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PAPM V João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ SEMIOLOGIA DO ABDOME Inspeção • Alterações de forma e volume: na criança pequena, o abdome é maior que o tórax o Síndrome de Prune-Belly: ausência do músculo reto do abdome o Desnutrição: abdome escavado (marasmo, paciente consome muita gordura), globoso com membros magros (Kwashiorkor, paciente tem deficiência de proteínas) • Abaulamentos e depressões o Distensões/abaulamentos: diástase do reto abdominal, distensão por sólido (obstrução intestinal, tumor), líquido, gás • Aspectos da pele e alterações cutâneas • Circulação colateral o Veia cava inferior: parte inferolateral do abdome o Veia cava superior: parte superior do tórax o Veia porta: parte superior do abdome, geralmente por atresia de vias biliares extra-hepáticas • Movimentos respiratórios • Ondas peristálticas • Umbigo o Hérnia umbilical o Onfalocele o Gastrosquise o Onfalite Palpação: faz-se antes da ausculta e da percussão, pois é a parte do exame que dá mais detalhes. Se fizer ausculta e percussão antes, a criança pode ficar irritada. • Mãos espalmadas, posicionadas horizontalmente. PAPM V João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ • Exploração com as polpas digitais • A criança deve estar confortável e, preferencialmente, sem travesseiros • Desviar a atenção da criança e observar a fisionomia durante o exame • Não utilizar perguntas como “dói aqui?” • Palpação superficial o Sensibilidade: hiperestesias (irritação peritoneal) o Espessura da parede o Tumefações anormais o Continuidade: ausência de continuidade (hérnia, diástase) o Tensão: resistência à mão apoiada sobre o abdome. Aumento de tensão (ascite, pneumoperitônio, meteorismo, massas inflamatórias, apendicite) o Piparote: presente em coleções líquidas, grandes volumes • Palpação profunda o Vísceras o Consistência o Massas o Tumores o Parede abdominal: deve estar elástica, depressível e indolor o Espessura e turgor (pinçamento dos dedos polegar e indicador) o Contratura ou espasmo permanente (apendicite ou peritonite) o Dor à descompressão brusca (processo inflamatório subjacente) o Defesa muscular (músculo correspondente a área inflamada) • Palpação do fígado o Bordo superior na 5ª ou 6ª costela, bordo inferior a 2-3cm da margem costal (lactente) ou a 1-2 cm (pré-escolares). Espera-se que seja palpável até os 2-3 anos o Palpação bimanual o Avaliar superfície, consistência, borda inferior e sensibilidade • Palpação do baço o Espera-se que não seja palpável, exceto em crianças pequenas (é possível sentir a ponta) o Palpação bimanual o O paciente precisa estar relaxado. Entre um choro e outro faz-se a palpação PAPM V João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ Percussão • Espera-se um som timpânico • Aumento do timpanismo: obstrução intestinal, aerofagia com meteorismo, pneumoperitônio • Espaço de Traube: entre 6ª e 10ª costelas. o Deve ser timpânico. o Macicez: ↑baço, massas • Macicez: vísceras sólidas, vísceras ocas repletas de líquidos nas fezes, contratura da musculatura Ausculta • Espera-se encontrar leves ruídos pela passagem de gases e líquidos pelas dobras intestinais (borborigmos intestinais) • Peristaltismo de luta: obstrução intestinal • ↑peristaltismo: diarreia, início de peritonite • ↓peristaltismo: fase posterior de peritonite, íleo paralítico, fase final de obstrução intestinal