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ENFERMAGEM-EM-TERAPIA-INTENSIVA-NEONATAL

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 ASPECTOS ÉTICOS EM UTI NEONATAL ................................................. 5 
2.1 A Enfermagem e a bioética .................................................................. 6 
3 UNIDADE NEONATAL................................................................................ 8 
3.1 Organização estrutural física da UTI neonatal – UTIN ....................... 10 
3.2 Recursos humanos em uma UTIN ..................................................... 13 
4 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ........................ 15 
5 O RECÉM-NASCIDO E A ADMISSÃO NA UTIN ...................................... 17 
5.1 Estrutura ............................................................................................. 18 
5.2 Procedimentos para admissão do RN ................................................ 19 
5.3 Precauções gerais na unidade neonatal ........................................... 22 
5.4 Precauções específicas ...................................................................... 23 
5.5 Apresentação da incubadora .............................................................. 24 
6 ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL ....................................................... 26 
6.1 Avaliação e classificação do recém-nascido ...................................... 27 
6.2 Classificação de risco neonatal .......................................................... 28 
6.3 Cuidados e manejos individualizados................................................. 30 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RN PRÉ-TERMO ............................ 31 
7.1 História e exame físico do recém-nascido .......................................... 31 
7.2 Controle térmico ................................................................................. 37 
7.3 Tubo digestivo e anexos ..................................................................... 44 
7.4 Rotina de banhos ............................................................................... 45 
7.5 Administração da vitamina k1 (kanakion) ........................................... 46 
7.6 Punção venosa ................................................................................... 46 
7.7 Preparo da medicação ....................................................................... 48 
 
3 
 
7.8 Cuidados de enfermagem com o recém-nascido em fototerapia. ...... 49 
7.9 Oximetria de pulso ............................................................................. 51 
7.10 Atendimento de enfermagem ao recém-nascido em apneia ........... 53 
7.11 Atendimento de enfermagem na reanimação e intubação neonatal
 54 
7.12 Aspiração das vias aéreas superiores (VAS) .................................. 56 
7.13 Lavagem gástrica ............................................................................ 58 
7.14 Cuidados na instalação da nutrição parenteral (NPP) .................... 59 
8 ATENÇÃO HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO: 
MÉTODO CANGURU ............................................................................................... 60 
8.1 Conceito ............................................................................................. 61 
8.2 Aplicação ............................................................................................ 62 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro , quase improvável, um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento, que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 ASPECTOS ÉTICOS EM UTI NEONATAL 
 
Fonte: redehumanizasus.net 
O cuidar em saúde se insere em uma realidade complexa, que exige dos 
profissionais manter uma postura de neutralidade científica e uma ética reguladora no 
campo do manejo da vida e da saúde dos indivíduos. Contudo, para um agir ético, é 
necessário reconhecer os conceitos que permeiam essa disciplina, desvelando 
premissas fundamentais e sua relação com a assistência à saúde de indivíduos, 
famílias e sociedades. (CASABURI, 2020) 
As unidades neonatais vêm se configurando um ambiente cada vez mais 
complexo e em constantes mudanças, desafiando a equipe de enfermagem para um 
olhar sensível e habilitado para perceber sinais indicativos de dor e desconforto no 
recém-nascido. Muitas vezes, a equipe necessita de decisões e ações rápidas para 
salvar a vida desses recém-nascidos. (CHRISTOFFEL et al, 2019) 
O trabalho em saúde não ocorre apenas por meio da execução de técnicas 
procedimentais, mas também no estar com o outro e para o outro. Os códigos de 
bioética e ética ofertam uma ponte segura para a efetivação do uso da ciência, ao 
mesmo tempo em que prezam pela autonomia, segurança, benefício e justiça. 
(CASABURI, 2020) 
 
6 
 
2.1 A Enfermagem e a bioética 
A visão comum de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de um setor 
restrito da área hospitalar responsável por prestar cuidados preventivos, curativos e 
paliativos a pacientes com alto ou total grau de dependência. Cabe à equipe de 
enfermagem prestar tais cuidados, visando a uma assistência focada na qualidade e 
prevenção de eventos iatrogênicos a esses pacientes que se encontram com a saúde 
bastante debilitada, pois qualquer erro ou falha é capaz de agravar-lhes ainda mais o 
quadro clínico, podendo colocar em risco a vida deles. (AGNOLON, 2007) 
A bioética é uma ética aplicada que se preocupa do uso correto das novas 
tecnologias na área das ciências médicas e das soluções adequadas dos dilemas 
morais por ela apresentados. Trata-se, portanto, de um ramo específico da filosofia 
moral com características próprias (SANTIAGO, 2010). 
A bioética possui princípios fundamentais advindos do Relatório Belmont, de 
1978 citado por CASABURI, 2020 como autonomia, beneficência, não maleficência e 
justiça. 
Autonomia: diz respeito às pessoas, suas opiniões e escolhas, de acordo com 
valores e crenças pessoais. Trata-se do direito do indivíduo de decidir livremente 
se aceita ou não o tratamento e a prerrogativa do profissional. Esse princípio é tão 
importante que está, desde 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
como a capacidade de autodeterminação, ou seja, o quanto se pode gerenciar a 
própria vontade, livre da influência de outras pessoas. 
Beneficência: é a obrigação de não causar dano, de extremar os benefícios ou 
minimizar os riscos, inferindo que todo profissional deve ter em mente que qualquer 
ação precisa, obrigatoriamente, trazer benefícios ao paciente. Desse modo, sempre 
que o profissional de saúde propuser um tratamento, deverá reconhecer a 
dignidade do paciente e considerá-lo em sua totalidade, a partir de aspectos físicos, 
psicológicos, sociais e espirituais. 
 
7 
 
Não maleficência: é o dever do profissionalde ajudar e não causar danos ao 
paciente, ou seja, a obrigatoriedade de não causar mal ao outro. O princípio propõe 
a obrigação de não infringir dano intencional e está estreitamente associado à 
máxima primum non nocere (o principal é não causar dano). Esse princípio está 
bem delimitado em instituições de saúde sem recursos mate riais e ou financeiros. 
A fim de preservar a vida e a integridade do paciente, o profissional deve, diante 
das limitações de recurso, ofertar opções que não causem danos ou paciente ou o 
coloquem em risco. 
Justiça: faz referência à imparcialidade na distribuição dos riscos e benefícios, não 
podendo uma pessoa ser tratada de maneira distinta de outra, exceto se houver 
alguma diferença relevante (por exemplo, no caso de pessoas no sistema prisional 
em que a opção de liberdade de escolha para com os tratamentos ofertados é 
limitada). 
 
Durante o processo de transformação do papel da enfermagem na sociedade, 
a imagem vocacional ou religiosa foi cedendo espaço à profissional, o que levou a 
uma exigência cada vez maior de competência e qualificação técnica dos profissionais 
enfermeiros, agregando-se a reflexões éticas. Neste contexto percebe-se a 
importância de conciliar a atuação técnico operacional com aspectos ético-morais, 
pois sabemos que o ideal seria encontrar um ponto central entre os dois extremos. 
(SANTIAGO; CARVALHO, 2010) 
A enfermagem é uma das profissões da área da saúde cuja essência e 
especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na 
comunidade, desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de doenças, 
recuperação e reabilitação da saúde, atuando em equipes. A enfermagem se 
responsabiliza, através do cuidado, pelo conforto, acolhimento e bem-estar dos 
pacientes, seja prestando o cuidado, seja coordenando outros setores para a 
prestação da assistência e promovendo a autonomia dos pacientes através da 
educação em saúde (CARVALHO, 2010) 
A enfermagem aplica os princípios da bioética no seu cotidiano quando respeita 
a individualidade do paciente, atende as necessidades de cada paciente direcionando 
o cuidado a essas necessidades, presta uma assistência isenta de riscos e danos 
 
8 
 
físicos ou morais ou sempre quando informa a ação a ser executada ao sujeito, dando-
lhe o direito de aceitá-la ou recusá-la. (SANTIAGO; CARVALHO, 2010) 
3 UNIDADE NEONATAL 
 
Fonte: saopaulo.sp.gov.br 
No final do século XIX e início do século XX grandes mudanças ocorreram na 
prática da assistência neonatal devido ao uso da tecnologia, permitindo uma melhor 
compreensão da fisiologia infantil, a introdução de dispositivos de alta performance 
voltados à sua sobrevivência, o desenvolvimento de medicamentos eficazes e a 
aplicação de melhores abordagens nos cuidados com o neonato. (MENDONÇA, 2010) 
A preocupação com a assistência ao recém-nascido na área da saúde surgiu 
como um prolongamento da obstetrícia. Inicialmente, as unidades de atendimento ao 
recém-nascido tinham por finalidade a manutenção e restauração das condições de 
vitalidade do recém-nascido, a prevenção de infecções e a diminuição da 
morbimortalidade. (COSTA; PADILHA, 2011) 
Uma das características do período neonatal são as altas taxas de 
morbimortalidade, devido ser uma fase de grande fragilidade do ser humano e a alta 
propensão a ocorrência de sequelas, muitas vezes incapacitantes e de longa duração. 
Para que essas taxas diminuam e haja a recuperação de alguma patologia que venha 
 
9 
 
a ocorrer neste período, sem que haja sequelas, é indicado o encaminhamento para 
Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). 
A UTIN corresponde a uma área de assistência a recém-nascidos, criticamente 
enfermos, altamente vulneráveis, que necessitam de cuidados médicos e da equipe 
de enfermagem especiais e contínuos. Deve ser localizada dentro de uma estrutura 
hospitalar que disponha de recursos para o diagnóstico e tratamento de qualquer tipo 
de patologia neonatal, incluindo os procedimentos especializados, próxima do centro 
cirúrgico e sala de parto. (SEGUNDO et al, 2018) 
Objetivos e finalidades 
• Atender de forma sistematizada e humanizada o Recém-Nascido e a 
família, protegendo-os contra a infecção hospitalar; 
• Incentivar e aumentar os índices de aleitamento materno; 
• Capacitar a Mãe a executar os cuidados com o RN; 
• Garantir a continuidade da assistência ao binômio (RN – Mãe), durante 
o primeiro mês de vida; 
• Proporcionar um ambiente humanizado ao RN, com diminuição de 
ruídos e manipulação mínima. 
 
A Portaria nº 930, de 10 de maio de 2012, (MINISTÉRIO DA SAÚDE) define as 
diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-
nascido grave ou potencialmente grave: 
I - O respeito, a proteção e o apoio aos direitos humanos; 
II - Promoção da equidade; 
III - Integralidade da assistência; 
IV - Atenção multiprofissional, com enfoque nas necessidades do 
usuário; 
V - Atenção humanizada; e 
VI - Estímulo à participação e ao protagonismo da mãe e do pai nos 
cuidados ao recém-nascido. 
Art. 4º São objetivos da atenção integral ao recém-nascido grave ou 
potencialmente grave: 
I - Organizar a Atenção a Saúde Neonatal para que garanta acesso, 
acolhimento e resolutividade; 
 
10 
 
II - Priorizar ações que visem à redução da morbimortalidade perinatal 
e neonatal e que possibilitem o desenvolvimento saudável do recém-nascido 
e sua integração na família e sociedade; 
III - Garantir acesso aos diferentes níveis da assistência neonatal, por 
meio da melhoria da organização do acesso aos serviços e ampliação da 
oferta de leitos em unidades neonatal; 
IV - Induzir a formação e qualificação de recursos humanos para a 
atenção ao recém-nascido, que deverá ultrapassar exclusivamente a 
preocupação técnica/tecnológica, incorporando os referenciais conceituais e 
organizacionais do SUS; e 
V - Induzir a implantação de mecanismos de regulação, fiscalização, 
controle e avaliação da assistência prestada aos recém-nascidos graves ou 
potencialmente graves no SUS. 
3.1 Organização estrutural física da UTI neonatal – UTIN 
A Portaria nº 930 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) também orienta e 
estabelece as diretrizes para a estrutura física de uma UTIN, a classificação das 
UTINs, organização dos leitos, etc. 
Art. 5º A Unidade Neonatal é um serviço de internação responsável 
pelo cuidado integral ao recém-nascido grave ou potencialmente grave, 
dotado de estruturas assistenciais que possuam condições técnicas 
adequadas à prestação de assistência especializada, incluindo instalações 
físicas, equipamentos e recursos humanos. 
§ 1º As Unidades Neonatal devem articular uma linha de cuidados 
progressivos, possibilitando a adequação entre a capacidade instalada e a 
condição clínica do recém-nascido. 
§ 2º Os recém-nascidos que necessitem dos cuidados específicos de 
Unidade Neonatal e que se encontrem em locais que não disponham destas 
unidades devem receber os cuidados necessários até sua transferência para 
uma Unidade Neonatal, que deverá ser feita após estabilização do recém-
nascido e com transporte sanitário adequado, realizado por profissional 
habilitado. 
Art. 6º As Unidades Neonatal são divididas de acordo com as 
necessidades do cuidado, nos seguintes termos: 
I - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); 
II - Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN), com duas 
tipologias: 
a) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional 
(UCINCo); e 
b) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa). 
 
11 
 
Quanto a organização, estrutura e números de leitos, a portaria Nº 930, 
regulamenta: 
Parágrafo único. Poderá ser implantada, alternativamente, uma 
Unidade Neonatal de 10 (dez) leitos com um subconjunto de leitos, na 
proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para 4 (quatro) leitos de UCINCo e 2 
(dois) leitos de UCINCa. (Incluído pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
Art. 7º O númerode leitos de Unidades Neonatal atenderá ao seguinte 
parâmetro de necessidade populacional: para cada 1000 (mil) nascidos vivos 
poderão ser contratados 2 (dois) leitos de UTIN, 2 (dois) leitos de UCINCo e 
1 (um) leito de UCINCa. 
§ 1º A UCINCa somente funcionará em unidade hospitalar que conte 
com UCINCo, de forma anexa ou como subconjunto de leitos de uma 
UCINCo. 
§ 2º O conjunto de leitos de Cuidados Intermediários, Convencional e 
Canguru, conterá, no mínimo, 1/3 (um terço) de leitos de Canguru. (Redação 
dada pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
§ 3º A Unidade Neonatal que contar com leitos de UTIN, UCINco e 
UCINca deverá contar com, no mínimo, 10 (dez) leitos totais em ambiente 
contíguo, compartilhando a mesma equipe prevista para UTIN de que trata 
os arts. 13 e 14. (Incluído pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
§ 4º Na abertura de Unidades Neonatais que contar com leitos de 
UTIN, UCINco e UCINca com módulos de 10 (dez) leitos, deverá ser 
considerada a proporção prevista no parágrafo único do art. 6º. (Incluído pela 
PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
§ 5º A Unidade Neonatal terá custeio de acordo com a tipologia de cada 
leito, na proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para 4 (quatro) leitos de 
UCINCo e 2 (dois) leitos de UCINCa. (Incluído pela PRT GM/MS nº 3.389 de 
30.12.2013). 
Art. 8º Para novos estabelecimentos de saúde que disponham de 
maternidade e que possuam também UTIN ou UCIN é obrigatória a previsão, 
no projeto arquitetônico de sua área física, de alojamento para as mães cujos 
recém-nascidos estiverem internados em UTIN ou UCIN, de forma a garantir 
condições para o cumprimento do direito do recém-nascido a acompanhante 
em tempo integral. 
Art. 9º Serão habilitadas pelo Ministério da Saúde as novas Unidades 
Neonatal, bem como as já existentes que se adequarem aos requisitos desta 
Portaria. 
Serviço de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) 
Art. 10. UTIN são serviços hospitalares voltados para o atendimento de 
recém-nascido grave ou com risco de morte, assim considerados: 
I recém-nascidos de qualquer idade gestacional que necessitem de 
ventilação mecânica ou em fase aguda de insuficiência respiratória comFiO2 
maior que 30% (trinta por cento); 
 
12 
 
II recém-nascidos menores de 30 semanas de idade gestacional ou com 
peso de nascimento menor de 1.000 gramas; 
III recém-nascidos que necessitem de cirurgias de grande porte ou pós-
operatório imediato de cirurgias de pequeno e médio porte; 
IV - recém-nascidos que necessitem de nutrição parenteral; e 
 V - recém-nascidos que necessitem de cuidados especializados, tais 
como uso de cateter venoso central, drogas vasoativas, prostaglandina, uso de 
antibióticos para tratamento de infecção grave, uso de ventilação mecânica e 
Fração de Oxigênio (FiO2) maior que 30% (trinta por cento), 
exsanguineotransfusão ou transfusão de hemoderivados por quadros 
hemolíticos agudos ou distúrbios de coagulação. (Redação dada pela PRT 
GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013) 
Art. 11. As UTIN deverão cumprir os seguintes requisitos de 
Humanização: 
I - controle de ruído; 
II - controle de iluminação; 
III - climatização; 
IV - iluminação natural, para as novas unidades; 
V - garantia de livre acesso da mãe e do pai, e permanência dos 
mesmos; 
VI - garantia de visitas programadas dos familiares; e 
VII - garantia de informações da evolução dos pacientes aos familiares, 
pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. 
Art. 12. Para fins de habilitação como UTIN, o serviço hospitalar deverá 
dispor de equipe multiprofissional especializada, equipamentos específicos 
próprios e tecnologia adequada ao diagnóstico e terapêutica dos recém-
nascidos graves ou com risco de morte. (Redação dada pela PRT GM/MS nº 
3.389 de 30.12.2013) 
Instalação 
Na instalação de uma unidade de atendimento ao RN e gestante tem-se 
seguindo o modelo de 'Sistema de Regionais Integrado e Hierarquizado'. Este modelo 
tem implícito a assistência integral à gestante e ao RN, sendo que a atenção é 
efetuada dentro do nível hierárquico em que o caso for indicado. No caso de 
maternidades, o sistema prevê três níveis com um adequado sistema de referência e 
contra referência entre eles, a saber: 
 
13 
 
Primário: será feito o acompanhamento de gestante e RN de baixo risco, 
identificando e encaminhando os casos de maior risco para os próximos níveis de 
assistência mais complexa. 
Secundário: acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco, 
selecionando e encaminhando casos de maior risco para os Centros mais habilitados 
para o seu atendimento. 
Terciário: destinado aos atendimentos de gestante e RN de alto risco e de 
internação de RN com algumas patologias, transportados de outras unidades para 
a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). 
3.2 Recursos humanos em uma UTIN 
As UTINs devem dispor de no mínimo, uma equipe multiprofissional 
especializada, expressada e regulamentada pela Portaria Nº 930: (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2012) 
a) 1 (um) médico responsável técnico com jornada mínima de 4 horas 
diárias com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de 
Especialista em Medicina Intensiva Pediátrica, fornecido pela Sociedade 
Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia reconhecida 
pelo Ministério da Educação ou Residência Médica em Medicina Intensiva 
Pediátrica, reconhecida pelo Ministério da Educação; 
b) 1 (um) médico com jornada horizontal diária mínima de 4 (quatro) 
horas, com certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de 
Especialista em Pediatria (TEP), fornecido pela Sociedade Brasileira de 
Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia ou em Medicina Intensiva 
Pediátrica ou em Pediatria, reconhecida pelo Ministério da Educação, para 
cada 10 (dez) leitos ou fração; 
c) 1 (um) médico plantonista com Título de Especialista em Pediatria 
(TEP), fornecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria e com certificado de 
habilitação em Neonatologia ou Residência Médica em Medicina Intensiva 
Pediátrica; em Neonatologia ou em Pediatria reconhecida pelo Ministério da 
Educação, para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno; 
d) 1 (um) enfermeiro coordenador com jornada horizontal diária de 8 
horas com habilitação em neonatologia ou no mínimo 2 (dois) anos de 
experiência profissional comprovada em terapia intensiva pediátrica ou 
neonatal; 
e) 1 (um) enfermeiro assistencial para cada 10 (dez) leitos ou fração, 
em cada turno; 
f) 1 (um) fisioterapeuta exclusivo para cada 10 leitos ou fração, em 
cada turno; 
 
14 
 
g) 1 (um) fisioterapeuta coordenador com, no mínimo, 2 anos de 
experiência profissional comprovada em unidade de terapia intensiva 
pediátrica ou neonatal, com jornada horizontal diária mínima de 6 (seis) 
horas; 
h) técnicos de enfermagem, no mínimo, 1 (um) para cada 2 (dois) leitos 
em cada turno; 
i) 1 (um) funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza em 
cada turno; 
j) 1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade; 
§ 1º O mesmo profissional médico poderá acumular, na mesma 
unidade neonatal, a responsabilidade técnica e o papel de médico com 
jornada horizontal de 04 (quatro) horas, previstos nos incisos I e II do 'caput'. 
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 3.389 de 30.12.2013). 
§ 2º O coordenador de fisioterapia poderá ser um dos fisioterapeutas 
assistenciais. 
Quanto a UTIN tipo III, a Portaria Nº 930 regulamenta: 
Art. 14. Para habilitação como UTIN tipo III, o serviço hospitalar deverá 
contar com toda a estrutura mínima prevista no art. 13 e mais o seguinte: 
I - no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos plantonistas devem ter 
certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de Medicina Intensiva 
Pediátrica; 
II - enfermeiro coordenador com título de especialização em terapia 
intensiva/terapia intensiva neonatal ou no mínimo 5 (cinco) anos de 
experiência profissional comprovada de atuação na área; 
III - 1 (um) enfermeiro plantonista assistencial por turno, exclusivo da 
unidade,para cada 5 (cinco) leitos ou fração; 
IV - coordenador de fisioterapia com título de especialização em terapia 
intensiva pediátrica ou neonatal ou em outra especialidade relacionada à 
assistência ao paciente grave; 
V - bombas de infusão: 4 (quatro) por leito ou fração 
 
15 
 
4 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
Fonte: portaleducacao.com.br 
A preocupação com a humanização iniciou-se no final da década de 80, com a 
implantação do SUS, através da Reforma Sanitária, fruto de esforços de grupos de 
profissionais e de movimentos populares de saúde, no contexto da redemocratização 
da sociedade brasileira e de luta por uma política pública de saúde universal e de 
qualidade. 
Em 2000 foi criada o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, 
pelo Ministério da Saúde, através da portaria nº569/2000. 
Conforme a Portaria, são princípios e diretrizes do Programa de Humanização 
no Pré-Natal e Nascimento: 
a – toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no 
decorrer da gestação, parto e puerpério; 
b – toda gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal adequado de 
acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na Portaria; 
c – toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade 
em que será atendida no momento do parto; 
d – toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta 
seja realizada de forma humanizada e segura; 
e – todo recém-nascido tem direito à adequada assistência neonatal; 
 
16 
 
f – as autoridades sanitárias dos âmbitos federal, estadual e municipal são 
responsáveis pela garantia dos direitos enunciados. 
A Política Nacional de Humanização (PNH) é uma política do SUS, criada em 
2003 pelo Ministério da Saúde, pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e no 
Conselho Nacional de Saúde. Nossa Instituição adota a PNH e a enfermagem como 
parte do todo, está intimamente inserida nesta vertente da assistência de enfermagem 
baseada na teoria de Auto Cuidado de Orem. Com a tecnologia e as medidas de 
prevenção e controle de infecções e a assistência médica e de enfermagem 
especializadas empregadas na UTI Neonatal, muitos recém-nascidos (RN) de alto 
risco conseguem sobreviver à fase inicial de suas vidas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2003) 
O período de internação destes recém-nascidos pode estender-se por várias 
semanas ou meses, dependendo de sua gravidade e evolução clínica. É essencial 
que a família acompanhe o RN durante esta fase para que após a alta seja capaz de 
cuidá-lo de forma adequada. 
Humanizar a assistência neonatal é atender de maneira individualizada as 
necessidades do recém-nascido e de sua família, visando uma alta qualidade de 
assistência. Independente do resultado, na sobrevida ou na morte do recém-nascido, 
a assistência humanizada deve transmitir aos pais o sentimento de solidariedade e 
respeito aos seus sentimentos. Pai e Mãe são considerados o foco das influências 
ambientais sobre seu filho. A integração pais/filho não são intuitivas e resultam de 
comportamento socioeconômico condicionado e aprendido. 
 
17 
 
5 O RECÉM-NASCIDO E A ADMISSÃO NA UTIN 
 
Fonte: redehumanizasus.net 
O recém-nascido de risco que necessita de cuidados neonatais deve estar em 
um local com a estrutura que permita o cuidado adequado. Não se pode cuidar 
adequadamente de recém-nascidos de risco em lugares improvisados, em locais de 
transição. A ambiência em Unidades Neonatais envolve todos os ambientes de 
cuidado ao recém-nascido, do local de nascimento aos locais onde ele permanece 
após o nascimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019) 
As UTINs são responsáveis por atender recém-nascidos em estado grave ou 
com risco de morte, de qualquer idade gestacional, que necessitem de: (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2012) 
I. Ventilação mecânica, ou em fase aguda de insuficiência respiratória com Fração 
de Oxigênio Inspirado (FiO2) maior que 30% (trinta por cento); 
II. Menores de 30 semanas de idade gestacional, ou com peso de nascimento 
menor de 1.000 gramas; que necessitem de cuidados especializados, tais como 
• Uso de cateter venoso central, drogas vasoativas, prostaglandina; 
• Uso de antibióticos para tratamento de infecção grave; 
• Uso de ventilação mecânica e Fração de Oxigênio (FiO2) maior que 30% 
(trinta por cento). 
 
18 
 
• Exsanguinotransfusão ou transfusão de hemoderivados por quadros 
hemolíticos agudos ou distúrbios de coagulação: 
➢ Que necessitem de nutrição parenteral; 
➢ Que necessitem de cirurgias de grande porte ou pós-operatório 
imediato de cirurgias de pequeno e médio porte. 
Na UCIN, os serviços ocorrem em unidades hospitalares, destinadas a recém-
nascidos de médio risco e que precisam de uma assistência contínua, porém de menor 
complexidade do que na UTIN, servindo como unidades de suporte deste serviço. 
5.1 Estrutura 
Sala de admissão 
Deverá ter: 
• Antessala com lavatório de água corrente e solução anti-séptica, de 
preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
• Berço aquecido (um para cada 35 nascimentos/mês); 
• Fonte de oxigênio canalizado (um para cada berço); 
• Fonte de aspiração (uma para cada dois berços) 
• Armário com roupas limpas; 
• Antropômetro e uma balança (de preferência, eletrônica); 
 
Sala de observação 
• Antessala com lavatório de água corrente e solução antisséptica, de 
preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
• Berço, de preferência de acrílico, que permita mudanças de eixo horizontal 
(1 para cada 40 nascimentos/mês); 
• Aparelho de fototerapia (1 para cada 3 berços); 
 
Sala de cuidados intermediários 
• Antessala com lavatório de água corrente e solução antisséptica, de 
preferência acionada pelos pés ou cotovelos; 
• Dispositivo de toalha de papel; 
• Recipiente para toalhas usadas; 
 
19 
 
• Armário de roupas limpas; 
• Hampers; 
• Berço individuais, de preferência de acrílico; 
• Fonte de oxigênio canalizado (um para dois berços); 
• Fonte de aspiração (uma para cada dois berços); 
• Tomadas elétricas com terragem (um para cada berço); 
• Uma balança para cada 10 RN (de preferência eletrônica); 
• Aparelho de fototerapia (1 para cada 2 berços); 
• Otoscópio, oftalmoscópio, martelo de pesquisa de reflexo; 
• Medidor de pressão não-invasivo (1 para cada 3 berços); 
• Material para reanimação do RN de tamanho adequado; 
• Material para cauterização umbilical; 
• Berço aquecido (um para cada 120 nascimentos/mês); 
• Oxímetro, um para cada incubadora; 
• Nebulizadores e umidificadores; 
• Capacetes, um para dois RN; 
• Incubadoras, uma para cada 120 nascimentos/mês; 
5.2 Procedimentos para admissão do RN 
Os procedimentos para admissão de RN são realizados por Enfermeiros, 
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. Eles têm como objetivo preparar a unidade 
para receber o recém-nascido (RN) de cuidados intensivos de maneira rápida e 
organizada. 
Materiais: Equipamentos: 
• Estetoscópio neonatal, 
• Reanimador neonatal, 
• Coxim-subescapular, 
• Máscara de reanimação para RN termo 
e pré-termo, 
• Termômetro, 
• Fita métrica, 
• Monitor cardíaco, 
• Monitor de pressão não 
invasiva, fonte de O2 úmido e 
ar comprimido, 
• Aspirador com manômetro, 
Oxímetro de pulso, 
 
20 
 
• Luvas de procedimento, 
• Seringas e agulhas, 
• Água destilada, 
• Soro fisiológico 0,9%, 
• Clorhexidine alcoolico 0,5%, 
• Equipo de soro com bureta, 
• Fralda descartável, 
• Sonda de aspiração nº 6, 8 e 10 
• Cadarço, gaze estéril, fita crepe, 
• Esparadrapo, micropore, 
• Eletrodos descartáveis, 
• Touca, coletor de urina infantil, 
• Vitamina K, hengerix B, drogas gerais 
de emergência diluídas, 
• Material para: cateterismo umbilical, 
intubação, sondagem gástrica, punção 
venosa, fixação de cânula e para coleta 
de sangue. 
 
• Ventilador mecânico montado 
e testado, 
• Bomba de infusão 
• Incubadora 
 
Procedimentos 
• Realizar a higienização dasmãos. 
• Preparar o material. 
• Isolar o ambiente com o biombo. 
• Colocar luvas de procedimento. 
• Transferir o RN da incubadora de transporte para a unidade, colocá-lo 
em decúbito dorsal, com coxim na região subescapular, com cuidado 
para não deslocar a cânula. 
• Manter saco plástico até transferência para a incubadora. 
• Priorizar o atendimento do sistema respiratório e cardíaco do RN. 
• Avaliar o posicionamento da cânula endotraqueal, verificar fixação, 
numeração em lábio superior, conectá-lo ao ventilador com parâmetros 
prescritos, anotá-los em impresso próprio 
 
21 
 
• Instalar oxímetro de pulso, monitor cardíaco e de pressão não invasiva 
para avaliar as condições do RN 
• Passar sonda gástrica e fixar coletor, para descompressão e controle de 
débito. 
• Puncionar acesso venoso, reservar o membro para acesso central 
(PICC). Preparar e instalar soro conforme prescrição médica. 
• Realizar curativo do coto umbilical com clorhexidine alcoolico 0,5% 
• Manter coto umbilical envolvido em gaze umedecida com SF 0,9%, até 
realização do procedimento. 
• Verificar os sinais vitais; Tº, PA, FC, FR, a cada 30’, até estabilizar; após 
seguir rotina da unidade. 
• Coletar ou auxiliar na coleta de exames laboratoriais. 
• Transferir RN para incubadora, evitando perda de calor. 
• Administrar vitamina K e vacina contra hepatite B. 
• Retirar luvas de procedimento. 
• Realizar a higienização das mãos. 
• Guardar e arrumar os materiais e a sala. 
• Realizar exame físico, evolução e prescrição de enfermagem. 
• Fazer anotação de enfermagem na folha de prescrição. 
Fonte: adaptado de hospitalsaopaulo 
Observações: 
• Manter na unidade um leito de cuidados intensivos sempre montado para 
emergência. 
• Conferir pulseira de identificação do RN com dados do prontuário, proceder 
internação, registrar o nascimento do RN, identificar a incubadora com leito e 
nome do RN 
• Realizar o banho no leito do RN assim que as condições permitirem. 
• Realizar o banho no leito em RN Extremo Baixo Peso após 72 H de vida. 
• Permitir a visita dos pais e fornecer informações sobre as rotinas da unidade e 
o estado do RN, promovendo a interação dos pais – RN e ajudando a diminuir 
a ansiedade. 
 
22 
 
5.3 Precauções gerais na unidade neonatal 
Lavagem das mãos 
O recém-nascido apresenta muita fragilidade ao nascer e somado ao sistema 
imunológico ainda deficiente, ele torna-se mais susceptível a adquirir infecções. 
Sendo assim, a lavagem das mãos é a forma mais simples e eficaz de prevenção 
dessas infecções, uma vez que as mãos dos profissionais e familiares são veículos 
de transmissão. 
 
 
Fonte: uepb.edu.br 
Utilização de luvas 
Luvas para procedimentos: Luva estéril cirúrgica 
Peso dos recém-nascidos; Montagem do circuito do respirador; 
Banho dos recém-nascidos; Aspiração de cânula endotraqueal; 
Troca de fraldas; Coleta de secreção da cânula 
endotraqueal; 
Punção venosa; Cateterismo umbilical; 
Passagem de sonda gástrica; Exsanguinotransfusão; 
Coleta de sangue, urina, fezes e 
secreções; 
Drenagem torácica; 
Higiene oral; Coleta de líquor; 
 
23 
 
Curativo do coto umbilical; Intubação endotraqueal; 
Realização do teste de glicemia; Flebotomia; 
Ordenha das mamas das puérperas; Passagem do Cateter Central de 
Inserção Periférica (PICC); 
Oferecer leite por gavagem; Laqueadura do cordão umbilical. 
Oferecer leite por copinho; Curativo da flebotomia; 
Cuidados pós-morte. Curativo do PICC; 
 Diálise peritoneal; 
 Passagem de sonda vesical. 
5.4 Precauções específicas 
São baseadas nas formas de transmissão das doenças infecciosas e 
destinadas para pacientes suspeitos, sabidamente infectados ou colonizados por 
patógenos transmissíveis e de importância epidemiológica. 
 Precauções de contato: recém-nascidos suspeitos de infecção ou 
colonização por microrganismos transmitidos por contato, utilizar sala privativa, luvas, 
lavagem de mãos, avental de manga comprida e equipamentos individuais para o 
recém-nascido. 
 Precauções respiratórias: recém-nascidos com infecção suspeita ou 
confirmada por microrganismos transmitidos por via respiratória, utilizar sala privativa 
com portas fechadas, usar máscaras cirúrgicas no caso de gotículas e máscaras N 95 
no caso de aerossóis. 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Quallys Fonte: EPI Sul do Brasil 
5.5 Apresentação da incubadora 
 
Fonte: redehumanizasus.net 
RN prematuros que necessitam de cuidados intensivos rotineiramente são 
mantidos despidos em incubadoras para facilitar o acesso a eles, a 
monitorização e os cuidados. Entretanto, essa condição compromete a 
homeostasia térmica, aumentando a perda de calor nesses RN. Assim, logo 
que estáveis, os RN prematuros devem ser vestidos (BRASIL, 2011). 
 
25 
 
 A incubadora é um equipamento dotado de dispositivo que faz a filtração, 
aquecimento e umidificação do ar. A temperatura adequada se obtém na medida em 
que o ar passa pelo elemento aquecido administrado através do limitador de oxigênio. 
Nela, o ar é aquecido por convecção forçada, ou seja, pela circulação de ar 
quente em alta velocidade, mantendo o ambiente estável. Entretanto, a temperatura 
interna da incubadora altera-se cada vez que as portinholas são abertas, por isso 
deve-se abri-las o mínimo possível. 
A temperatura da incubadora é autocontrolada de duas formas: 
• Pela temperatura do ar, mantendo o ambiente térmico estável. 
• Por sensor de temperatura cutânea abdominal, que permite o ajuste 
automático do calor gerado pela incubadora para manter constante a 
temperatura do RN. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011) 
 
Segundo Brasil, (2011) os tipos de incubadora são: 
Incubadora de parede simples: a temperatura da parede da incubadora é 2 
a 4°C menor que a temperatura do ar em seu interior, propiciando perda de 
calor por radiação. Para minimizar essa perda, nos pequenos RN prematuros, 
recomenda-se o uso de incubadora de dupla parede. 
Incubadora de parede dupla: a parede interna rodeada por ar quente 
diminui a perda de calor por radiação. É um equipamento útil no transporte e 
nos cuidados aos RN prematuros de muito baixo peso. Propicia melhor 
estabilidade térmica, com menor perda e necessidade de produção de calor 
e menor consumo de oxigênio pelo RN, em comparação com a incubadora 
de parede simples, mas não influencia no prognóstico do RN prematuro. 
Incubadora umidificada: as incubadoras modernas têm sofisticados 
sistemas de vaporização, que podem proporcionar temperatura e 
umidificação elevadas, sem condensação de água (o que aumenta o risco de 
infecção). É a melhor opção para RN prematuros extremos, que geralmente 
necessitam de temperatura ambiental elevada (36°C ou mais) e, se a 
umidade relativa do ar for baixa, apresentam grande perda trans epidérmica 
de água. 
Segundo o Ministério da Saúde, para reduzir a perda evaporativa e a 
instabilidade térmica, melhorar o balanço hidroeletrolítico e manter a integridade da 
pele, recomenda-se que os RN pré-termo menores que 30 semanas de idade 
gestacional e os menores que 1.000g sejam mantidos em incubadoras com alto grau 
de umidificação durante as primeiras semanas de vida. Deve-se iniciar mantendo-se 
a umidade relativa em torno de 80% na primeira semana e reduzindo-a gradualmente 
durante a segunda semana conforme estabilidade no controle térmico do RN 
prematuro (BRASIL, 2011). 
 
26 
 
6 ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL 
 
Fonte: politicadistrital.com.br 
O trabalho da enfermagem dentro de uma UTIN é um desafio constante, pois 
requer vigilância, habilidade, respeito e sensibilidade, porque o paciente que vai ser 
atendido não fala, é extremamente vulnerável e altamente dependente da equipe que 
lhe está prestando assistência. 
O planejamento e a liberação de cuidados de enfermagem a neonatos 
gravemente enfermos, constitui um processo muitocomplexo e cuidadoso, e requer 
uma cuidadosa avaliação para determinar a eficácia tanto da terapia médica quanto 
da enfermagem (CHAVES, 2019). 
A enfermeira é responsável por promover a adaptação de RN com o ambiente 
externo (mantendo o equilíbrio térmico adequado, quantidade de umidade, luz, som e 
estimulo cutâneo), observando imagens clínicas (monitorização de sinais vitais e 
emprego de procedimentos de assistência especial), fornecer alimentação adequada 
para suprir as necessidades metabólicas dos sistemas orgânicos em desenvolvimento 
(se possível, aleitamento materno), realizar controle de infecção, estimular o RN, 
educar os pais, estimular visitas familiares, elaborar e manter um plano educacional, 
organizar, administrar e coordenar a assistência de enfermagem ao RN e a mãe, 
desenvolver atividades multidisciplinares, orientar o ensino e supervisionar os 
cuidados de enfermagem prestados, entre outras atividades. 
 
27 
 
Em neonatologia é necessário a conscientização de que quanto mais cedo 
forem identificados os fatores de risco para o RN, melhores as condições para serem 
ajudados. Este é um dos papéis da enfermagem neonatal para promover segurança 
ao RN. 
Além da assistência ao RN, caberá enfermagem o controle do uso e 
conservação dos materiais e instrumental, registro de todas as ocorrências 
importantes referentes ao RN, bem como ao pessoal, as mudanças de procedimento, 
entre outras coisas. 
Um aspecto importante para assistência de enfermagem neonatal é a criação 
de um ambiente propício para o tratamento do RN, livre de estímulos nocivos, que 
promova o desenvolvimento positivo do RN e minimize os efeitos negativos da doença 
e da separação dos pais. 
6.1 Avaliação e classificação do recém-nascido 
• Idade gestacional (I.G.): Estimada a partir do primeiro dia do último período 
menstrual e/ou clinicamente pelos métodos de Capurro, Dubovitz ou Ballard. 
É expressa em dias ou semanas completas. 
• RN pré-termo (RNPT): crianças nascidas até 36 semanas e 6 dias (258 dias) 
de gestação, segundo OMS (Organização Mundial de Saúde) ou nascidas até 
37 semanas e 6 dias (256 dias), segundo AAP (Academia Americana de 
Pediatria). 
• RN a termo (RNT): nascidos entre 37 e 41 semanas e 6 dias (ou seja, 259 e 
293 dias) de gestação (OMS) e nascidos entre 38 e 41 semanas e 6 dias (o 
que equivale a 266 e 293 dias) – (AAP). 
• RN pós-termo (RN pós-T): nascidos com 42 semanas ou mais de gestação 
(294 dias). 
• Peso ao nascimento (PN): é o primeiro peso obtido após o nascimento com 
a criança totalmente despida. 
• Baixo peso: todo RN com PN inferior a 2500g. 
• Muito baixo peso: RN com menos de 1500g. 
• Extremo baixo peso: RN com menos de 1000g. 
 
 
28 
 
Classificação do RN conforme peso e idade gestacional: 
Considerando como referencial uma curva de crescimento intra-uterino, os RN 
são classificados em: 
• Peso adequado para a idade (PAIG): peso ao nascer entre os percentis 
10 e 90. 
• Peso pequeno para a idade gestacional (PPIG): abaixo do percentil 
10. 
• Peso grande para a idade (PGIG): acima do percentil 90. 
 
Essa classificação é importante, pois os RN PIG e RN GIG podem ter 
problemas associados ao crescimento intrauterino alterado. 
 
Terminologia no período neonatal: 
• Aborto: fetos nascidos mortos com menos de 500 gramas e/ou menos de 22 
semanas de idade gestacional; 
• Natimorto: óbito intra-útero de fetos com mais de 500g e/ ou com 22 semanas ou 
mais de idade gestacional; 
• Mortalidade neonatal: óbito de recém-nascido antes de completar 28 dias de 
vida: 
✓ Precoce: óbito antes de completar 7 dias de vida. 
✓ Tardia: óbito no período de 7 dias a 27 dias de vida. 
 
• Mortalidade perinatal: compreende os natimortos somados aos óbitos neonatais 
precoces. 
• Nascido vivo: RN com qualquer evidência vital como respiração, batimentos 
cardíacos, pulsação do cordão umbilical independentemente da idade gestacional 
e do peso de nascimento 
6.2 Classificação de risco neonatal 
No contexto do atendimento em rede, a utilização da classificação de risco tem 
o objetivo de otimizar o atendimento prestado ao paciente, dando a adequada atenção 
 
29 
 
de acordo com o risco aferido. O risco está diretamente relacionado a possibilidade 
de óbito e no caso do RN e da mortalidade infantil. 
 
Alto Risco 
• Prematuridade abaixo de 32 semanas; 
• Asfixia grave (Apagar menor que 7 no quinto minuto); 
• Muito Baixo peso ao nascer (PN < 1500g); 
• Desnutrição grave; 
• Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados; 
• Presença de doenças de transmissão vertical (toxo, sífilis, HIV); 
• Triagem neonatal positiva; 
 
Sugere-se considerar como alto risco embora ainda não conste na linha guia: 
• Internamento em UTI/UCI neonatal ou pediátrica por 72 horas no período 
neonatal; 
• Malformações congênitas. 
 
Risco Intermediário 
 Neonatos de: 
• Mães negras e indígenas; 
• Mães com menos de 15 anos ou mais de 40 anos; 
• Mães analfabetas ou com menos de 3 anos de estudos; 
• Mães com até 20 anos e filho morto antes de completar um ano; 
• Mães com até 20 anos e mais de 3 filhos vivos; 
• Mães que morreram no parto/puerpério 
 Neonatos com PN entre 1501 e 2500g sem internamento em UTI/UCI neonatal. 
Neonatos com IG acima de 32 semanas sem internamento em UTI/UCI neonatal. 
Demais neonatos são classificados como risco habitual. 
A classificação de risco deve ser confirmada no momento da alta hospitalar 
para determinar o atendimento ambulatorial conforme fluxograma. 
 
30 
 
6.3 Cuidados e manejos individualizados 
Ao lidarmos com o bebê, no dia a dia da unidade neonatal, é sempre importante 
pensar que é fundamental para o seu bom desenvolvimento: 
• Favorecer posturas em flexão; 
• Permiti-lo sugar; 
• Diminuir a luz e/ou o nível sonoro; 
• Quando o recém-nascido se desorganiza, acalmá-lo; 
• Aproximar os pais do recém-nascido. 
 
Ações para diminuir o estresse do recém-nascido ao realizar um procedimento 
Antes do procedimento 
• Falar suavemente antes de tocar; 
• Posicionar e dar contenção; 
• Evitar mudanças súbitas de postura; 
• Respeitar o estado comportamental RN. 
 
 Durante o procedimento 
• Executar o procedimento em etapas, permitindo a recuperação 
fisiológica (Frequência Cardíaca, Frequência Respiratória, Saturação de 
O2 
• Se possível usar decúbito lateral;) e comportamental; 
• Minimizar os outros estímulos; 
• Agrupar os procedimentos ou executar de forma contínua, lenta e gentil, 
mas eficiente, intercalando períodos de descanso, individualizados pelas 
respostas do RN; 
• Usar facilitadores (por exemplo: sucção, contenção com as mãos ou com 
o ninho e outros). 
 
Após o procedimento 
• Continuar posicionando e dando contenção até o RN ficar estável, com 
recuperação da Frequência Cardíaca, Respiratória, Saturação de O2 e do 
tônus. 
 
31 
 
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RN PRÉ-TERMO 
 
Fonte: ebserh.gov.br 
7.1 História e exame físico do recém-nascido 
As peculiaridades fisiológicas e anatômicas do RN o diferenciam de todas as 
outras faixas etárias. O mesmo ocorre com as técnicas para a obtenção da história e 
do exame físico dessas crianças. A pesquisa de informações para a estruturação da 
história clínica, assim como a realização do exame físico, muitas vezes, ocorre em 
situações distantes da ideal. Assim, é frequente a necessidade de se voltar a 
pesquisar as informações não conseguidas numa primeira abordagem (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2014): 
 
1) Identificação do RN 
 Informações sobre o pai da criança, como seu nome, idade, escolaridade, local 
de trabalho e presença de doenças ou de hábitos inadequados como tabagismo, 
alcoolismo e uso de outras drogas; 
A identificação da mãe deverá conter, além das mesmas informações já 
solicitadas sobre o pai, dados relacionados à estabilidade do relacionamento do casal, 
o endereço e telefone de contato.32 
 
 Registro do tipo sanguíneo dos pais, existência de consanguinidade entre pais 
e informações relativas a doenças, cirurgias e transfusões anteriores à gestação, que 
poderiam trazer implicações para o RN. 
 
2) Antecedentes obstétricos 
Registrar o número de gestações, sua evolução (incluindo abortos e 
natimortos), tipo de parto, internações anteriores e diagnósticos; informações sobre o 
tempo de amamentação dos filhos anteriores; 
Sobre a gestação atual, registrar quando foi iniciado o pré-natal, número de 
consultas realizadas e qual o local (caso seja necessário o resgate de alguma 
informação), a data da última menstruação e a idade gestacional aferida por exame 
ultrassonográfico (o mais precoce); 
Informações sobre o desenvolvimento fetal e eventuais malformações do feto; 
resultados dos exames sorológicos com o tipo de reação realizada, o título e a data. 
 
3) Dados do parto 
 Duração do trabalho de parto e da expulsão, a apresentação (cefálica, pélvica), 
as alterações no foco fetal e o tipo de parto, assim como sua indicação, caso 
operatório; o tempo de ruptura da bolsa e as características do líquido amniótico; a 
analgesia oferecida durante o trabalho de parto e o parto, detalhando-se as drogas, 
as doses e o tempo de aplicação antes do nascimento; as características da placenta 
(peso, presença de calcificações, condições do cordão, número de vasos sanguíneos 
e tempo para a ligadura do cordão). 
 Informações sobre vacinação, intervenções cirúrgicas, procedimentos, 
complicações, pesquisa de colonização por estreptococo do grupo B, medicamentos 
utilizados e hábitos durante a gestação. 
 
4) Condições de nascimento 
Horário de nascimento, sexo, gemelaridade, peso, comprimento, tempo da 
primeira respiração, do primeiro choro e momento de ligadura do cordão; 
Os valores registrados na escala de Apgar ao 1º e 5º minutos; se foi submetida 
à aspiração das vias aéreas superiores, se recebeu oxigênio inalatório, ventilação com 
pressão positiva, intubação traqueal e drogas. 
 
33 
 
 Registrar se o bebê foi colocado em contato pele a pele com a mãe, por quanto 
tempo e se foi amamentado na sala de parto, registrando-se quando ocorreu a 
primeira mamada (Ex. aos 20 minutos de vida). 
Exame físico sumário do RN - esse exame é necessário a fim de determinar as 
condições respiratórias, cardiocirculatórias e malformações grosseiras. 
Essa avaliação global, inclusive da idade gestacional, permitirá ao profissional 
decidir qual o destino do RN, se unidade de alojamento conjunto, intermediária ou de 
cuidados intensivos. 
 
5) Exame físico 
O exame físico tem como objetivos identificar anormalidades e identificar e 
registrar por meio de ficha de avaliação evidências de estresse e traumatismo, 
oferecendo uma base para avaliação de mudanças posteriores. 
O exame físico deve ser iniciado assim que o recém-nascido chegar à UTI 
neonatal. Antes de dar início ao exame físico completo, deve-se aguardar até que ele 
se encontre estabilizado, e seguir uma sistematização. Inicia-se pela observação do 
paciente em repouso para, então, seguir com uma avaliação geral de cada sistema 
no sentido cefalocaudal. Durante o exame físico, é importante evitar estresse ao 
recém-nascido; se necessário, deve-se interromper o exame e esperar que ele se 
estabilize. Para prematuros com menos de 30 semanas de gestação, o processo de 
admissão será um pouco diferenciado. Veja, adiante, o item Protocolo de toque 
mínimo | Primeiras 96 horas. (TAMEZ, 2017) 
Sequência do exame físico 
O exame físico compreende as seguintes etapas: 
 
• Observação geral: coloração, pele, postura, força e tônus musculares; 
• Região da cabeça e pescoço: face, nariz, boca, olhos e ouvidos; 
• Tronco ou tórax: sistema cardiorrespiratório, abdome, costas, genitália e 
reto; 
• Extremidades; 
• Exame neurológico; 
• Verificação de cateteres venosos ou arteriais; 
 
 
34 
 
Observação geral 
• Pele. Coloração, textura, lanugem, vernix, lesões, manchas ou marcas, 
turgor, temperatura, equimoses, petéquias, milia, eritemas, 
hemangiomas, nevos congênitos. 
• Postura. Normal (posição fetal, movimentos espontâneos e simétricos) 
e anormal (curvatura da coluna, movimentos assimétricos, irregulares, 
tremores, sem movimento). 
• Força e tônus musculares. Normal (tônus e força iguais e fortes; 
preensão palmar forte e igual) e anormal (tônus e força musculares 
fracos, flácidos; hipotonia muscular, ausência dos reflexos primitivos). 
(TAMEZ, 2017) 
 
Região da cabeça e do pescoço 
• Cabeça. Assimetria; fontanelas (abauladas, deprimidas, abertas até 12 
a 18 meses); suturas (separadas, sobrepostas, cavalgamento, 
fundidas); hematomas subperiósteos (margens distintas que se detêm 
nas linhas de sutura; são depressíveis e flutuantes à palpação); caput 
succedaneum (a equimose e o edema geralmente são moles, cruzam as 
linhas de sutura e não se expandem muito após o nascimento); 
perímetro cefálico em conformidade com os parâmetros normais. 
 
• Rosto. Alinhamento dos olhos em relação à implantação dos ouvidos; 
distância entre os olhos; simetria; cavidade oral (tamanho, formato, 
continuidade dos lábios, palato); língua (tamanho e posição dentro da cavidade 
oral); mucosa (integridade, coloração); salivação (normal, ausente ou 
excessiva); reflexo de sucção (presente no feto a partir de 24 semanas e após 
o nascimento; nos prematuros, a partir de 27 a 28 semanas); deglutição 
(presente intrauterinamente a partir de 17 semanas de gestação); náuseas; 
coordenação entre sugar, deglutir e respirar a partir de 32 a 34 semanas de 
gestação. (TAMEZ, 2017) 
• Olhos. Fechados ou abertos; edema palpebral; pupilas reagentes à luz 
e simetria; drenagem ou não; formato; capacidade de abrir e fechar as 
pálpebras; coloração da esclera; pálpebras; catarata. 
 
35 
 
 
• Nariz. Formato; tamanho; proporção; secreções; permeabilidade; 
batimento das asas do nariz, atresia coanal. 
• Orelhas. Configuração; rotação; posição em relação aos olhos; 
tamanho; canal auditivo; firmeza e recolhimento da pina; resposta ao 
som; papiloma cutâneo. 
 
Tronco ou tórax 
Sistema cardiorrespiratório 
 
• Tórax e pulmões. Simetria do tórax; respiração (profunda, superficial, 
elaborada, espontânea ou assistida); existência de retrações 
(subcostais, intercostais, subesternais ou esternais); gemidos audíveis 
expiratórios; ruídos respiratórios (simetria, estertores subcrepitantes e 
outros); dreno torácico. 
• Coração. Ritmo (regular ou arritmias); som dos batimentos (forte ou 
fraco); existência de sopro (localização e grau de intensidade); precórdio 
(dinâmico ou não); tempo de reenchimento capilar; coloração; perfusão 
periférica. O ponto de maior intensidade à ausculta cardíaca encontra-
se no 4o espaço intercostal esquerdo, próximo à linha clavicular média 
(Figura 4.6). Tempo de reenchimento capilar, coloração e perfusão 
periférica. 
• Pulsos e PA. Pulsos femorais, podais, braquiais e radiais; checar 
simetria, força e amplitude. Ao verificar a pressão arterial, usar o 
manguito apropriado de acordo com o peso e o tamanho do recém-
nascido; o manguito não deve exceder 75% do tamanho da extremidade 
que será utilizada. 
 
 
 
 
36 
 
 
Abdome 
Protruso; plano; distensão ou não; alças intestinais visíveis e/ou palpáveis; 
ruídos hidroaéreos (presentes, diminuídos ou ausentes); ocorrência de massa 
(descrever a localização); resíduo gástrico (claro, amarelado, bilioso, sanguinolento); 
parede abdominal intacta; ocorrência de fezes (mecônio, transição ou outro); 
consistência, cor e quantidade aproximada das fezes; hérnia inguinal ou umbilical. 
Fígado palpável ou não (a borda hepática pode estender-se 1 a 2 cm abaixo da 
margem costal direita). 
Tipo de alimentação (jejum, oral, gavagem, amamentação, nutrição parenteral 
total – NPT); cordão umbilical (número de vasos: 2 artérias e 1 veia; seco ou úmido, 
secreçõespresentes, sangramento). 
Sistema geniturinário e reto 
• Urina (diurese normal, 1 a 3 mℓ/h). Espontânea; cor e aspecto; cateter 
vesical presente. 
• Genitália masculina. Prepúcio cobre o pênis e adere a ele; apresenta 
abertura uretral; testículos presentes ou não na bolsa escrotal; curvatura 
do pênis; proporção em relação ao corpo; coloração azulada na bolsa 
escrotal; líquido na bolsa escrotal. 
 
 
37 
 
• Genitália feminina. Lábio maior cobre o lábio menor; clitóris visível; 
secreções mucosas ou sanguinolentas. 
• Reto. Avaliar permeabilidade anal, posicionamento do orifício anal em 
relação à genitália, fístulas e outras anomalias anorretais; ocorrência de 
fezes (mecônio nos 2 a 3 primeiros dias, transicional, normal). 
 
Dorso 
Simetria, comprimento e formato; integridade da coluna vertebral; 
ocorrência de massa, abaulamento ou depressão; cistos. 
 
Extremidades 
Simetria quanto a tamanho, comprimento, postura, forma e movimento; 
ausência de fraturas ou deformidades (se presentes, descrevê-las); número de 
dedos presentes nas mãos e pés; edema; limite de movimentos; perfusão e 
reenchimento capilar > 3 segundos; pulsos iguais e fortes bilateralmente; 
preensão palmar normal e igual; contraturas; pregas palmares e plantares. 
(TAMEZ, 2017) 
 
Exame neurológico 
Consta do exame neurológico a verificação da atividade (alerta, 
chorando, sono ativo ou profundo); da irritabilidade; do tipo de choro (normal, 
fraco, agudo); dos reflexos (Moro, sucção, preensão, marcha, Babinski); da 
resposta a estímulos (vocal, barulho, toque, dor e luz); dos movimentos 
(assimétricos, tremores, convulsões), tônus muscular e postura. 
 
Cateteres venosos ou arteriais 
Avaliam-se o local, o tipo de cateter (periférico ou central), o tipo de 
solução e o gotejamento ou a velocidade da infusão. 
7.2 Controle térmico 
Segundo o Ministério da saúde (2011), a temperatura corporal é o resultado do 
balanço entre os mecanismos de produção e de eliminação do calor. No RN, 
 
38 
 
sobretudo no pré-termo, pode ocorrer desequilíbrio desses mecanismos, com 
aumento nas perdas e limitação na produção. 
 
Desequilíbrio entre perda e produção de calor no RN pré-termo 
Aumento da perda Diminuição da produção 
• Maior área de superfície corporal 
• Epiderme não queratinizada 
• Mais água extracelular (mais 
evaporação) 
• Maior quantidade de tecido 
subcutâneo. Menor capacidade 
de vasoconstrição cutânea 
• Baixa temperatura ambiental 
• Menor estoque de gordura marrom 
• Menor resposta termogênica por 
hipóxia, restrição do crescimento 
intrauterino e doenças 
• Menor mobilização de noradrenalina 
e ácidos graxos livres 
• Consumo de O2 limitado por 
problemas pulmonares 
Fonte: Ministério da Saúde (2011) 
A capacidade de manter constante a temperatura corporal quando a 
temperatura ambiental varia (homeotermia) é limitada no RN, e o estresse do 
frio ocorre quando a perda de calor excede a capacidade de produção. 
(KNOBIL e HOLDITCH,2007, LYON, 2008 apud BRASIL, 2011) 
• Cuidados térmicos na unidade neonatal 
 
A temperatura de admissão para bebês prematuros que entram na enfermaria 
neonatal deve ser de pelo menos 36 ° C. As primeiras 12 horas de vida são 
fundamentais para a estabilidade térmica do RN prematuro, pois diversos 
procedimentos e operações são normalmente necessários durante este período. 
Cada RN deve ser mantido em ambiente termicamente neutro, ou seja, dentro 
da faixa de temperatura ambiente em que a taxa metabólica seja a mais baixa e a 
temperatura corporal permaneça constante, sem alterar a geração ou perda de calor. 
Para RNs a termo, o ambiente neutro térmico nas primeiras horas de vida é 
entre 32-34 ° C, mas a faixa neutra térmica varia com o peso ao nascer, idade 
gestacional e idade pós-parto. Para bebês prematuros de muito baixo peso ao nascer, 
Os RNs atingem 35 ° C ou mais. Os primeiros dias de vida. (BRASIL, 2014) 
 
 
 
39 
 
 Peso ao nascer e idade gestacional 
 <1.500 g 
< 34 sem 
1500–2.499g 
34–36 sem 
≥ 2.500g 
≥ 37 sem 
1º dia de vida 33,5 a ≥ 35º 32 a 34º 31 a 34º 
2º dia de vida 33 a 35º 31,5 a 33,5º 30,5 a 33,5º 
3º dia de vida 33 a 34º 31,2 a 33,4º 30,1 a 33,2º 
4º dia de vida 33 a 34º 31 a 33,2º 29,8 a 32,8º 
5 - 14 dias de 
vida 
33 a 34º 31 a 33º 29 a 32,5º 
Fonte: BRASIL (2014) 
Diversos recursos podem ser utilizados para a obtenção de um ambiente 
termicamente neutro, destacando-se: incubadoras e berços de aquecimento. 
Incubadora: Na incubadora, o ar é aquecido por convecção forçada, ou seja, o 
ar quente circula em alta velocidade para manter o ambiente estável. No entanto, a 
temperatura interna da incubadora muda toda vez que você a liga, portanto, você deve 
ligá-la o menos possível. 
Berço aquecido: Geralmente utilizado para receber RN prematuros na unidade, 
e também para execução de procedimentos. Durante a operação, é importante 
monitorar a temperatura do RN, pois ele está coberto por uma área estéril, de forma 
que o calor radiante pode não atingir sua pele. O berço aquecido emite energia 
infravermelha, que é facilmente absorvida pela pele e convertida em calor. A 
temperatura é mantida pelo calor radiante, o que leva ao aumento da perda de água 
transdérmica, que deve ser prevista no balanço hídrico do RN. Cobrir o RN com campo 
aquecido ou cobertor plástico ajuda a minimizar esse problema. (BRASIL, 2014). 
O Ministério da Saúde (2014), faz as seguintes recomendações, importantes, 
para o controle térmico do RN prematuro (BRASIL, 2014): 
• O exame físico do RN prematuro deve ser realizado sob fonte de calor 
radiante e, se o exame for demorado, um sensor de temperatura deve 
ser colocado na pele para monitorização. 
• A utilização de gorros é útil para reduzir a perda de calor pela cabeça. 
• Deve-se transportar o RN em incubadora aquecida e realizar 
procedimentos em berço de calor radiante. 
 
40 
 
• Na UTI manter o RN prematuro na incubadora, em ambiente 
termoneutro. Nas unidades que adotam o Método Canguru, este deve 
ser estimulado. 
• RN prematuros estáveis devem ser vestidos, exceto quando estiverem 
em contato pele a pele. 
 
Monitorização da temperatura 
A regulação térmica é um dos fatores cruciais para a sobrevivência e 
estabilidade do recém-nascido. Em 1907, Budin observou uma diminuição de 98 para 
23% na taxa de mortalidade neonatal quando os recém-nascidos prematuros ou de 
baixo peso eram colocados em incubadora, mantendo-se a temperatura corporal 
estável. 
O avanço tecnológico e um melhor conhecimento do mecanismo 
termorregulador do recém-nascido têm contribuído para um controle térmico mais 
eficiente nessa população tão vulnerável. A dificuldade de manutenção térmica do 
neonato deve-se a fatores como: superfície corporal relativamente grande em 
comparação ao peso; capacidade metabólica limitada para produzir calor; e 
isolamento térmico inadequado. Termorregulação é a capacidade do corpo de 
promover equilíbrio entre a produção e a perda de calor, mantendo assim a 
temperatura corporal em conformidade com os valores normais (TAMEZ, 2017). 
A produção de calor é consequência de atividade metabólica, resultante da 
adaptação ao meio ambiente. Nos adultos, a produção de calor ocorre como 
consequência da atividade muscular voluntária e involuntária (calafrio) e da 
termogênese não muscular da gordura marrom. No recém-nascido, a atividade 
muscular voluntária é limitada, e a involuntária, inadequada; assim, depende da 
gordura marrom para a termogênese. A gordura marrom é mais abundante no recém-
nascido do que no adulto e representa 2 a 6% do peso corpóreo total. Localiza-se 
abundantemente no pescoço, na região interescapular, no mediastino e ao redor dos 
rins e das suprarrenais. 
Desde o momento do nascimento, o controle da temperatura ambiente é 
fundamental para a estabilidade térmica do neonato, a termo ou prematuro. A OMS 
(Organização Mundial da Saúde) recomendaque a temperatura da sala de parto seja 
mantida entre 22° e 26°C. 
 
41 
 
Segundo estudos realizados por Jia et al. (2013) no Yuying Children’s 
Hospital, na China, neonatos prematuros que nasceram em salas de parto 
com a temperatura ambiente recomendada pela OMS tiveram uma 
temperatura retal mais elevada à admissão na UTI neonatal do que outros 
que nasceram em salas de parto com temperatura ambiente < 22°C. Deve-
se levar em consideração que a hipotermia tem consequências graves para 
o prematuro extremo, bem como para o recém-nascido a termo enfermo 
(TAMEZ, 2017). 
Os pacientes na UTI neonatal correm maior risco de instabilidade térmica 
devido a certos fatores, como: 
• Prematuridade 
• Anomalias congênitas 
• Septicemia 
• Asfixia e hipoxia 
• Comprometimento do sistema nervoso central 
• Aporte nutricional e calórico inadequado 
• Diminuição dos movimentos voluntários 
• Imaturidade do sistema de controle térmico 
• Quantidade insuficiente de tecido adiposo subcutâneo. 
 
A hipotermia e a hipertermia trazem sérias consequências fisiológicas ao 
paciente neonatal, como bradicardia, apneia, aumento do estresse respiratório, 
diminuição da perfusão periférica, hipoglicemia e acidose metabólica, entre outras, 
ocasionando até mesmo falência cardiorrespiratória. Esses fatores serão abordados 
posteriormente neste capítulo. 
O monitoramento e a manutenção da temperatura corporal, mantendo-se um 
ambiente térmico neutro estável, devem ser metas prioritárias da enfermagem 
responsável pela assistência ao recém-nascido. É importante para isso que a 
enfermagem tenha amplo conhecimento dos mecanismos do controle térmico, da 
perda de calor e dos riscos da instabilidade térmica para esses pacientes. 
 
Hipotermia 
Ocorre hipotermia quando a temperatura axilar é inferior a 36,5°C em neonatos 
a termo e inferior a 36,3°C em prematuros; quanto mais baixa a temperatura, mais 
graves as consequências, provocando vasoconstrição periférica como resposta ao 
frio. Este fator pode levar a uma acidose metabólica causada pelo metabolismo 
 
42 
 
anaeróbico que ocorre. Quando isto ocorre, pode haver uma vasoconstrição na altura 
dos pulmões, contribuindo para agravamento da hipoxemia. A hipotermia está 
relacionada com aumento da mortalidade e da morbidade, principalmente de neonatos 
prematuros. (TAMEZ, 2017) 
 
Fatores de risco 
• Neonatos nas primeiras 8 a 12 horas de vida 
• Prematuridade 
• Neonato pequeno para a idade gestacional (PIG) 
• Neonato com distúrbio no sistema nervoso central 
• Neonato estressado. 
Quadro clínico 
• Extremidades e tórax frios 
• Intolerância alimentar devido a diminuição da motilidade gastrintestinal, 
aumento de resíduo, vômitos, distensão abdominal e dificuldade de sucção) 
• Letargia se a hipotermia se prolongar 
• Choro fraco 
• Hipotonia 
• Acidose metabólica 
• Hipoglicemia 
• Mudança na coloração da pele (pálida ou mosqueada) 
• Irritabilidade (consequência da hipoxemia) 
• Apneia e bradicardia (consequência da hipoxemia). 
 
A hipotermia causa vasoconstrição, meio pelo qual o organismo controla a 
perda de calor; aumenta o consumo de oxigênio, diminuindo sua oferta aos tecidos; 
acarreta acidose metabólica devido ao aumento do ácido láctico; aumenta o consumo 
de calorias, diminuindo o armazenamento de glicogênio, falta de ganho de peso ou 
perda de peso. 
A hipoxemia, por sua vez, pode causar vasoconstrição pulmonar, interferindo 
na produção de surfactante, o que piora o quadro de estresse respiratório. 
Quando se utiliza lâmpada especial para aquecimento (lâmpada de 
aquecimento Emerson®) com distância ajustável, devem-se tomar certos cuidados, 
 
43 
 
como manter uma distância de 70 cm do paciente, proteger os olhos do paciente, não 
utilizar lâmpadas mais fortes do que 250 watts e monitorar a temperatura. (TAMEZ, 
2017) 
Hipertermia 
Define-se hipertermia como temperatura axilar acima de 37,5°C. Ocorre vasodilatação 
periférica com esforço do organismo para dissipar o calor, causando vasodilatação, 
elevação da taxa de metabolismo e do requerimento de oxigênio e aumento da perda 
de líquidos, o que, por sua vez, provoca desidratação e acidose metabólica. (TAMEZ, 
2017) 
 
Fatores de risco 
• Equipamento com defeito 
• Reaquecimento excessivo 
• Uso incorreto de lâmpadas de aquecimento 
• Incubadora muito próxima de janela que receba muito sol 
• Sensor de temperatura do berço de calor radiante ou incubadora sem bom 
contato com a pele 
• Uso de prostaglandina 
• Síndrome de abstinência 
• Septicemia bacteriana (toxinas) 
• Anomalias no sistema nervoso central que afetem os centros de regulação 
térmica. 
 
Quadro clínico 
• Intolerância alimentar 
• Diminuição ou aumento da atividade 
• Irritabilidade 
• Choro fraco ou inexistente 
• Hipotensão 
• Extremidades quentes 
• Rubor 
• Taquicardia 
• Taquipneia 
 
44 
 
• Desidratação nos casos mais graves 
• Diaforese. 
7.3 Tubo digestivo e anexos 
A integridade do tubo digestivo é indispensável, devendo ser averiguada ao 
nascimento. Além da permeabilidade esofagiana e presença do orifício anal. 
Ao nascimento o volume do estômago encontra-se em torno de 10 ml. Sai 
capacidade aumenta rapidamente, mas possui limitações quanto a esse crescimento, 
dessa forma torna-se indispensável, às vezes, retirar-se o resíduo gástrico antes da 
alimentação (gavagem) do lactante (BRASIL, 2014) 
Após a mamada do leite materno, o estômago esvazia-se em duas horas. 
Pode-se dilatar à custa da mamada, ocorrendo então um abaulamento da região 
epigástrica. 
Cálculo da capacidade gástrica: 
Peso (em gramas) /100 - 3= capacidade gástrica 
Exemplo: 
2000g/100 - 3 = 20 – 3 = 17cc de capacidade gástrica. (cc: centímetro cúbico 
= 1 mililitro) 
 
Cólon: quando a alimentação é feita por leita materno, é percorrido em torno de 4 
horas. Quando é leite de vaca, esse tempo sobe para 12 horas. 
Tal diferença repercute nas evacuações, sendo que quando a alimentação é feita por 
leite materno a quantidade de evacuações é maior, podendo ser equiparada pelo 
número de mamadas. 
Quando a alimentação é feita pelo leite de vaca, as evacuações são em torno de duas 
por dia. 
 
Urina: apesar do funcionamento imaturo, a produção de urina ocorre desde a vida 
uterina e lançada no líquido amniótico. Após o nascimento a primeira micção ocorre 
nas primeiras 12 horas e sempre antes da 36º hora. 
Deve-se verificar, nos meninos, micção de jato, e não por regurgitamento ou gota a 
gota. As primeiras urinas são claras e em pouca quantidade. 
 
45 
 
7.4 Rotina de banhos 
O banho do RN requer cuidados, pois pode alterar a primeira defesa do RN que 
é a sua pele (irritação, trauma, hipotermia, etc). 
 Durante o primeiro banho usar luvas de procedimento como precaução padrão. 
O vérnix em excesso pode ser removido, mas com cuidado (não é necessária toda à 
sua remoção). 
Não está recomendado o banho de rotina (diário) para RN doente ou grave. 
Nestes casos, proceder somente a higiene no leito e com a incubadora fechada. 
A higiene do períneo deve ser feita após todas as evacuações com sabonete 
neutro, mesmo em RN grave (nesses casos, fazer a higiene com cuidado). 
Tipo de solução de limpeza para o primeiro banho 
• RN < 32 semanas Água estéril (ou pelo menos fervida e 
esfriada) 
• RN 32 a 37 semanas Sabonete neutro 
• RN > 37 semanas Sabonete com clorexidine 0,4% 
Frequência de banhos 
• RN < 32 semanas Banhos no leito em dias alternados 
somente com água morna 
• RN 32 a 37 semanas Banhos no leito ou de imersão em dias 
alternados somente com água morna 
• RN > 37 semanas Banhos no leito ou de imersão diários, 
intercalando água morna e sabonete 
neutro 
Cuidados com o coto umbilical 
• Higiene com álcool 70% após o banho e a cada troca de fralda 
• Não usar outras soluções ou produtos 
• Orientar a mãe a não cobrir o coto com ataduras ou afins 
Fonte: adaptado de saude.pb.gov.br46 
 
7.5 Administração da vitamina k1 (kanakion) 
Indicação: anti-hemorrágico. Profilático e terapêutico da Doença Hemorrágica 
do RN (DHRN) 
Composição: vitamina k1 
Posologia: 1mg por dose intramuscular, logo após o nascimento. 
(fitomenadiona). 
Apresentação: ampolas de 1ml com 10mg por ampola. 
Contraindicação: é absolutamente contraindicada a administração 
intravenosa. 
 Dose de aplicação: 0,1ml da ampola de 1ml sem diluição (PURO). 
 Utilizar seringa de 1ml: (insulina – tuberculina) e agulha 13x4,5. 
 Cálculo: 1ml = 10mg Xml = 1mg 10x = 1 X = 1/10 X = 0,1ml = 1mg. (administrar 
0,1ml da solução). 
Local de aplicação: região do terço médio do vasto lateral esquerdo. Local de 
aplicação da vacina de hepatite B: vasto lateral direito. 
7.6 Punção venosa 
A punção venosa é feita para coletar sangue e administrar fluidos e 
medicamentos. A técnica para coleta de sangue difere em alguns detalhes da 
realizada para administração de fluidos e medicações. A coleta de sangue é realizada 
com agulhas maiores e não necessita de fixação (BRASIL, 2014): 
I. Local do procedimento 
• Membro superior: veias cefálica, basílica, mediana e metacarpianas 
dorsais da mão. 
• Membro inferior: safena interna, safena externa e veias do dorso do pé. 
• Veias do couro cabeludo: região frontal ou temporal. 
 
II. Complicações 
• As principais complicações da punção venosa são: 
• Formação de hematomas. 
• Necrose do tecido perivascular. 
 
47 
 
• Tromboflebite. 
• Flebite. 
• Celulite no tecido subjacente. 
• Infecção e sepse. 
• Infiltração, extravasamentos. 
 
 
 
 
 
Exemplo de rotina para punção venosa: 
Profissional Procedimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe de Enfermagem 
 
• Lavar as mãos; 
• Retirar o ar do equipo de soro; 
• Posicionar o recém-nascido em decúbito 
dorsal em superfície firme. Realizar 
contenção com cueiro, movimentar o RN com 
suavidade; 
• Administrar via oral 2ml de solução de glicose 
a 25% cinco minutos antes do procedimento 
para analgesia; 
• Realizar o procedimento em dois 
profissionais: enquanto um realiza a punção, 
o outro acalma o RN colocando o dedo 
enluvado para sucção; 
• Selecionar a veia a ser puncionada, garrotear 
com gaze (quando em membros); 
• Calçar luvas de procedimentos; 
• Fazer antissepsia local com clorexidine 
alcoólico 0,5%; 
• Visualizar a veia estirando a pele com os 
dedos, introduzir a agulha num ângulo de 45°, 
 
48 
 
atravessar a pele, posicionar a agulha 
paralelamente à veia, puncioná-la; 
• Com o refluxo do sangue, conectar seringa de 
3ml contendo SF 0,9% administrando 0,5ml 
testando infusão e avaliando alteração; 
• Fixar com o dispositivo intravenoso para 
infusões lentas ou mantê-lo pérvio pela 
salinização; 
• Identificar o acesso com data, hora e 
profissional responsável pela punção; 
• Colocar o recém-nascido em posição 
confortável; 
• Lavar as mãos; 
• Realizar a anotação de enfermagem na SAE 
com os seguintes itens: local de punção; tipo 
e número de cateter utilizado; se ocorreu mais 
de uma tentativa para efetuar a punção e por 
qual motivo; assinar e carimbar no final da 
anotação. 
Fonte: Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva 
7.7 Preparo da medicação 
Material Procedimentos 
SAE; 
Seringa; 
Agulha 30x7 mm; 
Algodão; 
Álcool 70%; 
Medicação 
Lavar as mãos; 
Colocar máscara descartável; 
Fazer desinfecção com algodão embebido em 
álcool 70% da borracha do frasco do 
medicamento em pó após retirar a tampa 
metálica, bem como do gargalo da ampola antes 
de quebrá-la; 
 
49 
 
Abrir a embalagem da seringa e adaptar a 
agulha ao bico da seringa zelando para não 
contaminar as duas partes; 
Introduzir a agulha na ampola ou frasco e 
proceder a aspiração do conteúdo; 
Em caso de medicamento em frasco pó 
introduzir o líquido aspirado da ampola, 
homogeneizar a solução fazendo rotação do 
frasco; 
Desprezar a agulha usada para aspirar na caixa 
de perfurocortantes; 
Trocar a agulha da seringa para injetar o 
medicamento; 
Identificar a seringa com nome do medicamento, 
nome do profissional que preparou, data e hora; 
Lavar as mãos. 
Fonte: Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva 
7.8 Cuidados de enfermagem com o recém-nascido em fototerapia. 
A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes no período 
neonatal e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia. A 
hiperbilirrubinemia significante, presente na primeira semana de vida, é um problema 
comum em RN a termo e pré-termo tardio (BRASIL, 2014) 
 É um tratamento feito através de luz proveniente de lâmpadas fluorescentes 
brancas e azuis, ou LED que agem por fotossensibilização. É usado para tratamento 
de hiperbilirrubinemia neonatal, pois auxilia na degradação da bilirrubina indireta, 
transformando-a em substância facilmente eliminada pela urina e pelas fezes 
Exemplo de tipos de aparelhos para fototerapia e suas características: 
Aparelho Radiância 
 
Distância do RN 
Octofoto 4 a 8 W/cm² 30 cm 
Bilispot 25 a 35 W/cm² 40 a 50 cm 
Biliberço 20 a 32 W/cm² 30 a 50 cm 
 
50 
 
Bilitron 30 a 45 W/cm² 30 a 40 cm 
Fonte: Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva 
Equipamentos Materiais 
Berço ou incubadora; Protetor para os olhos; 
 Aparelho de fototerapia; Capa de fototerapia; 
Radiômetro. Termômetro. 
 
Procedimento: 
• Ligar o aparelho de fototerapia; 
• Medir a irradiância a cada 24 horas e verificar o valor de acordo com o 
preconizado pelo fabricante (num ângulo de 90º entre o berço e o aparelho); 
• Ajustar a distância do aparelho de fototerapia do berço ou incubadora, que deve 
ser de 30 a 50 cm do recém-nascido; 
• Colocar a capa na fototerapia tendo o cuidado de não tampar a saída de 
ventilação do aparelho; 
• Lavar as mãos; 
• Calçar luvas de procedimentos; 
• Despir o recém-nascido e pesá-lo; 
• Proteger os olhos com protetor ocular; 
• Expor o RN à luz; 
• Verificar a temperatura axilar a cada três horas; 
• Realizar mudança de decúbito a cada três horas; 
• Utilizar apenas lençóis brancos para auxiliar a refletir a luz da fototerapia no 
RN; 
• Observar o aspecto das eliminações; 
• Retirar o recém-nascido da fototerapia somente por ocasião da troca de fraldas, 
banho e amamentação; 
• Retirar a proteção ocular durante as mamadas e envolvê-la em gaze estéril; 
• Trocar a proteção ocular a cada 24 horas ou sempre que necessário; 
• Desligar o aparelho de fototerapia quando for observar o recém-nascido; 
• Lavar as mãos; 
 
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• Registrar o procedimento na anotação de enfermagem. 
 
Cuidados que devem ser seguidos durante o uso de fototerapia: 
• Verificar a temperatura corporal a cada três horas para detectar hipotermia ou 
hipertermia, e o peso diariamente. 
• Aumentar a oferta hídrica, pois a fototerapia com lâmpada fluorescente ou 
halógena pode provocar elevação da temperatura, com consequente aumento 
do consumo de oxigênio, da frequência respiratória e do fluxo sanguíneo na 
pele, culminando em maior perda insensível de água. 
• Proteger os olhos com cobertura radiopaca por meio de camadas de veludo 
negro ou papel carbono negro envolto em gaze. 
• Não utilizar ou suspender a fototerapia se os níveis de BD estiverem elevados 
ou se houver colestase, para evitar o aparecimento da síndrome do bebê 
bronzeado, que se caracteriza pelo depósito de derivados de cobreporfirina no 
plasma, urina e pele. 
• Cobrir a solução parenteral e o equipo com papel alumínio ou usar extensores 
impermeáveis à luz, pois a exposição de soluções de aminoácidos ou 
multivitamínicas ao comprimento de luz azul reduz a quantidade de triptofano, 
metionina e histidina. Adicionalmente, a solução de lipídeos é altamente 
susceptível à oxidação quando exposta à luz, originando hidroperóxidos de 
triglicérides

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