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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/282251183
Técnicas de demolição de edifícios correntes
Technical Report · September 1999
DOI: 10.13140/RG.2.1.2027.0565
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Use of solid waste in eco-friendly building materials. View project
Sustainability and Green Building Issues View project
Jorge de Brito
University of Lisbon
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https://www.researchgate.net/publication/282251183_Tecnicas_de_demolicao_de_edificios_correntes?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/282251183_Tecnicas_de_demolicao_de_edificios_correntes?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Use-of-solid-waste-in-eco-friendly-building-materials?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Sustainability-and-Green-Building-Issues?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Brito-13?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Brito-13?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/University-of-Lisbon?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Brito-13?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Brito-13?enrichId=rgreq-00d67226808f225ad1cfdcc65bf1fb03-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MjI1MTE4MztBUzoyNzg3MDI2ODEyODA1MTdAMTQ0MzQ1OTMwNTg1Ng%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
 
 
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO 
 
MESTRADO AVANÇADO EM CONSTRUÇÃO E 
REABILITAÇÃO 
 
CADEIRA DE CONSTRUÇÃODE EDIFÍCIOS 
 
 
 
TÉCNICAS DE DEMOLIÇÃO DE EDIFÍCIOS CORRENTES 
 
 
Jorge de Brito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Setembro de 1999 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
1. Introdução 1 
2. Classificação das técnicas de demolição 4 
2.1. Generalidades 4 
 2.2. Técnicas com recurso a equipamento mecânico 6 
2.2.1. Generalidades 6 
2.2.2. Demolições por embate, empuxe, tracção ou escavação 7 
 2.2.2.1. Ferramentas manuais 7 
 2.2.2.2. Martelos pneumáticos, hidráulicos ou eléctricos 7 
 2.2.2.3. Demolições por impacto 10 
 2.2.2.4. Demolições com retro-escavadoras, giratórias ou pá de arrasto e 
 acessórios 13 
 2.2.2.5. Demolições por tracção de cabos 19 
 2.2.2.6. Demolições por derrube ou afundamento 19 
2.2.3. Demolições por rebentamento interior 20 
 2.2.3.1. Cavilhas mecânicas 20 
 2.2.3.2. Quebrador de cunhas (“Darda”) 21 
 2.2.3.3. Quebrador de pistões 23 
 2.2.3.4. Macacos planos 24 
2.2.4. Demolições por esmagamento pelo exterior 24 
 2.3. Processos térmicos 26 
2.3.1. Lança térmica 26 
 2.3.1.1. A oxigénio 26 
 2.3.1.2. A pólvora 28 
2.3.2. Maçarico 29 
 2.3.2.1. A pólvora 29 
 2.3.2.2. A plasma 31 
2.3.3. Laser 32 
 2.4. Uso controlado de meios explosivos 33 
2.4.1. Explosões 33 
 
 
 2.4.1.1. Mecanismo tipo telescópio 35 
 2.4.1.2. Mecanismo tipo derrube 35 
 2.4.1.3. Mecanismo tipo implosão 35 
 2.4.1.4. Mecanismo tipo colapso sequencial 37 
2.4.2. Micro-explosão 37 
2.4.3. Expansão 38 
 2.4.3.1. Expansão lenta com gás 38 
 2.4.3.2. Expansão súbita com gás 39 
 2.4.3.3. Expansão com cal viva 39 
 2.4.3.4. Expansão química 40 
 2.5. Processos abrasivos 41 
2.5.1. Corte diamantado 41 
 2.5.1.1. Serra com disco 42 
 2.5.1.2. Serra com fio 44 
 2.5.1.3. Carotagem 46 
2.5.2. Corte com carborundo 47 
2.5.3. Jacto de água (hidrodemolição) 47 
2.5.4. Jacto de água e areia 49 
 2.6. Processos eléctricos 50 
2.6.1. Aquecimento das armaduras (indução de calor) 50 
2.6.2. Electrofractura 50 
2.6.3. Aquecimento induzido de um material ferromagnético 51 
2.6.4. Arco voltaico 52 
2.6.5. Microondas 53 
 2.7. Processos químicos 53 
2.7.1. Ataque químico 54 
2.7.2. Ataque electro-químico 55 
 2.8. Selecção dos métodos a adoptar 55 
2.8.1. Em função do tipo de construção 56 
2.8.2. Em função de uma caracterização técnico-económica 58 
2.8.3. Em função do seu desempenho pseudo-quantitativo 58 
2.8.4. Em função da análise da sua adequabilidade 60 
2.8.5. Algumas conclusões 61 
 
 
3. Trabalhos preliminares e posteriores à demolição 66 
 3.1. Escolha do empreiteiro 66 
 3.2. Avaliação da situação estrutural 68 
 3.3. Licenças a obter 69 
 3.4. Corte de serviços 69 
 3.5. Montagem de equipamento 70 
 3.6. Estrutura de contenção de fachada 70 
 3.7. Remoção de produtos sobrantes 72 
 3.8. Trabalhos posteriores 73 
 3.9. Demolições por implosão 73 
4. Processos e sequência de demolição 75 
 4.1. Processos de demolição 75 
4.1.1. Demolição elemento a elemento 75 
 4.1.1.1. Demolição manual 75 
 4.1.1.2. Demolição por desmantelamento 76 
4.1.2. Demolição com controlo reduzido 78 
 4.1.2.1. Demolição por empuxe 78 
 4.1.2.2. Demolição por impacto e tracção 79 
 4.1.2.3. Derrube por tracção de cabos 79 
 4.1.2.4. Demolição por explosão 80 
4.1.3. Demolição sem controlo 81 
 4.1.3.1. Demolição por impacto 81 
 4.1.3.2. Colapso deliberado 81 
 4.2. Sequência de demolição elemento a elemento 82 
4.2.1. Demolição de edifícios de alvenaria tradicional 84 
4.2.2. Demolição de edifícios de betão armado ou pré-esforçado 90 
 4.2.2.1. Lajes 91 
 4.2.2.2. Vigas 93 
 4.2.2.3. Pilares e paredes 93 
5. Segurança durante a demolição 95 
 5.1. Regulamentação nacional 95 
 5.2. Medidas gerais de segurança 98 
5.2.1. Aspectos relacionados com o pessoal 99 
 
 
 
5.2.2. Vestuário de trabalho e equipamento de protecção e segurança 99 
5.2.3. Equipamento e materiais de demolição 99 
5.2.4. Equipamentos de protecção colectiva 100 
 5.3. Medidas de segurança específicas de determinadas técnicas 100 
5.3.1. Corte de betão 100 
5.3.2. Implosão 101 
 5.4. Escoramento das construções vizinhas 101 
6. Bibliografia 103 
 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
TÉCNICAS DE DEMOLIÇÃO DE EDIFÍCIOS CORRENTES 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A demolição pode ser definida como o conjunto de trabalhos efectuados para remover uma 
estrutura existente e para viabilizar o reaproveitamento do mesmo espaço. Pode ser efectuada, 
com carácter global ou parcial, quer em construções com alguns anos de utilização quer em 
construções recém-construídas. Os factores que propiciam a demolição das primeiras 
incluem: 
 
 adaptaçãoa novos condicionalismos funcionais; 
 reforço estrutural; 
 deformações a longo prazo consideradas excessivas; 
 imposições regulamentares (retrofitting); 
 anomalias de durabilidade; 
 catástrofes naturais (sismo) ou humanas (explosão). 
 
As construções acabadas de construir poderão ter de ser demolidas pelas seguintes razões: 
 
 alteração do projecto; 
 incompatibilidades entre projectos de diferentes especialidades; 
 erros / deficiências de projecto e/ou de construção; 
 acidentes. 
 
Este documento pretende servir de apoio aos alunos do Mestrado Avançado em Construção e 
Reabilitação do Instituto Superior Técnico na Cadeira de Construção de Edifícios. Foca o 
capítulo dessa mesma cadeira dedicado às técnicas de demolição que, tal como toda a restante 
matéria, se restringe fundamentalmente aos edifícios correntes. 
 
O documento aborda fundamentalmente os seguintes assuntos relacionados com a demolição 
de edifícios correntes: classificação e descrição sumária das técnicas de demolição 
1 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
disponíveis, independentemente da maior ou menor frequência da sua utilização na indústria 
da construção, nomeadamente em Portugal; descrição de todos os trabalhos que devem 
preceder uma operação de demolição e das diligências a tomar após essa mesma operação; 
descrição dos diversos métodos gerais de demolição de edifícios, da sequência a adoptar e de 
algumas operações individualizadas; finalmente, uma alusão aos aspectos relacionados com a 
segurança no contexto específico da demolição. 
 
A elaboração deste documento não resultou de investigação específica sobre o tema efectuada 
pelo seu Autor mas sim de alguma pesquisa bibliográfica, da consulta dos profissionais do 
sector, da organização de um Seminário de Especialização sobre o tema e de monografias 
escritas realizadas por alunos do Instituto Superior Técnico, tanto na Licenciatura em 
Engenharia Civil como no Mestrado em Construção. Assim, muita da informação nele contida 
poderá também ser encontrada nos seguintes textos, que não serão citados ao longo do texto: 
 
 Jorge de Brito, “Descrição Sumária das Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes”, 
Seminário sobre Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes, FUNDEC / ICIST, Junho 
de 1999, Lisboa; 
 Vitor Santos, “Demolição Elemento a Elemento de Edifícios de Alvenaria Tradicional”, 
Seminário sobre Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes, FUNDEC / ICIST, Junho 
de 1999, Lisboa; 
 Raul Gomes, “Demolição com Recurso ao Uso Controlado de Explosivos”, Seminário 
sobre Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes, FUNDEC / ICIST, Junho de 1999, 
Lisboa; 
 Rita Moura e Jorge de Brito, “Técnicas de Demolição Inovadoras e/ou Menos Correntes”, 
Seminário sobre Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes, FUNDEC / ICIST, Junho 
de 1999, Lisboa; 
 Duarte Simões, “Sistemas Mecânicos Não Convencionais de Demolição de Betão 
Armado”, Monografia apresentada no 8º Mestrado em Construção, Instituto Superior 
Técnico, 1999, Lisboa; 
 Nuno Valente, Nuno Araújo, Filipe Temporão e Rui Carvalho, “Demolições com Recurso 
a Explosivos”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto 
Superior Técnico, 1998, Lisboa; 
2 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
 Ana Sampaio, Renata Reis, Nuno Reis e Carlos Graça, “Monografia sobre Demolições”, 
Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 
1999, Lisboa; 
 Ana Pereira, Carlos Rodrigues e Natércia Trindade, “Processos Não Tradicionais de 
Demolição”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto 
Superior Técnico, 1999, Lisboa; 
 Nuno Vieira, Febin Naguindás, Pedro Margaça e Filipa Melo, “Demolições”, Monografia 
apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 1999, 
Lisboa; 
 Gonçalo Nuno, Ricardo Baptista, Rui Bóia e Ricardo Antunes, “Demolições - Processos 
Mecânicos e Térmicos”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, 
Instituto Superior Técnico, 1999, Lisboa. 
 
3 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
2.1. GENERALIDADES 
 
O objectivo principal deste capítulo é o de listar e descrever de uma forma muito sucinta as 
técnicas de demolição de edifícios correntes disponíveis no mercado, nacional e internacional 
e até mesmo ao nível da investigação. 
 
Assim, são aqui descritas técnicas que se englobaram nos seguintes grupos principais (ver 
Quadro 1): com recurso a equipamento mecânico, processos térmicos, uso controlado de 
meios explosivos, processos abrasivos, eléctricos e químicos. Dentro dos grupos principais, 
definiram-se subgrupos e, dentro destes e sempre que se justificava, variantes. Daqui resultou 
um número bastante elevado de técnicas que vem demonstrar inequivocamente que esta é 
uma indústria na qual se aposta em termos de novas tecnologias. 
 
Nas operações de demolição de edifícios correntes ou de qualquer outro tipo de estrutura, 
existe actualmente uma multitude de técnicas disponíveis. Estas técnicas podem nalguns 
casos ser facilmente integradas em grupos, em face da sua semelhança ou da proximidade do 
seu princípio de funcionamento. Em muitos casos, no entanto, cai-se em situações de fronteira 
dificilmente classificáveis e, noutros ainda, recorre-se a equipamento de origem diversa. 
Finalmente, regista-se um desenvolvimento significativo em termos de sistemas inovadores, 
ao mesmo tempo que alguns outros se tornam funcional ou economicamente obsoletos, 
nalguns casos nunca chegando a ultrapassar a fase experimental. 
 
Por todas estas razões, torna-se difícil encontrar um sistema que se afigure universalmente 
consensual. Uma outra dificuldade não negligenciável é o facto de, em diferentes países ou 
diferentes meios do mesmo país, haver por vezes alguma confusão em relação à terminologia 
a adoptar, o que tem como resultado se correr o risco de descrever como diferenciadas 
técnicas que, na realidade, se baseiam no mesmo princípio de funcionamento. Existe também 
alguma escassez de bibliografia especializada sobre os temas de carácter intrinsecamente 
técnico e, particularmente, no que se refere às demolições. 
Quadro 1 [1] - Sistema classificativo das técnicas de demolição 
4 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
Grupo principal Subgrupo Variante 
Com recurso a equipa-
mento mecânico 
Por embate, empuxe, trac-
ção ou escavação 
 com ferramentas manuais 
 com martelos pneumáticos, hi-
dráulicos ou eléctricos 
 por impacto (bola de grande 
massa ou pilão) 
 com retro-escavadoras, giratórias 
ou pá de arrasto e acessórios (te-
soura, ripper, nibbler, alicate, tri-
turador, pinças, martelo, etc.) 
 por tracção de cabos 
 derrube ou afundamento 
 Por rebentamento interior  com cavilhas mecânicas 
 quebrador de cunhas (Darda) 
 quebrador de pistões 
 com macacos planos 
 Por esmagamento exterior 
Processos térmicos Lança térmica  a oxigénio 
 a pólvora 
 Maçarico  a pólvora 
 a plasma 
 Laser 
Uso controlado de meios 
explosivos 
Explosões (no meio ambi-
ente) 
 mecanismo tipo telescópio 
 mecanismo tipo derrube 
 mecanismo tipo implosão 
 mecanismo tipo colapso sequen-
cial 
 Micro-explosão 
 Expansão  lenta com gás 
 súbita com gás 
 com cal viva 
 química 
Processos abrasivos Corte diamantado  serra com disco 
 serra com fio 
 carotagem 
 Corte com carborundo 
 Jacto de água (hidrodemoli-
ção) 
 
 Jacto de água e areia 
Processos eléctricos Aquecimento dasarmaduras 
 Electrofractura 
 Aquecimento induzido de 
um material ferromagnético 
 
 Arco voltaico 
 Microondas 
Processos químicos Ataque químico 
 Ataque electro-químico 
 
5 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
Decidiu-se portanto aceitar neste documento a classificação proposta pelo Centre Scientifique 
et Technique de la Construction, sediado em Bruxelas, patente do relatório “Les Techniques 
de Démolition des Ouvrages de Béton” [1] e, a partir da mesma acrescentar as que dela não 
constam e que foram entretanto aparecendo. Tratando-se de um relatório de 1982, é 
perfeitamente natural que algumas das técnicas aí referidas, algumas das quais ainda em fase 
experimental, tenham entretanto caído em desuso ou sido consideradas pouco eficientes do 
pontos de vista técnico e/ou comercial. Por outro lado, o documento retrata sobretudo a 
realidade do mercado de construção Belga, que não se equivale ao mercado Português, 
nomeadamente o actual. Finalmente, as técnicas de demolição referidas neste documento 
aplicam-se todas elas ao betão, não sendo referidas aquelas que são exclusivas de estruturas 
de outros materiais. Esse não é no entanto um inconveniente, já que a esmagadora maioria dos 
edifícios correntes em Portugal susceptíveis de virem a ser demolidos a curto ou médio prazo 
são efectivamente estruturas em betão. 
 
Feitas todas estas ressalvas, apresenta-se o Quadro 1, em que são resumidas as técnicas de 
demolição susceptíveis de serem aplicadas em edifícios correntes, quer na demolição global 
dos mesmos quer em demolições parciais em trabalhos de reabilitação. 
 
2.2. TÉCNICAS COM RECURSO A EQUIPAMENTO MECÂNICO 
 
2.2.1. Generalidades 
 
A mais antiga técnica de demolição é a que recorria à força braçal associada, a partir de 
determinada altura, a equipamento mecânico rudimentar, tratado seguidamente no âmbito das 
ferramentas manuais. Não obstante os avanços tecnológicos que permitiram aumentar 
exponencialmente o rendimento conseguido neste tipo de operação e diminuir o esforço físico 
humano na sua execução, em todas as técnicas de demolição que serão aqui descritas existe, 
em maior ou menor grau, a contribuição da demolição com equipamento mecânico, 
nomeadamente com as supraditas ferramentas manuais. Por essa razão, elas não deixaram de 
ser aqui referidas, não obstante o fraco teor tecnológico que lhes está associado. 
 
2.2.2. Demolições por embate, empuxe, tracção ou escavação 
6 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
 
Neste sub-capítulo, são descritas todas as técnicas que correspondem à utilização de 
equipamento mecânico a partir do exterior da estrutura ou dos elementos com o fim de os 
demolir. Incluem-se nesta situação as técnicas que provocam impactos, de carácter global ou 
localizado, empurram ou puxam a estrutura de forma a colapsá-la ou derrubá-la e ainda as que 
lhe retiram o suporte. 
 
2.2.2.1. Ferramentas manuais 
 
O equipamento manual mais correntemente utilizado na demolição de pequena monta em 
materiais estruturais ou semi-estruturais é o martelo e o escopro. Outras ferramentas são 
também bastante utilizadas (Fig. 1, à esquerda), tais como a marreta, a picareta, os martelos 
de diversos tipos, o pé-de-cabra, a pá, a serra, os baldes e outros recipientes e a maioria das 
outras ferramentas utilizadas na construção civil. 
 
Onde estas ferramentas, em particular, e as técnicas com recurso a equipamento mecânico, em 
geral, têm maior aplicação é na chamada demolição elemento a elemento, nomeadamente de 
edifícios antigos. Nestes, a estrutura não é em geral em betão armado, sendo mais corrente ser 
em alvenaria de pedra argamassada na periferia, tabiques de alvenaria de tijolo maciço ou de 
madeira, lajes de tabuado de madeira sobre toros do mesmo material e cobertura de asnas de 
madeira ou metálicas. Todos estes materiais, para além dos que constituem os revestimentos e 
acabamentos, os equipamentos sanitários, eléctricos e outros, parapeitos, clarabóias e todos os 
restantes elementos secundários, são removidos com uma forte incidência de trabalho braçal. 
 
2.2.2.2. Martelos pneumáticos, hidráulicos e eléctricos 
 
Os martelos trabalham por percussão (martelo picareta) ou por percussão e rotação 
simultâneas (martelo perfurador), em ambos os casos com uma frequência intensa, 
provocando a rotura do betão por tracção. O seu peso, que pode variar nos equipamentos 
manuais (Fig. 1, à direita) entre os poucos quilogramas e os mais de 65 kg, é uma função da 
dureza dos materiais a demolir e da extensão do trabalho. Existem martelos perfuradores 
substancialmente mais pesados (até várias toneladas) montados em unidades automotrizes, do 
7 
Instituto Superior Técnico Cadeira de Construção de Edifícios 
Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito 
 
 
tipo retro-escavadoras, giratórias (Fig. 3, à esquerda) ou outros. As pontas (Fig. 1, ao centro) 
dos martelos variam em tamanho e forma consoante o tipo de trabalho que se pretende 
efectuar. 
 
A extensão do trabalho, tanto em área como em profundidade, é relativamente limitada, já que 
para grandes volumes existem métodos mais eficientes com equipamento mais pesado. Assim, 
o martelo picareta é utilizado na remoção de espessuras pequenas de betão (até cerca de 30 
cm, Fig. 2, à direita, podendo ser mais em peças pequenas como pilares). Quanto ao martelo 
perfurador, pode realizar praticamente qualquer trabalho ainda que geralmente não seja 
utilizado para trabalhos de demolição global mas sim para fragmentar maciços, lajes de 
fundação e escombros de grandes dimensões. 
 
A fonte de energia varia desde os martelos pneumáticos (Fig. 1 e 3 à esquerda - ligados a um 
compressor acoplado a um motor a diesel) aos hidráulicos (Fig. 2 à esquerda - ligados a uma 
bomba acoplada a uma fonte de energia eléctrica ou térmica), passando pelos eléctricos (Fig. 
2, à direita) e os movidos a gasolina ou diesel. 
 
Os martelos apresentam algumas vantagens [1]: 
 
 são possantes, muito versáteis e eficazes; 
 não necessitam de mão de obra especializada, ainda que o rendimento dependa bastante 
desse factor, nem de grande espaço de manobra (os manuais); 
 são geralmente portáteis, mesmo que com algum esforço, e robustos; 
 são económicos, não exigem grande manutenção (sobretudo os pneumáticos) e duram 
bastante; 
 são relativamente seguros; 
 o martelo perfurador é relativamente limpo e preciso (opera em áreas limitadas). 
 
mas também alguns inconvenientes [1]: 
 
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Fig. 1 - À esquerda, algumas ferramentas manuais utilizadas na demolição (pás, picareta, 
martelos e serras); ao centro, pontas usadas em martelos e, à direita, vários martelos 
pneumáticos manuais 
 
 
Fig. 2 - Martelos picareta: à esquerda, hidráulico ligado a uma giratória e, à direita, eléctrico, 
utilizado na remoção de betão superficial 
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Fig. 3 [1] - À esquerda, martelo-picareta pneumático (1 - lubrificante; 2 - válvula de seguran-
ça; 3 - válvula de caixa esférica; 4 - alimentação do ar; 5 - cilindro; 6 - pistão; 7 - silencioso; 8 
- picareta; 9 - encaixe; 10 - calço) e, à direita, martelo perfurador com colector de poeiras 
 
 são barulhentos (existem já os chamados “martelos silenciosos” de nível sonoro  20 dB); 
 introduzem grandes vibrações; 
 nos equipamentos manuais, o trabalho é cansativo, de baixa produtividade e exige muito 
do manobrador; 
 originam poeiras e fumos (na Fig. 3, vê-se como obstar um pouco aeste problema); 
 dá-se uma propagação de fendas claramente visível; 
 dá-se o descasque das arestas e cantos dos elementos de betão; 
 o rendimento é bastante mais baixo em estruturas fortemente armadas; 
 trabalho lento sobretudo em peças pequenas e com o martelo picareta. 
 
2.2.2.3. Demolições por impacto 
 
Bola de grande massa (ou aríete) 
 
Esta técnica consiste em suspender através de cabos uma bola de elevada massa (entre 500 e 4 
000 kg) do braço de uma grua convenientemente equipada para o efeito (Fig. 4, à esquerda), 
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que é puxada para uma posição elevada através do cabo de reposicionamento (Fig. 4, à 
direita) após o que é largada, embatendo com grande impacto no edifício (a bola também 
pode ser largada em queda na vertical ou deslocar-se na horizontal acompanhando o braço da 
grua). Esta operação é repetida as vezes que for necessário até se conseguir a demolição de 
uma parte importante da estrutura, obtendo-se fragmentos de grandes dimensões. A fim de 
amortecer os efeitos dinâmicos no cabo de trabalho, pode-se intercalar um pneu entre o 
mesmo e a bola (Fig. 4, à direita). O cabo de reposicionamento tem também a função de 
agarrar a bola no caso de rotura do cabo de trabalho, pelo que os pontos de união dos dois 
cabos à bola devem ser claramente distintos. 
 
Trata-se de uma operação extremamente especializada realizada pelo condutor da grua e que 
só deverá ser efectuada dentro de limites claramente definidos para evitar a sobrecarga da 
grua e o esforço excessivo da lança do guindaste assim como do terreno. Neste método é 
vulgar começar por remover manualmente o telhado e 50% a 75% dos pavimentos antes de se 
iniciar o trabalho de demolição com a bola e, depois de esta se iniciar, ninguém deverá ser 
autorizado a entrar no edifício. Esta técnica pode ser utilizada em qualquer tipo de estrutura 
não muito alta e que não tenha vários metros de espessura em betão. Serve também para 
fragmentar estruturas tombadas através de outras técnicas de demolição, para facilitar a 
remoção dos escombros. 
 
Apesar de ter como vantagens o facto de ser possante, económica e bastante rápida, esta 
técnica tem também como desvantagens as seguintes [1] [3]: 
 
 introduz vibrações importantes no terreno (pelo que este deve ser firme) e em eventuais 
estruturas em contacto (deve-se deixar 1 m livre); 
 é potencialmente perigosa para o pessoal quer durante quer depois na fase de remoção dos 
escombros, tal como exige algum espaço livre em redor do edifício a demolir ( 6 m) por 
se tratar de um processo de desmonte não controlado; a visão do operador é reduzida; 
 obriga a trabalhos posteriores de fragmentação dos escombros de maiores dimensões; 
 não é muito eficaz em estruturas de betão fortemente armadas; 
 origina muita poeira; 
 é barulhenta; 
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 existe o risco de danificar as redes infra-estruturais subterrâneas; 
 está limitada em altura aos 30 m e, em termos do ângulo do braço da grua, a 60º; 
 é muito dependente em termos de rendimento do operador. 
 
 
Fig. 4 - À esquerda, grua e bola de grande massa e , à direita [1], demolição de um maciço de 
grandes dimensões em betão armado (1 - cabo de trabalho; 2 - cabo de reposicionamento; 3 - 
bola de grande massa) 
 
 
Fig. 5 - Pilão montado num veículo próprio (à esquerda [1]) ou numa giratória (à direita) 
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Pilão 
 
Nesta técnica, a rotura do betão é feita por impacto e pressão, obtendo-se um elevado grau de 
esboroamento do betão que permite a sua separação fácil das armaduras. O aparelho, montado 
num veículo automotriz próprio (Fig. 5, à esquerda) ou numa giratória (Fig. 5, à direita), 
deixa cair de uma altura entre 1 e 3 m uma massa que pode atingir várias toneladas, a um 
ritmo de entre 25 e 120 pancadas por minuto. A técnica, relativamente pouco eficaz para 
betão armado, é aplicada sobretudo na demolição de grandes massas de betão simples e em 
estradas, de espessura máxima de 90 cm. 
 
As vantagens desta técnica são [1]: 
 
 ser relativamente pouco barulhenta (ruído abafado); 
 permitir um elevado rendimento; 
 ser económica. 
 
Em contrapartida, tem os seguintes inconvenientes [1], para além das limitações acima 
apontadas: 
 
 tem limitações em termos de peso da massa e da sua altura de elevação; 
 alguns dos equipamentos de elevação só trabalham em superfícies quase lisas e 
horizontais. 
 
2.2.2.4. Demolições com retro-escavadoras, giratórias ou pá de arrasto e acessórios 
 
Actualmente, praticamente todas as demolições, sobretudo as de carácter global, recorrem a 
este tipo de equipamento mecânico, de grande envergadura e preço de aquisição muito 
elevado, mas também susceptível de atingir rendimentos fora do alcance da maioria das outras 
técnicas. Mesmo em situações em que alguma das técnicas alternativas ganha uma certa 
preponderância, existe sempre um conjunto de tarefas em que se recorre a este equipamento 
específico. 
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Os equipamentos aqui referidos, geralmente hidráulicos, são constituídos por um conjunto 
motriz assente sobre lagartas, rodados de grandes dimensões ou mesmo pontos localizados, 
com uma lança articulada (Fig. 12, à direita), na extremidade da qual são ligadas ferramentas 
especializadas de grandes dimensões (acessórios): tesouras (Foto da capa e Fig. 6, à 
esquerda), baldes (Fig. 7, à esquerda), martelos hidráulicos (Fig. 7, à direita), garras (Fig. 8, à 
esquerda), pás de arrasto (Fig. 8, à direita), power grapples (Fig. 9, à esquerda), alicates (Fig. 
7, ao centro), trituradores (Fig. 6, à direita), pinças (Fig. 6, à direita), ripper (Fig. 10, à 
esquerda), nibbler (Fig. 10, à direita), etc.. 
 
 
Fig. 6 - Acessórios hidráulicos: da esquerda para a direita, tesoura hidráulica para corte de 
armaduras, alicate (power shear) e trituradora, ambos permitindo partir e separar o betão das 
armaduras (existem ferramentas multi-uso) 
 
 
Fig. 7 - Balde (à esquerda) e martelo hidráulico (à direita), ligados a uma giratória (ambos 
estes equipamentos são bastante populares em Portugal) 
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Fig. 8 - Garras (power grabs) (à direita) acopladas a uma giratória e pá de arrasto (à esquerda) 
montada numa retro-escavadora 
 
 
Fig. 9 - Power grapples (à direita) ligadas a giratórias e pinça para triturar betão (à esquerda) 
 
 
Fig. 10 [1] - À esquerda, ripper de suporte ajustável (1 - barra porta-utensílios (para um, dois 
ou três dentes); 2 - suporte do dente; 3 - dente amovível continuamente afiado pela própria 
operação) e, à direita, nibbler standard 
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Os equipamentos mais utilizados são: retro-escavadoras (Fig. 11, à esquerda), giratórias (Foto 
da capa e Fig. 12 e 13, à direita), pás de arrasto (Fig. 8 e 13a, à direita), bobcats (Fig. 12, à 
esquerda) e até robots (Fig. 11, à direita). A sua grande versatilidade (Fig. 13, à esquerda) e a 
possibilidade de serem elevados (Fig. 13, à direita) permitem a sua utilização mesmo em 
locais pouco acessíveis (Fig. 13a, à esquerda). 
 
 
Fig. 11 - À esquerda, retro-escavadora equipada com super-martelo (power sledge) e, à 
direita, utilização da robótica para demolir com segurançaem locais de difícil acesso 
 
 
Fig. 12 - À esquerda, bobcat equipado com martelo e, à direita, giratória hidráulica munida de 
lança telescópica articulada 
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Fig. 13 - À esquerda, equipamento portátil do tipo giratória munido de martelo hidráulico e, à 
direita, giratória equipada com martelo hidráulico a ser colocada em local de difícil acesso 
 
 
Fig. 13a - À esquerda, retro-escavadora equipada com martelo hidráulico a trabalhar no 
último piso e ;à direita, pá de arrasto utilizada na demolição por empuxe de uma edificação 
pequena 
 
A pá de arrasto está vocacionada para um tipo de demolição designada de “por empuxe” (Fig. 
13a, à direita). É aplicada quando a altura do edifício ou parte dele não excede 2/3 da altura 
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máxima alcançada pela máquina utilizada, devendo esta evoluir sempre sobre um solo 
consistente. Na existência de planos inclinados como águas de coberturas que possam deslizar 
sobre a máquina, estes devem ser demolidos previamente por outros métodos. 
 
As principais vantagens deste tipo de equipamento são [1]: 
 
 potência, versatilidade, alcance (há lanças telescópicas com mais de 30 m) e rapidez; 
 boa adaptação a este tipo de trabalho e mobilidade em caso de perigo eminente; 
 pequeno número de pessoal necessário, ainda que com algum grau de especialização. 
 
Como inconvenientes deste tipo de equipamento, registam-se os seguintes [1]: 
 
 a poeira e ruído a seguir à queda dos escombros; 
 a necessidade de um bom suporte para as máquinas e de algum espaço livre (6 m); 
 em construções de maior altura, é geralmente necessário recorrer à demolição manual nos 
pisos mais elevados; 
 técnica mais aconselhada para a alvenaria do que propriamente para o betão armado. 
 
 
Fig. 14 - À esquerda [7], macaco hidráulico usado na demolição de lajes e, à direita [1], 
demolição de um edifício de pequeno porte por tracção de cabos 
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2.2.2.5. Demolições por tracção de cabos 
 
A técnica consiste fundamentalmente na cintagem da estrutura com um conjunto de cabos de 
aço (Fig. 14, à direita) estrategicamente colocados, os quais são traccionados de forma 
gradual, através de guinchos e/ou equipamento mecânico solidamente fixos ao terreno, até 
levar ao colapso daquela. Deve ser guardada uma distância de segurança de pelo menos uma 
vez e meia a duas vezes a altura total da estrutura a demolir. Os cabos devem ser claramente 
sobredimensionados para evitar quaisquer roturas durante a operação (perigo de efeito de 
chicote), sendo ainda aconselhada a sua duplicação. Para evitar o corte de elementos, os cabos 
contactam com a estrutura através de calços de madeira (evitar arestas vivas). 
 
O domínio de utilização desta técnica está limitado a estruturas relativamente sãs (ou a troços 
dessas mesmas estruturas, tais como nembos entre aberturas de paredes) que, no caso do 
betão armado, devem ser pré-enfraquecidas através de rasgos nos elementos resistentes 
verticais no piso térreo através dos quais as armaduras são cortadas a maçarico. Em edifícios 
de estrutura de alvenaria, não devem ser ultrapassadas alturas da ordem dos 20 m. 
 
Sendo rápida e de custos baixos, esta técnica apresenta no entanto diversas desvantagens [1]: 
 
 risco de o cabo chicotear no caso de rotura; 
 após a operação, é necessário escorar todos os elementos que se encontrem instabilizados, 
para evitar desabamentos, por exemplo devidos ao vento. 
 
2.2.2.6. Demolições por derrube ou afundamento 
 
Estas técnicas, muito pouco correntes e algo obsoletas, consistem em derrubar a construção 
que se desconjunta ao embater no terreno (técnica da derrube, também designada por colapso 
deliberado) ou é feita desaparecer sob o mesmo (técnica do afundamento). Estes métodos são 
perigosos já que a estrutura pode colapsar precocemente e/ou em direcção imprevisível. 
 
No derrube, demolem-se os elementos portantes na base da construção, previamente 
substituídos por escoras. Se forem em madeira, são posteriormente queimados. Se forem 
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metálicas, são cintadas por cabos que são depois puxados bruscamente. A técnica é 
geralmente aplicada a construções de grande esbelteza, tais como chaminés. 
 
No afundamento, escava-se o terreno de fundação injectando-o com água e bombeando a 
lama assim criada. Alternativamente, escava-se sob as fundações, escorando-as com escoras 
de madeira, posteriormente queimadas. A técnica é utilizada em pavimentos térreos assentes 
sobre areia ou solo movediço. 
 
2.2.3. Demolições por rebentamento interior 
 
As demolições que vão ser de seguida referidas são as que, ainda que recorrendo a 
equipamento de carácter mecânico, conseguem a demolição do betão através do seu 
rebentamento a partir do interior. O princípio mecânico envolvido é o da cunha que, 
introduzida através de uma abertura (furo) previamente efectuada para o efeito, introduz 
tensões de tracção no betão, levando à sua fragmentação. A eficácia do processo depende 
sobretudo do posicionamento dos furos, da sua profundidade e orientação e ainda da 
resistência do betão. 
 
2.2.3.1. Cavilhas mecânicas 
 
As cavilhas mecânicas funcionam como já referido, podendo ter a forma de cunha (Fig. 15 à 
esquerda) que é martelada ou de agulha (Fig. 15 à direita) enfiada à marretada. Com esta últi-
ma, os furos prévios, de 35 a 45 cm de profundidade e diâmetro entre 41 e 44 mm, estão espa-
çados de cerca de 40 cm, permitindo fragmentar o betão em profundidades entre 30 cm e 1 m. 
 
Sendo uma técnica simples e económica, apresenta no entanto as seguintes desvantagens [1]: 
 
 ruído elevado; 
 ausência de controlo preciso da demolição; 
 a cunha só permite demolir pequenas espessuras de betão. 
 
Actualmente, ainda que mais utilizado no âmbito da reabilitação de estruturas, existe o 
martelo de agulhas, normalmente eléctrico, cuja função é a de retirar uma camada 
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relativamente pouca espessa de betão superficial deteriorado ou, pura e simplesmente, tornar 
rugosa a sua superfície para colocação de uma camada exterior de material. 
 
2.2.3.2. Quebrador de cunhas (“Darda”) 
 
Neste equipamento, designado na gíria por “Darda” (Fig. 16), são aplicadas duas contra-
cunhas metálicas num furo previamente executado (Fig. 17). O seu diâmetro é um pouco 
maior na ponta interior para direccionar a energia para o interior da peça. Um pistão força a 
cunha a afastar as contra-cunhas, desta forma rebentando com o betão por tracção. A energia 
é fornecida por um motor pneumático, hidráulico ou diesel que alimenta uma bomba 
hidráulica. A pressão é medida através de um manómetro. 
 
Tal como na técnica anterior, a sequência e localização dos furos é fundamental para o êxito 
da operação e para a maximização do seu rendimento (Fig. 18). 
 
Este sistema apresenta diversas vantagens [1]: 
 
 demolição controlável; 
 é silencioso, seguro e económico; 
 não provoca poeira ou vibrações; 
 boa relação custo / produtividade; 
 grande eficácia de demolição; 
 boa adaptação para demolição de grandes volumes de betão; 
 facilidade de manuseamento do equipamento, sem necessidade de mão-de-obra 
especializada; 
 boa capacidade de adaptação a locais de dimensões exíguas e de difícil acesso; 
 dispensa a utilização de líquido refrigerante.Em contrapartida, o sistema apresenta algumas desvantagens [1]: 
 
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Fig. 15 [1] - Cunha e escopro (à esquerda) e agulha (à direita: 1 - marreta; 2 - corpo da 
agulha; 3 - elemento a demolir; 4 - haste; 5 - vazio; 7 - sentido da fissuração) para demolição 
do betão por rebentamento interior 
 
 
Fig. 16 [1] - Quebrador de cunhas: 1 - punho; 2 - pistão; 3 - cilindro; 4 - cunha central; 5 - 
contra-cunhas extensíveis 
 
 
Fig. 17 - Utilização da “Darda”, sendo visíveis os furos prévios que foi necessário efectuar 
 
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Fig. 18 [1] - Sequência de corte de elementos de betão com recurso à “Darda”: à esquerda, 
elementos de grandes dimensões e, à direita, de menores dimensões 
 
 grande dificuldade em se controlar a fendilhação e a fissuração; 
 necessidade de efectuar “negativo” para colocar o equipamento em tensão (morosidade); 
 superfície de corte irregular; 
 funcionamento deficiente para volumes de baixa compacidade ou com “negativos”; 
 espessura máxima de demolição (de cada vez): 60 cm; 
 requer equipamento auxiliar para prosseguir com a demolição (seccionamento dos 
volumes fraccionados e corte a maçarico das armaduras) o que torna sua utilização difícil 
em peças muito armadas. 
 
2.2.3.3. Quebrador de pistões 
 
Neste processo, o betão é separado por blocos através da sua fractura em planos perpendicula-
res ao eixo dos pistões. O aparelho consiste num cilindro equipado com um determinado nú-
mero de pistões hidráulicos radiais (Fig. 19, à esquerda). A força de rebentamento é produzida 
por uma bomba a óleo alimentada por um compressor a ar ou, alternativamente, por uma 
bomba manual de uma mistura de água e óleo solúvel. São executados furos de secção 
circular (entre 80 e 160 mm de diâmetro), sendo a distância entre furos e a sua profundidade 
função da qualidade e espessura do betão e da taxa de armaduras. O aparelho é introduzido 
nesse furo, havendo o cuidado de tentar uniformizar o nível das pressões introduzidas (Fig. 
19, à direita). 
 
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O campo de aplicação deste método cinge-se às peças de espessura entre 20 e 80 cm, às 
situações em que exija silêncio e ausência de poeiras e à fragmentação de escombros de 
grandes dimensões criados por outros métodos. 
 
Quanto às suas vantagens e desvantagens, elas são muito semelhantes às referidas 
relativamente ao quebrador de cunhas. 
 
2.2.3.2. Macacos planos 
 
Os macacos planos são utilizados para a demolição de estruturas de uma forma idêntica àquela 
em que são utilizados na indústria das rochas ornamentais. Restringe-se a trabalhos auxiliares, 
como facilitar o acesso a armaduras para o seu posterior corte com maçarico. Para isso, são 
introduzidos em entalhes ou rasgos efectuados previamente, provocando por injecção de óleo 
o afastamento dos bordos de betão. Têm rendimentos semelhantes aos conseguidos com 
quebradores hidráulicos, podendo ao invés destes ser empregues em elementos de pequena 
espessura. 
 
Existe ainda referência [7] a uma técnica, raramente usada hoje em dia por ser pouco segura e 
eficaz, em que se recorre a um macaco hidráulico posicionado na vertical que se faz ajustar ao 
pé-direito livre das lajes e é instalado numa pequena máquina hidráulica (Fig. 14, à esquerda). 
Desde que a base de suporte do macaco tenha resistência suficiente para resistir à carga intro-
duzida pelo macaco (de cima para baixo), a laje de cima irá estar sujeita a uma carga igual mas 
de baixo para cima, contrária às cargas de projecto e portanto susceptível de a levar à rotura. 
 
2.2.4. Demolições por esmagamento pelo exterior 
 
Este sub-capítulo serve para referir um equipamento designado por pinças para trituração do 
betão, geralmente utilizado manualmente por dois operadores (Fig. 20) para fragmentar 
blocos de betão demasiado grandes para ser removidos para aterro. O equipamento possui um 
corpo central maciço, ligado a um grupo hidráulico auxiliar, que tem nas suas extremidades 
em forma de U dois veios metálicos de aço especial (pinças) accionados por pressão 
hidráulica. O equipamento é intercalado no elemento a demolir e, ao ser accionado, os veios 
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deslocam-se em constantes movimentos de vaivém que fragmenta completamente a peça a 
demolir. 
 
Fig. 19 [1] - Esquema do quebrador de pistões (à esquerda: 1 - corpo do aparelho; 2 - barra 
niveladora de pressões; 3 - pistão; 4 - bomba hidráulica; 5 - tubo de alimentação) e posiciona-
mento do mesmo no furo previamente executado (à direita: 1 - corpo do aparelho; 2 - barra 
niveladora de pressões; 3 - cilindro de retenção do pistão) 
 
 
Fig. 20 - Dois exemplos de utilização da pinça para trituração do betão 
 
Este equipamento apresenta diversas vantagens: 
 
 é muito versátil; 
 não provoca ruído, vibração ou poeiras; 
 dispensa a utilização de líquido refrigerante; 
 equipamento de simples manutenção; 
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 possibilidade de ser adaptado a equipamento de escavação (ao braço mecânico de retro-
escavadora ou “giratória”). 
Em contrapartida, o equipamento apresenta algumas desvantagens: 
 
 baixo rendimento de corte / demolição; 
 a espessura da secção a demolir não deve ser superior a 300 mm (pode, no entanto, atingir 
os 500 mm com recurso à utilização de adaptador especial); 
 necessidade de cortar as armaduras para prosseguir com os trabalhos; 
 superfícies de corte muito irregulares; 
 necessidade de remover constantemente os produtos da demolição para limpeza das áreas 
de trabalho; 
 tem uma relação custo de aquisição / produtividade muito elevada. 
 
2.3. PROCESSOS TÉRMICOS 
 
Os processos térmicos têm em comum entre si o facto de recorrerem a uma fonte térmica 
muito intensa e localizada para aquecer o betão e o aço e provocar assim, através de um 
choque térmico, a sua fractura e/ou fragmentação. Diferenciam-se fundamentalmente em 
função dos aparelhos utilizados e da respectiva fonte de energia e calor. 
 
2.3.1. Lança térmica 
 
2.3.1.1. A oxigénio 
 
O processo consiste em aplicar contra as secções a cortar (chapas metálicas ou betão) a 
extremidade colocada em brasa (através de um sistema de oxi-acetileno) de uma barra de 
ferro (e alumínio), através do interior da qual é enviado um jacto de oxigénio, conseguindo 
por combustão do material da barra derreter, perfurar e/ou cortar o aço e o betão. É exercida 
sobre estes últimos uma tripla acção: térmica (temperaturas da ordem dos 2 000 a 2 500 ºC), 
química (por combinação dos óxidos de ferro com os componentes do betão que acabam por 
fundir) e cinética (pela pressão do jacto de oxigénio). O equipamento necessário à execução 
desta técnica está representado na Fig. 21. Uma variante desta ferramenta, designada por 
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ultra-thermic cutting rod, atinge temperaturas superiores a 20 000 ºC, o que permite maior 
rapidez de corte, evitar a criação de escória e ser utilizada debaixo de água. 
 
Fig. 21 [1] - Esquema da organização de um estaleiro de corte com lança térmica: 1 - garrafas 
de oxigénio; 2 - manómetro; 3 - tubos flexíveis; 4 - assistente a preparar nova lança térmica; 
5 - porta-lança com braço em cruz e munido de válvula; 6 - posto de oxigénio dereserva; 7 - 
operador; 8 - lança em utilização; 9 - écran metálico; 10 - placa de asbesto coberta com areia; 
11 - escorrimento da escória de combustão; 12 - elemento a cortar; 13 - fagulhas projectadas 
 
 
Fig. 22 - À esquerda, corte de peça com lança térmica a oxigénio acompanhada de forte 
projecção de fagulhas e, à direita, corte com maçarico e a plasma 
 
O corte obtido tem cerca de 5 cm de largura a um ritmo de cerca de 50 cm/min. É necessário 
garantir um espaço de trabalho livre de pelo menos 1 a 1.5 m. Os elementos de betão a demolir 
e os 10 m em seu redor não devem conter materiais inflamáveis (madeira) nem condutas que 
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prossigam para outros locais. Esta técnica tem vindo a ser utilizada quer para a demolição global 
de estruturas quer para realizar aberturas de grandes dimensões e outras tarefas de reabilitação. 
A técnica apresenta como vantagens as seguintes [1]: 
 
 possibilidade de cortar peças de grande espessura e com formas irregulares; 
 aplicável quer a betão armado quer a pré-esforçado; 
 não provoca vibrações, é rápida e silenciosa; 
 a mão-de-obra rapidamente se familiariza com a técnica; 
 o material é simples e ligeiro (à excepção da reserva de garrafas de oxigénio); 
 permite trabalhar ao ar livre, no interior e até debaixo de água; 
 permite trabalhar em locais de difícil acesso; 
 altera pouco as propriedades do betão nas proximidades do rasgo. 
 
No entanto, tem também alguns inconvenientes [1]: 
 
 pequena precisão do corte; 
 origina escorrimento de escória de combustão; 
 as superfícies de betão em contacto com essa mesma escória ficam marcadas; 
 só com uma ventilação muito eficiente, é possível trabalhar no interior devido aos fumos 
provocados; 
 existe um risco de incêndio e da integridade física do operador (Fig. 22, à esquerda), 
sobretudo no início do corte, devido à projecção de materiais em fusão; 
 por essa razão, obriga à utilização de vestuário especial de protecção do manobrador; 
 o custo do equipamento e da operação é bastante elevado. 
 
2.3.1.2. A pólvora 
 
Trata-se de uma técnica intermédia entre a lança térmica a oxigénio e o maçarico a pólvora, 
descrito seguidamente, com vantagens e desvantagens também semelhantes. É injectada uma 
mistura de pó de ferro e, facultativamente, de alumínio no jacto de oxigénio. A pólvora é 
transportada por um jacto de ar comprimido. O porta-lança consiste, por um lado, de um 
injector que faz a mistura pólvora - oxigénio e, por outro, de uma mola que garante a abertura 
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e fecho simultâneos da chegada de oxigénio e de pólvora (Fig. 23, à esquerda). Por 
comparação com a lança térmica a oxigénio, o consumo das lanças de pólvora é um pouco 
menos rápido mas, em contrapartida, o consumo de oxigénio é maior, a ignição menos regular 
e o furo obtido maior. 
 
2.3.2. Maçarico 
 
Para além dos aparelhos apresentados de seguida, que permitem o corte do betão, os 
maçaricos do tipo do da Fig. 24, também susceptível de ser usada para soldar aço, são 
utilizados no corte das armaduras, em apoio a vários outros métodos anteriormente descritos. 
 
2.3.2.1. A pólvora 
 
Neste aparelho, é projectada uma mistura de partículas finas de pó de ferro e de alumínio 
junto ao bico de um maçarico de oxi-acetileno, hidrogénio, metano, propano ou butano (Fig. 
23, à direita). As partículas, na sua combustão na periferia do jacto de oxigénio, aquecem-no 
fortemente. Este método apresenta duas vantagens: fornece um suplemento de óxidos de ferro 
superaquecidos e limpa o corte feito através das partículas em movimento. 
 
Com esta técnica, conseguem-se cortar peças de espessura até 130 cm, ainda que a partir dos 
60 cm o consumo se torne muito elevado. O rasgo apresenta uma largura da ordem dos 3 a 4 
cm. 
 
Como vantagens deste equipamento, citam-se as seguintes [1]: 
 
 é pouco barulhento e não introduz vibrações; 
 pode ser utilizado quer para betão armado quer pré-esforçado; 
 é bastante rápido; 
 consegue realizar um rasgo de forma irregular sem recorrer a sucessivos furos tangentes; 
 o betão adjacente ao corte mantém-se praticamente inalterado. 
 
Em contrapartida, tem alguns inconvenientes tais como [1]: 
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Fig. 23 [1] - À esquerda, esquema do funcionamento da lança térmica a pólvora: 1 - garrafa 
de oxigénio; 2 - contentor de pólvora; 3 - pólvora; 4 - manómetros; 5 - botija de ar 
comprimido; 6 - câmara de secagem; 7 - lança. À direita, esquema da cabeça do maçarico a 
pólvora: 1 - pulverizador de pólvora; 2 - saída do oxigénio; 3 - mistura oxicombustível 
 
 
Fig. 24 - À esquerda, maçarico de corte e, à direita, diferentes tipos de bocal 
 
 
Fig. 25 [1] - À esquerda, esquema do funcionamento do maçarico a plasma: 1 - cátodo; 2 - 
isolante; 3 - fluxo; 4 - ânodo; 5 - plasma; 6 - escória fundida; 7 - elemento de betão a demolir; 
8 - alimentação eléctrica; 9 - chegada do oxigénio. À direita, esquema do corte a laser: 1 - 
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dispositivo de emissão de raios laser; 2 - lente; 3 - eventual fusão; 4 - zona aquecida; 5 - 
perda de calor por condução; 6 - fissuras 
 é preciso prever protecções para pessoal e materiais adjacentes devido às fagulhas e 
escorrimentos; 
 o pulverizador corre o risco de entupir se a pólvora não estiver perfeitamente seca; 
 é bastante caro; 
 dá origem a poeira e fumos; 
 obriga à realização por outro método de um primeiro furo para ignição do maçarico; 
 é pouco eficaz para espessuras acima dos 20 cm; 
 corre-se o risco de o escorrimento entupir o maçarico. 
 
2.3.2.2. A plasma 
 
Em fase de desenvolvimento em 1982, esta técnica consiste em ionizar um gás plasmático (um 
plasma é um estado diluído da matéria, semelhante a um gás, constituído por partículas com 
carga, iões e electrões, em proporções tais que o meio seja globalmente neutro), normalmente 
o azoto, através de um arco eléctrico estabelecido entre dois eléctrodos: o ânodo e o cátodo 
(Fig. 25, à esquerda). O ânodo é constituído por um tubo oco de aço e o cátodo por uma lança 
a oxigénio modificada. No espaço entre eles, circula um fluxo de hidrogénio, azoto e árgon 
que estabiliza o plasma. Os eléctrodos consomem-se permitindo o corte através de um proces-
so semelhante ao da lança térmica a oxigénio (Fig. 22, à direita), ou seja, através de uma acção 
tripla (térmica, química e cinética). Existe também uma ferramenta de funcionamento seme-
lhante, o jet flame cutter [7], que emite um fluxo de querosene que é misturada com oxigénio. 
 
Este método apresenta as seguintes vantagens [1]: 
 
 em pleno funcionamento, é mais eficaz e rápido que os outros processos térmicos; 
 permite o corte em todas as direcções; 
 pode ser utilizado quer para betão armado quer pré-esforçado e mesmo debaixo de água; 
 tem baixos custos de operação; 
 proporciona um trabalho limpo. 
 
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Apresentava, no entanto, em 1982, os seguintes inconvenientes [1]: 
 
 é muito barulhento; 
 tem um consumo muito rápido dos eléctrodos; 
 tem um rendimento energético muito baixo e obriga a uma grande potência eléctrica de 
alimentação; 
 provoca fumos e dá origem a escorrimento de escória fundida; 
 existe o perigo de electrocussão; 
 torna-se difícil retirar o material fundido que ressolidifica e se aglomera muitorapidamente. 
 
2.3.3. Laser 
 
Também em fase de desenvolvimento em 1982, mas actualmente já perfeitamente 
estabelecida no mercado, a técnica de corte com recurso a raios laser (Light Amplification by 
Stimulated Emission of Radiation) consiste na emissão de um feixe de luz “coerente” e 
monocromática, conseguido por excitação do dióxido de carbono de que resulta uma onda 
única de grande densidade de energia. Quando a irradiação encontra o betão, uma parte da sua 
energia é absorvida, o que provoca um aumento da temperatura na zona afectada. 
Concentrando esta energia numa área muito pequena, dá-se um choque térmico no betão, 
provocando a sua fragmentação (Fig. 25, à direita). 
 
Este método apresenta as seguintes vantagens [1]: 
 
 corte muito preciso; 
 ausência de ruído, vibrações, fumos, gases tóxicos e poeiras; 
 rapidez. 
 
No entanto, apresentava ainda em 1982 as seguintes desvantagens [1], algumas das quais 
foram entretanto ultrapassadas: 
 
 a potência dos aparelhos era insuficiente e a sua utilização incómoda; 
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 era necessário combinar esta técnica com outras, nomeadamente para o corte das 
armaduras; 
 o raio é invisível e, daí, perigoso, por poder provocar queimaduras; 
 necessidade de protecções eléctricas e de isolamento do aparelho; 
 muito onerosa. 
 
2.4. USO CONTROLADO DE MEIOS EXPLOSIVOS 
 
As técnicas a seguir descritas têm em comum entre si o facto de serem provocadas por um 
processo explosivo, no qual os materiais explosivos (à base de nitroglicerina) são utilizados 
de uma forma tão controlada quanto possível, para não danificar pessoas e bens nas 
proximidades do local a demolir. Distinguem-se fundamentalmente dois tipos de técnicas: as 
explosões no meio ambiente, de carácter global e a uma grande escala e as micro-explosões e 
processos de expansão, ocorrendo no interior de elementos e de carácter localizado. 
 
2.4.1. Explosões 
 
As explosões na demolição são processos em que são colocadas cargas explosivas em locais 
criteriosamente escolhidos por forma a provocar uma descontinuidade na estrutura principal e 
o seu colapso global (Fig. 26). Os escombros daí resultantes poderão ou não ter de ser 
posteriormente fragmentados através de outras técnicas antes da sua remoção. O princípio 
básico de tais demolições é o de aplicar o mínimo de energia de forma concentrada para 
remover e/ou cortar elementos críticos da estrutura. 
 
Esta técnica, não obstante ser económica, rápida e eficaz, tem desvantagens importantes [1]: 
 
 dificulta imenso a reciclagem / aproveitamento dos materiais de construção; 
 provoca projecção de materiais e vibrações importantes no terreno; 
 provoca uma onda de choque importante que pode provocar estragos nas construções 
vizinhas, sobretudo nos vidros; 
 provoca um ruído muito grande na detonação e no impacto da estrutura no terreno; 
 não é um processo completamente controlável; 
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 é de difícil aplicação em pisos enterrados; 
 é uma técnica potencialmente perigosa para pessoas e bens nas proximidades mas também 
para o pessoal, que tem de ser especializado no manuseamento de explosivos; 
 pode provocar gases (sulfurosos e nitrosos) perigosos para a saúde humana. 
 
 
 
 
Fig. 26 - Demolição de um hotel em Las Vegas por explosivos realizada em apenas 17 s 
 
 
Fig. 27 - Mecanismo de colapso: tipo telescópio, à esquerda, e tipo derrube, à direita 
 
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Os quatro mecanismos básicos de colapso de uma estrutura por recurso ao uso controlado de 
explosivos dependem fundamentalmente da geometria e resistência da mesma, da envolvente 
desta e da sua utilização futura e são [2]: 
 
 telescópio; 
 derrube; 
 implosão; 
 colapso progressivo. 
 
2.4.1.1. Mecanismo tipo telescópio 
 
O primeiro tipo de mecanismo é normalmente usado na demolição de torres de arrefecimento, 
do tipo central termoeléctrica, provocando-se basicamente a demolição, simultaneamente ou 
não, de vários trechos em altura na estrutura da torre. Esta acaba por ruir numa área 
aproximadamente igual aquela que inicialmente ocupava, de uma forma parecida com o 
fechar de um “telescópio” (Fig. 27, à esquerda). 
 
2.4.1.2. Mecanismo tipo derrube 
 
O segundo tipo de mecanismo é normalmente utilizado em chaminés (Fig. 27, à direita), 
bunkers e estruturas de aço, bem como em todo o tipo de estruturas onde exista uma grande 
relação entre a altura e a base, não havendo perigo se a estrutura cair para um dos seus lados. 
Neste método, procura-se apenas derrubar a estrutura sobre uma área previamente definida e 
assim facilitar o acesso a partir do solo das máquinas convencionais de demolição à estrutura. 
O mecanismo de derrube envolve normalmente menos trabalhos preparatórios, menos 
quantidade de explosivos e, dependendo da construção, pode induzir na estrutura uma maior 
fragmentação durante o colapso. 
 
2.4.1.3. Mecanismo tipo implosão 
 
O método mais conhecido entre nós é o designado por implosão onde, por meio de 
explosivos, se consegue criar uma descontinuidade em determinados pontos da estrutura 
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(normalmente pilares), fazendo assim com que esta entre em ruína e que, através do seu peso 
próprio, se fragmente o mais possível durante a queda e quando atinge o solo. Neste 
mecanismo, o colapso é provocado centralmente fazendo com que a estrutura ceda sobre si 
mesma, como se algo a “puxasse” na direcção do seu centro de gravidade. 
 
Como o explosivo não é colocado ao longo da altura de toda a estrutura, espera-se que parte 
desta se fragmente apenas no seu contacto com o solo. É o método apropriado para estruturas 
de elevado porte (Fig. 28). 
 
 
Fig. 28 - Dois exemplos do mecanismo tipo implosão 
 
 
Fig. 29 - Dois exemplos do mecanismo tipo colapso sequencial 
2.4.1.4. Mecanismo tipo colapso sequencial 
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Finalmente, no que respeita ao último tipo de mecanismo básico, este descreve-se como a 
“queda sequencial de peças de um jogo de dominó”. Com efeito, este método é normalmente 
empregue em edifícios contíguos ou com um grande desenvolvimento em comprimento, 
provocando-se um colapso sequencial normalmente do tipo descrito anteriormente (Fig. 29). 
 
2.4.2. Micro-explosão 
 
Este é um método de corte localizado e de demolição parcial, que utiliza pequenas 
quantidades de explosivos inseridos em furos cilíndricos (Fig. 30, à esquerda), com o 
objectivo de destacar blocos de betão, ou em “pistolas” que disparam um projéctil sobre o 
betão (Fig. 30, à direita), com o objectivo de cortar armaduras. 
 
É a seguinte a apreciação global relativa ao primeiro método [1]: 
 
 a técnica é lenta, complexa (em face da escolha da posição dos furos) e só se aplica a 
elementos de grandes dimensões e pouco armados; 
 a demolição não é completamente controlável; 
 o processo é barulhento, provoca vibrações no terreno e projecção de estilhaços; 
 a dimensão excessiva dos bocados de betão destacados pode obrigar à sua fragmentação 
posterior para facilitar a sua remoção. 
 
Quanto à segunda técnica, ela apresenta as seguintes características [1]: 
 
 é preciso o prévio conhecimento das armaduras; 
 não serve para grandes espessuras; 
 é barulhenta; 
 tem um grande consumo de explosivos; 
 é utilizada sobretudo para criarpontos fracos nas peças que são posteriormente demolidas 
por outros métodos. 
2.4.3. Expansão 
 
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Nestes métodos, recorre-se à força expansiva de determinados componentes, gasosos ou não, 
para introduzir tensões internas de tracção no betão que levam à sua fragmentação. São 
sobretudo técnicas auxiliares e de carácter localizado. 
 
 
Fig. 30 [1] - Demolição por micro-explosão: à esquerda, as cargas são colocadas em furos (1 - 
bucha; 2 - dispositivo de disparo; 3 - detonador; 4 - cartucho; 5 - bloco de betão expulso; 6 - 
fissuração); à direita, é disparado um projéctil (1 - fulminante; 2 - carga; 3 - projéctil cónico 
ou hemisférico em metal duro; 4 - distância de tiro (2/3 a 1/5 de ); 5 - armadura) 
 
 
Fig. 31 [1] - À esquerda, equipamento de expansão lenta com gás: 1 - bucha especial de 
cauchu; 2 - gás; 3 - dióxido de carbono (pressão de serviço 80 a 120 bars). À direita, tubo 
Cardox (expansão súbita com gás): A - cabeça de ignição; B - fuste do tubo; C - cabeça de 
descarga; 1 - válvula de enchimento; 2 - ligações eléctricas; 3 - câmara de aquecimento; 4 - 
dióxido de carbono líquido; 5 - disco de rotura; 6 - grampo) 
 
2.4.3.1. Expansão lenta com gás 
 
É efectuado no betão um furo de 30 a 40 mm de diâmetro, selado com uma bucha de cauchu 
na qual se faz passar um tubo metálico ligado a uma bomba que contém um gás inorgânico 
(geralmente dióxido de carbono) que é posteriormente injectado a alta pressão (Fig. 31, à 
esquerda). 
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Como vantagens [1], esta técnica apresenta o facto de pouco barulhenta, não introduzir 
vibrações significativas, não provocar a projecção de estilhaços e não haver o perigo de o gás 
inflamar. Como inconvenientes [1], há que referir os seguintes: 
 
 a dificuldade em demolir betão armado; 
 a necessidade de criar barreiras de protecção para o pessoal; 
 a dificuldade de manipulação; 
 a falta de precisão. 
 
2.4.3.2. Expansão súbita com gás 
 
Numa variante à técnica anterior, o tubo Cardox (Fig. 31, à direita) provoca a expansão 
brusca (2 a 4 x 10-2 s) de dióxido de carbono a uma pressão muito elevada (200 bars) através 
de um furo, introduzindo no betão pressões da ordem dos 120 a 270 MPa que se fractura por 
tracção. 
 
As vantagens da técnica [1] são a sua maleabilidade e economia, a ausência de ondas de 
choque e as poucas vibrações e a relativa segurança para o pessoal. As principais 
desvantagens são [1]: 
 
 a pouca eficácia para o betão armado; 
 o raio de acção reduzido (50 a 80 cm no máximo); 
 o barulho provocado; 
 o perigo que advém de o tubo não estar convenientemente fixo; 
 a dificuldade de controlo da zona a demolir; 
 a projecção eventual de detritos. 
 
2.4.3.3. Expansão com cal viva 
 
Já conhecida desde a Antiguidade, a expansibilidade da cal viva hidratada pode ser utilizada 
na demolição do betão. Para tal, realiza-se um furo de entre 35 e 50 mm de diâmetro. O furo 
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não deve ser muito pequeno para que o betão fissure, mas também não deve ser demasiado 
grande para que a cal não transborde para fora do mesmo. No furo previamente seco, é 
introduzido produto (80 % de cal viva, 10 % de areia siliciosa e 10 % de retardador) diluído 
com 30 % de água, nunca mais de 10 minutos após a mistura. Nos furos horizontais, haverá 
necessidade de os tamponar. Os furos estão espaçados entre si entre 20 e 90 cm, consoante a 
resistência do betão e o grau de fragmentação pretendido. O domínio de aplicação desta 
técnica inclui os grandes maciços de fundação ou de suporte de terras em betão simples. 
 
A técnica apresenta algumas vantagens, tais como [1]: 
 
 ausência de ruído, vibrações e projecção significativa de detritos; 
 mão-de-obra não especializada; 
 ausência de perigo para o pessoal; 
 susceptível de servir de apoio a outras técnicas. 
 
No entanto, tem também alguns inconvenientes, tais como [1]: 
 
 pouca eficácia em betão armado; 
 dificuldade de regular com precisão a expansão da cal viva; 
 dificuldade de realizar diversas expansões em simultâneo em clima frio; 
 relativamente cara; 
 lenta (expansão máxima só ao fim de 6 horas). 
 
2.4.3.4. Expansão química 
 
Com um princípio de funcionamento que é um meio termo entre a expansão com cal viva e a 
micro-expansão, existe uma técnica que consiste na colocação em furos abertos (com entre 40 
e 50 cm de diâmetro) em rocha ou betão de um produto, designado comercialmente por 
Bristar [6]. Trata-se de um pó de um composto inorgânico produzido a partir de uma 
variedade especial de silicato e de um composto orgânico que, misturado com água, endurece, 
expande-se e provoca fendilhação no maciço no qual foi introduzido (Fig. 32). As fendas 
propagam-se de um furo para os adjacentes, levando a que se solte um bloco de grandes 
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dimensões. Existem três tipos de produto consoante a temperatura do material a ser 
fracturado. 
 
 
Fig. 32 [6] - Separação de blocos de betão ou rocha por expansão química 
 
Segundo o fabricante [6], o produto é seguro, não provoca ruído, atinge a sua força expansiva 
máxima após 24 horas, tem a sus força expansiva (mais de 3 000 t/m2) aumentada com o 
diâmetro do furo mas diminuída quando a percentagem de água misturada se afasta muito dos 
30 %, para cima ou para baixo. 
 
2.5. PROCESSOS ABRASIVOS 
 
Nos métodos a seguir descritos, o aspecto comum é o facto de o mecanismo de demolição ser 
a abrasão do betão, provocada por um material no estado sólido ou líquido, conduzindo ao 
corte daquele em blocos ou à remoção de uma camada superficial do mesmo. Ainda que 
alguns deles possam ser utilizados para demolição global, em virtude de serem geralmente 
caros, o seu campo de aplicação mais corrente é a remodelação e reabilitação de estruturas. 
 
2.5.1. Corte diamantado 
 
Os utensílios de corte diamantado são constituídos na sua parte activa por grãos de diamante 
industrial retidos numa matriz geralmente metálica. Estas partículas funcionam como um 
grande número de utensílios cada um arrancando um pouco de betão. Consoante os trabalhos, 
qualidade do betão e dos inertes e densidade das armaduras, haverá que escolher a opção mais 
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adequada em termos de: tipo de aparelho, sua dimensão e velocidade de processamento, a 
potência do motor, a profundidade do corte e a velocidade do mesmo. 
 
2.5.1.1. Serra com disco 
 
Este equipamento é constituído por um disco metálico, que pode atingir mais de 1 m de 
diâmetro, diamantado na sua periferia e arrefecido a água, que se desloca sobre uma calha de 
rolamento (Fig. 33, à esquerda). O motor, eléctrico ou diesel, com grupo hidráulico exterior 
de potência variável, imprime tracção para fazer rodar o disco. Existem versões compactas, 
mais leves mas de menor potência. 
 
Este equipamento pode ser utilizado em corte de betão armado quer em superfícies 
horizontais (Fig. 33, à direita), quer verticais (Fig. 33, à direita), manifestando uma grande 
versatilidade: o tamanho do disco pode ser alterado com alguma facilidade e, graças à 
denominada “serra de mergulho”, não fica limitado pelo diâmetro do disco. É particularmente 
útil na execução de aberturas em superfícies de betão existentes, dando origem a blocos de 
betão (Fig. 34), que são posteriormente removidos com a auxílio de uma grua.Este sistema apresenta diversas vantagens [1]: 
 
 corta com facilidade betão armado; 
 elevado rendimento de corte, ainda que claramente reduzido pela existência de muitas 
armaduras; 
 manipulação simples (versão compacta); 
 secção de corte muito lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais, e sem afectar o betão 
adjacente; 
 grande precisão de corte (com adaptação de calha); 
 não tem riscos de fissuração e é seguro para o pessoal. 
 
Em contrapartida, o sistema apresenta algumas desvantagens [1]: 
 
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Fig. 33 - Corte de laje , à esquerda, e de muro, à direita, ambos de betão armado com recurso 
a serra de disco diamantado 
 
 
Fig. 34 - Remoção com uma grua de lanço de escada, à esquerda, e de troço de laje, à direita, 
ambas de betão armado após corte com serra de disco diamantado 
 
 exige alguma experiência na utilização do equipamento; 
 espessura de corte pode ser limitada pelo raio do disco; 
 processo de instalação moroso, sobretudo para a versão não compacta, que pode ser 
bastante pesada, exigindo uma superfície de suporte robusta; 
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 necessidade de evacuar líquido refrigerante; 
 custo relativamente elevado, tanto do equipamento quer sobretudo dos consumíveis; 
 o equipamento produz algum ruído e poeiras (não obstante a água de refrigeração). 
 
2.5.1.2. Serra com fio 
 
Esta técnica tem algumas semelhanças com a anterior sendo adequada, grosso modo, para o 
mesmo tipo de trabalhos, exigindo no entanto acesso às duas superfícies opostas da peça a 
cortar (Fig. 35). O equipamento consiste num grupo electro-hidráulico que transmite 
movimento às rodas motrizes, que por sua vez impelem o cabo helicoidal diamantado (com 
anéis - “perlinas”) de aço que, por abrasão no betão, realiza o corte (Fig. 36, à esquerda). Para 
arrefecer o cabo e arrastar os detritos provenientes do corte, é feita passar água na superfície 
de corte. 
 
Como vantagens deste método, referem-se as seguintes [1]: 
 
 corta com facilidade betão armado; 
 grande rendimento de corte, ainda que claramente reduzido pela existência de muitas 
armaduras; 
 elevada versatilidade de adaptação ao uso e a ambientes de trabalho; 
 equipamento silencioso e que não provoca vibrações nem poeira (graças à água de 
arrefecimento); 
 superfície de corte lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais, e sem afectar o betão 
adjacente; 
 rigor e precisão de corte; 
 permite cortes em todas as direcções numa amplitude de 360º (horizontal / vertical / 
oblíqua / parabólica); 
 não tem risco de fissuração e é seguro para o pessoal, que é reduzido praticamente ao 
operador e se mantém longe da zona a cortar; 
 preço competitivo para áreas significativas de corte (para grandes áreas, é o sistema mais 
económico). 
 
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Fig. 35 - Esquema de corte com serra de fio diamantado: vertical (à esquerda em perfil) e 
horizontal (à direita em planta) 
 
 
Fig. 36 - À esquerda, elemento de betão fortemente armado cortado com recurso a serra de fio 
diamantado e, à direita, aberturas circulares de diversas dimensões susceptíveis de ser 
executadas com uma mesma caroteadora 
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Apresenta no entanto os seguintes inconvenientes [1]: 
 
 exige alguma experiência na utilização do equipamento; 
 requer equipamento auxiliar de corte para efectuar os furos para passagem do cabo; 
 o processo de instalação é moroso; 
 custo elevado dos consumíveis; 
 é necessário evacuar o líquido refrigerante. 
 
2.5.1.3. Carotagem 
 
As caroteadoras são aparelhos inicialmente vocacionados para a recolha de amostras para 
ensaio posterior, a seguir utilizados para praticar aberturas em elementos de betão para 
passagem de tubagens e, posteriormente, adaptados para trabalhos de demolição parcial de 
superfícies relativamente grandes. A sua grande versatilidade (Fig. 36, à direita) e a dos 
respectivos sistemas de suporte permite que sejam utilizadas em superfícies horizontais (tanto 
superiores, Fig. 37, à esquerda, como inferiores), em superfícies verticais (Fig. 37, à direita) e 
até mesmo em superfícies curvas. 
 
A caroteadora não é mais do que um motor eléctrico que impele um movimento de rotação a 
um cilindro metálico oco com uma coroa diamantada na sua extremidade exterior, o qual 
corta tarolos de betão necessitando, no entanto, de ser refrigerado com água durante todo o 
processo. A execução de um conjunto de furos tangentes permite delimitar um bloco de betão 
que é posteriormente removido. Daí que a eficiência deste método aumente com a relação 
área a demolir / perímetro da área a demolir. 
 
As vantagens e desvantagens deste sistema têm algumas parecenças com as dos dois sistemas 
anteriores. Assim sendo, de entre as primeiras realçam-se: 
 
 não tem riscos de fissuração; 
 manipulação simples; 
 equipamento silencioso não causando vibrações; 
 grande precisão de corte; 
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 secção de corte lisa; 
 permite obter secções circunscritas para concentração de tensões. 
 
De entre as desvantagens desta técnica, avultam as seguintes: 
 
 furação limitada pelo comprimento e diâmetro da broca; 
 sistema de baixo rendimento / preço elevado; 
 processo moroso; 
 necessidade de evacuar o líquido refrigerante. 
 
2.5.2. Corte com carborundo 
 
Englobam-se neste sub-capítulo todas as situações em que o equipamento utilizado recorre a 
grãos de carborundo (nome técnico para o carboneto de silício) fixos a um ligante de 
baquelite, sendo o conjunto rigidificado por uma ou várias camadas de nylon. As aplicações 
são as mesmas que no corte diamantado com a excepção dos elementos de betão armado. 
Sendo menos caros que as ferramentas diamantadas, têm, para além da limitação referida, o 
facto de propiciarem um corte mais lento e obrigarem a uma substituição muito rápida por 
desgaste intenso. 
 
2.5.3. Jacto de água (hidrodemolição) 
 
Encontrando-se em 1982 ainda em fase de desenvolvimento, a hidrodemolição é já hoje uma 
técnica muito utilizada, sobretudo em trabalhos de remoção da camada superficial deteriorada 
do betão em grandes superfícies (Fig. 38, à esquerda). Nessa perspectiva, ou seja, numa 
situação em que o único betão que se pretende remover é aquele que já apresenta alguma 
deterioração das suas características mecânicas (deixando o betão rugoso e pronto a receber 
uma nova camada de revestimento) e em que se pretende manter as armaduras (mas 
limpando-as de substâncias desagregáveis como as provenientes da corrosão), a utilização de 
um jacto de água a alta pressão é um processo de rendimento excepcional. Ainda que possa 
ser feita manualmente, o muito melhor rendimento e a ausência de perigo propiciados pela 
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automatização (Fig. 38, à direita) fazem com que seja essa a tendência actual, não obstante o 
elevado investimento inicial. 
 
Fig. 37 - À esquerda, execução de carotagens sequenciais em laje para realizar o contorno de 
uma abertura e, à direita, sistema múltiplo de coroas diamantadas utilizado no corte de parede 
de betão armado 
 
 
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