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AULA 1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Profª Franciele Lourenço 2 TEMA 1 – VISÃO GERAL DAS FINANÇAS As finanças são vistas como, se não a área mais importante, uma das que possui maior importância, de forma que devemos avaliar as receitas e despesas e concluir se a maximização das riquezas e as decisões tomadas foram as mais assertivas. Nesse sentido, todo o processo de transferência de recursos que envolvam pessoas e instituições, mercados e o próprio governo será de responsabilidade da decisão financeira. Nesta aula, trataremos da importância da administração financeira, seus objetivos, as responsabilidades do administrador financeiro, conceitos gerais da administração financeira e sua aplicação na prática. 1.1 Fundamentos e importância da administração financeira Os modelos econômicos criados pelo capitalismo mundial aos poucos vão moldando a forma com que nos relacionamos comercialmente. Por isso, é papel dos administradores financeiros coletar dados, avaliar e analisar as receitas e despesas obtidas, ou seja, é algo que faz parte da administração dos recursos financeiros e da sua gestão, bem como as tratativas com as instituições que fazem parte desse relacionamento. Mas, afinal, por que estudar finanças? As finanças fazem parte de todas as decisões diárias, seja de uma família, empresa e/ou governo. É nelas que estão pautados o crescimento e o desenvolvimento das atividades e oportunidades, e por serem muito amplas e dinâmicas, afetam a vida de todos os indivíduos, independentemente de serem eles pessoas físicas, jurídicas e/ou Estado. Gitman (2010, p. 3) fala que “Finanças diz respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais”. Portanto, as decisões que envolvem principalmente o emprego do dinheiro, em termos de ganhos e perdas, farão parte da administração financeira – por isso sua importância. Assim, Berk, Damazo e Harford (2010, p. 38) inserem o Princípio da Avaliação, que “mostra como tornar os custos e benefícios de uma decisão comparáveis, de maneira que você poderá ponderá-lo adequadamente”. 3 Portanto, tendo em vista as opções, avaliar a que mais trará ganhos em termos de segurança e eficiência dos recursos financeiros será o primeiro passo a ser dado para uma boa administração financeira. Então, a administração financeira compreende o conjunto de atividades relacionadas com a gestão do fluxo de recursos financeiros na organização e tem a dupla responsabilidade de captar os recursos necessários às atividades da empresa e alocá-los de forma a alcançar os objetivos organizacionais. (Sobral; Peci, 2013, p. 557) Por isso, as finanças estão divididas em duas grandes áreas: a dos serviços financeiros e da administração financeira. Gitman (2010, p. 3) diz que “os serviços financeiros dizem respeito à concepção e oferta de assessoria e produtos financeiros”. Por outro lado, Gitman (2010, p. 4) expõe que a administração financeira diz respeito: às atribuições dos administradores financeiros nas empresas. Os administradores financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financeiros de organizações de todos os tipos — financeiras ou não, abertas ou fechadas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Sendo assim, em resumo, as finanças tratam de três questões importantes: 1) Quais investimentos você vai realizar em longo prazo? É a identificação do orçamento de capital – das oportunidades que tragam custo-benefício à organização, respeitando o tipo de negócio e suas necessidades particulares. 2) Como conseguirá os financiamentos necessários? Consiste na análise da estrutura de capital – ou seja, é a relação entre o exigível a longo prazo e o patrimônio que a empresa possui para financiar suas operações. 3) Como será administrado o fluxo diário de operações da empresa? Essa etapa consiste na administração do capital circulante – entradas e saídas de recursos diários da empresa, que respondem dúvidas quanto a caixa, estoques, crédito, empréstimos e assim por diante. Logo, as finanças no geral tratam de serviços financeiros que são conduzidos por meio de uma gestão de negócios, sejam eles de cunho financeiro ou não, ou ainda, informações sobre aquisição, controle e emprego dos recursos financeiros organizacionais. 4 Portanto, Ross et al. (2013, p. 8) dizem que o objetivo da administração financeira é “ganhar dinheiro ou agregar valor para os proprietários”. Podendo ainda, segundo Ross et al. (2013, p. 9), pensar em: “Sobreviver, evitar problemas financeiros e falência, superar a concorrência, maximizar as vendas ou a participação de mercado, minimizar os custos, maximizar os lucros e manter o crescimento constante dos lucros”. Quanto às decisões da administração financeira, temos a seguir uma figura básica organizacional de uma empresa estadunidense: Figura 1 – Quadro organizacional de uma empresa estadunidense Fonte: Ross et al. (2013, p. 3). 5 É interessante mostrar que no topo do quadro organizacional da empresa estadunidense encontra-se o Conselho Administrativo (CA), seguido do Presidente do Conselho Administrativo e o Diretor Presidente (CEO). Aqui, o CA deve fiscalizar o CEO. A seguir temos o quadro organizacional de uma empresa brasileira: Figura 2 – Quadro organizacional de uma empresa brasileira Fonte: Ross et al. (2013, p. 4). No quadro organizacional de uma empresa brasileira percebemos que, em seu topo, estão os acionistas, que elegem um Conselho Fiscal. Este irá trabalhar junto com o Conselho de Administração, dando sequência às demais funções. E, quando se fala em representação de interesses empresariais, é o administrador financeiro que ficará encarregado das decisões diárias, escolhendo as mais apropriadas ao tipo de negócio, respeitando um planejamento e previsão 6 das necessidades, o financiamento e suas alternativas de fontes de recursos, o controle dos resultados e o investimento/aplicação dos resultados financeiros (Maximiniano, 2012). Logo, o administrador financeiro tomará decisões, com base dos dados colhidos no Balanço Patrimonial. No caso das tomadas de decisões que envolvem investimentos, o Ativo Circulante e o Ativo Imobilizado serão seus direcionadores, quanto as decisões de financiamentos, o Passivo Circulante e as Dívidas de Longo Prazo e o Patrimônio Líquido serão utilizados para as tomadas de decisão. Ross et al. (2013, p. 2): “A função do administrador financeiro é comumente associada a um alto executivo da empresa, como um vice-presidente de finanças ou um diretor financeiro (em inglês, chief financial officer – CFO)”. Esse administrador financeiro tem como funções a formulação de uma estratégia financeira para a empresa e suas subsidiárias, a representação da organização perante órgãos públicos e instituições financeiras e a direção dos departamentos, unidades ou pessoas que desempenhem tarefas relacionadas com a gestão de recursos financeiros na organização. (Sobral; Peci, 2013, p. 560) E por mais que haja vários departamentos financeiros com objetivos e focos diferentes dentro da mesma empresa, todos possuirão interdependência, afinal, em termos gerais, o objetivo maior será o mesmo – ganhar dinheiro. TEMA 2 – OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DE UMA EMPRESA Os objetivos estratégicos de uma empresa serão aqueles que darão direcionamento às atividades da empresa, impulsionado por metas e objetivos empresariais de longo prazo. 2.1 Objetivos e metas “Os Objetivos são os resultados desejados, que orientam o intelecto e a ação. São os fins, propósitos, intenções ou estados futuros que as pessoas e as organizações pretendem alcançam, por meio da aplicação de esforços e recursos” (Maximiano, 2012, p. 122). Dentro do processo de tomada de decisão, os objetivos podem ser vários,e ainda podem se desdobrar em outros objetivos, que muito provavelmente irão se interligar uns aos outros. Conforme Maximiano (2012, p. 123), os objetivos interligados formam uma hierarquia ou cadeia de meios e fins, tal como segue: 7 Figura 3 – Objetivos em hierarquia Fonte: Maximiano (2012, p. 123). Em se tratando de termos gerais, os objetivos devem ser obtidos com base em números e indicadores que serão alcançados por meio da determinação de metas, que consistem na durabilidade do projeto. Por exemplo, o desenvolvimento de um protótipo de um novo veículo em 6 meses (meta), e alcançar posteriormente, a venda de 100 mil carros por dia (objetivo). Portanto, os objetivos são mais gerais do que as metas, pois o primeiro consiste no que se pretende fazer; já o segundo expressa quantitativamente como serão atingidos os objetivos. Para isso, temos os planos (que definem o passo a passo de como os objetivos e metas serão postos em prática) e o planejamento estratégico (define as alterações que ocorrerão, para o plano obter sucesso). Segundo a Regra de Ouro n. 7 de Júlio (2005, p. 107), “a estratégia é o caminho para você alcançar, o mais rápido possível, seu objetivo”. O processo de desenvolvimento de estratégias se inicia com a definição do primeiro passo, que consiste no autoconhecimento, ou autoanálise, que permitirá conhecer a si próprio, no caso a sua organização e avaliar seus pontos fracos e fortes. Em seguida, Júlio (2005) diz que devemos avaliar a realidade da empresa. Essa fase se utiliza da Regra dos seis Cs: 1) Companhia: analisar os pontos fracos e fortes da empresa. 2) Concorrentes: listar os pontos fracos e fortes de seus concorrentes. Não devemos esquecer de limitar a análise ao ramo no qual estamos inseridos. 3) Canais: classificar os principais canais de vendas diretos e indiretos, não esquecendo de levantar os canais existentes e como eles enxergam sua empresa como fornecedora. Ponto de partida Objetivo intermediário Objetivo final Objetivo intermediário Objetivo intermediário 8 4) Consumidores finais: conhecer as necessidades, desejos e hábitos, bem como a escala de valores. 5) Custos: entender a contabilidade gerencial e de custos, analisando seus lançamentos, tempo de retorno, margem de lucro, preços, impostos etc. 6) Contexto: analisar e monitoras o ambiente de negócios e suas prováveis mudanças. Por essa razão é dito: Se você conhecer o inimigo e a si mesmo, não precisa temer o resultado de uma centena de batalhas. Se você conhecer a si mesmo, mas não o inimigo, para cada vitória você também sofrerá uma derrota. Se não conhecer nem o inimigo, nem a si mesmo, você sucumbirá em todas as batalhas. (Sun-Tzu, 2007, p. 39) Já a administração estratégica é composta por quatro etapas: 1) Pensar estrategicamente: entender o problema empresarial e suas múltiplas dimensões. 2) Planejar estrategicamente a atuação da empresa: compreender e utilizar de forma eficaz os recursos. 3) Executar eficazmente as estratégias definidas: atuar mediante o desenvolvimento de suas capacidades de liderança, informação, motivação e coordenação de esforços dentro e fora da organização. 4) Controlar os resultados estratégicos obtidos: acompanhar e avaliar as estratégias adotadas, verificando se estão sendo eficazes e se necessitam de correções e/ou adaptações. Assim, a estratégia é adotada de múltiplas dimensões, e em seu bojo temos assuntos dos mais variados, cabendo aqui trazer apenas aqueles que, em termos gerais, tragam apenas suas etapas cronológicas. Dessa forma, pensar estrategicamente é a capacidade de entender um problema empresarial e seus múltiplos desdobramentos. TEMA 3 – AMBIENTE DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Assim como outros departamentos, a administração financeira se desenvolve em um cenário de certa complexidade, por estar ligada não só ao ambiente interno, mas também externo à organização. No entanto, o objetivo principal é alocar de forma eficiente os recursos produtivos na economia como um todo. 9 São instituições financeiras e mercados: Mercado de Capitais, Taxas de Juros e Retornos Requeridos e a Tributação de Pessoa Jurídica, que fazem parte do ambiente operacional da empresa. Sobre as instituições financeiras, Sobral e Peci (2013) a caracterizam como um subsistema de intermediação “cuja função é intermediar transferências de recursos entre agentes geradores de poupança e agentes carente de capital”. Entre algumas instituições financeiras estão: as Instituições de Crédito a Curto prazo; as Instituições de Crédito de Médio e Longos Prazos; as Instituições de Crédito para Financiamento de Bens e Consumo Duráveis; o Sistema Financeiro de Habitação; Instituições de Intermediação no Mercado de Capitais; as Instituições de Seguros e Capitalização e; as Instituições de Arrendamento Mercantil (Fortuna, 1999). Para isso, o Sistema Financeiro se faz importante por ser um “conjunto de instituições, instrumentos e mercados agrupados de forma harmônica, com a finalidade de canalizar a poupança das unidades superavitárias até o investimento demandado pelas deficitárias” (Pinheiro, 2016, p. 36). Aliás, o sistema financeiro pode assumir três funções básicas na economia (Pinheiro, 2016): 1) Facilitar a designação temporal (e espacial) de recursos; 2) Levar a poupança a uma forma de investimento mais produtivo; 3) Facilitar a gestão de ricos por meio da redistribuição e diversificação de investimentos. Já o Mercado de Capitais é conceituado como o local onde são negociados valores mobiliários, como ações (capital social de uma empresa, subdivididos em frações), commercial papers ou notas promissórias comerciais (títulos de dívidas para captação de recursos de curto prazo) e debêntures (valores mobiliários representativos de dívida de médio e longos prazos) (Kerr, 2011), ou seja, são transações de longo prazo, que envolvem agentes deficitários e superavitários. Taxas de Juros e Retornos Requeridos indicam o custo de tomar fundos em relação a retorno requerido, que é o custo do emissor, envolto pelo risco de inadimplência. 10 Figura 4 – Maximização do preço da ação Fonte: Gitman (2010, p. 14). Tendo em vista que todos que se encontram no mercado transacionando buscam liquidez no menor prazo o possível, vale a pena optar por valores que levem em consideração a taxa de juros real, que é aquela que desconta o valor da inflação. Em contrapartida, a taxa de juros sem risco é aquela que leva em consideração a taxa de juros real mais a expectativa inflacionária. Sabemos que o risco é proporcional ao retorno, porém devemos nos ater a que tipo de investimentos estamos realizando e quando pretendemos auferir tais ganhos, para que, assim, o administrador financeiro chegue próximo de um resultado real. E a Tributação de Pessoa Jurídica diz respeito à incidência de impostos, que poderá incidir sobre rendimentos provenientes de ganhos ordinários e de capital. Os ganhos ordinários incidem sob empresas, caracterizadas como uma sociedade por ações, e que serão obtidos por meio da venda de bens e serviços. São os chamados lucro normal ou operacional. Neste caso, a alíquota utilizada é a alíquota média, paga sobre o resultado ordinário de uma empresa (Gitman, 2010). Seu cálculo é obtido por meio da seguinte fórmula: ALÍQUOTA MÉDIA = 𝐼𝑀𝑃𝑂𝑆𝑇𝑂 𝑃𝐴𝐺𝑂 𝑅𝐸𝑆𝑈𝐿𝑇𝐴𝐷𝑂 𝑇𝑅𝐼𝐵𝑈𝑇Á𝑉𝐸𝐿 Ou seja, é a divisão do imposto de renda pelo lucro tributável, enquanto que a alíquota marginal representa a alíquota à qual é tributado o resultado adicional, também chamado de lucro adicional (Gitman, 2010). No processo de apuração do resultado tributável, quaisquer juros recebidos pela empresa são considerados parte do resultado ordinário. Administrador Financeiro Alternativade decisão financeira Retorno? Risco? Aumenta o preço da ação? Rejeitar Não Sim Aprovar 11 Os dividendos recebidos, recebem tratamento diferenciado. Esse tratamento atenua o efeito da bitributação, que se dá quando os lucros já tributados de uma empresa são distribuídos como dividendos em dinheiro aos acionistas, que devem pagar sobre eles imposto de renda a uma alíquota de até 15%. Dessa forma, os dividendos que a empresa recebe por deter ações ordinárias e preferenciais de outras empresas, e que representem uma participação inferior a 20%, permitem um abatimento de 70% para fins fiscais. (Gitman, 2010, p.25-26) Os de capital consistem na diferença entre o preço de compra e venda de um ativo não circulante. Gitman (2010, p. 26) explica que para as sociedades por ações, os ganhos de capital são somados ao resultado ordinário e tributados às alíquotas normais, com alíquota marginal máxima de 39%. TEMA 4 – ÉTICA EMPRESARIAL A ética na maioria das vezes relaciona-se com os interesses. Interesses estes que foram sendo moldados com o passar dos anos e na década de 1970 ganharam uma forma mais estruturada por meio do Código de Conduta ou também chamado de Código de Ética. Os Códigos de Ética começaram a ser implantados nas empresas como uma forma de limitar o comportamento humano, neste caso, dos colaboradores. E, a partir daí, várias empresas imprimiram uma série de livretos e cartilhas que vinham a ensinar “boas maneiras” aos seus colaboradores. Na verdade, esses códigos consistiam em proibir e punir o comportamento alheio. A partir da década de 1990, nasce um novo código, baseado nas premissas da cultura e valores individuais de cada empresa. Tornando o colaborador, de certa forma, mais participativo e com condições de diálogo e, impondo direitos e deveres para empresa versus colaborador, para que haja o bom relacionamento entre ambos. No entanto, deve-se reforçar que, somente o Código de Ética não basta: para que a empresa garanta o aceite e utilização por parte de todos, há a necessidade de que todos entendam o papel exercido e colaborem para o bom funcionamento das atividades. Lanzarin (2002, p. 25) explica que: Apesar de o código de ética profissional servir para coibir procedimentos antiéticos, este não é seu principal objetivo. Seu objetivo primordial é expressar e encorajar o sentido de justiça e decência em cada membro do grupo organizado. Um código de ética deve indicar um novo padrão de conduta interpessoal na vida profissional de cada trabalhador que esteja exercendo qualquer cargo na organização. A condição prioritária 12 para se ter um código de ética efetivo é a liderança dentro da organização. Isso não significa, entretanto, que esse conjunto de procedimentos deve ser imposto de cima para baixo, da Administração para o funcionário, mas que os administradores se disponham a segui- lo antes de todos. Deve haver consenso no grupo sobre o conteúdo do condigo de ética. Seus preceitos devem atingir todos os membros do grupo organizado. Sendo assim, as empresas vêm aderindo ao Código de Ética à medida que se trata de uma mão de via dupla, na qual tanto a empresa possui seus direitos e deveres. Portanto, a ética se consolida na aplicação diária de valores e princípios claros, coerentemente exercitados por sócios, administradores, executivos, funcionários e terceiros (IBGC, 2015). E ainda, a atuação ética dos indivíduos permite que as melhores práticas conduzam as organizações à boa governança, reduzindo suas chances de fracasso e aumentando as de sucesso (IBGC, 2015). Gitman (2010, p. 15) observa que: A Ética empresarial se refere aos padrões de conduta ou julgamento moral aplicáveis a quem se dedica a atividades comerciais. Em finanças, a violação desses padrões pode assumir muitas formas: “criatividade contábil”, gestão de lucros, projeções financeiras enganosas, insider trading, fraude, remuneração excessiva aos executivos, opções retroativas e pagamento de propinas. Quanto à chamada Criatividade Contábil, é uma prática dita ilícita, que fere os princípios éticos da Ciência Contábil, pois consiste numa avaliação patrimonial e em resultados positivos nas Demonstrações contábeis que são irreais. A contabilidade criativa gera informações imprecisas para a ciência contábil e para os acionistas a prática tende a maximizar os retornos, tendo em vista que os resultados gerados pela criatividade podem ser mais “previsíveis” para o mercado acionário. Os retornos podem ser majorados para os acionistas no primeiro momento, entretanto, pode existir um aumento do risco tendo em vista que o mercado é capaz de duvidar do verdadeiro desempenho da entidade”. (Sousa; Nascimento; Bernardes, 2013, p. 5) Portanto, a ética deve ser tratada como um processo de construção de boas relações, de forma contínua, fazendo com que todos reflitam a respeito de sua própria consciência, importância e comprometimento sobre o todo. 13 TEMA 5 – APLICAÇÃO PRÁTICA: GOVERNANÇA CORPORATIVA E AS MELHORES PRÁTICAS Neste item será apresentado o conceito de governança corporativa – seus objetivos, sua estrutura, princípios básicos, chamados de melhores práticas. 5.1 Governança corporativa A aplicação da governança corporativa nas empresas funciona como um código de conduta que acaba por facilitar não só as relações comerciais, mas traz uma maior credibilidade em relação às empresas e aos investimentos. Portanto, o objetivo da governança corporativa consiste em recuperar e/ou garantir a confiabilidade aos acionistas, de tal modo que, sejam implantados meios de garantir que os interesses dos envolvidos estejam sempre alinhados. Afinal, como conquistar esse objetivo? Tendo a aderência dos atores as condutas pré-estabelecidas e a transparência, favorecendo a redução e/ou eliminação de conflitos de interesse, que acabam por impactar a eficiência econômica, traduzida pela maximização de valor aos interessados. E ainda, os agentes de governança têm papel relevante no fortalecimento e na disseminação dos propósitos, princípios e valores da organização, com base em direitos, deveres e responsabilidades exercidas por cada um dos agentes da governança, tal como mostra a figura a seguir: 14 Figura 5 – Contexto e estrutura do sistema de governança corporativa Fonte: IBGC (2015). Considerando as partes interessadas, temos primeiramente as relações entre os stakeholders e os objetivos pelos quais a empresa se orienta, enquanto que os principais atores tipicamente são: os acionistas (sócios), o Conselho de Administração e a Alta administração (Diretoria). Os sócios, em resumo, são detentores do capital social da empresa, tratados de forma equitativa e possuem acesso às assembleias gerais para prestação de contas, assim como a compra e venda de ações. Por isso, devem ter interesses e objetivos bem alinhados, ser éticos e responsáveis, pois cada ação que possuem lhes dá direito a voto. 15 O Conselho de Administração, segundo o IBGC (2015), é o órgão colegiado encarregado do processo de decisão de uma organização em relação ao seu direcionamento estratégico. Ele exerce o papel de guardião dos princípios, valores, objeto social e sistema de governança da organização, sendo seu principal componente. Além de ser considerado estratégico, faz a ponte entre a diretoria e os sócios, cabendo a ele ser estratégico nas tomadas de decisões e no controle e monitoramento do que está sendo realizado. A alta administração cumpre a função social de todos os processos e políticas necessários à viabilização e disseminação dos propósitos, princípios e valores da organização. De acordo com o IBGC (2015): “É responsável pela elaboração e implementação de todos os processos operacionais e financeiros, inclusive os relacionados à gestão de riscos e de comunicação com o mercado e demaispartes interessadas”. Outros participantes não menos importantes são: os funcionários, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, instituições reguladoras (como a CVM, o Banco Central etc.), o meio ambiente e a comunidade em geral. Dessa maneira, a governança corporativa, segundo o IBGC (2015), é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Em complemento, pode-se dizer que a governança corporativa estabelece regras e normas com o propósito de não deixar o poder somente com os diretores internos das empresas, criando assim Conselhos de Administração e cedendo o poder de decisão e opinião aos acionistas que investem na empresa. Por isso, para todas as empresas, independentemente de tamanho/porte, natureza ou controle aplicar os princípios da governança corporativa é de grande valia, pois, acaba por converter os princípios em uma gestão de qualidade, longeva e que produz valor econômico para a organização. Além do mais, sua importância se consagra no fato de o interesse no tema governança corporativa ter tido relevância, dados os colapsos econômicos de grandes corporações dos EUA como a Enron Corporation e Worldcom e, pelo fato das más práticas empresariais. 16 Isso colaborou para que, no ano de 2002, o governo estadunidense aprovasse a Lei Sarbannes-Oxley, com o propósito de restaurar a confiança do público em geral na governança corporativa. Gitman (2010, p. 115) complementa dizendo que: A Sarbanes-Oxley tem por objetivo eliminar os muitos problemas de divulgação e conflitos de interesses que surgiram. Seus meios para atingir esse objetivo são: estabelecimento de um conselho de monitoramento do setor de contabilidade; regulamentos e controles mais rígidos para processos de auditoria; penalidades maiores para executivos culpados de fraude empresarial; maiores exigências de divulgação contábil e diretrizes éticas aplicáveis aos diretores das empresas; diretrizes firmes quanto à estrutura e composição dos conselhos de administração; estabelecimento de diretrizes quanto a conflitos de interesses envolvendo analistas; divulgação imediata e obrigatória de venda de ações por parte de executivos; e aumento da autoridade reguladora de títulos, além de maior orçamento para auditores e investigadores. Ademais, Gitman (2010) reforça que a governança corporativa serve para estabelecer objetivos, desenvolver planos e realizá-los, e estabelecer procedimentos de monitoramento do desempenho. Além de definir direitos e deveres dos envolvidos, bem como regras e procedimentos de tomada de decisão empresarial. Com base nessas premissas, alguns princípios são adotados. • Transparência: consiste na disponibilização de informações que sejam do interesse de todos, independentemente se estas estiverem sujeitas a leis ou regulamentos. • Equidade e justiça: consiste no tratamento justo e equitativo a todos os envolvidos, respeitando os direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas dos envolvidos. • Prestação de contas (accountability): consiste na prestação de contas, que traz em seu bojo a responsabilização por seus atos e decisões. • Conformidade ou Responsabilidade Corporativa: que agrega a Participação, Estado de direito, Orientação por consenso das decisões, Efetividade e eficiência, Ética e Responsabilidade Corporativa. Ou seja, trata da conformidade econômica, social e cultural no curto, médio e longo prazo. E o que não pode faltar para uma boa governança é o estabelecimento de uma hierarquia clara; a realização de reuniões de acompanhamento constantes; 17 a formação de um Conselho e a transparência e facilidade nas transações administrativas. Assim, a governança corporativa beneficiará a empresa com o Desenvolvimento Econômico Sustentável, Melhorias em seu desempenho e Acesso às fontes externas de capital. Do contrário, sua não existência, poderá colaborar para o Abuso de poder, Erros estratégicos e/ou Fraudes. Lembrando que a governança corporativa não se trata de um código de boas práticas, apenas do estímulo de reflexões e sugestões, para as práticas de tomadas de decisão. 18 REFERÊNCIAS BERK, J.; DEMARZO, P.; HARFORD, J. Fundamentos de finanças empresariais. Porto Alegre: Bookman, 2010. FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de governança corporativa. São Paulo: IBGC, 2015. Disponível em: https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/21138/Publicaca o-IBGCCodigo-CodigodasMelhoresPraticasdeGC-5aEdicao.pdf. Acesso em: 23 mai. 2022. JÚLIO, C. A. A arte da estratégia: pense grande, comece pequeno e cresça rápido. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KERR, R. B. Mercado financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. LANZARINI, E. J. Ética de negócios. Curitiba: UFPR, 2002. MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos da administração: manual compacto para as disciplinas TGA e introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2012. PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais. São Paulo: Atlas, 2016. ROSS, S. A. et al. Fundamentos de administração financeira. Porto Alegre: AMGH, 2013. SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. SOUSA, W. D. de; NASCIMENTO, J. C. H. B. do; BERNARDES, J. Contabilidade criativa versus Ciência contábil: um estudo dos impactos do fenômeno sobre a ciência. Disponível em: http://legado.fucape.br/_public/producao_cientifica/2/100- 208-1-pb.pdf. Acesso em: 23 mai. 2022. SUN-TZU. A arte da guerra. São Paulo: DPL, 2007. AULA 2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Profª Franciele Lourenço 2 TEMA 1 – RISCO NAS DECISÕES Qualquer ação que coloquemos em prática, não estaremos livres da incidência de riscos, afinal, nem tudo sai exatamente como planejamos. Com base nisso, as empresas analisam e avaliam o retorno e os riscos de suas operações, em especial de seus investimentos, podendo, assim, determinar o preço das ações e se sua riqueza está sendo maximizada e em quanto tempo. E, apesar de os riscos serem os mais diversos, eles também afetarão os preços das ações de diferentes maneiras. Assim, os acionistas sempre irão buscar serem remunerados pelo risco adicional que correm. São riscos que advêm da política, intermediação da corretora, escândalos, mercado internacional, juros, taxa cambial, do mercado, da saúde da própria empresa etc. Tudo isso afeta o fluxo de caixa da empresa, que irá influenciar em seu desempenho e, ainda mais, no interesse dos acionistas e investidores. Isso quer dizer que qualquer tomada de decisão envolverá riscos, que poderão trazer ganhos ou perdas, baseados em probabilidades da ocorrência ou não de determinados resultados. Uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades. As decisões são tomadas para resolver problemas ou aproveitar oportunidades. O processo de tomar decisões (ou processo decisório) é a sequência de etapas que vai da identificação de uma situação que oferece um problema ou oportunidade, até a escolha e colocação em prática de uma ação ou solução. (Maximiano, 2012, p. 107) Por isso, em termos gerais, o risco é muito abrangente e pode ocorrer nas mais variadas formas. O risco econômico tem a ver com os efeitos provocados pela conjuntura, planejamento e gestão empresarial. E o risco financeiro baseia- se no endividamento e sua capacidade de pagamento (Abreu Filho et al., 2003). Nesse contexto, o risco total dos ativos se divide em dois tipos: o sistemático (riscosistemático ou conjuntural) e o não sistemático (risco específico ou próprio do ativo) (Abreu Filho et al., 2003, p. 29). O risco sistemático está ligado aos eventos de natureza política, econômica e social – por exemplo, os efeitos ocorridos na política internacional, tal como a mudança de um representante do governo, poderão influenciar no mercado financeiro e de capitais e, por si só, esbarrar no preço dos ativos, mesmo aqui no Brasil. 3 O risco não-sistemático é aquele que advém do próprio ativo – por exemplo, um investidor poderá aplicar em diversos ativos, de renda fixa ou variável, que poderão ser afetados de forma diferente em maior ou menor grau. Assim, os investidores só se dispõem a correr algum risco quando percebem a possibilidade de obter um retorno maior do que aquele usualmente obtido na renda fixa, que não lhes oferece risco. Quanto maior essa variabilidade do retorno esperado, maior o risco do ativo. E quanto maior for o risco do ativo, maior será o retorno esperado exigido pelo investidor para se arriscar a manter aquele ativo na carteira. (Abreu Filho et al., 2003) Vale lembrar que o risco está atrelado ao preço, retorno e condições do mercado. Ao preço, pois investidores, produtores e agentes financeiros em geral esperam obter ganhos em cima do valor presente dos ativos, valorizando, assim, o fluxo de caixa. E isso acaba por trazer não só o incremento dos ativos, como também o crescimento do negócio. O retorno por conta das taxas que são aplicadas, relacionadas ao tipo de contrato e prazos acordados, que, por sua vez, sofrem interferência da renda fixa ou variável e pelo retorno esperado (baseado em médias) ou efetivo (baseado em condições aleatórias). E as condições de mercado tratam da interrelação do preço, retorno e as variações provocadas pelos movimentos do mercado, que serão expressos pela variabilidade em relação ao retorno esperado ou retorno médio, o chamado desvio padrão. O cálculo do desvio padrão irá dizer se: 1) o retorno esperado é compatível com o nível de risco (se o preço é justo ou não), 2) o retorno esperado está acima do que parece razoável para tal nível de risco (atração versus retorno produzido pelo ativo); e 3) o retorno esperado está abaixo do que parece razoável para o nível de risco do ativo (compatibilidade de risco versus retorno) (Abreu Filho et al., 2003). Para isso, há o modelo de precificação de ativos, a teoria de Capital Asset Pricing Model (CAPM), a qual estima a taxa de retorno exigida pelos investidores. Ou seja, retorno das ações e índice de mercado, expresso pela fórmula a seguir: Ri = Rf + β (Rm - Rf) Onde: Ri = taxa de retorno do investimento; 4 Rf = taxa de retorno de um investimento livre de risco, tais como os títulos públicos (no mercado brasileiro de ações, essa taxa é representada pelo Ibovespa); β = beta; Rm = taxa média de retorno da carteira. Exemplo: Calcule o retorno exigido para um investimento (Ri), sabendo que os títulos públicos pagam 9%, o mercado remunera a 12% e o beta é 1,5. RI = 0,09 + 1,5 * (0,12 - 0,09) RI = 0,09 + 1,5 * (0,03) RI = 0,09 + 0,045 RI = 0,135 ou 13,5% O retorno exigido é de 13,5% e, levando-se em consideração o cálculo do risco diversificável e as possíveis diversificações de carteira, temos: as influências que o retorno de mercado esperado poderá nos trazer e o retorno livre de risco, por considerar o risco assumido, no qual o investidor considerará os riscos de se investir em tal ativo. TEMA 2 – GESTÃO DE RISCOS EM UMA ORGANIZAÇÃO De maneira geral, o objetivo principal das empresas é maximizar seus lucros. No entanto, cada empresa terá especificidades quanto aos seus objetivos estratégicos. Por exemplo: as sociedades por ações costumam medir sua lucratividade em termos de lucros por ação (LPA); já as empresas no geral calculam sua lucratividade pela relação entre o valor do lucro líquido e o valor das vendas, que serão obtidos pela demonstração dos resultados do exercício. Só isso não basta: o administrador financeiro deve se ater não só à lucratividade em si, mas também em quanto tempo o retorno se fará, pois nem sempre o retorno financeiro maior significa ganhos maiores, tendo em vista que, em termos de prazo, se tornarão mais vantajosos, mesmo com lucro total maior. Em relação ao fluxo de caixa, quando se fala em sociedades por ações, ele será recebido em forma de dividendos ou da venda de ações. Assim, um maior lucro por ações não significa, obrigatoriamente, um aumento dos dividendos e 5 nem ao menos um maior preço da ação. A não ser que os preços acompanhem os valores do fluxo de caixa, levando-se em consideração que tal tomada de decisão não influenciasse na qualidade do produto, competitividade e/ou preço da ação (Gitman, 2010). Assim, devemos considerar os objetivos estratégicos como a determinação de objetivos e metas que sejam considerados diferenciais para o negócio. “O valor total do capital próprio de uma sociedade por ações é igual ao valor do patrimônio dos proprietários. Assim, um modo mais geral de declarar nosso objetivo é o seguinte: maximizar o valor de mercado do patrimônio dos proprietários”. (Ross, Westerfield, Jordan, Lamb, 2013, p. 10) Logo, a estratégia representa “o conjunto de objetivos, fins ou metas, além das políticas e planos mais importantes para alcançá-los, que devem ser estabelecidos de forma que fique definida em que classe de negócio a empresa opera, em qual vai operar e que tipo de negócio pretende ser” (Bruni; Famá, 2011, p. 308). Portanto, cabe aos gestores estabelecerem uma visão orientada para a resolução de problemas, que sejam orientados e avaliados, de tal forma que criem instrumentos de medição (metas) para atingir seus objetivos. “A arte da guerra nos ensina a confiar, não na possibilidade de o inimigo não vir, mas sim, na nossa prontidão para recebê-lo; não na probabilidade de ele atacar, mas preferivelmente no fato de termos tornado nossa posição inexpugnável” (Sun-Tzu, 2007, p. 84). Assim sendo, a empresa deverá se precaver antecipadamente aos possíveis riscos que a assolam e estar preparada para eventuais situações que possam vir a tirar ou reduzir sua participação no mercado. É isso que o relacionamento de agência (relacionamento entre acionistas e administradores) faz. O vínculo permite que os interesses sejam representados e alcançados de comum acordo. Mas nem sempre essa relação é um mar de rosas: problemas podem ocorrer, e é aí que damos o nome de problemas de agência. Ross, Westerfield, Jordan, Lamb (2013, p.12) expressam que o problema de agência é “a possibilidade de conflitos de interesses entre os acionistas e a administração de uma empresa”. Esses problemas poderão incorrer nos chamados custos de agência – “que se refere aos custos do conflito de interesses entre acionistas e administradores” (Ross, Westerfield, Jordan, Lamb, 2013, p.13). Logo, em resumo: 6 • objetivos estratégicos: são considerados mais amplos e de longo prazo, envolvem o conselho diretor, tomam decisões e realizam o planejamento estratégico entre empresa, ambiente interno e ambiente externo, baseando-se na missão estipulada pela empresa; • objetivos táticos: concentram-se a médio prazo. São aqueles mais detalhados, e estabelecidos por departamentos e/ou setores e, além disso, levam em consideração a participação de toda a cadeia de decisão; • objetivos operacionais: concentram-se em curto prazo. São mais específicos, estruturados e seus participantes são os superintendentes e gerentes. E o orçamento empresarial, que estabelece os níveis de lucratividade e de retorno de investimentos, baseando-se em objetivos e metas, que serão adotados em níveis comerciais, operacionais e produtivos. Portanto, todos deverão estabelecer indicadores de desempenho e metas e, além disso, iniciativasestratégicas e planos de ações bem definidos, para que, assim, o negócio tenha condições de ser bem administrado e que permita o gasto, a economia e/ou investimento empresarial. TEMA 3 – O PLANEJAMENTO E A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Sendo a administração financeira a principal responsável por gerir os recursos financeiros de uma empresa, é sabido que o planejamento é significativo para promover bons resultados econômico-financeiros, aumentando o patrimônio líquido da empresa. Então, é notável a diferença entre os dois. O planejamento trata da estruturação, preparação e/ou coordenação de metas e objetivos que serão tratados para determinado fim, seja ele financeiro, estratégico, econômico, entre outros. Enquanto que a administração financeira envolve o planejamento e controle da parte financeira da empresa. Sendo assim, os dois caminham juntos, pois, com o planejamento, as metas e objetivos serão eleitos com maior precisão e as condutas melhor planejadas, uma vez que envolve o levantamento do cenário e o estudo do contexto, dos meios, ações e estratégias necessárias para se atingir tal objetivo, para, posteriormente, determinar a direção e controle das atividades. 7 Segundo Maximiano (2004, p. 131): “[…] Planejamento é o processo de tomar decisões sobre o futuro. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento […]”. Por outro lado, Chiavenato (2004, p. 209) diz que “planejar significa interpretar a missão organizacional e estabelecer os objetivos da organização, bem como os meios necessários para a realização desses objetivos com o máximo de eficácia e eficiência”. A projeção do que é desejado envolve meios e ações adequadas ao devido fim, de modo a diminuir os riscos de algo dar errado. Por isso, seus objetivos consistem em: definir o objetivo e meta de onde quer se chegar (onde quero chegar? Quando? Qual o prazo?); planejar antecipadamente as ações; criar condições e estruturas adequadas; expor a importância das ações e responsabilidades de cada indivíduo envolvido; analisar os benefícios e riscos; levantar as tendências, imprevistos e sazonalidades; estimar custos etc. Assim, sua importância, mais uma vez, se solidifica no fato de definição, identificação, estimativas e análise do que foi proposto nas metas e objetivos, como forma de indicar o melhor caminho a ser seguido, conforme determinada realidade. Já a administração financeira terá um papel decisivo no planejamento a partir do momento que, dentro de dada condição, reconheça o papel da situação financeira da empresa, considerando que a organização não poderá atingir seus objetivos e metas sem que tenha que desembolsar nenhum capital. E, apesar de seu enfoque priorizar o aspecto financeiro, ela envolverá também a gestão de recursos, controle de gastos, planejamento, gestão das finanças e análise dos resultados. Tudo isso para garantir que haja um bom funcionamento e a liquidez da empresa. TEMA 4 – O ORÇAMENTO EMPRESARIAL E SUAS ETAPAS Assim como, devemos realizar um orçamento familiar, levantando nossas principais receitas e despesas, as empresas também devem controlar seu orçamento. Não só pelo fato de manter suas entradas e saídas em ordem, mas também para transmitir confiança aos envolvidos, principalmente aos acionistas. 8 À vista disso, Lunkes (2007, p.14) diz que: “O orçamento é a etapa do planejamento estratégico em que se estima e determina a melhor relação entre resultados e despesas para atender às necessidades, características e objetivos da empresa no período”. Ou seja, independentemente se estamos estimando um orçamento em curto, médio ou longo prazo, devemos nos ater não só aos dados, mas também às causas que interferem e acabam por ocasionar o tal resultado. Complementando, Padoveze (2003, p. 189) diz que: “Orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já definidas para o próximo exercício”. Por isso, quanto mais dados e informações a empresa tiver a sua disposição, mais fácil será a compreensão, análise e condições de correção de um resultado. Para isso, construção é necessário construir etapas do planejamento e confeccionar o orçamento empresarial, que se faz pela previsão e controle. A começar pela etapa de diagnóstico. Nela, deve-se realizar o levantamento da situação da empresa, ao menos de um ano, com o intuito de avaliar as condições de pagamento, sobrevivência, suas limitações e todas as informações econômicas, financeiras e contábeis, a fim de estruturar e projetar o futuro do negócio. As principais informações serão sobre vendas/receitas, lucro, despesas, sazonalidades, tributos, etc. A seguir, com base no levantamento obtido, é hora de traçar os objetivos e metas. O que a empresa espera? Em qual patamar ela pretende chegar? Nessa fase, é muito importante contrapor os objetivos/metas com a capacidade de recursos para alcançá-los – afinal, não se pode traçar uma meta que não seja possível alcançar. Pois bem: é hora de investir nos recursos a serem utilizados para se chegar ao objetivo. O que minha empresa está precisando: reduzir custos? Contratar pessoas? Prezar a qualidade? Investir em tecnologia, em softwares? Patentes? Automatização? Nesse caso, é primordial a análise do demonstrativo de resultado do exercício (DRE) e das planilhas de orçamento. E, a partir daí, realizar uma análise detalhada de todos os dados: despesas; receitas; financiamentos, empréstimos, investimentos; fluxo de caixa etc. 9 O mapeamento dos custos fixos e custos variáveis é fundamental, pois trará não só a ideia de negócio e da estrutura, mas também as condições para averiguar se o preço está condizente com o do mercado (concorrência). E isso é primordial para as pequenas empresas, que nem sempre realizam o levantamento eficiente dessas informações. Muitas vezes, operam com um preço que acaba por ocasionar prejuízo as suas atividades. Para calcular o preço do produto, se for uma pequena empresa, poderá dar início pela fórmula a seguir: É importante que seja feita também a projeção de receitas e despesas, assim como a capacidade de crescimento/desenvolvimento do negócio e do capital de giro necessário– um cronograma de atividades irá ajudar bastante no alcance dos objetivos e metas. Após, defina o que seria um ‘bom lucro’. Vasconcellos e Garcia (2006, p. 73) definem a maximização do lucro como “a diferença entre as receitas de vendas da empresa e seus custos totais de produção”. Vale salientar que a empresa, desejando maximizar seus lucros, escolherá o nível de produção para o qual a diferença positiva entre receita total e custo total seja a maior possível (máxima) (Vasconcellos; Garcia, 2006, p. 73). Nesse momento, não se pode esquecer que a avaliação das cinco forças de Porter será um diferencial. É fundamental averiguar em que patamar a empresa se encontra em relação a sua capacidade de competir com os concorrentes atuais; de como é o poder de barganha dos compradores, se estão conseguindo um bom preço, mantendo as condições de qualidade e se os fornecedores estão sendo eficientes na entrega e fiéis ao contrato acordado. Outro ponto importante é levantar a situação do atual mercado, analisando a possibilidade de concorrentes entrarem no mercado no qual a empresa atua, e como a empresa se comportaria mediante a ameaça de um produto substituto, expresso pela figura a seguir. PREÇO = CUSTOS + DESPESAS + LUCRO LUCRO TOTAL = RECEITA TOTAL – CUSTO TOTAL 10 Figura 1 – As cinco forças de Porter Fonte: elaborado com base em Porter, 1986. Mediante a todas essas condições, a empresa é capaz de reduzir custos? É importante salientar que nem sempre aredução de custos é positiva para a empresa, pois devemos reduzir custos, mas jamais deixar que a qualidade dos produtos/serviços reduza. Assim, a identificação de gastos supérfluos é interessante, tendo em vista que, aliado ao levantamento de receitas e despesas, o gestor poderá avaliar com antecedência suas entradas e saídas de caixa, podendo tomar um posicionamento estratégico a respeito. E, por fim, o controle e monitoramento dos resultados é primordial para a saúde da empresa, pois ajuda a identificar falhas que venham a ocasionar problemas de extensão maiores, até uma falência. Manutenções preventivas, nesse caso, são necessárias, além da determinação de indicadores que possam vir a medir e comparar os resultados obtidos. Por isso, o planejamento de longo prazo também é considerado estratégico, tal que: [...] define políticas, diretrizes e objetivos estratégicos e tem como produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas variáveis ambientais. [...] é um processo lógico e sistemático que se RIVALIDADE Concorrentes atuais PODER Barganha dos compradores PODER Negociação dos fornecedores AMEAÇA Entrada de novos concorrentes AMEAÇA Produtos substitutos 11 preocupa com os efeitos futuros das decisões tomadas no presente e se inicia, muitas vezes, com a avaliação da situação atual da empresa comparada com desempenhos passados, fazendo-se a partir daí projeções que levam em conta cenários alternativos mais prováveis no futuro. [...] permite ainda a identificação e o dimensionamento dos pontos fortes e fracos da empresa e as oportunidades e ameaças do mercado. (Lunkes, 2007, p. 51) Reforçando a ideia da construção do planejamento orçamentário, conforme dito anteriormente, o planejamento orçamentário se faz pela previsão e controle. A previsão por estar ligada ao planejamento do processo orçamentário, definindo: o que fazer? Como fazer? Quando fazer? E quem executará? Assim como a coleta de dados, que facilita a determinação do que é prioridade ou não, simplificando as previsões orçamentárias. Em seguida, as metas e objetivos serão cumpridos mediante a execução orçamentária. É nesse momento que o controle entra em cena, tendo em vista que, constantemente, o planejamento orçamentário deverá ser revisto mediante as mudanças ocorridas no cenário, assim como a averiguação do acompanhamento das metas, baseadas no que foi orçado e realizado do total da receita, tal como mostra o exemplo a seguir: Tabela 1 – comparação entre o orçado e o realizado do total da receita ORÇADO REALIZADO VARIAÇÃO NORTE SUL TOTAL NORTE SUL TOTAL NORTE SUL TOTAL PREÇO 20,00 25,00 22,73 17,00 27,45 22,27 -3,00 2,45 -0,46 QUANTIDADE 50 60 110 56 57 113 6 -3 3 TOTAL RECEITA (R$) 1.000 1.500 2.500 952 1.565 2.517 -48,00 65,00 17,00 Fonte: Frezatti, 2007, p. 92. A tabela mostra que o preço orçado para o produto do Sul está superior em R$ 2,45, enquanto que o do Norte encontra-se abaixo do realizado em R$ 3,00, o que proporcionou uma variação muito pequena entre os dois, mesmo a quantidade orçada/realizada do Sul sendo inferior à do Norte, o que gera uma variação de receita total em relação ao orçado/realizado de R$ 17,00 A situação no Norte requer atenção, pois a meta de receita ficou r$ 48,00 além do orçado. ademais, sua meta só pôde ser alcançada quando as vendas chegaram em seis unidades a mais, com um preço de r$ 3,00 abaixo do orçado r$ 17,00. enquanto que a do Sul está mais confortável, pois a meta de receita foi superada em R$ 65,00. 12 Em complemento, Lunkes (2007, p. 32) diz que “a estrutura básica do orçamento é formada por projeções financeiras dos orçamentos individuais (peças) de cada unidade da empresa e de um conjunto de orçamentos para determinado período, abrangendo o impacto tanto nas decisões operacionais quanto nas decisões financeiras”. Ou seja, quando o planejamento do orçamento é realizado, ele é dividido em áreas, departamentos e/ou segmentos, para que seja possível o cumprimento dos objetivos e metas propostos. Posteriormente, estes são alinhados com os objetivos organizacionais em geral. Diante do exposto, Padoveze (2003, p. 203) nos relata ainda que “o plano orçamentário contempla três grandes segmentos: o orçamento operacional, orçamento de investimentos e financiamentos e a projeção de demonstrativos contábeis”. O orçamento operacional trata de todos os gastos necessários para a sobrevivência da empresa, de sua estruturação financeira. O orçamento de investimentos e financiamentos refere-se à comparação das taxas de juros em relação ao retorno que se espera, considerando que, na maioria das vezes, é destinado à compra de máquinas, equipamentos, imóveis etc. São importantes, visto que colaboram para a capacidade produtiva da empresa, seja ampliando-a, melhorando-a ou fazendo-a render, para auferir novos ganhos. A projeção de demonstrativos contábeis é tida como a conclusão do planejamento orçamentário expressa por: • demonstrativos dos resultados; • balanço patrimonial; • fluxo de caixa; • demonstração das origens e aplicações de recursos. Nesse momento, há a reunião de todas as peças do planejamento orçamentário, e o administrador financeiro terá condições de avaliar qual das áreas necessita de maior atenção em dado período de tempo. Deve-se levar em consideração os resultados pertinentes à margem de lucratividade, geração de lucros, retorno do investimento, criação de valor da empresa, riscos envolvidos etc., que poderão ser complementados e elaborados 13 mediante as informações obtidas pela demonstração dos resultados, balanço patrimonial e fluxo de caixa. TEMA 5 – APLICAÇÃO PRÁTICA DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO E SEUS BENEFÍCIOS A administração financeira possui relação com todas as áreas da empresa. É ela quem irá auxiliar os gestores para a tomada de decisão no que diz respeito ao planejamento financeiro, a capacidade de aumento ou diminuição da produção, decisões quanto a financiamentos e investimentos etc. Nesse caso, é função primordial do administrador financeiro analisar as tendências de mercado; os prazos; a estrutura econômica da região, local ou país; assim como as demais questões que possam influenciar a aplicação, bem como a otimização de recursos a curto, médio e longo prazos. “O processo de execução consiste em realizar atividades, por meio da aplicação de energia física, intelectual e interpessoal, para fornecer produtos, serviços e ideias” (Maximiano, 2021, p. 188). A execução das atividades terá início com o processo de planejamento e de organização, ou seja, ocorre a definição de objetivos e da missão (processo de planejamento). Serão divididas as responsabilidades e funções dentro do plano (processo de organização), seguida da direção, que consiste na coordenação e direcionamento de esforços e pessoas em prol de tal motivação, e por fim, o processo de controle – pautado em “produzir e usar informações para tomar decisões” (Maximiano, 2021, p. 189), isto é, definir padrões, controlar e monitorar, a fim de promover ações corretivas. Figura 2 – Os processos de planejamento e organização fornecem os dados da entrada para o processo de execução, que produz bens, serviços e ideias Fonte: elaborado com base em Maximiano, 2021, p. 189. Processo de planejamento Processo de organização Objetivos Processo de execução Produção de bens, serviços e ideias 14 Vale lembrar que o planejamento e execução poderão se sobrepor à medida que mudanças são promovidas, não só nos planos, mas também no alcance deles, pois as novas decisões passam a promover correções e adaptações, que podem vir a apenas constar nos planos. Maximiano (2021, p. 190) explana ainda que o processo de controle permite tomar decisões a respeito de: • objetivos propostos versus atingidos; • desempenho da organização; • riscos e oportunidades;• ações a serem desenvolvidas; • necessidade de mudar os objetivos. Sendo assim, o processo de controle dá início às atividades e avalia a execução das tarefas, levando a empresa a escolher entre o caminho planejado e o real e a atingir o objetivo, mesmo que este possua supostos desvios no decorrer do caminho. É um processo que envolve técnicas e procedimentos contábeis, que são aplicados antecipadamente aos planos, metas e políticas empresariais, aperfeiçoando-as de tal forma que os objetivos estratégicos sejam alcançados. Planejar é estabelecer com antecedência ações a serem executadas, estimar recursos que serão necessários e alocados, assim como atribuir as responsabilidades em relação a um período futuro pré-determinado. Desta forma, é possível identificar a existência de oportunidade e restrições tanto no âmbito interno quanto externo da organização” (Sanvicente, 2000, p. 16). Por outro lado, Dowsley (1983, p. 49) diz que o planejamento “é um ciclo de decisões múltiplas e inter-relacionadas, devendo ter consistência entre si e conduzir a empresa a objetivos comuns”. Em geral, o planejamento orçamentário trata dos caminhos a serem percorridos, para se chegar ao futuro, tendo em vista despesas, receitas, investimentos e custos programados ou não. Então, as vantagens oferecidas pelo controle orçamentário são: a sistematização do processo, a fim de facilitar tomadas de decisão mais assertivas; controle assíduo das atividades e de seus efeitos, assim como a interação de setores/departamentos, dado que a responsabilização e o conhecimento das funções facilitam até o envolvimento com a alta administração; impõem expectativa e metas futuras; obrigam a criação de avaliações de desempenho e, 15 se necessário, correções mais rápidas e certeiras e, por fim, facilitam a organização dos processos e o atingimento dos objetivos e metas propostos no início do plano. Por outro lado, como o controle orçamentário é baseado em expectativas, os envolvidos devem estar bem alinhados aos objetivos e metas, para que os obstáculos encontrados sejam menores. Outro empecilho poderá ser o formato do plano, que tende a não funcionar (comumente) a todas as empresas, principalmente por conta de seu tipo de administração. E, ainda, como toda relação, a diferença entre interesses individuais e organizacionais, os quais poderão se tornam um obstáculo para a obtenção de sucesso na empreitada. Por exemplo, o controle orçamentário consiste em controlar o desperdício, portanto, considere que uma empresa possui um número ‘x’ de luminárias e que nem todas são utilizadas pelos colaboradores, mas permanecem no uso sem cessar o dia todo. Este se tornará um custo por conta da desorganização financeira, bem como pela falta de conscientização em relação ao meio ambiente, mas, se a empresa age com certa exposição e demonstração de status social, isso será ainda mais maléfico a sua saúde financeira, a ponto de que não agregará qualidade ao meu produto/processos, muito menos benefícios financeiros. Assim, em resumo, o controle orçamentário é uma forma de a empresa acompanhar tudo o que está sendo gasto no processo produtivo. 16 REFERÊNCIAS ABREU FILHO, J. C. F. de et al. Finanças corporativas. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: FGV, 2003. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e excel. 5. ed., 4. reimp. São Paulo: Atlas, 2011. CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. São Paulo: Campua, 2004. DOWSLEY, G. S.; DOWSLEY, C. V. Origens e aplicações de recursos e economia financeira. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., 1983. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. Tradução: Allan Vidigal, Hastings. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas. 2007. MAXIMIANO, A. C. A. Fundamentos da administração: manual compacto para a disciplinas TGA e introdução a administração. 2. ed., 4. reimp. São Paulo: Atlas, 2021. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura e aplicação. São Paulo: Thomson, 2003. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D.; LAMB, R. Fundamentos de administração financeira. 9. ed. Tradução: Leonardo Zilio, Rafaela Guimarães Barbosa. Porto Alegre: AMGH, 2013. SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. SUN-TZU. A arte da guerra. Tradução: Candida de Sampaio Bastos. São Paulo: DPL, 2007. AULA 3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Prof.ª Franciele Lourenço 2 TEMA 1 – FUNÇÕES DA CONTROLADORIA Muitas empresas, durante o século XIX, passaram por um momento de fusão, decorrente da Revolução Industrial. A pulverização de empresas tanto no cenário nacional quanto internacional fez com que, no século XX, ocorresse o engrandecimento de empresas e a complexidade de suas estruturas. A Controladoria aflorou, enquanto conceito de fato, motivada pela necessidade de um rígido controle das empresas norte-americanas, e posteriormente sua utilização também foi implementada em outros países, como o Brasil. “Com a formação desta estrutura tão complexa foi requisitado por parte dos acionistas e gestores um controle central em relação aos seus departamentos e divisões que se espalhavam rapidamente pelos Estados Unidos e outros países, seguindo a tendência da descentralização” (Martins, 2005, citado por Bruni; Gomes, 2010, p. 16) Dia após dia, a controladoria passou a ser usada cada vez mais, principalmente, por grandes empresas. Contudo, como podemos conceituar a Controladoria? Muitas vezes confundida com a Auditoria, a Controladoria trata do gerenciamento de tarefas, enquanto a outra cuida da análise da situação financeira. A controladoria como ciência consiste num conjunto de princípios, métodos e procedimentos originários das ciências da administração, economia, psicologia, estatística e, principalmente, da contabilidade que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia. (Wohlgemuth, 2014, p. 24) E ainda, A controladoria é uma área de responsabilidade bem definida, respondendo por atividades de condução do processo orçamentário, avaliação de desempenhos econômicos; apoio na concepção de modelos de decisão, manutenção de sistemas de informações gerenciais; subsídios à tomada de decisões de âmbito coorporativo; apuração e análise de custos e rentabilidade de eventos, produtos, atividades, área e empresa; desenvolvimento de estudos e simulações econômicas; padronização, racionalização de informações gerenciais. (Wohlgemuth, 2014, p. 25) Em virtude disso, a controladoria está contida tanto na área administrativa, econômica, contábil quanto em outras áreas, no entanto, ela é considerada uma área isolada, mas que controla todas as áreas da organização. 3 Para isso, as empresas contam com o profissional denominado controller, que tem a função de captar as informações geradas por todos os setores/departamentos, com o objetivo de ter uma relação multidimensional, que apoie e subsidie o gestor na tomada de decisões. “A função do controller é uma função de assessoria. Apesar do controller ser usualmente responsável pelo desenho e operação do sistema onde a informação para controle é colhida e reportada, o uso desta informação no controle atual é de responsabilidade do gerente de linha” (Wohlgemuth, 2014). Em virtude disso, ele tem funções ligadas a um conjunto de objetivos (Wohlgemuth, 2014): a. subsidiar o processo de gestão, ajudando na adequaçãodo processo de gestão à realidade empresarial; b. apoiar a avaliação de desempenho, elaborando as análises de desempenho econômico das áreas, dos gestores e da própria área; c. apoiar a avaliação de resultado, elaborando a análise econômica de bens e serviços, monitorando e orientando o estabelecimento de padrões, bem como avaliando o resultado de seus serviços; d. gerir os sistemas de informações; e e. atender aos agentes do mercado, interagindo e trocando os mais diferentes tipos de recursos/produtos. Para a execução de suas funções, a controladoria se utiliza de algumas ferramentas de gestão, tais como análise de balanços, análise de demonstrações financeiras, análise horizontal e vertical das demonstrações financeiras etc. Ademais, a controladoria utilizará ferramentas financeiras e não financeiras, tais como a comunicação e transmissão de estratégias que venham a ser do conhecimento de todos, com posterior feedback operacional, que poderão ser convertidos em princípios, procedimentos e métodos de trabalho para auxiliar nas tomadas de decisão. Por esse motivo, a controladoria tem diversas interfaces, que estão ligadas não só com a parte conceitual do estudo, mas também com a prática, suas relações e até mesmo com a introdução de novas formas de entendimento a respeito da sociedade como um todo. 4 Quadro 1 – Interfaces da controladoria Contabilidade Fornece a matéria-prima à controladoria por meio dos conceitos contábeis utilizados para identificar, classificar, registrar e sumarizar transações e eventos decorrentes das operações de uma entidade. Administração Fornece a base para a gestão dos recursos econômicos e os conceitos principais de gestão. Economia Gera o conceito de valor econômico, promove a avaliação de ativos e auxilia na mensuração dos recursos utilizados, bens produzidos/distribuídos, as necessidades e a renda. Direito Promove as relações jurídicas existentes e o estabelecimento de regras de conduta. Estatística Colabora para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados. Matemática Fornece conceitos relativos a símbolos, métodos e valores numéricos para a base conceitual. Psicologia Facilita o entendimento sobre a decisão e os efeitos comportamentais dela. Sociologia Promove o entendimento acerca da sociedade, sua forma de organização e as suas necessidades. Fonte: com base em Borinelli, 2006. Quanto às suas subdivisões, a Controladoria pode ser subdividida: quanto à natureza da organização em que se aplica e à eficácia da organização. Na primeira, considerando a forma como o mercado encontra-se segmentado, tem-se: Controladoria Empresarial, Controladoria Pública e Controladoria em Entidades do Terceiro Setor. Já quanto à eficácia, a organização deve ser considerada como um todo, ou seja, o objeto maior, e subdividido em: o processo (e o modelo) de gestão, o processo de formação dos resultados organizacionais e as necessidades informacionais. (Bruni; Gomes, 2010) Já na empresa, a estrutura da Controladoria se divide em diversas áreas. Cada uma tem funções e características diferentes, que para atender aos preceitos da controladoria são alinhadas conforme pode ser observado no Quadro 2. Quadro 2 – Estrutura da controladoria nas empresas Contábil Desenvolvimento da contabilidade financeira. Gerencial-estratégica Prover informações contábeis, patrimoniais, econômicas, financeiras e não financeiras. Custos Registrar, mensurar, controlar, analisar e avaliar os custos. Tributária Atender às exigências legais. Proteção e controle de ativos Selecionar, analisar e contratar opções de seguro. Controle interno Estabelecimento e monitoramento do sistema de controles internos. Controle de riscos Identificar, mensurar, analisar, avaliar, divulgar e controlar os riscos. Gestão da informação Conceber modelos de informações e gerenciar as informações contábeis, patrimoniais, de custos, gerenciais e estratégicas. Outras Auditoria, tesouraria, processo de gestão e controle interno. Fonte: elaborado com base em Borinelli, 2006. 5 A controladoria também tem características estruturais, identificadas como parte do processo de gestão (Borinelli, 2006): Planejamento (determinar e avaliar se os planos são consistentes); Coordenação (aceitação de planos sob o ponto de vista econômico e alertas sobre situações desfavoráveis ou sugestão de possíveis soluções); Acompanhamento (contínua verificação da evolução dos planos traçados, correção falhas e revisão do planejamento); Avaliação (interpretação de fatos e avaliação de resultados); Informação (dados que são traduzidos e administrados por bancos de dados contábeis e financeiros); Motivação (sistema de controle sobre o comportamento das pessoas envolvidas). Há os que dizem que a controladoria se define pelo planejamento e controle, tal seria se não fossem suas amplas avaliações no que diz respeito ao Planejamento, Orçamento, Execução, Controle, Correções e Avaliação de Desempenho. TEMA 2 – CONTROLADORIA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO A controladoria por si só tem várias funções em seu bojo, por isso, necessita de um bom sistema de informação, que lhe transmita de maneira rápida e eficiente a conversão de dados em informações prontas a serem utilizadas para determinado fim. Em complemento, o sistema deverá ser alimentado constantemente e apresentar integração entre as áreas, afinal, os dados separados, além de dificultar a análise, podem tornar o processo lento e demorado. Nessa nova realidade da economia a informação passou a ser considerada e utilizada em muitas organizações como um fator estruturante e uma ferramenta estratégica de gestão. Portanto, a gestão efetiva de uma organização requer a percepção objetiva e precisa dos valores da informação e do sistema de informação. (Barreto, 2014, p. 9) É sabido que o acirramento da competitividade promove a necessidade de as empresas se adequarem e buscarem diferenciação. O sistema de informações tem sido uma ótima alternativa, já que muitos outros temas vieram atrelados a isso, tal como o data science, big data etc. O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é um sistema desenvolvido para auxiliar as organizações no cruzamento e na análise dos dados originados pelo ambiente interno e externo e que são transformados em informações que geram conhecimentos possibilitando, assim, agregar valor e vantagens competitivas a quem as utiliza. (Barreto, 2014, p. 10) 6 Tendo em vista o planejamento, o controle e a coordenação, na Figura 1 vamos conhecer para que servem os sistemas de informações gerenciais. Figura 1 – Objetivos do sistema de informações gerenciais Fonte: elaborada com base em Barreto, 2014. Os objetivos do SIG são coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir as informações de tal forma que elas cheguem ao seu destino final da forma mais clara e útil o possível, auxiliando na tomada de decisões, e em especial, no seu planejamento, no seu controle e na sua coordenação. Ainda, o SIG apresenta características principais que se ligam ao controle das operações diárias, ao suporte da tomada de decisão, bem como analisam dados e os modelam, entre outras não menos importantes. O sistema de informações se utiliza de alguns instrumentos para a apresentação e divulgação das informações, que podem ser: relatórios, processos correntes, apresentações, apoiando planejamento controle e decisão, resumindo e apresentando operações e dados básicos periodicamente. A cada dia, as informações e o uso delas se tornam cada vez mais acessíveis a todos os públicos, visto que o número de decisões tomado pelos gestores é constante, variável e precisa ser rápido. Por isso, se faz claro e necessário o uso de sistemas que atendam a esse requisito de forma segura, rápida e clara. Cabendo aqui o uso de Sistemas de Processamento de Transações (SPTs), Sistemas de Trabalhadoresde Conhecimento (STCs) e Sistemas de Automação de Escritório (SAEs), Sistemas de Informação Gerenciais (SIGs), Sistemas de Apoio a Decisão (SADs), Sistemas de Apoio ao Executivo (SAEs), Sistemas de Informação de Marketing (SIMs), Sistemas de Informação de Fabricação e Produção (SIFPs), Sistemas de Informação Financeira e Contábil (SIFCs) e/ou Sistemas de Recursos Humanos (SRHs). Quanto às classificações dos modos de sistemas de informações, temos por abrangência organizacional áreas funcionais principais e tipo de suporte que proporcionam (Mülbert; Ayres, 2007). COLETAR RECUPERAR PROCESSAR ARMAZENAR DISTRIBUIR 7 Quadro 3 – Classificação dos modos de sistemas de informação Classificação Sistemas Objetivo Abrangência organizacional Atendem a pessoas, grupos ou departamentos específicos Informação pessoal Melhorar a produtividade e dar suporte às comunicações, análise e tomada de decisão, registro e monitoramento das atividades. Informação de grupo ou departamento Facilitar o processo e o fluxo de informações de um grupo de trabalho – para atender a uma função específica. Informação empresarial Dar suporte a todas as divisões e outras unidades de uma organização, integrando as ações desenvolvidas e facilitando o fluxo de informação entre elas. Informação interorganizacional Ter sistemas que conectam duas ou mais empresas. Área funcional Atendem às principais macroatividades das empresas Informação industrial Tratar do planejamento, desenvolvimento e manutenção das instalações de produção de modo geral. Vendas e marketing Acompanhar as tendências de vendas, campanhas promocionais e de propaganda. Finanças e contabilidade Estabelecer objetivos de investimentos em longo prazo e fornecer previsões do desempenho financeiro. Recursos humanos Identificar requisitos da força de trabalho (habilidades, nível de instrução etc.). Por tipo de suporte Pelo tipo de suporte que fornecem Apoio às operações empresariais Processam dados gerados e utilizados em operações empresariais. Processamento de transações Dão suporte ao processamento e acompanhamento das atividades cotidianas e a transações rotineiras de uma empresa. Controle de processo Monitorar e controlar processos industriais. Colaborativos Promover a comunicação e a colaboração de equipes e grupos de trabalho. Fonte: elaborado com base em Mülbert; Ayres, 2007. Quanto às ferramentas e aplicativos que podem apoiar as estratégias de comunicação e colaboração empresarial quando se referem à sistema de informação, temos: comunicação eletrônica, conferência eletrônica, administração do trabalho em colaboração e os relatórios diversos. Os benefícios estão pautados na interação com a cadeia de suprimentos, no aperfeiçoamento de relatórios e na tomada de decisão. Claro (2013, p. 80) complementa que “os Sistemas Integrados geram benefícios, promovem alterações em quatro dimensões da empresa: estrutura, processo de gerenciamento, plataforma de tecnologia e capacidade estrutura, processo de gerenciamento, plataforma de tecnologia e capacidade”. Pelo fato de a controladoria ser considerada a grande coordenadora de informações, os sistemas de informações vão colaborar para o alinhamento entre a elaboração, a organização, o controle de maneira geral, para que as atividades 8 da organização trabalhem de maneira sistêmica, atendendo às necessidades estratégicas e gerenciais da organização. TEMA 3 – RESPONSABILIDADE DA CONTROLADORIA ESTRATÉGICA NAS EMPRESAS A controladoria estratégica é um pouco diferente da controladoria gerencial, dita como tradicional. A tradicional refere-se aos cuidados com as informações, que darão apoio ao gestor no que diz respeito à tomada de decisão gerencial, ou seja, realiza o controle financeiro empresarial. Já a estratégica é responsável tanto pelas questões operacionais quanto pela ampliação do nível estratégico, aquele considerado pensado. Logo, a controladoria estratégica visará ao crescimento da empresa alinhado com as questões operacionais, tendo início com o planejamento estratégico. O planejamento deverá levantar as necessidades, definindo objetivos e metas para alcance em dado período de tempo que seja viável. A partir daí, o controller deverá levantar as informações necessárias para o alcance de tal planejamento estratégico, transformando-as em informações que se tornem de entendimento comum a todos os envolvidos, viabilizando, assim, uma orientação focada a todos os membros da equipe, diminuindo o desperdício de tempo, de recursos e de informações que garantam o atendimento das metas e dos objetivos propostos. Além do mais, o controller deve prezar por uma capacidade de estruturar uma tomada de decisões diferenciada diante dos concorrentes e acompanhar as ações – responsabilidades atribuídas a cada um dos interessados para que estes cheguem aos resultados auferidos, evitando que mudanças no contexto interfiram tão radicalmente na gestão, e ela sofra consequências mais sérias. Entre as ferramentas que podem ser utilizadas durante o processo, temos as descritas a seguir. 4.1 Balanced Scorecard (BSC) Segundo Marques (2021), é “um modelo de gestão estratégica que contribui para mensurar resultados e delinear metas em longo prazo. Em linhas 9 gerais, BSC pode ser definido como uma ferramenta estratégica que possibilita gerenciar os resultados corporativos”. Seu principal objetivo é aumentar o desempenho das empresas de maneira estratégica. Apesar de ser recente, tendo em vista que foi criado em 1992 por Kaplan e Norton, é muito utilizado em análises financeiras e não financeiras. O BSC é baseado na construção de um mapa estratégico que consiste em quatro itens: 1. perspectiva financeira; 2. perspectiva de mercado; 3. perspectiva de processos internos; 4. perspectiva de aprendizado. Marques (2021) expõe que a perspectiva financeira aborda os objetivos financeiros, que leva em consideração a satisfação dos acionistas em maximizar os lucros. Na perspectiva do mercado, a empresa deve refletir sobre estar ou não atendendo às perspectivas/necessidades dos clientes. As perspectivas de processos internos dizem respeito aos processos internos utilizados (operacionais) que satisfazem acionistas e clientes, trazendo um bom resultado seja de produtividade, qualidade ou financeiro, e por fim, a perspectiva de aprendizado é como a empresa adquire conhecimento, inovação e possibilita o crescimento dela mesma em prol do atingimento de suas metas. 4.2 Valor econômico agregado (Economic Value Added – EVA) É mais uma ferramenta utilizada pela controladoria estratégica para medir a criação de valor do negócio. Ela indica o valor dos bens produzidos por uma empresa, deduzindo-se os custos dos insumos adquiridos de terceiros, compensando os riscos ao capital dos acionistas. 4.3 Custeio ABC ou Custeio Baseado em Atividades Tem como função o levantamento dos extremos – custos mais elevados e os menos elevados de cada atividade da empresa, possibilitando uma alocação eficiente dos custos em cada uma das etapas do processo produtivo. 10 4.4 Cadeia de Valor Criação de Michael Porter, tem como premissa analisar estrategicamente o negócio e a concorrência, avaliando a criação de valor para os clientes. Dessa forma, analisa a produção e a venda de bens e serviços, ou seja, como os insumos são transformados e acabados. 4.5 ERP – Planejamento de Recursos Empresariais Outra ferramenta importante para a controladoria é o sistema ERP – Planejamento de Recursos Empresariais, que se baseia em um conjunto de softwares integrados, o que facilita a comunicação e o bom andamento do fluxo de informações. Portanto, é um facilitador de informações, que acaba por integrar as informações de todos os departamentos sem que seja necessária a requisição um a um. Várias são as
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