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Movimento Hídrico Controle: Centro de controle da sede → ingestão de água; Liberação de hormônios antidiuréticos → excreção ou retenção de água; Além da eliminação pelas vias respiratória, fezes, ... Quantidade de líquido que o indivíduo vai utilizar em um período de 24 horas (controlado pela sede, perda de líquido); Instituir fluido apenas quando o paciente não estiver tomando água. Valores nas 24h: 55 a 132 ml/kg/dia; Variação por espécie, idade e condição fisiológica; Equinos = 30-60 ml/kg/dia; Ruminantes = 50-80 ml/kg/dia; Pequenos = 40-60 ml/kg/dia; Filhotes = maior índice metabólico; usa-se o dobro do valor do adulto (135 ml/kg/24h). Particularidades da água corporal Animais obesos: Tecido adiposo possui menor quantidade de água; Menos de 10% da água. Equilíbrio Hídrico Eletrolítico: Concentração cátion (Na+) e ânions (Cl-, HCO3-). Regulação Ácido-básica Sistemas Tampões: 𝐻2𝑂 + 𝐶𝑂2 ⇆ 𝐻2𝐶𝑂3 ⇆ 𝐻 + + 𝐻𝐶𝑂3 − Ácido-básico: Íons H+ e HCO3-; Neutralidade elétrica! pH do sangue 7,4; Acidemia – pH arterial 6,8-7,35; Alcalemia – pH arterial 7,45-7,8. Terapia Hidroeletrolítica Instituição da terapia hídrica: Objetivos da terapia hídrica e eletrolítica: − Corrigir a desidratação ou hidratação excessiva; − Corrigir o desequilíbrio eletrolítico. Tratamento padrão: Planejar a terapia hídrica → calcular! Evitar erros comuns: − Excessivo em pequenos pacientes; − Sub-tratamento em animais de grande porte. Choque = solução salina hipertônica (7,2%) – 4 ml/kg. Volume? Desidratação: Definição: − Déficit de água corporal; − Perda de eletrólitos; − Alterações ácido-básicas. Anormalidades laboratoriais: Aumento: − Hematócrito (Ht); − Proteínas plasmáticas totais (PPT); − Nitrogênio não proteico; − Densidade urinária. Classificação: ISOTÔNICA HIPERTÔNICA HIPOTÔNICA Perda proporcional de água e eletrólitos Maior perda de água Maior perda de eletrólitos Osmolaridade normal, Ht e PPT Hipernatremia, Ht e PPT com Hiponatremia, Ht e PPT Fluidoterapia normais alterações mínimas aumentados Sudorese excessiva, enterite simples Privação de água, diabetes, lesão tubular renal Colidiarréia em terneiros, Salmonelose em equinos Valor de referência Na+ 154 mEq/L Alterações eletrolíticas e ácido-básicas podem ser corrigidas por mecanismos compensatórios. GRANDES ANIMAIS: Desidratação (%) Classificação Turgor (s) TPC VG (%) PPT (g/dL) 5-7 Leve 2-3 1-2 40 a 50 6,5 a 7,5 8-10 Moderada 3-5 2-4 50 a 65 7,5 a 8,5 > 10 Séria > 5 > 4 > 65 > 8,5 PPT = proteína plasmática total; TPC = tempo de preenchimento capilar; VG = volume globular. PEQUENOS ANIMAIS: Grau de desidratação (% peso vivo) Elasticidade da pele Mucosas e TPC Outros 4-5% (leve) Levemente diminuída Normais ou levemente ressecadas. TPC normal. _ 6-8% (moderada) Diminuída Congestas e secas. TPC > 1s. Retração do globo ocular, urina concentrada 9-12% (grave) Muito diminuída Pálidas, secas e anêmicas. TPC muito aumentado. Aumento da FC, pulso fraco e filiforme. Extremidades frias. > 12% (choque) Seriamente diminuída Pálidas, secas e anêmicas ou cianóticas. TPC muito aumentado. Morte iminente. FC = frequência cardíaca. Necessidades Volumétricas: Déficits existentes (reposição – 12h): Manutenção das necessidades: Perdas contínuas: Ver volume estimado de perda. SOMATÓRIO = VOLUME DE LÍQUIDO NECESSÁRIO PARA AS PRÓXIMAS 24H. Perdas Contínuas: Vômito: Diarreia: Ambos: Déficit existente (mL) = peso corporal (kg) x % de desidratação x 1000 Necessidades de manutenção = perda corporal (kg) x 40-60 ml/kg/dia Perdas contínuas = estimativa da perda volumétrica (mL/dia) Exemplo: um cão de 20 kg encontra-se desidratado em decorrência de anorexia e diarreia aquosa abundante que já dura 3 dias. O paciente apresenta pouca elasticidade cutânea, mucosas ressecadas e tempo de enchimento capilar ligeiramente prolongado. O hematócrito é de 57%, a proteína plasmática é de 8,6 g/dL, BUN 38 mg/dL e a densidade urinária é de 1.060. A desidratação estimada é de 8%. Pergunta: que volume de líquido o paciente necessita? Resposta: déficit existente (mL) = 20kg x 0,08 (8%) x 1000 Necessidades de manutenção (mL) = 20 kg x 50 ml/kg/dia Perdas contínuas – estimadas (mL) Total (mL). Qual Fluido? Alterações hidroeletrolíticas: VÔMITO: alcalose – Solução cloreto de sódio 0,9% ou Ringer; DIARREIA: acidose – Ringer com lactato ou Solução fisiológica + bicabornato; AMBOS: acidose – Ringer com lactato ou Solução fisiológica + bicarbonato. Líquidos politônicos = tem a mesma osmolaridade do plasma. Líquidos isotônicos = repor, tem a mesma osmolaridade. Ex.: Ringer Lactato, Ringer, Solução Cloreto de Sódio 0,9% e Glicose 5%. % desidratação estimada X peso corporal Valor do movimento hídrico X peso Animais que estão em processo de perda, por exemplo diarreia profusa. Volume estimado da perda 40 ml/kg/dia 50 ml/kg/dia 60 ml/kg/dia Líquidos hipotônicos: serve para aumentar a osmolaridade do plasma. Ex.: Solução Salina 0,45% e Glicose 2,5%. Líquido hipertônico: estimula a diurese. Ex.: NaCl a 10%. Principais aditivos utilizados na fluidoterapia de cães e gatos ADITIVO TONICIDADE USO CLÍNICO Glicose a 10 e 25% Hipertônico Diurese osmótica; combate hipoglicemia. Glicose a 50% Hipertônico Diurese osmótica; emergência no traumatismo craniano. Bicabornato de sódio a 8,4% Hipertônico Alcalinizante. KCl a 19,1% Hipertônico Acidificante; corrige deficiências de K+. Gliconato de cálcio a 10% Hipertônico Combater hipocalcemia. Cloreto de amônio a 1mEq/mL Hipertônico Acidificante. Soluções para terapia hídrica: 1. DESIDRATAÇÃO GRAVE – CHOQUE: Solução salina hipertônica (7,2%): − 4 ml/kg; − Equinos, cães, gatos, suínos, ovinos e terneiros. Plasma e expansores plasmáticos: − Plasma: 2 a 5 ml/kg; − Dextran 40: 10 a 15 ml/kg. Qual Via? Vias de administração: PEQUENOS ANIMAIS: − Oral; − Intravenosa; − Subcutânea; − Intra-óssea. GRANDES ANIMAIS: − Equinos = oral e intravenosa; − Bovinos = oral, intravenosa, subcutânea, intraperitoneal. Via oral: Desidratação discreta; Solução hipertônica; Líquidos ≠ LEC; Econômica; Ausência de vômitos ou distúrbios do TGI; INGESTÃO FORÇADA: − Água; − Soro caseiro; − Hidratantes orais. Via intravenosa (IV): Desidratação moderada a grave; Permite reposição rápida – utilização de fluídos NÃO isotônicos; Acesso rápido, infusão contínua; Desvantagens: − Efeitos colaterais (hiper-hidratação, flebite, ...); − Consumo tempo; − Contenção do paciente; UTILIZAÇÃO DE CATÉTERES: − Vantagens: acesso rápido em emergências, infusão contínua, reduz risco com soluções irritantes; − Venosos: ▪ Longos e flexíveis; ▪ Curtos e rígidos. − Cuidados na manipulação: ▪ Tricotomia; ▪ Assepsia; ▪ Evitar oclusão – 1 ml de Solução salina heparinizada (10U heparina/ml solução salina). − Locais para acesso venoso: ▪ Jugular; ▪ Cefálica; ▪ Safena. Via subcutânea (SC): Hipodermóclise: − Terapia hídrica de manutenção a curto prazo; − Absorção e dispersão lentas; − Fluídos isotônicos e não irritantes! − Abordagem combinada: ▪ Reposição do déficit via IV; ▪ Manutenção via SC. Via intra-óssea: Espaço intramedular – tíbia e crista do íleo; Utilização – última alternativa de acesso; Desvantagens – necessita sedação. Via intraperitoneal: Utilizada em ruminantes; Risco de promover peritonite; Líquidos isotônicos. Qual Velocidade? Via intravenosa – utilização de cateteres: Velocidade de fluxo: − Fluxo gravitacional;− Forçado – bomba manual ou bomba de infusão. Fatores a considerar: − Via utilizada; − Patologia básica presente; − Condição clínica do paciente; − Objetivo da terapia; − Composição do líquido administrado; − Contensão necessária. Velocidade de administração: PEQUENOS ANIMAIS: − 60 a 80 ml/kg/h. GRANDES ANIMAIS: − 15 a 30 ml/kg/h. 1. Reposição rápida ½ do déficit. 2. ½ restante do déficit + necessidades. PARTICULARIDADES: − Velocidade máxima segura: 90 ml/kg/h; − Monitorar o paciente: hiper-hidratação. Cálculo volume/min: − Micrométrico – PEDIÁTRICO: 0,02 ml/gota – 50 gotas = 1 ml; − Macrométrico – ADULTO: 0,1 ml/gota – 10 gotas = 1 ml. Transfusão Sanguínea Sangue total e plasma: Hemorragia; Choque; Anemia; Anormalidades na coagulação; Fornecimento de anticorpos inespecíficos. Seleção do Doador CÃES Peso > 27 kg; Podem doar 450 ml de 3-3 semanas, durante 2 anos; Temperamento dócil; Cuidados: − Triagem de doenças infecciosas; − Tipos sanguíneo DEA 4 (doadores universais); − Grupos sanguíneos: DEA 1.1, 1.2, 3, 4, 5, 7; − Realização da prova cruzada. GATOS Peso > 5 kg; Podem doar em média 1,5% de peso vivo; Temperamento dócil; Cuidados: − Triagem de doenças infecciosas; − Tipo sanguíneo A e B: ▪ Maioria das raças é A; ▪ Exceções das raças Persa e Himalaio. GRANDES ANIMAIS Não há problemas de peso; 10 a 15 ml de sangue/kg de peso vivo; Temperamento dócil; Cuidados: − Triagem de doenças infecciosas; − Tipo sanguíneo Qa e Aa negativos. Monitorar Reações Transfusionais Ocorrem nos primeiros 10 minutos de administração; Inquietação, sudorese, taquicardia e taquipneia; Administração inicial lenta 0,25 ml/kg/h; Velocidade normal: − 10-20 ml/kg/h para equinos; − 40 ml/kg/h para potros; − 5-10 ml/kg/h para cães e gatos. Coleta de Sangue Ácido cítrico; Citrato: − Fr 400 ml com 20 ml de citrato a 4%; − Fr 4,0 L com 200 ml de citrato a 4%. Dextrose; Heparina: − 5 UI para cada mL de sangue; − Diluir 5000 UI em 100 ml de Cloreto de Sódio 0,9%. Volume de Sangue a ser Transfundido Admitindo-se 40% do hematócrito do doador: − 2,2 ml de sangue total/kg do peso corpóreo aumentam o hematócrito em 1%. Fórmula: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 (𝑚𝑙) = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟∗ 𝑥 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑝𝑡𝑜𝑟 (𝑘𝑔) 𝑥 (𝐻𝑡 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 − 𝐻𝑡 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) 𝐻𝑡 𝑑𝑜𝑎𝑑𝑜𝑟 Fator: 90 para cães; 70 para gatos; e 80 para equinos e ruminantes. Método Alternativo Custo baixo da bolsa; Tem que transfundir rápido; Em dias frios, não precisa resfriar; Usa-se bolsa de urina, é preciso adicionar anticoagulante na bolsa (heparina); Heparina = 5000 UI/ml e 2000 UI/ml. 1 𝑚𝑙 = 5𝑈𝐼 𝑑𝑒 ℎ𝑒𝑝𝑎𝑟𝑖𝑛𝑎 Transfusão Bolsa Cara, agulha grande; Possui CPDA (concentrado) que estabiliza o sangue e permite o resfriamento; Na temperatura de 5ºC, dura 21 dias; Há risco de contaminação; Bolsa satélite (dupla) – fracionamento para componentes específicos.
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