale lembrar que mesmo essa lei sofreu 
diversas alterações, na tentativa de ser aperfeiçoada.
De certo modo, então, nos mais de 20 anos, desde a LDB (1996), a 
prática educativa muda constantemente, mas nunca perdendo de 
vista o que é previsto pela legislação; a cada ano, novas propostas 
pedagógicas são pensadas, testadas, debatidas etc., a fim de fazer com 
que essa prática não estacione em um tempo, mas possa acompanhar 
os avanços, principalmente da sociedade tecnológica. É importante que 
se entenda a necessidade de que a educação acompanhe os avanços, 
porém sem ser subserviente aos ditames do âmbito tecnológico; 
educação e tecnologia devem ser âmbitos que colaboram um com o 
outro. A indústria é subjugada pela economia, mas a educação não 
pode ser subjugada, nem pelo mundo da produção nem pelo mundo da 
economia.
21
A partir disso, vem a reflexão sobre uma possível Educação 4.0: qual 
novo olhar podemos lançar para a educação? O que podemos entender 
com a terminologia “4.0” na prática educativa? Que modelo de escola 
temos e como ele é afetado? É o que veremos nesta unidade temática.
1.1 A educação na perspectiva do mundo 4.0
Marcando de maneira singular o desenvolvimento das sociedades ao 
longo do tempo, de modo especial a partir do final da Idade Média 
(séc. XIV), a ciência começa a atuar de modo mais direto no mundo, 
permitindo ao ser humano a transformação da natureza dirigida 
por seus anseios de realização. Por meio das diferentes técnicas 
(conhecimentos sobre como atuar), a ciência desenvolveu tecnologias 
(aplicação dos conhecimentos), que foram modificando o mundo.
Ao longo dos séculos, as sociedades humanas foram se adaptando ao 
sempre novo mundo que surgia como fruto da aplicação das próprias 
tecnologias que elas desenvolviam. Tais eras de desenvolvimento são 
entendidas como gerações, ou revoluções, que, por sua vez, foram 
delimitadas a partir do tipo de novidade tecnológica utilizada. O termo 
“4.0” se refere à chamada 4ª Revolução Industrial; estamos pensando, 
então, em uma educação para o mundo da Indústria 4.0.
É pensando na possibilidade de novos modos de ensinar e aprender 
que surge o conceito de Educação 4.0. A sociedade como um todo 
se aproveita daquilo que é fruto dos avanços tecnológicos, os quais, 
diretamente, vão modificando o cotidiano de todas as pessoas. Pensar 
a Educação 4.0 é refletir sobre as novas possibilidades para a educação 
a fim de que ela corresponda às necessidades da sociedade. A escola 
é uma das poucas instituições que “mantém uma rara e enorme 
capacidade de sobrevivência, apesar de suas múltiplas disfunções e de 
sempre ter ido a reboque das mudanças sociais, tecnológicas e culturais” 
(CARBONELL, 2002, p. 15). Ao se tratar da sociedade tecnológica, 
22
a educação não pode estar alheia aos seus desenvolvimentos, 
pressupostos e necessidades.
É importante ressaltar que se trata de uma transformação que deve 
ocorrer, primeiramente, no pensamento de quem trabalha com 
educação, pois é preciso um movimento de transformação, que não 
é rápido nem fácil. Isso se justifica, pois qualquer mudança traz certa 
insegurança aos envolvidos. Imaginemos os professores que têm 
atuado de uma certa maneira há bom tempo e, de repente, veem-se 
na obrigação de mudar. Sabemos que não é fácil e que pode haver 
resistência.
Para o mundo da Indústria 4.0, a educação é também um instrumento 
que deve ser responsável para que seja possível a manutenção do 4.0. 
Isso significa que é necessário preparar as pessoas para que possam 
atuar profissionalmente segundo determinadas exigências, mas, acima 
de tudo, que possam tomar parte do amplo processo de inovação 
dentro da sociedade.
1.2 Da educação para a Educação 4.0
“Educação é educação, não há muito que mudar!”, essa pode ser a 
opinião de muitos professores quando se deparam com novas propostas 
sobre o que seja educar. No fundo, há uma raiz verdadeira em tal 
ideia, pois a concepção do que seja a educação guarda um centro que 
pouco se transforma: educar é dar condições para que habilidades – 
intelectuais e práticas – sejam desenvolvidas a fim de que os indivíduos 
em formação tenham condições de lidar com as necessidades que a vida 
social apresenta, respondendo de determinado modo às necessidades 
da sociedade. Por ser bem geral, essa ideia não está errada, mas, a partir 
dela, podemos pensar a relação entre o fazer educativo e aquilo que são 
as situações que o contexto impõe aos indivíduos.
23
A pergunta que sempre deve aparecer é “o que significa educar hoje?”. Ao 
longo do tempo, as comunidades humanas perceberam a necessidade 
de que alguns conhecimentos não fossem perdidos, entre eles conteúdos 
teóricos, técnicos, culturais etc. Podemos pensar que a própria identidade 
de um grupo humano depende de certos tipos de conhecimentos 
partilhados e preservados. Desse modo, a educação serve como meio 
pelo qual tais conhecimentos são passados das gerações mais velhas para 
as mais novas, fazendo com que estas assimilem um traço identitário e 
possam assegurar a realização de determinados valores.
Durkheim (1978), logo no início de sua obra, já indicara a relação:
A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações 
que não se encontrem ainda preparadas para a visa social; tem por 
objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, 
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e 
pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine. (DURKHEIM, 
1978, p. 41)
Ainda que haja diferenças culturais, a sociedade globalizada fez com 
que houvesse um entrelaçamento de conteúdos, disponibilizando para 
a humanidade aquilo que era próprio de apenas um grupo. Assim, 
a educação acaba recebendo influência de diferentes localidades e 
situações. Além disso, na sociedade tecnológica, são lançados novos 
desafios que, por sua vez, levam-nosa pensar em novos modos de 
realizar a educação.
Seguindo o desenvolvimento pelo qual a sociedade tem passado – 
velozmente, por conta da tecnologia –, diversos ambientes mudaram (a 
fábrica, a empresa etc.), mas a educação ainda segue modos de fazer 
que são os mesmos de séculos atrás. Isso mostra um descompasso: 
estando em uma mesma sociedade, a educação não caminha na mesma 
velocidade que os outros âmbitos da vida cotidiana. Nesse sentido, a 
educação perde.
24
O mundo muda velozmente e a educação deve, a todo momento, lidar 
com algo novo: um modelo novo, uma sociedade nova, um ser humano 
novo. E esse novo é ultrapassado sempre, ou seja, não é mais algo sólido 
que pode ser apreendido totalmente. Seguindo o pensamento de Bauman 
(2001), poderíamos dizer que tudo se torna líquido. 
Hoje, os padrões e configurações não são mais “dados, e menos ainda 
“auto-evidentes” eles são muitos, chocando-se entre si e contradizendo-se 
em seus comandos conflitantes, de tal forma que todos e cada um foram 
desprovidos de boa parte de seus poderes de coercitivamente compelir e 
restringir. E eles mudaram de natureza e foram reclassificados de acordo: 
como itens no inventário das tarefas individuais (BAUMAN, 2001, p. 7).
A Educação 4.0 tem como objetivo principal dar condições para que os 
alunos atuem nessa sociedade tecnológica, conseguindo transformar ideias 
em coisas reais. Não se trata, porém, de simplesmente passar a ensinar o 
uso das tecnologias, pois manuais amplamente disponíveis (textos, vídeos 
etc.) dariam conta de fazer isso. Para a educação, resta a necessidade 
de formar indivíduos que saibam ler a realidade 4.0 e desenvolvam as 
diferentes e novas habilidades necessárias. Educar é trabalhar com o ser 
humano como um todo; a educação deve ensinar novos modos de relação 
humana que são importantes para o contexto 4.0.
De certo modo, um processo já foi iniciado com a inserção dos alunos 
no mundo digital, agora é preciso que a educação se utilize disso e se 
aperfeiçoe. “A conduta desses jovens em atividades diárias em seus 
computadores muda também a maneira como agem quando não estão 
conectados” (KENSKI, 2015, p. 115-116).
A Indústria 4.0 é a tentativa de fazer com que a produção seja adequada, 
em velocidade e qualidade, para o mercado, utilizando-se de todo 
o aparato tecnológico. A Educação 4.0, porém, não pode ser uma 
resposta ao mercado, já que a educação não pode ser um simples 
produto elaborado para ser oferecido a um consumidor. Ela é algo que 
a sociedade da indústria 4.0 exige; não é educação para o mercado, é 
25
educação para novas habilidades e competências. Os trabalhos em grupo 
e colaborativos são de fundamental importância nesse sentido. Porém, 
para que essa transformação aconteça, o formato da escola deve ser 
repensado: os modelos formais ainda são tradicionais, presos a contextos 
que não existem mais.
A partir dos pressupostos indicados, vejamos alguns pontos importantes 
a serem levados em consideração para o entendimento do novo contexto 
de educação:
a. Complexidade
Conhecimentos estanques, cada um em uma disciplina diferente, não 
conseguem dar conta de uma realidade que, cada vez mais, é pensada em 
sua complexidade. Significa que conhecimentos isolados não respondem 
às perguntas cada vez mais complexas. Pensar a complexidade 
do contexto atual leva à necessidade de que os conhecimentos se 
entrecruzem para que surjam novas elaborações teóricas e suas 
consequências práticas. No âmbito de uma empresa, por exemplo, há 
equipes multidisciplinares que atuam nos mesmos projetos, com cada 
pessoa dando sua contribuição a partir de um ponto de vista específico de 
sua formação.
Aumentando a velocidade na divulgação do conhecimento, aumenta a 
consciência de que o que se aprende é pouco e rapidamente se torna 
obsoleto. Assim, nenhum estudante pode ter a pretensão de dar conta 
dos problemas que aparecerão em seu mundo de trabalho. Assim, é 
necessário entender que as soluções virão quando a elaboração de 
respostas for colaborativa, já que cada envolvido consegue entender 
apenas parte do problema (ninguém consegue estudar tudo). O 
conhecimento técnico pode ser muito útil, mas, nesse contexto, é 
insuficiente para as necessidades.
26
Pensemos um exemplo: antigamente, para ser um bom professor, era 
necessário que se tivesse feito um bom curso de sua formação, em 
uma boa instituição; na atualidade, e principalmente na realidade 4.0, 
um professor que fica apenas em sua área de formação pode atuar, 
mas corre sério risco de ser mediano. O professor mais completo e 
mais apto para atuar é aquele que, além de sua formação específica, 
tem conhecimentos de tecnologia, de psicologia, de neurociências 
etc. Tudo isso, porque o aluno vive em uma realidade complexa que o 
bombardeia com estímulos diversos que o fazem mais complexo. Assim, 
além de buscar outros conhecimentos, o professor deverá aprender a se 
relacionar com equipes cada vez mais multidisciplinares (as várias áreas 
trabalhando juntas, cada uma em seu caminho) e interdisciplinares (os 
caminhos das diferentes áreas se entrecruzam).
b. Criticidade
De forma singular, na Educação 4.0, o aluno deve aprender a criticidade. É 
fácil de entender este ponto: todo conhecimento teórico necessário para 
o aluno está à mão no mundo virtual; porém, junto com esse conteúdo, 
há uma quantidade incomensurável de informações desnecessárias ou 
mesmo não verdadeiras. O aluno precisa aprender, então, a ser crítico 
diante de tudo o que lhe aparece, e essa criticidade é algo que se aprende 
e desenvolve quando acompanhado por professores que sabem dirigir 
para tal habilidade. Significa que o aluno deve aprender a selecionar 
aquilo que é verdadeiro e importante para determinado propósito; nessa 
ação, ele será crítico diante daquilo que ele já conhece e precisa ser 
revisto. Diante da quantidade de conteúdo que todos os dias é lançada 
para o aluno, uma escolha deve ser feita a partir de parâmetros próprios 
para um conjunto de objetivos. Ser crítico é não aceitar sem antes avaliar.
c. Lidar com problemas
Tradicionalmente, o que aprendemos é que um problema aparece e tem 
de ser resolvido, com resposta clara e certeira; diante disso, considera-
27
se que um problema não solucionado implica fracasso daqueles que são 
responsáveis por ele. Na Educação 4.0, a postura diante do problema é 
outra. Nem todo problema tem solução, ou fácil solução, dentro de um 
contexto complexo, e a não resolução de um problema não significa 
fracasso, pois muito se é possível aprender com situações de problema. 
Assim, o mais importante é aprender a lidar com os problemas com 
análises mais completas, trazendo os diferentes olhares dos sujeitos 
envolvidos. Um problema indica elementos da situação que podem estar 
ocultos, que, ao aparecerem, permitem um conhecimento maior do 
processo como um todo.
d. Colaboração
A tecnologia digital desenvolveu ferramentas colaborativas que estão 
cada vez mais maleáveis e moldáveis às diferentes necessidades da 
aprendizagem. Por exemplo, os tradicionais softwares para produção 
de textos podem ser partilhados e acessados por diferentes pessoas 
ao mesmo tempo; as discussões feitas em fóruns apresentam cada 
vez mais recursos de compartilhamento; e as reuniões realizadas por 
videoconferências estão cada vez mais aperfeiçoadas. Desse modo, 
se a colaboração ainda não acontece, é preciso encontrar os pontos 
exatos de entrave. Depois de vencidos os primeiros esforços do início 
de utilização das novas ferramentas, o uso contínuo delas fará com que 
se aperfeiçoe a propria usabilidade; dizendo de outro modo, significa 
entender que o uso inicial pode ser igual para qualquer realidade, porém 
é preciso que haja uma moldagem a partir das necessidades específicas, 
e apenas o uso contínuo consegue alcançar isso.
e. Metodologias ativas e inovadoras
Diversas ferramentas e metodologias podem ser pensadas para tratar 
de problemas e com eles aprender, por exemplo, a aprendizagem 
baseadaem problemas (problem based learning), a aprendizagem 
baseada em projetos (project based learning), o design thinking, a sala de 
28
aula invertida (flipped classroom) etc. São inúmeras as metodologias que 
podem ser adotadas, mas o importante diante de cada uma delas é ter 
em mente que
“[a] aprendizagem mais profunda requer espaços de prática frequentes 
(aprender fazendo) e de ambientes ricos em oportunidades. Por isso, é 
importante o estímulo multisensorial e a valorização dos conhecimentos 
prévios dos estudantes para ‘ancorar’ os novos conhecimentos”. (BACICH; 
MORAN, 2018, p. 3)
Mesmo que o esforço maior seja para que os alunos desenvolvam 
cada vez mais autonomia, o papel do professor continua de 
suma importância, mesmo que não esteja mais no centro. Toda a 
responsabilidade pelo processo passa pela ação daquele que ensina. 
Umas das transformações necessárias é, então, a mudança de 
concepção do que seja propriamente educar.
1.3 Que escola temos e que escola queremos?
Ao se falar em inovação na educação, o primeiro questionamento a ser 
feito se refere ao entendimento do que significa inovar nesse âmbito. 
De maneira ingênua e precipitada, vem à mente a ideia de ser preciso 
atualizar a educação, trazendo-a para os modos de fazer e conhecer 
que vigoram no presente. De modo simples e direto, acredita-se que 
bastaria aplicar as ferramentas tecnológicas no fazer cotidiano, mas não 
é isso. A inovação é um processo de cuidado, primeiramente, com o 
conhecimento conservado: é com o que já se tem que se torna possível 
dar origem a novos conhecimentos. Além disso, uma escola inovadora 
é aquela que cria um modo de fazer que, por sua vez, gera inovação, ou 
seja, ela produz e reproduz inovação.
A ideia de Saviani (1995, p. 29-30) é clara ao indicar que “inovar, em 
sentido próprio, será colocar a educação a serviço de novas finalidades, 
vale dizer, a serviço da mudança estrutural da sociedade”. A relação 
29
é dialética, pois a educação transforma a realidade, que por sua vez a 
modifica. A tentativa de perpetuar o modelo tradicional pouco alcança, 
já que ele se sustenta em um determinado contexto. Uma pergunta a se 
fazer aqui é sobre quais são as novas finalidades que a realidade impõe 
para a educação.
Há muita discussão sobre os modelos de escola que ainda vigoram, 
principalmente na crítica de um modelo que ainda privilegia unicamente 
o ensino, sem voltar a preocupação para a aprendizagem. O papel 
central do professor ainda é marcado em diferentes realidades como o 
único modo de realizar o ato educativo. Quem acredita em tal modelo, 
muitas vezes deixa passar a realidade de uma escola que caminha cada 
vez mais afastada da realidade dos alunos.
Ao invés de dar conta de um conteúdo que “começa e termina” com 
uma disciplina, a nova escola tem como objetivo principal alcançar a 
aprendizagem; as teorias devem ser efetivamente apreendidas para 
que o aluno tenha condições de ir para uma prática social cada vez 
mais aprimorada. Sempre mais conectado, esse aluno enfrentará uma 
realidade sem se perder diante do tanto que o mundo tecnológico 
oferece. Aqui, o papel do professor na escola é o de ser auxílio, para que 
os melhores caminhos sejam conhecidos pelos alunos, e isso é feito não 
pela simples apresentação de tais caminhos, mas pelo ensino de um 
modo de pensar mais abrangente. 
Para todas essas necessidades, o professor tem muito trabalho, mas isso 
não é diferente do que ele enfrenta cotidianamente em sua atividade. 
Dizendo de outro modo, é entender que o professor já é desafiado 
pela realidade todos os dias e, de um modo ou outro, já desenvolve 
estratégias que reformulam seu fazer. Em sala de aula, os alunos estão 
do modo como a escola tradicional determina apenas por fora; seus 
corpos estão ali por obrigação e obediência, mas suas mentes e seu 
modo de aprender não são mais como antigamente. Significa que não 
30
apenas seus celulares estão conectados, mas que seus cérebros estão 
interconectados de outro modo com a realidade, por meio da tecnologia.
A função dos professores é criar condições para provocar uma 
reação fluida e significativa com o conhecimento mediante o máximo 
desenvolvimento das potencialidade (sic.) dos alunos. Esse trabalho de 
orientação e acompanhamento para que o aluno vá se familiarizando 
com a aprendizagem e descubra seu sentido está muito presente nas 
pedagogias inovadoras. (CARBONELL, 2002, p.110)
Já que os alunos estão inseridos em uma realidade que não é a da 
escola, quando esta tenta se atualizar e inovar, tem de tomar o cuidado 
de não simplesmente inserir o uso das tecnologias em seu fazer diário, 
ela deve se transformar na concepção que tem de si própria. A escola 
tem de se repensar: corpo gestor, docente e discente devem ser, aos 
poucos, transformados de dentro para fora. O mercado de trabalho 
impõe exigências às quais a escola ainda não consegue responder 
satisfatoriamente; podem ocorrer casos em que alunos sejam 
certificados, mas sem plenas condições de assumir postos de trabalho 
de maneira satisfatória. Vale ressaltar que, a cada dia, a realidade 4.0 faz 
com que diversas profissões se tornem obsoletas.
1.4 E o mundo corporativo?
A preocupação com a formação continuada de seus colaboradores 
tem feito com que as instituições invistam em educação corporativa. 
Buscando responder diretamente às exigências do mercado, foi 
necessário adequar a rotina de trabalho das empresas para que os 
colaboradores tivessem acesso a um aprendizado não apenas técnico, 
mas das habilidades apresentadas anteriormente.
Inserida de maneira singular no âmbito da Indústria 4.0, a empresa tem 
de garantir a formação de um colaborador que esteja não apenas pronto 
para atuar em seu segmento específico, mas que esteja pronto para 
31
aprender sempre mais de maneira integral, de maneira não restritiva, 
pois é na contribuição do grupo de colaboradores que o conhecimento 
adquirido pela empresa se mostra e se fortalece.
A área de Treinamento e Desenvolvimento das corporações assume 
grande responsabilidade nesse ponto. Diferentemente do que 
sempre foi realizado com os treinamentos específicos dentro de uma 
determinada necessidade, a nova realidade exige que as empresas 
tenham um processo contínuo de formação, principalmente levando os 
aprendizes a não dependerem dos instrutores, mas que possam buscar 
o conhecimento e aprender de forma mais autônoma. Para tanto, as 
ferramentas e metodologias adotadas devem ser adequadas para um 
novo modo de aprender.
A aprendizagem carrega uma visão diferenciada. Ela é mais profunda e, 
em parte, absorve o treinamento. Pode ser considerada um processo 
de mudança de comportamento, algo que pode ser obtido por meio de 
experiências construídas por uma soma de fatores diferentes (emocionais, 
neurológicos, relacionais e influências do meio ambiente). Nas condições 
modernas, o aluno é posto como centro do processo de ensino-
aprendizagem e o docente passa a ser visto como coautor. (MUNHOZ, 
2015, p. 133)
Fazer com que alguém aprenda algo é, dessa forma, mais significativo 
que simplesmente treinar. Quando o colaborador aprende a aprender, 
ele transforma a si próprio. Trata-se de processo que não é rápido nem 
automático, pois ele se desliga da ideia que sempre teve de que era 
necessário frequentar uma aula ou participar de um treinamento
O que significa “aprender a aprender”? Essa ideia não é algo novo 
no âmbito da educação, mas talvez seja a maior novidade no âmbito 
corporativo. A aprendizagem não acontece apenas quando o aprendiz 
está no momento reservado para se concentrar na aquisição de um 
conteúdo, com um livro ou ao assistir a um treinamento, principalmente 
quando pensamos que os nativos digitais (que já nasceram no mundo 
32
tecnológico do século XXI) já estão trabalhando nas nossas empresas. 
Quando trabalham, seu modo de pensar é a extensão do modo como 
pensam quando estão no ambiente virtual – a agilidade, o jogo, o 
estabelecimento de relações etc.
Um dadoimportante, no entanto, vem chamar mais ainda a atenção dos 
educadores: é que esses jovens jogadores – os hard players, como gostam 
de se chamar – desenvolvem novas habilidades e raciocínios, considerados 
valiosos em determinados tipos de ações profissionais.
O primeiro deles é o espírito de equipe e o desenvolvimento de habilidades 
para levar um time à vitória. Desenvolvimento de estratégias, ambição 
coletiva, definição de papéis, entrosamento, respeito aos parceiros, 
comunicação e regras de bom comportamento em rede (netiqueta) são 
algumas das aprendizagens que esses jogadores incorporam e que são 
fatores importantes para seu desempenho em atividades profissionais. 
Isso, além do fato, é claro, da fluência digital necessária tanto para jogar 
quando para trabalhar. (KENSKI, 2015, p. 117)
Por que, então, não utilizar a gamificação para a aprendizagem no 
mundo corporativo? O aprender se dá por meio de questões que 
suscitam curiosidade e criatividade, levando à busca de caminhos 
para a aquisição de novos conhecimentos e novas percepções para a 
resolução de problemas. Quais metodologias são mais adequadas para 
determinada empresa? Eis o desafio que cada uma deve assumir para 
encontrar o melhor caminho.
No caso da educação, empresas desenvolvedoras de tecnologias de 
ensino, caso da Geekie, defendem o potencial da gamificação para 
motivar os alunos a resolver problemas com autonomia e criatividade, 
em ambientes dinâmicos e interativos. Esse processo de gamificação, 
com variadas narrativas, cenários e personagens, estimularia os 
estudantes a combinar recursos e habilidades para dar propósito às 
informações recebidas, usando-as para superar obstáculos encontrados na 
aprendizagem. (CAMPOS; LASTORIA, 2020)
33
“Autonomia e criatividade, em ambientes dinâmicos e interativos”: 
eis algo que pode mudar o modo como alguns setores do ambiente 
corporativo trabalham. É claro que os problemas são sempre novos e 
exigem novas soluções, mas, antes, é preciso que o professional adote 
uma nova postura diante deles e do modo como costuma agir para 
encontrar soluções.
Concluindo, o objetivo central desta unidade temática foi o de perceber 
que o mundo da educação ainda não sabe se portar adequadamente 
diante da realidade 4.0. Porém, vimos que muitas tecnologias e 
ferramentas já existem, indicando, então, que todos os envolvidos com 
processos educativos devem se dedicar a conhecer a aplicabilidade 
delas e a fazer a transformação acontecer na educação do mesmo 
modo como aconteceu na indústria. É claro, não podemos nos esquecer 
de que ainda há uma distância grande entre a tecnologia e a vida 
cotidiana em algumas realidades; assim, antes de aplicar, é preciso que a 
tecnologia chegue a todos os lugares.
Referências Bibliográficas 
BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação 
inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm. Acesso em: 23 mar. 2020.
CAMPOS, Luis Fernando Altenfelder de Arruda; LASTORIA, Luiz Antônio Calmon 
Nabuco. Semiformação e inteligência artificial no ensino. Pro-Posições, Campinas, 
v. 31, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-
31-e20180105.pdf. Acesso em: 9 fev. 2020.
CARBONELL, Jaume. A Aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: 
Artmed Editora. 2002. 
DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-31-e20180105.pdf
http://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-31-e20180105.pdf
34
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 
Campinas: Papirus, 2015.
MUNHOZ, Antonio Siemsen. Educação corporativa: desafio para o século XXI. 
Curitiba: Intersaberes, 2015.
SACOMANO, José Benedito (Org.) et al. Indústria 4.0. São Paulo: Blucher, 2018. 
SAVIANI, Dermeval. A filosofia da educação e o problema da inovação em educação. 
In: GARCIA, Walter Esteves (coord.). Inovação educacional no Brasil: problemas e 
perspectivas. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 1995. p. 17-32.
35
Educação 4.0: desafios e cuidados 
diante da inovação tecnológica
Autoria: Luís Fernando Crespo
Leitura crítica: Vanessa Moreira Crecci
Objetivos
• Apresentar o novo contexto de educação na 
realidade 4.0.
• Entender que é necessário um novo aprendizado do 
professor e do aluno.
• Entender de que tipo são os desafios para fazer 
acontecer a Educação 4.0.
• Relacionar os desafios aos cuidados que devem ser 
considerados.
36
1. O mundo da inovação tecnológica
O mundo está configurado de tal modo que não é possível pensá-
lo sem a tecnologia e as consequências de seu uso. É interessante 
observar que aquelas pessoas que já nascem em tal realidade sequer 
conseguem imaginar uma realidade anterior, que não tivesse à 
disposição todos os instrumentos e dispositivos tecnológicos que 
conhecemos. Significa entender que o mundo é moldado por tudo 
aquilo que é depositado nele e, aos poucos, tudo o que nele está 
passando a ser considerado normal.
Porém, ao se olhar para décadas anteriores e pensar 
comparativamente, é possível perceber que a inovação tecnológica 
traz desafios, seja na consideração de sua aplicação ou nas 
consequências que requerem cuidado específico, por conta da 
mudança que trazem e do modo como a realizam. Na Educação 4.0, 
alguns pontos devem ser levantados, por exemplo, sobre o quanto 
a tecnologia pode ajudar ou prejudicar o aprendizado – é tecnologia 
para a educação ou tecnologia pela tecnologia? Muitos recursos 
são disponibilizados, mas quanto deles utilizar para que a aula não 
seja esfacelada em diferentes ações sem o devido trabalho com o 
conteúdo? A utilização de softwares cada vez mais avançados pode 
levar o aluno a estudar e aprender menos? A Educação 4.0 colabora 
com a melhoria da sociedade ou pode agravar a separação social? 
Trata-se de uma educação para todos ou de uma cada vez mais 
fechada para um grupo?
São muitas as questões que podem ser levantadas, mas são desafios 
que devem levar a respostas práticas, na realização do ato educativo. 
Quando são identificados desafios, de maneira direta, temos de 
pensar sobre os cuidados que devemos ter para que a realização 
da educação mediada pelas novas pedagogias e permeada pela 
37
tecnologia constitua aprimoramento das práticas educativas novas e 
dos resultados benéficos para toda a sociedade.
Vamos pensar mais sobre esses desafios e cuidados!
1.1 Questão de novo aprendizado
O mundo 4.0 é marcado, entre muitas coisas, pela velocidade na 
evolução das ferramentas tecnológicas. A chamada 4ª Revolução 
Industrial não conta apenas com um novo tipo de força para agir no 
mundo (energia a vapor, energia elétrica ou o trabalho com dados), 
mas conta com a velocidade na divulgação e nas trocas que ocorrem 
entre sujeitos das mais diversas áreas. Além disso, conta com outro tipo 
de inteligência, que serve para a modificação das próprias máquinas, 
que é a Inteligência Artificial. Primeiro, vivemos a era da informação, 
mas chegamos à do conhecimento, quando então o conhecimento é 
possibilitado (acessível) a todas as pessoas, que, por sua vez, estão 
autorizadas à produção de outros conhecimentos.
Vivenciadas em grupos, com muitas interações e troca de informações, 
essas tecnologias não se encontram mais como espaços de ficção, 
mas de realidades, ainda que virtuais. Em alguns casos, pelas próprias 
condições em que são desenvolvidas, oferecem oportunidades de 
maior e melhor exploração e vivência do que os espaços concretos 
a que se referem. Suas especificidades nos possibilitam o registro, 
o acompanhamento (antes-durante-depois), a interação com outros 
meios, o enviode informações atualizadas e o recebimento de feedback 
imediato de outras pessoas que podem estar nos mais diferenciados 
locais do planeta (KENSKI, 2013, p. 67).
Aos poucos, a tecnologia foi chegando a todos os pontos do país, 
embora haja recantos que não têm suas necessidades tecnológicas 
supridas. O que colabora para o desenvolvimento nesse aspecto é o 
setor industrial requerer tecnologia de ponta; assim, para que uma 
indústria seja instalada, toda uma infraestrutura tecnológica deve ser 
38
preparada. Assim, ao se considerar que muitas empresas se instalam 
em áreas menos privilegiadas em busca de benefícios, acabam por 
auxiliar no desenvolvimento daquela localidade.
E a educação? Ela está permeando os processos de aprendizagem 
em todos os âmbitos, seja quando as escolas estão preparando um 
novo indivíduo para as novas necessidades sociais, seja quando as 
faculdades estão preparando os novos profissionais para as novas 
exigências do trabalho, seja quando as empresas formam seus 
colaboradores por meio de formação continuada. É preciso aprender 
a agir no mundo, pois o conhecimento já está acessível a todas as 
pessoas.
É preciso pensar um novo modo de realizar a educação, o que significa 
repensar:
• O instrumental tecnológico e o ensino para que professores 
e alunos saibam e consigam se beneficiar dele; trata-se de 
aprendizado técnico.
• Amparo pedagógico, entendendo que não se pode confiar em 
processos educativos que se façam “do nada”, sem fundamento.
Tendo aprendido a utilizar a tecnologia, tanto professor como 
aluno precisam de um amparo sobre como devem atuar para que 
a aprendizagem ocorra. Significa que o professor deve rever suas 
posturas e entender que não se trata de um tipo de algo superficial e 
passageiro; a educação tradicional é cada vez mais questionada e vai 
cedendo espaço para as novas possibilidades do ato educativo. Porém, 
o aluno também, habituado a processos tradicionais de educação, tem 
de rever sua postura e perceber que o que se exige dele é, agora, mais 
que simplesmente estar em sala de aula e esperar que o professor faça 
o aprendizado acontecer por meio de um ensino unilateral.
39
O novo aluno ganha novo espaço na consideração e na própria ação. 
Ele passa a ser considerado de modo diverso: não mais é recebido 
como parte de um público homogêneo que aprende de um único 
modo. O aluno é considerado em sua singularidade e, assim, passa 
a ter à disposição diferentes caminhos para seguir buscando a 
aprendizagem.
Como exemplo, pensemos o trabalho com um texto. Há alguns anos, 
não havia o que se pensar sobre o modo como um aluno aprende a 
partir de um texto escrito. Porém, agora essa ideia se apresenta de 
modo diverso, e o professor deve questionar: de quais modos esse 
conteúdo pode ser apresentado ao aluno? Ele pode ser trabalhado na 
leitura habitual, pode ser transformado em esquema de ideias, pode 
ser apresentado em mapa conceitual, pode ter como apoio um podcast 
do professor e assim por diante.
Assim, o aluno recebe atenção diferenciada, mas algo é exigido em 
contrapartida. O aluno não mais é aceito em atitude passiva, ele deve 
agir mais que antes. Em primeiro lugar, espera-se que o aluno busque 
o conhecimento do modo como entende ser melhor para si (tendo em 
mente que deve responder à organização do conteúdo escolar), e ele 
deve estar atento para saber se realmente alcançou o conhecimento 
esperado. Para isso, será necessário que ele trabalhe mais com o 
conteúdo, seja preparando apresentações e/ou materiais para entrega; 
seja trabalhando colaborativamente, uma vez que há atividades que 
apenas podem ser realizadas no coletivo; e assim por diante.
2. Âmbitos de desafios
Os desafios a serem enfrentados não podem ser resumidos a apenas 
uma ideia, já que tratam de questões diferentes que se ancoram em 
âmbitos diversos. Desse modo, o que tentamos fazer aqui foi reunir 
40
os desafios em cinco ideias principais. Essas ideias não especificam 
todos os desafios que podem aparecer, já que são reflexões em torno 
de certos problemas, mas é possível vislumbrar que tipos de situações 
podem advir deles.
Inicialmente, pense sobre as questões levantadas no trecho abaixo:
Os executivos apontam que é preciso ter cuidado durante a inserção da 
tecnologia no contexto educacional para não causar impactos negativos 
no processo de formação, pois algumas delas possuem um caráter mais 
comercial que pedagógico.
Para o futuro, é almejado a criação de um ecossistema que utilize dos 
dispositivos tecnológicos para gerar engajamento e transformar a figura 
do professor em um facilitador, que entenda a realidade de cada aluno e 
leve para a sala de aula ferramentas que permitam o desenvolvimento de 
habilidades sócio-emocionais (SANTANA, 2020, online).
Mesmo que a tecnologia se apresente como possibilidade para 
inúmeros benefícios, há que se pensar nas necessidades de base para 
que ela possa assim se efetivar. Vejamos!
2.1 Infraestrutura e ferramentas
Tecnologia é diferente de técnica. Enquanto a técnica se refere a um 
tipo de conhecimento, modo específico de atuar e modificar o mundo, 
a tecnologia se volta para âmbito mais prático de aplicação de conjunto 
de técnicas com a finalidade de atingir um fim específico. Inserir a 
tecnologia no âmbito da educação não pode ser, simplesmente, adotar 
um conjunto de tecnologias e tentar continuar o que se fazia antes, 
apenas de modo “mais incrementado”. É preciso mudar a concepção 
de educação, pois ter em mente as mesmas ideias de sempre não 
permite que se faça uso da tecnologia de modo efetivo em todas as 
suas possibilidades. Estamos falando de outro tipo de educação, não 
só de incrementos.
41
Assim, para que os projetos possam se realizar, é necessária uma nova 
estrutura:
• Espacial: considerando que a educação tradicional cabia sempre 
dentro de um único espaço formatado para ela, o novo fazer exige 
a expansão do espaço para que novos ambientes permitam novos 
fazeres. Por exemplo, ao se trabalhar com projetos, o espaço 
da sala de aula não é suficiente para que as equipes discutam e 
trabalhem. É importante deixar claro que a mudança de espaço 
não se refere apenas a novos espaços, mas sim a um novo modo 
de utilizá-los.
• Tecnológica: a pesquisa sobre as ferramentas deve ocorrer sempre 
de forma colaborativa, trazendo para a discussão os profissionais 
da área tecnológica, que conhecem sua usabilidade e seus 
objetivos, e os profissionais da educação, que sabem o que será 
necessário como educação.
• Pedagógica: a pedagogia é um vasto campo de conhecimento 
que se atualiza constantemente, tentando dar conta das novas 
realidades que se apresentam. Entre as diversas teorias, é preciso 
encontrar qual delas melhor serviria como fundamentação. 
Como exemplo temos: ao considerarmos o contexto de inovação, 
construção do conhecimento e um processo educativo voltado 
para as especificidades do aluno, pode-se pensar o construtivismo 
como uma teoria com condições de abarcar muitas das 
especificidades da Educação 4.0.
• Humana: pouco adianta a preocupação com os pontos indicados 
anteriormente, se não voltamos a atenção para os professores 
e demais profissionais envolvidos. Um projeto novo deve ser 
assumido pela comunidade educadora, mas ela precisa entender e 
aprender a trabalhar nele.
Há diferentes ferramentas e, por isso, é preciso entender as 
necessidades e, a partir delas, buscar as que mais podem se adequar. 
42
Por conta disso, é de suma importância haver uma equipe de suporte 
na área de T.I. (tecnologia da informação), que pode lidar e moldar a 
tecnologia para determinadas necessidades, como a criação de um 
ambiente virtual de aprendizagem. Vale lembrar que há adequação 
dentro de certos limites, por isso a importância de uma equipe que 
trabalhe com o usuário final (coordenador, professor, aluno).
2.2 Atualização e ressignificação da atuação do professor
Como indicado anteriormente, o ponto central no processo educativo 
de décadas atrás era oconhecimento solidificado nos livros, com 
o professor como o único conhecedor e transmissor do conteúdo, 
traduzindo o conhecimento para a realidade do aluno. Era quando o 
professor conquistava seu respeito por conta do conhecimento que 
tinha do conteúdo, porém, agora, é necessário que ele atue de maneira 
diferenciada. Já que todo o conhecimento está à mão dos alunos em 
seus computadores, tablets e celulares, esse professor deve ressignificar 
seu fazer, pois ele ainda é importante e necessário, mas agora não como 
o único detentor e transmissor do conteúdo. Ele assume um novo papel, 
que é o de provocar e instigar o aluno para o conhecimento.
Porém, como dar conta disso, diante das tecnologias que mudam 
constantemente? A palavra-chave é atualização. O professor que não se 
atualiza fica para trás rapidamente. Além disso, tão importante ou mais 
que a atualização em sua respectiva área de atuação, é a atualização 
em tecnologia, mais especificamente nas tecnologias voltadas para a 
educação, tecnologias digitais e tecnologias pedagógicas. Exige-se do 
novo profissional que ele tenha conhecimento (o mínimo necessário) 
das diversas áreas relacionadas ao novo fazer: tecnologia (softwares), 
administração (por exemplo, o trabalho com projetos já é realizado nas 
empresas) e pedagógicos (especialmente relacionados às metodologias 
chamadas “ativas”).
43
A valorização do que é novo, mais potente ou, simplesmente, 
diferente, já faz parte das concepções culturais e sociais presentes 
na atualidade. Queremos algo que potencialize nossa capacidade de 
interação, comunicação, acesso e armazenamento das informações. Na 
atualidade, construímos nossas relações em meio aos mais variados 
artefatos tecnológicos. A cultura contemporânea está ligada à ideia da 
interatividade, da interconexão e da inter-relação entre as pessoas, e entre 
essas e os mais diversos espaços virtuais de produção e disponibilização 
das informações. (KENSKI, 2013, p. 62)
É claro que essa reformulação que o professor deve fazer de si 
não é algo fácil. Trata-se de um processo que deve levá-lo do novo 
aprendizado à nova atuação. A ideia de simplesmente “aprender na 
prática” não cabe aqui, pois a prática leva certo tempo para ensinar e as 
rápidas mudanças exigem agilidade. O novo professor é aquele que está 
“antenado” àquilo que ocorre no mundo da tecnologia e da educação; é 
aquele que anseia e assume os desafios diante da novidade.
2.3 O engajamento do aluno
Engajar é conquistar para um compromisso, é levar a assumir uma 
responsabilidade. Nesse sentido, o desafio se refere à necessidade 
de que o professor leve o aluno a assumir algo de seu processo 
de aprendizagem. Mesmo que a realidade tenha mudado muito, 
principalmente nos últimos anos, ainda há um grande número de alunos 
que pensa que deve se portar como antigamente, apenas estando 
presente fisicamente nas aulas e acreditando que a aprendizagem é 
consequência natural do ensino.
Por conta do contexto citado, temos de lidar com hábitos que os alunos 
trazem e que são prejudiciais ao aprendizado significativo. Talvez o 
principal seja do aluno passivo e copista, aquele que não busca agir, mas 
receber; que não produz, mas copia. Tais hábitos vêm de uma história, 
tendo o aluno entendido que poderia ser assim, e assim se fez. Trata-
44
se, então, de tentar mudar algo que já vem sedimentado, devendo o 
engajamento ser buscado por meio de conteúdos apresentados de 
novas maneiras, que conquistem a atenção e o interesse.
Outro ponto significativo, e já fruto da realidade tecnológica, é o 
entendimento de que a tecnologia serve para facilitar a vida do aluno. 
Em certo sentido, facilita, mas não do modo costumeiro: para ele, 
facilitar, às vezes, é sinônimo de estudar menos e ter bons resultados. 
Assim, a vivência no âmbito tecnológico (entenda-se “ter acesso à 
internet”) faz com que a primeira ação de muitos alunos seja buscar 
em um ambiente virtual um resumo do texto a ser lido, um exercício já 
resolvido ou um vídeo que supra a necessidade de ler o texto, pois mais 
fácil é o que já está pronto.
Resta claro que, quando o aluno não tem uma boa direção, a tecnologia 
colabora para que ele não conquiste (ou perca) seus hábitos ou métodos 
de estudos mais aprofundados. O hábito da busca pela facilidade o 
leva a viver em uma zona de conforto. Esse aluno precisa enxergar 
diante de si o que se alcança com os diferentes usos da tecnologia para 
que, assim, possa fazer sempre escolhas que contribuam mais para 
o seu aprendizado. A tecnologia deve abrir novas possibilidades de 
pensamento e aprendizagem aos alunos, mas não pensar por eles.
O desafio de levar o aluno a um engajamento maior deve ser constante. 
Poder-se-ia dizer que esse desafio sempre existiu, e isso é verdade. 
O que muda com o contexto é que o professor tem que ser hábil em 
enxergar as diversas novas possibilidades de ensino. É um desafio 
maior, mas as ferramentas estão em maior número também.
O projeto indicado pelo trecho a seguir mostra de que maneira foi 
buscado o engajamento de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) 
e, ao mesmo tempo, como foi incluída a tecnologia digital:
45
Queríamos inserir esses recursos na rotina dos alunos, mas com atividades 
que fossem significativas para eles. Se vamos editar um texto, não pode ser 
qualquer um. Como sugestão da professora de português, começamos a 
usar produções que se relacionavam com as memórias deles. Foi assim que a 
professora de música passou a trabalhar com o resgate de memórias musicais 
da infância, adolescência e idade adulta. Por sua vez, os professores de teatro 
passaram a orientar a composição de cenas relacionadas com essas músicas. 
Nas aulas de cultura digital começamos a desenvolver apresentações, 
envolvendo vídeos e pesquisas na internet.
Ainda com a ideia de resgatar memórias, no segundo semestre os alunos 
trabalharam com áudio e tiveram que ouvir e analisar comerciais antigos. 
Também exploramos a criação e edição de arquivos sonoros com a produção 
de radionovelas. Eles recriaram e interpretaram esses conteúdos com o uso 
de personagens digitais, os chamados avatares. (RAPKIEWICZ, 2015)
Memórias, vivências e necessidades engajam, pois despertam o interesse, 
já que se relacionam àquilo que os alunos são e àquilo que vivenciaram e 
se transformou em conhecimento para eles. Tal experiência mostra que o 
objetivo não foi apenas resgatar, mas reinterpretar e renovar e, por meio 
do uso da tecnologia, desenvolver novas habilidades.
2.4 O contato real vs. virtual
Este ponto é bastante interessante, pois a relação entre real e virtual na 
educação deve ser algo manejado pelo professor. Manejo, nesse caso, 
significa o saber medir o quanto de real e de virtual é importante ou 
necessário para cada contexto; quanto deve ser aprendido por meio de 
um debate presencial e quanto deve ser deixado para uma discussão de 
um fórum interativo, por exemplo. Talvez a apresentação de um projeto 
a ser realizado requeira uma presença mais marcante do professor, 
enquanto as fases de realização podem ser conduzidas por meio de um 
fórum de discussão e de alguns podcasts. O professor mais atento consegue 
identificar as diferentes necessidades.
46
Em uma aula presencial, o professor chama a atenção dos alunos para que 
não se distraiam com seus aparelhos eletrônicos, pois aquele é o momento 
de voltar a atenção para o que é apresentado ao vivo. Engajamento é fazer 
com que o aluno não seja simplesmente laçado, mas que ele se proponha 
a seguir a organização proposta para a aula. O inverso também ocorre: em 
uma atividade que deve ser realizada por meio da tecnologia (de qualquer 
tipo), o professor deve chamar a atenção do aluno que acaba se distraindo 
e se perdendo naquilo que está ao seu lado fisicamente, seja um colega, um 
cachorro ou algo que esteja sendo transmitido pela televisão, por exemplo.
Para a relação real vs. virtual, não existe medida exata; só o contexto 
momento-conteúdo-professor-aluno é que dáindícios das melhores 
práticas a serem adotadas. Fazer a passagem da prática ao virtual e do 
virtual à prática exige a habilidade do professor para saber conjugar os 
diferentes elementos e necessidades. Outra característica do contexto 4.0 
é, também, a ideia de “faça você mesmo”; trata-se do aprender fazendo, 
o chamado movimento maker. Não temos como medir o quanto há de 
ensino prático na internet, podendo as pessoas aprenderem a fazer o que 
desejarem, até um aplicativo para celular, por exemplo.
Figura 1 – Google Busca
Fonte: Google (2020).
47
Como podemos observar na figura, uma simples busca na internet pode 
indicar diversos sites que ensinam a desenvolver aplicativos, por exemplo. 
Na educação, o movimento maker é importante para: desafiar, engajar 
em projetos, criar, avaliar sobre recursos, resolver problemas, estimular a 
colaboratividade etc. O exemplo da manchete a seguir mostra tudo isso, 
estando também aliado ao pensamento de melhoria social.
“Conheça o Bobô, o robô-anjo que dá uma aula de inclusão e 
solidariedade – ‘Máquina’ faz um caminho programado para a 
ajudar uma aluna com Síndrome de Down e com um problema 
urinário” (Brembatti, 2016)
2.5 Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é um tema muito debatido dentro das modernas 
considerações sobre educação, já que a noção de realidade complexa exige 
um pensamento cada vez mais completo sobre os problemas – ainda que 
seja uma completude relativa, já que não é possível abarcar a realidade pelo 
pensamento de modo total.
Um tema a ser tratado deve ser perpassado pelos diversos conhecimentos 
oferecidos pelas disciplinas para que se construa um conhecimento coeso, 
e não uma colagem de diferentes falas sobre um determinado assunto. Isso 
é um esforço coletivo, pois o aluno estará mais apto a entender a realidade 
de modo interdisciplinar, quando ele aprender a interdisciplinaridade 
em sua vivência na educação. Tratamos aqui da relação entre os fazeres 
dos diferentes professores: um professor que queira estar pronto para a 
realidade 4.0 deve ser maleável para conseguir trabalhar com seus colegas.
Esse aspecto de trabalho conjunto pode ser facilitado sobremaneira 
por meio da tecnologia. De maneira especial, as ferramentas wiki são 
colaborativas e podem ser utilizadas pelos professores em conjunto, 
tanto na orientação quanto na avaliação das atividades, e ainda pode-se 
acompanhar o desenvolvimento delas. O trabalho interdisciplinar requer o 
48
diálogo por meio de saberes cada vez mais abertos, lembrando que isso é 
consequência direta da abertura do professor em trabalhar assim.
Nesse sentido, o artigo de Mariana Souza e Ivani Fazendo (2017) é 
interessante para pensarmos a importância da interdisciplinaridade. Além 
disso, as autoras mostram que a inovação não é algo que depende de 
ações grandiosas, mas sim da disposição em utilizar diferentes recursos. 
Para isso, elas apresentam dois projetos realizados. Não deixe de ler!
3. Ideias e práticas
É importante refletir sobre as mudanças que devem ocorrer na 
concepção de educação no contexto 4.0. Estando conscientes das 
necessidades, professores e gestores devem criar possibilidades de 
atuação. No entanto, é importante conhecer aquilo que já é realizado 
nas diferentes realidades, o que significa que a partilha de experiências 
é de fundamental importância para um desenvolvimento cada vez 
maior. É preciso buscar!
O site www.porvir.org pode ser um caminho para se começar a conhecer 
novas experiências em educação mediadas pela tecnologia. Trata-se de 
um portal cujo objetivo é, justamente, mapear as práticas inovadoras 
na educação, apontando as tendências, as necessidades e os sucessos 
alcançados.
Figura 2 – Logo Porvir
Fonte: PORVIR (2020).
http://www.porvir.org 
49
No site, as seções Como Inovar e Mão na Massa são bem interessantes 
e mostram como os profissionais podem começar um trabalho de 
inovação em suas práticas educativas. Muitos exemplos práticos das 
atividades inovadoras podem ser encontrados no e-book Desafio: diário 
de inovações (PORVIR; IBFE, 2019). Não deixe de verificar!
Enfim, de tudo o que apresentamos nesta unidade temática, restará 
sempre um questionamento, cuja resposta mudará a cada instante: 
quais os desafios atuais para se realizar uma Educação 4.0?
A realidade muda, o ser humano muda, os desafios mudam; sendo 
assim, a educação tem de mudar. Trata-se de um movimento que deve 
ser iniciado e sustentado pelo novo professor, que nunca é plenamente 
novo, mas disposto à renovação constante. Quando falamos de um 
professor mais completo, não estamos no âmbito da utopia, mas 
tratando de enxergar os pontos menores que podem ser alcançados 
em diversas atividades e que, em seu todo, indicam uma realidade nova 
para a educação.
A educação tradicional deixará de existir totalmente? Não há resposta 
para essa pergunta, embora devamos entender que sempre haverá 
diferentes modelos coexistindo. Possivelmente, tal modelo não sumirá, 
mas pode ser que acabe se restringindo a poucas realidades, já que 
a mudança é exigida na maior parte dos sistemas de educação, em 
todos os níveis. A tecnologia mudou o professor em sua essência, de 
transmissor para orientador, o que significa que ele deve se reposicionar 
para si mesmo dentro do processo educativo. Uma primeira impressão, 
talvez, seja a de que o professor tenha perdido e que perderia de vez 
seu papel, substituído pela tecnologia, quando, na verdade, deve-se 
aceitar uma transformação que é parte de algo maior e mais global: a 
sociedade.
Vivemos um momento de disrupção, e o professor deve se reinterpretar 
nele:
50
Em tecnologia, convencionou-se entender disrupção como a interrupção 
de um processo social e economicamente já estabelecido, pela emergência 
de novo ciclo de inovação que venha a afetar a sociedade em parte ou 
no seu todo. Em âmbito geral, disrupção descreve a interrupção de um 
processo em curso, geralmente associado à inovação. Este processo 
disruptivo, associado a todo o cenário que configurou o panorama do 
mundo contemporâneo, sobretudo a partir do século XX, contribuiu para 
a criação de um universo novo determinante para modos de ser e agir do 
indivíduo atual no qual os acontecimentos se sucedem em uma velocidade 
antes desconhecida, transformando em curto prazo de tempo os universos 
sociais e humanos (MELLO; ALMEIDA; PETRILLO, 2019, p. 16).
Trata-se, então, do momento no qual um novo paradigma está se 
estabelecendo, questionando um modelo educacional que perdurou 
durante muito tempo. Toda mudança traz exigências, algumas já 
postas e outras que vão se construindo. O momento da disrupção exige 
maleabilidade por parte de todos os que nele estão envolvidos; porém, 
mais que isso, exige a disposição para um novo aprendizado. Não se trata 
da mudança da educação, mas da mudança dela como parte de um todo 
que está se transformando. De maneira especial, ao tratarmos do âmbito 
educacional, temos dois personagens principais, professor e aluno, que 
vão se reconstruir a partir de uma nova relação a ser pensada.
Referências Bibliográficas
BREMBATTI, Katia. Conheça o Bobô, o robô-anjo que dá uma aula de inclusão e 
solidariedade. Gazeta do Povo, [s.l.], 2 set. 2016. Disponível em: https://www.
gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conheca-o-bobo-o-robo-anjo-que-da-uma-
aula-de-inclusao-e-solidariedade-9kmvcrwv146x9ahxjinjfzqtp/. Acesso em: 23 mar. 
2020.
CAMPOS, Luis Fernando Altenfelder de Arruda; LASTORIA, Luiz Antônio Calmon 
Nabuco. Semiformação e inteligência artificial no ensino. Pro-Posições, Campinas, 
v. 31, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-
31-e20180105.pdf. Acesso em: 9 fev. 2020.
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conheca-o-bobo-o-robo-anjo-que-da-uma-aula-de-inclu
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conheca-o-bobo-o-robo-anjo-que-da-uma-aula-de-inclu
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/conheca-o-bobo-o-robo-anjo-que-da-uma-aula-de-inclu
http://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-31-e20180105.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/pp/v31/1980-6248-pp-31-e20180105.pdf
51
GOOGLE. Busca: como fazer um app. 2020. Disponível em: encurtador.com.br/
giKN4. Acesso em 26 de mar. 2020. 
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e tempo docente. Campinas: Papirus, 2013.
MELLO, Cleyson de Moraes; ALMEIDA NETO, José Rogério Moura; PETRILLO, Regina 
Pentagna. Metodologias ativas: desafios contemporâneos e aprendizagem 
transformadora. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2019.
PORVIR; IBFE (Orgs.). Desafio: diário de inovações. 3. ed. 2019. Disponível 
em:https://s3.amazonaws.com/porvir/wp-content/uploads/2019/09/1618
2537/diario_inovacoes_ebook_ed3_vf-compactado.pdf. Acesso em: 5 mar. 2020.
PORVIR. Logo Porvir. 2020. Disponível em: https://porvir.org/wp-content/themes/
inketa/images/navbar-brand.png. Acesso em: 5 mar. 2020.
RAPKIEWICZ, Clevi Elena. Resgate de memórias muda uso de tecnologia na EJA. 
Porvir. 2015. Disponível em https://porvir.org/resgate-de-memorias-traz-inclusao-
digital-eja/. Acesso em: 7 mar. 2020.
SANTANA, Pablo. Como a tecnologia está transformando a sala de aula? 
Infomoney. 2020. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/negocios/como-
a-tecnologia-esta-transformando-a-sala-de-aula-executivos-debatem-futuro-da-
educacao/. Acesso em: 10 fev. 2020. 
SOUZA, Mariana Aranha de; FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade, 
currículo e tecnologia: um estudo sobre práticas pedagógicas no ensino 
fundamental. RIAEE, [s.l.], v. 12, n. 2, p. 708-721, abr./jun. 2017. 
http://encurtador.com.br/giKN4
http://encurtador.com.br/giKN4
https://s3.amazonaws.com/porvir/wp-content/uploads/2019/09/1618 2537/diario_inovacoes_ebook_ed3_vf-c
https://s3.amazonaws.com/porvir/wp-content/uploads/2019/09/1618 2537/diario_inovacoes_ebook_ed3_vf-c
https://porvir.org/wp-content/themes/inketa/images/navbar-brand.png
https://porvir.org/wp-content/themes/inketa/images/navbar-brand.png
https://porvir.org/resgate-de-memorias-traz-inclusao-digital-eja/
https://porvir.org/resgate-de-memorias-traz-inclusao-digital-eja/
https://www.infomoney.com.br/negocios/como-a-tecnologia-esta-transformando-a-sala-de-aula-executivos
https://www.infomoney.com.br/negocios/como-a-tecnologia-esta-transformando-a-sala-de-aula-executivos
https://www.infomoney.com.br/negocios/como-a-tecnologia-esta-transformando-a-sala-de-aula-executivos
52
A gestão da aprendizagem na 
Educação 4.0: professores e 
gestores mais competentes
Autoria: Luís Fernando Crespo
Leitura crítica: Vanessa Moreira Crecci
Objetivos
• Pensar a necessidade de formação para gestor e 
professor 4.0.
• Entender quais os elementos de competência para 
atuar no contexto 4.0.
• Ver possibilidades para a internet das coisas na 
educação.
• Falar sobre espaços para inovação e tecnologia na 
educação.
53
1. Gestão do processo
Ao longo das unidades anteriores, foram apresentados alguns dos 
principais temas relacionados à Educação 4.0 no sentido de indicar de 
que modo o uso de tecnologias em outros âmbitos leva a educação 
a buscar novos caminhos de realização. Nesse sentido, professor 
e aluno foram tomados como personagens principais, a partir dos 
quais a efetivação da educação se torna possível. Porém, ainda que as 
tecnologias estejam disponíveis e tanto professor como aluno tenham 
plena consciência e disposição para o trabalho, um âmbito de suma 
importância é o da gestão de todo o processo da Educação 4.0.
A ideia de gestão normalmente é trazida apenas como relacionada à 
prática de gerir ou administrar processos. Dizendo de outro modo, a 
gestão seria a maneira de organizar um conjunto de práticas para que 
estas levem a uma determinada finalidade, a um objetivo para um certo 
âmbito de atuação.
Ainda que pareça um pouco mais poética outra concepção, é importante 
pensar a gestão como o gestar. Assim, gestar é permitir que algo se 
forme por inteiro, com condições de se realizar na vida prática. Desse 
modo, a gestão da Educação 4.0 não pode estar relacionada apenas à 
organização de práticas, pois, se fosse apenas isso, a área administrativa 
conseguiria dar conta também da educação.
Ao se falar em educação, é preciso ter em mente que há séculos 
(talvez desde a Didática Magna, de Comênio) a ciência pedagógica vem 
aperfeiçoando suas teorias e propondo práticas que efetivem o ato 
educativo; trata-se de buscar aquilo que o próprio Comênio objetivou: 
fazer com que o professor ensine menos e o aluno aprenda mais. 
Porém, agora tudo ocorre com a mediação da tecnologia. Fazer a gestão 
depende do conhecimento técnico que se tem, mas também depende 
do modo como se aprende a ler a realidade por todos os lados, para 
54
os quais as propostas tecnológicas, em sua aplicação, precisam de 
adequações.
A tecnologia na educação não faz milagre e, mesmo com o 
aprimoramento delas, é demorado o processo para alcançar progressos 
significativos. Isso ocorre, pois a tecnologia está lá, mas nem sempre 
o professor (ou outro responsável) sabe fazer uso dela, ou sabe fazer 
um bom uso. Nesse sentido, há desafios em dois âmbitos da gestão: 
aquela que organiza os processos dentro das instituições de modo geral 
e aquela que atua diretamente com os alunos em sala de aula. Aqueles 
profissionais que atuam nos dois âmbitos têm de aprender não apenas 
a técnica de aplicação da tecnologia, mas também o modo de dosar, ou 
seja, de entender o quanto dela é necessário e qual o limite para que 
ela não seja causa de emperramento do processo. Por exemplo, para 
uma disciplina, o professor deve delimitar um número de ferramentas, 
para que os próprios alunos não se percam. Os desafios da boa gestão 
se ligam às ações de conciliar, conceder, segurar e assegurar, mas tudo 
isso não de qualquer modo, mas de forma equilibrada entre as ações 
envolvidas.
O gestor deve ser a pessoa mais atenta ao mundo contemporâneo, 
pois é ele quem busca enxergar o contexto, com suas novidades e 
possibilidades. Sendo assim, o que a gestão pode fazer de modo prático 
para realizar a Educação 4.0? Indicamos a leitura do artigo Escolas 
Concept e Avenues: o que as “escolas do futuro” podem nos ensinar? 
(ESCOLAS EXPONENCIAIS, [s.d.]). O texto apresenta dois exemplos de 
escolas chamadas “do futuro” e elenca pontos importantes a serem 
observados em sua organização, como o ambiente, o ensino híbrido, a 
dimensão humana, entre outros temas.
Saiba mais: O site Escolas Exponenciais é interessante para 
observarmos quais caminhos são seguidos por diversas escolas 
consideradas inovadoras. Há muitos artigos que podem ser do interesse 
de gestores e professores. Por exemplo:
55
• Como realizar uma boa reunião pedagógica;
• Como integrar educação e tecnologia;
• Como se manter atualizado;
• E outros.
Vejamos a seguir alguns pontos importantes para se pensar a gestão do 
ato educativo.
2. Saber técnico
Há até certo tempo, entendia-se que aquele que faz a gestão dos 
processos deveria entender de tudo aquilo que sua equipe deveria 
realizar, era entender as ações como um todo e em seus detalhes. 
Com o passar do tempo e com as novas definições, principalmente do 
âmbito da administração, surge um novo modo de se pensar a gestão, 
que prega a necessidade de que as pessoas sejam bem lideradas para 
que, consequentemente, os processos ocorram como devem; cada 
um dos colaboradores é que teria a responsabilidade de acompanhar 
o bom andamento daquilo que faz. Porém, essa concepção acabou 
levando muitos gestores a não mais conhecerem os processos que 
sua equipe realiza. Um processo corre sérios riscos quando não há tal 
conhecimento por parte do responsável.
A Educação 4.0 exige um gestor que realmente tenha um saber técnico 
sobre aquilo que deve ser realizado. Não significa que tal gestor tenha 
de ser formado, além da área específica de formação, em pedagogia 
ou tecnologia da informação. Porém, ele precisa buscar um saber 
mínimo que permita o acompanhamento, já que quem nada sabe sobre 
um assunto dificilmente consegue enxergar rapidamente pontos de 
atenção e necessidades diversas. Já o professor quevai trabalhar com 
56
as novas tecnologias, sejam digitais ou pedagógicas, ao deter algum 
conhecimento sobre tudo o que está envolvido em seu fazer, no que vai 
ser proposto aos alunos, está mais apto a realizar as ações.
Ao se falar em gestão, considera-se que a tomada de decisões é algo 
bastante importante, dando os direcionamentos de todo o projeto que 
será realizado. Cada detalhe deve ser pensado de modo articulado, 
relacionando objetivos e possibilidades. Os caminhos são definidos, 
principalmente, na relação entre as necessidades pedagógicas e as 
mídias disponíveis a serem escolhidas. (MOSTAFA, 2006, p. 15).
Para que se possa escolher bem tudo aquilo que tomará parte de um 
determinado curso, este deve ser pensado como uma complexidade. 
Significa entender que, dentro dos objetivos gerais a serem alcançados, 
cada recurso (mídia ou tecnologia) utilizado deve possibilitar alcançar 
objetivos menores e mais específicos. É preciso ter uma visão do todo, 
que seja sistêmica e saiba entrelaçar necessidades e possibilidades.
3. Formação dos professores
Como deve ser pensada a formação de um profissional que tem de 
atuar de modo cada vez mais amplo? É difícil responder de modo exato, 
mas é preciso ter em mente que o professor deve, acima de tudo, 
estar aberto para aprender sempre. Tudo aquilo que ele adquire de 
aprendizado em um momento, no momento seguinte pode já não mais 
vigorar, mas aquele conteúdo serve como base para o que vier a seguir. 
A ideia de “estar antenado” é bem adequada para esse professor: ele 
deve estar atento ao que acontece no mundo da educação como um 
todo, buscando o que há de novo para poder aperfeiçoar sua atuação.
Acompanhar avanços em áreas que estão relacionadas à tecnologia 
exige uma disposição tal que pode parecer cansativo; porém, as 
57
inovações que podem ser encontradas são enriquecedoras de tal modo 
que nutrem ainda mais o desejo de conhecer. Dizendo de outro modo, 
o professor que trabalha na Educação 4.0 tem mais conteúdo a ser 
buscado e essa busca é ampla. Vamos a um exemplo: façamos uma 
pesquisa em um site de busca com os termos “práticas inovadoras em 
educação”; no momento em que esse texto é escrito, o resultado da 
busca pelo Google é:
Figura 1–Busca Google
Fonte: Google (2020).
Há um número aproximado de 15.700.000 resultados. Nesse número, 
há muitos resultados que nada servem para o que se quer encontrar. 
Sendo assim, como é possível fazer a seleção diante de um número 
como esse? Costumeiramente, quem está pesquisando começa a 
acessar os primeiros indicados na listagem, mas não se pode garantir 
que os demais sejam menos importantes. Como fazer, então? Apenas 
o hábito pode indicar um caminho para a escolha de fontes confiáveis; 
também é a prática que pode revelar maneiras de se refinar a busca, 
pois o resultado que aparece é dado por um algoritmo que tenta 
interpretar (cálculo) aquilo que se deseja.
No entanto, apenas conhecer casos não leva um professor a desenvolver 
as habilidades necessárias para o contexto 4.0; é fundamental haver 
uma formação de forma regular e continuada. Não significa que o 
professor deva buscar apenas cursos regulares oferecidos pelas 
instituições de educação, mas que ele deve estar em constante formação 
por meio dos cursos que mais lhe convierem, de acordo com suas 
disponibilidade e necessidades.
58
[...] na atualidade, o domínio das TICs demanda a aquisição de 
competências necessárias à profissão docente. Essas novas competências 
se traduzem em um novo saber, que só garantirá a sua objetivação numa 
situação em que o seu uso se tornar homogêneo e facilitador, na busca 
de novas informações e conhecimentos, que devem se configurar em 
instrumento de trabalho, cuja apropriação e cujo domínio sejam acessíveis 
a todos os professores (FIDALGO, 2015, p. 158-159).
O professor, ainda que sua atuação tenha sofrido grandes alterações, 
é um dos personagens principais para que a Educação 4.0 se efetive. 
Como mediador do conhecimento, ele deve estar atento ao modo 
como as características dos alunos devem ser consideradas diante das 
inúmeras possibilidades pedagógicas. O mundo da educação não se 
restringe mais ao âmbito da escola e deve ser ressignificada a noção 
de permitir que o conhecimento aconteça. De certo modo, ele tem 
sua tarefa aprimorada com o auxílio das chamadas Tecnologias da 
Informação e Comunicação (TICs).
Na Educação 4.0, houve uma mudança de eixo, passando o aluno 
a estar como centro. Por conta disso, em um processo que ainda é 
construído, o professor vai recolocando tudo em nova disposição, 
inclusive a si próprio. Muda a posição, o foco muda. Não apenas 
professor e aluno são recolocados: os aparatos tecnológicos, que, em 
uma educação tradicional, eram proibidos, concebidos como prejudiciais 
ao aprendizado, ganham novo espaço e são os principais meios 
utilizados para a disponibilização do conteúdo. Porém, de todo modo, 
é o professor quem organiza o espaço de aprendizagem – agora, de 
uma forma diferente, entendendo que o saber não é homogêneo nem 
construído de forma linear. Nesse sentido, devem ser repensados os 
processos cognitivos, que passam a ser influenciados por outros fatores 
que não aqueles de dentro da sala de aula tradicional. (MOSTAFA, 2006, 
p. 89).
Em tal usina, o que se busca produzir é conhecimento, mas não de 
qualquer modo, e sim guiados por um objetivo. É o professor que 
59
cuidará para que isso ocorra, abrindo caminhos possíveis. Esse 
profissional que se reinventa, não tem seu conhecimento descartado, 
mas passa a buscar novos meios para que tal conhecimento possa se 
efetivar por outros caminhos. É preciso entender o contexto e encontrar 
o ponto de possível equilíbrio entre as novas possibilidades e as 
necessidades da área específica, dos conteúdos a serem apreendidos e 
das habilidades a serem desenvolvidas. Sair do linear para o não linear e 
do homogêneo para o não homogêneo não é tarefa fácil.
4. Espaços, metodologias e tecnologias
Quando se fala em mudar as metodologias de ensino, é importante 
pensar que o fazer educativo não está ligado apenas a um ambiente 
específico (antes apenas a sala de aula padrão), pois ele passa a ser 
expandido, e, assim, o aprendizado pode se dar em diferentes espaços. 
Significa entender que a mudança não é algo pontual, mas na concepção 
mais geral que se tem do educar. A pergunta que fica é: onde existem 
tais espaços em uma escola (ou em uma faculdade)? É preciso criar 
espaços, rever a utilização de outros e criar novas condições para 
ensinar e aprender.
Falamos de realidade 4.0, o que significa olhar para um mundo marcado 
pela Inteligência Artificial (I.A.) e por todos os resultados de sua 
aplicação. Uma Educação 4.0 deve ensinar o aluno a estar em tal mundo 
antes de poder atuar efetivamente nele. Dizendo de outro modo, ao 
aluno deve ser propiciada uma experiência que o faça conhecer e lidar 
com as novas tecnologias que, no futuro, estarão à sua frente no mundo 
do trabalho e da vida como um todo.
Por exemplo, algo característico dessa realidade é a Internet das Coisas 
(no inglês, IoT – Internet of Things). Para alguns alunos que já estão no 
mundo do trabalho, principalmente nos âmbitos de produção, esta já 
60
é uma realidade: máquinas cada vez mais inteligentes para as quais 
restam tarefas e atividades que, antes, eram executadas por pessoas.
Será que algo poderia estar presente nas instituições de educação 
melhorando os processos e permitindo aos alunos um contato direto? 
Claro que sim. Por exemplo, algo que sempre fez com que se perdesse 
muito tempo de aula é a chamada dos alunos. Uma câmera com 
reconhecimento facial poderia poupar esse trabalho do professor e, 
inclusive, evitar erros de qualquer espécie; a entrada e saída de alunos 
pode ser automática e o controle em tempo real. Outra maneira 
possível, por exemplo, é ter um controle de presença por meio do 
acesso do aluno à rede da escola: o aluno pode chegar e já marcar sua 
presença. Parece pouco,mas, na somatória das aulas, ganha-se muito 
tempo, pois há mais tempo para se fazer algo que seja mais útil dentro 
do planejamento.
Mesmo um planejamento de curso ou de aula pelo professor pode ser 
otimizado: em vez de partir apenas do conhecimento e dos interesses do 
professor (o que pode tornar o curso inadequado e aquém do interesse 
dos alunos), a I.A. consegue delinear quais os pontos de intersecção 
entre os objetivos de uma disciplina e os interesses dos alunos apenas 
fazendo uma varredura nos sites mais acessados por eles. Além de 
permitir um material sempre mais atualizado, faz com que ele responda 
a anseios dos próprios destinatários, o que deve aumentar o interesse, a 
qualidade e participação nas aulas etc.
Débora Garofalo (2019) indica que:
A plataforma adaptativa integra a sala de aula e oferece uma gama de 
benefícios, como relatórios que servem de aporte para que o professor 
possa tomar uma decisão em relação à aprendizagem dos estudantes. 
Algo que é necessário destacar é o papel do professor: ele é essencial ao 
processo por permitir interações, realizar o planejamento que melhor se 
adeque às necessidades dos estudantes e por mediar o processo cognitivo. 
(GAROFALO, 2019)
61
A plataforma adaptativa integra a sala de aula e oferece uma gama de 
benefícios, como relatórios que servem de aporte para que o professor 
possa tomar uma decisão em relação à aprendizagem dos estudantes. 
Nunca se pode deixar de destacar o papel do professor, pois ele é 
essencial ao processo por permitir interações, realizar o planejamento 
que melhor se adeque às necessidades dos estudantes e por mediar o 
processo cognitivo.
Os novos espaços e tempos devem proporcionar mais experiências. A 
maior parte dos gestores e professores não faz parte dos chamados 
nativos digitais, aqueles que já nasceram no mundo tecnológico e 
têm contato com os diferentes modos de aprender e realizar tarefas 
propiciados pela tecnologia. Desse modo, são esses profissionais que 
devem se atentar para aprender o novo modo de olhar para o mundo 
e nele entender as novas relações entre sujeitos e objetos, que são as 
relações de conhecimento. Na verdade, não apenas esses dois grupos, 
mas toda a instituição deve assumir os novos projetos.
As discussões e a implementação contam com a participação 
interdisciplinar. É preciso envolver as áreas acadêmicas, administrativas e 
tecnológicas, de forma transparente, em comunicação permanente e com 
decisões colegiadas.
(...)
A convergência tecnológica aponta para a digitalização de tudo que 
possa se tornar estímulo sensorial, o que permite inclusive simulações 
e aplicações que podem ser úteis no “fazer-aprender”, muito além do 
ambiente web (GUIMARÃES, 2003, p. 59).
Quais espaços de tecnologia para aprendizagem e experiências estão 
disponíveis em nossas escolas e faculdades? E em nossas empresas? 
Há projetos arrojados ou todos caminham de modo tímido? Que 
experiências podem ser conhecidas? Vejamos alguns exemplos:
62
• Espaço MESCLA, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
• Espaço de Inovação da Samsung na USP.
• Espaço de Criatividade e Inovação da Unesp.
• Kroton e startups de educação no espaço Cubo.
Sobre o último exemplo, desde 2018, a Kroton Educacional patrocina 
um espaço para auxiliar startups do setor educacional. Trata-se de um 
andar no Espaço Cubo cujo foco é o empreendedorismo, possibilitando 
desenvolvimento e testes de tecnologias voltadas para a educação.
São muitas as experiências que já estão em vigor, e elas não cabem 
apenas para as grandes instituições, já que a tecnologia está à 
disposição de todos. A inovação trata mais da abertura de uma reflexão 
para novos rearranjos a partir do que a empresa, a faculdade ou a escola 
já têm ou já conhecem. A instituição como um todo pode se tornar um 
espaço de inovação.
5. Responsabilidade sobre o novo aprender dos 
alunos
Do mesmo modo como o gestor e o professor têm de aprender um novo 
fazer educativo, o aluno também deve rever sua postura, percebendo 
que deve assumir um novo modo de ser para os novos modelos de 
educação. No entanto, enquanto os profissionais da educação já têm 
uma bagagem na vida de estudo e pesquisa, não necessitam de grande 
ajuda para encontrar os caminhos para sua aprendizagem; enquanto 
isso, os alunos muitas vezes eles dependem da instituição como um 
todo para poderem entender as novas necessidades e terem condições 
de assumi-las.
63
Aquilo que em muitos setores e situações é chamado de “ambientação” 
é o primeiro momento para que o aluno vá conhecendo a nova situação. 
Ambientação, aqui, deve ser não apenas a apresentação do novo 
ambiente, mas a recepção para que o aluno se sinta bem e comece 
a atuar nele. Possivelmente, quanto à tecnologia, muitos alunos já 
chegam conhecendo ferramentas bem avançadas; o principal para se 
ambientar é começar a dirigir o uso, que no seu cotidiano é desregrado, 
para um modo específico, que obedeça aos objetivos da educação. A 
instituição, então, deve garantir que os profissionais saibam instruir 
adequadamente. Locais e momentos, sejam virtuais ou presenciais, 
devem propiciar vivências significativas que introduzam o aluno em uma 
nova concepção do que seja a educação, o ensino e a aprendizagem.
Entender o caminho traçado para a aprendizagem, estando pronto 
para receber e responder às dúvidas, é de suma importância para o 
professor. Nesse sentido, não pode haver parte do projeto que seja 
conhecida apenas de alguns setores (TI, secretaria etc.); o professor, 
do mesmo modo que todos os demais envolvidos, deve conhecer 
tudo o que está preparado para o curso e deve entender de todas as 
ferramentas que estarão à disposição dos alunos. Muitas vezes, quando 
há alunos que reclamam de falta de credibilidade da instituição, isso se 
deve à percepção que eles têm de que cada setor caminha para um lado, 
cada um conhece um pouco, mas ninguém sabe algo de modo completo. 
É preciso reforçar a ideia de que a educação acontece efetivamente 
apenas quando o aluno sabe o que se espera dele e confia em quem 
propõe as ações; e o professor é a instituição no contato direto com o 
alunado.
6. Mudanças, problemas e soluções
Como visto ao longo das unidades até este momento, a realidade 
social muda constante e rapidamente. Dentro do contexto de uma 
64
sociedade 4.0, nem todas as estruturas são atingidas em um primeiro 
momento de forma significativa, parecendo que podem ficar alheias 
ao movimento global. Porém, não leva muito tempo para que todos 
os âmbitos sejam envolvidos, já que se trata de uma mudança 
no modo como a sociedade produz. Esperar que a mudança atue 
diretamente para, depois, buscar entender as necessidades é uma 
atitude ingênua e pode levar ao insucesso das ações. Dizendo de 
outro modo, significa que, mesmo que ainda não seja atingida em seu 
todo, o movimento já foi desencadeado e se desenrola até chegar aos 
contextos mais ínfimos.
Um professor ou gestor educacional que espera para se preparar 
apenas quando lhe for exigido algo diretamente está perdendo a 
oportunidade de estar à frente de seus pares. A mudança vem como 
um efeito dominó: começam pela tecnologia que atinge as indústrias, 
as quais, por sua vez, exigem profissionais com formação específica, 
e, por fim, atingem as instituições de educação e instrução, que 
devem responder pelos anseios e pelas necessidades impostos.
Toda novidade gera inúmeras situações que se mostram como 
problemas, mas as soluções para eles estão prontas? De maneira 
nenhuma. Como tudo acontece ao mesmo tempo, a solução é 
construída pelos envolvidos com os processos educativos, seja na 
escola ou na faculdade, seja na empresa. Mais ainda neste momento, 
enquanto a educação formal não atingiu aquilo que dela é requerido, 
as próprias empresas têm se preocupado mais do que nunca em 
oferecer a formação adequada ao seu pessoal.
O profissional que conhece e se prepara para enfrentar as questões 
relacionadas à Educação 4.0 ganha importância nas empresas,podendo:
• Avaliar o contexto e entender as necessidades do mercado, 
relacionando-as àquilo que a instituição já tem ou pode ter.
65
• Desenhar projetos e propor soluções que sejam adequadas e 
factíveis dentro do contexto externo e interno.
• Aplicar e acompanhar a implementação das mudanças nos 
processos e, principalmente, avaliar a evolução da proposta.
7. Desafios e oportunidades
O principal desafio de todos os envolvidos com a Educação 4.0 é o 
da aprendizagem constante. Não é simplesmente aquilo sobre o que 
muito se fala de uma formação continuada, pois a necessidade e as 
propostas de tal formação existem aos montes, para os diferentes 
contextos. O que muda agora é o que se soma a ela, principalmente 
relacionado a novas habilidades. O tão citado “reaprender a aprender” 
não é algo que ocorre uma única vez, mas se mostra como um 
movimento de um novo aprender. Sendo assim, pode haver um início 
no processo, mas não se pode conceber um fim, pois, quando já se 
teria alcançado o que se objetiva, o objetivado apresenta sempre novas 
facetas.
Torna-se fundamental, em cursos de formação continuada, relacionar a 
educação às inovações científicas e tecnológicas, pois é importante que o 
professor utilize as tecnologias digitais e comunicacionais como recursos 
para a aprendizagem dos alunos (FIDALGO, 2015, p. 145).
Diante do desafio, o primeiro passo é a adaptação para que o 
professor construa para si uma nova identidade, o que não é tão 
simples, já que a história da educação sempre mostrou o mestre como 
o detentor de um conhecimento, se não estático, pelo menos estável. 
Agora não há mais estabilidade no conhecimento, e o professor 
é aquele que consegue dar um rumo para que os alunos possam 
aprender mesmo no meio das mudanças.
66
As mudanças são importantes e tocam a vida da sociedade como 
um todo. A escola, a faculdade e a empresa devem estar cientes 
das necessidades impostas pelo contexto e devem assumir a 
responsabilidade, já que as mudanças chegam até dentro das casas, 
nas vivências cotidianas das pessoas. Os problemas surgem e devem 
ser trabalhados, mesmo que nem sempre a resolução seja possível 
de modo completo. Nesse sentido, vemos que nenhuma solução é 
definitiva; são sempre tentativas, opções de resolução.
A situação instável sobre as certezas do fazer educativo leva o 
docente a uma reformulação constante, ao desenvolvimento de 
novas habilidades que, uma vez adquiridas, tornam-se portas para o 
aprimoramento e para a aquisição de outras. A incerteza não é apenas 
da educação, pois esta é fruto de algo mais amplo, é fruto da mudança 
social, econômica e política. A adaptação agora não é mais um convite, 
mas sim uma exigência.
Enfim, ao pensarmos sobre diversos modos como a sociedade 4.0 
interfere no processo educativo, entendemos que o profissional 
precisa adentrar o âmbito das tecnologias para a educação. A 
tecnologia é sempre a aplicação de um conhecimento técnico, e, na 
educação, mesmo que não falemos diretamente das tecnologias 
digitais, vemos a possibilidade de seus diferentes elementos no fazer 
do ato educativo. O profissional da Educação 4.0 deve estar disposto a 
buscar sempre mais tais possibilidades, verificando o que há de novo 
para o aperfeiçoamento da prática docente. As mudanças se dão a 
todo momento e apenas professor e gestor atentos podem levar uma 
instituição a responder às necessidades que o contexto impõe a ela.
Referências Bibliográficas
ESCOLAS EXPONENCIAIS. Escolas Concept e Avenues: o que as “escolas do 
futuro” podem nos ensinar? Escolas Exponenciais, [s.d.]. Disponível em: https://
https://escolasexponenciais.com.br/inovacao-e-gestao/escolas-concept-e-avenues/
67
escolasexponenciais.com.br/inovacao-e-gestao/escolas-concept-e-avenues/. Acesso 
em: 18 mar. 2020.
FIDALGO, Fernando; OLIVEIRA, Maria A. M.; FIDALGO, Nara L. R. (Orgs.). A 
intensificação do trabalho docente: tecnologias e produtividade. Campinas: 
Papirus, 2015.
FRARY, Mark. 5 IoT innovations that will change your life. Raconteur, 2020. 
Disponível em: https://www.raconteur.net/technology/iot-innovations-ces, Acesso 
em: 22 fev. 2020. 
GAROFALO, Débora. Como a inteligência artificial pode colaborar com sua escola. 
Nova Escola, 2019. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/18312/
como-a-inteligencia-artificial-pode-colaborar-com-sua-aula. Acesso em: 9 mar. 2020.
GOOGLE. Busca: práticas inovadoras em educação. 2020. Disponível em: 
encurtador.com.br/pzCJ2. Acesso em: 13 mar. 2020. 
GUIMARÃES, Luciano S. R. Gestão de novas tecnologias no contexto educacional. In: 
PERROTTI, Edna M. B.; VIGNERON, Jacques (Orgs.). Novas tecnologias no contexto 
educacional: reflexões e relatos de experiências. São Bernardo do Campo: UMESP, 
2003.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9. ed. 
Campinas: Papirus, 2010.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas 
tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. Campinas: Papirus, 2011.
MOSTAFA, Solange P. (Org.). Mídia e conhecimento: percursos transversais. Itajaí: 
UNIVALI; Maria do Cais, 2006.
PERRENOUD, Philippe et. al. As competências para ensinar no século XXI: a 
formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2007.
https://escolasexponenciais.com.br/inovacao-e-gestao/escolas-concept-e-avenues/
https://www.raconteur.net/technology/iot-innovations-ces
https://novaescola.org.br/conteudo/18312/como-a-inteligencia-artificial-pode-colaborar-com-sua-aula
https://novaescola.org.br/conteudo/18312/como-a-inteligencia-artificial-pode-colaborar-com-sua-aula
http://encurtador.com.br/pzCJ2
68
BONS ESTUDOS!
http://encurtador.com.br/acBGQ
	Sumário
	Origem e conceituação da Educação 4.0
	Objetivos
	1. Introdução
	2. As revoluções industriais e a grande transformação proporcionada a partir da concepção da
	3. Indústria 4.0 e as novas demandas educacionais: o nascimento da Educação 4.0
	4. Compreendendo a Educação 4.0
	Referências Bibliográficas
	Educação 4.0: novas perspectivas educacionais e impactos no cotidiano escolar e corporativo
	Objetivos
	1. A educação na sociedade
	Referências Bibliográficas 
	Educação 4.0: desafios e cuidados diante da inovação tecnológica
	Objetivos
	1. O mundo da inovação tecnológica
	2. Âmbitos de desafios
	3. Ideias e práticas
	Referências Bibliográficas
	A gestão da aprendizagem na Educação 4.0: professores e gestores mais competentes
	Objetivos
	1. Gestão do processo
	2. Saber técnico
	3. Formação dos professores
	4. Espaços, metodologias e tecnologias
	5. Responsabilidade sobre o novo aprender dos alunos
	6. Mudanças, problemas e soluções
	7. Desafios e oportunidades
	Referências Bibliográficas

Mais conteúdos dessa disciplina