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Unidade 04 - Empreendedorismo

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Unidade 4 – Empreendorismo						
Seguimentos farmacêuticos, serviços farmacêuticos e atuação profissional
Contextualizando
· Entre os vários modelos de Seguimento Farmacoterapêutico (STF), o gestor farmacêutico deve optar por aquele que traga resultados clínicos e econômicos mais rápidos no atendimento a pacientes ambulatoriais. A decisão será, então, pelo método Dáder, que proporciona maior contato do farmacêutico com o paciente e traz retorno satisfatório a curto prazo.
Seguimentos farmacêuticos: SOAP, TOM, PDWT e método Dáder
Apresentação
· O seguimento Farmacoterapêutico (SFT) ultrapassa as ações e os objetivos clássicos da assistência farmacêutica.
· Existem estratégias e recomendações internacionais voltadas para repensar o papel do farmacêutico no Sistema de Atenção à Saúde, antes simplesmente considerado o responsável pelo abastecimento de medicamentos e, atualmente, tido como o corresponsável pela terapia do paciente e promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) – reuniões da OMS de Nova Deli (OMS, 1988), Tóquio (WHO, 1993), Vancouver (WHO, 1997) e Haia (WHO, 1998).
· Alguns padrões de desempenho são essenciais para a prática clínico-farmacêutica. 
1. Competências técnicas: a) habilidades e competências técnicas e clínico-assistenciais; b) manejo de Problemas relacionados com Medicação (PRM); c) o praticante avalia sua atuação em relação a padrões de prática profissional e estatutos e regulamentos pertinentes; d) prescrição farmacêutica; e e) consulta farmacêutica.
2. Ética – decisões éticas nos cuidados. 
3. Colegialidade – o praticante contribui para o desenvolvimento profissional dos colegas.
4. Colaboração – o praticante contribui efetivamente para o paciente; 
5. Educação – o praticante adquire e mantém o conhecimento atual em farmacologia e farmacoterapia, e a prática de atenção farmacêutica. 
6. Pesquisa – o praticante utiliza rotineiramente resultados da investigação na prática e contribui com os resultados da investigação, quando apropriado. 
7. Alocação de recursos – o praticante considera fatores relacionados com eficácia, segurança e custo no planejamento e no fornecimento de assistência ao paciente. 
· Antes de seguirmos o estudo do STF, é necessário saber a diferença entre prescrição farmacêutica e consulta farmacêutica:
1. Prescrição farmacêutica – é o ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde.
2. Consulta farmacêutica – é o atendimento realizado pelo farmacêutico ao paciente, respeitando os princípios éticos e profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o Uso Racional de Medicamentos (URM) e de outras tecnologias em saúde. 
Seguimento Farmacoterapêutico (SFT)
· Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) ultrapassa as ações e os objetivos clássicos da assistência farmacêutica, inserindo o profissional farmacêutico no processo de cuidado do usuário de medicamento e em toda a equipe de saúde.
· O SFT busca, de modo essencial, garantir o alcance de resultados terapêuticos positivos. Representa, para o gestor em serviços de Assistência Farmacêutica (AF), um serviço com grande potencial resolutivo e estratégico, cujas premissas possibilitam a ampliação dos mecanismos de gestão para além do ciclo da AF. 
· O SFT possibilita que se tenha alcance da qualidade da utilização dos medicamentos pela população e viabiliza as ações necessárias para que o Uso Racional de Medicamentos (URM) seja efetivamente praticado. Portanto, deve considerar:
1. A atividade centrada no paciente/usuário de medicamentos, buscando os melhores desfechos de tratamento.
2. O contexto histórico do desenvolvimento dessa prática farmacêutica, isto é, resgatar a profissão farmacêutica como parte de ações clínicas voltadas aos pacientes. 
3. As atividades necessárias para sua implantação nos sistemas de saúde, sejam estes públicos ou privados. 
1. O Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica, afirma sobre o SFT – “É um componente da Atenção Farmacêutica e configura um processo no qual o farmacêutico é responsável pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário”.
Evolução histórica do SFT e da Atenção Farmacêutica (ATF) no mundo
1. “A assistência que determinado paciente necessita e recebe, assegurando um uso seguro e racional dos medicamentos”. 
2. “[...] incluem as determinações das necessidades medicamentosas de um determinado indivíduo e o aporte não só de medicamentos, mas também dos serviços precisos (antes, durante e depois) para garantir um tratamento com uma eficácia e segurança ótimas”.
3. “Uma relação adequada entre um paciente e um farmacêutico, na qual este último realiza as funções de controle do uso dos medicamentos (com conhecimento e experiência), baseando-se no conhecimento e compromisso com relação ao interesse do paciente”.
4. “É a prestação responsável da farmacoterapia com objetivo de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”.
· É importante ler também as consideração de Hepler e Strand (1990). De acordo com os autores:
1. O profissional dedica um tempo para determinar os desejos, as preferências e as necessidades específicas dos pacientes em relação à sua saúde e qualidade de vida. 
2. O profissional compromete-se a prestar uma assistência continuada uma vez iniciada.
· Importante – o SFT é inovador – consegue colocar o farmacêutico em contato direto com o processo do cuidado e, consequentemente, mais próximo dos resultados da farmacoterapia.
· Saiba mais – A atenção farmacêutica (ATF) é um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica (AF). Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções de seus sujeitos, respeitadas as suas especificações biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde. 
Métodos de SFT
· Os mais conhecidos no Brasil são: SOAP, TOM, PWDT e Dáder.
SOAP
· SOAP – consiste em um formato de documento utilizado para documentar a situação de saúde dos pacientes, de maneira estruturada e organizada. Provem do acrônimo – Subjetive (Subjetivo), Objetive (objetivo), Assessment (Avaliação), Plan (Plano) – que está diretamente relacionado com um problema de saúde. 
a) Subjetivo – as informações coletadas não são objetivas, sendo assim, buscam-se dados sobre a farmacoterapia e quais os medicamentos envolvidos. Os dados obtidos colaboram para uma análise clínica com relação ao grau de severidade do paciente, por exemplo, o estágio da doença. Podemos citar como parte dessas informações: queixa principal, histórico familiar e medicamentos utilizados anteriormente. 
b) Objetivo – informações objetivas (do paciente) são informações coletadas como exames laboratoriais, avaliações físicas, sinais vitais, temperatura, pressão arterial e reações adversas a medicamentos. 
c) Avaliação – a avaliação (do problema) consiste na identificação de possíveis RAM e prováveis causas. Nesta etapa, serão realizadas intervenções farmacêuticas. 
d) Plano – plano de (atenção): momento em que são empregadas medidas educacionais, mudanças de hábitos de vida e alterações na farmacoterapia.
· De olho – diferentemente dos outros métodos de SFT, o SOAP não foi desenvolvido originalmente para utilização por farmacêuticos,já era, portanto, usado por abordagem médica. O SOAP não dispõe de um formulário próprio para documentar as informações do SFT, o que exige mais experiências e conhecimento do farmacêutico. Não há exatamente um roteiro a ser preenchido. 
Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM) – Monitoramento dos Resultados Terapêuticos
· Trata-se de um método muito apropriado para ser utilizado em farmácias comunitárias, sendo considerado também sistemático, com boa estruturação e muito dinâmico, o que facilita seu uso.
· O método TOM visa à melhoria contínua da farmacoterapia e é bastante usado em doenças específicas, necessitando da elaboração de formulários para cada tipo de atendimento. Esse sistema demanda, para sua realização, as participações do farmacêutico, do médico e do paciente.
· Importante – seu objetivo principal é a correção de eventual PRM detectado.
· A seguir as etapas desse método:
1. Coleta, interpretação e registro de dados relevantes do paciente - Deve-se atentar para os históricos médico, terapêutico e social do paciente. Essas informações propiciam ao farmacêutico conhecer sobre a farmacoterapia e enfermidade, além de estimar a adesão e identificar prováveis PRM.
2. Levantamento e registro dos objetivos terapêuticos do paciente – deve-se observar os objetivos clínicos (do ponto de vista profissional) e relacionados com a qualidade de vida (do ponto de vista do paciente).
3. Verificação da aplicação do plano terapêutico – é importante verificar os medicamentos utilizados na terapia, observando PRM e peculiaridades do paciente.
4. Elaboração de um plano de monitoramento – são coletadas e anotadas informações importantes para monitorar a evolução do paciente na busca do sucesso terapêutico.
5. Dispensação do(s) medicamento(s) e orientação – deve-se conscientizar o paciente sobre a importância da adesão ao tratamento e o cumprimento dos objetivos terapêuticos. 
6. Implementação do plano de monitoramento – é desenvolvido o plano de monitoramento, com agendamento de novo encontro. As informações devem ser documentadas, e os PRM devem ser avaliados e tratados. 
Pharmacist’s Workup of Drug Therapy (PWDT) – Avaliação Sistemática da Farmacoterapia
· Esse método consiste em:
1. Pensar como um profissional – Pharmacotherapy Workup.
2. Agir como um profissional – prática padronizada.
3. Falar como um profissional – vocabulário da prática.
· É comumente chamado de Pharmacist’s Workup of Drug Therapy (PWDT), embora após a publicação do livro "Pharmaceutical Care Practice; The Clinician’s Guide", de Robert J. Cipolle, tenha passado a ser denominado Pharmacoterapy Workup (PW).
· Este método se baseia no desenvolvimento de raciocínio clínico e sistema de documentação adaptado à prática farmacêutica. Desse modo, contribui para a identificação de PRM específicos de cada paciente. O PW foi desenvolvido na Universidade de Minnesota, nos anos 1990, nos Estados Unidos. 
· Este procedimento dirige as decisões do farmacêutico sobre o uso de medicamentos e demonstra como o conceito de Atenção Farmacêutica (ATF) pode realmente ser aplicado a qualquer paciente, em qualquer cenário de prática.
· Importante – O PWDT auxilia o farmacêutico a avaliar seu êxito e a identificar e resolver problemas do paciente relacionados com os medicamentos. 
· É dividido o PW em sete passos:
1. Recolher e interpretar a informação relevante do paciente, para determinar se ele apresenta PRM.
2. Identificar PRM;
3. Descobrir as metas terapêuticas desejadas.
4. Descobrir as alternativas terapêuticas factíveis. 
5. Selecionar e individualizar o regime terapêutico mais apropriado. 
6. Implementar as decisões sobre o uso de medicamentos;
7. Desenhar um plano de seguimento para alcançar as metas terapêuticas desejadas. 
· De olho – PWDT – PRM: a) indicação: problema de saúde, b) efetividade: dose, posologia, uso real e resposta; c) segurança: RAM, alergias ou sobre dose; d) adesão ao tratamento. 
Método Dáder
· Este método foi desenvolvido no fim da década de 1990 pelo grupo de investigação de atenção farmacêutica da Universidade de Granada (Espanha).
· O termo Atenção Farmacêutica (ATF) no Brasil foi oficializado no Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002), como consequência de reuniões lideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e pelo Ministério da Saúde (MS). A partir desse Consenso, definiu-se ATF como:
· Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002).
· Atualmente, o método Dáder é utilizado em diversos países, como o Brasil e outros da América Latina. Este método consiste em:
1. Baseia-se no acompanhamento farmacoterapêutico de um paciente, ou seja, procura avaliar os problemas de saúde e os medicamentos utilizados;
2. Visa encontrar e resolver possíveis resultados clínicos associados ao uso dos medicamentos (Resultados Negativos Associados à Medicação – RNM) apresentados pelos pacientes.
3. Após serem identificados, podem ser realizadas as intervenções farmacêuticas para solucionar os RNM e, em seguida, os resultados são analisados (Comitê de Consenso, 2007). A seguir um fluxograma de consulta farmacêutica no Dáder:
· As características do método consiste em:
1. Promover a prática profissional;
2. Detectar PRM para evitar e resolver RNM;
3. Implicar um compromisso;
4. Apresentar-se de maneira continuada, sistematizada e documentada;
5. Privilegiar colaboração com o paciente e os membros da equipe de saúde;
6. Alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.
· No método Dáder, como qualquer profissional que intervém em uma atividade assistencial, o farmacêutico deve cumprir os deveres de informação e documentação clínica. A seguir os deveres:
a) Motivos que levaram o paciente a procurar atendimento;
b) Problemas de saúde e efeitos ou resultados do uso de medicamentos.
c) Farmacoterapia do paciente;
d) História farmacêutica;
e) Planificação, evolução e resultados das intervenções farmacêuticas realizadas para melhorar ou preservar os resultados da farmacoterapia.
f) Consentimento informado, informes ao médico ou a outros profissionais
g) Dados de contato do paciente.
· Abaixo, estão listadas a documentação do método Dáder:
a) História farmacoterapêutica;
b) Folhas de entrevista farmacêutica;
c) Estado de situação;
d) Folhas de plano de ação;
e) Folhas de entrevistas sucessivas;
f) Folhas de intervenção;
· A respeito de resultados negativos associados à farmacoterapia (RNM), como levantado no 2º Consenso de Granada, os PRM são considerados resultados (clínicos) negativos, não devendo ser confundidos com aquelas falhas ou aqueles problemas que podem aparecer durante o processo de uso de medicamentos, que poderiam ser causas de PRM. 
· Exemplo – um paciente recebe uma dose excessiva de um medicamento. A superdosagem pode ser a causa do aparecimento de um PRM, mas nunca um PRM como tal, uma vez que este é um elemento do processo de uso dos medicamentos, e não um resultados desse processo. 
· Importante – os RNM são problemas de saúde, mudanças não desejadas no estado de saúde do paciente atribuídas ao uso (ou não uso) dos medicamentos. 
· Para mensurá-los, utiliza-se uma variável clínica (sintoma, sinal, evento clínico, medição metabólica ou fisiológica, morte etc.), que não cumpre com os objetivos terapêuticos estabelecidos para o paciente. Como consequência, passam a se denominar PRM aquelas circunstâncias quecausam ou podem causar o aparecimento de um resultado negativo associado ao uso dos medicamentos. Assim, os PRM passam a ser todas aquelas circunstâncias que predispõem o usuário de medicamento a um maior risco de sofrer um RNM.
· É importante avaliar a história farmacoterapêutica do paciente, ou seja, problemas de saúde e os medicamentos que utiliza, a saber:
a) Estado situacional para prevenção dos PRM;
b) Intervenções farmacêuticas/resultados obtidos
c) Faces:
I. Oferta do serviço;
II. Primeira entrevista
III. Estado de situação;
IV. Fase de estudo;
V. Fase de avaliação;
VI. Fase de intervenção;
VII. Resultado da intervenção
VIII. Novo estado de situação
IX. Entrevistas sucessivas.
Serviços farmacêuticos: farmácia clínica, cuidados farmacêuticos e indicação farmacêutica
Apresentação
· Qual deve ser o papel do farmacêutico com relação aos serviços farmacêuticos? Antes de pensar em atuar nas atividades clínicas, o farmacêutico e os profissionais de Saúde devem:
1. Transformar ideias em ações;
2. Ter crédito entre colegas e outros profissionais;
3. Possuir capacidade de ouvir e responder;
4. Expressar-se por escrito;
5. Fazer apresentações orais;
6. Cooperar e ter iniciativa;
7. Ter destreza para treinar e aconselhar;
8. Atuar com pessoas de culturas e perfis diferentes;
9. Saber estabelecer relações no local de trabalho e fora dele. 
Serviços farmacêuticos
· O Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio da Resolução nº 499/2008, estabelece como serviços farmacêuticos:
1. Elaboração do perfil farmacoterapêutico, avaliação e acompanhamento da terapêutica farmacológica de usuários de medicamentos;
2. Determinação quantitativa de teor sanguíneo de glicose, colesterol total e triglicérides, mediante coleta de amostra de sangue por punção capilar, utilizando-se de medidor portátil.
3. Verificação de pressão arterial.
4. Verificação de temperatura corporal.
5. Aplicação de medicamentos injetáveis.
6. Execução de procedimentos de inalação e nebulização.
7. Realização de curativos de pequeno porte.
8. Colocação de brincos.
9. Participação em campanhas de saúde.
10. Prestação de assistência farmacêutica domiciliar. 
· Além destes serviços farmacêuticos relacionados, o profissional farmacêutico também poderá executar serviços clínicos, como o acompanhamento farmacoterapêutico, a consulta farmacêutica e eventualmente realizar prescrições farmacêuticas. Aliás, as atividades farmacêuticas voltadas para avaliar o perfil farmacoterapêutico e o acompanhamento da terapêutica farmacológica aproximam mais o farmacêutico da comunidade e, consequentemente, dos pacientes.
· As atribuições clínicas dos farmacêuticos são variadas e complexas, exigindo deste profissional amplos conhecimentos e habilidades (Resolução CFF nº 585/2013). 
1. Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento. 
2. Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente. 
3. Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com propósito de prover cuidado ao paciente. 
4. Orientar e auxiliar pacientes, cuidadores e equipe de saúde quanto à administração de apresentações farmacêuticas, fazendo o registro das ações, quando couber. 
5. Dar suporte ao paciente, aos cuidados, à família e à comunidade, com vistas ao processo de autocuidado, incluindo o manejo de problemas de saúde autolimitados. 
6. Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde, as ações de seu plano de cuidado. 
7. Participar e promover discussões de casos clínicos de modo integrado com os demais membros da equipe de saúde. 
8. Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe de saúde, ações para promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como para a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. 
9. Prescrever, conforme legislação específica, no âmbito de sua competência profissional. 
10. Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente.
11. Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo paciente durante os processos de admissão, transferência e alta entre os serviços e níveis de atenção à saúde. 
12. Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente.
13. Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de proceder à avaliação farmacêutica. 
14. Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia.
15. Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde. 
16. Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, no ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente. 
17. Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, à família, aos cuidadores e à sociedade. 
18. Realizar, no âmbito de sua competência profissional, a administração de medicamentos ao paciente;
19. Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de maneira segura os medicamentos de que necessita em doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados, contribuindo para que ele tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos. 
20. Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de farmacocinética clínica. 
21. Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes. 
22. Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados com medicamentos e outros problemas relacionados com a farmacoterapia. 
23. Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente. 
24. Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos. 
25. Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento para individualização da farmacoterapia.
26. Avaliar, periodicamente, os resultados das intervenções farmacêuticas realizadas, construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados.
27. Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento, e realizar ações para a sua promoção.
28. Realizar ações de rastreamento em saúde, baseadas em evidências técnico-científicas e em consonância com as políticas de saúde vigentes.
Educação em saúde
· É dever do farmacêutico estimular a educação continuada entre profissionais da equipe multidisciplinar e também promover oportunidades para que os usuários de medicamentos tenham acesso às informações sobre medicamentos, terapias, doenças etc.  
· As atribuições do farmacêutico na educação em saúde:
a) Estabelecer processo adequado de comunicação com pacientes, cuidadores, família, equipe de saúde e sociedade, incluindo a utilização dos meios de comunicação de massa. 
b) Fornecer informações sobre medicamentos à equipe de saúde. 
c) Informar, orientar e educar os pacientes, a família, os cuidadores e a sociedade sobre temas relacionados com a saúde e o uso racional de medicamentos (URM) e outros tecnologias em saúde. 
d) Desenvolver e participar de programas educativos para grupos de pacientes. 
e) Elaborar materiais educativos destinados à promoção, proteção e recuperação da saúde e à prevenção de doenças e de outros problemas relacionados. 
f) Atuar no processo de formação e desenvolvimento profissional de farmacêuticos. 
g) Desenvolver e participar de programas de treinamento e educação continuada de recursos humanos na área de saúde. 
Farmácia clínica e cuidados farmacêuticos 
· Filosofia do cuidado farmacêutico – os farmacêuticos trabalham para os pacientes otimizarem os resultados com as terapias medicamentos. Sendo assim, há:
1. Necessidade social do farmacêutico para tratar de problemas relacionados com medicamentos;
2. Abordagem centrada no paciente;
3. Prática baseada no cuidado “sobre” e “para” os pacientes; 
4. Responsabilidade dedetectar e responder aos problemas dos medicamentos. 
· A necessidade do cuidado farmacêutico está situada entre a busca de “praticantes” pela população em geral e os desfechos. Abaixo as necessidades do cuidado farmacêutico:
1. Pacientes buscam vários “praticantes”;
2. Muita informação sobre as drogas acessíveis
3. Pacientes tem papel ativo na seleção e uso dos medicamentos;
4. Aumento da complexidade quanto ao uso das drogas; 
5. Aumento do uso do autoatendimento;
6. O alto nível de morbidade relacionada com a droga e mortalidade; 
7. Resultando em custos humanos e financeiros significativos. 
· Assim, são estes os requisitos para a prática do cuidado farmacêutico:
1. Desenvolver uma relação terapêutica com cada um dos pacientes;
2. Compreender cada uma das responsabilidades: a) identificar e responder a cada paciente; b) aprender o processo de cada paciente;
3. Usar abordagem sistemática para as decisões;
4. Ter uma base de conhecimento adequado e habilidades clínicas;
5. Compreender padrões clínicos e éticos; 
6. Documentar todos os cuidados. 
· De olho – A relação terapêutica é uma parceria ou aliança entre o praticante e o paciente, formada com a finalidade de otimizar a experiência da medicação do paciente.
Farmácia clínica e cuidados farmacêuticos
· Farmácia clínica é uma área da farmácia voltada à ciência e prática do Uso Racional de Medicamentos (URM), na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças. 
· O farmacêutico clínico está apto a identificar sinais e sintomas, implementar e monitorar a terapia medicamentosa, e orientar o paciente, atuando em conjunto com outros profissionais de saúde, visando à efetividade do tratamento. Exige um amplo conhecimento em práticas terapêuticas, aliado à capacidade de julgamento e à tomada de decisão (CRF-SP, s/d).
Atuação do Profissional Farmacêutico relacionada à detecção e prevenção de RAM e Problemas relacionados à medicação (PRM)
Farmácia clínica
· Descreve um enfoque centrado no paciente que nos permite satisfazer a necessidade social de controlar a morbidade e mortalidade relacionada com medicamentos, com objetivos de:
1. Atender às necessidades relacionadas com medicamentos;
2. Assumir a responsabilidade de garantir que todo o tratamento farmacológico do paciente é o mais efetivo disponível, o mais seguro possível e o mais indicado. 
· Importante – faz-se importante a identificação, resolução e prevenção de PRM que podem dificultar ou impedir que se alcance os objetivos terapêuticos de um paciente e os resultados positivos. 
Problemas relacionados à medicação (PRM)
· Referem-se a situações nas quais, durante a farmacoterapia, os fármacos causem o aparecimento de Resultado Negativo Associado à Medicação (RNM). 
· De acordo com o Consenso de Granada, PRM é qualquer evento indesejável que apresente o paciente, que envolva ou suspeita-se de estar relacionado com a farmacoterapia e que interfere de maneira real ou potencial em uma evolução terapêutica eficaz. O PRM é real, quando manifestado, ou potencial, na possibilidade de sua ocorrência.
· Importante – podemos considerar os PRM como causadores do RNM.
· Os PRM mais comuns são classificados em seis categorias, distribuídas entre as três especificações de PRM. 
a) PRM de necessidade:
1. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de não receber a medicação de que necessita.
2. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de receber um medicamento de que não necessita. 
b) PRM de efetividade:
3. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de uma ineficácia não quantitativa da medicação.
4. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de uma ineficácia quantitativa da medicação.
c) PRM de segurança:
5. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de uma insegurança não quantitativa de um medicamento. 
6. O paciente sofre de um problema de saúde em consequência de uma insegurança quantitativa de um medicamento. 
Detecção e prevenção de reações adversas a medicamentos (RAM)
· O farmacêutico é um dos profissionais de saúde mais importantes no monitoramento e registro das reações adversas a medicamentos (RAM). A OMS tem definido a RAM como: “Qualquer efeito prejudicial ou indesejável, não intencional, que aparece após a administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas no homem para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade”.
Classificação de RAM
· Existem várias classificações propostas para as RAM.
1. Quanto ao efeito/causa: superdosagem, efeitos colaterais inerentes à ação da droga, efeitos secundários em decorrência do uso, idiossincrasia: minoria, hipersensibilidade alérgica e tolerância repetição. 
2. Quanto à gravidade: 
a) Leve: não requer tratamentos específicos ou antídotos e não é necessária a suspensão da droga. 
b) Moderada: exige modificação da terapêutica medicamentosa, apesar de não ser necessária a suspensão da droga agressora. Pode prolongar a hospitalização e exigir tratamento específico. 
c) Grave: potencialmente fatal, requer a interrupção da administração do medicamento e tratamento específico da reação adversa, requer hospitalização ou prolonga a estada de pacientes já internados. 
d) Letal: contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente. 
Prevenção e tratamento de RAM
· Segundo Domeq et al. (1991), os procedimentos para prevenir e tratar RAM consistem em:
a) Suspensão da administração do medicamento, temporária ou definitivamente
b) Redução da dose;
c) Administração de outros medicamentos ou medidas terapêuticas que reduzam ou anulem os efeitos adversos.
d) Aceleramento da eliminação do medicamento administrado um sequestrante, como as resinas catiônicas, ou um adsorvente, como o carvão ativado, aumentando-se a diurese, alterando-se o pH urinário etc. 
e) Tratamento dos sinais e sintomas provocados pelo medicamento. 
f) Encaminhamento do paciente à hemodiálise ou diálise peritoneal.
g) Administração de antagonista específico quando for o caso. 
h) Administração de medidas gerais de suporte (corrigir pH sanguíneo, eletrólitos, volume plasmático etc.) para manter um sinal vital.
Papel do farmacêutico na farmacovigilância e no monitoramento de RAM
1. Contato com as pessoas - O contato que o farmacêutico tem com as pessoas que acorrem à farmácia lhe permite conhecer os medicamentos que elas consomem (receitados ou não), seu estado de saúde, problema familiar etc. É provável que este contato dê ao farmacêutico a oportunidade de advertir certos efeitos não previstos, provocados por um medicamento em algum paciente.
· Importante – um efeito não previsto pode ser uma RAM. Essas circunstâncias permitem que o farmacêutico ocupe um lugar relevante no programa de farmacovigilância.
2. Suas atribuições no programa de farmacovigilância:
a) Informar aos doentes os cuidados que eles devem ter com os medicamentos, para que se previnam de reações adversas;
b) informar aos doentes para o procurarem ou o médico se surgirem reações adversas que não possam ser suportadas
c) alertar os doentes para que se dirijam a um pronto-socorro hospitalar se surgirem reações adversas graves;
d) colaborar com a identificação do medicamento responsável pela reação adversa.
· De olho: 
a) toda atividade visa obter, aplicando indicadores sistemáticos, os vínculos de causalidade prováveis entre medicamentos e reações adversas de uma população; 
b) a farmacovigilância é o conjunto de procedimentos a detectar, registrar e avaliar, de maneira sistemática, as reações adversas a medicamentos; 
c) como é de conhecimento, os medicamentos, antes de sua comercialização, são submetidos a inúmeros testes e controles. Entretanto, alguns de seus efeitos somente passam a ser percebidos algum tempo após a sua utilização ou introdução no mercado. 
Estudos de Utilização de Medicamentos (EUM)
· Diante do deságio de novos medicamentos, embora sejam poucos, e das alterações de padrões de tratamento e diagnósticos, têm sido bastantecomum os estudos sobre Utilização de Medicamentos (EUM).
a) Apresentam-se como uma estratégia diferenciada para a promoção da lista de medicamentos essenciais que levem ao Uso Racional de Medicamentos (URM).
b) Precisam ser mais bem difundidos, pois representam a possibilidade de racionalizar o uso de medicamentos, tendo em vista a capacidade de fornecer informações em grande quantidade e variedade sobre os medicamentos. 
c) Podem ser considerados um complemento necessário às investigações de temática exclusivamente biomédica e clínica. 
· As áreas preferenciais para EUM são: psiquiátrica, cardiovascular, geriátrica, saúde da mulher, pediátrica. 
· Duas constatações confirmam com os EUM:
1. Uma nova unidade de medida que permita uniformidade de expressão de resultados;
2. Um sistema unificado de classificação que organize com clareza o arsenal terapêutico. 
· Os EUM apresentam-se como uma prioridade para a grande quantidade de farmacêuticos que observam, na garantia da qualidade da assistência farmacêutica e na abordagem de novos medicamentos, um promissor campo de atuação.
· No modelo de Assistência Farmacêutica (AF) do Brasil, os EUM, entre os estudos epidemiológicos, são considerados prioridade.
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