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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
Seminário VII - IPTU, ITR e IPVA
Questões
1. Construa as regras-matrizes de incidência do IPTU, ITR e IPVA.
RMIT IPTU:
Antecedente
- Critério Material: Ser proprietário, ter o domínio útil ou ter a posse de bem
imóvel urbano;
- Critério Espacial: perímetro urbano do território do município;
- Critério Temporal: 1º de janeiro de cada ano.
Consequente
- Sujeito Ativo: Município da localidade do imóvel;
- Sujeito Passivo: quem for o proprietário, tiver o domínio útil ou a posse do
imóvel urbano.
- Critério Quantitativo:
- Base de Cálculo: valor venal do imóvel;
- Alíquota: definida em lei, determinada em função do valor venal e do uso do
imóvel.
RMIT ITR:
Antecedente
- Critério Material: Ser proprietário, ter o domínio útil ou ter a posse de bem
imóvel rural;
- Critério Espacial: perímetro rural do território brasileiro;
- Critério Temporal: 1º de janeiro de cada ano.
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Seminário VII - IPTU, ITR e IPVA
Consequente
- Sujeito Ativo: União;
- Sujeito Passivo: quem for o proprietário, tiver o domínio útil ou a posse do
imóvel rural.
- Critério Quantitativo:
- Base de Cálculo: Valor da terra nua e das benfeitorias construídas;
- Alíquota: variável, de 0,03% a 20%, sendo determinada em função da
produtividade do imóvel, medida pelo grau de utilização e sua área total.
RMIT IPVA:
Antecedente
- Critério Material: ser proprietário de veículo automotor;
- Critério Espacial: limites territoriais do estado ou Distrito Federal em que está
registrado o veículo automotor;
- Critério Temporal: Dia 1º de janeiro para veículos usados, a data da compra
para veículos novos ou a data de desembaraço para veículos importados.
Consequente
- Sujeito Ativo: Estados ou Distrito Federal;
- Sujeito Passivo: Proprietário de veículo automotor.
- Critério Quantitativo:
- Base de Cálculo: Valor venal do veículo;
- Alíquota: percentual estabelecido em lei estadual, com observância ao art. 155,
§6º, I e II, da CF/88.
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Seminário VII - IPTU, ITR e IPVA
2. Diferençar os conceitos de propriedade, domínio útil e posse do art. 1º
da Lei n. 9.393/96, correlacionando-os com o de propriedade do art. 153, VI,
da CF. Há competência da União para instituir como critério material do ITR
o domínio útil e a posse (vide anexos I, II e III)?
O art. 153, VI da CF disciplina sobre a competência da União para instituir o
ITR sobre a propriedade de território rural, ao passo que o art. 29 do CTN
estabelece que a incidência do ITR se dá sobre a propriedade territorial rural
tendo como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por
natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
No mesmo sentido, o art. 1º da Lei nº 9.393/96 apresenta a seguinte redação:
tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por
natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada
ano.
Dito isso, é possível verificar que o fato gerador do ITR trazido pela Carta
Magna é a propriedade de território rural. Seguindo a hierarquia das normas, o
CTN, com status de lei complementar ampliou o conceito do fato gerador
“propriedade”, no art. 29 como “propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel
por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do
Município” assim como o art. 1º da Lei nº 9.393/96, como sendo “a propriedade, o
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do
município”.
Diante disso, surge a discussão sobre a inconstitucionalidade dos arts. 29 do
CTN e 1º da lei 9.393/96 ao ampliar o fato gerador do ITR, adicionando os termos
domínio útil e posse do imóvel rural.
Primeiramente, faz-se necessário esclarecer o conceito de cada termo. Em
relação à propriedade, podemos conceituar como a relação jurídica formal
estabelecida entre o proprietário de uma coisa, ou seja, a titularidade formal de
um bem. Enquanto o domínio útil seria o vínculo material de submissão direto e
imediato de uma coisa ao poder do seu titular através do exercício das
faculdades de usar, gozar ou fruir, dispor e reaver. Por fim, a posse pode ser
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definida como o exercício fático de alguns dos poderes decorrentes do domínio,
quais sejam: usar, fruir ou gozar, dispor e reivindicar ou reaver. Em termos
práticos, todo aquele que puder exercer um destes poderes dominiais sobre
determinada coisa, tem a posse desta.
Nos ensina Carvalho1 que as normas infraconstitucionais não estariam
ampliando o fato gerador da referida exação, mas tão somente desdobrando a o
conceito de propriedade para a incidência do ITR, conforme segue:
domínio útil e a posse são atributos intrínsecos a um direito
maior, que é o direito de propriedade. Dessa maneira, as normas
infraconstitucionais não estariam ampliando a previsão da Lei
Fundamental, mas tão só desdobrando a relação jurídica
"propriedade" em outras duas que, em princípio, nela estão
integradas. Digamos que ambas contribuam para a formação da
"situação jurídica" propriedade, entendendo aqui esse signo
como o plexo de relações que têm, num único sujeito, pontos de
referência.
Da leitura dos anexos I, II e III do presente seminário, é possível verificar a
congruência dos termos, não refletindo necessariamente em uma ampliação do
conceito de posse pela legislação infraconstitucional. O Superior Tribunal de
Justiça tem entendido que a posse apta a gerar a obrigação tributária é aquela
qualificada pelo animus domini, ou seja, a que efetivamente esteja em vias de ser
transformada em propriedade, seja por meio da promessa de compra e venda,
seja pela posse ad usucapionem. Ao legislador cabe eleger o sujeito passivo do
tributo, contemplando qualquer das situações previstas no CTN. Definindo a lei
como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil, ou o possuidor a
qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou por outro
visando a facilitar o procedimento de arrecadação".
Ante o exposto, entendo ser legalmente possível a competência da União
para instituir como critério material do ITR o domínio útil e a posse, conforme
demonstrado nos art. 29 do CTN e art. 1º da Lei 9.393/96. Isso posto, concluo
que a inserção dos termos domínio útil e posse como fato gerador do ITR não
configuram ampliação do termo propriedade trazido pela Constituição Federal a
fim de resultar em extrapolação da competência tributária da União, mas sim
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v.2. São Paulo:
Noeses, 2017. Tema XXI (Tributação sobre a propriedade de bem imóvel: algumas considerações
sobre as regras-matrizes do IPTU e do ITR). p. 295.
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como um desdobramento do gênero propriedade em duas espécies, o domínio
útil e a posse, intrinsecamente ligado à propriedade, com o objetivo de determinar
o sujeito passivo da relação jurídico-tributário e de facilitar o procedimento
arrecadatório.
3. A quem compete definir as zonas urbana e rural? Qual o veículo
legislativo adequado para tanto? Os imóveis industriais, comerciais e
prestadores de serviços situados fora dos núcleos urbanos municipais
estão sujeitos à incidência do IPTU? (vide anexo IV). E os de exploração
vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, quando situados dentro dos
núcleos urbanos municipais? (vide anexos V, VI e VII).
Seguindo a hierarquia das normas, entendo que a competência para
definição de zona rural e urbana, para fins de incidência de ITR ou IPTU são do
CTN por possuir status de Lei Complementar, devendo disciplinar sobre normas
gerais, de acordo com o art. 146, III da CF/88. Dito isso, no art. 32, § 1º do CTN,
podemos verificar os critérios trazidos pelo CTN para definição de zona urbana,
observado o requisitomínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo
menos 2 (dois) dos incisos do caput.
Sendo assim, por meio de um raciocínio lógico, afirmo que no caso de a
propriedade não atender os requisitos previstos no CTN, não será definida como
zona urbana para incidência do IPTU, mas sim como zona rural e, por
conseguinte, sujeita a tributação do ITR.
Cumpre ressaltar que no no art. 32, § 2º do CTN, verifica-se a possibilidade
da definição de zona rural ou urbana ser realizada pelos municípios. Sendo
assim, o veículo adequado para tal definição é a lei municipal, que poderá
determinar áreas passíveis de incidência do IPTU as áreas urbanizáveis, ou de
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que
localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
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Em relação à incidência do IPTU sobre imóveis industriais, comerciais e
prestadores de serviços situados fora dos núcleos urbanos municipais, faz-se
necessário a análise dos critérios estabelecidos pelo art. 32 do CTN. Conforme
leitura do anexo IV, do presente seminário, verifica-se que a fixação desse
critério, para fins tributários, é princípio geral de direito tributário, e, portanto, só
pode ser estabelecido por lei complementar. O CTN, segundo a jurisprudência do
STF, é lei complementar.
No caso concreto, mesmo estando o imóvel situado fora dos núcleos urbanos
municipais, porém que atenda pelo menos 2 requisitos previstos no 32, § 1º do
CTN, haverá a incidência de IPTU. No mesmo sentido, caso se enquadre na
situação do § 2º do mesmo artigo, ou seja, se o bem imóvel estiver localizado em
área conforme descrita, da mesma forma, haverá incidência do imposto
municipal, isto é, se houver previsão em lei municipal, bem como loteamento
aprovado, que se destine à moradia, indústria ou comércio haverá a incidência do
IPTU.
Por fim, no caso de imóveis que exerçam atividades de exploração vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial, quando situados dentro dos núcleos urbanos
municipais, entendo que haverá a incidência do ITR, desde haja a referida
comprovação das atividades acima citadas, com base no art. 15 do Decreto-Lei
57/1996. Desse modo, não será somente a localização do imóvel o fator
preponderante para determinar a incidência do IPTU ou ITR, mas sim, a efetiva
destinação do terreno, mediante comprovação das atividades.
4. A modificação da planta genérica, que determina a base de cálculo do
IPTU, deve ser veiculada por lei, ou pode ser por meio de decreto? Há
necessidade de publicação no diário oficial? (vide anexo VIII).
A base de cálculo do IPTU é a planta genérica do imóvel urbano, sobre a
qual é aplicada a alíquota estabelecida pela lei do município competente,
resultando no valor a recolher do referido tributo. Para tanto, entendo que essa
majoração deverá ser veiculada por meio de lei e não por decreto, em
observância ao princípio da legalidade, sendo imprescindível sua publicação no
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diário oficial, em respeito ao princípio da publicidade, sob pena de supressão à
informação pública e garantia da segurança jurídica dos contribuintes.
Como se não bastasse, cumpre mencionar que a referida majoração deve
respeitar o princípio da anterioridade e da não surpresa, evitando assim
abusividades por parte do sujeito ativo. Da leitura do anexo VII do presente
seminário, entendo ser muito assertivo o entendimento do STJ, ao reconhecer a
repercussão geral do recurso extraordinário que verse sobre a necessidade de lei
em sentido formal para fins de atualização do valor venal de imóveis.
5. Considerando o consequente tributário, especialmente o critério
quantitativo no que tange às alíquotas do IPTU, discorra sobre a
possibilidade ou não de se aplicar alíquotas diferenciadas para imóveis sem
uso, imóveis fechados, com condição de habitabilidade ou pela localização
dos mesmos. Desenvolva sua justificativa e explique se esta providência
interfere na estrutura da norma tributária em sentido estrito ou se apenas
surge em momento pré-legislativo, na construção da norma.
Conforme art. 156, § 1º, I e II c/c art. 182, § 4º, inciso II, ambos da CF/88, as
alíquotas do IPTU poderão ser progressivas em razão do valor do imóvel e ter
alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. Cumpre
mencionar que a E/C 29/00, inseriu os incisos I e II do art. 156, criando assim a
progressividade das alíquotas do IPTU pelos municípios, sendo aferida pelos
critérios do valor venal do imóvel e das alíquotas em razão da localização ou do
uso do imóvel.
Entendo que esta providência interfere diretamente na estrutura da norma
tributária em sentido estrito, sendo vislumbrado no consequente alíquota da
RMIT, refletindo assim diretamente a função extrafiscal da progressividade do
IPTU. Tal prática tem por objetivo pressionar o sujeito passivo a realizar a devida
destinação e utilização da propriedade privada, sob a égide do cumprimento da
função social do imóvel. Busca-se com isso o atingimento da isonomia tributária.
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Cumpre mencionar que o STF, por meio do RE: 666156, já se posicionou
favoravelmente a cobrança progressiva do IPTU, antes mesmo da edição da E/C
29/00, no sentido de ser constitucionais as leis municipais anteriores à Emenda
Constitucional nº 29/2000, que instituíram alíquotas diferenciadas de IPTU para
imóveis edificados e não edificados, residenciais e não residenciais.
Por outro lado, leciona Barreto2 que a E/C 29/00 é inconstitucional, sob o
argumento da progressividade não ser aplicada a impostos de caráter real,
somente aos de caráter pessoal, respeitando o princípio da isonomia e da
capacidade econômica. Em seu artigo ele expõe:
A proteção assegurada pela diretriz da capacidade econômica -
que deve ser vista conjugadamente com o princípio da igualdade
- estava assim decomposta:
a) não pode haver imposto fixo;
b) os tributos têm que ser proporcionais;
c) se forem de caráter pessoal, podem (devem) ser progressivos.
Como os princípios constitucionais existem não para proteger o
Estado, mas para a defesa dos contribuintes, a Constituição
assegura-lhes solenemente que:
a) só serão submetidos à progressividade no caso de impostos
pessoais;
b) não serão atingidos pela progressão quando se tratar de
impostos reais.
Ante todo o exposto, e com a máxima vênia, corroboro com o entendimento
de Barreto. A E/C 29/00 que inseriu a progressividade do IPTU é inconstitucional
e deveria ser retirada do nosso ordenamento jurídico, tendo em vista não ser
aplicada aos impostos de caráter real, que são aqueles que incidem sobre as
“coisas”, sobre os bens, um patrimônio, um ato econômico ou situação jurídica.
Desse modo entendo que a progressividade das alíquotas do IPTU fere a
isonomia e a capacidade contributiva. Por fim, pelo fato de tratar-se de direito
fundamental, conforme art. 145, § 1º da CF/88, tal matéria não deveria ter sido
objeto de emenda constitucional por ser cláusula pétrea.
6. Quanto ao ITR pergunta-se:
2 BARRETO, Aires Fernandino. IPTU – progressividade e diferenciação. Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 76. p. 9.
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a) O art. 11 da Lei n. 9.393/96 fixou as alíquotas do ITR em percentuais
que variam de 0,03% a 20%, conforme a área total do imóvel e o grau de
utilização. No seu entender, referida progressividade atende ao disposto no
art. 153, § 4º, da Constituição Federal? A alíquota de 20%, neste caso é
confiscatória? Em caso negativo quando ter-se-ia caracterizado o efeito
confiscatório? Justificar.
Entendo que a progressividade fixada pela lei infraconstitucional atende o
previsto no art. 153, § 4º, ao estabelecer que o ITR será progressivo e terásuas
alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas, buscando com isso o efetivo cumprimento da função social da
propriedade rural.
Em relação à alíquota máxima de 20% como forma de estimular a
produtividade da propriedade rural, entendo ser excessiva e, caso seja cobrada
por exercícios recorrentes, irá representar um desembolso extremamente
relevante para o proprietário, que em minha opinião, será equivalente ao tributo
utilizado como confisco. Ora, a nossa Carta Magna, no art. 150, IV, veda ao ente
tributante a utilização do tributo com o efeito de confisco. Sendo assim, concluo
que a progressividade das alíquotas do ITR fixadas na Lei 9.393/96 estão em
consonância com a previsão constitucional, contudo, no caso da alíquota máxima
de 20%, para mim, possui efeito confiscatório, sendo necessário repensar nos
critérios e na fixação dos percentuais aplicados, devendo ser feita uma
ponderação entre o princípio da função social e do princípio do não-confisco.
b) A que tipo de lançamento está sujeito o ITR? A exclusão da base de
cálculo do ITR da área de reserva legal depende de sua averbação na
matrícula? Pressupõe o protocolo de Ato Declaratório Ambiental (ADA) do
IBAMA, ou do Cadastro Ambiental Rural (CAR - Lei nº 12.651/12)? (vide
anexos IX, X e XI).
O lançamento do ITR é realizado pela modalidade homologação, haja vista
que o sujeito passivo antecipa o pagamento do tributo e entrega a DIAT
(Documento de Informação e Apuração do ITR), típica obrigação acessória, sem
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prévio exame do fisco, e no momento em que a autoridade administrativa toma
conhecimento da atividade exercida pelo obrigado a homologa, operando-se
simultaneamente a constituição definitiva do crédito tributário e a sua extinção.
Em relação à exclusão da base de cálculo do ITR da área de reserva legal
depender de sua averbação na matrícula, corroboro do entendimento firmado
pelo STJ, conforme leitura do anexo IX do presente seminário, por meio do AgRg
no REsp n. 1.315.220/MG, onde foi decidido que para as áreas de preservação
ambiental permanente e reserva legal, é inexigível a apresentação de ato
declaratório do IBAMA ou da averbação dessa condição à margem do registro do
imóvel para efeito de isenção do ITR. Isso porque a averbação da área, em meu
entendimento, trata-se de mera formalidade. Na prática, a área existe e deverá
ser considerada para isenção do ITR, prevalecendo assim a essência sobre a
forma.
Quanto à necessidade de protocolar o Ato Declaratório Ambiental (ADA) do
IBAMA, ou do Cadastro Ambiental Rural (CAR - Lei nº 12.651/12) para fins de
exclusão da base de cálculo do ITR da área de reserva legal, cumpre mencionar
que a Lei nº 9.393/96 não disciplina sobre a obrigatoriedade do ADA, sendo tal
previsão trazida pela na IN SRF 67/97. Com a máxima vênia, entendo que uma
IN não poderia estabelecer tal obrigatoriedade, haja vista sua ausência na norma
legal superior. Para corroborar minha afirmação, cito trecho do voto da Tal
anuência encontra abriga no entendimento do STJ, por meio do voto da Exma.
Sra. Ministra Eliana Calmon (Relatora), no REsp n. 665.123/PR, a qual
transcrevo:
não vislumbro no art. 10 da Lei n. 9.393/96 ou mesmo na Lei n.
4.771/65 fundamento de validade para a retromencionada IN/SRF
67/97, porque quando os mencionados diplomas falam em
declaração por parte do poder público de áreas de preservação
permanente ou de interesse ecológico estão se referindo à
existência de especial afetação, decorrente de ato administrativo
editado pelo órgão competente para tanto, que irá declarar que
determinada área não se presta para o desenvolvimento ou
exploração de atividade econômica.
c) Caso o contribuinte não declare o imposto, de que forma deve o
Fisco fazer o lançamento? A partir de quais elementos? Nessa hipótese
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estará autorizado, ipso facto, o lançamento com a exclusão total das áreas
ambientais e, em consequência, pelas alíquotas mais gravosas?
No caso de falta de declaração do referido tributo, o fisco realizará o
lançamento de ofício por arbitramento, de acordo com o art. 14 da Lei nº
9.393/96. Os elementos considerados para a realização do lançamento por
edifício serão os constantes no Sistema de Preços de Terras (SIPT) da Receita
Federal, instituído pela Portaria da RFB nº 447/2002, considerando informações
sobre preços de terras e os dados de área total, área tributável e grau de
utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização.
Ocorrendo o lançamento por ofício, entendo que esse por si só, não autoriza
o Fisco a exclusão total das áreas ambientais, tampouco a aplicação direta de
alíquotas mais gravosas. É razoável a realização de procedimentos para o
arbitramento do tributo justo, devendo o ente tributante utilizar dos mecanismos
necessários para a busca da verdade real e justa, em respeito ao princípio do não
confisco e de não incorrer em nenhum abuso do poder de tributar.
d) No desenvolvimento das suas atividades fiscalizatórias pode o Fisco
exigir do contribuinte, depois de declarado e pago o tributo por ele, a
apresentação de laudos de avaliação para comprovar os valores das terras?
E a apresentação de laudos de profissionais da área ambiental para
comprovação da reserva legal, de cada área de preservação permanente e
das áreas impróprias à atividade produtiva, seguindo as normas previstas
na ABNT, como vem acontecendo hoje em dia com diversos produtores? As
normas da ABNT podem ser utilizadas para fins tributários? Afinal, o ITR é
mesmo um lançamento “por homologação”? Quais os limites dos
esclarecimentos a serem prestados nesses casos?
Conforme redação do art. 47 do Decreto n. 4.382/2002, a DITR está sujeita a
revisão que, se for o caso, pode exigir do sujeito passivo a apresentação dos
comprovantes necessários à verificação da autenticidade das informações
prestadas para comprovar os valores das terras. Com base na redação do
referido diploma legal, é possível afirmar que o Fisco, no desenvolvimento das
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suas atividades fiscalizatórias, pode exigir do contribuinte, depois de declarado e
pago o tributo por ele, a apresentação de laudos de avaliação para comprovar os
valores das terras.
Cumpre mencionar que, no caso de o contribuinte optar em apresentar laudo
técnico, este deverá ser elaborado por profissional habilitado, com ART anotado
no CREA e de acordo com as normas da ABNT, especialmente a NBR nº
14.653-3 que trata da avaliação de imóveis rurais, comprovando o valor que
entende devido cujos critérios a serem comprovados por laudo seriam os
previstos no art. 12, da Lei nº 8.629/1993, entre eles, localização do imóvel,
aptidão agrícola e dimensão do imóvel.
No caso concreto, entendo que as normas da ABNT poderão ser utilizadas
pelo Fisco para fins tributários, especialmente em relação à avaliação do valor da
terra nua, tendo em vista ser órgão técnico e conhecedor do assunto. Nesse
sentido, com base em um laudo de um órgão técnico, é possível avaliar o valor
real da terra, resultando assim em uma tributação correta e isonômica, evitando
tanto a evasão fiscal quanto a segurança jurídica para o contribuinte.
Para corroborar tal afirmação, cito o entendimento do CARF em relação à
prevalência do valor do laudo técnico sobre o valor arbitrado para a determinação
do VTN, devendo prevalecer o valor do laudo técnico:
Cabe rever o VTN arbitrado pela fiscalização, quando
apresentado Laudo Técnico de Avaliação, elaborado
por profissional habilitado, com ART devidamente
anotado no CREA, em consonância com as normas da
ABNT, demonstrando, de maneira convincente, o valor
fundiário do imóvel rural avaliado, a preços da época
do fato gerador do imposto, bem como a existência de
características particulares desfavoráveis que
justificam o VTNdo laudo.” (CARF, Ac. 2201-002.739,
10/12/2015).
Entendo que a modalidade de lançamento do ITR é por homologação, porém,
em caso de fiscalização por parte do sujeito ativo que resulte na identificação de
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informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, omissão ou sub-avaliação do
imóvel, o ente tributante poderá arbitrar o valor correto da base de cálculo do
imposto, com base no art. 14, da Lei nº 9.393/96, ao dispor sobre arbitramento
de valor no caso da não-homologação de lançamento nas seguintes hipóteses: (i)
falta de entrega de DIAC ou do DIAT; (ii) sub-avaliação do imóvel; (iii) prestação
de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas.
Quanto aos limites dos esclarecimentos a serem prestados, concluo que
deverá haver uma certa parcimônia quanto às solicitações de informação,
visando manter um equilíbrio entre a arrecadação fiscal e aos direitos e garantias
individuais do contribuinte, combinados com o poder de tributar por parte do
sujeito ativo.
e) Hoje em dia vem ganhando força a adoção de formas alternativas de
geração de energia. Diante desse quadro, indaga-se: como apurar o ITR no
caso de instalação de parques eólicos ou de parques solares em imóveis
rurais? Essas áreas serão consideradas improdutivas para fins de ITR?
Caso não sejam consideradas improdutivas, como enquadrá-las no art. 10
da Lei nº 9.393/96?
Para resposta desta questão, faz-se necessário alguns esclarecimentos.
Primeiramente é necessário entender a finalidade da energia gerada pelos
parques eólicos ou solares.
Entendo que em caso de área utilizada para a geração de energia alternativa
para a manutenção das atividades da propriedade rural, deverá ser enquadrado
como construções, instalações e benfeitorias, com base no art. 10, I, a, da Lei nº
9.393/96, devendo ser excluído do valor da terra nua.
Caso a operação esteja ligada a arrendamento da terra para exploração de
terceiros, ou a obtenção de receitas oriundas da exploração do comércio de
energia, entendo não estar a propriedade cumprindo a função social, devendo
essas áreas serem consideradas improdutivas para fins de ITR, sujeitando-se
assim à progressividade de alíquota, conforme já debatido no presente seminário.
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7. Com relação ao IPVA pergunta-se:
a) Que é “veículo automotor”? Embarcações e aeronaves enquadram-se
no conceito de “veículo automotor”, sujeitando-se à incidência do IPVA?
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a interpretação para o
conceito de veículo automotor pode ser resumido como aqueles que além de
dotados de motor de propulsão própria, sejam utilizados para o transporte viário,
excluídas, desse modo, embarcações, aeronaves e outros veículos que não se
subsumam perfeitamente ao conceito legal agora claramente estabelecido.
Sendo assim, leciona Alvarenga3 que, de acordo com o Anexo I do Código de
Trânsito Brasileiro, Lei 9.503/97, veículo automotor é:
veículo a motor de propulsão que circule por seus
próprios meios, e que serve normalmente para o
transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração
viária de veículos utilizados para o transporte de
pessoas e coisas. Em razão da utilização da
expressão "viária", doutrinadores argumentam que
embarcações e aeronaves não estariam inclusas no
conceito de veículo automotor, pois teria sido dada
conotação terrestre ao termo "transporte viário”.
Dito isso, por ausência de previsão legal, entendo que as embarcações e
aeronaves não se enquadram no conceito de “veículo automotor”, e por
conseguinte, não se sujeitam à incidência do IPVA.
b) A Constituição Federal definiu o critério espacial da regra matriz de
incidência tributária do IPVA? Caso a pessoa (física ou jurídica) tenha
domicílios em diferentes Estados, nos termos dos arts. 71 e §1º do art. 75,
do Código Civil Brasileiro, qual será o Estado competente para cobrança do
3 ALVARENGA, Ricardo. O IPVA na propriedade de aeronaves.Revista Dialética de Direito Tributário.
São Paulo, n. 29, 1998.
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IPVA? E se o veículo for registrado em um Estado, mas utilizado em outros?
(vide anexos XII e XIII)
A Constituição Federal não definiu o critério espacial da RMIT do IPVA,
contudo, da leitura do art. 155, III, verifica-se que estabeleceu a competência
tributária aos Estados, e no § 6º disciplina que o referido imposto terá alíquotas
mínimas fixadas pelo Senado Federal e tornou possível o estabelecimento de
alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.
Diante de tal omissão constitucional, compete à lei infraconstitucional de cada
Estado o estabelecimento dos critérios da RMIT. No Distrito Federal, por exemplo,
o art. 3º do Decreto 34.024/2012 define como critério espacial da RMIT do IPVA
como sendo “[...] registrado e licenciado, inscrito ou matriculado no Distrito
Federal, perante as autoridades de trânsito nas vias terrestres [...]”. Já o Estado
de São Paulo, conforme art. 4º da Lei 13.296/2008 estabelece como critério
espacial da RMIT do IPVA que “O imposto será devido no local do domicílio ou da
residência do proprietário do veículo neste Estado”.
Entendo que em caso de o contribuinte do IPVA possuir domicílios em
diferentes Estados, nos termos dos arts. 71 e §1º do art. 75, do Código Civil
Brasileiro, o Estado competente para cobrança do IPVA será o do local de
registro do veículo, não devendo ser considerado o domicílio do contribuinte,
tendo em vista que trata-se de exação de caráter real, e não pessoal, devendo
ser levado em consideração o bem a ser tributado e não as características
pessoais do sujeito passivo.
Para ratificar tal entendimento, nos ensina Martins4 que:
No caso do IPVA, a tributação, como acima verificamos, deverá
ser levada em conta única e exclusivamente o veículo a ser
tributado, não podendo fixar exações distintas, tomando por base
aspecto extrínsecos ao bem tributado, tal como a situação do
contribuinte, património etc.
O STF reconheceu a repercussão geral do tema, conforme anexo XII do
presente seminário, por meio do ARE 784.682/MG - RG. Conforme leitura do
4 MARTINS, Rogério Lindenmeyer Vidal da Silva. O perfil do imposto sobre a propriedade de veículos
automotores – IPVA. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de direito tributário. São Paulo:
Saraiva. p. 788
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anexo XIII, verifica-se que o TJ/SP, através da Apelação Cível nº
0148012-98.2010.8.26.0100, decidiu ser devido o IPVA para o estado do
domicílio do contribuinte, para casos em que o veículo for registrado em um
Estado, mas utilizado em outros, com fulcro no art. 2º, da Lei Estadual nº
6.606/89, art. 120, do CTB, art. 75, IV, § 1º do CC e art. 127, II, do CTN.
Respeitosamente, não corroboro dessa decisão, sob o fundamento de que o
Estado competente para cobrança do IPVA será o do local de registro do veículo,
não devendo ser considerado o domicílio do contribuinte, tendo em vista que
trata-se de exação de caráter real, e não pessoal, devendo ser levado em
consideração o bem a ser tributado e não as características pessoais do sujeito
passivo.
c) É possível a exigência do imposto em relação ao domínio útil ou
posse do veículo? Identificar, justificando sua resposta, quem pode integrar
a relação jurídica tributária do IPVA, na qualidade de sujeito passivo, caso o
veículo seja objeto das operações de: i) locação; ii) arrendamento mercantil
(leasing); iii) alienação fiduciária (XIV, XV e XVI).
Em relação à exigência do imposto em relação ao domínio útil ou a posse do
veículo, mantenho o mesmo entendimento dado ao IPTU e ao ITR. O
desdobramento do gênero propriedade é dividido em duas espécies, o domínio
útil e a posse, intrinsecamente ligado à propriedade, com o objetivo de determinar
o sujeito passivo da relação jurídico-tributário e de facilitar o procedimentoarrecadatório. No Distrito Federal, por exemplo, o art. 2º do Decreto 34.024/2012
estabelece que o imposto incide sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse
legítima de veículo automotor.
No tocante ao sujeito passivo capaz de integrar a relação jurídica tributária do
IPVA, para os casos i) locação; ii) arrendamento mercantil (leasing); iii) alienação
fiduciária, segue meu entendimento:
i) locação - o sujeito passivo será o proprietário do bem (locador), por possuir a
propriedade da coisa, sendo o locatário mero possuidor que não detém o animus
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domini, a capacidade e os poderes decorrentes da propriedade, qual seja a
titularidade formal de um bem.
ii) arrendamento mercantil (leasing) - o mesmo entendimento da locação, tendo
em vista que o arrendador possui a propriedade do bem, enquanto o arrendatário
não possui a efetiva propriedade, não se caracterizando assim o gozo da posse
plena do veículo.
iii) alienação fiduciária - conforme art. 1.361 do Código Civil , é o credor fiduciário
o proprietário da coisa objeto de contrato de alienação fiduciária, cabendo ao
devedor fiduciante apenas a posse direta da coisa. Dito isso, entendo que o
devedor fiduciário responde solidariamente com o proprietário do bem (credor
fiduciário). Sendo assim, podemos concluir que o credor fiduciário é responsável
solidário pelo pagamento do IPVA até o cumprimento integral do contrato,
ocasião em que a propriedade do bem alienada passará a ser integralmente do
devedor fiduciário.
d) Qual o critério temporal do imposto no caso de (i) veículo novo; e (ii)
veículo usado? Pode um Estado cobrar o imposto já pago em outra unidade
federada no caso de transferência do veículo usado durante o exercício?
Sendo o veículo objeto de roubo, furto ou perda total durante o exercício,
pode o contribuinte pedir a restituição proporcional do valor já pago a título
de IPVA?
Como a competência tributária do referido imposto é estadual, conforme art.
155, III da CF/88, cada Estado irá determinar esse critério. Entendo que o critério
Temporal referente ao IPVA é o dia 1º de janeiro para veículos usados, e a data da
compra para veículos novos ou a data de desembaraço para veículos importados.
Como exemplo, cito a Lei do Estado de São Paulo nº 13.296/2008, que determina o
seguinte critério temporal no art. 3º:
Artigo 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do
imposto:
I - no dia 1º de janeiro de cada ano, em se tratando de
veículo usado;
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II - na data de sua primeira aquisição pelo consumidor,
em se tratando de veículo novo;
III - na data de seu desembaraço aduaneiro, em se
tratando de veículo importado diretamente do exterior
pelo consumidor;
Por se tratar de um tributo anual, entendo que um Estado não poderá cobrar
o imposto já pago em outra unidade federada no caso de transferência do veículo
usado durante o exercício por se tratar de bi-tributação. Para corroborar esse
entendimento, cito o entendimento da 7ª Turma do Colégio Recursal de São
Paulo, que manteve sentença que anulou cobrança feita pela Fazenda do estado
de valor sobre carro já registrado em Goiás. Segue trecho do acórdão Registro:
2018.0000065743: “No caso, o contribuinte tinha residência tanto em São Paulo
quanto em Goiás. Mesmo já tendo recolhido o IPVA em Goiás, a Fazenda
paulista decidiu cobrar novamente o IPVA.”
No caso do veículo ser objeto de roubo, furto ou perda total durante o
exercício, entendo que pode o contribuinte pedir a restituição proporcional do
valor já pago a título de IPVA. Na maioria dos estados, o ressarcimento do
imposto pode ser concedido integralmente a partir do exercício seguinte ao da
ocorrência. Nos casos em que houver recuperação do veículo, a restituição será
parcial e calculada à razão de 1/12 por mês de privação dos direitos de
propriedade do automóvel.
Cumpre mencionar que a restituição só é válida nos casos em que o
contribuinte já havia quitado o imposto (parcial ou integralmente), e é feita à
pessoa que constar como proprietária do automóvel no Cadastro de Contribuintes
do IPVA. No caso dos contribuintes que pagaram apenas parte do imposto
naquele ano, os valores devidos serão descontados do montante a ser
ressarcido.

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