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Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ DOENÇAS NEUROMUSCULARES NEUROPATIAS PERIFÉRICAS Alteração da motricidade • Disfunção do 2º neurônio motor o Fraqueza muscular distal (paresia/plegia) o Marcha escarvante o Músculo hipotônico/atrófico o Perda dos reflexos profundos (hiporreflexia/arreflexia) o Fasciculações (pode ocorrer numa fase avançada da neuropatia; fala muito mais de lesão de corno anterior da medula) Alterações tróficas e deformidades • Pernas em cegonha • Pés cavos • Dedos em martelo • Mãos em garra • Mal perfurante plantar (úlceras de pressão graves) Alterações da sensibilidade • Parestesias (queimação, formigamento, dormência) • Hiperestesias ou disestesias (sensação desagradável) • Hipoestesias ou anestesias Síndromes autonômicas • Anidrose (transpirar muito) • Hipotensão ortostática • Incontinência urinária e fecal, impotência sexual Ataxia sensitiva (perda da propriocepção) • Sinal de Roomberg positivo • Marcha talonante • Tremor Hiperreflexia profunda + Babinski → lesão central Fasciculações → lesão no corno anterior Redução de força distal → lesão no nervo periférico Sintomatologia flutuante → lesão na junção neuromuscular Redução de força proximal → lesão muscular Alteração da CPK fala a favor de lesão muscular Classificação • Quanto ao padrão de comprometimento o Mononeuropatia → afecção de um único nervo o Mononeuropatia múltipla → afecção de vários nervos não contíguos. Hanseníase o Polineuropatia → afecção sincrônica, simétrica e distal dos nervos periféricos Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ o Polirradiculoneuropatia → afecção a nível das raízes espinhais ou troncos dos nervos periféricos, com manifestação normalmente proximal e distal, simétrico. Guillain-Barré • De acordo com a velocidade de instalação o Aguda → menos de 4 semanas o Subaguda → 4-8 semanas o Crônica → maior que 8 semanas • De acordo com o tipo de fibra nervosa envolvida o Motora o Sensitiva o Autonômica o Mista (maioria das vezes) • De acordo com o tamanho da fibra o Grossa → sensibilidade profunda e motricidade o Fina → sensibilidade térmica, dolorosa e autonômica o Mista • De acordo com a patologia o Desmielinização segmentar o Degeneração Walleriana (lesão primária de axônio + lesão de mielina) o Degeneração axonal o Se há lesão de axônio, o prognóstico é pior • Eletroneuromiografia auxilia a classificar o padrão de comprometimento, o tamanho da fibra, a patologia Aspectos fundamentais na avaliação das neuropatias periféricas • Formas adquiridas (metabólicas, tóxicas, carências, infecciosas, imunomediadas) X formas hereditárias (autonômica dominante, autonômica recessiva, X) • Classificação • Pontos importantes: história ocupacional, medicamentos, doenças sistêmicas, hábitos (alcoolismo, drogas) • Eletroneuromiografia: tipo de lesão, padrão de comprometimento • Biópsia de nervo: vasculites, neuropatia amiloide, hanseníase, infiltração neoplásica e algumas doenças hereditárias com depósito de material. Cada vez menos utilizada Neuropatias adquiridas • Decorrentes de distúrbios metabólicos: DM, falência renal, falência hepática, doenças da tireoide, polineuropatia do doente crítico o Neuropatia diabética: prevalência de 7,5% na época do diagnóstico de DM e 50% após 25 anos da doença ▪ Polineuropatia sensitiva ou sensitivomotora é a forma mais frequente ▪ Pode haver também polineuropatia motora aguda/subaguda, neuropatia autonômica, neuropatia dos nervos cranianos (III, mais comum; IV e VI), mononeuropatia de troncos e membros, neuropatia motora proximal (amiotrofia diabética) ▪ Tratamento através de controle glicêmico • Neuropatias relacionadas às drogas o Normalmente é degeneração axonal (pior prognóstico) o Tratamento através da suspensão da droga. Recuperação lenta e parcial • Neuropatia alcoólica Neurologia João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ o Não se sabe qual a quantidade de álcool necessária o Polineuropatia, principalmente com sintomas sensitivos, e axonal o Tratamento: cessar o consumo, suporte nutricional (a maioria dos pacientes também tem deficiência de B1). Recuperação lenta e parcial • Neuropatias carenciais: B1 (tiamina), B6 (piridoxina), B12 (cobalamina), E Neuropatias imunomediadas • Síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda o Paralisia aguda ascendente de início nos MMII + arreflexia profunda + sintomas sensitivos discretos o Muitos evoluem com disfunção autonômica (bradicardia, flutuação PA, disfunção gastrointestinal, retenção urinária) o Em 2/3 dos pacientes os sintomas neurológicos são precedidos de 1-3 semanas por eventos infecciosos, cirúrgicos ou vacinação o Formas com quadro de déficit motor predominante: polirradiculoneurite aguda inflamatória desmielinizante, neuropatia axonal sensitivomotora aguda, neuropatia axonal motora aguda o Outras variantes: Síndrome de Miller-Fisher (ataxia + arreflexia + oftalmoplegia), forma faringocervicobraquial, neuropatia aguda pandisautonômica. o Insuficiência respiratória é a principal causa de óbito o Sequelas: parestesias distais, pé caído → cerca de 65%; maioria tem bom prognóstico o Diagnóstico é clínico ▪ Líquor: dissociação proteinocitológica ▪ ENM: lesão desmielinizante X axonal ▪ Ressonância de coluna lombo-sacra o Tratamento: monitorização respiratória, bulbar e autonômica + específico (imunoglobulina venosa, mais usada; plasmaférese) Neuropatias genéticas • Doença de Charcot-Marrie-Tooth o Tipo mais frequente de neuropatia hereditária o Repetidos e sucessivos eventos de desmielinização e remielinização (bulbo de cebola) o Perda progressiva da função motora e sensitiva, atrofia muscular (pernas em cegonha), deformidades ósseas, arreflexia profunda. o Início com 10-20 anos o Tipo mais comum é o CMT1 (associado a mutação do gene PMP22; neuropatia axonal, autossômica dominante) o Diagnóstico: clínica + ENM + avaliação genética (painel genético para neuropatias) + biópsia de nervo periférico (não é mais usado) o Tratamento: reabilitação
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