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Dados do Aluno Nome: _________________________________________________ Número da matrícula: _____________________________________ Endereço: ______________________________________________ Bairro: _________________________________________________ Cidade: ________________________________________________ Telefone: _______________________________________________ Anotações Gerais: ________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Departamento Pessoal V4 Departamento Pessoal V4 O departamento pessoal é um setor da organização, o qual realiza tarefas e atividades específicas, é encarregado principalmente das questões burocráticas relacionadas aos colaboradores, garantindo a correta emissão e gerenciamento de documentos. Este curso visa trazer informações sobre o as responsabilidades do setor de Departamento Pessoal e as aplicações da leis trabalhistas que estão em vigor em nosso país. Marcas Registradas: Todas as marcas e nomes de produtos apresentados nesta apostila são de responsabilidade de seus respectivos proprietários, não estando a editora associada a nenhum fornecedor ou produto apresentado nesta apostila. Método CGD® - Todos os direitos reservados. Protegidos pela Lei 5988 de 14/12/1973. Nenhuma parte desta apostila poderá ser copiada sem prévia autorização. O Método CGD é um produto da Editora CGD. Controle de Presença Data Módulo e Passo Anotações ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ ____/____/_____ ___________ ________________ Índice AULA 1 – INTRODUÇÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL .............................................. 9 INTRODUÇÃO AO DEPARTAMENTO PESSOAL ........................................................................... 9 ORGÃOS PÚBLICOS ............................................................................................................ 9 DIFERENÇA ENTRE DEPARTAMENTO P. (DP) E RECURSOS H. (RH) ............................................. 9 DP EM EMPRESAS DE PEQUENO E GRANDE PORTE ................................................................ 10 AULA 02 - CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO ........................................ 11 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO .............................................................................. 11 PRINCIPAIS ASSUNTOS DA CLT ........................................................................................... 11 FÉRIAS .......................................................................................................................... 12 JORNADA ....................................................................................................................... 12 DESCANSO ..................................................................................................................... 12 AULA 03 - ESOCIAL E CARTEIRA DE TRABALHO DIGITAL ............................................ 13 ESOCIAL ........................................................................................................................ 13 CARTEIRA DE TRABALHO DIGITAL ....................................................................................... 13 CONTRATAÇÃO DO EMPREGADOR - CARTEIRA DIGITAL ........................................................... 17 AULA 04 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL E PIS/ PASEP ...................................................... 17 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................... 17 VOCÊ SABIA? .................................................................................................................. 18 DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .............................................. 18 PIS/PASEP OU NIS ........................................................................................................ 19 AULA 05 - IMPOSTO: FGTS, INSS, IRRF ....................................................................... 20 FGTS ........................................................................................................................... 20 INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ................................................................. 22 IRRF – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE ..................................................................... 23 AULA 06 – ADMISSÃO ............................................................................................... 25 ADMISSÃO DE CANDIDATOS .............................................................................................. 25 REGISTRO DE EMPREGADOS .............................................................................................. 25 LIVRO OU FICHA REGISTRO DE EMPREGADOS ........................................................................ 27 SISTEMA ELETRÔNICO ...................................................................................................... 27 AULA 07 – CONTRATO DE TRABALHO ........................................................................ 28 CONTRATO DE TRABALHO ................................................................................................. 28 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO – LEI 9601/98 .......................................................... 30 CONTRATO DE EXPERIÊNCIA .............................................................................................. 30 SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ............................................................................ 30 INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ......................................................................... 31 AULA 08 - ESTÁGIO, MENOR/ JOVEM APRENDIZ, EMPREGADA DOMÉSTICA E COOPERATIVAS DE TRABALHO .................................................................................. 31 ESTAGIÁRIOS - LEI 11.788/2008 ..................................................................................... 31 JOVEM APRENDIZ ............................................................................................................ 32 TRABALHO DO MENOR .................................................................................................... 32 EMPREGADO DOMÉSTICO ................................................................................................ 33 REFORMA TRABALHISTA – OUTROS ASPECTOS ..................................................................... 34 CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS ................................................................................. 34 COOPERATIVA DE TRABALHO - LEI 12690/2012 ................................................................. 34 AULA 09 - TRABALHO TEMPORÁRIO ......................................................................... 35 TRABALHO TEMPORÁRIO .................................................................................................. 35 MOTIVOS DE CONTRATAÇÃO ............................................................................................ 35 RESPONSABILIDADESDO TOMADOR DE SERVIÇO: ................................................................. 36 PRAZO DO CONTRATO TEMPORÁRIO: ................................................................................. 36 O TRABALHO TEMPORÁRIO NÃO É TERCEIRIZAÇÃO: ................................................................ 37 TRABALHO DA MULHER ................................................................................................... 37 AULA 10 - JORNADA DE TRABALHO – HORAS TRABALHADAS ................................... 39 JORNADA DE TRABALHO ................................................................................................... 39 AULA 11 - JORNADA DE TRABALHO – PERÍODO DE DESCANSO ................................. 41 PERÍODO DE DESCANSO ................................................................................................... 41 AULA 12 – FÉRIAS ..................................................................................................... 42 PERÍODO AQUISITIVO ...................................................................................................... 42 PRINCÍPIOS QUE FUNDAMENTAM AS FÉRIAS:....................................................................... 43 FÉRIAS COLETIVAS .......................................................................................................... 45 NOVO PERÍODO AQUISITIVO: ............................................................................................ 45 AULA 13 - 13º SALÁRIO, SALÁRIO MÍNIMO E SALÁRIO FAMÍLIA ............................... 46 13º SALÁRIO ................................................................................................................. 46 SALÁRIO MÍNIMO ........................................................................................................... 47 SALÁRIO FAMÍLIA ............................................................................................................ 48 AULA 14 - AUXÍLIO-MATERNIDADE OU SALÁRIO-MATERNIDADE E LICENÇA PATERNIDADE .......................................................................................................... 48 SALÁRIO MATERNIDADE................................................................................................... 48 LICENÇA PATERNIDADE .................................................................................................... 51 AULA 15 – DEMISSÃO: AVISO PRÉVIO E DISPENSA POR JUSTA CAUSA ..................... 52 AVISO PRÉVIO ................................................................................................................ 52 APLICAÇÕES .................................................................................................................. 52 AVISO PRÉVIO TRABALHADO: ............................................................................................ 52 AVISO PRÉVIO INDENIZADO: ............................................................................................. 53 DISPENSA POR JUSTA CAUSA ............................................................................................. 53 AULA 16 – SEGURO DESEMPREGO E EXAMES MÉDICOS ........................................... 56 SEGURO DESEMPREGO .................................................................................................... 56 TABELA DO SEGURO DESEMPREGO E EXEMPLOS .................................................................... 57 EXAMES MÉDICOS .......................................................................................................... 58 FINALIDADES DOS EXAMES OCUPACIONAIS .......................................................................... 58 AULA 17 – TERCEIRIZAÇÃO E AUTÔNOMO ................................................................ 60 TERCEIRIZAÇÃO ............................................................................................................... 60 O QUE MUDA COM A NOVA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO? ........................................................... 61 AUTÔNOMO ................................................................................................................... 61 AULA 18 - SUBORDINADO: EMPREGADO; FOLHA DE PAGAMENTO: MENSALISTA, HORISTA, HORAS EXTRAS .......................................................................................... 62 EMPREGADO .................................................................................................................. 62 FOLHA DE PAGAMENTO .................................................................................................... 63 PROVENTOS ................................................................................................................... 64 TIPOS DE SALÁRIO: .......................................................................................................... 65 AULA 19 - FOLHA DE PAGAMENTO: ADIANTAMENTO, FALTAS E ATRASOS, TOLERÂNCIA ............................................................................................................. 67 ADIANTAMENTO ............................................................................................................. 67 FALTAS E ATRASOS .......................................................................................................... 68 FALTAS POR DOENÇA ....................................................................................................... 69 FALTAS INJUSTIFICADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS .................................................................. 69 REFLEXO NAS FÉRIAS ....................................................................................................... 70 TOLERÂNCIA ................................................................................................................... 70 AULA 20 - FOLHA DE PAGAMENTO: ADICIONAL NOTURNO, ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ................................................. 71 ADICIONAL NOTURNO ...................................................................................................... 71 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE .......................................................................................... 71 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE ......................................................................................... 72 AULA 21 - FOLHA DE PAGAMENTO: VALE TRANSPORTE, VALE REFEIÇÃO/ ALIMENTAÇÃO, CESTA BÁSICA .................................................................................. 73 VALE TRANSPORTE .......................................................................................................... 73 VALE REFEIÇÃO/ ALIMENTAÇÃO, CESTA BÁSICA .................................................................... 74 AULA 22 - FOLHA DE PAGAMENTO: COMPENSAÇÃO DE HORAS, DSR, PENSÃO ALIMENTÍCIA ............................................................................................................. 76 COMPENSAÇÃO DE HORAS ............................................................................................... 76 DSR (DESCANSO SEMANAL REMUNERADO) ......................................................................... 77 REMUNERAÇÃO DSR ....................................................................................................... 78 PENSÃO ALIMENTÍCIA ...................................................................................................... 78 AULA 23 - FOLHA DE PAGAMENTO: COMISSÃO/GRATIFICAÇÃO/ BONIFICAÇÃO, SEGURO DE VIDA ...................................................................................................... 80 COMISSÃO/ GRATIFICAÇÃO/ BONIFICAÇÃO .......................................................................... 80 GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO ............................................................................................... 81 COMISSÃO/PREMIAÇÃO ................................................................................................... 81 SEGURO DE VIDA ............................................................................................................82 AULA 24 - ASSISTÊNCIA MÉDICA, PLR E CONVENÇÃO COLETIVA ............................... 84 ASSISTÊNCIA MÉDICA ...................................................................................................... 84 PLR ............................................................................................................................. 86 CONVENÇÃO COLETIVA .................................................................................................... 87 EXERCÍCIOS TEÓRICOS .............................................................................................. 89 EXERCÍCIOS REFERENTES ÀS LIÇÕES DE 01 A 05 ..................................................................... 89 EXERCÍCIOS REFERENTES ÀS LIÇÕES DE 06 A 10 ..................................................................... 91 EXERCÍCIOS REFERENTES ÀS LIÇÕES DE 11 A 15 ..................................................................... 94 EXERCÍCIOS REFERENTES ÀS LIÇÕES DE 16 A 20 ..................................................................... 97 EXERCÍCIOS REFERENTES ÀS LIÇÕES DE 21 A 24 ..................................................................... 99 Departamento Pessoal V4 9 Aula 1 – Introdução de Departamento Pessoal Introdução ao Departamento Pessoal O departamento pessoal é um setor da organização, o qual realiza tarefas e atividades específicas, é encarregado principalmente das questões burocráticas relacionadas aos colaboradores, garantindo a correta emissão e gerenciamento de documentos. Ele gerencia a folha de pagamento, férias, benefícios, atestados, licença médica, marcação de ponto, 13º salário. O departamento pessoal também é conhecido DP e é fundamental para a organização, pois ele é o principal responsável para que as leis trabalhistas sejam cumpridas, evitando quaisquer contratempos. Orgãos Públicos O DP media o contato da organização com diversos órgãos públicos, emitindo guias e declarações como, por exemplo, GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), a Guia da Previdência, declarações da CIPA e do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), para que a empresa se mantenha regularizada. Dessa forma, é possível fiscalizar o cumprimento das normas e evitar um eventual processo trabalhista por exemplo. Quando um candidato inicia suas atividades na organização, existe uma documentação que deve ser emitida e recebida. O departamento pessoal se encarrega também dos contratos, anotações na carteira de trabalho e folha de ponto, sendo que ele realiza essas tarefas desde a admissão até a rescisão. Diferença Entre Departamento P. (DP) e Recursos H. (RH) Não se pode confundir Departamento pessoal (DP) com Recursos Humanos (RH). O Recursos Humanos é o responsável pela seleção de pessoas aptas para determinado cargo, é o que faz os testes pre- admissionais nos candidatos às vagas, cuidam da parte de relações humanas entre os funcionários, ministram palestras sobre motivação, fazem trabalhos voltados paras as relações socioafetivas dos funcionários, fazem trabalhos voltados para o lado psicológico e do bom relacionamento dos funcionários da empresa. Um exemplo mais simples é que normalmente o DP é feito por um escritório de Contabilidade, já o de RH é feito por Agências de Empregos. 10 Departamento Pessoal V4 DP Em Empresas de pequeno e Grande Porte Nas empresas de pequeno porte, normalmente, não se tem o Departamento Pessoal, pois as atividades são efetuadas pelo contador da empresa. Já nas organizações de maior porte quase sempre existe o departamento específico. No DP existe as divisões por setores, elas variam de acordo com o tamanho e a necessidade das organizações, os principais setores são: A) Setor de Admissão de Pessoal, o qual é responsável por todo o processo de integração da pessoa contratada, de adequar as funções do cargo e efetuar o registro de acordo com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). B) Setor de Compensação de Pessoal, cuida das frequências, pagamento de salários e benefícios, pagamento de taxa de impostos e contribuições. C) Setor de Desligamento de Pessoal, responsável pelo desligamento e quitação do contrato de trabalho, estendendo-se na representação da empresa junto aos órgãos oficiais (DRT, Sindicato, Justiça do Trabalho e outros), e toda a rotina de fiscalização. Departamento Pessoal V4 11 Aula 02 - CLT – Consolidação Das Leis Do Trabalho Consolidação das Leis do Trabalho A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é norma legislativa referente ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual do Trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, entre 1937 e 1945, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Regulamenta as relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação já sofreu várias alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade. Apesar disso, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho e proteger os trabalhadores. A CLT é o resultado de 13 anos de trabalho - desde o início do Estado Novo (1937) até 1943 – que destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislação trabalhista que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, dentro de um contexto de "estado regulamentador". Principais Assuntos da CLT Os principais assuntos da CLT são: Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho; Jornada de Trabalho; Período de Descanso; Férias; Medicina do Trabalho; Categorias Especiais de Trabalhadores; Proteção do Trabalho da Mulher; Contratos Individuais de Trabalho; Organização Sindical; Convenções Coletivas; Fiscalização; Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista. A Reforma Trabalhista no Brasil de 2017 foi uma mudança significativa na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) instrumentalizada pela lei № 13.467 de 2017. Segundo o governo, o objetivo da reforma foi combater o desemprego e a crise econômica no país. O projeto de lei foi proposto pelo ex-Presidente da República Michel Temer e começou a tramitar na Câmara dos Deputados em 23 de dezembro de 2016. 12 Departamento Pessoal V4 O projeto foi aprovado na Câmara dos deputados em 26 de abril de 2017 por 296 votos favoráveis e 177 votos contrários. No Senado Federal, foi aprovado em 11 de julho por 50 a 26 votos. Foi sancionado pelo Presidente da República no dia 13 de julho sem vetos. A lei passou a valer no país a partir de 11 de novembro do mesmo ano (120 dias após sua publicação no diário oficial). Abaixo 3 das principais mudanças com a reforma trabalhista de 2017: Férias Regra atual: As férias de 30 dias podem ser fracionadas em até dois períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 10 dias. Há possibilidade de 1/3 do período ser pago em forma de abono. Nova regra: As férias poderão ser fracionadas em até três períodos, mediante negociação, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um. Jornada Regra atual: A jornada é limitada a 8 horas diárias, 44 horas semanais e 220 horas mensais, podendo haver até 2 horas extras por dia. Nova regra: Jornada diária poderá ser de 12 horas com 36 horas de descanso, respeitando o limite de 44 horas semanais (ou 48 horas, com as horas extras) e 220 horas mensais. Descanso Regra atual: O trabalhador que exerce a jornada padrão de 8 horas diárias tem direito a no mínimo uma hora e a no máximo duas horas de intervalo para repouso ou alimentação. Nova regra: O intervalo dentro da jornada de trabalho poderá ser negociado, desde que tenha pelo menos 30 minutos. Além disso, se o empregador não conceder intervalo mínimo para almoço ou concedê- lo parcialmente, a indenização será de 50% do valorda hora normal de trabalho apenas sobre o tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido. Departamento Pessoal V4 13 Aula 03 - eSocial e Carteira de Trabalho Digital eSocial O eSocial é um projeto que integra o SPED – Sistema de Escrituração Pública Digital. Ele foi instituído com o objetivo de consolidar e simplificar a entrega dos processos trabalhistas, previdenciários e fiscais em todo país. Desta forma, ele irá unificar os bancos de dados entre o Ministério do Trabalho e Emprego, a Seguridade Social, a Caixa Econômica Federal e a Receita Federal. O eSocial foi instituído pelo Decreto 6022, em 22/01/2007, e é regulado pelo Ato Declaratório 5 de 17/07/2013 Este projeto do Governo Federal tem como objetivo principal desenvolver um sistema que simplifica e informatiza o controle das informações empregatícias dos colaboradores. Através dele, será possível assegurar todos os direitos previdenciários e trabalhistas e melhorar a qualidade das informações sobre o trabalho. Ou seja, o objetivo é acabar com envio repetitivo de informação, concentrando todas às informações em um único sistema eletrônico. As empresas poderão simplificar o cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias, pois as regras não serão modificadas, apenas a forma como os dados serão enviados e armazenados é que irá mudar. Fonte: http://portal.esocial.gov.br Carteira de Trabalho Digital A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um dos únicos documentos a reproduzir, esclarecer e comprovar dados sobre a vida funcional do trabalhador. Por força de lei, de agora em diante a CTPS em papel será utilizada de maneira excepcional, apenas nos seguintes casos: Dados já anotados referentes aos vínculos antigos; 14 Departamento Pessoal V4 Anotações relativas a contratos vigentes na data da publicação da Portaria em relação aos fatos ocorridos até então (daqui para a frente, todas as anotações relativas aos novos fatos serão feitas apenas eletronicamente); Dados referentes a vínculos com empregadores ainda não obrigados ao eSocial. A Nova modalidade terá a mesma validade da Carteira de Trabalho física, do “caderninho azul”. Os trabalhadores brasileiros passam a contar, a partir do dia 24/9/19, com a Carteira de Trabalho digital, documento totalmente em meio eletrônico e equivalente à antiga Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) física. A mudança assegura facilidades para trabalhadores e empregados, com redução da burocracia e custos. Por exemplo: ao ser contratado, o novo empregado não precisará mais apresentar a carteira em papel. Bastará informar o número do CPF ao empregador e o registro será realizado diretamente de forma digital. Prevista na Lei da Liberdade Econômica, sancionada em 20/9/19, a Carteira Digital é disciplinada pela Portaria nº 1.065, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, publicada na edição no dia 24/9/19 do Diário Oficial da União (DOU). Departamento Pessoal V4 15 Acesso: É necessário verificar se o trabalhador possui um dispositivo telefônico do tipo Smartphone. Somente nestes dispositivos móveis será possível instalar o aplicativo. De posse do seu Smartphone, acesse a loja do seu sistema operacional (Google Play para Sistemas Operacionais Android e Apple Store para Sistemas Operacionais IOS), faça a instalação e aproveite as funcionalidades oferecidas pela CTPS Digital. O trabalhador poderá acessar a CTPS Digital através do portal de serviços do governo, no endereço eletrônico gov.br, faça o cadastro e acesse as funcionalidades oferecidas pela CTPS Digital. Após a solicitação da CTPS pelo aplicativo, não é preciso comparecer em qualquer posto de atendimento, a CTPS será disponibilizada totalmente digital, sem a necessidade de ir a posto físico. O documento digital está previamente emitido para todos os brasileiros e estrangeiros que estejam registrados no Cadastro de Pessoa Física (CPF). Cada trabalhador terá de habilitar o documento com a criação de uma conta de acesso no endereço www.gov.br/trabalho. O aplicativo da CTPS existe desde 2017, contudo ele não substituía o documento físico. A partir de agora, a CTPS em meio físico não é mais necessária para a contratação na grande maioria dos casos. Para o trabalhador, basta informar o número do CPF no momento da contratação. Para o empregador, as informações prestadas no eSocial substituem as anotações antes realizadas no documento físico. O que é acesso gov.br? É a nova plataforma de autenticação do Governo Federal criada para facilitar a identificação e autenticação do cidadão. Essa plataforma permite o controle de acesso unificado, oferecendo um ambiente de autenticação digital único do usuário aos serviços públicos digitais, ou seja, com um único usuário e senha o cidadão poderá 16 Departamento Pessoal V4 utilizar todos os serviços públicos digitais que estejam integrados com a plataforma de Login Único. Além disso, fornece um nível de segurança compatível com o grau de exigência, natureza e criticidade dos dados e das informações pertinentes ao serviço público solicitado. Maiores informações podem ser obtidas no link: https://acesso.gov.br Fonte: http://editor.economia.gov.br Se o trabalhador já tinha a CTPS em formato físico ele deve guardá-la. Ela continua sendo um documento para comprovar seu tempo de trabalho anterior. O que muda nessa nova carteira é que, daqui para frente, para todos os contratos de trabalho (novos ou já existentes), todas as anotações (férias, salário etc) serão feitas apenas eletronicamente e o trabalhador poderá acompanhá-las de qualquer lugar pelo aplicativo ou pela internet. Caso uma pessoa seja contratada por um empregador que ainda não utiliza o eSocial, a pessoa ainda vai precisar da via física da CTPS. Caso o trabalhador já tenha uma CTPS, pode usá-la ou então solicitar a emissão de uma CTPS Física mediante agendamento (ligue 158). Em breve, mesmo nesses casos, o trabalhador poderá usar a Carteira de Trabalho digital. O PIS é um número gerado pela Caixa Econômica Federal, não sendo mais necessário para a contratação pelas empresas que aderiram ao eSocial. Com a simplificação dos serviços, o número de CPF será suficiente para essas contratações. Nos casos em que o trabalhador não consegue gerar a senha para acesso a Carteira de Trabalho digital pelo aplicativo ou pela internet, ele pode recorrer ao seu banco, nos caixas eletrônicos da (Caixa ou Banco do Brasil) ou a uma das unidades do Ministério da Economia. Caso for identificado algum erro no cadastro do trabalhador, não é necessário comparecimento a uma unidade de atendimento. Os sistemas que geram os dados da Carteira de Trabalho digital são atualizados constantemente e algumas inconsistências serão corrigidas automaticamente. Para os outros casos serão realizadas campanhas para a correção das informações. Caso as inconsistências sejam referentes a informações posteriores a setembro de 2019, o trabalhador deve informar ao seu Departamento Pessoal V4 17 empregador da inconsistência ou erro e solicitar que a correção seja feita. Contratação do Empregador - Carteira Digital O empregador: as anotações que se faziam antigamente na contratação (popularmente chamado de “assinar carteira”) já são feitas eletronicamente pela empresa ou por seu contador. O único cuidado necessário é a empresa (ou seu contador) observar o prazo de envio das informações relativas à contratação. O funcionário poderá ver o contrato de trabalho na Carteira de Trabalho digital 48 horas após o envio da informação. Caso ele constate alguma divergência entre o que foi acordado e a informação da Carteira de Trabalho digital, ele poderá solicitar que a empresa corrija as informações enviadas. A CTPS Digital estará previamente emitida a todos os brasileiros e estrangeiros que possuírem o Cadastro de Pessoa Física– CPF, estando habilitada após o primeiro acesso. A CTPS Digital, agora com validade jurídica, utilizará como número chave o CPF. Para as empresas que aderiram ao eSocial, o número de CPF será suficiente para fins de contratação. Aula 04 - Constituição Federal e PIS/ PASEP Constituição Federal Constituição Federal é o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento de um país. A Constituição regula e organiza o funcionamento do Estado. É a lei máxima que limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma outra lei no país pode entrar em conflito com a Constituição. A Constituição Federal Brasileira de 1988 é a atual legislação do país, criada por uma Assembleia Constituinte e promulgada oficialmente em 5 de outubro de 1988. Nos países democráticos, a Constituição é elaborada por uma Assembleia Constituinte (pertencente ao poder legislativo), eleita pelo povo. A Constituição pode receber emendas e reformas, porém elas possuem também as cláusulas pétreas (conteúdos que não podem ser abolidos). 18 Departamento Pessoal V4 A Constituição Federal de 1988 ficou conhecida como a "Constituição Cidadã", pois marca a conquista da democracia entre todos os cidadãos do país, após anos sob um regime de ditadura militar. A atual Constituição do país é a sétima, desde a sua independência em 1822. A partir de então, o Brasil teve: Constituição do Império (1824), Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891), Constituição Brasileira de 1934, Constituição Brasileira de 1937 (apelidada de "Polaca"), Constituição Brasileira de 1946, Constituição Brasileira de 1967 (proveniente a partir do Golpe Militar de 1964), e a Constituição Federal de 1988 (a "Constituição Cidadã"). Você sabia? Dia 5 de outubro comemora-se o Dia da Promulgação da Atual Constituição Brasileira. Dia 24 de janeiro é o Dia da Constituição. Dia 10 de julho é o Dia Mundial da Lei. A Constituição, em vigor, mais antiga do mundo é a de San Marino (promulgada no ano 1600). Direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988 A Constituição Federal de 1988 trouxe em seu Título II, os Direitos e Garantias Fundamentais, subdivididos em cinco capítulos: 1. Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. Estão previstos no artigo 5º e seus incisos; 2. Direitos sociais: o Estado Social de Direito deve garantir as liberdades positivas aos indivíduos. Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Estão elencados a partir do artigo 6º; 3. Direitos de nacionalidade: nacionalidade significa o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a um certo e determinado Departamento Pessoal V4 19 Estado, fazendo com que este indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir sua proteção e em contrapartida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos; 4. Direitos políticos: permitem ao indivíduo, através de direitos públicos subjetivos, exercer sua cidadania participando de forma ativa dos negócios políticos do Estado. Está elencado no artigo 14; 5. Direitos relacionados à existência, organização e à participação em partidos políticos: garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos necessários e importantes na preservação do Estado democrático de Direito. Está elencado no artigo 17. Todas as pessoas já nascem com direitos e garantias, não podendo estes serem considerados como uma concessão do Estado, pois, alguns desses direitos são criados pelos ordenamentos jurídicos, outros são criados através de certa manifestação de vontade, e outros apenas são reconhecidos nas cartas legislativas. PIS/PASEP ou NIS O PIS (Programa de Integração Social) e o NIS (também chamado de NIT) são o mesmo número. A diferença é que ele pode ser gerado em duas bases de dados diferentes, por isso as variadas nomenclaturas. 20 Departamento Pessoal V4 NIS é a sigla de Número de Identificação Social e pode ser usado para o recebimento de vários benefícios. Também conhecido como PIS/PASEP ou NIS pode ser usado para usufruir de benefícios como: Abono Salarial; Seguro Desemprego; Bolsa Família; Identidade Jovem; Tarifa Social de Energia Elétrica; Seja Digital; Entre outros. O PIS é gerado no primeiro emprego do cidadão, já o NIS é gerado por uma base de dados chamada Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis), que reúne os dados de quem recebe benefícios sociais como o Bolsa Família, por exemplo. Este único número serve para fazer várias consultas: FGTS, abono salarial e seguro-desemprego, por exemplo. Aula 05 - Imposto: FGTS, INSS, IRRF FGTS 1. Previsão legal: O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi instituído pela Lei 5.107/1966, sendo regido pela Lei 8.036/1990 e alterações posteriores. 2. Valor: Todos os empregadores ficam obrigados a depositar, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida (total dos proventos), no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT (comissões, gorjetas, gratificações, etc.) e a gratificação de Natal a que se refere a Lei 4.090/1962, com as modificações da Lei 4.749/1965 Exemplo: Salário de um mensalista é de R$ 2.000,00. FGTS (R$ 2.000,00 x 8%) = R$ 160,00 Departamento Pessoal V4 21 3. Vencimento: Os depósitos do FGTS devem ser efetuados mensalmente até o dia 7 (sete) do mês subsequente ao de sua competência. Quando o dia 7 não for dia útil, o recolhimento deverá ser antecipado. Os depósitos são feitos pelo empregador ou o tomador de serviços. 4. Obrigação: FGTS não é descontado do salário, é obrigação do empregador. 5. Conectividade Social ICP: Conectividade Social ICP é um canal eletrônico de relacionamento, utilizado para troca de informações entre a CAIXA e as empresas, escritórios de contabilidade, sindicatos, prefeituras e outros entes. É moderno, ágil, seguro e facilmente adaptável ao ambiente de trabalho. ICP é a sigla no Brasil para PKI - Public Key Infrastructure - e significa Infraestrutura de Chaves Públicas, a denominação "Brasil" aqui presente refere-se à Infraestrutura oficial brasileira, criada pela Medida Provisória 2200-2 de 2001 e oficializada pelo Decreto 3996 de 2001 e pela Lei 11419 de 2006 ou ainda, é o Sistema Nacional de Certificação digital. O canal dispõe de diversas funcionalidades para os usuários, como a transmissão do arquivo do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - SEFIP, envio das informações relativas ao CAIXA PIS/Empresa, encaminhamento do arquivo da Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS - GRRF, obtenção de extrato da conta vinculada aos trabalhadores, entre muitos outros. (Será substituído pelo e-social). A quem se destina: às empresas, escritórios de contabilidade etc. 22 Departamento Pessoal V4 Benefícios: Simplifica o processo de recolhimento do FGTS; Reduz custos operacionais; Disponibiliza um canal direto de comunicação com a CAIXA. Aumenta a comodidade, segurança e o sigilo das transações com o FGTS; Reduz a ocorrência de inconsistências e a necessidade de regularizações futuras; Aumenta a proteção da empresa contra irregularidades; Facilita o cumprimento das obrigações da empresa relativas ao FGTS e INSS. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social A contribuição de cada segurado empregado, filiado ao INSS, que deve ser descontada pelo empregador nafolha de pagamento, é de 8%, 9% e 11%, de acordo com o salário de contribuição determinado pela previdência social. (Vide tabela) O INSS incide sobre o salário mais horas extras, adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno e outros valores admitidos em lei pela previdência social. Há um limite máximo (teto) para desconto do INSS. Quando o salário de contribuição (total de proventos) do empregado for superior ao limite máximo (teto), só se poderá descontar-lhe do salário o limite estabelecido. Departamento Pessoal V4 23 Exemplo: um empregado, com um salário mensal de R$ 3.000,00, teria a seguinte composição de seus proventos em um mês de 30 dias: IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte O Imposto de Renda é o tributo pago por contribuintes de acordo com a renda de cada pessoa. Essa tarifa deve ser paga por todos os contribuintes que se enquadram dentro das regras de obrigatoriedade da Receita Federal e deve ser controlada por meio da declaração do Imposto de Renda, realizada uma vez por ano. O principal caso de Imposto de Renda retido na fonte é o salário do trabalhador. Os funcionários que possuem carteira assinada, e estão dentro do quadro dos contribuintes obrigados a pagar o imposto, mensalmente recebem seus rendimentos já com o desconto do IR. O IRRF sobre rendimentos do trabalho assalariado incide sobre: salários, adicionais e extraordinários e outros rendimentos admitidos em lei pela Receita Federal. 1. Base de cálculo: em nosso caso e para efeito de aplicação em aula, a base de cálculo será composta assim: [(Salário bruto - dependentes - INSS) X alíquota] – dedução 24 Departamento Pessoal V4 2. Deduções: a base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda na fonte é determinada mediante a dedução das seguintes parcelas do rendimento tributável: a) Pensão Alimentícia: importâncias pagas em dinheiro em face às normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o artigo 1.124-A da Lei n° 5.869/1973 - Código de Processo Civil; b) Dependentes c) Contribuições para a Previdência Social da União (INSS), dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Importante: Consultar sempre a Tabela Progressiva Mensal de Imposto sobre a renda. Exemplo Prático: pagamento de um empregado em Setembro, com dois dependentes (para efeito IRRF) e um total de proventos de R$ 3.100,00. Portanto temos: Departamento Pessoal V4 25 Aula 06 – Admissão Admissão de Candidatos Partindo do princípio de que uma empresa tem necessidade de obter informações a respeito daqueles que se candidatam à obtenção dos empregos que oferece o recrutamento do pessoal, obedecem às seguintes etapas: inicialmente faz-se os anúncios através de jornais, internet, revistas especializadas, agências de emprego, sites especializados, facebook, LinkedIn etc. A. Grande Empresa: tem seu departamento de recrutamento e seleção, onde trabalham psicólogos, entrevistadores, aplicadores de testes psicotécnicos etc. Esses profissionais cuidarão das etapas seguintes. B. Pequenas e médias empresas: precisam adotar outros meios, pois não têm um departamento específico. O candidato é entrevistado pelo responsável pelo RH (Recursos Humanos) e pelo superior imediato da seção onde irá trabalhar. Buscam-se maiores informações através da “solicitação de emprego”, “curriculum vitae”, agência de empregos, etc. Registro de Empregados A empresa regida pela CLT, ao admitir o empregado, deverá registrá- lo: A. Livro ou Ficha Registro de Empregados: serão autenticados pelo Fiscal do Trabalho quando da fiscalização no estabelecimento empregador; ou B. Sistema Eletrônico: não é necessária a autenticação. C. Registro na CTPS: prazo de 48 horas (Art. 29 da CLT). D. Documentação: sempre mediante recibo de recebimento e devolução. São eles: Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Cédula de Identidade. Título de Eleitor. Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Certificado de Reservista. 26 Departamento Pessoal V4 “Menor estudante”: declaração da escola que confirme estar frequentado algum curso (at. 427 da CLT). Cadastro de Pessoa Física (CPF) – titular e dependentes. Exame médico admissional (Art. 168 da CLT e NR 7). Fotografias: as necessárias (Livro, carteira de identificação pessoal, carteira de identificação médica, caso algum convênio, etc.). Certidão de nascimento ou casamento. Certidão de nascimento de filhos menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade, necessária para o pagamento de salário-família. Caderneta de Vacinação: até seis anos de idade. Comprovação escolar: a partir de sete anos de idade, comprovação semestral de frequência à escola para pagamento de salário-família. Comprovante de residência atualizado (água, luz, gás ou telefone). Carteira de Habilitação Profissional expedida por órgãos de classe - CRC (para admissão de contabilistas), OAB (para admissão de advogados), CREA (para admissão de engenheiros) etc. E. Outros documentos: além dos documentos acima elencados, no ato do Registro, o Departamento Pessoal ou o RH deverá preencher os seguintes documentos: Contrato de Experiência (quando for conveniente). Declaração de Dependentes para fins de Imposto de Renda. Cartão ou livro de ponto, ou confeccionar cartão magnético (crachá), ou cadastro digital para registro biométrico. Ficha de salário-família se tiver direito ao salário-família. Termos de Responsabilidade para concessão de salário-família. Cadastramento no PIS; se não foi cadastrado por outra empresa. Assinar Declaração e Termo de Compromisso do vale- transporte. Departamento Pessoal V4 27 Livro ou Ficha Registro de Empregados Exemplo: Sistema Eletrônico O sistema de ponto eletrônico permite importar as marcações de ponto e tratar as informações gerando os relatórios de frequência, padronizados de acordo com as regras da empresa, espelho de ponto, presença, ocorrências etc. É possível ainda administrar horas extras, folgas, dias abonados e banco de horas. Exemplo de gerenciamento de ponto eletrônico (site): Fonte: https://app.tangerino.com.br 28 Departamento Pessoal V4 Exemplo de relógio de ponto: Aula 07 – Contrato de Trabalho Contrato de Trabalho Definição: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego” (art. 442 da CLT). O Artigo 443 da CLT complementa que “O Contrato Individual de Trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado”. Acordo expresso é “claro, explicito”. Exprimir é “dar a entender, dar a conhecer, manifestar por palavras ou gestos”. (Dicionário brasileiro de Línguas), é aquele que contém a expressão da vontade. O que foi manifesto. Ficando evidente que pelos artigos citados, a expressão da vontade das partes, o acordo pode ocorrer por palavras escritas ou faladas. O acordo tácito, segundo o dicionário tácito é “silencioso, que não se exprime por palavras”. O contrato de trabalho é o acordo expresso (escrito ou verbal) ou tácito firmado entre uma pessoa física (empregado) e outra pessoa física, Departamento Pessoal V4 29 jurídica ou entidade (empregador), por meio do qual o primeiro (empregado) se compromete a executar, pessoalmente, em favor de segundo (empregador) um serviço de natureza não eventual, mediante salário e subordinação jurídica. Classificação: temos diversas classificações, mas ficaremos focados no seu tempo de duração, tendo dois tipos: A) Contrato por Prazo Indeterminado: É aquele realizado entre o empregado e empregador sem pré-determinação de seu fim. É a forma comum de contratação, a qual será sempre presumidase houver dúvida. Assim, aquele que alegar a determinação do prazo deverá prová-la, na forma e pelos meios admitidos em direito, caso não tenha êxito, considerar-se-á que o contrato é por prazo indeterminado. B) Contrato por Prazo Determinado: A CLT define: “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada” (art. 443). A CLT também fixa o prazo máximo de dois anos para os contratos a prazo determinado em geral (arts. 445 e 451). Admite-se uma única prorrogação, que deve ser feita dentro dos prazos que a lei fixou. Havendo uma segunda prorrogação, ainda que dentro do prazo legal, o contrato passará a ser considerado por prazo indeterminado. Ainda mais, deverá haver um interstício de 6 meses, entre um contrato e outro, com o mesmo contratado. 30 Departamento Pessoal V4 Contrato por prazo determinado – LEI 9601/98 Tem por finalidade aumentar o nível de emprego, em uma época em que o desemprego era tido como o maior problema trabalhista do Brasil. Esses contratos não podem não podendo ultrapassar dois (2) anos, podendo haver várias prorrogações e precisa de previsão em acordo ou convenção coletiva. A contratação pode ser feita em qualquer atividade. Contrato de Experiência O contrato de experiência tem um prazo máximo total de 90 dias consecutivos e poderá ser de períodos menores. No caso de um contrato de 45 dias por exemplo, pode ser prorrogado por até mais 45 dias. Nunca podemos vincular 90 dias com o pensamento de 3 meses, ou existem meses no qual não tenham 30 dias. Dentro do período em que o empregado encontra-se em contrato de experiência, no caso de rescisão não haverá a necessidade de emissão do aviso prévio, bastando somente ao término do prazo ser feito o Termo de Rescisão e Contrato. Caso alguma das partes necessitem sair antes do prazo, deverá indenizar a outra parte em 50% dos dias restantes do término do contrato. Suspensão do contrato de trabalho Não há pagamento salarial Na suspensão o empregado não presta serviços, tampouco o empregador paga-lhe o salário. Nenhuma consequência flui do contrato enquanto perdurar a causa suspensiva e, embora não extinto, não surte efeitos, ou seja, deixa de vigorar por certo espaço de tempo. Exemplos de Suspensão do Contrato Exigência serviço militar (recolhe o FGTS); Auxílio-doença e acidente de trabalho (a partir do 16º dia de afastamento); Licença maternidade; Licença não remunerada; Suspensão do empregado por motivo disciplinar; Faltas injustificadas. Departamento Pessoal V4 31 Interrupção do Contrato de Trabalho Há pagamento salarial A interrupção caracteriza-se pela não prestação pessoal de serviços, com consequente ônus ao empregador, quer mediante pagamento de salário ou cumprimento de qualquer obrigação decorrente de trabalho. Vale dizer que a interrupção proporciona ao empregado o direito de receber sua remuneração ou algum outro direito decorrente do contrato de trabalho, sem a obrigatoriedade de trabalhar durante um determinado espaço de tempo. Aula 08 - Estágio, Menor/ Jovem Aprendiz, Empre- gada Doméstica e Cooperativas de trabalho Estagiários - LEI 11.788/2008 O estágio é comumente prestado por estudantes, nas empresas ou repartições públicas, visando o aprimoramento profissional na sua área de estudo. O contrato é celebrado entre o estudante e o tomador, com a interveniência da instituição de ensino, que deve zelar para que o contrato seja cumprido fielmente. A função do estágio é oferecer aos aprendizes o conhecimento prático das funções profissionais, e possibilita aos estudantes um contato empírico com as matérias teóricas que lhes são passadas em sala de aula. Trata-se do entendimento, hoje consolidado pelos educadores, de que a teoria, sem a prática, é incompleta, prejudicando o acesso imediato ao mercado de trabalho. O estágio visa superar este problema. Na Legislação Brasileira, o estágio de estudantes é regido pela Lei nº 11.788, de 25 de Setembro de 2008 e não configura relação de emprego. Ainda que não possuam os direitos trabalhistas (CLT), os estagiários possuem alguns direitos, como por exemplo, o recebimento de uma bolsa (sem valor mínimo), o cumprimento de uma carga horária prefixada (máxima de seis horas diárias/trinta horas semanais, no máximo durante dois anos), a realização de seguro obrigatório contra acidentes, além de trinta dias remunerados de recesso (sem abono e sem terço constitucional) após um ano de estágio. Pela facilidade na contratação de um estagiário, e pela completa ausência de encargos sociais, o estágio, por muitas vezes, é utilizado em fraude à regulamentação instituída, servindo como meio para o trabalho informal. 32 Departamento Pessoal V4 Jovem Aprendiz Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao adolescente ou ao jovem entre 14 e 24 anos de idade, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos. Trabalho do Menor Art. 402 da CLT: “Considera-se menor para efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos”. Art. 403 da CLT: “É proibido qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos" Departamento Pessoal V4 33 Restrições: A) É proibido exigir horas extraordinárias do menor. B) É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo: Jornada semanal compensada, mediante convenção ou acordo coletivo. Excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 horas extras. C) É proibido trabalho noturno (das 22 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte) D) O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares (Art. 136, &2º, da CLT) e devem ser concedidas de uma só vez (art. 134, &2º, da CLT). Empregado Doméstico Aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana. Aos trabalhadores domésticos não se aplicam as normas da CLT. Regulado pelo artigo 7º da CF e pela Lei Complementar nº 150 de junho de 2015, onde contempla os seguintes direitos: salário mínimo, jornada de trabalho, hora extra, banco de horas, intervalo para refeição e/ou descanso, adicional noturno, repouso semanal remunerado, feriados civis e religiosos, férias, 13º salário, licença-maternidade, vale-transporte, estabilidade em razão de gravidez, FGTS, seguro- desemprego, salário-família, aviso prévio, relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, entre outros. 34 Departamento Pessoal V4 Reforma Trabalhista – Outros Aspectos Sancionada em 13/07 – Em vigor Novembro de 2017 Poderá ser negociado: Jornada de Trabalho Participação nos lucros Banco de horas Troca de dia de feriado Intervalo intrajornada, dentre outros Não poderá ser negociado: Direito a seguro desemprego Salário Mínimo 13º Salário FGTS Férias Anuais Licença maternidade/paternidade Normas de saúde, seguro e higiene do trabalho Salário Família Adicional de hora extra Aviso Prévio DSR/RSR, dentro outros Convenções e Acordos Coletivos Poderá prevalecer sobre a legislação. Assim, os sindicatos e as empresas podem negociar condições de trabalho diferentes das prevista em lei, mas não necessariamente num patamar melhor para os trabalhadores.Cooperativa de Trabalho - LEI 12690/2012 É a sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. Pode ser: Departamento Pessoal V4 35 I - De produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção; e II - De serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego. Aula 09 - Trabalho Temporário Trabalho Temporário As novas atualizações trouxeram importantes mudanças na Lei nº 6.019/74, especialmente em quatro aspectos: em relação as hipóteses legais para a contratação de trabalhadores temporários, as responsabilidades do tomador de serviços, prazo de contratação e, por fim, atividade-meio/fim. Motivos de Contratação Inicialmente, a nova lei alterou as hipóteses legais para a contratação de trabalhadores temporários, antes as hipóteses legais eram a substituição provisória de pessoal regular e permanente ou acréscimo extraordinário de serviços, a nova lei manteve a substituição, mas, alterou o acréscimo extraordinário para demanda complementar de serviços. Demanda complementar de serviços é toda e qualquer demanda oriunda de fatores imprevisíveis ou previsíveis de natureza intermitente, periódica ou sazonal. Com esta mudança, ampliam-se os motivos justificadores para contratações de trabalhadores temporários para demandas previsíveis e imprevisíveis. (ALTERAÇÃO DO ART. 2º) - Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. § 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. 36 Departamento Pessoal V4 Responsabilidades Do Tomador De Serviço: Outra alteração fundamental trata-se de quem ficará responsável perante a autoridade fiscalizadora. Com a mudança, o contrato celebrado entre a empresa de contrato de trabalho temporário e a tomadora de serviços ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da Tomadora. Assim, a empresa contratante (tomadora) é a responsável por garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores temporários, bem como, que deverá estender ao trabalhador temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados. A empresa tomadora é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, não ficando mais a cargo do Judiciário essa decisão. Prazo do Contrato Temporário: O prazo de vigência do contrato de trabalho temporário foi uma das mudanças importantes e discutidas com a Lei 13.429/2017. Desta forma, o contrato não poderá exceder o prazo de 180 dias (e não mais 90 dias) consecutivos ou não e ainda poderá ser prorrogado por mais 90 dias, desde que comprovada a manutenção das condições que o deram causa. Departamento Pessoal V4 37 Por exemplo, um funcionário foi contratado por 180 dias, sendo que próximo ao fim, constatou-se a necessidade da continuidade do contrato pelos mesmos motivos que este foi contratado. Com isso, prorroga-se o contrato e para referida prorrogação não será mais necessária a autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. Portanto, o contrato de trabalho temporário passa a ter o prazo máximo de 270 dias e não será mais necessário a intervenção do Ministério do Trabalho para autorizar a prorrogação do contrato de trabalho temporário. Todavia, o trabalhador temporário que cumprir o período de 270 dias somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora em um novo contrato temporário, após 90 dias do término do contrato anterior. O trabalho temporário não é terceirização: Importante ressaltar a diferenciação entre o trabalho temporário e a terceirização. Embora disciplinados na mesma lei, os institutos do trabalho temporário e da terceirização não se confundem entre si. Na terceirização, quando a empresa tomadora contrata uma prestadora de serviços, esta última é responsável por fornecer um serviço determinado e específico, sendo responsável por seus empregados, não havendo qualquer relação de subordinação e pessoalidade. Já na contratação temporária de trabalhadores, a empresa tomadora deverá cumprir uma das hipóteses legais (substituição provisória de pessoal permanente ou a demanda complementar) para se valer de trabalhadores temporários, sendo Agência de Trabalho Temporário responsável pela contratação destes trabalhadores para serem colocados à disposição da empresa tomadora. Neste caso, o trabalhador ficará subordinado a tomadora e, durante todo período do trabalho temporário, a empresa tomadora é responsável por exercer o poder diretivo, disciplinar e técnico sobre trabalhador temporário colocado a sua disposição. Trabalho Da Mulher O Artigo 5º da CF/88 preceitua que todos são iguais perante a lei e que não deve haver distinção de qualquer natureza. Assim, ante aos dispositivos constitucionais aplica-se a mulher os dispositivos que regulam o trabalho masculino. 38 Departamento Pessoal V4 Licença à gestante: o art. 7º inciso XVII da CF/88 preceitua: “Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias”. Salário-maternidade: durante o afastamento da mulher por gravidez, ela terá direito a salário integral, bem como os direitos e vantagens adquiridos, que deve ser pago pela empresa ou pela Previdência Social. Descansos especiais: a mulher tem direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais de meia hora cada um “para amamentar o próprio filho, até que este complete seis meses de idade”. Estabilidade Provisória: o artigo 10, inciso II, letra b da CF/88 determina que fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Reforma Trabalhista (Sancionada em 13/07 – Em vigor Novembro/17) Será permitido o trabalho de mulheres grávidas em ambientes de baixa ou média insalubridade, exceto se apresentarem atestado médico que recomende o afastamento. Mulheres demitidas têm até trinta dias para informar a empresa sobre a gravidez. Departamento Pessoal V4 39 Aula 10 - Jornada de Trabalho – Horas Trabalhadas Jornada de Trabalho A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 horas diárias, desde que não haja fixado expressamente outro limite”. (artigo 58 da CLT). Pela legislação trabalhista, a jornada de trabalho deve ser organizada em 8 horas diárias, totalizando 44 horas semanais. No entanto, existem algumas exceções que são determinadas pela própria lei, por meio de acordos, convenções coletivas e regulamento individual de cada empresa. No caso dos enfermeiros, por exemplo, a categoria sindical determina uma jornada de apenas 30 horas semanais. Nota: Existem profissões que têm jornada de trabalho especial. Exemplos: médicos (4h), cirurgiões-dentistas (4h), cabineiros de elevador (6h), telefonistas (6h), jornalistas (5h), etc. O artigo 7º, inciso XIII da Constituição Federal (CF/88), preceitua: “Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. Segundos esses dispositivos, a duração normal do trabalhoem qualquer atividade não poderá ser superior a oito horas diárias, quarenta e quatro semanais e, consequentemente, duzentas e vinte horas mensais. A lei, porém, faculta a compensação de horários e permite que o empregador opte, por exemplo, por qualquer dos horários a seguir expostos: A) Oito horas diárias de segunda a sexta-feira e quatro horas aos sábados, perfazendo um total de quarenta e quatro semanais. B) Se o empregador necessitar da mesma quantidade de horas de trabalho de segunda a sábado, poderá optar por uma jornada diária de 7 horas e 20 minutos: 6 dias (segunda a sábado) x 7 h ......................................... = 42 h 6 dias (segunda a sábado) x 20 min. (120 min.) ................... = 2 h ______ 44 h 40 Departamento Pessoal V4 Com a jornada de quarenta e quatro (44) horas semanais, o número de horas mensais totalizam duzentas e vinte (220). Exemplo: 7h20min por dia = 440 min. x 30 dias = 13.200 min. por mês 13.200 min. / 60 min. = 220 h. C) No caso de compensação de horário semanal, deverá o empregador fazer acordo (individual ou coletivo) por escrito a fim de não trabalhar aos sábados. Para cumprimento das 44 horas semanais, poderá optar pelos seguintes horários: De segunda a sexta-feira, 8horas e 48 minutos diários: 8h48 min. x 5 dias ................ = 2.640 min. 2.640 min. / 60 min. ............. = 44 h De segunda a quinta-feira, nove (9) horas diárias (oito horas normais e uma de compensação) e na sexta-feira oito horas: 4 dias x 9 h ....................... = 36 h 1 dia (sexta-feira) ............. = 8 h _______ 44 h Segunda e terça-feira, dez (10) horas diárias (oito normais e duas de compensação) e de quarta a sexta-feira, oito horas diárias normais: 2 dias x 10 h ..................... = 20 h 3 dias x 8 h ....................... = 24 h _______ 44 h Dez horas diárias em dois dias da semana, de acordo com a necessidade do empregador, e outros dias com oito horas diárias semanais. Reforma Trabalhista (Sancionada em 13/07 – em vigor Novembro/17) A Jornada diária poderá ser de doze horas com trinta e seis horas de descanso, respeitando o limite de quarenta e quatro horas semanais e duzentas e vinte horas mensais. Departamento Pessoal V4 41 Aula 11 - Jornada de Trabalho – Período de Des- canso Período de Descanso 1. Repouso Semanal Remunerado (RSR) ou Descanso Semanal Remunerado (DSR): Art. 1º da Lei 605/49 - "Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local". Art. 7, Inciso XV da CF/88 - "repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos". Art. 67 da CLT - "Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte". Nos serviços em que é permitido o trabalho em feriados civis e religiosos, a empresas deve determinar outro dia de folga na semana, estabelecido através de uma ESCALA DE REVEZAMENTO, com a obrigação de que, pelo menos em um período máximo de sete semanas de trabalho, cada empregado (tanto homem como mulher) usufrua pelo menos de um domingo de folga (art. 2º, letra b, e art. 3º da Portaria nº 317, de 10.06.66). Nota Art. 11 do Decreto nº 27048/49 – “Perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado durante toda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.” 2. Intervalo interjornada: O intervalo interjornada é um período de descanso obrigatório a ser cumprido entre uma jornada de trabalho e outra. Esse intervalo corresponde a 11 horas consecutivas, de acordo com o artigo 66 da CLT. Assim, se um funcionário sai do trabalho às 18h, ele não poderá retornar antes das 5h do dia seguinte. 42 Departamento Pessoal V4 3. Intervalo intrajornada: em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso e alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de duas (Art. 71 da CLT). Reforma Trabalhista (Sancionada em 13/07 – em vigor Novembro/17) O intervalo dentro da jornada de trabalho poderá ser negociado, desde que tenha pelo menos trinta minutos. Além disso, se o empregador não conceder o intervalo mínimo para almoço ou concedê-lo parcialmente, a indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho apenas sobre o tempo não concedido. Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar a quatro horas (Art. 71, §1º, da CLT). 4. Limite diário de horas trabalhadas: a legislação (CF/88) prevê uma quantidade máxima de trabalho por dia de 10 horas. A Constituição Federal estabelece uma jornada de 8 horas diárias e 44 horas semanais, podendo ser realizada até 2 extras por dia, desde que o total não ultrapasse 10 horas diárias. 5. Intervalo semanal: A duração é de vinte e quatro horas (DSR/RSR) que, acrescido das 11 horas de intervalo interjornada, perfaz 35 horas seguidas de descanso (11 + 24 = 35 horas). Aula 12 – Férias Período Aquisitivo O empregado tem direito a cada período de 12 meses de trabalho ao período de férias, de acordo com o Art. 130 da CLT, fica distribuído o período na seguinte proporção: 30 dias corridos para quem não teve mais de 5 faltas; 24 dias corridos para quem houver tido entre 6 a 14 faltas; 18 dias corridos para quem houver tido entre 15 a 23 faltas; 12 dias corridos para quem houver tido entre 24 a 32 faltas O objetivo das férias que consta na C.L.T. a partir de art. 129, é que o colaborador desenvolva meios necessários para que ele pudesse recuperar as condições físicas e mentais despendidas no trabalho. Departamento Pessoal V4 43 Princípios Que Fundamentam As Férias: Anualidade: o gozo das férias passa a ser direito do empregado após 12 (doze) meses de relação contratual. Remuneração: Será considerado o salário fixo e os salários variáveis. Reforma Trabalhista: Art. 134 – NOVA REDAÇÃO - §1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um. Período Concessivo (ou de gozo): A legislação dá ao empregador o direito de marcar a época da concessão das férias aos seus empregados, mas dentro do limite de doze (12) meses subsequentes ao período aquisitivo, sob pena de pagá-las em dobro. Exemplo: 44 Departamento Pessoal V4 Notas: Aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. Revogado pela reforma. O empregado estudante, menor de 18 anos, terá o direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Os membros de uma família que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. Reforma Trabalhista (sancionada em 13/07 – em vigor NOVEMBRO/17) As férias poderão ser fracionadas em até três períodos, contanto que um dos períodos seja de pelo menos quinze dias corridos. As férias não podem começar nos dois dias anteriores de um feriado oudo dia do DSR/RSR Terço Constitucional: De acordo com o disposto no inciso XVII do artigo 7º da CF/88, ficou instituído o pagamento de um terço a mais do que o salário normal, por ocasião do gozo de férias anuais remuneradas. Exemplo Cálculo: Um empregado ganha R$ 1.200,00 por mês. Férias de 01.06 a 30.06: Valor a receber em 30.05 (R$ 1.200,00 + R$ 400,00) = R$ 1.600,00 (R$ 1.200,00 / 3 = 400,00) Férias Proporcionais: são calculadas na base de 1/12 por mês de serviço ou fração superior a quatorze (14) dias. (Maior ou igual a 15 dias) Pagamento da Remuneração de Férias: deve ser efetuado até dois dias antes do início do respectivo período. Entregar a Carteira Profissional atualizada sempre com recibo de entrega e retirada. Comunicação ao Empregado: a concessão das férias deverá ser comunicada ao empregado, por escrito, com antecedência mínima de Departamento Pessoal V4 45 trinta (30) dias, mediante "aviso de férias" em duas (2) vias, mencionando o período aquisitivo a que se referem e os dias em que serão gozadas, dando o empregado ciência. Perda de Direito: não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo (Art. 133, incisos I a IV, da CLT): Deixar o emprego e não for readmitido dentro dos sessenta (60) dias subsequentes à sua saída; Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de trinta (30) dias; Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de trinta (30) dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de seis (6) meses, embora descontínuos. Férias Coletivas As férias coletivas foram criadas para atender períodos sazonais pelos quais a empresa esteja passando, podendo ser de ordem política, econômica ou social. Dessa forma a empresa pode adotar as férias coletivas art. 139 da CLT, podendo aplicar: A todos os empregados da empresa; A determinado estabelecimento da empresa; A setores ou departamentos da empresa Exceto as microempresas, as férias coletivas devem ser co- municadas ao Ministério do Trabalho e o Sindicato da catego- ria. Todas as férias devem ser anotadas na C.T.P.S (Carteira de Trabalho) e F.R.E (Ficha de Registro de Empregado). Novo Período Aquisitivo: Os empregados contratados com menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se novo período aqui- sitivo a partir do primeiro dia de gozo. Se, eventualmente, as férias coletivas forem superiores ao direito do empregado, a empresa deverá pagar-lhe os dias excedentes, como complemento de pagamento de férias, evitando-se, assim, o prejuízo salarial. 46 Departamento Pessoal V4 Exemplo: Período de Férias Coletivas - 21.12.2018 a 30.12.2018 ini- cia-se o novo PA do colaborador a partir de 21.12.2018. Aula 13 - 13º Salário, Salário Mínimo e Salário Fa- mília 13º Salário 1. Previsão legal: Lei 4090/62 (alterada pela Lei 4749/65) e art. 7º, inciso VIII, da CF/88. 2. Valor: correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês, ou seja, consiste no pagamento de um salário extra ao trabalhador no final de cada ano. 3. Cálculo: divide-se o salário integral do trabalhador por doze e multiplica-se o resultado pelo número de meses trabalhados, durante o ano (de 01 de Janeiro a 31 de Dezembro). 4. Férias: se o trabalhador desejar, ele pode receber a primeira parcela por ocasião de suas férias, mas, neste caso, ele deve solicitar por escrito ao empregador no mês de janeiro do respectivo ano. 5. Pagamento: deve ser paga pelo empregador em duas parcelas: 1ª. parcela (50% do salário): entre o dia 1º de fevereiro até o dia 30 de novembro. Departamento Pessoal V4 47 2ª. parcela: deve ser paga até o dia 20 de dezembro, tendo como base de cálculo o salário de dezembro menos o valor adiantado na primeira parcela. Exemplo: Salário de um mensalista é de R$ 1.000,00. 1ª. Parcela (até 30.11): (R$ 1.000,00 / 2) = R$ 500,00 Em dezembro o salário aumenta para R$ 1.200,00. 2ª. parcela (até 20.12): (R$ 1.200,00 – R$ 500,00) = R$ 700,00 Incidem juntamente com o Décimo Terceiro o recolhimento do IRRF, FGTS e o INSS. Salário Mínimo O salário mínimo é o valor mais baixo de salário que os empregadores podem legalmente pagar aos seus colaboradores pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços a nível nacional. Também é o menor valor pelo qual uma pessoa pode vender sua força de trabalho. Decreto fixa salário mínimo de R$ 998 em 2019. O valor foi fixado no primeiro decreto assinado pelo presidente da República, após a cerimônia que o empossou como novo chefe do Poder Executivo nacional. O propósito da existência de um salário mínimo nacional é definir um piso limite de valor do trabalho que ofereça ao trabalhador acesso aos requisitos mínimos necessários para uma vida digna. Alguns estados brasileiros possuem pisos salariais superiores ao salário mínimo nacional, em função de custos de vida ou definições de classe naquele estado, o que é uma prática permitida, o chamado Salário Mínimo Regional. O estabelecimento do salário mínimo é uma das garantias oferecidas ao trabalhador através dos direitos trabalhistas brasileiros. Isto quer dizer que, embora regule o mínimo salarial, seu cumprimento não isenta o empregador de oferecer os demais benefícios trabalhistas previstos por lei. 48 Departamento Pessoal V4 Salário Família É uma importância (fixada pela previdência social) paga mensalmente pela empresa (e descontada, posteriormente, do INSS) junto com o salário do empregado. É devido ao segurado empregado para cada filho (ou equiparado: menor sob guarda ou tutela, enteado) com até quatorze (14) anos de idade ou inválidos, desde que se cumpram as seguintes condições: 1. Apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado; 2. Elaboração e assinatura do termo de responsabilidade; 3. Apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis (6) anos de idade; 4. Comprovação semestral de atestado de frequência escolar, a partir dos sete (7) anos de idade; No caso de empregados que tenham sido admitidos já depois do início do mês e empregados que serão demitidos antes do término do mês, fará jus a este direito na proporcionalidade dos dias trabalhados. Nota: Valores do salário família: em vigor, consulte a tabela da previdência. Aula 14 - Auxílio-Maternidade ou Salário-Materni- dade e Licença Paternidade Salário Maternidade O salário da colaboradora em licença é chamado de salário- maternidade, é pago pelo empregador e dele descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previdência Social. A colaboradora pode sair de licença a partir do último mês de gestação. A licença-maternidade é garantida pela Constituição Brasileira a todas as mulheres que são contribuintes do INSS, mesmo se desempregadas no momento, como mencionado anteriormente. Ao ter um filho ou adotar um bebê, a mulher pode se ausentar do trabalho durante 120 dias no mínimo, sem quaisquer tipos de prejuízos ao salário ou a sua posição na empresa. Departamento Pessoal V4 49 As empresas participantes do Programa Empresa Cidadã, a licença- maternidade é de até 180 dias. Surgiu o salário maternidade ou auxílio maternidade, como é mais conhecido, para garantir às mães, a partir do 8º mês de gestação, o provento para passar 120 dias com a criança, oportunizando dedicação integral das mães aos seus filhos recém-nascidos. Tem direito à licença-maternidade, a mulher que: 1. Trabalha em regime CLT. Neste caso, a mulher recebe seu salário integralmente durante os meses que permanecer fora: 180 dias nas empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã e 120 para as demais. 2. Recolhe o INSS individualmente como estudante ou dona de casa por mais de 10 meses consecutivos
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