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Módulo 3 - Redes de Proteção e seus Instrumentos de Ação ao enfrentamento dos abusos contra os idosos pdf

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1
Garantia e Direitos 
da Pessoa Idosa
Redes de Proteção e 
seus Instrumentos de 
Ação ao Enfrentamento 
dos Abusos Contra os 
Idosos
3
2
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
Conteudista:
Sheila Fabiana de Quadros (Conteudista, 2021); 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional. 
3
Sumário
Unidade 1. Redes de atenção e cuidados à pessoa idosa ..................................................... 4
1.1 Programas de atenção à pessoa idosa e suas funcionalidades enquanto rede protetiva ............4
1.2 Equipes de atenção à pessoa idosa e seu trabalho de suporte social, acolhimento e cuidado ..6
Unidade 2. Redes de proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa ............................... 7
2.1 Vulnerabilidade e violação na busca de efetivação dos direitos da pessoa idosa ..........................7
2.2 Instrumentos de ações e suas capacidades de enfrentamento dos abusos contra os idosos ....11
2.3 As políticas públicas e sua relação com as redes de proteção da pessoa idosa .............................14
4
Unidade 1. Redes de atenção e cuidados à pessoa idosa
Ao final desta unidade, você será capaz de especificar as barreiras e os fatores facilitadores para implementação 
das redes de proteção à pessoa idosa
Você conhece as redes de atenção à pessoa idosa?
Você sabe o que é a RENADI? - REDE DE PROTEÇÃO E DEFESA DA PESSOA IDOSA? 
No ano de 2006, ocorreu, no Brasil, a I Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, enfocando a 
criação da RENADI - Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa, para se elencar oportunidades de 
haver uma integração nacional a fim de se discutir e estabelecer metas que alcançassem a população nacional 
como um todo, justamente porque a demanda de vulnerabilidade se constatava desde aquela época.
Na referida Conferência, foram aprovadas deliberações, divididas em eixos temáticos voltados para o 
envelhecimento saudável e sua promoção nas mais diversas esferas da vida social, tais como família, 
saúde pública e assistência social.
Qualquer sujeito que vive possui direitos preconizados legalmente, os quais precisam ser adquiridos 
não somente pela existência necessariamente de leis, mas para efetivar o compromisso social de 
cidadãos de direito.
Redes de Proteção e seus Instrumen-
tos de Ação ao Enfrentamento dos 
Abusos Contra os Idosos
M
Ó
D
U
LO
3
1.1 Programas de atenção à pessoa idosa e suas funcionalidades enquan-
to rede protetiva
Rede protetiva e os processos de prevenção e cuidado 
Fonte: Algumas políticas públicas para a pessoa idosa
5
DESTAQUE
As políticas públicas que desencadeiam as ações em torno da pessoa idosa em cenário 
nacional implicam em atenção na perspectiva tanto de prevenção como de cuidado. 
O eixo preventivo promove a conscientização da sociedade como um todo quanto aos 
aspectos de violação de direitos e o eixo de cuidado ocupa o espaço de atendimento 
em si às possíveis demandas que emergem quando já ocorreu a violação de direitos.
Assim, a rede de atenção à pessoa idosa é formada por diversos componentes, os quais refletem tanto 
o planejamento como as próprias ações necessárias, a depender das demandas de cada local e sua 
realidade específica. 
Independente quais sejam as questões que impliquem na regionalidade de cada espaço, o foco deve 
ser a atenção integral à pessoa idosa, a partir das condicionalidades disponíveis, buscando, sempre 
que possível, o incentivo de decisões colegiadas, como o Conselho Municipal ou Estadual da Pessoa 
Idosa em torno dos interesses e necessidades de atendimento a este público específico. Vale lembrar 
que são nestes espaços que ocorrem os planejamentos necessários de implementação de ações em 
torno das reais demandas e enfrentamentos. 
Dentro dos quadros de atenção à pessoa idosa, encontramos redes específicas de atenção que podemos 
citar como destaque o Sistema Único de Assistência Social-SUAS e o Sistema Único de Saúde-SUS, os 
quais possuem direcionamentos de atividades e operacionalização de serviços que atendem a pessoa 
idosa de maneira específica.
Dentre as instituições que integram a rede de atenção, encontramos: 
 • Conselhos Municipais e/ou Estadual do Idoso;
 • Centro de Referência Especializada em Assistência social - CREAS;
 • Centro de Referência em Assistência Social - CRAS;
 • Grupos sociais denominados “Terceira Idade”;
 • Secretarias de Saúde e Assistência Social;
 • Casas e/ou Centros de convivência;
 • Instituições de longa permanência.
6
O cuidado percorre todos os caminhos existentes no trabalho de atenção à pessoa idosa, independente da área 
em que as equipes estejam atuando, e toda pessoa idosa deve poder contar com o apoio do serviço de atenção. 
Partindo das particularidades que estruturam as vivências da pessoa idosa na sociedade contemporânea, 
podemos citar situações que vão desde as condições naturais de sua vida, passando por necessidades 
individuais de convivência social, bem como das situações específicas de atenção e cuidado. Inicialmente, 
podemos citar o direito à convivência familiar e comunitária, fatores determinantes quanto às formas de 
viver de maneira saudável. 
Para isso, toda pessoa idosa pode e deve contar com a rede de atenção básica que opera em várias instâncias, 
sendo dever do poder público garantir a eficácia do atendimento às necessidades de seus usuários. A 
Proteção Social Básica tem o intuito de prevenir situações de risco, por meio do desenvolvimento de 
potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, avaliando um conjunto 
de serviços, programas, projetos e benefícios, sempre na perspectiva da inclusão. Estão organizados em 
rede, buscando incluir, nas diversas ações ofertadas, o atendimento às famílias, com as ofertas que se 
estabelecem a partir do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). 
A proteção social especial prevê um conjunto de serviços e programas especializados de média e alta 
complexidade a famílias e indivíduos em situação de risco ou com direitos violados. Inclui os riscos e 
violações relacionados à situação de dependência de cuidados com terceiros em virtude da idade. Busca 
contribuir para o fortalecimento de vínculos familiares, sociais e comunitários, reconstruindo vínculos 
familiares fragilizados ou rompidos; e protegendo famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações 
de violação de direitos.
Dessa forma, convidamos vocês para assistir ao vídeo que segue, o qual trata das especificidades da 
proteção social contextualizada:
 Vídeo 1: PROTEÇÃO BÁSICA X PROTEÇÃO ESPECIAL E UM MUNDO DE SIGLAS
Fonte: Canal do YouTube: SUAS Conversas 
1.2 Equipes de atenção à pessoa idosa e seu trabalho de suporte social, 
acolhimento e cuidado
Proteção social básica e especial 
Fonte: Proteção Social Básica e Especial: o que é o quê? - Blog do GESUAS
https://www.youtube.com/watch?v=-Hjj1YNtoO8
7
DESTAQUE
Com destaque às questões de proteção especial, sempre que houver violação de 
direitos da pessoa idosa, a rede de enfrentamento à violência é acionada no sentido de 
minimizar danos à vida dos mesmos. É importante que o atendimento ocorra em rede, 
pois cada espaço de trabalho atende a uma demanda, e muitas vezes precisa haver 
constantes articulações e debates sobre os casos vivenciados, posto que as exigências 
do atendimento variam entre as queixas apresentadas e a situação materializada.
Unidade 2. Redes de proteção e defesa dos direitos da 
pessoa idosa
Ao final desta Unidade, você será capaz de retratar o funcionamento das redes de proteção e defesa dos 
direitos da pessoa idosa, e o alcance dos seus instrumentos de ações.
2.1 Vulnerabilidade e violação na busca de efetivação dos direitos da pes-
soa idosa
A concepção de vulnerabilidade se configura a partir de muitas variáveis, dentre elas demográficas, 
biológicas e econômicas. A população idosa, na medida em que cresce, é projetada para uma série de 
necessidadese preocupações, as quais não faziam parte, historicamente, das discussões sobre essa 
demanda. As autoras Keila Talitha Fernandes Barbosa, Fabiana Maria Rodrigues Lopes de Oliveira e Maria 
das Graças Melo Fernandes, na publicação “Vulnerabilidade da pessoa idosa: análise conceitual”, da Revista 
Enfermagem, de 2019, apontam que o aumento na proporção de pessoas idosas no Brasil provocou debates 
sobre instrumentos que busquem atender suas necessidades em sua amplitude e complexidade. 
Ainda de acordo com esta publicação, a vulnerabilidade é definida pela gerontologia, dentre várias possíveis 
definições, pela suscetibilidade de danos a qual o indivíduo pode estar exposto, acima de tudo na qualidade 
de vida. 
Assim, existem vulnerabilidades em situações individuais e coletivas, em que o envelhecimento acarreta 
riscos, ainda maiores, pelas suas mudanças biológicas. Há também uma dimensão programática também 
intitulada como institucional, desenvolvida pela pesquisadora Fernanda Amendola. Ela apresenta como 
as instituições de saúde, educação, bem-estar social e cultural podem atuar na reprodução de condições 
socialmente dadas de vulnerabilidade. 
Existem vulnerabilidades antes do envelhecimento que podem ser determinantes com o avançar da idade. 
As condições de deterioração precoce da saúde, os cuidados não preventivos da área mental, a necessidade 
do trabalho prolongado, seja vertical (dia) ou horizontal (anos), exposição a situações de estresse contínuo, 
falta de lazer, entre outros, geram efeitos estruturais que repercutem no contexto biopsicossocial e na 
qualidade de vida das pessoas que envelhecem.
Assim, a vulnerabilidade está relacionada a uma diversidade de combinações de outros elementos 
vinculados à experiência vivida pela pessoa idosa e às facilidades e dificuldades da vida.
8
Embora o envelhecer seja um processo natural, devido ao aspecto fisiológico, o como envelhecer é um fato 
que precisa ser planejado . Nesse sentido, apesar de existir um declínio da qualidade de vida no processo de 
envelhecimento, os fatores que geram a vulnerabilidade nem sempre advém somente desse momento da 
vida. É nesse caminho reflexivo que a questão socioeconômica, com suas variáveis de acesso à educação e 
à cultura, se mostra muito importante. Segundo as autoras Keila Talitha Fernandes Barbosa, Fabiana Maria 
Rodrigues Lopes de Oliveira e Maria das Graças Melo Fernandes, as pessoas idosas com menor nível de 
escolaridade têm dificuldades para acessar serviços como saúde e segurança, tendo ora desconhecimento 
sobre os seus direitos, ora dificuldade de lutar pela efetivação destes. 
Essa situação de vulnerabilidade pode também estar ligada à violação dos direitos da população idosa por 
meio da omissão do Estado na oferta ou facilidade para o acesso à educação permanente. Assim, percebe-
se que a vulnerabilidade, também, é resultado da combinação de como o indivíduo consegue informações, 
recursos materiais, e de como enfrenta barreiras culturais e imposições violentas. Essa concepção tem sua 
origem nas desigualdades sociais, próprias da estrutura de uma sociedade de Estado com ação mínima.
Promoção do bem-estar de idosos moradores de rua.
Fonte: Projeto Envelhecer na rua: acompanhamento psicossocial e promoção da qualidade de vida de idosos 
em situação de vulnerabilidade em Belo Horizonte, sob Coordenação da Profª. Sônia Maria Soares, Site da 
Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG/ Diretoria de Cooperação Institucional-COPI
Projeto leva alimento e transforma a vida de idoso em situação de vulnerabilidade social
Fonte: Projeto leva alimento e transforma a vida de idoso em situação de vulnerabilidade social. Revista 
Notícias Adventistas. 25 ago. 2020
9
As autoras Isabela Thaís Machado de Jesus, Ariene Angelini dos Santos Orlandi, Eliane da Silva Grazziano 
e Marisa Silvana Zazzeta, em trabalho publicado em 2017, afirmam que as demandas de políticas públicas 
relacionadas à assistência social, saúde e educação são extremamente importantes para superação das 
condições de vulnerabilidade. São elas que podem auxiliar na retomada ou construção da autonomia da 
pessoa idosa, proporcionando a construção de projetos de vida melhor elaborados. 
A capacidade da pessoa idosa de permanecer ou se tornar autônoma e, assim, participar ativamente na 
sociedade precisa ser uma preocupação na elaboração das políticas públicas no Brasil. As circunstâncias 
da vulnerabilidade física na medida em que se envelhece não podem afetar os outros aspectos de 
desenvolvimento do indivíduo. Uma das necessidades para superação dessa condição é o apoio afetivo, 
seja de amigos ou familiares. A integração social pela participação em atividades culturais, políticas e 
educacionais pode provocar encontros para esse acolhimento afetivo. Assim, as habilidades mentais e, 
mesmo as físicas, terão impactos positivos.
O estímulo dos elementos sociopsicológicos nas atividades de lazer e a participação em grupos criam 
vínculos que garantem segurança, a qual representa um bem-estar que pode prevenir demências e criar 
qualidade de vida. Melhores condições de renda, acesso e melhores condições de estudos formais e 
diversidade nas opções educativas não formais fazem parte de contextos de superação da vulnerabilidade 
biológica que o envelhecimento acarreta.
A pessoa idosa deve ser reconhecida e reconhecer-se como cidadão, o que significa compreender o próprio 
processo de envelhecimento que lhes afeta e atuar preventivamente para as consequências do tempo. Para 
isso, é preciso fomentar estratégias que ampliem a atenção ao idoso, auxiliando-o na ação participativa e 
ativa na sociedade. Pelas dimensões da situação de vulnerabilidade, o modelo de atenção integral às pessoas 
idosas deve se concentrar nos princípios: dignidade, concorrência, autonomia, participação, abrangência, 
independência, individualidade, inclusão social, bem-estar e continuidade de cuidados.
Assim, a superação da vulnerabilidade, considerando as dimensões individuais, coletiva e programática, 
refere-se ao direito das pessoas idosas, sua participação política ou empoderamento e a organização 
estrutural e histórica da sociedade. As intervenções das políticas públicas devem considerar a especificidade 
da pessoa idosa diante do acesso universal de atendimento aos cidadãos, elaborando planejamentos frente 
às vulnerabilidades. O cuidado dos sistemas públicos precisa ter um foco multidisciplinar, observando as 
condições do envelhecimento, otimizando as ações junto a essa demanda e potencializando o cuidado 
integral e em rede.
Até que ponto os idosos são vulneráveis ao coronavírus?
Fonte: Revista Exame Online - Publicado em: 26/04/2020 às 14h05
10
Vamos entender um pouco mais sobre vulnerabilidade da pessoa idosa? 
Para tanto, assista o vídeo “Longevidade, vulnerabilidade e adaptações: como garantir um 
envelhecimento saudável na sociedade moderna?” do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João 
Amorim (CEJAM). Nele, os palestrantes falam sobre os fatores de risco para o idoso, o aumento 
da expectativa de vida e as ferramentas e ações necessárias para garantir o bem-estar social, 
psíquico e físico dos idosos nos dias atuais.
 Vídeo 2 – CUIDADO DO IDOSO: LONGEVIDADE, VULNERABILIDADE E ADAPTAÇÕES
Fonte: CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=nFyLJLaFc5s
11
O manual de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, de 2014, define a violência como uma 
concepção referente aos processos e às relações sociais interpessoais de grupos, classes, gênero ou 
objetivadas em instituições, quando empregam diferentes formas, métodos e meios de aniquilamento ou 
de coação direta ou indireta, causando danos físicos, mentais e morais. 
O enfrentamento à violência contra a pessoa idosa se estabelece com a parceria entre governo e sociedade, 
por meio da construção de uma rede de proteção a esse segmento populacional. 
Convém destacar que a violência é um problema social queocorre não apenas em espaços externos, mas 
também em ambientes domésticos. Há casos em que a fragilidade da pessoa idosa no nosso país está 
na violência intrafamiliar. Quando nos referimos à pessoa idosa, o “Caderno de Atenção Básica n. 19: 
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa” indica que o problema é redimensionado para duas formas: a 
violência estrutural, fundamentada pela desigualdade social, e a institucional, estabelecida na aplicação ou 
omissão da gestão de políticas sociais. Nesse sentido, a violência acontece pela ação e/ou omissão, em casa 
ou fora dela, por membros da família ou por afetividade. Os episódios podem ser cotidianos ou esporádicos, 
levando da dependência física e psicológica ao agravamento do homicídio ou suicídio. A identificação de sinais 
de violência contra as pessoas idosas não pode ser negligenciada e cabe a todos cidadãos sua denúncia. 
Na Gerontologia, a atenção é identificada a partir de três planos, os quais devem buscar ajudar o profissional 
que atua na gestão. O primeiro plano refere-se à vida e cuidados e configura-se como uma ferramenta 
básica para os profissionais coletarem as avaliações, informações, objetivos pessoais, ideias, propostas de 
intervenção personalizada de apoio e recomendações para a pessoa adquirir o mais alto grau sobre suas 
vidas diárias. O Plano de Cuidado Personalizado é tratado com a participação da pessoa idosa, de seus 
familiares e dos profissionais. Define como serão os cuidados e a assistência pessoal não-médica ou de 
enfermagem para idosos e adultos que, após uma doença ou enfermidade, se encontram num processo 
gradual de recuperação, ou com deficiências ou com qualquer tipo de limitação, para que realizem as suas 
atividades diárias. Já o Plano de Atenção e Vida (PAV), propõe incorporar um formato próximo aos planos de 
cuidados para serem utilizados nos serviços gerontológicos. Visa agir de maneira preventiva e terapêutica, 
promovendo a saúde integral da população idosa, refletindo, na Saúde Pública, a diminuição de gastos 
com, com internação, institucionalização e mortalidade. 
2.2 Instrumentos de ações e suas capacidades de enfrentamento dos 
abusos contra os idosos
Saúde da pessoa idosa
Fonte: Facebook do Ministério da Saúde
12
Embora focados na saúde, os planos demonstram o caráter sistêmico do atendimento à pessoa idosa e 
identificam atores importantes para o sucesso, como o próprio idoso e seus familiares. Na superação das 
vulnerabilidades, é importante se pensar que muitas delas estão relacionadas com a violência gerada por 
familiares dentro do espaço que deveria ser acolhedor para uma melhor qualidade de vida no envelhecimento.
As violências como negligência e abandono, em sua grande maioria, são marcadas por familiares, podendo 
levar à morte. Além disso, muitas outras violências como físicas, psicológicas, financeiras e materiais são 
identificadas junto a essa demanda. Para tanto, a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, após 
solicitação da Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos (INPEA), reconheceu em junho de 2006, 
o Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, o qual representa uma manifestação 
do mundo todo contra os abusos às gerações mais velhas.
O Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a Pessoa Idosa, publicado em 2005, pelo 
Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos (CNDI), com a participação do Governo Federal e movimentos 
sociais, busca estabelecer as estratégias sistêmicas de ação, no processo de planejamento, organização, 
coordenação, controle, acompanhamento e avaliação de todas as etapas de execução das ações de 
prevenção e enfrentamento da violência contra a pessoa idosa. Esse documento é um instrumento que 
auxilia na implementação da Política de Promoção e Defesa dos Direitos aos segmentos da população idosa 
do Brasil, objetivando a construção de uma sociedade tolerante e com boa convivência intergeracional, 
fortalecendo e efetivando mecanismos e instrumentos institucionais na garantia de direitos. 
O foco do enfrentamento está na luta contra a violência e na superação da exclusão social, os quais geram 
situações de cada vez mais vulnerabilidade. Além disso, reconhecem a pessoa idosa como um cidadão, 
um sujeito de direitos que precisam ser defendidos. A pessoa idosa sofre com estigmas e discriminações 
pautados na relação de desigualdade social, muitas vezes, naturalizados pelas relações de produção 
econômica e reprodução social, rotulando as pessoas idosas como um peso social por não serem “produtivas”. 
Além disso, a violência pode apresentar-se pela desigualdade social e omissões institucionais advindas de 
gestão das políticas do estado.
Mês de conscientização da violência contra a pessoa idosa
Fonte: Agência Brasília 
13
Quais foram suas percepções frente à necessidade de instrumentalizar ações para capacitar o 
atendimento, diante das redes de enfrentamento?
Para complementar os estudos, indicamos a leitura do Caderno Violência Contra a Pessoa 
Idosa: perguntas mais frequentes sobre direitos das pessoas idosas. Trata-se de um material 
publicado em 2020 para a campanha nacional de enfrentamento à violência contra a pessoa 
idosa, pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério da Mulher, da 
Família e dos Direitos Humanos, do Governo Federal.
Convidamos, também, a assistir a live do Ministério Público de Santa Catarina a qual trata dos 
casos de violência física, financeira e psicológica que acontecem dentro de casa. O coordenador 
do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor (CDH), o Promotor de 
Justiça Douglas Roberto Martins vai responder todas as dúvidas.
Caderno Violência Contra a Pessoa Idosa: perguntas mais frequentes sobre direitos das pessoas 
idosas
Fonte: Secretaria nacional dos direitos da pessoa idosa do Ministério da mulher, da família e dos direitos humanos
 Vídeo 3 – VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: CONHEÇA, PREVINA E COMBATA
Fonte: YouTube canal do Ministério Público de Santa Catarina/2021
SAIBA MAIS
Nesse caminho, o enfrentamento em rede contra a violência é muito importante. Um trabalho com a 
perspectiva de rede pela qual as autoras Michele Rinco, Andrea Lopes e Marisa Accioly Domingues 
sinalizam estar dividida em informal e formal. A rede informal são os familiares, amigos e vizinhos. Já a rede 
formal são as organizações e profissionais, como os atendimentos domiciliares oferecidos por algumas 
universidades públicas, programas da Secretaria de Saúde, como a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o 
Programa de Acompanhantes de Idosos (PAI). 
Tais redes de suporte social são construídas com objetivos de atender mecanismos importantes na velhice, 
como dar e receber apoio emocional, ajudar de forma material ou de serviços, manter e afirmar a identidade 
social, entre outras.
CMDI de criciúma adere campanha nacional de enfrentamento à violência contra o idoso
Fonte: Redação Engeplus
https://youtu.be/9L5x90jePU8
14
2.3 As políticas públicas e sua relação com as redes de proteção da pessoa idosa
A Cartilha Rede de Proteção à população vulnerável, criada pelo Centro de Apoio Operacional aos Direitos 
Humanos do Ministério Público do Rio Grande do Sul, publicada em 2018, descreve que a rede institucional 
é uma forma de articulação entre os diferentes setores envolvidos para atender uma demanda. Ainda, a 
rede institucional tem como meta encontrar soluções comuns para atender o indivíduo. 
A rede intersetorial é aquela que compartilha os serviços de organização governamental, não governamental, 
do setor privado e da comunidade. O trabalho em rede busca viabilizar a articulação de saberes e experiências 
para planejamento e concretização de políticas públicas. 
É nesse sentido que a intersetorialidade se apresenta como uma construção conjunta de ações e políticas 
entre diferentes setores, dentre eles saúde, assistência social e direitos humanos.
No âmbito da pessoa idosa, as redes de proteção intersetoriais buscamo enfrentamento das violências 
num entrelaçamento em que os segmentos se conectam e se sustentam sem predominância de um sobre 
o outro, numa interdependência de esforços. Isso significa políticas amplas, que envolvam não apenas a 
pessoa idosa, mas sua família, a comunidade e todo o contexto social no qual esta pessoa está inserida.
Deste modo, é importante destacarmos os atores que ocupam espaço diante da rede de enfrentamento da 
violência, que podem ser identificados em espaços públicos destinados a atender toda e qualquer demanda 
de violência que possa atingir a população idosa em cenário nacional. Dentre tais espaços, encontramos a 
Defensoria Pública, a qual se define por uma instituição essencial aplicada à função jurisdicional do Estado, 
em que se incumbe a orientação jurídica e a defesa, de todos aqueles que dela necessitem. O papel da 
Defensoria Pública se encontra previsto e amparado pela Constituição Federal, posto que cabe ao estado 
subsidiar a assistência jurídica, de maneira integral e gratuita, a qualquer cidadão que não disponha de 
condições para custear tais serviços. 
De igual forma, a OAB - Ordem dos Advogados do Brasil disponibiliza atendimento e acompanhamento 
jurídico gratuito às pessoas idosas mais vulneráveis e que recebem até dois salários mínimos.
Outro importante ator a ser citado é o Ministério Público, órgão que tem por responsabilidade a manutenção 
da ordem jurídica no Estado e a fiscalização do poder público, bem como prima pela garantia e efetivação 
dos direitos assegurados legalmente. Destacam-se as promotorias especializadas na temática da pessoa 
idosa, que atuam na tutela dos direitos de pessoas idosas a fim de assegurar o respeito a essa faixa etária, 
por parte do poder público e da sociedade em geral, conforme preceituado na legislação brasileira.
Maus tratos a idosos e a obrigação prioritária de proteção do poder público
Fonte: Jornal I44News 
15
Ainda, o trabalho das promotorias especializadas compreende medidas judiciais e extrajudiciais. Ocorrendo 
ameaça aos direitos da pessoa idosa, o Promotor de Justiça ou o Juiz, podem determinar medidas protetivas 
como: encaminhamento à família ou curador; orientação e acompanhamento temporários; requisição para 
tratamento de saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; abrigo em entidade; inclusão em 
programa de auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas, lícitas ou ilícitas, à pessoa 
idosa ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação.
Cabe ao Ministério Público também a fiscalização e apuração de irregularidades em entidade governamental 
e não-governamental de atendimento à pessoa idosa.
Somam a esse contexto, as Delegacias especializadas de proteção à pessoa idosa e a Polícia Militar, que 
atuam no enfrentamento às violações de direitos dessa faixa etária e dispõem de equipes profissionais que 
podem ser acionadas a depender da exigência que cada caso disponha. 
Os municípios contam, ainda, com os serviços das equipes especializadas dos CREAS - Centro de 
Referência Especializada em Assistência Social, que contribuem para a prevenção de agravamentos e para 
o enfrentamento de situações que envolvam risco pessoal e social, violência, fragilização e rompimento de 
vínculos familiares, comunitários e/ou sociais. Algumas situações podem ser citadas como violência física, 
psicológica e negligência; abandono; violência sexual; situação de rua; afastamento do convívio familiar, 
dentre outras.
Tem destaque nessa discussão a Central Judicial do Idoso, referência no atendimento à pessoa idosa, que 
se consubstancia conforme a seguir:
Por fim, ressalta-se o Disque 100 como um importante instrumento de conexão da rede de proteção, sendo 
um serviço gratuito que atende, recebe e analisa, via telefone, denúncias de maus tratos envolvendo a 
pessoa idosa. Tais encaminhamentos podem ser feitos pela própria pessoa acometida pela violência, caso 
seja possível, ou ainda, por qualquer cidadão civil que almeja evitar que uma violência ocorra. 
As Políticas Públicas se materializam a partir de planos, programas e projetos. No caso do envelhecimento, 
as diretrizes estão alicerçadas na promoção e efetivação dos direitos da pessoa idosa na prática. Para 
a elaboração e a implementação de tais políticas cabe à Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos 
Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), alicerçado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 
coordenar e propor ações de promoção, defesa, proteção e enfrentamento a violações de direitos da pessoa 
idosa, pautados no aperfeiçoamento e fortalecimento da Política Nacional do Idoso. Nesse sentido, tendo 
como base a perspectiva da família, fortalece os vínculos familiares e a solidariedade intergeracional.
Como compromisso se estabelece pelo Pacto Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (PNDPI), previsto 
para o período de 2020 a 2030, o qual busca engajamento formal entre os governos federal, estadual e 
municipal na implementação das principais políticas públicas com a proposta de difundir a Política Nacional 
dos Direitos da Pessoa Idosa, em especial o Estatuto do Idoso, em território nacional; ampliar o número de 
Conselhos dos Direitos das Pessoas Idosas; e reduzir o índice de violência contra a pessoa idosa.
DESTAQUE
É um serviço ofertado no Distrito Federal, destinado à pessoa idosa que tenha 
seus direitos ameaçados ou violados e que necessite de orientação e atendimento 
na esfera da Justiça. Tem como principais objetivos: garantir a efetiva aplicação 
do Estatuto do Idoso, prover a comunidade do DF de informações, promover 
a articulação com instituições para atendimento das demandas existentes e 
assessorar autoridades competentes.
Fonte: Central Judicial do Idoso — Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
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Uma das materializações dessas políticas, é o Programa Viver - Envelhecimento Ativo e Saudável, instituído 
pelo Decreto nº 10.133, de 26 de novembro de 2019, o qual possui o objetivo de proporcionar a inclusão 
digital e social da pessoa idosa, contribuindo para a promoção do direito ao envelhecimento ativo e 
saudável, sendo desenvolvidos por meio de quatro campos de ação: tecnologia, saúde, mobilidade física 
e educação, os quais devem ser fomentados pelo ente federativo que aderir ao Programa por meio de 
atividades, oficinas e cursos nas temáticas citadas.
Quanto às propostas de parcerias internacionais, está a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, instituída 
em 2021, a qual é desenvolvida pelo Governo Federal em parceria com o Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento (PNUD), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da 
Saúde (OMS). Essa ação tem por objetivo levar qualidade de vida aos idosos e promover o envelhecimento 
saudável e ativo da população e reúne ações dos setores governamentais, organismos internacionais e 
instituições públicas e privadas.
O acompanhamento, monitoramento e avaliação têm como alicerce os Conselhos de Direitos da Pessoa 
Idosa. Sua equipagem é feita pelo Programa de Equipagem e de Modernização da Infraestrutura dos 
Órgãos, das Entidades e das Instâncias Colegiadas de Promoção e de Defesa dos Direitos Humanos - Pró-
DH, instituído em 2020. O programa do governo federal faz a doação de equipamentos essenciais nos 
municípios e nas unidades federativas, garantindo o atendimento das pessoas idosas, assegurando seus 
direitos e promovendo sua defesa, sendo feitos nos espaços internos com os equipamentos de informática 
e nos espaços externos com o veículo.
Órgãos de proteção ao idoso
Fonte: Grupo Altevita – Centro Geriátricos
O que achou da discussão sobre as redes de proteção da pessoa idosa? Conseguiu relacioná-
las com a Política de Proteção?
Com o objetivo de aprofundar seus conhecimentos, assista a live “Campanha Nacional de 
Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa: Fortalecendo as Redes de Proteção de 
Direitos”, promovida pela Secretaria Nacional de Promoçãoe Defesa do Direitos da Pessoa 
Idosa, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em parceria com 
a Associação Brasileira de Educadores Financeiros, a Central Judicial do Idoso, do Tribunal da 
Justiça do Distrito Federal e Territórios, e a Defensoria Pública da União.
 Vídeo 4 – CAMPANHA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: 
FORTALECENDO AS REDES DE PROTEÇÃO DE DIREITOS
Fonte: Canal do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH)/2021 no YouTube
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=SVX7gCRo2-Y
https://www.youtube.com/watch?v=SVX7gCRo2-Y
	Unidade 1. Redes de atenção e cuidados à pessoa idosa
	1.1 Programas de atenção à pessoa idosa e suas funcionalidades enquanto rede protetiva
	1.2 Equipes de atenção à pessoa idosa e seu trabalho de suporte social, acolhimento e cuidado
	Unidade 2. Redes de proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa
	2.1 Vulnerabilidade e violação na busca de efetivação dos direitos da pessoa idosa
	2.2 Instrumentos de ações e suas capacidades de enfrentamento dos abusos contra os idosos
	2.3 As políticas públicas e sua relação com as redes de proteção da pessoa idosa

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