Buscar

Eczemas (dermatites)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Maria Clara Cavalcante 
ECZEMAS 
CONCEITO 
Dermatoses inflamatórias, pruriginosas e que possuem 
características histopatológicas comuns e bem definidas – São 
dermatites 
Lesões elementares: 
• Eritema 
• Edema 
• Vesículas 
• Crostas 
• Descamação 
• Exsudação 
O quadro pode ser agudo, subagudo e crônico 
O prurido está sempre presente e como consequência da sua 
intensidade e duração, surge a liquenificação (quadro mais 
crônico) 
TIPOS 
• Eczema de contato 
• Eczema atópico 
• Eczema numular 
• Eczema disidrótico 
• Eczema seborreico 
• Eczema asteatótico 
• Eczema de estase 
EPIDEMIOLOGIA 
Ordem de prevalência: 
• Eczema de contato – Pode ocorrer em qualquer época 
(muito comum a dermatite das fraldas em lactentes – 
eczema de contato por irritante primário – O eczema de 
contato por sensibilização é mais comum após a infância 
) 
• Eczema atópico – Se inicia por volta do 3-4º mês de vida, 
mas pode ter início tardio (adolescência e idade adulta) 
• Eczema seborreico – Pode estar presente no nascimento 
ou após ele (primeiros dias de vida) – Mas é bem mais 
comum a partir da adolescência 
Acometem ambos os sexos e todas as raças 
HISTOPATOLOGIA 
Característica básica: Natureza seroexsudativa, acometendo 
epiderme e derme papilar em fase aguda 
• A camada de Malpighi sofre exocitose e edema 
intercelular, progredindo em horas e causando 
espongiose (afastamento entre si das células da camada 
de Malpighi, enchendo os espaços de substância serosa) 
Com o processo, haverá um edema intracelular, causando 
degeneração reticular, além de haver destruição das pontes, 
formando as vesículas intradérmicas que podem se exteriorizando 
e se rompendo, liberado o seu exsudato e causando crostas. 
• No interior dessas vesículas são encontrados linfócitos 
Já o edema intercelular vai alterar a ceratinização normal, 
originando paraceratoses – clinicamente surge a escamação 
O que vai justificar o eritema? A vasodilatação e edema na derme 
papilar 
No que se refere a fase crônica, haverá espessamento de todas as 
camadas da epiderme (hiperceratose, hipergranulosa e acantose 
irregular) com a presença de linfócitos – clinicamente surge a 
liquenificação 
E a evolução subaguda? Achados agudos e crônicos 
concomitantemente 
DERMATITE DE CONTATO 
Distinguidas em 2 tipos e possuem etiologia e fisiopatogenia 
diferentes: 
• Dermatite de contato por irritante primário (DCIP) – 
Irritativa – 80% - não é preciso sensibilização prévia 
• Dermatite de contato alérgica (DCA) – 20% - é preciso 
sensibilização prévia 
Diagnóstico delas: 
Parâmetros: 
• Mapeamento topográfico 
• Seletividade profissional 
• Seletividade utilitária 
• Correlação antígeno/utilidade 
Testes de contato (Patch teste): A primeira leitura (na hora que 
retira o teste – 48h após a aplicação) vai sensibilizar o paciente, já 
a segunda (72-96h após) vai positivar com a reação alérgica – 
Estes testes são úteis na identificação de substâncias que o 
paciente tem alergia 
• Para realizá-lo, o paciente tem que estar em fase inativa 
para não piorar o caso 
• As substâncias são aplicadas no dorso do paciente 
• Não pode estar em uso de corticosteroide tópico no 
local do teste e de corticosteroide sistêmico – e anti-
histamínicos? Estes não precisa suspender, pois não tem 
relação com o mecanismo do eczema de contato 
• Após 48h da aplicação, os testes são retirados e a 
primeira leitura é feita 
(-) Negativo 
(+) Discreto eritema com algumas pápulas 
(++) Eritema, pápulas e vesículas 
(+++) Intenso eritema, pápulas e vesículas 
confluentes 
 
• O que é angry back skin syndrome (síndrome da pele 
excitada)? É quando há múltipla positividade a 
diferentes grupos de baterias testadas – isso reproduz 
muitos falso-positivos. 
• Em casos negativos – Pode pedir que haja exposição 
solar, uma vez que esta pode potencializar reações da 
DCA 
• Indicação dele: Suspeita de eczema de contato alérgico, 
dermatite de contato relacionado ao trabalho, 
dermatites crônicas refratárias 
 
Maria Clara Cavalcante 
 Patch teste 
Diagnóstico diferencial: Com outros eczemas, psoríase, 
parapsoríase, dermatofitoses. 
Tratamento e prevenção: 
• Uso de EPIs como prevenção 
• No tratamento, a primeira medida é a interrupção do 
agente causal (medidas comportamentais) 
• Em fases subagudas – Uso de pasta d’água ou creme de 
corticosteroide tópico. Já em fases crônicas - 
corticosteroide em pomada, fita oclusiva ou, mesmo, 
injeção intralesional 
• Imunomoduladores? Efetivos no tratamento da 
dermatite de contato das mãos. 
• Os corticoides tópicos são o tratamento de escolha 
inicial. 
• Anti-histamínicos sedativos - útil na redução do prurido 
• Em casos generelizados ou eritrodermia – corticoides 
sistêmicos 
• Se for por fraldas, o uso de emolientes é importante, 
pois eles agem como barreira – se candidíase associada, 
importante aplicar cremes com nistatina ou cetoconazol 
– se infecção bacteriana, uso de antibióticos tópicos 
 
➔ Dermatite de contato por IRRITANTE PRIMÁRIO 
80% 
Vem de efeitos tóxicos e pró-inflamatórios de substâncias que 
ativam a imunidade da pele (mesmo que de forma não específica) 
Processo: Substâncias alcalinas ou ácidas (que apesar de não 
causarem ferimentos) entram em contato com a pele e causam 
irritação, lesando os queratinócitos e dando origem a reação 
inflamatória na derme papilar 
Clínica: Eritema, descamação, vesículas bolhas – surgem horas 
após o contato com irritantes mais fortes e semanas após o 
contato com irritantes mais fracos 
E o prurido? Discreto ou ausente – é substituído por sensação de 
dor ou queimação 
Para que ocorra esse tipo de dermatite, não é preciso 
sensibilização prévia e não ocorre o desenvolvimento de células 
de memória – então qualquer pessoa que tenha contato com 
esses agentes pode desenvolver 
Essas dermatites, normalmente, ficam em locais restritos de 
contato 
Existem 2 variáveis principais: 
• Concentração da substância (até certo ponto, pois caso 
contrário será caustica, causando a queimação e não 
DCIP) 
• Tempo de exposição 
Além disso, a espessura da camada córnea do paciente também é 
uma variável – assim sendo, é mais comum que ocorra na pele fina 
do dorso da mão do que na região palmar 
• Fatores como umidade, exposição solar e atrito também 
podem influenciar o seu aparecimento 
Esse tipo de dermatite é normalmente uma dermatose 
ocupacional (pintores, pedreiros, químicos, donas de casa) 
Fatores que podem desencadear: Água, sabões, detergentes, 
solventes, graxas, ácidos, poeira, fibra de vidro 
Eczema venenata – causada por plantas da família anacardiácea - 
essas plantas tem um princípio ativo capaz de sensibilizar muitas 
pessoas (urushiol ou 3-N-pentadecrilcaticol) – o quadro clínico é 
um verdadeiro eczema de contato e tem uma erupção 
eritematovesicoescamosa 
• Outro exemplo é a aroeira, que causa casos de 
eritrodermia esfoliativa 
 Eczema venenata - Cortesia da Dra. Bruna 
Malburg Freire 
Eczema de contato fototóxico – Irritante primário + sensibilização 
pela luz solar (UV) 
Eczema de contato das fraldas – Oclusão constante da pele pela 
fralda. Quando a epiderme está úmida torna o ambiente mais 
permeável para a penetração de urina e fezes (estes possuem 
agentes irritantes) – Além disso, esse ambiente favorece infecções 
secundárias por Candida albicans, Proteus, Pseudomonas e B. 
faecalis. Quadro: Lesões variadas e mais intensas em superfícies 
convexas, sendo as dobras poupadas. De forma inicial, há eritema 
com brilho e pregueamento característicos e se o quadro se 
agravar, podem surgir pápulas, vesículas, ulcerações e erosões – 
em uma fase mais avançada, pode perder o brilho e começar a 
descamar 
• Há uma progressão dessa dermatite, chamada de 
dermatite das fraldas erosiva de Jacquet – Surgimento 
de pápulas e nódulos, simulandoum condiloma sifilítico 
ou erosões e ulcerações. 
• Se tiver infecção por Candida, a pele fica brilhante, com 
uma descamação mais fina, esbranquiçada e acomete as 
dobras, com lesões satélites papulosas ou 
vesicopustulosas características. 
Granuloma glúteo infantil? É uma complicação do uso 
intempestivo de corticoides tópicos de alta frequência ou por um 
período prolongado 
➔ Dermatite de contato ALÉRGICA 
Resposta inflamatória imune adquirida que vem do contato de 
uma substância (alérgeno) com a pele 
• Reação de hipersensibilidade tipo IV - Resposta tardia – 
retardada ou mediada por células 
• Necessário sensibilização prévia 
 
Maria Clara Cavalcante 
Pode se apresentar de 3 formas diferentes e sempre com bastante 
prurido: 
• Aguda - eritema, vesículas, exsudação e crosta 
• Subaguda - eritema, pápulas, escamas e crostas 
• Crônica – liquenificação 
Porém, podem surgir apresentações intermediárias (ex: 
agudização de tipo crônico) 
São encontradas lesões a distância do local original – disseminação 
do alérgeno pelo paciente ao se coçar 
Cada local 
pode apontar diferentes agentes possíveis 
 
 
 
Nesse tipo, há o envolvimento primário do sistema imunológico 
Substâncias causadoras: Cosméticos, sais metálicos (nível, cromo, 
cobalto, mercúrio), germicidas, plantas, aditivos da borracha, 
resinas plásticas, látex, medicamentos tópicos 
O que é recall dermatites? Pode surgir em pacientes já 
sensibilizados que, ao se exporem novamente a agentes, estes 
causariam reativações de lesões em locais que já tiveram o mesmo 
quadro – a manutenção do estímulo pode levar a eritrodermia 
O que é a síndrome do babuíno? Erupção medicamentosa 
simétrica exantemática intertriginosa e flexura – É uma reação do 
tipo IV que vem da absorção sistêmica (ingestão) do níquel em 
pacientes já sensibilizados a ele - Erupção eczematosa simétrica 
que ocorre em axilas, cotovelos, pálpebras e pescoço, 
acompanhada por lesões anogenitais eritematosas que lembram a 
região glútea dos babuínos 
 Síndrome do babuíno 
Principais diferenças entre a alérgica e a irritativa 
ALÉRGICA IRRITATIVA 
20% 80% 
Concentração menor do agente Concentração maior do agente 
Mecanismo imunológico 
• Tipo IV (linfócito T) 
Mecanismo não imunológico 
• Lesão direta dos 
queratinócitos 
Predisposição individual positiva Predisposição individual negativa 
Teste de contato + Teste de contato - 
 
DERMATITE ATÓPICA 
Doença inflamatória crônica, recidivante e que se apresenta 
clinicamente com prurido intenso, xerose cutânea e eczemas – 
reação de hipersensibilidade imediata mediada por IgE 
Tendência hereditária (herança poligênica) a desenvolver alergia – 
é muito comum na infância 
Atopia: 
• Asma 
• Rinite alérgica 
• Eczema 
 
➔ Etiopatogenia: Multifatorial 
Fatores genéticos + emocionais + ambientais 
Emocionais: Labilidade emocional, inteligência superior à média, 
hiperatividade, agressividade reprimida 
• Baixo limiar ao prurido 
• Sudorese 
• Xerose cutânea – alteração no manto lipídico, 
diminuição das glândulas sebáceas, alteração no extrato 
córneo (perda de água -> pele seca) 
• Alteração imunológica – aumento de IgL, aumento da 
expressão de linfócitos, aumento de IL, citocinas e 
células inflamatórias) 
 
➔ Epidemiologia: 
DA X outras formas de atopia 
História pessoal % 
D.A 30,7% 
D.A + rinite 34,3% 
 
Maria Clara Cavalcante 
D.A + asma 9,5% 
D.A + rinite + asma 25,5% 
 
Imunidade humoral: 
Envolvimento do anticorpo IgE - produzido pelos linfócitos B 
• Associado a elevada produção de IgE (em 80% dos casos) 
e a reatividade das mucosas e pele, aumentando as 
chances de reações anafiláticas 
• Esse aumento de IgE tem correlação com a extensão e 
gravidade e com asma e/ou rinite 
Imunidade celular: 
• Diminuição de respostas de hipersensibilidade retardada 
• Diminuição do nº de linfócitos T supressores 
• Reação tipo IV 
 
➔ Quadro clínico: 
Dermatose crônica de evolução flutuante – pode surgir em 
qualquer idade a partir dos 3º mês de vida 
Prurido muito intenso e sempre presente 
Distribuição das lesões e sua morfologia variam com a idade do 
paciente, mas: 
• Mais exsudativas – infância 
• Mais liquenificadas – faixas mais avançadas 
Divisão em fases: 
 
 Dermatite atópica atingindo dobras 
 
Estigmas atópicos: 
• Dupla prega de Dennie-Morgan (prega supranumerária 
infraciliar) 
• Sinal de Hertoghe (“afinamento” terço distal da 
sobrancelhas (supercílios) devido à coçadura) 
• Tubérculo de Kaminsky 
• Hiperlinearidade palmar (mais relacionada com ictiose) 
• Ceratose pilar (face lateral das coxas e braços) 
• Quase que em 100% dos casos - dermatite das mãos e 
ceratose punctata palmoplantar (esta é mais comum em 
negros) 
• Dermatite plantar juvenil 
 Dupla prega de Dennie-Morgan 
 Sinal de Hertoghe 
 Ceratose pilar 
Pode haver acometimento ocular em 25-40% e a dermatite 
palpebral é a mais comum, podendo haver também blefarite e 
conjuntivite, mas ceratocone é raro 
Há aumento da susceptibilidade a infecções 
Erupção variceliforme de Kaposi – relacionado ao eczema 
herpeticum e o eczema vaccinatum pelo herpesvírus simples e 
vaccínia 
A AIDS pode agravar o quadro de D.A e distúrbios emocionais 
podem desencadear/agravar 
➔ Diagnóstico: 
Essencialmente clínico, baseado na anamnese e nos sintomas do 
paciente 
Eosinofilia e aumento de IgE circulante podem reforçar a suspeita, 
porém a confirmação é feita através dos critérios de classificação 
de Hanifin e Rajka 
D.A infantil Até os 2 anos de idade e surge entre 3-6 
meses após o nascimento 
Áreas eritematocrostosasdescamativas 
com início em região malar, 
disseminando-se para: couro cabeludo, 
pescoço, punhos, membros, fronte 
O que pode agravar? Alterações 
ambientais, dentição, emocional, 
imunizações, antígenos alimentares 
Evolução em surtos que tende a 
melhorar após os 4 anos 
O aparecimento de vesiculação aguda, 
localizada ou generalizada, sugere 
infecção secundária bacteriana ou viral. 
Aumento da hipersensibilidade a 
inalantes 
 
D.A pré-puberal Ao chegar na adolescência, essas lesões 
se tornam papulodescamativas e 
liquenificadas, estando sujeitas a surtos 
de agudização 
Muito comum região de dobras 
 
D.A 
adolescente/adulto 
Compreende dobras antecubitais e 
polipeptídeas 
Comum o comprometimento do 
pescoço, pálpebras, mãos 
Liquenificação e escoriações 
Tende a atenuar com a idade, sendo rara 
continuar após os 30 anos 
 
Maria Clara Cavalcante 
• Necessário, no mínimo, a associação de 3 critérios 
maiores a 3 menores 
• Presença de prurido e três ou + dos achados: 
envolvimento flexural, história de atopia respiratória, 
xerodermia e erupção cutânea antes dos dois anos de 
vida 
E quem avalia a gravidade? EASI ou SCORAD - Eles avaliam a área 
da pele acometida e a gravidade da lesão 
Classificação de Hanifin e Rajka 
 
Critérios maiores (3 ou +) Critérios menores (3 ou +) 
Prurido 
Morfologia e distribuição 
Liquenificação flexural 
Envolvimento facial 
Dermatite 
História pessoal ou familiar de 
alguma atopia 
Catarata 
Ceratocone 
Ceratose pilar 
Conjuntivite – recorrente 
Dermatite (mamilos, mãos) 
Dermograͅfismo branco 
Escurecimento periorbital 
Hiperlinearidade palmar 
Ictiose 
IgE elevada 
Infecções (S. aureus, herpes 
simples) 
Intolerâncias 
Pitiríase alba 
Palidez facial/eritema facial 
Queilite 
Sinal de Dennie-Morgan 
Xerose 
 
 
 
D.A leve D.A moderada D.A grave 
0-14 15-40 >41 
 
➔ Diagnóstico diferencial: Outras dermatites, doença de 
Darier , distúrbios metabólicos... 
 
➔ Tratamento: 
• Cuidados gerais (cortar unhas, protetor solar, hidratação 
da pele, evitar os agravantes) 
• Banhos rápidos e não podem ser quentes (para evitar o 
ressecamento) 
• Uso de emolientes (óleo de amêndoas, vaselina) 
• Cremes de corticosteroide de potência variável (a 
depender da área acometida,idade) 
• Antibióticos tópicos (casos bacterianos) 
• Corticosteroides tópicos 
• Anti-histamínicos 
• Corticoide sistêmicos? Casos extensos 
• Imunomoduladores macrolídeos (tacrolimo e 
pimecrolimo)? Tem sido usados 
• Fototerapia 
Erupção atópica da gestação: Aparecimento de dermatose 
pruriginosa antes do 3º trimestre ou histórico em gestações 
antigas 
• Prurido intenso que se intensifica a noite 
• Normalmente, não tem padrão de eczema 
• Aumento da IgE sérica total 
• Tratamento: emolientes, corticoterapia tópica ou 
sistêmica, fototerapia e anti-histamínicos sistêmicos 
• Excelente prognóstico e sem prejuízo ao feto 
ECZEMA NUMULAR 
Morfologia única, mas inespecífica – placa eritematosa circula, 
com bordas bem delimitadas 
• Lesões típicas em formato de moeda (numismática), 
eritematosa, com vesículas de parede fina, pruriginosa e 
em fase aguda possui exsudatocrostoso 
• Com a progressão da doença, evolui para estágio menos 
vesicular e mais descamativo, havendo o clareamento do 
centro e extensão periférica – lesões anulares 
• Depois de um tempo, é comum o surgimento de lesões 
contralaterais e disseminação 
Etiologia: Desconhecida, mas terreno atópico predispõe 
A colonização por estafilococos agrava a situação 
Xerodermia e distúrbios emocionais podem favorecer o seu 
aparecimento 
Pode haver a reativação de lesões quiescentes – principalmente se 
houver a interrupção precoce do tratamento 
• Surtos – meses 
• Recorrência – anos 
A ocorrência em crianças é rara – mais comum em adultos e 
crianças 
Acomete principalmente os membros inferiores, mãos e antebraço 
seguido do tronco - tende a cronicidade 
➔ Tratamento: 
Uso tópico: 
• Corticoide 
• Hidratante 
• Banhos ou compressas 
• Antibióticos tópicos 
Sistêmico: 
• Anti-histamínico 
• Corticoide oral (excepcionalmente) 
• Antibióticos 
ECZEMA DISIDRÓTICO 
Erupção vesiculosa nas palmas das mãos e plantas de caráter 
recidivante – mais comum em adultos 
Síndrome eczematosa das mãos e/ou pés – essencialmente 
restrita a essas regiões 
• Quando agudo - vesículas e bolhas 
• Quando crônico - descamação e fissuras 
Quando começa a acometer a região perioniquial, pode causar 
onicodistrofia 
➔ Etiologia: Diversa - podendo ter origem endógena ou 
exógena 
Na exógena – eczema de contato, alérgenos, infecções 
 
Maria Clara Cavalcante 
Na endógena – psoríase, dermatite atópica, eczema numular, 
dermatite plantar juvenil 
Eczema disidrótico/disidrose idiopática/disidrose – quando não é 
possível saber a etiologia – “verdadeira” – sem agentes 
etiopatogênicos 
Erupções disidrosiformes – quando for – causa determinada 
(dermatite atópica, dermatite de contato, dermatofitose) 
➔ Epidemiologia: 
Empregado em casos eruptivos 
Faixa de 20-40 anos e acomete igualmente ambos os sexos (já nas 
erupções disidrosiformes, o predomínio é em mulheres) 
➔ Quadro clínico: 
Acometimento simétrico (geralmente) bilateral, sendo mais 
comum nas mãos do que nos pés - + comum na porção lateral dos 
dedos, seguido da região palmar/plantar 
Súbito, agudo e recorrente 
Vesículas e bolhas que evoluem para uma descamação 
Na fase aguda as vesículas, que tem conteúdo líquido e incolor, 
são localizadas nas superfícies laterais e dorsais dos dedos e a dor 
depende do tamanho da lesão e se são infectadas 
Prurido sempre presente, podendo ser doloroso (peculiaridade), 
sendo aliviado com a descompressão das vesículas por perfuração 
 
➔ Diagnóstico: Essencialmente clínico 
Análise patológica 
Exame micológico direto + cultura 
Teste de contato 
➔ Tratamento: 
Evitar irritantes e materiais de limpeza 
Limitar a lavagem das mãos 
Cremes de barreira são indicados 
Usar luvas de vinil e meias de algodão 
Emolientes 
Anti-histamínicos 
Corticoide tópico e/ou oral 
Antibióticos – se infecção secundária 
Imunossupressores (Metotrexato, azatioprina, ciclosporina) – 
casos refratários 
Fase aguda - compressas ou banhos de permanganato de potássio, 
solução de Burow ou água boricad 
PUVA-terapia (preferencialmente a tópica) – melhor que UVB 
ECZEMA SEBORREICO 
Caráter constitucional, associando elementos fisiopatológicos de 
hiperproliferação epidérmica a eventual participação do 
Malassezia spp, manifestando-se com descamação 
Tem alta incidência em portadores de HIV – pois eles tem uma 
maior susceptibilidade fúngica – Dermatite seborreica é 
considerada marcador precoce dessa infecção 
• Quem tem D.S e HIV tem um maior número desse fungo 
na pele do que quem não tem D.S 
Além disso, quem tem doenças neurológicas (como Parkinson) 
também tem maiores chances, além de uso de medicamentos 
(cimetidina, metildopa e neurolépticos), IAM, má absorção, 
obesidade, alcoolismo, epilepsia 
Regra: Simetria das lesões – unilateral 
O vemurafenib, que é usado no tratamento do melanoma 
metastático, pode desencadeá-la com apresentação intensa e 
ceratósica na face 
➔ Etiopatogenia: 
Alterações na dinâmica epidérmica (aumento de mitoses e do 
trânsito transepidérmico), só que em uma menor quantidade do 
que na psoríase 
➔ Clínica: 
A fase inicial da D.S parece ter relação com a pitiríase capitis 
(caspa) no couro cabeludo (que é quase sempre comprometido) 
Eritema, descamação e fissuras retroauriculares e do ouvido 
externo são comuns 
Maculopapulas, eritematosas ou amareladas que são recobertas 
por escamas de aspecto gorduroso 
Prurido discreto 
Áreas seborreicas: 
• Couro cabeludo 
• Face 
• Região pré-esternal 
• Interescapular 
• Flexuras 
Coroa seborreica? Transgressão da orla do couro cabeludo, com 
comprometimento da pele adjacente 
Pseudotínea amiantácea? Representação gordurosa e muito 
espessa das escamas que aderem o pelo 
Crosta láctea? Escamas aderentes no vértice do couro cabeludo de 
recém-nascidos 
Os pacientes podem se queixas de pontos dolorosos decorrentes 
de coçadura 
 
Maria Clara Cavalcante 
Dermatite 
seborreica, pseudotínea amiantácea. 
 Crosta láctea 
Na face há envolvimento de: 
• Supercílios 
• Glabela 
• Sulco nasolabial 
• Asas do nariz 
• Região paranasal 
• É comum a blefarite marginal (eritema e descamação 
ciliar), fazendo diagnóstico diferencial com rosácea. 
No tronco: 
• Regiões interescapulares e pré-esternal 
• Pápulas eritematodescamativas 
• “Petalóide” 
Lesões petaloides 
Regiões de flexuras mais envolvidas são as axilares, anogenitais e 
inframamárias – infecção secundária por cândida é regra 
Essa doença tende à cronicidade e recorrência – pode evoluir para 
eritrodermia esfoliativa 
Pode ser agravada por estresse emocional, físico e pelo frio 
• Mas a exposição ao sol pode reduzir a sua intensidade 
Seboríase? São casos limítrofe com a psoríase – Diagnóstico 
diferencial 
➔ Tratamento: 
Esclarecimento quanto a natureza crônica e recorrente – não falar 
em cura e sim em controle do processo 
MEV 
Shampoos a base de ácido salicílico, enxofre, coaltar, antifúngicos 
Corticoide tópico (loção capilar, creme, promadas, gel de 
Kummerfeld, cetoconazol, corticoides de baixa potencia) 
Imunomoduladores (tacrolimos) – bons em casos da face 
Antibióticos se infecção secundária 
OBS: DERMATITE SEBORREICA DO RN: 
• 1-2 semanas de vida 
• Acomete área das fraldas, face e couro cabeludo 
• Lesões eritematodescamativas não pruriginosas que não 
comprometem o estado geral 
• Sem relação com a forma do adulto 
• Escamas aderentes – crosta láctea 
• Some em semanas/meses 
• Tratamento: Remoção mecânica das crostas após o isso 
de emolientes e evitar uso de ácido salicílico 
ECZEMA ASTEATÓSICO (CRAQUELÊ) 
Associado à xerodermia (descamação), causado pela redução do 
manto lipídico da superfície cutânea 
É mais comum em idosos e pode ser precipitado por: 
• Clima frio e seco 
• Uso de diuréticos 
• Hipotireoidismo 
• Déficit de zinco 
• Excesso de banhos 
Tempreferência por membros inferiores 
A pele é xerótica, com fissuras (raramente hemorrágicas), mas com 
bordas levemente elevadas e eritematosas 
Ocorre prurido e o ato de coçar piora o quadro – pode ocorrer 
eczema numular 
Medidas que ajudam a reverter o processo: 
• Evitar lã 
• Diminuir a frequência de banhos e o uso de sabões 
• Aumentar a umidade do ambiente 
• Aplicar emolientes contendo ureia, vaselina, óleos 
 
➔ Tratamento: 
• Medidas acima 
• Hidratação 
• Corticoide tópico 
 
ECZEMA DE ESTASE 
Consequente à hipertensão venosa - redução do fornecimento de 
O2 aos tecidos e sequestro de leucócitos – liberação de enzimas 
proteolíticas e radicais livres, causando uma lesão ao tecido e 
reação inflamatória 
O local mais comum é a parte interna do terço distal da perna 
Muito comum em mulheres de meia-idade ou idosas 
Outras manifestações de insuficiência venosa crônica 
 
Maria Clara Cavalcante 
Surgimento abrupto ou insidioso 
Tratamento é dirigido a insuficiência venosa, uso de corticoides de 
baixa potência e tratamento de infecções 
 
DERMATOSE PLANTAR JUVENIL 
Dermatite xerótica fissurada da superfície plantar + eritema + dor 
Poupa espaços interpododáctilos e é simétrica 
Ocorre quase que exclusivamente entre os 3-14 anos 
Relacionado a maceração provocada pelo uso de material sintético 
com baixa porosidade 
A maioria melhora sozinho, mas pode persistir até a adolescência 
É recomendado o uso de meias de algodão e calçados de couro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: AZULAY, D.R. Dermatologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Ed. 
Guanabara Koogan; 2013, cap 17.