Prévia do material em texto
Gestão de Tesouraria Atividades da Tesouraria CATALOGAÇÃO NA FONTE NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS – UNIGRANRIO xxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx / xxxxxxxxxxx. – Duque de Caxias, RJ: Editora Unigranrio, 2016. xxx p.: il. ; 23 cm ISBN: xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxx Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Miguel Arantes Normanha Filho 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Atividades da Tesouraria Para início de conversa... ................................................................................ 4 Objetivo ......................................................................................................... 4 1. Administração do Capital de Giro ........................................................... 5 2. Ciclo Econômico, Financeiro e Operacional ........................................ 6 Referências ......................................................................................................... 9 Gestão de Tesouraria 3 Para início de conversa... Para que possamos iniciar os estudos sobre as atividades da tesouraria, é fundamental o entendimento da gestão de tesouraria que são as atividades de gestão responsáveis pelas entradas e saídas de recursos nas organizações. Tal contexto obriga a necessidade de se fazer planejamento das ações gerenciais relacionadas às captações de recursos financeiros (Figura 1) de curto, médio e longo prazo, como também dos investimentos (RITTA; SILVA; CITADIN, 2016). O responsável pelas atividades da tesouraria é o tesoureiro, profissional que deve manter relacionamento com a administração financeira da organização, com a contabilidade e a área administrativa. As atividades de tesouraria são as informações dos lançamentos contábeis e conciliações bancárias, emissão de notas fiscais, das despesas oriundas das operações da organização, dos pagamentos dos tributos incidentes nas operações, da conferência e lançamentos dos boletos relativos às compras, dos recebimentos de receitas, fechamento diário do caixa, entre outras atividades desse setor. A administração do capital de giro está no contexto das decisões financeiras da organização, portanto, da administração financeira, com o entendimento de como ela gera e aplica seus recursos financeiros por meio de regras específicas e de forma planejada, com a finalidade de preservação da saúde financeira da organização (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Para os autores, o ciclo operacional sofre variações em virtude do setor de atividade e características da organização. O ciclo financeiro contempla as movimentações de caixa, em dado período, do desembolso inicial de caixa e o recebimento da venda do produto, mercadoria ou serviço. O ciclo econômico considera somente as ocorrências de natureza econômica, compreendendo a aquisição de matérias primas e insumos até́ a finalização por meio da venda. Objetivo Empregar os conceitos da administração do capital de giro utilizando o ciclo econômico, financeiro e operacional. Gestão de Tesouraria 4 1. Administração do Capital de Giro Devemos entender que o capital de giro de uma organização está diretamente relacionado ao seu desempenho operacional tem e participação relevante no desempenho operacional das organizações, cobrindo parte dos ativos totais investidos. Por outro lado, uma administração ineficiente do capital de giro ocasiona sérios problemas financeiros (Figura 2), podendo levar a organização a uma situação de insolvência. Portanto, deve ser considerado que a administração do capital de giro trata dos ativos e passivos correntes como decisões interdependentes. Pode-se afirmar que a presença de ativos correntes na estrutura financeira das empresas, torna- se estratégico para o sucesso financeiro do negócio, contribuindo para o retorno econômico do investimento realizado nas operações (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Trindade, Nunes e Linhares (2010) citando Gitman (1987), Braga (1989) e Brom e Baliam (2007) enfatizam que a administração do capital de giro é estratégica para a gestão financeira da organização, uma vez que os ativos circulantes devem ter a capacidade para fazer frente e cobrindo os passivos circulantes. Definindo que a administração do capital de giro é fazer a gestão dos ativos circulantes e passivos circulantes da organização, para que ocorra um ponto aceitável e de manutenção de capital circulante. Em tal contexto, é fundamental que, para cada um dos ativos, tenha- se uma gestão eficiente, de forma a ter-se a liquidez da empresa. Deve ser entendido que a administração do capital de giro é um processo contínuo de tomada de decisões, que visa a manutenção da liquidez da organização. Assim, pode-se afirmar que a administração do capital de giro da organização é importante uma vez que o caixa reflete o que ocorre na organização, no seu dia a dia, por ações como capacidade de pagar obrigações e de gerar retorno aos acionistas. A relevância do volume do capital de giro para uma organização vem de forma acentuada pelo volume de vendas, que é sustentado pelos estoques, valores a receber e valores em caixa; as sazonalidades dos negócios influenciam as necessidades de recursos da organização ao longo do tempo. Como também, os fatores cíclicos da economia – variáveis incontroláveis do macroambiente, com impacto nos custos e cronograma de produção e políticas de negócios, em ambiente incerto e turbulento (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Figura 1: Problemas financeiros. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 5 2. Ciclo Econômico, Financeiro e Operacional No contexto do ciclo econômico, financeiro e operacional, devemos compreender que a globalização, as rápidas transformações no ambiente de negócios cada vez mais incertos, a agressiva concorrência, as novas tecnologias, a inteligência artificial entre outras variáveis, obriga as empresas a buscarem vantagem competitiva para fazerem frente aos concorrentes, por meio de criatividade, inovação e competitividade, como também, políticas de vendas e estratégias arrojadas, que incluem em outras ações, prazos alongados de recebimento. Como também, processos produtivos mais eficientes e, desenvolvimento de uma logística eficaz. São ações que impactam fortemente no capital de giro (Figura 3) da organização, situação que pode acarretar o sucesso e insucesso da organização. Nem todas as organizações estão preparadas e sofrem por deficiência de capital de giro e outras, ao contrário, por terem fluxo de caixa equilibrado nos prazos necessários para fazerem frente aos seus compromissos. É importante saber que eventual falta de capital de giro não possui relação direta com a viabilidade econômica da organização, mas está condicionada à continuidade do negócio da organização. Portanto, a análise do ciclo econômico, financeiro e operacional é condição para que uma organização possa ter uma visão clara e objetiva dos fatores que podem levar ao aumento ou diminuição do capital de giro (PASCOAL; ZAMBONI; FRANCO, 2014). No que se refere ao ciclo econômico, considera-se de forma única os eventos de natureza econômica, contemplando as aquisições de matérias- primas e insumo até́ o momento da respectiva venda dos produtos. Não considerando os reflexos de caixa pertinentesa cada etapa do processo operacional, que são os itens do fluxo de caixa relativos aos valores oriundos das receitas de vendas no contexto dos prazos que foram definidos, como também, todos os pagamentos dos gastos que foram incorridos nos processos. No que tange ao ciclo financeiro, contempla- se as movimentações de caixa, que se refere ao período de tempo em que se faz o desembolso para pagamentos dos fornecedores e a entrada dos valores oriundos das vendas dos produtos. De forma objetiva, é o intervalo de tempo definido no fluxo de caixa que a organização necessita de financiamento para suas atividades operacionais. Figura 2: Capital de giro. Fonte: Dreamstime: Gestão de Tesouraria 6 Vários são os fatores que podem intervir em tal contexto, que pode envolver, por exemplo, descontos de títulos oriundos das vendas feitas a prazo, ocorrendo, assim, a redução de necessidade de caixa. Quanto ao ciclo operacional, ele pode variar de acordo com a atividade e característica operacional de cada organização. Se o ciclo operacional for menor que um ano, ocorrerá a repetição dele por várias vezes, o que significa, maior giro para os investimentos operacionais (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Para Pascoal, Zamboni e Franco (2014), no que se refere ao ciclo econômico é fundamental para a saúde financeira da organização uma vez que o aumento dele ocasionará a ampliação de capital de giro e no caso, da falta de recursos próprios, haverá a necessidade de recorrer ao mercado financeiro para manter as obrigações em dia, mas com aumento das despesas financeiras e comprometimento da margem de contribuição. Ao se estudar a questão do ciclo econômico, pode-se notar que não só os prazos de pagamentos e recebimentos afetam o caixa da empresa, mas também o processo de fabricação. Com relação ao ciclo financeiro, ele tem início quando a empresa quitar suas obrigações com seus fornecedores e tem sua finalização quando do recebimento das receitas provenientes das vendas feitas. Por retratar a movimentação de caixa, é também denominado ciclo de caixa. Os autores citando Gitman (2002) ensinam que o ciclo financeiro engloba o período de tempo do pagamento para adquirir matéria-prima e insumos, até o momento do recebimento do produto vendido. O ciclo operacional se insere em um contexto da previsão e identificação das necessidade de caixa e, previsão do giro do ativo líquido da organização, não sendo uma tarefa gerencial fácil, face à necessidade de dados e informações em um contexto de sistema de informações gerencial, situação nem sempre adotada nas organizações, por diversos motivos, inclusive, capacidade gerencial. Contudo, torna-se fundamental conhecer o ciclo operacional do negócio, de forma que se consiga entender a operacionalidade do caixa e do impacto ocasionado no capital de giro. Portanto, o ciclo operacional contempla o tempo usado para a realização dos processos operacionais da organização. Figura 3: Pagamento dos fornecedores. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 7 Vimos, neste estudo, que as atividades da tesouraria são estratégicas para a gestão de tesouraria, pois trata, de forma planejada, das ações que incluem às captações de recursos financeiros de curto, médio e longo prazo, assim como dos investimentos, para a sobrevivência da organização, em ambiente de negócios em rápidas transformações, incerto e turbulento. O responsável pelas atividades da tesouraria, é o tesoureiro. Durante esse processo, dois tópicos revelam-se importantes nas atividades da tesouraria, administração do capital de giro e os ciclos, econômico, financeiro e operacional. Aprendemos que o capital de giro de uma organização está diretamente relacionado ao seu desempenho operacional. A administração do capital de giro revela-se estratégica para a gestão financeira da organização uma vez os ativos circulantes devem ter a capacidade para fazer frente e cobrindo os passivos circulantes. No contexto do ciclo, econômico, financeiro e operacional, as organizações buscam a vantagem competitiva para fazerem frente ao ambiente concorrencial cada vez mais competitivo, por meio de políticas e estratégias de vendas arrojadas, que incluem em outras ações, prazos alongados de recebimento. Afinal no que tange ao ciclo econômico, considera-se de forma única os eventos de natureza econômica, contemplando as aquisições de matérias- primas e insumo até́ o momento da respectiva venda, dos produtos. Já no ciclo financeiro, são consideradas as movimentações de caixa relacionadas ao período que se faz o desembolso para pagamento dos fornecedores e a entrada dos valores oriundos das vendas dos produtos. Podemos concluir que, em relação ao ciclo operacional, ele pode variar de acordo com a atividade e característica operacional de cada organização. Gestão de Tesouraria 8 Referências ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. [Minha Biblioteca] PASCOAL, F. F.; ZANIBONI, R.; FRANCO, A. L. Capital de giro e disponível de caixa: um estudo dos ciclos operacional, econômico e financeiro. Temas em Administração – Diversos Olhares, v.6, n.1, p.24-31, jan./dez, 2014. Disponível em: http://www.fipa.com.br/site/documentos/revistas/ administracao/adm_2014_vol6_n1.pdf#page=25. Acesso em: 21 mar. 2020. RITTA, C. O.; SILVA, C. R.; CITADIN, A. As características da gestão de tesouraria nas organizações da região carbonífera de Santa Catarina. R. Eletr. do Alto Vale do Itajaí – REAVI, v.5, n.8, p.1-13, dez., 2016. Disponível em: file:///C:/Users/fast/Downloads/8592-28876-1-PB.pdf. Acesso em: 21 mar. 2020. TRINDADE, M. A. B.; NUNES, M. B. P.; LINHARES, T. S. Gestão do capital de giro em micro e pequenas empresas. RACE, Unoesc, v.9, n.1-2, p.231-250, jan./dez. 2010. Disponível em: https://www.researchgate. net/publication/277239405_Gestao_do_Capital_de_Giro_em_Micro_e_ Pequenas_Empresas. Acesso em: 21 mar. 2020. Gestão de Tesouraria 9 https://www.researchgate.net/publication/277239405_Gestao_do_Capital_de_Giro_em_Micro_e_Pequenas_Empresas https://www.researchgate.net/publication/277239405_Gestao_do_Capital_de_Giro_em_Micro_e_Pequenas_Empresas https://www.researchgate.net/publication/277239405_Gestao_do_Capital_de_Giro_em_Micro_e_Pequenas_Empresas Gestão de Tesouraria Administração do Ciclo Financeiro Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Miguel Arantes Normanha Filho 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Administração do Ciclo Financeiro Para Início de Conversa... .................................................................... 4 Objetivo ........................................................................................... 5 1. Regime de Caixa e Competência .................................................... 6 2. Controle de Saldo de Caixa ............................................................. 7 Referências ........................................................................................... 11 Gestão de Tesouraria 3 Gestão de Tesouraria 4 Para Início de Conversa... Para que possamos iniciar nossos estudos sobre a administração do ciclo financeiro, é importante recordarmos que o ciclo financeiro, segundo Assaf Neto e Silva (2012), representa de forma única as movimentações de caixa em um contexto de tempoque abrange o momento do desembolso inicial de caixa para pagamentos de matérias-primas, insumos e fornecedores, bem como o recebimento da venda do produto ou serviço comercializado. Em resumo, significa o intervalo de tempo que a organização necessitará para o financiamento das suas atividades de negócio. O contexto da administração do ciclo financeiro engloba as ações de planejamento, organização, coordenação e controle para a movimentação de caixa no período referente aos desembolsos iniciais de caixa para pagamentos de matérias-primas e insumos e fornecedores, bem como o recebimento da venda do produto ou do serviço comercializado. Figura 1: Administração do ciclo financeiro. Fonte: Dreamstime A organização necessita alcançar um nível ideal de capital de giro para o alcance da sustentação de sua atividade operacional, isto é, para sua sustentabilidade financeira. O conceito de equilíbrio financeiro de uma organização é observado quando suas obrigações financeiras estão lastreadas em ativos com prazos de conversão em caixa equivalentes aos dos passivos (ASSAF NETO; SILVA, 2012). No âmbito da administração do ciclo financeiro, temos dois subtemas importantes: o regime de caixa e competência e o controle de saldo de caixa. O regime de competência é importante para que se possa obter o resultado econômico e a métrica da rentabilidade das operações. Tal regime é adotado pela contabilidade da organização. Assim, no contexto do regime de competência, as receitas oriundas das vendas são reconhecidas no momento da venda, e as despesas; quando são incorridas. É importante frisar que o regime de competência coincide com o ciclo econômico da organização. Entretanto, a gestão financeira adota o regime de caixa para planejar e controlar as necessidades e sobras de caixa e apurar o resultado financeiro do negócio, isto é, superávit ou déficit de caixa. O que significa considerar as receitas no momento do efetivo recebimento, e as despesas no momento do seu pagamento (HOJI, 2017). Para o autor, a gestão financeira, no contexto do regime de caixa, adota o mesmo para controlar o saldo de caixa. Gestão de Tesouraria 5 No que tange ao controle do saldo de caixa, é importante considerar que as entradas de caixa, ou seja, os recebimentos da organização e as saídas de caixa – os pagamentos realizados – , em tese, são sincronizados. Isso obriga a existência de um determinado nível de saldo de caixa para compensar as diferenças entre elas. Outro ponto relacionado a ter-se saldo de caixa e, portanto, ao seu controle, se refere à necessidade de a organização ter saldos médios, para o pagamento, por exemplo, de tarifas de serviços bancários prestados à organização (MATSUMOTO; LIMA, 2006). Objetivo Operacionalizar o controle de saldo de caixa. Gestão de Tesouraria 6 1. Regime de Caixa e Competência O regime de caixa é adotado pela gestão financeira da organização, de forma que se possa fazer o planejamento, organização, coordenação e controle das necessidades de seu caixa, das sobras de caixa e, também, do resultado financeiro da operação do negócio. É importante considerar que, pelo regime de caixa, as receitas oriundas das vendas são reconhecidas no momento do efetivo recebimento e as despesas oriundas do processo produtivo, aquelas do momento do efetivo pagamento. O controller contemporâneo sabe da importância do regime de caixa (HOJI, 2017). Para Santos, Mendonça, Almeida e Gonçalves (2018) citando Pigatto et al. (2010) e Neto e Lima (2014), o regime de caixa contempla o reconhecimento de fatos somente em dois contextos, o recebimento em caixa – no caso de receitas – e os pagamentos das despesas. Esse regime demonstra, por meio da diferença entre o valor recebido e o valor pago, o resultado financeiro da organização em um dado período. O regime de caixa é usado nos relatórios gerenciais da organização, sendo, portanto, um poderoso instrumento de decisão da gestão financeira por meio de informações que complementam, em muitas situações, as informações oriundas dos demonstrativos gerados no regime de competência. Figura 2: Relatórios gerenciais. Fonte: Dreamstime. Borges, Mario, Cardoso e Aquino (2010) contemplam que, no âmbito da contabilidade, o termo competência tem uma conotação muito específica, sendo associado à constatação de uma transação ou evento em um dado período, daí é chamado de regime de competência. Para Hoji, (2017, p.10, grifo nosso) o “[...] tesoureiro moderno compreende a importância do regime de competência [...]”. Gestão de Tesouraria 7Gestão de Tesouraria É importante entender o aspecto de convergência entre a contabilidade brasileira às normas internacionais no âmbito International Accounting Standards Board – IASB, oriunda da Lei nº 11.638/07, que trouxe, por meio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, o Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, características da informação contábil. Sendo que uma delas, proveniente do Princípio da Competência, referente ao regime de competência, que reconhece e contempla eventos no momento em que os seus efeitos são realizados, isto é, na data do fato gerador, independentemente se o pagamento ou recebimento ocorrerá em outro momento. Assim sendo, a contabilização por meio do regime de competência busca o atendimento das exigências legais e também a uniformização das demonstrações contábeis, permitindo o que se chama de comparabilidade, uma característica tipicamente qualitativa que permite aos usuários identificar semelhanças e mesmo divergências entre os eventos analisados. Tal situação permite saber que uma informação é útil quando comparada a outra informação similar, tanto de outras organizações e até mesmo, da mesma entidade em momentos diferenciados. Contabilizar, por meio do regime de competência, é importante para que as informações possam ser tanto relevantes, como fidedignas, de forma que se permita sua comparação entre diversas informações, como também sua veracidade, por parte daqueles profissionais qualificados para as análises pertinentes, com a finalidade de compreensão (SANTOS, MENDONÇA, ALMEIDA, GONÇALVES, 2018). 2. Controle de Saldo de Caixa Em gestão financeira, existe um entendimento de que se a organização consegue fazer uma permanente manutenção de saldo de caixa, irá ocorrer de forma positiva, gerando uma folga financeira, proporcionando uma melhor capacidade dos pagamentos de suas obrigações. Assim sendo, torna-se de vital importância o controle de saldo de caixa como uma eficaz ação de gestão. Mas é importante entender, também, que não se deve manter reservas de caixa em nível elevado com objetivo de ampliar a liquidez. Porém, a melhor ação de gestão, é a busca de um volume mais adequado, de forma que não se incorra em custos de Uma curiosidade terminológica: Em contabilidade, o termo “competência” é associado ao reconhecimento de uma transação ou outro evento em determinado período. Por isso, também costuma ser chamado de “regime de competência de períodos”. Em inglês, a contabilidade pelo regime de competência é conhecida por accrual basis accounting. Gestão de Tesouraria 8 oportunidades crescentes. Para tanto, é fundamental que a organização avalie, de forma criteriosa, seu ciclo operacional, para que consiga sincronizar as características de sua atividade com o desempenho do caixa (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Os autores complementam que: “A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações”. (p.34) Os autores, revelando atenção ao controle do saldo de caixa, ponderam sobre a importância de uma avaliação das limitações de caixa, que não é uma exclusividade de organizações que convivem com prejuízos em suas operações, mas também de organizaçõeslucrativas, como resultante do comportamento de seu ciclo operacional e, enfatizam que “[...] problemas de caixa costumam ocorrer, ainda, em lançamentos de novos produtos, fases de expansão da atividade, modernização produtiva [...]”. (p. 34) Matsumoto e Lima (2006), citando Iudícibus et al. (1995), afirmam que o saldo de caixa, ou sua disponibilidade, serve para definir o dinheiro em caixa, nos Figura 3: Organizações lucrativas. Fonte: Dreamstime. bancos, e demais valores equivalentes que podem ser definidos como de livre movimentação para uso nas operações da organização, sem restrições para uso imediato, caso necessário. Existe a consideração que contempla dinheiro e cheques que foram recebidos e não depositados, com pagamento imediato à apresentação. Os autores, citando Andrade (2004) e Eid Júnior (1997), ponderam que é importante a harmonia entre o volume de disponibilidades ao tempo de realização das despesas e receitas, ocorrendo com controle eficaz, o saldo de caixa, isto é, disponibilidades para a realização dos compromissos da organização, o que é, em tese, a gestão eficaz do fluxo de caixa. Porém, o contrário pode ser classificado como desajuste financeiro. Por outro lado, muitas organizações mantêm elevados saldos de caixa por pura conveniência e estratégia de gestão. É importante, em época de incertezas e ambiente concorrencial turbulento, que se preste atenção às oportunidades que passam, muitas vezes, despercebidas pelas organizações, o que demonstra a necessidade de uma gestão eficaz e eficiente no controle de saldo de caixa. Importante ponderar que a falta de sincronização entre os pagamentos de matérias-primas e insumos e de fornecedores, bem como os recebimentos de produtos e serviços comercializados tendem a comprometer o caixa (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Gestão de Tesouraria 9 Para os autores, a falta de sincronia, pode ser ocasionada por ”[...] sazonalidades em pagamentos e recebimentos e das características operacionais de atuação da empresa [...]”, complementam informando “[...] que o fluxo de caixa projetado pode ser um importante instrumento para reduzir as diferenças temporais de entrada e saída de recursos na empresa [...]”. (p.101) O controle de saldo de caixa torna-se estratégico para as organizações em um contexto de sobrevivência do negócio por conta do ambiente concorrencial acirrado, turbulento e incerto, no qual as ações de vendas sofrem variações diárias, com alongamentos de prazos, parcelamentos e reduções de preços que impactam no caixa da empresa. É importante entender que o equilíbrio financeiro “[...] exige vinculação entre a liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos”. (ASSAF NETO, 2012, p.24) Sem contar com os custos e alterações dos processos produtivos, por conta da produtividade, inovação e novas tecnologias em um contexto de “Indústria 4.0” , também definida como a “Quarta Revolução Industrial” pelo uso de tecnologias para automação, armazenagem e troca de dados, utilizando conceitos de sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas e computação em nuvem, que inclui a inteligência artificial, cujos reflexos ainda não temos todos os conhecimentos. Figura 4: Indústria 4.0. Fonte: Dreamstime: Portanto, o controle de saldo de caixa deve ser inserido na estratégia de negócio da organização, que, segundo Thompson (2011), se refere às etapas ou passos competitivos dados e às ações de administração que os gestores aplicam visando à ampliação do market-share do negócio, isto é, seu crescimento, por meio das ações para atrair e reter clientes, atendendo às suas necessidades, desejos e expectativas, que propiciam o alcance excelente da performance organizacional e a busca de vantagem competitiva. Indústria 4.0 Gestão de Tesouraria 10 Em pesquisa feita no âmbito do controle de saldo de caixa, foram aplicados os modelos Baumol e de Miller-Orr, e os resultados são assim expostos: “[...] o modelo Baumol pode ser aplicado em algumas empresas, geralmente de pequeno porte, não havendo este tipo de restrição quanto ao modelo de Miller-Orr”. (MATSUMOTO; LIMA 2006, p.1). Vimos, em nossos estudos, que, segundo os ensinamentos de Hoji (2017), todos os ciclos financeiros têm seu início quando ocorre o primeiro desembolso, isto é, o primeiro pagamento de matérias primas ou insumos ou de outros fornecedores e finaliza, com o recebimento da venda de produto ou serviço. O autor complementa, com o ensinamento: “Caso haja pagamento de custos ou despesas após o recebimento da venda, é nesse momento que se encerra o ciclo financeiro”. (p.8) Descobrimos que, por meio da administração do ciclo financeiro, pode- se compreender que são as ações da gestão financeira que englobam o planejamento, organização, coordenação e controle para a movimentação de caixa, no período de tempo referente aos desembolsos iniciais de caixa para pagamentos e o recebimento da venda do produto ou serviço comercializado. Aprendemos que, nos cenários econômicos atuais, incertos e turbulentos, a concorrência acirrada obriga eficácia e eficiência na gestão financeira dos recursos, não comportando demora e indecisões sobre as ações que deverão ser tomadas. Uma vez que a excelente gestão financeira minimiza a necessidade de capital de giro e, como consequência, ocorre o aumento de lucros pela redução das despesas financeiras (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Vimos que, em relação ao regime de caixa pelo exposto por Hoji (2017), ocorre o entendimento de que a gestão financeira adota o regime de caixa para o planejamento e controle, tanto das necessidades como das sobras de caixa, mas com um evento importante no âmbito da gestão financeira, a apuração do resultado financeiro. Aprendemos, também, pelos ensinamentos do autor, que o regime de competência é usado pela contabilidade para apurar o resultado econômico e ter métrica da rentabilidade das operações, em dado período de tempo. Entendemos que, Gestão de Tesouraria 11 pelo regime de competência, as receitas são identificadas no momento da venda, e as despesas; quando incorridas. Afinal, podemos concluir que é importante considerar no controle de saldo de caixa, pela exposição de Matsumoto e Lima (2006), que as organizações, no âmbito de sua gestão financeira, devem prestar a gestão do seu disponível. Isso se deve ao fato de que a diminuição de grandes volumes de recursos, obrigatoriamente, reduz a rentabilidade das operações, sendo que a falta de recursos obriga a organização a procurar fontes de capital de giro, quase sempre muito onerosas, comprometendo os resultados do negócio. Também é importante que o controle de saldo de caixa tenha atenção à estratégia do negócio da organização, em tempos incertos e turbulentos, de concorrência acirrada. Referências ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. [Minha Biblioteca]. BORGES, T. B.; MARIO, P. C.; CARDOSO, R. L.; AQUINO, A. C. B. Desmistificação do regime contábil de competência. RAP – Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro 44(4):877-901, jul./ago. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n4/v44n4a06.pdf. Acesso em: 31 mar. 2020. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2017. [Minha Biblioteca]. MATSUMOTO, A. S. LIMA, J. P. O saldo ótimo de caixa por meio dos modelos Baumol e de Miller-Orr. Rev. Cent. Ciênc. Admin., Fortaleza, v.12, n.2, p. 243-252, dez., 2006. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/ rca/article/view/394/pdf. Acesso em: 16 jul. 2020. MATSUMOTO, A S. LIMA, J. P. O saldo ótimo de caixa por meio dos modelos Baumol e de Miller-Orr. Rev. Cent. Ciênc. Admin., Fortaleza, v.12, n.2, p. 243-252, dez./2006. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/ rca/article/view/394. Acesso em: 31 mar. 2020. http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n4/v44n4a06.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/rap/v44n4/v44n4a06.pdf https://periodicos.unifor.br/rca/article/view/394/pdf https://periodicos.unifor.br/rca/article/view/394/pdf https://periodicos.unifor.br/rca/article/view/394 https://periodicos.unifor.br/rca/article/view/394 Gestão de Tesouraria 12 SANTOS, R. A. M.; MENDONÇA, F. M.; ALMEIDA, M. S.; GONÇALVES, G. V. Impactos do uso do regime de caixa e competência na elaboração dos demonstrativos contábeis: um estudo de caso. XV SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – Indústria 4.0 e o uso de tecnologias digitais. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/ artigos18/20126226.pdf. Acesso em: 30 mar. 2020. THOMPSON, A. A. et al. Administração estratégica. 15 ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2011. [Minha Biblioteca] https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos18/20126226.pdf https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos18/20126226.pdf Gestão de Tesouraria Administração do Contas a Pagar/ Receber Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Miguel Arantes Normanha Filho 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Administração do Contas a Pagar/Receber Para Início de Conversa... ............................................................................... 4 Objetivo ......................................................................................................... 5 1. Administração do Contas a Pagar e Receber ...................................... 6 2. Administração do Contas a Receber ....................................................... 7 3. Administração do Contas a Pagar ........................................................... 10 Referências: ......................................................................................................... 13 Gestão de Tesouraria 3 Para Início de Conversa... Para que possamos iniciar os estudos sobre administração das contas a pagar e a receber, é importante entender que, para a sobrevivência de um negócio, deve-se ajustar as contas a pagar e a receber, de forma que não ocorra desequilíbrio do orçamento empresarial quanto ao que for projetado, previsto e realizado no fluxo de caixa. Assim sendo, devem ser estudadas as necessidades do seu público-alvo no que tange a produtos e serviços. Além disso, é fundamental realizar a previsão de receita por meio das vendas, como também a previsão das despesas e custos do processo de produção e manutenção da operação do negócio. Logo, as operações de pagamentos e recebimentos devem demonstrar agilidade operacional, confiabilidade e economia para propiciar a geração de valor. (ASSIS; NUNES; SALES, 2019). A administração do contas a pagar e receber abrange o planejamento, organização, coordenação e controle de ações que envolvem pagamentos de matérias-primas e insumos, como também títulos referentes às vendas de produtos e serviços em diversas fases de um determinado período que servem como indicadores para mensurar a real saúde financeira. Explicando de forma simples, o contas a pagar diz respeito às obrigações financeiras a serem cumpridas para que se tenha matéria- prima e insumos, a fim de que o processo produtivo funcione de forma eficiente e eficaz, com a qualidade desejada e no tempo certo. Porém, é importante frisar que não basta ter verba suficiente para arcar com os compromissos assumidos, é preciso que a administração do contas a pagar dê conta do planejamento, da organização e do controle do processo, pois tal contexto impacta a observância do fluxo de caixa e a previsão do orçamento empresarial. Além disso, é necessário elevar o crédito e o conceito junto aos fornecedores, tornando-se privilegiado em termos de prazo, descontos e condições de pagamento. O contas a receber designa o setor, área ou atividade em que se registram as entradas e baixas relacionadas às vendas de produtos e serviços feitos, bem como os títulos de crédito pertinentes a elas. Insere-se, nesse cenário, o planejamento, a organização, a coordenação e o controle do contas a receber, para que se tenha, no momento certo, recursos financeiros capazes de fazer frente às obrigações contempladas no contas a pagar. Assim, pode-se afirmar que a administração tanto do contas a pagar como do contas receber necessita de pessoas qualificadas com expertise nas atividades em que irão atuar, por meio de processos bem definidos e alinhados com as necessidades do negócio desenvolvidos com o apoio de ferramentas de gestão adequadas. Isso ajuda na criação de vantagem competitiva do negócio em meio a um ambiente concorrencial agressivo. É importante destacar que possíveis riscos nas operações de vendas Gestão de Tesouraria 4 relacionadas à administração do contas a receber podem prejudicar a saúde financeira. Diante disso, é recomendável estabelecer um controle de valores a receber que desenvolva mecanismos capazes de evitar ou reduzir as perdas com a venda a prazo. A não existência desse controle demonstra que o processo de concessão de crédito foi falho no sentido de inibir vendas para clientes considerados problemáticos – devedores duvidosos com relação aos pagamentos. A dinâmica de procedimentos referentes ao processo usado na decisão da concessão de crédito permite minimizar o volume de créditos com liquidação duvidosa. No entanto, deve-se considerar que a melhoria no controle de concessão de crédito não impede a existência de risco de crédito, que pode ser minimizado com o uso de metodologias de gestão, nas quais a cronologia de valores a receber é uma etapa preliminar. Uma forma clássica para a verificação do risco da carteira deriva do estudo da chance de um cliente de boa performance se transformar em um cliente irregular com seus pagamentos (ASSAF NETO; SILVA, 2012). Objetivo Apresentar as experiências que envolvem as rotinas do contas a pagar e do contas a receber. Gestão de Tesouraria 5 1. Administração do Contas a Pagar e Receber No setor financeiro, o contas a pagar representa as obrigações assumidas de curto, médio ou longo prazo. Nesse contexto, as informações documentadas e registradas precisam estar corretas, uma vez que indicam a saída de pagamento de maneira a quitar de forma total ou parcial os compromissos importantes para as operações e o funcionamento do negócio. O contas a receber compreende a entrada de recursos resultante da venda de produtos e ou serviços. É certo afirmar que as entradas são responsáveis por um fluxo de caixa satisfatório. Um eficiente e eficaz controle interno, tanto no contas a pagar como no contas a receber, proporciona segurança para a organização e, portanto, para o negócio. Pode-se concluir que o controle interno desenvolvido pela gestão financeira permite a consecução dos objetivos e metas definidos no planejamento, eliminando erros ou fraudes e gerando a manutenção da saúde financeira e segurança das operações (SILVA, 2013). A administração, no nosso contexto de abordagem, está relacionada a ações de planejamento, organização, coordenação e controle envolvendo os setores observados pela gestão de tesouraria. Logo, pressupõe o uso de recursos humanos especializados, isto é, com expertise nas tarefas a serem desempenhadas, processos bem definidos e uso de instrumentos de gestão adequados. Para que a saúde financeira da empresa seja mantida, é fundamental que suas operações sejameficientes e eficazes, com crédito e conceito organizacional reconhecidos, pois isso pode garantir a obtenção de vantagem competitiva sustentada em ambientes de negócios incertos e turbulentos. Figura 1: Gestão da tesouraria. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 6 Diante da diversidade de aspectos relevantes relacionados à administração das contas a pagar e a receber, um tópico merece destaque: o controle, pois evita erros e fraudes que possam prejudicar os negócios. Silva (2013), citando Mattos e Mariano (1999), afirma que existem várias formas de entender esse conceito, mas sua aplicabilidade objetiva manter seus processos internos bem estruturados e em pleno funcionamento. Tal condição visa à manutenção do lucro nas suas operações, mas para que isso ocorra, é fundamental a verificação de processos bem projetados, com relatórios financeiros eficazes. Dessa forma será possível evitar erros, omissões e fraudes, a fim de que o crescimento aconteça de forma ordenada e planejada. Portanto, a gestão do controle interno deve ser entendida como um processo de adequação contínuo inteiramente ligado à estrutura orgânica e à sua permanente capacitação, para manutenção e ampliação de suas competências. Assis, Nunes e Sales (2018) corroboram a visão do Instituto de Estudos Financeiros (IEF) de que as operações de pagamento e recebimento precisam observar três princípios básicos: agilidade operacional, confiabilidade e economia. Assim, pode-se definir que controle interno é o conjunto de medidas que a empresa implementa com o objetivo de proteger seu patrimônio, fornecendo relatórios gerenciais para tomadas de decisões. A área financeira é estrategicamente relevante para a sobrevivência do negócio; sem ela, a empresa fica impedida de tomar boas decisões. O controle interno da área financeira, especialmente quanto direcionado às contas a pagar e a receber, deve produzir relatórios que sejam exatos. Assim, os lançamentos serão fidedignos, proporcionando confiança nos registros apresentados, tornando seguro o rumo da organização em um ambiente competitivo, sem que haja surpresas desfavoráveis. 2. Administração do Contas a Receber De acordo com Assis, Nunes e Sales (2019), citando SEBRAE (2018), o controle das contas a receber deverá proporcionar informações para a tomada de decisões de gestão com relação a um dos ativos de acentuada importância do qual a organização dispõe, que são os créditos a receber oriundos das vendas a prazo de mercadorias, produtos ou serviços. Essa recomendação obriga a observância das considerações vitais, que devem ser bem contempladas e estruturadas na composição do processo do controle de contas a receber. São elas: Gestão de Tesouraria 7 Figura 2: Processo do controle de contas a receber. Fonte: Dreamstime. Datas dos eventos e total dos valores a receber, descontos concedidos e juros recebidos, no caso de atrasos. Relação dos clientes que pagam em dia. O total dos créditos já vencidos e os períodos de atraso. As providências tomadas para a cobrança e o recebimento dos valores em atraso. Identificação dos principais clientes, pela Curva ABC, do grau de concentração das vendas e da qualidade e regularidade dos clientes. Acompanhamento da regularidade dos pagamentos e programação das ações para cobrança administrativa ou judicial. Conciliação contábil. Assis, Nunes e Sales (2019), citando Attie (2011), atestam que para verificar a necessidade ou não de implementar esse processo de controle, é importante a análise do crescimento e expansão, isso porque, ao avaliar os estágios iniciais do ciclo de vida, pode-se verificar que o dono é o ponto referencial do controle. É ele quem analisa e controla atividades como: 1. Verificação da pontualidade dos colaboradores. 2. A produção e o padrão de qualidade dos produtos. 3. A logística. 4. Os pedidos. 5. O contas a pagar e o contas a receber. Com o crescimento de um negócio, o contas a receber se torna estratégico para a saúde financeira da empresa e, portanto, exige uma administração que planeja, organiza, coordena e controla as atividades e tarefas por meio de uma equipe com expertise para tal, processos bem definidos e uso de ferramentas de gestão adequadas. É vital preservar a perfeita sintonia na comunicação entre a administração do contas a receber, a administração de vendas, a administração financeira e de faturamento, a logística e a contabilidade, uma vez que é preciso ter atenção com os títulos emitidos, a fim de que eles sejam pagos nos prazos e condições de pagamento pactuados quando das vendas. Gestão de Tesouraria 8 Wernke, Junges e Herberle (2010), citando Assef (1999), Assaf Neto (2003) e Santos (2001), atestam que o contas a receber relaciona- se aos direitos que a organização possui, oriundos das vendas de mercadorias, produtos ou serviços, como também às vendas de bens do ativo permanente, dentre eles imóveis, veículos e máquinas. De Acordo com Wernke, Junges e Herberle (2010, p.2316), é importante entender que a cobrança “[...] é a principal função operacional da área de contas a receber e que a formulação da política de crédito e o acompanhamento de seus resultados são as funções típicas de planejamento e controle da carteira de contas a receber”. A preocupação com o contas a receber tem relação com parte significativa dos ativos circulante que o compõem, o que influencia a rentabilidade da operação. Logo, o nível dos investimentos depende do comportamento das vendas e da existência de uma política de crédito. Figura 3: Contas a receber. Fonte: Dreamstime. Pode se concluir, assim, a ideia de que uma eficiente e eficaz administração de contas a receber deve contemplar, além de sua operacionalização rotineira, as funções de planejamento e controle, de forma que as vendas por meio dos créditos concedidos proporcionem resultados favoráveis quanto à sua margem de contribuição e rentabilidade esperada. Gestão de Tesouraria 9 3. Administração do Contas a Pagar Para Assis, Nunes e Sales (2019), citando SEBRAE (2018), o controle do contas a pagar deve ser considerado uma tarefa de rotina, pois aponta os compromissos que deverão ser cumpridos no dia a dia do negócio. Os compromissos são assim detalhados: Figura 4: Tarefas de rotina no controle de contas a pagar. Fonte: Dreamstime. Identificar todas as obrigações a pagar. Após criteriosa análise, priorizar os pagamentos, quando ocorrer dificuldade financeira, isto é, fluxo de caixa comprometido. Atenção para não permitir a perda de prazo de pagamento, pois isso gera perda de descontos e pagamento de multa e juros. Conciliação com os saldos contábeis. Rigorosa verificação das obrigações contratadas, porém não pagas. Fornecer informações confiáveis e previamente conferidas para elaboração do fluxo de caixa. Um controle de contas a pagar, quando feito com qualidade, concede ao responsável pela administração uma visão simplificada, mas detalhada, da gestão financeira, além de servir de fonte de informações para tomadas de decisão estratégicas em um negócio bem-sucedido. De acordo com Wernke, Junges e Herberle (2010), citando Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007), Calderelli (2002) e Wernke (2008), no contas a pagar são cabíveis as obrigações decorrentes do fornecimento de utilidades e da prestação de serviços. Dentre elas, destacam-se as despesas com energia elétrica, água, telefone e outras contas que geralmente são pagas a fornecedores de matérias-primas e insumos. Figura 5: Obrigações decorrentes do fornecimento de utilidades e da prestação de serviços. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 10 Entende-se, assim, que contas a pagar é uma conta constante do passivo exigível destinada ao registro de compromissos financeiros representados por títulos devidamente aceitos pela organização. Na administração do contas a pagar, é importante que sejam evitadas quitações de títulos em duplicidade e que ocorra um rigorosocontrole dos vencimentos estipulados pelos credores. Além disso, todos os pagamentos devem ser efetuados somente com a comprovação documental e de assinaturas dos responsáveis que testifiquem a existência de uma dívida, promovendo apenas o pagamento do valor que corresponda exatamente ao que foi pactuado por documentos hábeis. Diante de uma agressiva competitividade no ambiente concorrencial, ter produtos de qualidade que atendam às necessidades, satisfação e expectativas dos clientes, em condições melhores que as dos concorrentes, exige que as organizações realizem compras, em termos qualitativos e quantitativos, no tempo certo e sob o melhor custo. Para tanto, devem honrar seus compromissos de forma positiva. Isso requer que a administração do contas a pagar seja altamente eficiente e eficaz. Diante disso, sua administração deve planejar, organizar, coordenar e controlar as atividades e tarefas com o apoio de uma equipe especializada, por meio de processos bem desenhados e do uso de ferramentas de gestão adequadas. Potrich et al. (2012) citam a posição de Braga (1995), que enfatiza que conceder crédito aos clientes representa assumir custos e riscos não existentes nas vendas à vista. Como a administração do contas a pagar se relaciona diretamente como o setor responsável pelos diversos tipos de compras necessárias ao processo produtivo e à manutenção do negócio, é preciso ter sintonia e comunicação com todas as áreas e/ou setores e/ou divisões, pois é fundamental entender sobre a qualidade desejada, os prazos e condições de pagamentos. A falha em um dado pagamento pode acarretar prejuízos operacionais, perda de crédito, assim como prejuízo à sua reputação, o que pode comprometer o seu futuro nos negócios. Nessa unidade, pudemos entender a relevância da administração das contas a receber e a pagar. Esse processo compreende ações de planejamento, organização, coordenação e controle específicas que propiciem, de forma eficiente e eficaz, o sucesso do contas a pagar e do contas a receber. É uma administração que está inserida no escopo da gestão da tesouraria. Para sua operação, é necessário que a equipe de recursos humanos seja especialista nas tarefas a serem realizadas, que os processos sejam bem definidos e que se adote o uso de instrumentos de gestão adequados. Gestão de Tesouraria 11 Como resultado da administração das contas a pagar e a receber, espera- se a manutenção da saúde financeira e operações eficientes e eficazes, com crédito e conceito organizacional reconhecidos. Tal condição, sem dúvida alguma, irá proporcionar bases para a obtenção de vantagem competitiva sustentada em um ambiente concorrencial agressivo. Vimos, nessa unidade, que, segundo Potrich et al. (2012), citando Gitman (2002), a administração das contas a pagar e receber é de vital importância dentro das organizações, já que uma expressiva porcentagem dos investimentos das empresas está contemplada nas contas a receber. Os autores ressaltam, ainda, que nos países sem uma base de financiamento consistente e um mercado de capitais estruturado, o crédito se torna escasso e, também, mais caro, restando aos clientes alternativas de compra a prazo. Descobrimos que o contas a receber de uma organização, independentemente de seu porte, está relacionado à concessão de crédito e cobrança. Portanto, a empresa deve estabelecer uma política de crédito com base em sólidos princípios financeiros e de risco, os quais sejam capazes de definir a aprovação ou não de crédito para um cliente. Vimos que a área financeira demonstra as obrigações assumidas de curto, médio ou longo prazo. Nesse contexto, as informações documentadas e registradas precisam estar corretas, uma vez que respondem pela saída de valores (SILVA, 2013). Aprendemos, também, que o contas a pagar contempla tarefas rotineiras, pois são os compromissos que devem ser cumpridos no dia a dia do negócio, mas exigem atenção e devem ser elaboradas por pessoas com expertise profissional para tal, de forma que sejam evitadas quitações de títulos em duplicidade e que ocorra um rigoroso controle dos vencimentos estipulados pelos credores. Além disso, todos os pagamentos devem ser efetuados somente com a comprovação documental e de assinaturas dos responsáveis que testifiquem a existência de uma dívida. Assim, diante de uma agressiva competitividade no ambiente concorrencial, ter produtos de qualidade que atendam às necessidades, satisfação e expectativas dos clientes, em condições melhores que as dos concorrentes, exige que as organizações realizem compras, em termos qualitativos e quantitativos, no tempo certo e sob o melhor custo. Para tanto, devem honrar seus compromissos de forma positiva, a fim de que a imagem, a reputação e a credibilidade da organização não sejam prejudicadas. Agindo dessa forma, sua administração do contas a pagar será altamente eficiente e eficaz. Gestão de Tesouraria 12 Referências: ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. ASSIS, D. M.; NUNES, R. V.; SALES, G. A. W. Controle das contas a pagar e receber de um pequeno negócio: estudo de caso de uma escola de idiomas. Cafi, v. 2, n. 1, p. 112-128, 2019. Disponível em: https://revistas. pucsp.br/CAFI/article/view/40933/27938. Acesso em: 11 abr. 2020. POTRICH, A. C. G. et al. Política de cobrança de contas a receber: um estudo de caso no comércio varejista de materiais de construção. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, v. 7, n. 3, p. 392-401, 2012. Disponível em: http://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/download/V7N3A8/ V7N3A8. Acesso em: 11 abr. 2020. SILVA, K. F. M. Análise de controle interno: estudo de caso no contas a pagar e receber das empresas Visaluz e Escola Shekinah. 2013. 43 f. Dissertação (Especialização em Gestão Contábil e Financeira) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato-PR. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1007/1/PB_EGCF_ VIII_2013_13.pdf. Acesso em: 13 abr. 2020. WERNKE, R.; JUNGES, I.; HEBERLE, E. L. Gestão de contas a receber e a pagar: utilização e importância atribuída por 207 empresas do sul de Santa Catarina. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 5, 2017, Salvador. Anais… Salvador: SIMEP, 2017. Disponível em: https://even3. azureedge.net/anais/43058.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020. Gestão de Tesouraria 13 https://revistas.pucsp.br/CAFI/article/view/40933/27938 https://revistas.pucsp.br/CAFI/article/view/40933/27938 http://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/download/V7N3A8/V7N3A8 http://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/download/V7N3A8/V7N3A8 http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1007/1/PB_EGCF_VIII_2013_13.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1007/1/PB_EGCF_VIII_2013_13.pdf https://even3.azureedge.net/anais/43058.pdf https://even3.azureedge.net/anais/43058.pdf Gestão de Tesouraria Política de Crédito e Cobrança Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Miguel Arantes Normanha Filho 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Política de Crédito e Cobrança Para Início de Conversa: ....................................................................... 4 Objetivo ........................................................................................... 5 1. Políticade Crédito e Cobrança ......................................................... 6 2. Análise de Crédito ............................................................................. 7 3. Política de Crédito ............................................................................. 9 4. Política de Cobrança ......................................................................... 11 Referências: .......................................................................................... 14 Gestão de Tesouraria 3 Gestão de Tesouraria 4 Para Início de Conversa: Neste estudo, vamos entender que, para a boa performance do contas a receber da organização e, portanto, de ações que impactam na sobrevivência do negócio, é preciso que se tenha uma consistente política de crédito, análise eficiente e eficaz de crédito e uma sólida política de cobrança. A sequência de estudos e pesquisas da política de crédito e cobrança, compreenderá, a análise de crédito, a política de crédito e, a política de cobrança. De uma forma simples, podemos entender que uma política de crédito contempla a concessão de crédito para as operações de vendas da organização, envolvendo prazos, mas procurando, após uma análise feita por métodos consagrados, minimizar os riscos de forma que ocorra uma tomada de decisão correta para o contexto do crédito referente à venda. É, portanto, um conjunto de normas formalmente adotado, possível de ser auditado; ou critérios estabelecidos pelo responsável da gestão da área e/ou gestor financeiro, adotados para a organização, para que se possa financiar as operações de vendas aos clientes. Não existe uma forma única para que se adote uma política de crédito, depende do tamanho e tipo de negócio e, do corpo e capacidade gerencial existente. Mas deve, em qualquer situação, ser uma política de crédito com eficaz gestão, de forma a ter-se uma situação ideal entre a necessidade de vendas e do mercado de atuação, com a solidez de um contas a receber, portanto com uma carteira de clientes que permita a solidez do negócio no que se refere à sua saúde financeira. A política de cobrança é formada pelos procedimentos adotados formalmente na área de atuação, que visam à segurança nas cobranças em consonância com as datas dos vencimentos, como também, ter- se a garantia de que as cobranças de clientes, por meio de duplicatas, ocorram, isto é, cliente que atrase, efetue o pagamento, na sua totalidade ou de forma parcial, sem maiores comprometimentos para o caixa da organização. Assim sendo, a política de cobrança deve estabelecer datas limites para atrasos que ocorreram quanto aos não pagamentos, como também, as ações necessárias para recuperação de valores não pagos. No contexto econômico atual, com concorrência acirrada e ambientes de negócios incertos e turbulentos, é importante a venda de produtos e serviços, mas também ter-se o recebimento das vendas que foram realizadas. Assim, para a garantia da saúde financeira do negócio, surge a necessidade de uma política de crédito e cobrança, para que ocorra o equilíbrio financeiro da organização, evitando-se os riscos de perdas com inadimplência. Ela é muito importante e garante a solidez do negócio da organização, minimizando a inadimplência. Lamentavelmente, muitas organizações querendo aumentar as suas vendas, não adotam ou negligenciam os critérios técnicos para a concessão de crédito, propiciando incluir clientes com crédito duvidoso, em sua carteira de Gestão de Tesouraria 5 clientes. Entretanto, se a organização tem uma política de crédito e cobrança, robusta, quando a procedimentos eficientes e eficazes, com o rigor necessário, consegue evitar ou minimizar risco no seu contas a receber. (BONETTI; SCHLICKMANN; BUSSOLO, 2017) Objetivo Analisar as políticas de crédito e cobrança. Gestão de Tesouraria 6 1. Política de Crédito e Cobrança De acordo com Bonetti, Schlickmann e Bussolo (2017), citando Hoji (2004), Sanvicente (2008), Souza e Chaia (2000), devemos compreender que a gestão da política de crédito e cobrança implementada na organização se dá por meio de regras bem-definidas e objetivas, possibilitando a concessão de crédito que não ocasione risco para a mesma. Além disso, o recebimento dos créditos concedidos aos clientes nos prazos pactuados não podem comprometer o fluxo de caixa. Assim sendo, no que tange à venda a prazo para um novo cliente, torna-se necessária uma análise minuciosa e criteriosa (Figura 1) do mesmo, evitando-se que o crédito concedido se torne um valor que não se possa receber. A análise que deverá ser feita para a concessão do crédito tem base no cadastro do cliente potencial, sendo que tal análise permite estabelecer as formas de concessão do crédito e para os métodos de cobrança dos créditos concedidos para realização da venda. É primordial entender, que a adoção de uma política de crédito, rigoroso e restritiva em demasia, reduz a inadimplência, mas em contrapartida, pode provocar redução de vendas. Toda política de crédito deve ser definida de forma objetiva, o padrão de concessão adotado pela organização, que deve representar condições mínimas que deverão ser atendidas, no processo de vendas, pelos clientes para a venda a prazo. Deve-se entender que padrões de créditos que facilitem as vendas sem critério geram, sem dúvida alguma, um aumento de vendas, mas, consequentemente, devedores duvidosos. Em contrapartida, padrões mais criteriosos reduzem os problemas de cobrança, mas, também, diminuem as vendas. A organização deve estabelecer uma política de crédito que objetive manter a saúde financeira da organização, com o menor risco possível, mas que mantenha o volume de venda ideal para o sucesso e manutenção do negócio da organização. Figura 1: Análise minuciosa e criteriosa. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 7 Bonetti, Schlickmann e Bussolo (2017), citando Assaf Neto (2002), informam que a política de crédito envolve quatro elementos: 1) Padrões de crédito; 2) Prazo de crédito; 3) Concessão de desconto e 4) Política de cobrança. Para Ferla e Braido citando Assaf Neto (2003), a política de cobrança compreende os métodos adotados e utilizados pela organização para receber os créditos oriundos das vendas efetuadas pela organização. Assim, uma boa política de crédito se alinha a uma boa política de cobrança, isto é, a boa venda, boa cobrança. Portanto, uma boa política de crédito, bem-definida com padrões adequados, evita problemas futuros para uma organização em relação à cobrança. 2. Análise de Crédito Antes de abordarmos sobre a análise de crédito, é importante entendermos o significado da palavra crédito, que, de acordo com Bonetti, Schlickmann e Bussolo (2017), citando Santos (2000), Braga (2008) e Schrickel (1997), possui sua origem no latim creditum – que significa confiança, empréstimos, dívidas, mas hoje, a expressão possui um significado mais amplo. Crédito se refere à troca de um valor presente por uma promessa de reembolso futuro. As organizações fazem vendas a prazo de seus produtos e, em tal contexto, surge a necessidade de se conceder crédito aos clientes por tais vendas, portanto, assume-se a obrigação do pagamento em data futura e predeterminada. Dessa forma, crédito é todo ato de ceder, temporariamente, uma parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa depois de prazo estipulado pelas partes quando da venda, que essa parcela volte à sua posse integralmente. É certo afirmar que as organizações concedem crédito para ampliar seu nível de operações, como também ganhos de escala, absorvendo-se os custos fixos e obtendo-se a melhora na rentabilidade. A concessão de crédito aos clientes estimula as negociações no âmbito das vendas, proporcionado aumento do fluxo de caixa da organização. É necessário entender se um cliente pode ou não honrar seus compromissos, tornando-se, essa questão, uma informação estratégica na hora de tomar uma decisão no âmbitoda concessão de crédito. (SELAU; RIBEIRO, 2009). A análise de crédito pode ser definida como um processo organizado para analisar dados e informações, de forma a propiciar o levantamento das questões pertinentes do tomador do crédito e auxiliar a tomada de decisão que implica, ou não, na concretização de venda. Gestão de Tesouraria 8 Para Ferla e Braido (2015), citando Silva (1997), Blatt (1999), Silva (2008), Hoji (2004), Assaf Neto, Silva (2002), Silva (1988) e Assaf Neto (2003), é relevante que a concessão de crédito seja definida como um dos principais motivos de crescimento e sucesso de uma organização. Toda decisão de conceder crédito está relacionada ao volume de vendas que se pretende ter por meio de determinados produtos ou serviços para o atingimento das metas estipuladas para determinado período. Qualquer concessão de crédito deve estar respaldada em dados e informações creditícias íntegras e seguras, no histórico de pagamentos feitos pelo cliente, na sólida identificação do cliente, na análise das demonstrações contábeis recentes do cliente, na qualidade e eficácia da cobrança, que resultem na agilidade e fortalecimento da venda a crédito. A decisão de conceder crédito é, portanto, uma escolha baseada em sólidos critérios, entre diversas alternativas existentes. Um gestor com a responsabilidade da análise de crédito, necessita por meio de suas competências de gestão, de ter boa visão em relação aos clientes, ao lucro adicional por meio do aumento das vendas, ao risco, com base no limite dos incobráveis e da elevação do investimento em contas a receber e estoque. Além do comportamento do mercado – manutenção da fatia de mercado, potencial de mercado, sazonalidade, entre outras variáveis, a fim de que, diante da possibilidade de negócio por meio das vendas, possa comparar o custo de conceder ou negar a operação. As contas a receber são resultantes das vendas a prazo, ocasião que são concretizadas após a concessão de crédito (Figura 2), tomando- se atenção que essa concessão implica nos riscos de inadimplência, além de que, devem ser computadas as despesas com a análise de crédito, com a cobrança e o seu recebimento. Por tal situação, o gestor responsável deve controlar suas contas por meio do estabelecimento e gerenciamento de uma política de crédito, com eficiente e eficaz análise de crédito. No que tange à análise de crédito, entende-se como a capacidade, o resultado do desempenho econômico, assim como, da geração de recursos financeiros para efetuar o pagamento de um título referente a uma compra feita, isto é, se refere à capacidade do cliente em honrar com os seus compromissos, pelas compras feitas. (FERLA; BRAIDO, 2015) Gestão de Tesouraria 9 Figura 2: Concessão de crédito. Fonte: Dreamstime. É relevante uma política de crédito, pois ela determina os parâmetros da organização, onde constarão os elementos fundamentais para a concessão do crédito para as vendas a prazo após análise do crédito, como também, o monitoramento e a cobrança do crédito, aspecto relevante que contribui na tentativa da maximização da riqueza dos sócios e acionistas do negócio (FERLA; BRAIDO, 2015). 3. Política de Crédito Lamentavelmente, muitas organizações, para aumentar suas vendas, não adotam critérios nem padrões para a concessão de crédito, isto é, uma política de crédito, ocasionando, problemas no contas a receber, com o aparecimento de contas incobráveis. Mas deve ser considerada, também, a consequência de uma organização que adota rígida política de crédito, que terá menos risco de não receber, mas diminuirá suas receitas provenientes de vendas. A experiência empresarial contempla pelo bom senso em gestão, um equilíbrio entre a rigidez e a flexibilidade na concessão de crédito, para ter um bom volume de vendas no âmbito da meta estabelecida para o negócio e, um baixo risco de inadimplência. O gestor responsável pela análise de crédito da organização e, portanto, responsável por essas decisões, deve ter expertise em análise e decisão de crédito, por meio dos dados e informações a ele passadas, de forma que possa fazer uma rigorosa avaliação do cliente. Gestão de Tesouraria 10 Figura 3: Política de crédito. Fonte: Dreamstime. Para tanto, se faz necessário que a organização no contexto de sua política de crédito, defina padrões de crédito condizentes com o cenário econômico, criando regras bem definidas e objetivas, como também, critérios padronizados para que ocorra facilidade na tomada de decisões fazendo com que a organização, de forma continuada, aperfeiçoe esse processo, visando à análise de crédito (BONETTI; SCHLICKMANN; BUSSOLO, 2017). No âmbito da política de crédito, deve se ter atenção ao prazo de crédito, que deve ser conceituado como o período de tempo em que a organização, por meio das vendas realizadas, financiará seu cliente. Tempo expresso, normalmente, em número de dias, com variações de tempo, em consonância com o ambiente concorrencial, isto é, conforme a política adotada pela concorrência, considerando também, os riscos do mercado consumidor em alinhamento com o cenário econômico da época da análise e concessão do crédito. Como também, a natureza do produto ou serviço, a política interna da organização, entre outras variáveis possíveis. Deve ser considerado que concessão de desconto se refere à redução no preço de venda no momento de sua realização de vendas à vista ou em prazos reduzidos, assim sendo, é uma situação que deve ser considerada instrumento de política de crédito, pois é um indutor das vendas, contribuindo para o bom desempenho do caixa da organização (FERLA; BRAIDO, 2015). -Deve-se considerar que um controle de valores a receber provenientes das vendas feitas pela organização contempla a criação de mecanismos Gestão de Tesouraria 11 de redução das perdas potenciais da organização com a venda a prazo. Tal necessidade, de controle, revela uma situação preocupante do processo de concessão de crédito não ter sido suficiente para impedir vendas a clientes problemáticos. O risco pode ser minimizado com o uso de metodologias de gestão do risco de crédito (ASSAF NETO; SILVA, 2012). 4. Política de Cobrança Potrich et al. (2017), citando Silva (2006), abordam que uma política de cobrança compreende procedimentos adotados pela organização para cobrar as duplicatas a receber quando elas vencem, ou já estão vencidas. Uma avaliação parcial da eficiência e eficácia de uma política de cobrança de uma organização ocorre quando da observação do nível de inadimplentes ou clientes considerados incobráveis. As organizações, em função de suas particularidades, adotam roteiros de cobrança diferentes entre si, mas que têm o mesmo objetivo, incluindo, no seu âmbito interno, ações diversas de cobrança até caso seja necessário o uso de organizações de cobranças e, por fim, protesto judicial. Importante considerar que cobrança é um fator muito vital do ciclo operacional e financeiro da organização, com um papel relevante para o negócio das organizações. Toda gestão de cobrança deve estar centrada em melhorar o fluxo de caixa (Figura 4) e na minimização das perdas de vendas não cobráveis. Temos, assim, que política de crédito e política de cobrança devem ser harmônicas com as atividades, mercados e negócios da organização. São políticas relevantes determinadas de forma abrangente e clara, com gestão feita por meio de recursos humanos com expertise para tal, além de recursos físicos e tecnológicos para as operações, pois deve ser, sempre, considerada a perspectiva do risco. Figura 4: Fluxo de caixa. Fonte: Dreamstime. Gestão de Tesouraria 12 Para Ferla e Braido (2015), citando Silva (2011) e Berni (1999), Leoni e Leoni, (1998), a função da cobrança é, essencialmente, recuperar os créditos em atraso, mas que não cause prejuízos financeiros aos credores e, também, que não afete a idoneidade dos clientes no mercado. Em tal contexto, a carteira de crédito precisaser bem gerida, tendo como orientação uma eficiente política de cobrança. Para evitar exposição ao risco, é importante que o crédito para efetivação da venda seja concedido e após a realização de análises criteriosas da situação financeira do cliente e, a partir da concessão do crédito para formalização da venda, monitorar os pagamentos. Não se deve deixar de considerar que ocorrências inesperadas podem acontecer afetando a capacidade de pagamento do cliente. Existem diversas maneiras de efetuar a cobrança de acordo com o atraso, contempladas em uma eficiente política de cobrança, que não reduz a inadimplência entre os clientes de uma empresa, mas pode minimizar as perdas que eventualmente ocorram. Neste capítulo, aprendemos que a política de crédito e cobrança é viabilizada por meio de uma gestão implementada na organização e, para ser eficiente, deve ser operacionalizada por meio de regras bem- definidas, formalizadas e objetivas, que possa permitir a concessão de crédito que não ocasione risco para organização. E o recebimento dos créditos concedidos aos clientes nos prazos pactuados e que não comprometa o fluxo de caixa, de forma que o negócio seja bem-sucedido em ambiente concorrencial acirrado e ambiente de negócio incerto e turbulento, mas com a manutenção da rentabilidade das operações e, portanto, a saúde financeira do negócio. Aprendemos, ainda, que ela deve ser implementada e operacionalizada por meio de recursos humanos com expertise para tal, com recursos físicos e tecnológicos que visem a agilidade, confiabilidade e segurança das operações. Descobrimos que existe o entendimento de que a análise de crédito, é conceituada como um processo organizado para analisar dados e informações, de forma a propiciar o levantamento e análise das questões pertinentes do tomador do crédito, gerando a tomada de decisão que implica, ou não, na concretização de venda. Assim, a concessão de crédito deve ocorrer de maneira respaldada em dados e informações creditícias íntegras e seguras, no histórico de pagamentos feitos pelo cliente, na sólida identificação do cliente, na análise das demonstrações contábeis recentes do cliente, na qualidade e eficácia da cobrança, que resultem na agilidade e fortalecimento da venda a crédito. Portanto, conceder crédito após análise de crédito, é uma escolha baseada em sólidos critérios, entre diversas alternativas existentes. O que nos leva a concluir que um gestor responsável pela Gestão de Tesouraria 13 análise de crédito, deve possuir competências gerenciais específicas para tal. Compreendemos, também, que uma organização que adota rígida política de crédito, terá menos risco de não receber, mas diminuirá suas receitas provenientes de vendas. A experiência empresarial, guiada pelo bom senso nos negócios e na gestão, contempla um equilíbrio entre a rigidez e a flexibilidade na concessão de crédito, para ter-se um bom volume de vendas no âmbito da meta estabelecida para o negócio e, um baixo risco de inadimplência. Afinal, concluímos que a gestão responsável pela análise de crédito da organização deve ter expertise, por meio dos dados e informações a ela passadas, para fazer rigorosa avaliação do cliente. Portanto, é fundamental que se defina padrões de crédito condizentes com o cenário econômico, criando regras bem-definidas e objetivas, como também critérios padronizados para que ocorra facilidade na tomada de decisões fazendo com que a organização, de forma continuada, aperfeiçoe esse processo, visando à análise de crédito. Vimos, também, que, no âmbito da política de crédito, devemos ter atenção ao prazo de crédito concedido, que se refere ao período de tempo em que a organização, por meio das vendas realizadas, financiará seu cliente. Tempo em sintonia com o ambiente concorrencial, isto é, conforme a política adotada pela concorrência, considerando também, os riscos do mercado consumidor em alinhamento com o cenário econômico da época da análise e concessão do crédito, considerando também, a natureza do produto ou serviço, a política interna da organização, entre outras variáveis possíveis. Devemos observar, ainda, que a política de cobrança se refere aos procedimentos que são adotados pela organização para cobrar as duplicatas a receber quando elas vencem, ou já estão vencidas. Pode-se, por meio de avaliação parcial da eficiência e eficácia de uma política de cobrança ocorre quando da observação do nível de inadimplentes. Existem roteiros de cobrança, diferente entre si, adotadas pelos diversos tipos de organizações, mas que objetivam o mesmo, que inclui no âmbito interno com ações diversas de cobrança, até o caso com o uso de organizações de cobranças e, por fim, protesto judicial. Importante considerar que cobrança é um fator vital do ciclo operacional e financeiro da organização, com um papel relevante para o negócio das organizações. Assim, é importante que toda gestão de cobrança deve estar centrada em melhorar o fluxo de caixa e na minimização das perdas de vendas não cobráveis. Gestão de Tesouraria 14 Referências: ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012. [Minha Biblioteca]. BONETTI, G.; SCHLICKMANN, F.; BUSSOLO, R. Política de crédito e cobrança de uma empresa Catarinense do ramo alumínios. I CONGRESSO SUL CATARINENSE DE ADMINISTRAÇÃO E COMÉRCIO EXTERIOR – DESENVOLVIMENTO DO SUL CATARINENSE: O FUTURO JÁ. Criciúma, jun., 2017. Anais… Disponível em: http://periodicos.unesc.net/admcomex/ article/view/3682/3418. Acesso em: 21 abr. 2020. FERLA, M.; BRAIDO, G. M. Política de crédito e cobrança da empresa x: proposição de melhorias visando ao seu aprimoramento. Destaques Acadêmicos, v. 7, n. 1, 2015 - CGO/UNIVATES. Disponível em: http://www. univates.com.br/revistas/index.php/destaques/article/viewFile/448/440. Acesso em: 21 abr. 2020. POTRICH, et al. Política de cobrança de contas a receber: um estudo de caso no comércio varejista de materiais de construção. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, v. 7, n. 3, 2012, p.392-401. Disponível em: file:///C:/ Users/fast/Downloads/171-1297-1-PB.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020. SELAU, L. P.; RIBEIRO, J. L. D. Uma sistemática para construção e escolha de modelos de previsão de risco de crédito. Gestão & Produção, v. 16, n. 3 São Carlos, jul./set.,2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/ v16n3/v16n3a07.pdf. Acesso em: 21 abr. /2020. http://periodicos.unesc.net/admcomex/article/view/3682/3418 http://periodicos.unesc.net/admcomex/article/view/3682/3418 http://www.univates.com.br/revistas/index.php/destaques/article/viewFile/448/440 http://www.univates.com.br/revistas/index.php/destaques/article/viewFile/448/440 http://www.univates.com.br/revistas/index.php/destaques/article/viewFile/448/440 http://www.scielo.br/pdf/gp/v16n3/v16n3a07.pdf http://www.scielo.br/pdf/gp/v16n3/v16n3a07.pdf http://www.scielo.br/pdf/gp/v16n3/v16n3a07.pdf Gestão de Tesouraria Instrumentos de controle Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Miguel Arantes Normanha Filho 1ª Edição Copyright © 2020, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Instrumentos de controle Para Início de Conversa: ................................................................................... 4 Objetivos .........................................................................................................