Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Apresentação das bases conceituais da auditoria externa, planejamento de auditoria das demonstrações contábeis, documentação de auditoria e relatórios de auditoria, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade. PROPÓSITO Apresentar as principais normativas das Normas Brasileiras de Contabilidade referentes aos trabalhos de asseguração realizados por uma auditoria independente. Esse conhecimento colaborará para a construção do conhecimento em auditorias externas. OBJETIVOS MÓDULO 1 Contextualizar a auditoria externa na estrutura conceitual de trabalhos de asseguração das Normas Brasileiras de Contabilidade MÓDULO 2 Descrever normas de planejamento de auditoria das demonstrações contábeis, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade MÓDULO 3 Descrever normas de documentação de auditoria, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade MÓDULO 4 Descrever normas de elaboração de relatórios de auditoria, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade INTRODUÇÃO Iniciaremos nossos estudos contextualizando os procedimentos utilizados na auditoria externa das organizações com a Estrutura Conceitual de Trabalhos de Asseguração, proposta pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade. Vale ressaltar que todos os procedimentos, padrões e propostas de trabalho apresentados neste tema são baseados na estrutura conceitual citada, com os respectivos desdobramentos. Serão apresentados os principais requisitos para trabalho de asseguração e a forma de atuação do auditor independente. Para que seja operacionalizada a auditoria externa, devem ser seguidas as normas que regulamentam o planejamento de auditoria das demonstrações contábeis, escopo do segundo módulo deste tema, que abordará as atividades preliminares, as atividades de planejamento, a estratégia global e o plano de auditoria. O processo de planejamento de auditoria demanda procedimentos de documentação de auditoria, assunto a ser tratado no terceiro módulo. No fim desse módulo, você encontrará uma relação de normas que complementam a documentação de auditoria. Por fim, no quarto módulo, trataremos dos procedimentos de elaboração de relatórios. Você terá uma visão geral dos principais pontos que devem ser abordados na elaboração do relatório de auditoria. De forma similar ao módulo anterior, você terá, no fim, uma relação de normas que complementam a elaboração de relatórios de auditoria. MÓDULO 1 • Contextualizar a auditoria externa na estrutura conceitual de trabalhos de asseguração das Normas Brasileiras de Contabilidade AUDITORIA EXTERNA A auditoria externa é uma modalidade de auditoria conduzida por profissionais que não fazem parte da organização auditada. Nessa modalidade, o auditor deve conduzir seu trabalho de análise das demonstrações contábeis de forma independente e alinhado às Normas Brasileiras de Contabilidade e às normativas internacionais, quando for o caso. As normas brasileiras que regulam a atuação do auditor independente compõem as normas denominadas NBC TA, sigla utilizada para Normas Brasileiras de Contabilidade – Trabalhos de Asseguração. ESTRUTURA CONCEITUAL DE TRABALHOS DE ASSEGURAÇÃO TRABALHOS DE ASSEGURAÇÃO No vídeo a seguir, vamos falar sobre o panorama dos trabalhos de asseguração. Os trabalhos de asseguração seguem uma norma denominada NBC TA Estrutura Conceitual, que trata da definição de uma estrutura conceitual que normatiza os trabalhos de asseguração. No corpo dessa estrutura, destacam-se os pontos apresentados na figura a seguir: Figura: Estrutura conceitual de trabalhos de asseguração No corpo dessa estrutura, destacam-se os pontos apresentados na figura a seguir: Figura: Estrutura conceitual de trabalhos de asseguração A construção dessa estrutura teve o objetivo de apresentar didaticamente os elementos e objetivos que compõem os trabalhos de asseguração aos auditores independentes e demais profissionais envolvidos. Agora vamos detalhar cada um deles: PRINCÍPIOS ÉTICOS E NORMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE INTEGRIDADE OBJETIVIDADE COMPETÊNCIA E ZELO PROFISSIONAIS SIGILO PROFISSIONAL COMPORTAMENTO PROFISSIONAL Quanto às políticas e aos procedimentos que devem ser definidos e seguidos para controle de trabalho de asseguração, temos a norma NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes, que estrutura as políticas e os procedimentos quanto aos seguintes pontos: Responsabilidades da liderança pela qualidade dentro da firma; Exigências éticas relevantes; Aceitação e continuidade de relacionamento com clientes e para trabalhos específicos; Recursos humanos; Execução do trabalho; Monitoramento; DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS DE ASSEGURAÇÃO Os trabalhos de asseguração são desenvolvidos pelos auditores independentes para coletar evidências que subsidiem a apresentação de conclusões, que proporcionarão maior confiança às partes interessadas no objeto da auditoria. ELEMENTOS DO TRABALHO DE ASSEGURAÇÃO Para que os trabalhos de asseguração sejam realizados, pressupõe-se a existência de cinco elementos: Relação de três partes Os trabalhos de asseguração atendem aos interesses de três partes interessadas principais: o auditor independente, o responsável pelo objeto auditado e os usuários do resultado da auditoria. Objeto Para que os trabalhos de asseguração sejam realizados, é necessário que o objeto seja apropriado para o alcance de seu objetivo. Essa condição depende da forma desse objeto. Nessa linha de entendimento, temos, por exemplo, características físicas, como a quantidade de veículos utilizados em um determinado serviço, como fonte de informação do objeto de auditoria. Critérios A mensuração ou avaliação de um objeto depende de critérios que apresentam as seguintes as seguintes particularidades: RELEVÂNCIA INTEGRALIDADE CONFIABILIDADE NEUTRALIDADE COMPREENSIBILIDADE RELEVÂNCIA Refere-se a uma particularidade que impacta na tomada de decisões. INTEGRALIDADE Um critério é dito íntegro quando abrange uma quantidade de informações que não permita uma avaliação errônea por falta de pontos relevantes. CONFIABILIDADE A avaliação ou mensuração passa a ser consistente quando tem confiabilidade nas informações. NEUTRALIDADE Um critério neutro não segue tendências específicas, mas aproxima-se da imparcialidade, tanto quanto possível. COMPREENSIBILIDADE Um critério compreensível permite a assimilação fácil de informações pelas partes interessadas Informações vagas e pontos de vista pessoais não podem ser utilizados como critérios nos processos de auditoria. Evidências A mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com critérios definidos, contribui para a coleta de evidências, que são informações relevantes para que o auditor possa tirar suas conclusões. Para que as evidências sejam analisadas e coletadas adequadamente, o auditor deve ter ceticismo profissional, que é a condição de estar alerta em relação às informações, de forma imparcial e independente. Relatório de asseguração Com base nas evidências coletadas, geradas a partir de critérios aplicados na mensuração e avaliação do objeto, o auditor elabora seu relatório de asseguração, que consiste nas conclusões que geram opiniões e são manifestadas de forma escrita. TRABALHO DE ATESTAÇÃO E TRABALHO DIRETO O trabalho de atestação refere-se à mensuração ou avaliação do objeto, de acordo com os critérios definidos, e é realizado por um profissional que não é um auditor independente. Nas situações em que essas atividades são realizadas pelo auditor independente, dizemos que se trata de um trabalho direto. TRABALHO DE ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL E TRABALHO DE ASSEGURAÇÃO LIMITADA O trabalho de asseguração razoável é aquele em que o risco de auditoria é aceitavelmente baixo para que sejam tiradas conclusões para elaboração do relatório. Quanto ao trabalho de asseguração limitada, o auditor independente efetua seutrabalho em um nível considerado aceitável para as condições em que é realizado, todavia, é um nível acima do aceitavelmente baixo. ABRANGÊNCIA DA ESTRUTURA CONCEITUAL Os auditores independentes atuam em trabalhos de asseguração, contemplados na estrutura conceitual, excetuando-se as seguintes situações: consultoria, trabalhos das Normas de Serviços Correlatos e elaboração de declarações de imposto de renda. RELATÓRIO DE TRABALHO QUE NÃO É DE ASSEGURAÇÃO Em trabalhos em que são emitidos relatórios, que não têm como escopo o trabalho de asseguração, o auditor deve atentar para evitar os seguintes pontos: Fazer menção a termos da estrutura conceitual ou norma de asseguração. Usar indevidamente termos correlatos a trabalhos de asseguração. Emitir declaração que possa, erroneamente, ser interpretada como conclusão de uma auditoria. PRECONDIÇÕES PARA O TRABALHO DE ASSEGURAÇÃO Para que os trabalhos de asseguração possam ser realizados na organização, alguns requisitos são imperativos, conforme disposto a seguir: responsabilidades das três partes consideradas adequadas para a auditoria; objeto apropriado; critérios apropriados e disponíveis; evidências coletáveis, a partir da aplicação dos critérios; inclusão das conclusões do auditor no relatório; obtenção de nível apropriado de segurança nos trabalhos de asseguração limitada. ATUAÇÃO DO AUDITOR INDEPENDENTE O auditor independente, na condução dos trabalhos de auditoria, deve seguir a norma NBC TA 200 (R1) – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. Deve-se destacar que a citada norma ressalta diversos aspectos relevantes quanto aos seguintes pontos: OBJETIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE O auditor independente tem definidos os objetivos gerais que devem nortear sua atuação em uma auditoria de demonstrações contábeis, conforme disposto a seguir: obtenção de segurança razoável, relativa às demonstrações contábeis, quanto à ausência de distorções relevantes; emissão de opinião com base em evidências relevantes; critérios apropriados e disponíveis; evidências coletáveis, a partir da aplicação dos critérios; inclusão das conclusões do auditor no relatório; obtenção de nível apropriado de segurança nos trabalhos de asseguração limitada. CONDUÇÃO DA AUDITORIA EM CONFORMIDADE COM AS NORMAS DE AUDITORIA O auditor independente deve atentar para todas as normas de trabalhos de asseguração emitidas pelo CFC que estejam em vigor e que tenham relação com as condições do trabalho de auditoria. A declaração de conformidade com as normas nacionais e internacionais só pode ser realizada após cumprimento das exigências de cada uma delas. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Descrever normas de planejamento de auditoria das demonstrações contábeis, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade PLANEJAMENTO DE AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Neste vídeo, vai ser apresentada uma explicação do planejamento de auditoria das demonstrações contábeis. Por que o planejamento na auditoria de demonstrações contábeis é realizado e qual é o seu objetivo principal? Para definir a estratégia global de condução dos trabalhos e o desenvolvimento do plano de auditoria. Seu principal objetivo é a realização de uma auditoria eficaz. A criação e o desenvolvimento desse planejamento devem ser efetivados com base na norma NBC TA 300 (R1), que trata do planejamento da auditoria de demonstrações contábeis. Recomenda-se que a norma NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria sejam analisadas para fins de melhor compreensão das questões que devem permear o planejamento dos trabalhos de auditoria. A norma NBC TA 200 torna explícita a responsabilidade do auditor na condução dos trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis, de forma alinhada às Normas Brasileiras de Contabilidade e às normas internacionais. A auditoria das demonstrações contábeis tem como objetivo principal proporcionar um sentimento de confiança às partes interessadas no que se refere aos aspectos relevantes de alinhamento das demonstrações contábeis à estrutura de relatório financeiro da organização Nesse trabalho, o auditor almeja alcançar segurança razoável quanto à ausência de distorções relevantes nas demonstrações contábeis como um todo. Na condução da auditoria, o profissional poderá lançar mão de procedimentos normatizados que podem contribuir para se alcançar a segurança almejada e para uma comunicação efetiva. Nas situações em que o auditor entender que não é possível alcançar segurança razoável ou em que sua opinião com ressalva não atender às demandas legais das partes interessadas, ele deve renunciar, se houver previsão legal ou normativa aplicável. Dedicação às áreas mais importantes de auditoria. Identificação e solução de problemas potenciais. Organização do trabalho para maior eficácia e eficiência. Seleção de membros da equipe preparados para gerenciamento de riscos. Membros da equipe alocados adequadamente. Melhor supervisão dos membros da equipe. Revisão dos trabalhos de auditoria. Supervisão de outros auditores e especialistas. ATIVIDADES PRELIMINARES DO TRABALHO DE AUDITORIA Os trabalhos de auditoria devem ser iniciados a partir da realização de atividades que podem contribuir para a avaliação de eventos ou situações que podem impactá-los. Dentre essas atividades, podemos destacar: Execução de procedimentos de controle de qualidade. Avaliação de conformidade com os requisitos éticos e independência. Definição dos termos de trabalho de auditoria. Para que as atividades preliminares de auditoria sejam conduzidas de forma condizente, devem ser observadas as disposições das seguintes normativas: 1. NBC TA 220 (R2) – CONTROLE DE QUALIDADE DA AUDITORIA DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A NBC 220 (R2) trata das questões de controle de qualidade que devem ser conduzidas pelo auditor no processo de trabalho de auditoria das demonstrações contábeis. Ao implementar o controle de qualidade, o auditor deve atentar para que haja segurança razoável quanto a aderências às normas, marcos regulatórios, arcabouço legislativo e geração de relatórios apropriados. Essas questões devem ser definidas pela empresa de auditoria e contemplam políticas, procedimentos e sistemas utilizados no processo de auditoria. 2. NBC TA 210 – CONCORDÂNCIA COM OS TERMOS DO TRABALHO DE AUDITORIA Essa norma delimita os termos do trabalho de auditoria, em relação aos responsáveis pela gestão e pela governança dentro da organização. Esses termos verificam a existência de condições mínimas para realização de uma auditoria e da anuência entre o auditor e as partes interessadas atuantes na gestão e na governança. Com base nas atividades preliminares, pode-se desenvolver as atividades de planejamento da auditoria. ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO Devem ser definidas atividades de planejamento para que sejam estabelecidas as formas de operacionalização dos seguintes instrumentos: estratégia global de auditoria; plano de auditoria. Esses dois instrumentos não são estáticos, isto é, devem ser atualizados em função de mudanças de variáveis que podem ocorrer ao longo do trabalho de auditoria. Agora vamos analisar cada um desses instrumentos. ESTRATÉGIA GLOBAL DE AUDITORIA A estratégia global de auditoria deve definir o escopo, o período e a direção da auditoria. Essas variáveis serão direcionadoras do plano de auditoria, que terá uma abordagem mais detalhada de todos os pontos abordados na estratégia global. Essa estratégia deve contemplar os seguintes requisitos: 1 Identificação das características do trabalho para definição do escopo (alcance) Definição dos objetivos do relatório para subsidiar a definição do período de auditoria e das comunicações 2 3 Identificação e adoção de normativas reguladoras de procedimentos requeridos para o processo de auditoria Identificaçãode fatores orientadores dos esforços da equipe, sob a ótica do auditor 4 5 Análise de resultados das atividades preliminares Definição dos recursos necessários para realização do trabalho, que pode ter áreas de auditorias específicas, demandando especialistas 6 7 Definição de quantitativos de profissionais que irão atuar em áreas específicas Forma de gerenciamento dos recursos 8 PLANO DE AUDITORIA Em que é baseado o plano de auditoria? É baseado na estratégia global, acrescida da natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. Os procedimentos de auditoria são planejados e executados de acordo com o andamento do trabalho. Em complementação, deve-se efetivar a documentação do plano de auditoria, que consiste no registro da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de avaliação de riscos e dos procedimentos adicionais de respostas a esses riscos. O plano de auditoria deve contemplar requisitos requeridos nas seguintes normas: NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e de seu Ambiente A NBC TA 315 trata da natureza, da época e da extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco em uma auditoria. NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e de seu Ambiente A NBC TA 330 trata da natureza, da época e da extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afirmação. Além dessa norma, de acordo com as características do trabalho de auditoria, o auditor deve avaliar a necessidade de utilização de outros procedimentos normatizados. O auditor deve levar em consideração que o planejamento de uma auditoria faz parte de um processo contínuo de acompanhamento que apresenta pontos de intersecção (auditoria atual com a auditoria anterior). De certa forma, alguns procedimentos de auditoria anterior devem ser finalizados antes que se inicie uma nova auditoria. Todavia, o auditor deve ter sensibilidade para averiguar qual a melhor abordagem a ser adotada, sem deixar de analisar os seguintes pontos: Análise dos procedimentos analíticos a serem utilizados na avaliação de risco. Aplicação de procedimentos diversos de avaliação de risco. Determinação da materialidade da auditoria Necessidade de especialistas em determinadas áreas de gestão. Compreensão do ambiente regulatório em que se insere a organização que passará pelo processo de auditoria. DOCUMENTAÇÃO No trabalho de auditoria, o auditor deve elaborar toda a documentação de acordo com a norma NBC TA 230 (R1) – Documentação de Auditoria. No desenvolvimento da documentação, devem ser incluídos a estratégia global de auditoria, o plano de auditoria e todas as alterações significativas que possam impactar o trabalho. A documentação da estratégia global apresenta as questões fundamentais que embasam o desenvolvimento do plano de auditoria. Essa documentação deve apresentar registros adequados que corroborem o relatório de auditoria, assim como evidências de que o processo de trabalho foi realizado de acordo com a legislação vigente e a regulamentação aplicável. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Descrever normas de documentação de auditoria, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA A documentação de auditoria deve seguir a norma NBC TA 230 (R1) – Documentação de auditoria, emitida pelo CFC. Quais as informações devem conter nessa documentação? Essa documentação deve apresentar informações que comprovem o cumprimento do objetivo global da auditoria, conforme definido na norma NBC TA 200, assim como apresentar evidências de que todo o processo seguiu a legislação vigente e as regulamentações aplicáveis. Dentre as aplicações da documentação de auditoria, destacam-se os seguintes pontos: Apoio à equipe de auditoria Suporte ao controle de qualidade Responsabilização de trabalhos A documentação da auditoria deve atender aos seguintes requisitos: Elaboração tempestiva da documentação de auditoria Documentação das evidências e dos procedimentos de auditoria Montagem do arquivo final de auditoria ELABORAÇÃO TEMPESTIVA DA DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA Quais os benefícios da elaboração tempestiva da documentação de auditoria? Colabora para a melhoria da qualidade da auditoria. Outro benefício advindo dessa elaboração é a revisão das evidências e conclusões antes da elaboração final do relatório. Outra vantagem inequívoca é que a documentação realizada durante a execução do trabalho é mais precisa em comparação à documentação realizada ao término da auditoria. DOCUMENTAÇÃO DAS EVIDÊNCIAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Neste vídeo, vamos ver uma explicação da documentação das evidências e procedimentos de auditoria. A documentação relativa às evidências e aos procedimentos de auditoria deve ser clara o suficiente para que um auditor que não tenha participado do trabalho possa assimilar as informações relativas aos seguintes aspectos: natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria; circunstâncias de realização da auditoria; evidências coletadas; procedimentos e respectivos resultados; conclusões da auditoria. Para que a documentação de auditoria seja elaborada com apresentação das informações relativas às evidências e aos procedimentos de auditoria, o auditor deve ater-se aos seguintes aspectos: COMPLEXIDADE DA DOCUMENTAÇÃO Na elaboração da documentação, a forma, o conteúdo e a extensão dependem dos seguintes pontos: tamanho da organização; natureza dos procedimentos; riscos de distorção relevante; e relevância das evidências. TIPOS DOCUMENTAIS A documentação da auditoria pode ser elaborada em papel ou em formato digital e pode contemplar os seguintes tipos documentais, dentre outros: carta de contratação; ofícios e memorandos; atos, portarias e resoluções; listas de verificação; e-mails; plano de auditoria; resumos; informes; e análises. A documentação da auditoria não exime a organização de apresentar os registros contábeis que compõem as demonstrações contábeis. REGISTROS NA DOCUMENTAÇÃO O auditor, na elaboração da documentação, deve realizar o registro dos seguintes pontos: características de identificação de itens e assuntos; responsável pelo trabalho de auditoria; data de execução; discussão de pontos relevantes com os responsáveis pela gestão e governança; tratamento de inconsistências; assuntos que ensejam riscos relevantes; resultados de procedimentos que sinalizam distorções relevantes ou necessidade de revisão da avaliação e respostas aos riscos; informações que podem impactar as conclusões do auditor. DOCUMENTAÇÃO DE EXIGÊNCIA RELEVANTE O auditor independente deve primar pelo alcance dos objetivos gerais, tendo o zelo de fazer cumprir as determinações das normas que regulamentam o processo de auditoria nas organizações. Dessa forma, somente em situações especiais pode-se tornar exceção o alinhamento de requisitos às normas de auditoria. Enquadra-se nessa situação a inexistência de objeto que se alinhe a uma das normativas. CONFORMIDADE DA AUDITORIA A conformidade da auditoria com as normas de regulamentação também deve fazer parte da documentação. Embora a documentação seja uma atividade de relevância em uma auditoria, nem todos os assuntos e julgamentos realizados no transcurso do trabalho devem ser registrados, sob o risco de se tornarem inviáveis o planejamento e a execução dos trabalhos, em função de maior tempo dispendido em atividades de registro documental. MONTAGEM DO ARQUIVO FINAL DE AUDITORIA A montagem do arquivo final de auditoria deve ser realizada com base nas diretrizes e nos procedimentos definidos pela organização, conforme determinado na norma NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes. O arquivo final da documentação do relatório de auditoria deve ser realizado logo após a data do relatório do auditor. Essa geraçãonão implica a operacionalização de novos procedimentos nem novas conclusões. Uma vez finalizado esse arquivo, o auditor não pode apagar as informações antes do término do período legal de guarda de documentos, que não é inferior a cinco anos, contados a partir da data do relatório. ATENÇÃO Em caso de necessidade de alteração da documentação, o auditor deve documentar os motivos que o levaram a promover as modificações, com respectivas datas e os responsáveis por essas alterações. Um dos motivos que podem ensejar alterações é o monitoramento feito por partes interessadas, que podem demandar novas informações. NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO A norma NBC TA 230 (R1) – Documentação de Auditoria apresenta as bases do processo de documentação de auditoria, todavia não esgota o assunto, sendo complementada, de acordo o apêndice da mesma norma, pelos itens das seguintes normas: 1 NBC TA 210 (R1) – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria, itens 10 a 12; NBC TA 220 (R2) – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis, itens 24 e 25; 2 3 NBC TA 240 (R1) – Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis, itens 44 a 47; NBC TA 250 – Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis, item 29; 4 5 NBC TA 260 (R2) – Comunicação com os Responsáveis pela Governança, item 23; NBC TA 300 (R1) – Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis, item 12; 6 7 NBC TA 315 (R1) – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente, item 32. NBC TA 320 (R1) – Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria, item 14; 8 9 NBC TA 330 (R1) – Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados, itens 28 a 30; NBC TA 450 (R1) – Avaliação das Distorções Identificadas Durante a Auditoria, item 15; 10 11 NBC TA 540 (R2) – Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo, e Divulgações Relacionadas, item 39; NBC TA 550 – Partes Relacionadas, item 28; 12 13 NBC TA 600 (R1) – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes, item 50; NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna, itens 36 e 37; 14 15 NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações, item 25. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 4 Descrever normas de elaboração de relatórios de auditoria, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade RELATÓRIOS DE AUDITORIA No vídeo a seguir, vamos ver a importância e uma explicação dos relatórios de auditoria. O relatório de auditoria é a apresentação do resultado da auditoria, expresso em forma de opinião do auditor, a partir de conclusões baseadas nas evidências coletadas. Essas evidências originam-se da mensuração e avaliação do objeto de auditoria, de acordo com critérios apropriados. NORMA NBC TA 700 Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis, emitida pelo CFC, normatiza o processo de formação de opinião do auditor independente e a forma de emissão de seu relatório. NORMA NBC TA 200 Também se recomenda que seja lida na elaboração do relatório de auditoria – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. Nessa abordagem da norma, ressaltam-se os pontos “Formação de opinião” e “Relatório de auditoria”. FORMAÇÃO DE OPINIÃO A partir do relatório financeiro da organização, o auditor deve formar sua opinião quanto às demonstrações contábeis decorrentes. Para essa atividade, deve considerar se foram atendidos os seguintes pontos: NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO A norma NBC TA 230 (R1) – Documentação de Auditoria apresenta as bases do processo de documentação de auditoria, todavia não esgota o assunto, sendo complementada, de acordo o apêndice da mesma norma, pelos itens das seguintes normas: 1 A conclusão do auditor obtida de acordo com evidências suficientes e apropriadas; Análise da relevância das distorções não corrigidas; 2 3 Aderência das diretrizes e das demonstrações contábeis à estrutura do relatório financeiro; Análise dos aspectos qualitativos das diretrizes contábeis; 4 5 Divulgação adequada das diretrizes contábeis; Estimativas contábeis razoáveis; 6 7 Demonstrações contábeis relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis; Terminologia adequada nas demonstrações contábeis; 8 9 Apresentação adequada das demonstrações contábeis; Demonstrações contábeis que referenciam a estrutura do relatório financeiro 10 FORMA DA OPINIÃO A opinião do auditor independente pode ser feita na forma não modificada ou na forma modificada. A forma não modificada é utilizada quando existe uma aderência, em relação aos pontos considerados relevantes, das demonstrações contábeis com a estrutura do relatório financeiro. De acordo com a norma NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente, o auditor deve apresentar sua opinião de forma modificada nas seguintes situações: SITUAÇÃO 1 As demonstrações contábeis como um todo apresentam distorções relevantes. SITUAÇÃO 2 Não há evidências relevantes que indiquem demonstrações contábeis como um todo sem distorções relevantes. Em caso de necessidade de mudança de opinião, o auditor deve debater essa questão com os responsáveis pela gestão e governança da organização. RELATÓRIO DE AUDITORIA O relatório do auditor independente deve contemplar as informações referentes aos tópicos apresentados na figura a seguir: Figura: Relatório de auditoria. Vamos analisar agora cada tópico do relatório: TÍTULO Indicação do relatório do auditor. DESTINATÁRIO Indicação das partes interessadas que receberão o relatório. OPINIÃO Inclusão da opinião do auditor acrescida das seguintes informações: identificação da organização auditada com informação expressa de auditoria realizada, identificação das seções que compõem o relatório, indicação das notas explicativas, resumo das diretrizes contábeis e período das demonstrações contábeis. BASE PARA OPINIÃO Essa seção deve apresentar as seguintes informações: declaração de auditoria realizada em conformidade com as normas de auditoria, responsabilidades do auditor, declaração de atuação independente do auditor e declaração de evidências suficientes e apropriadas para emissão de opinião. Vamos analisar agora cada tópico do relatório: CONTINUIDADE OPERACIONAL Se for o caso, deve-se apresentar informações sobre continuidade operacional, conforme norma NBC TA 570 – Continuidade Operacional. PRINCIPAIS ASSUNTOS Devem ser elencados os principais assuntos abordados na auditoria, de acordo com a norma NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente OUTRAS INFORMAÇÕES Em caso de necessidade de apresentação de outras informações, o auditor deve seguir a norma NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações. RESPONSABILIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PELAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Devem ser explicitados os responsáveis pelas demonstrações contábeis, pela avaliação de continuidade operacional e pela coordenação da elaboração de relatórios financeiros. RESPONSABILIDADES DO AUDITOR O auditor deve elencar as responsabilidades que são de sua alçada, abordando os seguintes quesitos: 1 Busca de segurança razoável das demonstrações contábeis como um todo. Entendimento de que detecção de distorção relevante não é consequência de segurança razoável. 2 3 Entendimento de que distorções relevantes podem ser decorrentes de fraudes e erro; Emissão de relatório de auditoria. 4 5 Exercício do ceticismo profissional. Identificação, avaliação e respostas aos riscos de auditoria. 6 7 Busca de evidências para formação de opinião. Planejamento de procedimentos de auditoria, com base nos controles internos. 8 9 Avaliação da adequação das diretrizes contábeis.Avaliação das comunicações da gestão e governança. 10 11 Avaliação da continuidade operacional. Comunicação com as partes interessadas. 12 NOME DO SÓCIO OU RESPONSÁVEL TÉCNICO O relatório deve conter o nome do sócio ou do responsável técnico pelas demonstrações contábeis. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES DO AUDITOR A assinatura, o endereço e a data de emissão do relatório do auditor devem constar no relatório. INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES Em caso de inserção de informações suplementares, o auditor deve avaliar se o teor dessas informações faz parte das demonstrações contábeis. Se for o caso, deve tecer considerações sobre elas em sua opinião. ATENÇÃO No caso de essas informações não fazerem parte das demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar alterações para que essas informações sejam apresentadas, de forma clara, dissociadas das demonstrações contábeis. Em caso de recusa para efetuar essa alteração, deve inserir informação em seu relatório explicando que as informações suplementares não fazem parte do escopo de auditoria. RELATÓRIO DE AUDITORIA E DEMAIS NORMAS O relatório de auditoria é elaborado em conformidade com a norma NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis, entretanto outras normas emitidas pelo CFC também impactam a elaboração do relatório, conforme disposto a seguir: NBC TA 200 Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. NBC TA 320 Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria. NBC TA 330 Resposta do Auditor aos Riscos Avaliados. NBC TA 450 Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria. NBC TA 570 Continuidade Operacional. NBC TA 600 Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, incluindo o Trabalho dos Auditores dos Componentes. NBC TA 701 Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório do Auditor Independente. NBC TA 705 Modificações na Opinião do Auditor Independente. NBC TA 706 Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente. NBC TA 720 Responsabilidade do Auditor em Relação a Outras Informações. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, tivemos oportunidade de conhecer diversas normas que dão suporte ao desenvolvimento de trabalhos de asseguração realizados por meio de uma auditoria externa. Essas normas foram editadas pelo CFC e regulamentam a ação de auditoria no Brasil. As normas de auditoria externa nas organizações foram contextualizadas com a Estrutura Conceitual de Trabalhos de Asseguração. Com base nessa estrutura, foram apresentadas as normas que regulamentam o planejamento de auditoria, com suas tratativas preliminares, atividades de planejamento, estratégia global e plano de auditoria. De forma complementar, apresentamos também as normas de documentação e elaboração de relatórios de auditoria, complementadas por normas editadas pelo CFC para dar suporte aos trabalhos de asseguração requeridos pela auditoria externa. PODCAST Agora, o especialista vai fazer um resumo do que vimos ao longo dos módulos, detalhando as seguintes questões: auditoria externa; planejamento de auditoria das demonstrações contábeis; documentação de auditoria e relatórios de auditoria. REFERÊNCIAS ARAÚJO, I. P. S. Introdução à auditoria operacional. Rio de Janeiro: FGV, 2001. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 200 (R1): Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com as normas de auditoria. Consultado na internet em 6 abr. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TI 01: Da Auditoria Interna. Consultado na internet em 6 abr. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC PA 01: Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes. Consultado na internet em 6 abr. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC PG 100, de 21 de novembro de 2019. Dispõe sobre o cumprimento do código, dos princípios fundamentais e da estrutura conceitual. Consultado na internet em 6 abr. 2021. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das melhores práticas de governança corporativa, 2009. Consultado na internet em: 6 abr. 2021. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da administração pública. Versão 2. Brasília: TCU, Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, 2014. Consultado na internet em: 6 abr. 2021. EXPLORE+ Acesse os sites: do Conselho Federal de Contabilidade para maior compreensão das normas de auditoria interna e auditoria independente; de Contas da União para maior compreensão da governança pública, e; do Tribunal de Contas da União para maior compreensão das normas que regem a auditoria na administração pública. CONTEUDISTA Pedro Hikaru Oishi CURRÍCULO LATTES
Compartilhar