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DERMATITES OU ECZEMAS Eczema é um tipo de dermatose que se caracteriza por apresentar vários tipos de lesões. INFLAMAÇÃO da pele quando tem contato com agressor Os eczemas correspondem a um grupo de dermatoses inflamatórias, pruriginosas, com características clínicas e histopatológicas comuns e bem definidas. As lesões elementares que definem os eczemas são eritema, edema, vesículas, crostas e descamação. As dermatites podem ser classificadas como agudas, subagudas e crônica. Uma manifestação subjetiva que nunca falta é o prurido e como consequência da duração e intensidade desse prurido pode surgir a liquenificação, que traduz a cronicidade do processo. EPIDEMIOLOGIA • Ocorrem com muita frequência, na ordem: 1ª. Eczema de contato 2ª. Eczema atópica 3ª. Eczema seborreico • Acomete igualmente ambos os sexos e todas as raças. • O eczema de contato pode ocorrer em qualquer época da vida, sendo a dermatite das fraldas (DCIP), muito frequente no lactente, enquanto o eczema de contato por sensibilização mais frequente após a infância • O eczema atópico em geral se inicia do 3º ao 4º mês de vida, podendo ter início mais tardio (adolescência e idade adulta) • O eczema seborreico pode estar presente ao nascimento ou ocorrer já nos primeiros dias de vida, contudo, é muito mais prevalente a partir da adolescência e da idade adulta. HISTOPATOLOGIA A característica básica do processo é de natureza seroexsudativa, acometendo a epiderme e derme papilar (próxima epiderme) na fase aguda. Na fase aguda, na camada de Malpighi/espinhosa há exocitose e edema intercelular, progredindo em horas e provocando “espongiose”, isto é, afastamento entre si das células da cama espinhosa, cujas pontes intercelulares se adelgaçam de modo que os espaços se enchem de serosidade. Com a continuação do processo, ocorre marcado edema intracelular, que provoca degeneração reticular. também ocorre destruição das pontes intercelulares, formando-se, então, as vesículas intraepidérmicas (vesícula histopatológica), que, dependendo da intensidade, acabam por exteriorizar-se (vesículas clínicas); estas se rompem, liberando o exsudato, que, ao secar, forma crostas. Por outro lado, o edema intercelular altera a ceratinização normal, dando origem à formação de paraceratose (permanência de núcleos achatados nas lâminas ceratínicas mais exteriores), cuja expressão clínica é a escama. Na derme papilar, há vasodilatação e edema, o que justifica o eritema. Obs: no interior das vesículas pode encontrar linfócitos Na fase crônica há espessamento de todas as camadas da epiderme, ou seja, hiperceratose, hipergranulosa e acantose irregular, acompanhado de ocorrência sutil de linfócitos; a lesão se apresenta clinicamente como liquenificação. A concomitância dos achados das fases aguda e crônica, no entanto, com menor intensidade, configura a evolução subaguda do processo Tipos de dermatite/eczema De contato Atópica Saborreica DERMATITE OU ECZEMA DE CONTATO Inflamação causada pelo CONTATO entre a pele e um agente exógeno, que pode ser: um ALÉRGENO ou um IRRITANTE É uma reação do tecido conjuntivo a uma suposta lesão aos tecidos. Resposta do tecido conjuntivo principalmente através do tecido vascular Contato com alérgeno, muitas das vezes a pele vai responder com uma resposta inflamatória (dermatite) a esse alérgeno. Infiltração neutrófilica apenas CLASSIFICAÇÃO DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO (DCIP) Decorre dos efeitos tóxicos e pró-inflamatórios de substâncias capazes de ativar a imunidade da pele ainda que de maneira não específica. Possui uma resposta tóxica inespecífica a irritantes de contato 80% dos casos de dermatite e contato É provocada em geral por substâncias alcalinas ou ácidas fracas, não sendo capazes de provocar queimadura e/ou necrose, produzindo apenas uma irritação cutânea lesão nos queratinócitos inflamação na derme papilar. A morfologia da lesão é bastante parecida com a dermatite de contato alérgica, no entanto é associada a uma sensação de ardência, em vez de prurido. Irritantes absolutos- irritam diretamente. Irritante relativos – exposição repetitiva. ✓ Eritema ✓ Descamação ✓ Vesículas e bolhas (agente forte horas, agentes fracos semanas) ✓ Prurido – discreto ou ausente ✓ Sensação de dor ou queimação CAMADAS DA PELE: EPIDERME ▪ C. córnea ▪ C. lúcida ▪ C. granulosa ▪ C. espinhosa ou Malpighi DERME ▪ Papilar ▪ Reticular HIPODERME Não há necessidade de sensibilização prévia e não ocorre a formação de células de memória, portanto qualquer individuo em contato com tais substâncias poderá desenvolver a DCIP, que frequentemente fica restrita ao local do contato. As duas principais variáveis são a concentração da substância e o tempo de exposição, pois dependendo dos dois pode causar uma queimação ao invés de uma DCIP Existe as variações dos indivíduos, pois cada um possui a sua suscetibilidade e depende das regiões expostas, pois tem locais onde a camada córnea da epiderme é mais fina, esses sendo mais provável DCIP. Ex: o dorso da mão é mais provável/sensível que a parte palmar Ex: uma pessoa que já faz o uso crônico de certas substâncias tende com um tempo fazer o espessamento da epiderme, logo é menos provável esta pessoa ter DCI, do que uma pessoa que tem a pele mais fina, pelo produto não ser usado habitualmente. O atrito, umidade e exposição solar podem influenciar na ocorrência da DCIP Dermatose de caráter ocupacional DERMATITE DAS FRALDAS Sua etiopatogenia envolve diversos fatores; o principal fator desencadeante é a oclusão constante da pele pela fralda, com inevitável hidratação e consequente maceração da epiderme. A epiderme úmida é mais suscetível ao dano fricciona! ocasionado pela fralda, tornando-se mais permeável aos irritantes presentes na urina e nas fezes. A inflamação induzida pela irritação friccionai e química promove aumento da permeabilidade, facilitando, assim, infecção secundária por Candida albicans, Proteus, Pseudomonas e B. faecalis. Eritema de intensidade variável, com brilho e pregueamento característico. Caso haja agravemnto do quadro, pode surgir edema, pápulas, vesiculação, erosões e ulcerações. Em uma fase mais tardia o eritema perde o brilho e ocorre descamação, que pode ser intensa. Dobras são poupadas. E a dermatite de fraldas pode evoluir para uma candidíase - Quando ocorre infecção por Candida albicans, a pele fica brilhante, com descamação fina e induto esbranquiçado, acometendo primordialmente as dobras e, frequentemente, com lesões satélites papulosas ou vesicopustulosas características. - Importante diferenciar da candidíase (causada por um fungo), já que o tratamento é bem diferente. Pois no caso da dermatite de fraldas não acomete as dobras, ao contrário da candidíase que acomete as dobras. O tratamento tem como base o uso de emoliente espessos (agem como barreira contra urina e fezes), e principalmente, preparação com óxido de zinco (elemento com ação anti-inflamatória). Quando tem a candidíase associada, cremes com nistatina ou cetoconazol (antifúngica) devem ser aplicados. Caso tenha uma infecção bacteriana, fazer uso de antibióticos. Não sendo recomendado o uso de corticosteroides potentes, pois a oclusão ocasionada pelas fraldas potencializa a ocorrência de efeitos colaterais locais, bem como eleva a absorção sistêmica. Caso faça o uso prolongado desses medicamentos pode gerar uma complicação: granuloma glúteo infantil (caracterizado por nódulos assintomáticos, de coloração acastanhada ou violácea, na região das fraldas; não requer tratamento específico, além da suspensão do corticoide.) Como dar diagnóstico? Não é sempre que tem inflamaçãoque terá anticorpos. Por essa razão não o Pach teste não vai ajudar no diagnóstico. O tratamento invariavelmente requer a interrupção do contato com o agente desencadeador. O uso de corticoide é de grande valia, devendo-se adequar a potência ao local acometido e as características clínicas da lesão. DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA A dermatite alérgica por contato é uma resposta de hipersensibilidade tardia a alérgenos externos Na DCA, existe envolvimento primário do sistema imunológico, sendo exemplo clássico da hipersensibilidade tipo IV (retardada ou mediada por células) Envolve sensibilização e reação imunológica tipo IV (imunidade celular) Resposta eczematosa retardada (48 a 72 h), resultante da sensibilização da pele, como regra, pelo contato com substâncias não proteica de baixo pelo molecular ou por simples produto químicos. Em geral, a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida, embora, eventualmente, ocorra o desenvolvimento de tolerância com a exposição continuada, havendo então a cura. Muitos pacientes podem questionar o diagnóstico, visto que sempre usou determinado produto sem nunca ter apresentado anteriormente aquela manifestação. Inflamação específica (imunologia) Sempre com muito prurido Pode apresentar-se de 3 maneiras: ▪ Aguda eritema, vesículas, exsudação e crosta ▪ Subaguda eritema, pápulas, escamas e crosta ▪ Crônica liquenificação. A morfotopografia é de grande ajuda no diagnóstico Eventualmente pode encontrar lesões a distância do local original, ocorrendo por disseminação do alérgeno pelas mãos do paciente ao coçar. Quadros clínicos generalizados e até mesmo eritrodermia (dermatite descamativa inflamatória), que caracteristicamente tende a ser mais exsudativa, podem ocorrer A realização do teste de contato (pach teste) vai ajudar nessa situação, já que é uma dermatite específica. A denominada recall dermatitis pode ocorrer em pacientes previamente sensibilizados e que, ao se exporem sistemicamente (inalação pelas vias oral, intramuscular ou intravenosa) a um determinado agente ou com relação a ele, seria capaz de desencadear a reativação de lesões em locais que já apresentaram previamente o mesmo quadro de eczema. A síndrome do babuíno, também conhecida como erupção medicamentosa simétrica exantemática intertriginosa e flexural, caracteriza-se por ser uma reação do tipo IV, decorrente da absorção sistémica (ingestão) geralmente de níquel em pacientes sensibilizados previamente a este metal. Trata-se de uma erupção eczematosa simétrica que acomete axilas, cotovelos, pálpebras e laterais do pescoço, acompanhada por lesões anogenitais muito eritematosas. Medicamentos, em especial antibióticos betalactâmicos - sobretudo a amoxicilina - são causas ainda mais frequentes além do paracetamol, quinolonas, aminofilina, hidroxizina e omeprazol TRATAMENTO Na DCA, a conduta dependerá da fase e da extensão do quadro; na fase aguda, inicia-se o tratamento com banho ou compressas, preferencialmente com soluções antissépticas como solução de permanganato de potássio durante as primeiras 24 h. A solução de ácido bórico 1 a 2% pode ser usada, devendo ser evitada no tratamento de grandes áreas em crianças por seu potencial nefro e neurotóxico. Em uma fase menos exsudativa (subaguda), utilizamos pasta d'água ou creme de corticoide tópico. Na fase crônica, está indicado o uso de corticoide em pomada, fita oclusiva ou, mesmo, injeção intralesional. Em casos generalizados ou de eritroderrnia, indicam-se corticoides sistêmicos (prednisona) Em ambos os tipos as lesões ocorrem na área exposta, mas, em casos graves, áreas não expostas podem também apresentar lesões mais brandas, especialmente a dermatite de contato alérgica. O tratamento de ambas consiste a identificação e a remoção do agente agressor, assim como tratamento sintomático com corticoides tópicos e anti-histamínicos de primeira geração administrado por via oral (reduz o prurido) FOTODERMATITES Dermatites desencadeada pela exposição da luz solar porem com mecanismos diferentes. Erupções eritematosas, eritematopapulosas e vesicobolhosas em áreas expostas ao sol podem ocorrer com o uso de medicamentos ativos fotoquimicamente e capazes de absorver luz; entre esses medicamentos, destacam-se a clorotiazida, as tetraciclinas, as fenotiazinas, as sulfonamidas, a griseofulvina, os retinoides e outros DERMATITE ATÓPICA (DA) • É a principal manifestação cutânea da atopia. ATOPIA: tendência a desenvolver alergia a antígenos alimentares ou inalantes, manifestando-se por eczema, asma ou rinite alérgica. • Sinónimos: eczema atópico, prurigo disseminado e prurigo diatésico. • Trata -se de uma dermatose inflamatória crônica, as vezes recorrente, caracterizada por lesões eczematosas, intensamente pruriginosas, podendo estar associada a outras manifestações de atopia, tais como asma e rinite alérgica. Em 85% dos casos, inicia-se até os 5 anos de idade. Observa-se uma resposta bifásica, inicialmente do tipo TH2 e, posteriormente, TH 1/TH2 • Doença genética, de herança poligênica, com evidentes alterações imunológicas, fortemente influenciada por fatores ambientais e, eventualmente, emocionais. • Resposta imediata EPIDEMIOLOGIA A frequência de doenças atópicas (rinite alérgica, asma e eczema atópico) tem aumentado em todo o mundo nas últimas décadas. Uma maior prevalência entre crianças e jovens, nos casos mais graves persistem até a fase adulta. ETIOPATOGENIA ➢ Pacientes atópicos já vão ter um epitélio menos contínuo/menos fechado (deficiência nas junções das células), permitindo a entrada do alérgeno no tecido subcutâneo além de uma célula dendrítica que fica no lúmen atrás de antígeno. ➢ Imunidade humoral e imunidade celular ➢ Hipersensibilidade do tipo I ➢ Aumento de liberação de histamina ➢ Função diminuída dos Toll like receptors (TLRs) ➢ Célula Th2 vai dar ordem ao eosinófilo e produção de IgE Imunidade humoral O anticorpo envolvido na imunopatogenia é o IgE, produzida pelos linfócitos B. Predomínio das citocinas padrão Th2 - IL-4, IL-13, IL-22, IL-17, IL-31 (relacionado ao prurido) Expressão aumentada de receptores de alta afinidade para IgE (mastócitos) Imunidade celular Diminuição de respostas de hipersensibilidade retardada (IgE ) Diminuição do número de linfócitos T circulantes, particularmente os T supressores, aumentando a proporção CD4+/CD8+. O infiltrado linfocitário dérmicos das lesões eczematosas é composto predominantemente, por linfócitos auxiliadores CD4+ CLÍNICA Prurido intenso e sempre presente A morfologia da distribuição das lesões varia com a idade, tendendo a ser mais exsudativa na primeira infância e liquenificadas nas faixas etárias mais avançadas. Dividida em fases: Infantil ▪ Até 2 anos ▪ Áreas eritematocrostosas, inicialmente nas regiões malárias, disseminando-se, principalmente, para o couro cabeludo, pescoço, fronte, punhos, face de extensão dos membros e área das fraldas. Pré-puberal Adolescente – adultos ▪ Lesões papulodescamativas, e mais liquenificadas. ▪ Sujeitas a surtos de agudização ▪ No adulto, sua distribuição usual é típica e compreende dobras antecubitais e poplíteas, sendo também frequente o comprometimento do pescoço, pálpebras, mãos e punhos. ▪ A doença tende a atenuar com a idade, sendo rara sua persistência após 30 anos Pode evoluir de uma fase para outra ou iniciar em qualquer uma delas As etapas terapêuticas são as seguintes: 1) Emolientes (são óleos vegetais, ácidos graxos (ômega 6 e 3) ou lipídios não gordurosos de consistência fluida que formam uma camada protetora sobre a pele); 2) Pomadas de corticosteroides tópicos (p. ex., pomada de triamcinolona)ou inibidores da calcineurina de uso tópico (pomada de tacrolimus ou creme de pimecrolimus) 3) Anti-histamínicos orais (p. ex., fexofenadina e hidroxizina) 4) Fototerapia com UVB de banda estreita 5) Psoraleno e UVA (PUVA) Dermatite atópica eritema, a escoriação e a liquenificação. - Outras manifestações de atopia (asma e rinite) ocorrem em 50% dos casos de DA, podendo haver alternâncias ou concomitância entre elas ao longo da vida. - Pode haver acometimento ocular, sendo a dermatite palpebral amais comum. Podendo manifestar também a ceratoconjuntivite (conjuntivite alérgica) como prurido ocular bilateral, cansaço, irritação ou sensação de corpo estranho, chegando, eventualmente, à ulceração ou perfuração da córnea. - Ocorre aumento de suscetibilidade a infecções fúngicas (dermatofitose), virais (molusco contagioso, verrugas vulgares e herpes simples) e bacterianas, principalmente estafilocócica (a erupção variceliforme de Kaposi compreende o eczema herpeticum e o eczema vaccinatum, quando ocorre infecção aguda, localizada ou generalizada, respectivamente pelo herpes-vírus simples e vaccínia. Clinicamente, se traduz pelo aparecimento de vesículas generalizadas, umbilicadas e de início súbito; em geral, tem bom prognóstico se tratada adequadamente). - A ocorrência de colonização maciça por S. aureus nas lesões, sobretudo agudizadas de DA, mesmo na ausência de evidências de infecção bacteriana, faz com que consideremos a DA virtualmente sempre infectada, o que eventualmente ocorre. DIAGNÓSTICO ➢ É basicamente clínico, corroborado muitas vezes por uma história pessoal ou familial de atopia. ➢ Eosinofilia e o aumento da IgE circulante pode ajudar no diagnostico Dermatite atópica, acometimento das dobras antecubitais Corticoides Tópicos Hidrocotizona Dexametasona Betametasona TRATAMENTO Os principais objetivos são evitar a coçadura, a xerodermia (pele seca) e afastar os agravantes. A terapêutica tópica para hidratação da pele é feita com emolientes, especialmente óleo de amêndoas doces, vaselina ou alfa-hidroxiácidos, associados ou não a cremes de corticoide de potência variável segundo a área, o tipo de lesão a ser tratada e a idade do paciente. Antibióticos tópicos (p. ex., ácido fusídico), com atividade antiestafilocócica, têm suas indicações. Como alternativa aos corticoides tópicos, pode-se usar pastas e cremes com coaltar 2 a 4%. A ureia (clássico hidratante) deve ser evitada pelo fato de por vezes, produzir ardor e irritação. Sistematicamente, indica-se antibioticoterapia antiestafilocócica, mesmo na ausência de evidência franca de infecção secundária, com ótimos resultados, sobretudo em casos de piora súbita. Algumas vezes, são necessários cursos prolongados, pois recidivas são frequentes.. Os anti-histarnínicos anti-H1 são úteis por sua ação periférica e ação sedativa central, especialmente à noite. Temos utilizado o cetotifeno por meses, com bons resultados, nos casos associados à bronquite asmática. Casos extensos podem ser indicação de corticoterapia sistêmica, e, eventualmente, indica-se PUVA- terapia, com bons resultados. A ciclosporina, por via oral, tem sido empregada nos casos mais rebeldes com boa resposta; no entanto, com todos os eventuais efeitos colaterais conhecidos e recidivas frequentes. Interferon-gama é bastante efetivo, sobretudo em crianças. Recentemente, novos imunomoduladores macrolídeos de uso tópico (tacrolimo e pimecrolimo) têm sido utilizados no tratamento da DA. Ambas as substâncias atuam de maneira semelhante aos corticosteroides, tendo ação anti-inflamatória e inibindo a liberação de interleucinas, embora de maneira bem mais seletiva, sem causar os efeitos colaterais indesejáveis tão conhecidos. Vários ensaios clínicos têm demonstrado a eficácia e a segurança desses fármacos, nas apresentações leves e moderadas da DA, principalmente quando localizadas na face e nas áreas de dobras. DERMATITE SEBORREICA • É uma doença comum que se apresenta como manchas eritematosas com descamações finas, de aparência engordurada, mais comumente na área malar, no meio da fronte, do peito e no couro cabeludo • Dermatite crônica de caráter constitucional, associando elementos fisiopatológicos de hiperproliferação epidérmica a eventual participação do Malasseza spp (fungos) • Comum em pacientes infectados pelo HIV. • Apesar de ter a patogênese desconhecida, acredita-se que o Pityrosporum ovale pode desempenhar algum papel no seu desenvolvimento. • O diagnóstico é feito clinicamente. • Os corticosteroides tópicos (ex: hidrocortisona – lesão facial e fluocinolona – couro cabeludo) podem rapidamente reduzir a inflamação. O cetoconazol para o couro cabeludo, seguro para utilização a longo prazo. • Tem uma melhora com antifúngico sistêmico. CLÍNICA As lesões são maculopapulosas, eritematosas ou amareladas, sem brilho, delimitadas e recobertas por escamas de aspecto gorduroso, que se distribuem pelas áreas seborreicas (couro cabeludo, face, regiões pré-estemal, interescapular, flexuras axilares e anogenitais). Prurido quando presente é discreto, á exceção das lesões no coro cabeludo. A pitiríase capitis (caspa), caracterizada por descamação pulvurulenta e difusa, parece ser a fase inicial da DS nessa região, podendo progredir gradualmente com surgimento de eritema, aumento da quantidade e espessura das escamas até um quadro franco de DS. Aumento da queda de cabelo, pode ocorrer em casos crônicos. Eritema, descamação e fissuras retroauriculares e do ouvido externo são comuns. Na face, há envolvimento característico da parte interna dos supercílios, glabela, sulco nasolabial, asas do nariz e região paranasal, sendo comum a blefarite marginal (eritema e descamação ciliar), fazendo diagnóstico diferencial com rosácea. A manifestação mais comum no tronco ocorre como lesões, quando bem desenvolvidas, ditas petaloides (aspecto de pétala), frequentemente vistas nas regiões interescapular e pré-estemal são pápulas eritematodescamativas, inicialmente foliculares, que, por confluência, originam lesões de aspecto figurado, com descamação fina central e bordas mais elevadas e eritematosas que lembram dermatofitose. Podem ocorrer lesões semelhantes às da pitiríase rósea e psoraíse. As regiões flexurais mais envolvidas são as axilares, anogenitais e inframamárias, além da região umbilical, com aspecto intertriginoso, eritematodescamativo, mais acentuado no centro, no qual às vezes ocorrem fissuras. Nessas áreas, a infecção secundária por cândida e bactérias é a regra. A doença tende a cronicidade e recorrência, podendo, eventualmente, evoluir para eritrodermia esfoliativa. É frequente o seu agravamento ou desencadeamento por estresse emocional ou físico e pelo frio. A exposição ao sol, em geral, diminui sua intensidade. DIAGNÓSTICO ➢ É clínico ➢ Devendo considerar a possibilidade de infecção pelo HIV nos casos mais intensos e abruptos ou não responsivos ao tratamento. Solicitando sorologia, inclusive para HTLV-1 TRATAMENTO ➢ Não dele se falar em cura, mais sim no controle do processo. ➢ No couro cabeludo indicam-se xampus à base de LCD (liquor carbonis detergens) associado ou não ao ácido salicílico, piritionato de zinco, sulfeto de selênio, coaltar, cetoconazol, octopiroxolamina, enxofre e ácido salicílico. ➢ Se houver infecção secundária, antibióticos sistêmicos ou tópicos. ➢ Na face e no tronco, além dos xampus e sabões contendo as substâncias já citadas, podem-se prescrever loção ou gel de Kummerfeld, cremes com cetoconazol e, eventualmente, cremes com corticoide de baixa potência. ➢ Os imunomoduladores tacrolimo pomada a 0,1 % e pimecrolimo creme, por sua ação anti-inflamatória,têm se mostrado bastante efetivos no tratamento da DS da face
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