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Pedagogia sistemica

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Ação e Reação 
Autora: M.e Luciene Guiraud 
Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Luciene Guiraud 
 
 
 
 
 
Ação e Reação 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Murillo Hochuli Castex 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
GUIRAUD, Luciene. 
Ação e Reação / Luciene Guiraud. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
90 p. 
ISBN: 978-85-5475-400-6 
1.Consciência. 2. Ação. 3. Pertencimento. 
Material didático da disciplina de Ação e Reação – Faculdade São Braz (FSB), 
2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ................................................................................................................. 06 
Aula 1 – Despertando a consciência ...................................................................... 07 
Apresentação da Aula 1 ......................................................................................... 07 
 1.1 Refletindo a ação ...................................................................................... 07 
 1.2 Conduta ética e questões relacionadas .................................................... 13 
Conclusão da Aula 1 .............................................................................................. 21 
Aula 2 – A consciência como princípio ................................................................... 23 
Apresentação da Aula 2 ......................................................................................... 23 
 2.1 Da autoconsciência à consciência cósmica .............................................. 23 
 2.2 As leis invisíveis impressas na consciência .............................................. 31 
Conclusão da Aula 2 .............................................................................................. 40 
Aula 3 – A consciência da espiritualidade nas relações ......................................... 41 
Apresentação da Aula 3 ......................................................................................... 41 
 3.1 Pertencimento e identidade ...................................................................... 42 
 3.2 As ordens fundamentais das relações ...................................................... 47 
Conclusão da Aula 3 .............................................................................................. 56 
Aula 4 – Espírito, consciência e cérebro ................................................................ 58 
Apresentação da Aula 4 ......................................................................................... 47 
 4.1 Níveis de consciência ............................................................................... 59 
 4.2 Níveis neurológicos e a aprendizagem ..................................................... 58 
Conclusão da Aula 4 .............................................................................................. 76 
Índice Remissivo ................................................................................................... 61 
Referências ........................................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prefácio 
Ação e reação é uma disciplina do curso de pós-graduação em Pedagogia 
Sistêmica que traz possibilidades de reflexões e compreensão de conceitos de 
distintas áreas do conhecimento científico na perspectiva de agregar, conectar e 
ampliar a percepção do todo. 
As dificuldades encontradas na área educacional, a improdutividade que 
tantas vezes resulta em angústia e caos na prática pedagógica, os problemas 
enfrentados no processo de ensino, aprendizagem e nos relacionamentos entre 
os sujeitos, a velocidade na qual as transformações sociais acontecem, bem 
como o despreparo para ensinar dentro de um contexto social mutável, 
conturbado e carregado de incertezas, revelam que é imprescindível alterar o 
modo de entendimento e atuação nos espaços educativos. 
Assim, a disciplina Ação e Reação objetiva romper com a exclusividade do 
pensamento reducionista-mecanicista da ciência tradicional, que aceita somente 
a materialidade, dominante na prática pedagógica, não o negando, mas sim se 
conscientizando de que a consolidação de um paradigma científico alternativo, 
abrangente e integrador, torna o sujeito capaz de prover-se de ideias 
transformadoras que podem modificar a sua individualidade, bem como as suas 
práticas e, com isso, reestruturar a instituição social na qual atua. 
Dessa forma, a disciplina se fundamenta, sobretudo, nos conhecimentos 
trazidos pelo conceito e princípio quântico de Amit Goswami, pela visão 
sistêmica de Frijot Capra e Bert Hellinger, perpassando pelo pensamento 
complexo de Edgar Morin e demais autores que trazem em seus estudos a 
possibilidade da compreensão do todo, de que os sistemas são totalidades 
integradas, interconectadas, inter-relacionadas. Diante disso, as reflexões 
propostas se pautam nas temáticas sobre as leis invisíveis; desordens 
sistêmicas no ambiente escolar, no ambiente hospitalar e no ambiente 
corporativo; inclusão e pertencimento; as ações e reações físicas; interação com 
o ambiente; níveis neurológicos; agrupamento, otimização e soluções de 
objetivos em interações específicas (pessoas e ambientes); conduta ética e 
questões relacionadas, tendo como pressuposto devolver unidade àquilo que se 
encontra separado. 
 
 
7 
 
Aula 1 – Despertando a consciência 
 
Apresentação da aula 1 
 
Muitas são as dificuldades enfrentadas por todos os que exercem suas 
atividades profissionais na área educacional. A tentativa de se adaptar a uma 
nova cultura de trabalho requer uma profunda revisão na maneira de ensinar e 
aprender. Mais do que reconsiderar a ação pedagógica, é necessário o despertar 
para a consciência de qual ação está sendo posta e de que esta, enquanto 
causa, gera efeitos que são observados em determinado tempo e espaço. Assim, 
sejam as açõesassertivas ou não, certamente também o serão as reações de 
que delas se originaram. É preciso romper certas barreiras e agregar novos 
conhecimentos, dando lugar a uma nova visão de mundo, pautando-se em uma 
conduta ética. É o que propõe a temática que estará sendo refletida a seguir. 
 
1.1 Refletindo a ação 
 
 A forma como professores e pedagogos pensam e entendem educação 
influenciará significativamente suas ações profissionais. Revisitar a ação que se 
empreende, no sentido reflexivo da palavra, muitas vezes automaticamente, 
outras com consciência do que se está fazendo, é condição sine qua non para 
avançar e evoluir. Nas palavras de Motomura (1995), é uma postura que exige: 
 
(...) uma grande abertura de nossa parte. Uma abertura que só é 
possível quando abrimos mão de nossos arcabouços atuais de 
pensamento, nossas premissas, nossas teorias, nossa forma de ver a 
própria realidade, e nos dispomos a considerar uma outra forma de 
entender o mundo e a própria vida. O desafio maior está em mudar a 
nossa maneira de pensar... (p. 9). 
 
Vocabula rio 
Sine qua non: locução adjetiva, do latim, que significa “sem 
a qual não”, faz referência a uma ação ou condição que é 
essencial. 
 
 
8 
 
Estudos de Moraes (1996) apontam que a origem das dificuldades da 
escola se encontra “no modelo da ciência, que prevalece num certo momento 
histórico, nas teorias de aprendizagem que o fundamentam e que influenciam a 
prática pedagógica”. (MORAES, 1996, p. 58). Vale ressaltar que há muitos 
séculos a ciência positivista influencia vários setores da sociedade ocidental e, 
num ciclo constante, a escola a reproduz desde como se organiza enquanto 
instituição, passando pelas práticas pedagógicas e também por meio dos 
conhecimentos que são disponibilizados aos alunos. 
 Para melhor compreensão de como se originou toda a influência que está 
sendo apontada, o pensamento de Capra (1995) é bastante pertinente. O autor 
refere-se, em uma de suas obras, ao fato de que o filósofo grego Aristóteles 
acreditava que a essência somente poderia se tornar real por meio da forma, 
uma vez que para ele a matéria continha a natureza essencial de todas as 
coisas. O pensamento ocidental foi dominado durante toda a Idade Média pela 
filosofia aristotélica (entre os séculos V e XV), cuja compreensão apresentava 
um mundo espiritual e orgânico. A partir dos séculos XVI e XVII, a visão medieval 
impulsionada pelas descobertas da Física, Astronomia e Matemática, período 
caracterizado então pelo que se conhece como revolução científica, “cedeu lugar 
ao entendimento de que o mundo seria como uma máquina, regido por leis 
matemáticas exatas” (GOMES et al, 2014, p. 4). Nicolau Copérnico, Galileu 
Galilei, René Descartes, Francis Bacon e Isaac Newton são alguns dos mais 
conhecidos representantes daquele momento histórico, o qual deu origem ao 
que também é chamado de mecanicismo cartesiano (visão cartesiana, linear). 
Nas palavras das autoras, 
 
O método analítico, um dos símbolos dessa revolução, foi criado por 
Descartes e consistia no pressuposto de que, quebrando os 
fenômenos complexos em partes, se poderia compreender o 
comportamento do todo a partir das propriedades das partes (IBIDEM, 
p. 5). 
 
O modelo de pensamento mecanicista foi avançando ao longo dos 
séculos e, apesar de em períodos subsequentes outros cientistas resgatarem as 
ideias aristotélicas que se concentravam na natureza de forma orgânica, como 
os filósofos Kant e Goethe (séc. XVIII) e o naturalista e zoologista Cuvier (séc. 
XIX), o pensamento cartesiano/newtoniano perdurou. (GOMES et al, 2014). Para 
 
9 
 
Goswami (1998), “Descartes dividiu a realidade em dois reinos separados – 
mente e matéria”. (GOSWAMI, 1998, p. 28). Origina-se aí a consolidação do 
pensamento dominante, ou seja, pautado na lógica, razão e objetividade. 
Durante os séculos XVIII e XIX surgem algumas correntes ideológicas na 
Filosofia, como o Iluminismo, o Marxismo, o Idealismo Alemão, o Pragmatismo 
e o Positivismo. Nesse período (século XVIII), concretizou-se a ruptura entre 
ciência e religião, separação que teve seu início no final do século XV. Foi uma 
ruptura gradativa. Primeiramente, rompeu-se a antiga relação entre a filosofia e 
a ciência, (esta buscava conhecimento independente e metodologicamente 
comprovado). As duas formas de enxergar o mundo passaram a concorrer, o 
que, somado à expansão do protestantismo, incentivou a Igreja Católica a 
endurecer sua doutrina, proibindo a circulação de obras literárias e científicas, 
entre outras formas de controle – (A Santa Inquisição) (GASPARINI, 2011). 
Ví deo 
O filme O Nome da Rosa, baseado no livro de 
Umberto Eco, retrata o mundo quando dominado 
pela Igreja Católica, que detinha o saber, 
educava o povo com vistas à submissão e 
exercia grande influência sobre muitos governos. 
Poderá ser visto, de forma bastante realista, a 
instalação de um tribunal da Santa Inquisição. 
(1980). Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=uqL7gn13JoQ 
 
De acordo com Rossoni (2003, p. 174), o Positivismo, “que até hoje exerce 
influência no meio cientifico, afirma que só se pode ter como verdadeiro aquilo 
que aparece aos nossos sentidos e que pode ser mensurado”. Ideia que 
contempla a objetividade (por meio do método científico), em detrimento à 
subjetividade (subordinação da imaginação e da argumentação à observação). 
Essa corrente filosófica tem como seu principal representante Auguste Comte, 
considerado o pai da Sociologia. No entanto, o surgimento da Sociologia está 
vinculado à consolidação do capitalismo moderno e foi reconhecida como ciência 
a partir dos estudos de Émile Durkheim, no final do século XIX (ARON, 2008). 
Sendo o Positivismo uma corrente filosófica que traz ainda muitas 
influências no âmbito educacional, vale ressaltar também a seu respeito que sua 
 
10 
 
gênese ocorreu em um período de profundas mudanças sociais, econômicas, 
políticas, ideológicas, tecnológicas e científicas, advindas da consolidação do 
Capitalismo Industrial. A razão tomou lugar de destaque na sociedade do século 
XIX (VALENTIM, 2010). 
O século XX trouxe debates no mundo científico, nas mais diversas áreas 
de conhecimento. Outras visões foram postas e algumas trouxeram embates e 
resistências. A Biologia Organísmica ou Organicismo surge como um movimento 
de oposição ao mecanicismo, e dela emerge a Ecologia, cujo estudo 
compreende as relações que interligam os organismos, a visão dos sistemas 
vivos como redes. Para Capra (1995), não existe hierarquia na natureza e, sim, 
redes que se formam dentro de outras redes. 
Paralelamente à Ecologia, surge a Física Quântica, “que contraria o 
pensamento newtoniano predominante até então, segundo o qual todos os 
fenômenos físicos poderiam ser reduzidos às propriedades de partículas 
materiais rígidas e sólidas” (GOMES et al, 2014, p. 6). Para o pensamento 
quântico, que entende o universo interconectado, “a origem de todos os 
problemas que a sociedade enfrenta está na ideia mecanicista de que há um 
conflito entre espírito e matéria” (GOSWAMI, 2010, p. 8). 
 
 
Pensamento quântico 
Fonte: https://www.wonderopolis.org/wp-
content/uploads/2017/03/Quantum_Physicsdreamstime_xxl_60222747.jpg 
 
 
11 
 
Assim, a concretização de um novo paradigma científico, tendo como 
base a Física Quântica, “redescobre a espiritualidade, ao afirmar que é a 
consciência, e não a matéria, o substrato para tudo o que existe” (op.cit). Dessa 
forma, os físicos quânticos comprovam em suas pesquisas que “o universo é 
uma totalidade ininterrupta e indivisível, na qual todos os seres e fenômenos 
estão interligados numa teia viva”. (ARAÚJO, 1999, p. 167). Nas palavras de 
Capra (1995), enquanto no pensamento reducionista-mecanicista “as 
propriedades e o comportamento das partes determinam as do todo”, a situação 
se inverte no pensamento quântico, “é o todo que determina o comportamentodas partes”. (p.32). 
Outras ciências avançaram em suas pesquisas dentro da concepção 
defendida pela Biologia, pela Ecologia e pela Física Quântica. É o caso da 
Psicologia da Gestalt, que, “liderados por Max Wertheimer e por Wolfgang 
Köhler, reconheceram a existência de totalidades irredutíveis como o aspecto-
chave da percepção”. (CAPRA, 1995, p. 33). Consolida-se então a visão 
holística, ou seja, a forma de perceber a realidade pelo todo. 
Ví deo 
No filme Ponto de Mutação (Mindwalk, 1982), 
dirigido por Bernt Amadeus Capra, uma 
cientista, um poeta e um político discutem 
Física Quântica, Ecologia e os novos 
paradigmas que poderiam levar a humanidade 
a caminhar rumo a uma consciência ecológica 
cada vez maior. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=7tVsIZSpOdI 
 
Algumas teorias foram tomando corpo, cada qual dentro de sua área de 
interesse, estabelecendo conexões entre si, buscando aprofundamento e se 
inter-relacionando. A visão holística evolui para um princípio hologramático, que 
significa que “não apenas a parte está no todo, mas o todo está na parte”. 
(MORIN, 2011, p.74). 
 
 
 
12 
 
Saiba Mais 
O princípio hologramático traz a ideia do holograma. O 
holograma é uma imagem física, concebida por Gabor que, 
diferentemente das imagens fotográficas e fílmicas comuns, 
é projetado ao espaço em três dimensões, produzindo uma 
assombrosa sensação de relevo e cor [...]. O holograma 
demonstra, portanto, a realidade física de um tipo 
assombroso de organização, na qual o todo está na parte 
que está no todo, e na qual a parte poderia ser mais ou 
menos apta a recriar o todo (MORIN et al.,2003, p. 34). 
 
Nessa perspectiva, surge o pensamento sistêmico, o pensamento 
complexo, o pensamento quântico. Em síntese, surge uma integração de 
paradigmas. Uma atitude que supõe a convergência de diversas perspectivas, o 
que só é possível com critérios holísticos/hologramáticos. Nas palavras de 
Araújo (1999, p. 165), “apontando para a relação dialógica de coexistência 
fecunda e criadora entre a Ciência, a Arte, a Filosofia e as tradições espirituais”. 
Assim entendido, a análise prévia que se pode fazer nesse momento é a 
constatação de que o paradigma holístico e todas as vertentes que nele se 
baseiam para fazer ciência (visão sistêmica, visão complexa, visão quântica), 
traz transformações substanciais em pensamentos, percepções e valores, sem 
a necessidade de romper com o anterior. Afinal, as partes compõem o todo. 
Entretanto, o todo não pode ser reduzido às suas partes. Como bem cita Morin 
(2005), as transformações começaram a romper com as verdades absolutas da 
ciência determinista, mesmo que ainda perdurem. Não dissolvidas, mas sim em 
metamorfose. 
 
Enquanto os físicos acreditavam, em 1900, que sua ciência suprema 
estivesse quase completa, essa mesma física começava uma nova 
aventura, arruinando seus dogmas. A pré-história das ciências não 
terminou no século 17. A idade pré-histórica da ciência ainda não está 
morta no fim do século 20. Mas em toda parte, cada vez mais, tende-
se a ultrapassar, abrir, englobar as disciplinas, e elas aparecerão, pela 
ótica da ciência futura, como um momento de sua pré-história Isso não 
significa que as distinções, as especializações, as competências 
devam dissolver-se. (...) Não haverá transformação sem reforma do 
pensamento, ou seja, revolução nas estruturas do próprio pensamento. 
O pensamento deve tomar-se complexo (MORIN, 2005, p.10). 
 
 
13 
 
Deve-se compreender a necessidade de “considerar o todo em sua 
complexidade e organização; assim, embora o indivíduo faça parte da família, 
ele mantém sua individualidade” (GOMES et al, 2014, p. 7), e de buscar um novo 
olhar sobre áreas pouco exploradas, como as Tradições Antigas, a 
Parapsicologia, a Teosofia, a Logosofia e demais ciências que foram sido 
deixadas à margem, embora algumas sendo consideradas pseudociências pela 
comunidade científica, por não contemplarem os critérios do método científico 
aceito. No entanto, é notório se ter consciência de que uma linha tênue separa 
ciência de pseudociência. 
Diante disso, a reflexão fundamental a ser feita, de acordo com o que Pinto 
(2014) cita em sua pesquisa, é a de que “há ainda muito trabalho filosófico 
importante a ser feito sobre a demarcação entre ciência e pseudociência” (p. 21). 
Dessa forma, buscar analisar e concentrar os estudos em pesquisas de 
cientistas íntegros e respeitados em seus trabalhos, com uma vasta produção 
científico-acadêmica, certamente trará credibilidade ao conhecimento que se 
pretende construir e afastamento dos equívocos amplamente disponibilizados na 
sociedade, tanto na mídia impressa quanto na virtual. Acima de tudo, é olhar por 
meio da ética e da responsabilidade. Mas, afinal, o que se entende por ética? O 
que significa ética atualmente? Como a ética pode interferir na ciência, na vida 
cotidiana e na prática docente? 
 
1.2 Conduta ética e questões relacionadas 
 
Neste momento serão abordados as questões e os estudos que envolvem 
o que se entende por ética no campo da ciência, mais precisamente da Filosofia, 
que a estuda. Não será uma abordagem aprofundada, pois não é o propósito, e 
estará voltada em especial à Educação, à Pedagogia enquanto Ciência da 
Educação e à formação dos professores. Trazer os conceitos filosóficos sobre 
ética se torna indispensável no que diz respeito às ações que se pretende refletir, 
bem como à consciência que se almeja atingir. 
O aspecto ético deve pautar tanto a prática educativa quanto a formação 
dos professores, além de também regular o comportamento moral da vida em 
sociedade. Atualmente, a ética é vista como parte da Filosofia que se propõe a 
estudar, refletir e tecer considerações a respeito de como as pessoas devem (ou 
 
14 
 
deveriam) se comportar moralmente, relacionando a moral como uma prática, 
entendida por Cortella (2009, p. 103) como o “exercício das condutas”. 
Para esse autor, “o que marca a fronteira da nossa convivência [...] é aquela 
perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos valores para 
existirmos juntos [...]”. (CORTELLA, 2009, p.102). Assim, ética se dá a partir das 
relações que se constituem por meio de um conjunto de princípios morais 
estabelecidos. 
Moral e ética estão profundamente interligadas. Enquanto a primeira atua 
de forma interna e individual, da consciência do ser, a segunda se constitui numa 
relação social, de forma externa, representada pelo conjunto de normas – a 
legalidade – e da relação que o indivíduo estabelece com tais normas. 
(GONZÁLEZ, 1997/1998). Nas palavras de Cortella, em palestra sobre o tema 
(2006), “a ética se resume em responder três questões da vida humana: querer, 
poder e dever. Têm coisas que queremos, mas não podemos; têm coisas que 
podemos, mas não devemos; e têm coisas que devemos, mas não queremos”. 
Ví deo 
No vídeo Ética do Cotidiano, os filósofos Mario Sergio Cortella 
e Clóvis de Barros Filho discorrem a respeito do conceito de 
ética e o aperfeiçoamento de condutas para a convivência em 
sociedade. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=9_YnlPXKlLU 
 
Ao se analisar na perspectiva da ética na ciência, a conduta é a mesma. 
Afinal, ética é comportamento e, como tal, pauta os fazeres e a respectiva 
responsabilidade social. Enquanto “a ciência se ocuparia da geração de 
conhecimento sobre o mundo; a ética, da discussão das ações humanas, no que 
diz respeito às suas repercussões sobre a felicidade e bem-estar de outros seres 
humanos ou quaisquer outros seres” (CHIBENI, 2019, p. 1). 
 Assim, exemplificando, a elaboração do material para a disciplina Ação e 
Reação esteve pautada na ética, respeitando os pensamentos dos autores, os 
quais fundamentaram a pesquisa, não se apropriando dos conceitos, mas, por 
meio deles e das reflexões que permitiram, foram criando-se e recriando-se os 
próprios conceitos das temáticas postas em discussão.O critério utilizado para 
 
15 
 
a seleção das ideias e conceitos postos foi, acima de tudo, pertinente à qualidade 
profissional dos respectivos autores, ou seja, somente estudiosos das áreas 
abordadas que têm sua validade no âmbito acadêmico-científico. Nas palavras 
de Morin (2005), "uma ciência empírica privada de reflexão e uma filosofia 
puramente especulativa são insuficientes, consciência sem ciência e ciência sem 
consciência são radicalmente mutiladas e mutilantes..." (p. 11). Fazer ciência 
com consciência. Nisso incide a responsabilidade moral e ética em fazer ciência. 
A ética pode ser definida como o comportamento adotado nas relações 
sociais que se constituem por meio de um conjunto de princípios morais 
estabelecidos, cuja essência é a empatia e o respeito. Afinal, colocar-se no 
lugar do outro, imprimir determinada ação de acordo com o que se espera e se 
entende ser o correto, é uma atitude de consideração. No entanto, agir 
eticamente e ter confiança de que assim se está fazendo gera, muitas vezes, 
alguma tensão. Conforme aponta Gonzalez (1997/1998): 
 
Tensão entre o ser (o que é) e o dever-ser; ou ainda, entre o ser e as 
tendências e possibilidades históricas do dever-ser. Tensão a partir da 
qual flui nossa capacidade (mas também nossa incapacidade) de 
responder historicamente/socialmente: como penso e como devo 
pensar? E que possibilidade de pensar de modo alternativo, diverso 
e/ou adverso ao modo de pensar instituído, dominante, posso 
(podemos) criar? Como ajo e como devemos agir? Como vivo e como 
devemos viver? E mais: quais as possibilidades de superarmos nossas 
atuais formas e meios de agir e viver? E, ainda, que instrumentos, que 
mediações poderíamos criar para pensar, agir e viver de maneira 
radicalmente inovadora? (p.172). 
 
Tais questões emergem do inconsciente (chamado potentia, na física 
quântica), da alma, da consciência, em todas as circunstâncias das relações 
humanas que se estabelecem por meio de atitudes éticas e empáticas. “O mundo 
no qual eu vivo não é só o mundo de corpos físicos, é também um mundo de 
sujeitos alheios, outros a mim, e eu sou o conhecimento desta experiência 
vivenciada” (STEIN, 2003, p. 70 apud GRZIBOWSKI; BAREA, 2015, p. 36). A 
ética, compreendida dessa forma, está além das normas estabelecidas. Além da 
razão, a emoção e a sensibilidade a tornarão possível. 
 
 
 
16 
 
Para Refletir 
E como se dão as questões éticas no âmbito educacional e 
em suas instituições? 
 
 
As relações entre os campos da responsabilidade, da empatia e da ética 
e suas finalidades no universo educacional devem ser discutidas a partir da ideia 
do surgir de outra consciência, na qual educação e formação ética se 
encontrariam obrigatoriamente em via de mão dupla (BASSALOBRE, 2013). 
Ao imprimir ação nos espaços educativos, deve-se ter uma visão ampla da 
realidade, de como é aquele espaço, que sujeitos ali circulam, com qual 
finalidade, quais paradigmas norteiam a ação, o que se pretende alcançar, aonde 
efetivamente se quer chegar. Estudos de Moraes (1996) apontam que: 
 
Ao mesmo tempo em que a educação é influenciada pelo paradigma 
da ciência, aquela também o determina. [...] Uma ciência do passado 
produz uma escola morta, dissociada da realidade, do mundo e da 
vida. Uma educação sem vida produz seres incompetentes, incapazes 
de pensar, construir e reconstruir conhecimento. Uma escola morta, 
voltada para uma educação do passado, produz indivíduos incapazes 
de se autoconhecerem, como fonte criadora e gestora de sua própria 
vida, como autores de sua própria história (MORAES, 1996, p. 58). 
 
A escola, enquanto instituição educacional, é regulada por um paradigma 
reducionista-mecanicista, influenciada ainda por posturas nas quais a lógica e a 
racionalidade devem prevalecer, em que mente e matéria, divididas, 
fragmentadas, não estão em conformidade com a realidade que se mostrou 
durante o século XX e primeiras décadas do século XXI. Um tempo marcado por 
interesses diversificados, fragilizado em valores, marcado por crises, violência, 
desigualdades, corrupção em todos os níveis, desrespeitos generalizados. Uma 
sociedade cujos valores éticos são capengas. Mas o que faz a escola, diante 
disso? 
[...] continua dividindo o conhecimento em assuntos, especialidades, 
subespecialidades, centrada no professor e na transmissão do 
conteúdo que, em nome da transmissão do conhecimento, continua [...] 
produzindo seres subservientes, obedientes, castrados em sua 
capacidade criativa, destituídos de outras formas de expressão e 
solidariedade (MORAES, 1996, p. 59). 
 
17 
 
Importante 
Quando o debate em torno dos aspectos e modos de conduzir 
as práticas permanece quase que infindavelmente, o que 
afirmam normalmente os professores? Que são engessados 
pelo “sistema”, e nada ou pouco fazem para reverter o que está 
posto. Então, novamente, a discussão leva para as reflexões 
sobre ética. Certamente aqui há um relativismo moral, uma 
ética da conveniência, expressão cunhada por Cortella, que em 
sua ponderação no debate com Barros Filho traduz o modo 
como se orientam determinadas escolhas. É conveniente 
apontar para algo ou alguém evitando puxar também para si a 
responsabilidade de reverter os problemas, os conflitos, o 
comportamento impróprio do outro. Atitude que se pode 
considerar como antiética e imoral. 
 
Muitas são as ações no âmbito escolar que denotam comportamentos 
antiéticos e imorais. Culturalmente aceitos às vezes, punidos em outras 
circunstâncias, justificados pelos mais variados motivos, e que não são 
responsabilizados pelos conflitos que originam. Há tentativas de solução de 
problemas sem, contudo, atacar a raiz da situação. O foco é o problema que 
surge, mas não as variáveis que o originam. “Toda vez que o foco está em 
alguma coisa, fica descaracterizada a ideia de complexidade, diversidade, 
pluralidade” (BARROS FILHO; CORTELLA, 2014, p. 17). 
Poder-se-ia aqui enumerar uma vasta lista de ações que não se pautam na 
ética, na empatia, na responsabilidade e que estão presentes no interior das 
instituições educacionais. Não é o propósito desta disciplina. Como dito 
anteriormente, o objetivo é refletir sobre as ações, despertando a consciência, 
rompendo barreiras para tal, observando a realidade posta e buscando 
compreender que há um universo de possibilidades. Entender que sem a nítida 
consciência do real não o transformamos, nem sequer o aprimoramos e que 
dentre o universo de possibilidades, a ética é uma escolha. Não há sistema que 
impeça atitudes e condutas éticas. 
 
É muito comum ouvirmos coisas do tipo: “O problema é o sistema”. 
Aliás, o “problema do sistema” é um argumento que serve hoje como 
desculpa para tudo. (...) Eu gostaria de lembrar, no entanto, um 
detalhe: o que há no mundo da vida são pessoas. E seja qual for o 
sistema, sempre haverá a possibilidade de dizer: “Este jogo eu não 
jogo”. Não me venham querer fazer acreditar que as condições de vida 
 
18 
 
possam ser tais que eu me veja impedido, em última instância, até 
mesmo de recusar-me a participar do jogo quando não houver 
nenhuma possibilidade de que ele seja conduzido como eu quero. 
Dizer, portanto, que o sistema constrange à corrupção sem que haja 
nenhuma possibilidade de questionamento me parece extremamente 
confortável para todos aqueles que buscam, muitas vezes, tirar de si a 
responsabilidade pelas escolhas diárias [grifo nosso] (BARROS 
FILHO; CORTELLA, 2014, p. 40). 
 
Esse “sistema” que tantas vezes é referendado, uma entidade simbólica 
para um conjunto de ações, determinações e intenções, tem seu foco no 
resultado. Entretanto, a ação pedagógica é processo. Consideravelmente uma 
contradição. Manter o foco no resultado, como considerado anteriormente, é 
influência de uma visão mecânica, fragmentada, reducionista, que impede o 
entendimento do todo. Todas as coisas (objetos materiais, pensamentos e 
ideias, condutaséticas, o valor da religião e da espiritualidade, a interpretação 
sobre livre-arbítrio, a criatividade na busca do potencial humano) têm sido objeto 
de dúvidas e conflitos motivados pelas “afirmações categóricas e desmedidas da 
ciência convencional em prol do materialismo científico” (GOSWAMI, 2010, p. 
14). 
No âmbito das discussões sobre condutas éticas, qual é o resultado 
possível que tornaria justo o caminho que se utiliza para nele chegar? Para 
Barros Filho e Cortella (2014), “do ponto de vista ético, é exatamente a justeza 
do lugar ao qual queremos chegar que fará com que utilizemos apenas meios 
justos para alcançá-lo” (p. 22). Os fins podem justificar os meios? É imperioso 
refletir, portanto, quais os fins da ação educativa e quais os meios que se estão 
lançando mão para tal. São questões pertinentes de serem refletidas nesse 
momento e durante todo o percurso das ações pedagógicas. 
Na ciência, nas instituições, na prática docente, no cotidiano, ou em 
qualquer instância em que se estabeleçam as relações, os valores humanos 
devem ser considerados prioridade. Dessa forma, a ética tem que ser tratada 
na perspectiva de emoções, de sensações, de empatia, como dito anteriormente, 
de altruísmo. Certamente um comportamento altruísta tem significado 
entrelaçado com a ética. Para Goswami (2015, p. 188), “o esquema conceitual 
que procura incorporar o comportamento altruísta em nossa norma usual é 
chamado ética”. Para esse autor, que traz a perspectiva da física quântica como 
uma nova ciência que se baseia em Deus (consciência não local) e, por meio 
 
19 
 
dele, a possibilidade de recondução da ética e dos valores ao centro da vida 
humana, “o altruísmo é um comportamento real, empiricamente comprovado, e 
não é compulsório para todos” (IBIDEM, p. 189). 
Portanto, durante o século XX e as primeiras décadas do século XXI, 
ciência e espiritualidade iniciam um processo de reconciliação, por meio dos 
estudos de alguns cientistas cujos pensamentos contemplam a visão do todo 
como uma relação entrelaçada das partes. A visão materialista não dá conta de 
responder a toda complexidade do mundo, da natureza, do ser humano, do 
universo. Agora, uma parte da ciência redescobre Deus, “um princípio 
organizador, um princípio criativo causalmente poderoso além da matéria”, 
(GOSWAMI, 2005, p. 43), matriz divina, consciência, mente natural, mente 
divina, ondas de infinitas possibilidades, consciência quântica. “alguns o 
chamam pela expressão mais objetiva campo quântico, ou, seguindo a filosofia 
oriental, campo akáshico” (LASZLO, 2004 apud GOSWAMI, 2015, p. 27). 
Akasha é uma palavra em sânscrito que significa céu, espaço ou éter, estudado 
na Teosofia, no Hermetismo, na Filosofia Hindu, na Psiquiatria, no Espiritismo, 
no Paganismo e no Ocultismo. 
Saiba Mais 
Místicos e sábios têm sustentado, desde há muito tempo, 
que existe um campo cósmico que interliga tudo nas raízes 
da realidade e que conserva e transmite informação, um 
campo conhecido como registro akáshico. Recentes 
descobertas na física do vácuo mostram que esse campo 
akáshico é real e tem seu equivalente no campo do ponto 
zero da ciência, que é subjacente ao próprio espaço. Esse 
campo consiste em um mar sutil de energias flutuantes do 
qual emergem todas as coisas: átomos e galáxias, estrelas 
e planetas, seres vivos e até mesmo a consciência. 
(LASZLO, 2004). 
 
Assim entendido, conceituar ética apenas do ponto de vista material, de 
comportamento, conduta, atribuindo-a simplesmente a processos cerebrais e 
redes neurais não produziria uma apreensão completa. Dessa forma, lança-se 
mão do entendimento, contemplando a visão espiritual, ou seja, num movimento 
único e pleno, em todas as direções, ondas de energia entrelaçadas, pura 
 
20 
 
energia, vibratória, que produz efeito (reação) e também é a causa (ação) entre 
corpo, mente, consciência, espírito. Ou seja, “a consciência é o fundamento de 
todo ser e nossa autoconsciência é Essa consciência” (GOSWAMI, 1998, p. 
311). 
 
 
Em síntese, a ética é uma reflexão sobre a moral. 
 
 
Esta define padrões sobre o que se julga ser certo ou errado, bom ou mau, 
justo ou injusto, legal ou ilegal na conduta humana e na tomada de decisões, em 
todas as etapas e relacionamentos da vida. Ser ético implica ter empatia, 
sensibilidade diante das pessoas e situações, altruísmo, integridade, 
consciência. Na perspectiva quântica, a consciência não é somente individual, 
ela é consciência cósmica, transcendental, ou seja, “a nossa consciência, não 
na forma da consciência-ego ordinária, mas como uma consciência superior, na 
qual somos todos um”. (GOSWAMI, 2018, p. 15). E, nessa perspectiva de 
unidade, há um conjunto de códigos a serem postos em prática – moralmente, 
ser ético implica em respeitar determinados princípios para o melhor convívio 
entre todos. A dimensão moral de cada indivíduo é regida por leis morais 
invisíveis, oriundas da consciência cósmica, leis universais. Assunto que será 
abordado em outro momento. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia a obra Consciência Quântica, de Amit 
Goswami, que mostra uma nova e integradora 
visão da existência e da origem com base nos 
princípios da física quântica. Não somos 
apenas espírito, tampouco puramente 
matéria: somos todos “consciência quântica”, 
um conceito divisor de águas para a 
compreensão da existência. 
 
 
21 
 
As reflexões realizadas até o momento são uma abertura para mudanças 
no campo pessoal, profissional e social, centrando no poder de decisão de cada 
um, no pensamento íntegro e ético, na perspectiva de possibilitar a efetivação 
de soluções para muitos problemas ainda considerados impossíveis. É 
imprescindível que se rompam as barreiras postas, que a consciência desperte 
para outras possibilidades que surgem na forma de entender o mundo e as 
relações que se estabelecem. 
A maioria dos problemas atualmente existentes na área educacional 
persiste há muito tempo, pois ainda o foco se concentra nos resultados, reforça-
se a separação de realidades inseparáveis, se vê a mente separada do corpo e 
conhecimentos desconectados. O desenvolvimento humano depende da 
capacidade de reflexão, do aprimoramento de habilidades de pensar e saber, de 
entender que se é mais do que matéria, que há uma essência em cada criatura. 
Buscar uma educação que priorize a transcendência do ser, que esclareça que 
há uma consciência além da mente, que permita aceitar a inter-relação e 
interdependência dos elementos e que reconheça os processos de mudanças, 
de trocas, de complementaridade, não apenas sob o ponto de vista de processos 
cerebrais e redes neurais, mas também entre corpo, mente, consciência, 
espírito. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Nesta aula foram analisadas as necessidades de rompimento com o 
paradigma cartesiano que influencia a forma de pensamento do universo 
educacional, abrindo possibilidades para fazer emergir uma nova visão e, por 
meio dela e da mudança de pensamentos, considerar a tomada de novas ações. 
(MOTOMURA, 1995; MORAES, 1996). 
Para tal, foi feito um breve percurso histórico da ciência na sociedade 
ocidental, identificando as influências que esta exerce na coletividade, nas 
práticas pedagógicas, na cultura escolar como um todo. Foi revisto, 
resumidamente, o período em que o pensamento materialista se originou, 
ascendendo a visão de que o mundo seria como uma máquina, regido por leis 
matemáticas exatas. René Descartes criou o método analítico, que consistia no 
pressuposto de que, quebrando os fenômenos complexos em partes, se poderia 
 
22 
 
compreender o comportamento do todo a partir das propriedades das partes 
(GOMES et al, 2014). 
Houve, a partir disso, a divisão da realidade em dois reinos: mente e 
matéria. As questões relativas à espiritualidade, por não se explicarem por meio 
da lógica, da razão e objetividade, foram relegadas ao segundo plano.Ciência e 
religião se dissociam (GOSWAMI, 1998). 
Durante os séculos XV a XIX, surgem algumas correntes filosóficas entre 
elas, como o Positivismo, exercendo grande influência no meio científico e 
afirmando que só se pode ter como verdadeiro aquilo que aparece aos sentidos 
físicos e o que se pode mensurar. (ROSSONI, 2003). Isso trouxe a ideia que 
contempla a objetividade (por meio do método científico) em detrimento à 
subjetividade (subordinação da imaginação e da argumentação à observação). 
O século XX foi marcado por debates no mundo científico, outras visões 
foram colocadas e algumas trouxeram embates e resistências, sendo postas 
como pseudociências, por não contemplarem os critérios do método científico 
aceito. A Biologia Organísmica ou Organicismo, a Ecologia, a Física Quântica, a 
Psicologia da Gestalt, começaram a defender a inter-relação, interconexão, a 
visão do todo, visão holística. Inicia-se então, um novo paradigma científico, 
tendo como base a Física Quântica, que redescobre a espiritualidade ao afirmar 
que é a consciência, e não a matéria, o substrato para tudo o que existe. Os 
físicos quânticos comprovam em suas pesquisas que o universo é uma 
totalidade ininterrupta e indivisível, na qual todos os seres e fenômenos estão 
interligados numa teia viva (GOSWAMI, 2010; ARAÚJO, 1999; CAPRA, 1995). 
O paradigma holístico/hologramático traz transformações substanciais em 
pensamentos, percepções e valores, sem a necessidade de romper com o 
anterior. Afinal, as partes compõem o todo. Entretanto, o todo não pode ser 
reduzido às suas partes. As transformações começaram a romper com as 
verdades absolutas da ciência determinista, mesmo que ainda perdurem. Não 
dissolvidas, mas sim em metamorfose (MORIN, 2005). 
Por existir uma linha tênue separando ciência de pseudociência, se torna 
necessário seguir critérios na escolha de fundamentação para produção de 
conhecimentos que se pretende adquirir, adotando sempre uma conduta ética e 
responsável na elaboração de conceitos científicos, ou seja, fazer ciência com 
consciência (MORIN, 2005). O aspecto ético deve pautar tanto a prática 
 
23 
 
educativa quanto a formação dos professores, além de também regular o 
comportamento moral da vida em sociedade. 
Atividade de Aprendizagem 
O aspecto ético deve pautar tanto a prática educativa quanto a 
formação dos professores, além de também regular o 
comportamento moral da vida em sociedade. 
Redija um texto que deverá ter no mínimo 5 linhas e no máximo 
10 linhas a respeito do que sejam condutas éticas e antiéticas 
na prática educativa. Exemplifique. 
 
 
 
Aula 2 – A consciência como princípio 
 
Apresentação da aula 2 
 
Tendo em vista as fragilidades e limitações do estatuto da objetividade na 
realidade do mundo e o discernimento da “consciência” como o substrato para 
tudo o que existe, neste momento serão abordadas algumas considerações que 
buscam apresentar determinadas características fundamentais dos seres 
conscientes, de suas condutas, de suas dimensões morais, regidas por leis 
invisíveis, oriundas da consciência cósmica, leis universais, bem como sobre as 
possibilidades da “consciência” enquanto princípio da percepção ou ideia da 
unidade fundamental de toda existência (somos todos “um”), de que tudo é 
energia que se expande e vibra. As temáticas a seguir serão refletidas na 
perspectiva de melhor compreensão do paradigma proposto. 
 
2.1 Da autoconsciência à consciência cósmica 
 
Todo rompimento de paradigma remete à ação de sair de um campo da 
acomodação, gerando o efeito de desconforto e desacomodação, tornando-se 
um dilema. No entanto, a decisão de mudança está na visão que se tem do 
sentido da vida e no livre-arbítrio de cada um (apesar de o determinismo 
mecanicista rejeitar a ideia de que os homens tenham livre-arbítrio). A respeito 
 
24 
 
da possibilidade de mudança, ou transformação, o debate vem de muito tempo, 
valendo relembrar que: 
 
Situam-se nos filósofos pré-socráticos as disputas referentes à querela 
estabilidade/permanência. Para Heráclito, tudo está em permanente 
estado de atualização, tudo flui com o passar do tempo, nunca nos 
banhamos duas vezes no mesmo rio, pois, quando lá voltamos, nem o 
rio nem nós somos os mesmos. Como conhecer, como ter crenças 
verdadeiras justificadas em um mundo que desvanece? Outra 
perspectiva é a de Parmênides, para quem somente existe a 
possibilidade de conhecer o que permanece, o que é essencial e 
imutável. Ora, nas mais diversas acepções, a pessoa é algo em 
permanente estado de atualização (MACHADO, 2016, p. 20). 
 
Assim refletido, cabe compreender que, para resolver um problema, há a 
necessidade de colocá-lo sob uma ótica diferente daquela que o criou. É preciso 
permitir atualização, abrir para outras dimensões da realidade. Diante das 
diversas turbulências no cenário social e, em consequência, nos espaços 
educativos, romper as barreiras, sair do casulo e trazer outros paradigmas para 
produzir conhecimento é a primeira atitude para se encontrar o caminho para as 
soluções desejadas. 
 
 
Transformação 
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/wp-content/uploads/2017/04/transformacao-
do-destino.jpg 
 
Diante disso, alguns pesquisadores das mais diversas áreas científicas têm 
se debruçado em estudos sobre a “consciência”, ampliando a rede dos 
 
25 
 
conhecimentos já elaborados. É uma temática que traz muito impacto no meio 
científico, assim como também acarreta divergências entre as visões 
reducionista/mecanicista e holística/hologramática. É difícil perder velhos 
hábitos. E nisso se inclui a maneira de pensar o mundo. As categorias 
cartesianas-newtonianas de tempo, espaço, matéria e causalidade estão tão 
impregnadas na percepção da realidade que influenciam todos os aspectos da 
forma de se pensar sobre a vida. Não seria diferente com as questões sobre 
“consciência”. Tais divergências consistem, principalmente, na separação entre 
matéria e espírito, conforme esclarece Di Biase (2006): 
 
O estudo da Consciência fora banido desde o século XVII do domínio 
da ciência, quando Descartes separou o homem de seu espírito, 
relegando o assunto às discussões teológicas. Com este seu célebre 
engano, Descartes originou um grave erro de percepção na filosofia 
ocidental, provocando uma esquizofrenia cultural geradora de um 
paradigma materialista em nossa civilização ocidental que se infiltrou e 
se disseminou progressivamente, nas áreas acadêmicas de nossas 
universidades. Essa dicotomia cartesiana, reforçada pela grande 
síntese da física clássica realizada por Sir Isaac Newton, no século 
XVIII, subjaz ainda hoje na visão de mundo mecanicista e reducionista 
predominante em nossa época. Além de dividir o homem em mente e 
corpo, este paradigma cartesiano-newtoniano separou também o 
homem do universo e de sua fonte espiritual (DI BIASE, 2006, p. 4). 
 
Entre as áreas que rompem a dicotomia cartesiana-newtoniana 
encontram-se, como já sabido, a Física Quântica, a Psicologia em algumas de 
suas abordagens, a Neurociência por meio de alguns pesquisadores, (estas 
ciências têm se aprofundado no estudo da “consciência”), a Logoterapia, assim 
como alguns outros campos do conhecimento, mesmo que ainda timidamente. 
Há ainda os estudos dos campos entendidos como pseudociência, que buscam 
conceituar e explicar “consciência” dentro das perspectivas aqui abordadas, 
como a Parapsicologia, a Psicanálise, a Teosofia. Estas, ainda que na contramão 
do cientificismo, são apreciadas por produzirem saberes válidos, relevantes e 
aplicáveis na ampliação dos conhecimentos. 
A Psicologia Transpessoal é uma abordagem da Psicologia que defende 
que o ser humano precisa transcender sua psique – pessoal, conectando-se ao 
todo, ou a outras realidades mais abrangentes – transpessoais, “caracterizada 
por um estado de consciência superior, que contém todas as experiências 
anteriores do indivíduoe prossegue no sentido de conduzir o ser humano em 
 
26 
 
direção à transcendência” (PARIZI, 2005, p. 109). Essa ciência entende “o 
potencial da vivência de uma ampla gama de estados de consciência, em alguns 
dos quais a identidade pode estender-se para além dos limites usuais do ego e 
da personalidade” (SIMÃO, 2010, p. 510). Os estudos, em Psicologia 
Transpessoal, apontam para o entendimento de “estados da consciência que 
lidam especificamente com a ‘experiência cósmica’, ou seja, com os estudos 
ditos superiores ou ampliados da consciência” (VALENTE; OLIVEIRA, 2018, 
p.103). Nesse sentido, 
 
Quando afirmamos ‘minha consciência’, logo reportamos a um aspecto 
puramente pessoal, individual. Mas, à medida que entramos em 
contato com os estados de consciência individual, ela se amplia, passa 
por vários estados como o de vigília, o de sonho, sono profundo, sem 
sonho e estado de superconsciência ou transpessoal. Em cada um 
destes estados, ela entra em contato com várias realidades diferentes 
na qual nos encontramos (WEIL, 2017 p. 57 apud VALENTE; 
OLIVEIRA, 2018, p. 107). 
 
Enquanto os estudos clássicos contemplam bio-psicologicamente a 
“consciência”, essa abordagem busca ir além. “Embora não subjuga nenhum 
nível do espectro da consciência, a Psicologia Transpessoal dá atenção especial 
para uma realidade mais sutil [...] que é o campo da espiritualidade” (ARRUDA, 
2016, p. 14). Porém, essa realidade é ignorada por outras escolas da Psicologia. 
Assim, a Psicologia Transpessoal faz a conexão “entre as muitas escolas 
ocidentais de psicologia e as tradições espirituais do Oriente e do Ocidente” 
(PARIZI, 2005, p. 109), sendo uma abordagem psicológica consequente e 
rigorosamente científica. 
Em síntese, a Psicologia Transpessoal “lança mão de alguns enfoques 
terapêuticos que ajudam a pessoa a tomar consciência de si, do outro e da 
natureza até chegar a uma consciência transpessoal ou a uma consciência 
cósmica” (VALENTE; OLIVEIRA, 2018, p. 111). Consciência cósmica, portanto, 
nessa perspectiva, traduz uma experiência em que o sujeito vivencia um senso 
de profunda unidade com o universo, percebendo-se como parte 
indissociável dele. Assim, consciência cósmica é, então, 
 
[...] uma consciência mais elevada do que a do ser humano comum. 
Esta última é chamada Autoconsciência e é a faculdade sobre a qual 
repousa toda a nossa vida - tanto subjetiva como objetiva - que não é 
comum a nós e aos animais superiores, exceto a pequena parte dela 
 
27 
 
que é derivada das poucas pessoas que alcançaram a consciência 
mais elevada acima citada [consciência cósmica] (BUCKE, 1996, p. 
35). 
 
Para a Física Quântica, “consciência” é a base de toda existência, é tudo 
o que existe, no entanto, ainda não há conceito específico definido, pois 
“qualquer definição que você tente lhe dar será falha, porque a definição, em si, 
é um fenômeno da consciência, e não o contrário” (GOSWAMI, 2018, p. 25). 
Para Chopra e Kafatos (2017, p. 159), “vivemos em um estado ilimitado de 
consciência, ao qual chamamos de universo”. Assim, converge-se a ideia com a 
Psicologia Transpessoal que entende a “consciência” em nível transcendente, 
uma vez que “a consciência cósmica criou o universo como um sistema vivo, 
auto-organizado” (CHOPRA; KAFATOS, 2017, p. 272). Dito isso, a questão que 
emerge seria: de que forma ocorre a interação com a consciência cósmica? 
“Interações materiais comportam-se localmente e requerem sinais. Quando a 
consciência interage com o mundo, não requer sinais, apenas comunicação não 
local” (GOSWAMI, 2018, p.27). 
Saiba Mais 
De acordo com um experimento na Universidade do México, 
foi comprovado o princípio da não localidade, mostrando 
como tudo está ligado em um mar primordial de energia não 
localizável no espaço-tempo. 
Esse é um dos princípios que justifica, por exemplo, o 
funcionamento de equipamentos sem uma ligação direta, 
material. A partir do entrelaçamento quântico, também se 
interfere na realidade e uns com outros o tempo todo. 
A consciência é não local, ou seja, está e não está localizada 
dentro do cérebro. É não material e composta por uma 
organização de energias bem distante de tudo o que se 
conhece. Pode-se ver, olhar e vivenciar inúmeras situações, 
independente dos lugares físicos em que se possa estar. 
Está tudo conectado. 
 
(GOSWAMI, Amit. Deus não está morto: evidências científicas 
da existência divina. Acesse o livro em: 
https://books.google.com.br) 
 
Entender os conceitos e princípios da Física Quântica exige tempo e 
aprofundamento, não sendo a proposta nesse momento. Entretanto, para efeito 
 
28 
 
de esclarecimento, vale ressaltar que a comunicação não local pode ser 
explicada estabelecendo a definição de telepatia, ou seja, comunicação sem a 
necessidade da presença material, física, entre os que se comunicam e realizada 
sem sinais. Assim, pode-se determinar que “a comunicação entre aqueles que 
parecem ser dois objetos distintos, mente e matéria, é mediada pela consciência. 
Essa é a essência do paradigma quântico” (GOSWAMI, 2018, p.30). 
Para a ciência materialista, a consciência é diretamente ligada à mente e 
essa ao cérebro e ao sistema nervoso. Para os materialistas científicos, “tudo é 
matéria e manifestação da interação material. Hoje, essa é a visão de mundo 
dominante entre os cientistas” (GOSWAMI, 2018, p. 23). A visão materialista 
presume que “(...) existe um vínculo necessário entre os estados físicos do 
cérebro e a consciência ou os estados mentais, embora a natureza exata desta 
ligação ainda seja um dos grandes mistérios tanto da ciência como da filosofia” 
(ZOHAR, 1990, p. 39-40). 
A questão que emerge se dá em como explicar a questão da consciência 
sem o corpo físico, isto é, essa consciência é passível de sobrevivência sem o 
cérebro? Nas palavras de Laszlo (2004), 
 
Observar o cérebro humano em nada nos ajudará, pois se a 
consciência continuar a existir depois que a função cerebral cessar, ela 
não estará mais associada com o cérebro. É mais importante examinar 
as evidências fornecidas pelos casos em que a consciência não está 
mais diretamente ligada ao cérebro. É o que ocorre, por exemplo, nas 
experiências de quase morte (EQMs), nas experiências fora do corpo 
(EFCs), nas experiências de vidas passadas, em algumas variedades 
de experiências místicas e religiosas e, talvez as mais significativas de 
todas, nas experiências de comunicação após a morte (CAMs) 
(LASZLO, 2004, p. 208). 
 
Novamente, diante do que está sendo exposto, pode-se perceber que a 
ciência clássica em sua visão materialista não dá conta de responder a todas as 
questões que surgem diante das experiências da vida, nem tampouco das 
questões de morte, além da morte da própria matéria, é claro. Então, se torna 
bem complicado reduzir a compreensão às explicações de que a matéria é a 
base de toda a existência. Além de refutar o que está além da matéria, esse 
pensamento nega a existência de significado e valores (COELHO, 2010). 
 Assim, a proposta da Física Quântica é oposta, ou seja, indicando uma 
visão de mundo em que “a consciência, e não a matéria é a base de toda a 
 
29 
 
existência. [Essa afirmação] Sugere um mundo no qual significado e valor podem 
ser reintroduzidos na ciência como aspectos da consciência além da matéria” 
(GOSWAMI, 2018, p. 28). 
Ambas as visões de mundo convergem que é ainda muito difícil definir 
exatamente o que seja “consciência”, seja na perspectiva de sua natureza, 
função, base neuroanatômica ou ainda de seu sentido explícito. Segundo Baker 
(2015, p. 204-205), 
 
[...] é com ela [a consciência] que experimentamos a vida. Temos um 
senso do presente – de viver no agora. E temos uma sensação de 
passagem do tempo – o passado. Nosso cérebro armazena memórias 
e nós designamos padrões a elas para lhes dar significado. Podemos 
fazer simples previsões sobre o futuro, por meio das quais tomamos 
decisões. [...] Coma teoria quântica se desenvolvendo, diversas 
maneiras de criar consciência foram propostas [...]. Mas ainda estamos 
longe de aprender como isso funciona. 
 
O fato do fenômeno da consciência ser manifesto por qualquer indivíduo, 
devido à própria autopercepção e, por isso, não havendo a necessidade de 
provar sua existência como acontece com os demais fenômenos estudados, 
acabou fazendo com que a ciência clássica não lhe dedicasse maior atenção, 
apesar de ser objeto de interesse da Filosofia desde os primórdios. Freud, pai 
da Psicanálise, deu ênfase em seus estudos aos processos mentais 
inconscientes, que acabaram se tornando aceitos pela comunidade científica, 
apesar de algumas controvérsias (SILVA et al, 2003). Na verdade, a natureza da 
consciência ainda é um mistério, pois, “[...], apesar de ‘todos sabermos como é’, 
na verdade não sabemos ‘o que é’ a consciência, e nem mesmo podemos 
afirmar se o ‘como’ de um é igual ao ‘como’ de outro” (SILVA et al, 2003, p. 53). 
A ideia da consciência como fundamento da realidade vem sendo 
apresentada ao longo dos séculos por várias tradições místicas do Oriente, e no 
Ocidente por alguns filósofos como Anaxágoras (500 – 428 a.C.), assim como 
pela Teosofia, cujos estudos trazem Hermes Trismegistos (por volta de 1.500 
a.C a 2.500 a.C.). Dessa forma, a busca pelas verdades e pela compreensão do 
sentido da vida não começou na modernidade, mas foi a partir dela certamente 
que os caminhos se bifurcaram (FAGHERAZZI, 2014). 
Explicar no que consiste a “consciência” é tarefa atribuída aos estudiosos 
sobre o tema, independentemente de sua forma de ver e interpretar o mundo. A 
esse respeito, muitas teorias ainda serão ampliadas, discutidas, analisadas. Há 
 
30 
 
a Conscienciologia, considerada pseudociência e que, em seu contexto, a 
consciência, também chamada de ego, alma, espírito, self ou individualidade, 
possuiria uma existência própria que transcenderia a vida biológica. 
Vocabula rio 
Self: palavra inglesa que indica a própria individualidade e 
identidade de uma pessoa; o si-mesmo. 
 
 
 
Estudos de Cavalcanti (2004) revelam que também, atualmente, existe 
uma nova área de investigação chamada de Física da Consciência. Há a 
sugestão dos físicos Kafatos e Kafatou do termo “metamente”, para definir essa 
consciência que está além da mente consciente individual e que é seu 
fundamento, aquilo do qual surge e do qual está baseada (KAFATOS; 
KAFATOU, 1994 apud CAVALCANTI, 2004, p. 96). 
O que é importante ressaltar se relaciona com a certeza de que há um 
processo de comunicação que atinge diretamente a vida humana, percebido por 
todos. Essa “consciência” se revela de diversas formas. Trazendo os 
conhecimentos advindos das Tradições Antigas do Oriente, notam-se 
convergências com a perspectiva científica, ou seja, tudo é energia, tudo segue 
princípios e partilha-se de uma determinada ordem. Nas palavras de Pfeifer 
(2018), à medida que a ciência for expandindo sua visão, 
 
[...] e mais e mais cientistas, dos mais diversos campos do 
conhecimento, forem propondo teorias para explicar essa Realidade 
Suprema, a maioria das pessoas passará também a perceber que, 
aquilo que suas religiões sempre falaram (por mais diversas que 
sejam), finalmente encontra correspondência nas novas 
afirmações da Ciência, sobre os fatos e as leis da Natureza [grifos 
nossos] (PFEIFER, 2018, p.1281). 
 
Assim, neste momento, a proposta de reflexão se direcionará para uma 
breve incursão sobre as leis e princípios que regem o universo, trazidas pela 
visão espiritual e identificadas agora pela ciência. O objetivo será refletir sobre a 
dimensão de reconhecer o fato incontestável da unicidade em uma mesma 
 
31 
 
consciência cósmica interligada às autoconsciências dispersas pelo planeta. 
Leis invisíveis aos sentidos físicos, mas presentes e atuantes nas condutas, nas 
relações humanas e com a natureza. 
As perguntas que podem estar sendo feitas são: que relação tais reflexões 
podem ter a ver com a área educacional, com as práticas pedagógicas? No que 
incide todo esse conhecimento e o que vai acrescentar no âmbito educativo? 
Que relação tem com a função social da escola no que diz respeito a transmitir 
os conhecimentos historicamente produzidos? Nas palavras de Bastos (2017, p. 
24), “a aquisição deste conhecimento permite instrumentalizar o professor para 
o compromisso ético e responsável no desenvolvimento de tarefas pedagógicas 
voltadas à valorização e dignificação da integralidade da pessoa humana”. 
Assim, é fundamental que o professor internalize e reflita sobre outra forma de 
se ver e ser no mundo, para que de fato possa dar seu “salto quântico”, ao tomar 
uma posição de transformar o que está posto em sua atual realidade frente aos 
condicionamentos obtidos por seus ímpetos, por uma herança genética ou pelo 
ambiente em que vive (FRANKL, 2012). Afinal, como dito anteriormente, para 
resolver um problema há a necessidade de colocá-lo sob uma ótica diferente 
daquela que o criou. 
Saiba Mais 
Salto quântico é quando os elétrons se aceleram afastando-
se do núcleo e partindo para outra órbita diferente da 
anterior. Na Física Quântica, quando uma partícula que está 
num determinado nível energético ganha uma quantidade 
extrema de energia, ela salta para um nível mais alto. Leia a 
respeito sobre o efeito disso na vida humana em: 
https://osegredo.com.br/entenda-o-que-e-um-salto-
quantico/ 
 
2.2 As leis invisíveis impressas na consciência 
 
Todos os princípios fundamentais básicos encontrados nos estudos 
esotéricos e espiritualistas das mais diversas ordens se baseiam na filosofia de 
Hermes Trismegistos (em grego) ou Thoth Tehuti (em egípcio), pastor, filósofo 
e legislador egípcio (1.500 a.C a 2.500 a.C. aprox.). Os mais antigos preceitos 
 
32 
 
orientais e ocidentais, de acordo com Camaysar (1978), tiveram a sua fonte nos 
preceitos herméticos originais. Os sete principais princípios herméticos 
encontram-se num dos mais importantes e influentes textos ocultistas escritos 
nos Estados Unidos – o Caibalion – que reúne os ensinamentos básicos que 
regem todas as coisas manifestadas. Os princípios herméticos são, conforme 
explicita Atkinson (2018, p. 74-83): 
 
 Princípio do Mentalismo – "O todo é a mente; O universo é mental". 
Nós existimos na mente do todo. Aquela parte de nós que é divina 
faz o mundo e tudo que há nele; 
 
 Princípio da Correspondência – "Assim em cima como embaixo. 
Assim embaixo como em cima". Nós existimos em todos os planos, 
tanto astral quanto físico. Especialmente planos independentes do 
físico; 
 
 Princípio da Vibração – “Nada para; Tudo se move; Tudo vibra". 
Tudo está em movimento e vibra no seu próprio ritmo; 
 
 Princípio da Polaridade – "Tudo é dual; Tudo tem seu par oposto; 
Gostar e não gostar é a mesma coisa; Os opostos são idênticos por 
natureza, mas diferentes em níveis; Os extremos se encontram"; 
 
 Princípio do Ritmo – "Tudo flui; Tudo sobe e desce; O balanço do 
pêndulo manifesta-se em todas as coisas. A forma como se balança 
para a direita é a forma como se balança para a esquerda"; 
 
 Princípio do Gênero – "O gênero está em tudo; Tudo tem um 
princípio masculino e feminino". A lei da polaridade aplicada. Tudo 
possui componente e energia do masculino e do feminino e 
manifesta-se em todos os planos; 
 
 Princípio de Causa e Efeito – "Toda causa tem seu efeito; Todo 
efeito tem sua causa; Tudo acontece de acordo com a lei". Não 
existem coincidências, nada acontece por acaso. Tudo é cíclico. 
 
33 
 
Para cada efeito, há uma causa, e toda causa gera um efeito em 
algo ou alguém. 
 
Ao se observar e refletir sobre esses princípios, pode-se constatar que há 
correspondentes em algumas das leis físicas identificadas nas pesquisas e 
descobertas da ciência ocidental. Assim como também podem ser identificadas 
nas diversas religiões e respectivas escrituras.Nas palavras de Capra (1975, p. 
23), “[...] a física moderna nos conduz a uma visão do mundo similar às 
sustentadas pelos místicos de todos os tempos e tradições. As tradições místicas 
estão presentes em todas as religiões [...]”. 
Saiba Mais 
Muitos são os grupos que dedicam seus estudos sobre 
princípios e leis universais, numa perspectiva filosófica. 
Podem ser citados, como exemplo, os grupos de estudo da 
Teosofia, da Maçonaria, da Ordem Rosacruz, da Logosofia, 
do Espiritismo (aqui entendido como ciência, de acordo 
como surgiu por intermédio de Allan Kardec, no século XIX), 
entre outros. Procuram conduzir o homem ao conhecimento 
de si mesmo, de Deus, do universo e suas leis. Nas palavras 
de González Pecotche (2008, p. 8-9) “a Logosofia expressa 
que a consciência é a essência viva dos conhecimentos que 
a integram, o que dá ideia de que, quanto mais conhecimento 
assimila, maior é a atitude consciente do indivíduo”. 
 
Compilar todo material em que as leis e princípios universais foram 
disponibilizados exigiu intensa pesquisa, pois a literatura disponível para 
abordagem desse tema é limitada. Além do que está posto anteriormente 
segundo o Caibalion, podem ser citadas outras leis que concluem brevemente 
esse estudo. Há um conjunto de leis e sub-leis, que são complementares. 
De acordo com Holliwell (2016), as leis e princípios universais são: Lei do 
Pensamento; Lei dos Recursos; Lei da Atração; Lei do Receber; Lei do 
Agradecimento; Lei da Compensação; Lei da Não Resistência; Lei do 
Perdão; Lei do Sacrifício; Lei da Obediência e Lei do Sucesso. 
Para outros estudiosos, baseados na tradição védica, as leis cósmicas são: 
Lei da Atração; Lei da Reflexão; Lei da Manifestação; Lei do Livre Arbítrio; 
Lei da Consequência; Lei da Harmonia; Lei da Sabedoria e Conhecimento; 
 
34 
 
Lei do Retorno e da Dádiva; Lei da Evolução e Propósito; Lei da Energia; 
Lei do Desapego; Lei da Gratidão; Lei da Associação; Lei do Amor 
Incondicional; Lei da Afinidade; Lei da Abundância; Lei da Ordem 
Universal; Lei da Unidade; Lei do Compromisso e Lei da Eternidade. 
Ví deo 
Neste vídeo são apresentadas resumidamente as Leis do 
Universo, de acordo com Holliwell (2016). São leis que 
impulsionam o autodesenvolvimento e refleti-las dará maior 
compreensão sobre como funcionam. A sugestão é aprender a 
usá-las e ver as grandes diferenças que proporcionam na vida. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=2Cr4WTw0bco 
 
Pode-se observar que as leis citadas têm correlação direta com os 
princípios herméticos abordados anteriormente. São leis que, segundo os 
estudiosos sobre o tema, encontram-se impressas na consciência humana. E, 
para alguns cientistas da atualidade, podem se tratar de conhecimentos 
advindos da conexão transpessoal, não local, sutil e abrangente. O universo é 
mental, como apregoa a lei do mentalismo: 
 
Enquanto na visão conservadora, a interação e a comunicação 
humanas estão limitadas aos nossos canais sensoriais (costuma-se 
dizer que tudo o que está na mente precisou primeiro estar no olho ou 
no ouvido), muitos dos principais psicólogos, psiquiatras e 
pesquisadores da consciência atuais estão redescobrindo o que 
Einstein já havia percebido e que as culturas antigas sempre 
souberam: que nós também estamos ligados por conexões mais sutis 
e mais abrangentes. Na literatura científica atual, essas conexões são 
chamadas de transpessoais (LASZLO, 2004, p. 90). 
 
Quem não tem internalizado, por exemplo, o sentido exato de ação e 
reação, causa e efeito (ou consequência), que tudo tem seu par oposto, tudo tem 
um princípio masculino e feminino, tudo flui, tudo vibra, se atrai o que se pensa 
e sente? Não foram, certamente, apenas explicações pontuais dadas por 
alguém. São certezas que fluem do interior de cada um, intuitivamente. Fatos 
que são reconhecíveis nas diversas situações experienciadas na vida. Seriam 
conexões sutis, abrangentes, transpessoais? De acordo com tal entendimento 
explicitado por Laszlo (2004), as respostas para tais questões são afirmativas. 
 
35 
 
Poderiam ser conexões com uma consciência cósmica? E de que forma podem 
ocorrer tais conexões? As respostas podem ser encontradas também nos 
conceitos da Psicologia Analítica de Carl Jung sobre inconsciente coletivo. Há 
aproximações relevantes para serem analisadas entre Psicanálise e Física 
Quântica. 
Conforme elucida Goswami (2018, p. 93), “além da mente se encontra o 
mundo dos arquétipos, que o filósofo Sri Aurobindo chamou de supramental. 
[...] o reino da experiência além da mente também vai além das energias vitais 
que sentimos”. A representação dos arquétipos é traduzida em sentimentos 
nobres. Dessa forma, o supramental é igualmente supravital, no qual as 
intuições, que são sutis, é o seu vislumbre – “o mundo arquetípico do amor, da 
beleza, da verdade, do bem, da justiça, da plenitude, da abundância e do self”. 
(IDEM). 
Vocabula rio 
Arquétipo: representa o primeiro modelo de algo ou antigas 
impressões sobre algo. Conceito criado pelo suíço Carl 
Gustav Jung. Refere-se a conjuntos de imagens primordiais 
que dão sentido às histórias, passado entre gerações, 
formando o conhecimento e o imaginário do inconsciente 
coletivo. 
 
Para Goswami (2018), alguns arquétipos são considerados principais 
(modelos essenciais, também estudados por Carl Jung), segundo os quais a vida 
deve se nortear. De acordo com Jung (2007), os arquétipos são conjuntos de 
imagens primordiais originadas de uma repetição constante de uma mesma 
experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo. 
Uma forma de pensamento universal, com carga afetiva, que é herdada. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Leia essa importante obra de Carl Jung: Os 
Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. 
O conhecimento que Jung possui da filosofia 
ocidental e oriental, da alquimia, do 
gnosticismo e da literatura adulta e infantil é 
espantoso. Como explicar que diversos tipos 
de pessoa tenham conhecimento de 
determinadas formas de imagens, lendas e 
mitologia sem que tenham lido ou estudado 
nada a respeito? 
 
 
Em relação à manifestação das pretensões que o indivíduo tem, quando 
o desejo de algo se conecta com um desses arquétipos, a possibilidade de se 
realizar é maior, uma vez que tal desejo estará de acordo com a vontade maior 
do universo. 
De acordo com os princípios universais e as perspectivas que se espera 
alcançar, tendo a mente (consciente e inconsciente) em sincronicidade com os 
sentimentos, a realidade pode ser cocriada. Numa experiência criativa, sempre 
se sabe com certeza o que se sabe. “E quando nós, como consciência não local, 
escolhemos determinada faceta dentre as possibilidades arquetípicas, 
experimentamos uma intuição” (GOSWAMI, 2018, p. 95). E isso, a intuição, é “a 
evolução das representações materiais da consciência e de suas 
potencialidades sutis” (IDEM). 
A energia vital é a responsável pelos sentimentos. “Quando você vivencia 
uma emoção internamente, ela envolve o pensamento, mas também envolve um 
movimento extra, sutil, vital, que a consciência concretiza em sua percepção-
consciente interna” (GOSWAMI, 2018, p. 60). 
Assim compreendido, pode-se perceber que as emoções geram 
sentimentos, em interdependência com o cérebro. No cérebro há o controle de 
tais sentimentos, há a sensação, o colapso quântico da experiência subjetiva de 
sensação, sentimento, pensamento e intuição, permitindo que a mente dê 
sentido às experiências. “E a emoção se manifesta na consciência, porque é lá 
 
37 
 
que fica o poder de escolha” (IBIDEM, p. 61). Lei do livre arbítrio. O que se sente 
é pura energia, energia vital. Lei da vibração. 
Dessa forma, observa-se que matéria e espírito se conectam, numa relação 
de interdependência (TEILHARD DE CHARDIN; ZILLES, 2001). Então, “tanto o 
físico quanto o sutil são importantes; precisamos de ambos”. (GOSWAMI,2018, 
p. 84). Aí reside a compreensão do uno, da conexão entre todas as partes, tanto 
das que compõem o ser quanto das relações que se estabelecem entre cada um 
dos seres existentes no universo. Também a respeito desta conexão entre os 
seres, há leis universais que regem naturalmente as relações dentro de um 
sistema: Lei da Ordem, do Equilíbrio e do Pertencimento, assunto que será 
abordado, em especial, noutro momento. 
Os estudos sobre os chakras são esclarecedores e podem trazer os 
conhecimentos sobre a interconexão entre matéria e espírito, uma vez que são 
entendidos como centros de energia, representando os diferentes aspectos da 
natureza sutil do ser humano (do corpo físico, emocional, mental e energético). 
Assim também como os estudos sobre a aura (que é o campo eletromagnético 
gerado pela atividade do corpo vital). 
De acordo com estudiosos sobre esse assunto, os principais chakras e a 
aura possuem estreita relação entre si. A aura recebe diferentes denominações, 
conforme a organização de várias vertentes filosóficas e espirituais: a Teosofia 
denomina duplo etérico; a Rosacruz, corpo vital; no Vedanta dos hindus, chama-
se pranamayakosha; para a Conscienciologia, o nome é holochacra; para os 
pesquisadores russos, é corpo bioplásmico ou bioplasmático; para os 
pesquisadores ocidentais, é corpo energético. 
Vale ressaltar que a compreensão sobre “a função e a importância do corpo 
vital proporciona uma explicação profunda do sentimento: o que sentimos, como 
sentimos e onde sentimos” (GOSWAMI, 2018, p. 60). Para Zohar e Marshall 
(2018), ao acionar os chakras, descobre-se uma energia dinâmica, um elemento 
importante na elevação da experiência espiritual, pois se trata de uma “energia 
transformadora, como uma serpentina, desse conjunto de sete locais vitais no 
corpo [...] abrir caminho de baixo para cima nos chakras é a chave para a 
transformação pessoal” (p. 156). 
 
38 
 
Ví deo 
Video explicativo a respeito de chakra, palavra em sânscrito 
cujo significado é roda de luz. Constitui parte dos estudos e 
práticas orientais para equilíbrio de corpo e mente dos seres 
humanos. Os chakras são centros energéticos que representam 
aspectos diferentes da natureza humana nos aspectos corporal, 
mental, emocional e energético. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=cwOif9hT7LA 
 
As ações e reações físicas, na perspectiva posta pela teoria causal 
newtoniana, deverão ser entendidas de forma distinta do que anteriormente fora 
considerado verdadeiro, pois somente se aplica “a corpos desprovidos de 
qualquer movimento ou resistência diferente do outro” (DE NADAI; JARDIM, 
2010, p. 160), isto é, “se um sujeito for de encontro a outro, não é possível afirmar 
que eles irão colidir e a força feita por um será a mesma força contrária feita pelo 
outro” (IDEM). Na terceira lei de Newton, há a descrição do resultado da 
interação entre duas forças: para toda ação (força) sobre um objeto, em resposta 
à interação com outro objeto, existirá uma reação (força) de mesmo valor e 
direção, mas com sentido oposto. No lugar dessa afirmação, ganha espaço o 
indeterminismo e as mudanças conferidas pelas descobertas da física quântica. 
Ou seja, a verdade é criada a partir do olhar de quem está vivenciando a 
experiência, logo, a reação também estará pautada nisso. Assim, é necessário 
assumir uma “consciência ética”, principalmente no que condiz com as relações 
entre humanos, e destes com a natureza em geral. 
Diante disso, é imperioso refletir e acolher a ideia de que “a relatividade de 
Einstein e a Mecânica Quântica revolucionaram a maneira com que percebemos 
o universo e nosso papel na teia viva da criação” (ABDALLA, 2005, p. 148). No 
entanto, as investigações no meio científico ainda são limitadas no que se refere 
ao que não está ao alcance dos sentidos, do que transcende. Há uma negação 
contundente de qualquer possibilidade que se ponha além da matéria, o que 
demonstra que a ciência clássica não está pronta para aceitar como real o que 
não é manifesto (LASZLO, 2004). Dessa forma interpretada, nas palavras de 
González Pecotche, 
 
 
39 
 
Quando a investigação se detém nas fronteiras do mundo 
transcendente, é porque o saber comum é insuficiente para penetrar 
nele. A ciência deve elevar as vistas acima de sua rigidez 
consuetudinária, para entroncar nas grandes concepções da 
Sabedoria Universal (GONZÁLEZ PECOTCHE, 2008, p. 5). 
 
Cabe perceber que buscar os estudos que contemplam possibilidades e 
não certezas absolutas, que instigam a busca pelos significados que se extraem 
dos valores arquetípicos – amor, verdade, justiça, beleza, bondade, abundância 
–, que permitem a integração do melhor do materialismo científico – a 
importância do mundo – com o melhor das tradições espirituais – a importância 
da totalidade (GOSWAMI, 2018), certamente permitirá maior discernimento e 
clareza diante das circunstâncias da vida, sem com isso negar o valor do senso 
crítico e do pensamento racional (ZOHAR; MARSHALL, 2018). Afinal, conhecer 
o todo, pelo todo e por suas partes é ampliar as possibilidades de responder ao 
máximo das questões levantadas sobre a existência. 
Diante do exposto, entender a perspectiva dos estudos que abordam a 
consciência (autoconsciência, consciência cósmica) e todas as questões 
relacionadas exige uma postura que deverá pôr em xeque a negação daquilo 
que não se pode provar de acordo com o método científico adotado. A temática 
aqui debatida está além do que a ciência tradicional adota como verdade. Por 
um lado, por meio do rigor científico do método analítico proposto por Descartes, 
afirma-se que a matéria é a base de tudo e que não há evidências comprováveis 
da existência de um espírito, muito menos de algo superior, transcendente. Por 
outro lado, também não há comprovações da mesma ciência clássica de que o 
espírito não seja a base de tudo. A Física Quântica é a possibilidade científica 
dessa constatação, seguida de outras ciências que têm se debruçado nos 
conceitos e experimentações por ela apresentados. Da mesma forma, as 
tradições antigas vêm a acrescentar e encorpar o rol de conhecimentos a 
respeito da espiritualidade. Os estudos sobre a consciência ainda se encontram 
em fase incipiente, apesar dos importantes avanços em reconhecê-la como 
sendo o início de tudo o que de fato existe. Assim, trazer a perspectiva do 
reconhecimento da espiritualidade como um aspecto importante, essencial e 
legítimo é de fundamental relevância para que se resgate o sentido e o propósito 
para a vida, a preservação de valores arquetípicos de amor, verdade, justiça, 
 
40 
 
beleza, bondade, abundância, (entre outros) e os significados que são extraídos 
desses valores. 
 
Conclusão da aula 2 
 
A fim de trazer outros paradigmas na produção de conhecimentos, a 
disciplina “Ação e Reação” buscou os estudos sobre a consciência no intuito de 
permitir ampliar a visão sobre a realidade e, com isso, superar as turbulências 
no cenário social e educacional. É uma temática que traz impacto e acarreta 
divergências entre diversos aspectos das abordagens reducionista/mecanicista 
e holística/hologramática. Tais divergências consistem na separação entre 
matéria e espírito, o homem do universo e de sua fonte espiritual (DI BIASE, 
2006). 
A Psicologia Transpessoal é uma abordagem da Psicologia que defende 
que o ser humano precisa transcender sua psique – pessoal, conectando-se ao 
todo, ou a outras realidades mais abrangentes – transpessoais, apontando para 
o entendimento de estados da consciência ampliados, indo além dos limites do 
ego e da personalidade e, ao lidar com a experiência cósmica, dá atenção 
especial para o campo da espiritualidade (SIMÃO, 2010; VALENTE, OLIVEIRA, 
2018; ARRUDA, 2016). 
Essa abordagem da Psicologia faz a conexão entre as muitas escolas 
ocidentais de Psicologia e as tradições espirituais do Oriente e do Ocidente.

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