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Acessibilidade e Inclusão no Esporte
Eu considero o esporte como uma das alternativas mais poderosas para a inclusão. No final do meu período de fisioterapia em 2001 na AACD, eu comecei a treinar tênis de mesa adaptado, no próprio centro de reabilitação.
Primeiro, praticar atividade física é ótimo, para qualquer pessoa. Para mim, seria uma continuidade da fisioterapia, pois ainda precisava ganhar mais força e equilíbrio, exercitando meus braços e tronco, pois depois da lesão, eles seriam mais utilizados para fazer praticamente tudo. Alí já haviam outras pessoas com deficiência há mais tempo, mais experientes, inclusive com lesão medular, a mesma deficiência que eu. Isso me ajudou bastante, pois passei a receber conselhos e ajuda de pessoas que entendiam muito bem a minha situação.
Há um outro ponto muito importante que é a socialização. Você passa a conversar e fazer amizade com seus colegas de treino, e passa a se sentir incluído. Depois começa a participar de campeonatos, alguns deles em outras cidades, onde você precisa viajar, então sair da zona de conforto acaba sendo bastante libertador.
Praticar um esporte, acaba lhe condicionando para a linha de pensamento de um atleta, que pode ajudar em todas as outras áreas da sua vida. O atleta sempre quer alcançar a vitória, e para isso treina e busca dar o seu melhor. Pensa em estratégias, procura corrigir erros e até aprende a perder, mas se recuperar depois. Sabe que é importante treinar sempre e dependendo do esporte, aprende a trabalhar em equipe, ou conquistar suas vitórias sozinho. Tudo isso que descrevi, pode ser aplicado em nossas vidas, mesmo fora do esporte, e particularmente, ter um pensamento de atleta para a minha vida pessoa e profissional, me ajuda demais.
Por isso eu costumo dizer que o esporte serve como um enorme potencializador físico e psicológico. A importância do esporte adaptado é reconhecida em todo o mundo, por isso é amplamente praticado. Existem diversos tipos de campeonatos em diferentes tipos de modalidade, desde competições regionais, nacionais, mundiais e os Parapanamericanos e as Paralimpíadas.
O Brasil participa das Paralimpíadas desde 1972, nos Jogos Paralímpicos de Heidelberg na Alemanha, e desde então conquistou mais medalhas e melhor colocação geral do que a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos. Atualmente existem 24 modalidades diferentes nas Paralimpíadas, mas não quer dizer que existam somente esses esportes que sejam adaptados à pessoa com deficiência. Praticamente todos os tipos de esporte tem pelo menos algum tipo de adaptação, mas para fazer parte das Paralimpíadas é preciso passar por uma série de critérios.
Um grande exemplo de paratleta é Daniel Dias, nascido com má-formação de seus membros superiores e inferiores. Conquistou 27 medalhas Paralímpicas na natação, sendo 14 delas de ouro, além de 3 Prêmios Laureus, o Óscar do esporte. Desde 2018 eu passei a praticar um esporte novo chamado Crossminton, que jogado com raquetes parecidas do Squash, petecas parecidas do Badminton e marcações na quadra, sem rede. Ainda não havia referências e regras para a adaptação da modalidade às pessoas com deficiência, e segundo o ICO (International Crossminton Organisation) eu fui a primeira pessoa com deficiência a começar a praticar.
Então comecei a avaliar saque, equipamentos e movimentações, para que eu conseguisse jogar sem interferir com as regras da modalidade. Atualmente outras pessoas já passaram a jogar, como Márcio Dellafina, pessoa com nanismo já praticante de Parabadminton, que junto com paratletas de outros países já conseguiu organizar junto ao ICO a primeira participação de pessoas com deficiência no campeonato mundial do esporte.

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