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1 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi Sistemas orgânicos integrados OBJETIVOS: 1. Revisar a anatomia da mão (inervação e tendões) com ênfase em túnel do carpo; 2. Discutir as manobras para definição dos sintomas (vascular X nervoso) Allen X Phalen; 3. Analisar os fatores de risco para a Síndrome de Túnel do carpo. Mão A mão humana é a parte mais distal do membro superior. É uma estrutura admirável, do ponto de vista da engenharia e da evolução. Ela é forte o suficiente para permitir que alpinistas encarem uma montanha, mas também precisa o suficiente para a manipulação de alguns dos menores objetos do mundo, e para realizar tarefas complexas. A mão em si consiste em ossos específicos sobre os quais vários músculos se inserem, e uma coleção de estruturas neurovasculares responsáveis pela drenagem e inervação. Entretanto, os músculos intrínsecos da mão são responsáveis somente por parte de toda a sua amplitude de movimento. Os outros principais contribuintes são os músculos do antebraço, que projetam tendões em direção à mão através de uma estrutura igualmente complexa e flexível, chamada de punho. Problema S16 P2 2 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi Anatomia Ossos • Carpo: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato, hamato • Metacarpo: base, diáfise, cabeça • Falanges: falanges proximal, média, distal Músculos • Grupo tenar: abdutor curto do polegar, adutor do polegar, flexor curto do polegar, opositor do polegar • Grupo hipotenar: abdutor do dedo mínimo, flexor do dedo mínimo, opopsitor do dedo mínimo, palmar curto • Grupo metacarpal: lumbricais, interósseos palmar (aduzem os dedos), interósseos dorsais (abduzem os dedos) Nervos • Nervo mediano e seus ramos (nervos digitais palmares comum e próprio) inervam predominantemente os músculos tenares. • Nervo radial fornece inervação cutânea ao longo da parte externa do polegar. 3 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi • Nervo ulnar e seus ramos (superficial, profundo e dorsal) inervam os grupos hipotenar e metacarpal Artérias • Todos os ramos se originam das artérias radial e ulnar. • Eles incluem: arcos palmares (superficial, profundo), artérias digitais palmares (comuns, próprias), arco dorsal do carpo, artérias metacárpicas dorsais, artérias digitais dorsais, artéria principal do polegar Veias • Arcos venosos palmares (superficial, profundo), rede venosa dorsal da mão e veias digitais metacárpicas palmares, todas drenando para as veias radial e ulnar. Punho • É capaz de vários movimentos, como flexão, extensão, abdução e adução. Ele também facilita a passagem de tendões e várias estruturas do antebraço para a mão. Na face volar apresenta o túnel do carpo. 4 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi Síndrome do túnel do carpo • A síndrome do túnel do corpo resulta na compressão do nervo mediano à medida que passa sob o retináculo flexor • A compressão pode ser causada por qualquer processo que reduza significativamente o espaço do túnel do carpo: inflamação das bainhas sinoviais, retenção de líquido e infecção. • Dor ou parestesia é sentida nos 3 ½ dedos laterais, podendo irradiar na direção do cotovelo, e geralmente piora à noite • Também ocorrem perda de sensibilidade e redução do controle dos músculos inervados pelo nervo mediano • A secção cirúrgica do retináculo flexor pode ser necessária para aliviar os sintomas Fatores de risco A síndrome do túnel do carpo (STC) refere-se ao complexo de sintomas e sinais provocados pela compressão do nervo mediano enquanto ele viaja através do túnel do carpo. Os pacientes geralmente experimentam dor e parestesia, e menos comumente fraqueza, na distribuição do nervo mediano. A STC é a mononeuropatia focal compressiva mais frequente observada na prática clínica. Várias condições foram associadas ao CTS, incluindo o seguinte: • Obesidade • Gênero feminino • Gravidez • Diabetes • Artrite reumatoide • Osteoartrite da mão • Hipotireoidismo • Doenças do tecido conjuntivo • Mononeuropatia mediana preexistente • Predisposição genética • Uso de inibidor de aromatase • Fatores no local de trabalho – Os fatores ocupacionais que foram propostos para causar ou agravar a STC incluem o seguinte: • Uso repetitivo das mãos e pulsos • Uso vigoroso das mãos e pulsos • Trabalhar com ferramentas vibratórias • Pressão sustentada do punho ou palma da mão • Extensão e flexão prolongadas do punho • Uso das mãos em baixas temperaturas Semiologia: Teste de Phalen e Phalen invertido Posição do paciente: sentado ou em pé, com os cotovelos fletidos à 90º e com os punhos com o dorso em contato e à 90º de flexão. Descrição do teste: o terapeuta instrui o paciente para realizar uma flexão do punho e colocar o dorso da mão em contato com a outra mão, permanecendo por 1 minuto. Sinais e sintomas: esse teste serve para diagnosticar a síndrome do túnel do carpo e o aparecimento de formigamento ou dormência na mão, principalmente na região que vai até o 3º dedo, demonstra positividade do teste. OBS: o teste de Phalen invertido é o mesmo teste, porém é realizado com os punhos em extensão máxima, ou seja, em posição de “reza”. 5 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi Teste de Finkelstein Posição do paciente: sentado ou em pé, com o polegar aduzido e fletido, sendo “segurado pelos outros dedos”, associado a um desvio ulnar. Descrição do teste: teste utilizado para diagnosticar a tenossinovite estenosante De Quervain, que abrange o primeiro compartimento dorsal (tendões do abdutor longo e do extensor curto do polegar). O terapeuta instrui o paciente para realizar ativamente ou passivamente o desvio ulnar estando com o polegar aduzido e fletido na palma da mão. Sinais e sintomas: dor com forte sensação de “agulhada” sobre o processo estiloide do rádio. Teste de Tinel Posição do paciente: sentado ou em pé, com o punho em supinação e palma da mão aberta. Descrição do teste: o terapeuta percute com o seu indicador as regiões do túnel do carpo e do túnel de Gyon. Sinais e sintomas: no momento da percussão, nos trajetos dos nervos mediano e ulnar nos túneis carpais, o paciente refere à sensação de formigamento ou choque irradiado para o 3º dedo no caso de síndrome do túnel do carpo e no 5º dedo no caso da inflamação do túnel do nervo ulnar. Teste de Allen Posição do paciente: sentado, com a palma da mão aberta e flexão de cotovelo a 90º. Descrição do teste: o terapeuta instrui ao paciente que realize repetidas vezes abrir e fechar a mão, mantendo pressionadas a artéria radial e ulnar na altura do punho com os seus dedos polegares. Após perceber a “fuga” do sangue da mão do paciente, ou seja, a mão ficar pálida, o terapeuta deverá soltar apenas um lado e testar o fluxo da artéria correspondente observando a coloração da mão. Se a mão voltar a ter a coloração normal, a artéria contribui significativamente e sua perfusão estará normal. A manobra deverá ser repetida soltando-se agora apenas o fluxo da outra artéria e observar a coloração da mão. 6 Gabi Vieira 01/23 MEDFipGbi Sinais e sintomas: durante o teste, o terapeuta deverá ficar atento a coloração da mão do paciente e também deverá manter uma pressão constante da artéria contralateral, para não haver interferência na observação. Normalmente, ambas as artérias suprem adequadamente a mão, mas caso a cor da palma da mão demorar significa que após a liberação de ambas as artérias o examinador deverá concluir que a perfusão estará limitada e o teste será positivo.
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