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Processo seletivo medicina 1o semestre de 2018 002. Prova ii confira seus dados impressos neste caderno. assine com caneta de tinta azul ou preta a Folha de respostas apenas no local indicado. esta prova contém 40 questões objetivas e uma proposta de redação. Para cada questão, o candidato deverá assinalar apenas uma alternativa na Folha de respostas, utilizando caneta de tinta azul ou preta. as provas terão duração total de 5h e o candidato somente poderá sair do prédio depois de transcorridas 3h30, contadas a partir do início da prova. os últimos três candidatos deverão se retirar juntos da sala. ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de respostas, a Folha de redação e os cadernos de Questões. 20.10.2017 nome do candidato Prédio sala carteirainscriçãorG 312334 2uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde 3 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde Leia o trecho do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para responder às questões de 01 a 04. Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; e era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era boni- ta, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misterio- sos; muita preguiça e alguma devoção, – devoção, ou talvez medo; creio que medo. Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida; era aquilo com dezesseis anos. (Memórias póstumas de Brás Cubas, 2008.) QUESTÃO 01 No texto, o narrador faz (A) um elogio aos escritores românticos, que sabiam ponde- rar as virtudes e os defeitos das pessoas reais. (B) um elogio aos escritores românticos e a sua tendência a valorizar a infância e a juventude. (C) um elogio aos escritores românticos e suas descrições detalhadas das características da mulher amada. (D) uma crítica aos escritores românticos, que se preocupa- vam mais com o virtuosismo da forma que com o conteúdo de seus textos. (E) uma crítica aos escritores românticos, que idealizavam seus personagens, ocultando suas imperfeições. QUESTÃO 02 Ao caracterizar Virgília como “cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação” (1o parágrafo), o narrador sugere que a personagem era (A) volúvel. (B) enigmática. (C) atraente. (D) perversa. (E) solidária. QUESTÃO 03 “muita preguiça e alguma devoção, – devoção, ou talvez medo; creio que medo.” (1o parágrafo) Nesse trecho, o narrador (A) esconde seus pensamentos, limitando-se a uma descri- ção objetiva da personagem. (B) mostra-se vacilante, como se sua opinião fosse se cons- truindo à medida que a narrativa avança. (C) revela-se determinado, deixando claro que não desviará de seu plano narrativo. (D) apresenta-se confuso, como se reconhecesse o caráter falso da descrição que faz da personagem. (E) critica a si mesmo, notando o quão frequentemente são imprecisas suas palavras. QUESTÃO 04 “mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não” (1o parágrafo) Na oração centrada no verbo destacado, a expressão “nenhuma sarda ou espinha” exerce função sintática de (A) sujeito. (B) objeto indireto. (C) predicativo do objeto. (D) predicativo do sujeito. (E) objeto direto. 4uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 07 “55% do que você comunica quando fala provém da sua linguagem corporal, 38% do seu tom de voz e míseros 7% das palavras que você escolhe.” (1o parágrafo) A figura de linguagem que ocorre no trecho destacado é (A) a silepse – a concordância entre os termos da frase é feita em função das ideias expressas e não das formas gramaticais. (B) o pleonasmo – uma informação é reiterada desnecessa- riamente ou para reforçar o entendimento. (C) a hipérbole – uma ideia é expressa de maneira exagera- da, a fim de que seja enfatizada. (D) o polissíndeto – a união dos segmentos de texto é feita pelo uso reiterado de conjunções. (E) a zeugma – um termo da frase é omitido, mas pode ser recuperado a partir do contexto. Leia o texto de Pierre Clastres para responder às questões de 08 a 10. A teoria etnológica1 oscila entre duas ideias, opos- tas e no entanto complementares, do poder político: para uma, as sociedades primitivas são, no limite, desprovidas em sua maioria de qualquer forma real de organização política; a ausência de um órgão claro e efetivo do poder levou a que se recusasse a própria função desse poder a essas sociedades, a partir de então tidas como estagnadas em uma etapa histórica pré-política ou anárquica. Para a segunda, ao contrário, uma minoria entre as sociedades primitivas ultrapassou a anarquia primordial para chegar a esse modo de ser, o único autenticamente humano, do grupo: a instituição política; mas vê-se então a “falta”, que caracterizava a massa das sociedades, converter-se aqui em “excesso”, e a instituição perverter-se em despotismo ou tirania. Tudo se passa então como se as sociedades primitivas estivessem colocadas diante de uma alternativa: ou a falta da instituição e o seu horizonte anárquico, ou o excesso dessa mesma instituição e o seu destino despó- tico. Mas essa alternativa é na verdade um dilema, pois, aquém ou além da verdadeira condição política, é sempre esta última que escapa ao homem primitivo. E é na certeza do fracasso quase inevitável, ao qual a etnologia incipiente condenava ingenuamente os não ocidentais, que se des- cobre essa complementaridade dos dois extremos, ambos concordando entre si, um pelo excesso, o outro pela falta, em negar a “justa medida” do poder político. (A sociedade contra o Estado, 2013.) 1 etnologia: disciplina que estuda as diferentes sociedades humanas. Leia o texto de Brian Christian para responder às questões de 05 a 07. A linguagem é uma coisa singular. Os especialistas em comunicação vivem mencionando a “regra 7-38-55”: 55% do que você comunica quando fala provém da sua linguagem corporal, 38% do seu tom de voz e míseros 7% das palavras que você escolhe. No entanto, são esses 7% que podem ser usados con- tra você em um tribunal: em termos legais, somos julgados segundo nossa enunciação muito mais do que por nosso tom ou nossa postura – coisas que podem falar mais alto do que palavras, porém são muito mais difíceis de transcrever ou registrar. Analogamente, é mais difícil defender-se da acusação de empregar certa palavra que de usar determi- nado tom. (O humano mais humano, 2013. Adaptado.) QUESTÃO 05 Segundo a regra “7-38-55”, (A) uma pequena parcela do que se comunica no ato de fala é resultado das palavras utilizadas. (B) as ideias mais complexas não podem ser comunicadas apenas por palavras. (C) o domínio da linguagem corporal é indispensável para uma comunicação eficiente. (D) o tom de voz é mais difícil de registrar que as palavras ditas por uma pessoa. (E) a linguagem dos especialistas em comunicação é, em grande parte, não verbal. QUESTÃO 06 “Os especialistas em comunicação vivem mencionando a ‘regra 7-38-55’” (1o parágrafo) No trecho, o verbo “viver” é utilizado para indicar algo que (A) os especialistas não conseguem evitar. (B) os especialistas fazem sem pensar. (C) é habitualmente feito pelos especialistas. (D) é a razão de existir dos especialistas. (E) os especialistas consideram um conhecimento banal. 5 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 11 Sete alunos formam uma roda e vão brincar do jogo do “pim”. Nesse jogo, oprimeiro a jogar dirá um número qual- quer que não seja múltiplo de 4 e cada jogador seguinte na roda, sucessivamente, dirá “pim”, caso o sucessor do último número dito seja múltiplo de 4 ou, caso contrário, dirá o sucessor do número dito ou do número substituído por “pim” pelo jogador anterior. Por exemplo, se o primeiro número a ser dito for 2, o jogo continuará com 3, “pim”, 5, 6, 7, “pim”, 9, 10, 11, “pim”, 13… e assim sucessivamente até alguém errar. André está nessa roda e será o segundo a jogar. Se o primeiro a jogar disser 13 e ninguém errar, na 20a vez que André falar ele dirá (A) pim. (B) 147. (C) 133. (D) 134. (E) 146. QUESTÃO 12 Juliana ganhou 6 ingressos para um parque e decidiu que, além dela, sua irmã também ficará com um ingresso. Os demais ingressos ela irá sortear entre 8 amigas, sendo ape- nas 1 ingresso para cada sorteada. O número de maneiras distintas que os ingressos sorteados poderão ser distribuí- dos para as amigas é igual a (A) 126. (B) 28. (C) 140. (D) 70. (E) 56. QUESTÃO 08 A “‘justa medida’ do poder político”, citada no fim do texto, ocorreria quando (A) um poder central fosse forte, agisse para obter vantagens próprias, mas sem contrariar os interesses coletivos. (B) uma sociedade organizada surgisse naturalmente, sem intervenção despótica, a partir da vida selvagem humana original. (C) uma sociedade fosse organizada o suficiente a ponto de não precisar de um poder político organizador. (D) um poder político fosse presente o suficiente para orga- nizar a sociedade, mas não tanto que abusasse de sua autoridade. (E) um poder atendesse aos interesses dos membros da so- ciedade, mas sem se constituir institucionalmente. QUESTÃO 09 “A teoria etnológica oscila entre duas ideias, opostas e no entanto complementares,” A expressão “no entanto” é empregada (A) para reforçar a informação de que, neste caso, as ideias não serão opostas. (B) porque, como normalmente é esperado, neste caso as ideias opostas não serão complementares. (C) porque, ao contrário do que é normalmente esperado, neste caso as ideias opostas serão também complemen- tares. (D) para explicar que ideias opostas não podem ser comple- mentares, a não ser neste caso. (E) para informar que, neste caso, as ideias serão opostas, mas não complementares. QUESTÃO 10 “Mas essa alternativa é na verdade um dilema, pois, aquém ou além da verdadeira condição política, é sempre esta última que escapa ao homem primitivo.” No contexto em que está inserida, a oração destacada expressa ideia de (A) condição. (B) explicação. (C) adição. (D) consequência. (E) conclusão. 6uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 15 Uma reta r intersecta a reta s: y = – 3x + 5 no ponto de abscis- sa –2 e a reta t: y = 2x – 6 no ponto de abscissa 4, conforme mostra a figura. x s r y t –2 4 fora de escala A reta r intersecta o eixo y no ponto de ordenada (A) 7. (B) 6. (C) 6,5. (D) 8. (E) 7,5. QUESTÃO 16 O gráfico de uma função quadrática é uma parábola, cujo vértice tem ordenada 5, que cruza o eixo y no ponto de orde- nada 8. Essa função (A) tem duas raízes positivas. (B) tem uma raiz positiva e uma raiz negativa. (C) não tem raiz real. (D) tem duas raízes negativas distintas. (E) tem duas raízes negativas iguais. QUESTÃO 13 Uma urna contém 10 bolas numeradas de 1 a 10. Uma bola é retirada aleatoriamente da urna, seu número é anotado, e a bola é devolvida à urna. Uma segunda bola é retirada e seu número é somado ao número da bola anterior. A probabilida- de de a soma encontrada ser igual a 6 é (A) (B) (C) (D) (E) QUESTÃO 14 A soma das idades de 3 irmãos é igual a 29 anos. O irmão mais velho nasceu 6 anos antes do irmão mais novo. A soma das idades dos dois irmãos mais velhos é 1 ano a mais do que o triplo da idade do irmão mais novo. A idade do irmão do meio é (A) 8 anos. (B) 10 anos. (C) 7 anos. (D) 9 anos. (E) 11 anos. 20 1 15 1 50 3 30 1 20 3 7 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 17 Na figura, o quadrado ABCD e o triângulo isósceles ADE têm a mesma área de 16 cm2. A B C D E F O comprimento do segmento EF, que forma ângulo reto com o lado BC, vale (A) 16 cm. (B) 10 cm. (C) 8 cm. (D) 14 cm. (E) 12 cm. QUESTÃO 18 A medida da aresta interna de um reservatório na forma de cubo é 1,2 m. Considerando 1 m3 = 1 000 L, se esse reserva- tório estiver vazio, o menor número de baldes de água, com capacidade de 20 L, necessário para encher completamente esse reservatório é (A) 89. (B) 87. (C) 88. (D) 86. (E) 90. QUESTÃO 19 Em uma classe, a média das alturas dos alunos é igual a 167 cm. Um novo aluno, de 195 cm de altura, foi matriculado nessa classe e a média das alturas dos alunos passou a ser 168 cm. O número de alunos dessa classe, após a entrada do novo aluno, é (A) 31. (B) 29. (C) 30. (D) 28. (E) 32. QUESTÃO 20 Do total de funcionários de uma empresa, 20% terão férias de inverno. Do total de funcionários que terão férias de inverno, 25% são homens e 126 são mulheres. O total de funcionários dessa empresa é (A) 840. (B) 810. (C) 850. (D) 820. (E) 830. QUESTÃO 21 O conceito de terceirização tem estreita relação com a dinâmica de produção industrial, tendo sido concebido para atender a uma necessidade conjuntural específica do mer- cado japonês após a Segunda Guerra Mundial. Essa técni- ca de gestão permite à empresa controlar os custos fixos de produção e administrar os riscos da atividade econômica em função das flutuações do mercado consumidor, que pode ser afetado por crises financeiras. (http://diplomatique.org.br. Adaptado.) A terceirização é uma característica do modelo industrial denominado (A) Fordismo, cuja produção se realiza por linhas de mon- tagem. (B) Taylorismo, cuja produtividade ocorre segundo as econo- mias de escala. (C) Just-in-time, cujo almoxarifado exige processos complexos. (D) Tecnopolo, cuja produção de inovações é concentrada. (E) Toyotismo, cuja produtividade está associada à demanda. 8uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 22 É um dos instrumentos básicos da política urbana previsto na Constituição Federal. Altamente recomenda- do para todos os municípios brasileiros e obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes; integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas; integran- tes de áreas de especial interesse turístico; ou inseridas em área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental. (http://institutosoma.org.br. Adaptado.) O instrumento de política urbana tratado no excerto é (A) a Hierarquia Urbana, que estabelece uma rede de influên- cia de diferentes serviços públicos e de infraestrutura. (B) a Região Metropolitana, que integra socioeconomica- mente municípios e parques intermunicipais. (C) o Estatuto da Cidade, que regulariza a posse de imóveis e organiza a ocupação em áreas irregulares. (D) o Plano Diretor, que estabelece diretrizes para o desenvol- vimento socioeconômico e para a preservação ambiental. (E) o Orçamento Participativo, que permite a expansão da construção de condomínios fechados e indústrias de capital estrangeiro. QUESTÃO 23 Os Alpes Suíços correspondem a uma grande cadeia orogê- nica formada pela movimentação de placas tectônicas no iní- cio do período Terciário. Assinale a alternativa que apresenta a classificação dessa estrutura geológica. (A) Dobramentos modernos. (B) Talude continental. (C) Plataforma continental. (D) Bacias sedimentares. (E) Escudos cristalinos. QUESTÃO 24 A neve que caiu sobre a Antártida há milhares de anos ainda está lá soterrada, pois não derreteu desde então. Se a neve for escavada e trazida para a superfície, é possível cortar o gelo em fatias, determinar sua idade, e recuperar os gases que estavam na atmosfera há milhares de anos. Os cilindros de gelo escavados são chamados de “testemunho” e são extremamente valiosos como fonte de informaçãosobre o clima na Terra no passado. (www.usp.br/qambiental. Adaptado.) É correto afirmar que, nos séculos XX e XXI, a concentração de CO2 armazenado no gelo da Antártida (A) aumentou, promovendo a redução da quantidade de vapor na atmosfera. (B) diminuiu, prejudicando o processo de transpiração da vege- tação global. (C) aumentou, prejudicando a irradiação de calor para fora da atmosfera. (D) diminuiu, favorecendo a absorção dos raios solares em superfície. (E) aumentou, favorecendo o aumento da salinidade oceânica. QUESTÃO 25 400 420 416 400 456 2 0 m Equidistância vertical 2 0 m416 420 440 432 440 456 432x x (www.ibge.gov.br) A imagem permite afirmar que o método utilizado para repre- sentar o relevo emprega (A) isóbatas, constituídas por linhas que unem pontos com as mesmas profundidades no relevo. (B) curvas de nível, constituídas por linhas imaginárias que interligam pontos de mesma altitude. (C) planimetria, uma técnica de representação de um relevo tridimensional em um plano. (D) fotogrametria, uma técnica de medição da superfície com o auxílio de fotografias métricas. (E) hipsometria, uma técnica de cromatismo que diferencia a altitude encontrada no relevo. QUESTÃO 26 Em Esparta, apesar da limitação da cidadania a um pequeno grupo — os espartíatas —, as regras coletivas imperavam sobre as decisões individuais, tanto quanto em Atenas. A diferença é que nenhum espaço havia para o indivíduo, que nem mesmo construía uma vida social em sua própria casa, restando-lhe as comunidades organiza- das pelo Estado (sissítias), onde se realizavam as refei- ções comunitárias. (Teresa Van Acker. Grécia: a vida cotidiana na cidade-Estado, 2003.) Ao comparar Esparta e Atenas, o texto destaca (A) o contraste entre o individualismo liberal dos atenienses e o coletivismo socialista dos espartanos. (B) a distinção entre a democracia direta ateniense e a democracia representativa espartana. (C) o desenvolvimento, nas duas cidades, de organismos de assistência social para comunidades carentes. (D) a valorização, nas duas cidades, da família como funda- mento da ordem e da dinâmica sociais. (E) o prevalecimento, nas duas cidades, dos interesses coletivos sobre os interesses individuais. 9 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 27 O Exclusivo Metropolitano do Comércio Colonial, que vigorou durante a colonização portuguesa do Brasil, definia (A) a subordinação política da colônia à burguesia comercial da metrópole, que indicava os donatários e governadores gerais. (B) a restrição nas relações comerciais da colônia e da metrópole, que só podiam realizar operações de com- pra e venda entre si. (C) a prioridade das companhias de comércio portuguesas na compra dos produtos agrícolas e dos minérios coloniais. (D) a norma que restringia as parcerias comerciais da colônia aos demais países americanos. (E) a limitação dos negócios externos da colônia, que só podia comercializar suas mercadorias com representan- tes da metrópole. QUESTÃO 28 A cidade ressurge da revolta irreconhecível. Calçamen- tos revolvidos, casas ruídas, janelas estilhaçadas, portas arrombadas, trilhos arrancados, restos de bondes, carros e carroças calcinados nas ruas, crateras de dinamite e petar- dos, ruínas de prédios incendiados, lâmpadas quebradas, postes, bancas, relógios e estátuas arrancadas, trinchei- ras improvisadas dos mais variados materiais, barreiras de arame farpado, perfurações de bala por toda parte, man- chas de sangue, cavalos mortos, cinzas fumegantes. (Nicolau Sevcenko. A Revolta da Vacina, 2010.) O texto expõe as condições do Rio de Janeiro após a Revolta da Vacina, em 1904. Sobre essa revolta, é correto afirmar que (A) derivou da ação de setores políticos arcaicos, que con- trolavam as tropas e as embarcações navais e tentavam impedir a aplicação das leis de vacinação obrigatória da população da cidade. (B) adveio da intervenção armada do exército na cidade, que assumiu o controle do Estado e determinou a imediata demolição das moradias populares, consideradas focos rebeldes. (C) estava associada a um projeto de reurbanização da cida- de, envolveu trabalhadores e militares e sofreu violenta repressão, que contou, inclusive, com o bombardeio da cidade. (D) foi liderada pelos sindicatos dos trabalhadores portuários, que concentraram suas ações rebeldes na área litorânea e impediram que a violência atingisse o centro da cidade. (E) resultou da exigência, por parte da população pobre da cidade, de regulamentação sanitária e de ampliação dos serviços de atendimento público e prevenção de doenças. QUESTÃO 29 Leia o fragmento de uma carta do militar italiano Paolo Monelli, sobre seu envolvimento na Primeira Guerra Mundial. Esta é a guerra. Não o risco de morrer, não a granada detonada que nos cega, mas a sensação de ser uma mario- nete nas mãos de um titereiro desconhecido, e este senti- mento às vezes esfria o coração de tal maneira que é como se a morte já tivesse feito o seu papel. Estamos presos às trincheiras até recebermos ordem de deixá-las, presos ao perigo iminente e ao destino marcado com o número de nosso pelotão ou o nome de nossa trincheira. (Apud Peter Englund. A beleza e a dor, 2014. Adaptado.) O fragmento mostra, pelo ponto de vista de um (A) soldado, a percepção da distância entre a brutalidade dos campos de batalha e os interesses políticos que levaram as potências europeias à luta. (B) soldado, a aceitação da importância de cumprir as ordens emitidas pelos líderes políticos que possuíam uma visão de conjunto do conflito. (C) soldado, a determinação em defender seu país e apoiar o avanço das tropas de infantaria contra as linhas e as baterias dos inimigos. (D) comandante, a valorização das ações heroicas que os soldados desenvolviam durante os conflitos ocorridos nos campos de batalha. (E) comandante, a identificação dos erros estratégicos pro- vocados pelas ordens de dirigentes políticos que desco- nheciam os campos de batalha. QUESTÃO 30 A Operação Condor, formalizada no final de 1975, reuniu Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai numa aliança (A) de caráter público, que tinha a finalidade de articular as intervenções políticas anti-norte-americanas dos gover- nos desses países. (B) de caráter secreto, que tinha a finalidade de coordenar as ações repressivas contra oposicionistas aos governos desses países. (C) de caráter diplomático, que tinha a finalidade de unificar as representações desses países em organismos inter- nacionais. (D) de caráter comercial, que tinha a finalidade de eliminar as barreiras alfandegárias e tributárias do comércio entre esses países. (E) de caráter econômico, que tinha a finalidade de ampliar a colaboração entre esses países na luta contra a crise inflacionária. 10uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde Leia o texto para responder às questões de 31 a 35. Barrier reef suffers huge coral loss Australia’s Great Barrier Reef lost nearly a third of its corals in the past year, officials have said. Coral “bleaching” has led to widespread coral decline and habitat loss on the world’s largest coral reef system. Surveys show that 29% of corals died in 2016, greater than the figure of 22% projected in mid-2016. The worst-hit area was near Port Douglas, where 70% of shallow water corals died, but there was a recovery of corals in the south of the reef. Great Barrier Reef Marine Park Authority chairman Russell Reichelt said: “As has been the case with reefs across the world, the Great Barrier Reef has experienced significant and widespread impacts over the last two years. We’re very concerned about what this means for the Great Barrier Reef itself and what it means for the communities and industries that depend on it.” Bleaching occurs when the algae living on coral is expelled due to stress caused by extreme, sustained changes in temperature. This turns the coral white. In 2017, further coral die-offsare expected from the second year of bleaching in a row, and the impacts of tropical cyclone Debbie, the officials said. (www.bbc.com, 30.05.2017. Adaptado.) QUESTÃO 31 No trecho do primeiro parágrafo “lost nearly a third of its corals”, o termo em destaque indica (A) intensidade. (B) lugar. (C) exclusão. (D) tempo. (E) ordem. QUESTÃO 32 According to the first paragraph, the huge coral loss occured due to the (A) worst-hit area. (B) shallow water corals. (C) coral reef system. (D) coral “bleaching”. (E) south of the reef. QUESTÃO 33 In the excerpt from the second paragraph “We’re very concerned”, the word in bold can be replaced, without changing the meaning of the sentence, by (A) comforted. (B) happy. (C) worried. (D) delighted. (E) pleased. QUESTÃO 34 According to the excerpt from the second paragraph “what it means for the communities and industries”, the word in bold refers to (A) the case with reefs across the world. (B) the Great Barrier Reef itself. (C) what the communities and industries need. (D) the impacts the reef has suffered over time. (E) the recovery of corals in the south of the reef. QUESTÃO 35 De acordo com o terceiro parágrafo, em 2017, (A) o ecossistema não será impactado pelo ciclone tropical. (B) as temperaturas do ecossistema permanecerão estáveis. (C) as mortes de corais diminuirão significativamente. (D) o branqueamento deixará de afetar o ecossistema de corais. (E) as mortes de corais continuarão ocorrendo. QUESTÃO 36 Ao participar de uma corrida de 10 km, Paulo pretendia con- cluir o percurso em 1,0 h. Após percorrer 5,0 km, ele notou que já havia corrido por 35 min. Para concluir a corrida no tempo previsto, Paulo teve que manter, nos 5 km restantes, uma velocidade média de (A) 10 km/h. (B) 12 km/h. (C) 11 km/h. (D) 17 km/h. (E) 15 km/h. 11 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde QUESTÃO 37 Partindo do repouso, a uma altura de 16 m em relação ao solo, uma pessoa escorrega por um toboágua. Considerando o módulo da aceleração gravitacional igual a 10 m/s2 e que a energia mecânica se conserve durante o deslocamento, quando a pessoa tiver velocidade de 10 m/s, estará, em rela- ção ao solo, a uma altura de (A) 6,0 m. (B) 5,0 m. (C) 11 m. (D) 13 m. (E) 8,0 m. QUESTÃO 38 Para preparar um chá, uma pessoa aqueceu certa massa de água de 20 ºC até 80 ºC, como indica o gráfico. 0 80 20 4,5 t (min) T(ºC) Considerando o calor específico da água igual a 1,0 cal/g · oC, que a taxa de absorção de calor pela água tenha sido constante no decorrer do tempo e de valor 4,0 × 103 cal/min e despre- zando as perdas de calor para o meio, é correto afirmar que a massa de água aquecida foi (A) 300 g. (B) 200 g. (C) 140 g. (D) 250 g. (E) 380 g. QUESTÃO 39 Observe a tira. Turma da Mônica Mauricio de Sousa O ESPELHO NÃO MENTE! QUEM É GORDUCHA?! REPETE!!DEIXAVER COMO EU FIQUEI! © M A U R IC IO D E S O U S A P R O D U Ç Õ E S – B R A S IL (O Estado de S.Paulo, 25.06.2017.) Considerando que o espelho seja plano e vertical e que Mônica se aproxima do espelho com velocidade v, sua imagem se aproxima do espelho com velocidade (A) 2v e o tamanho da imagem não se altera. (B) v e o tamanho da imagem não se altera. (C) 2v e o tamanho da imagem aumenta. (D) 2v e o tamanho da imagem diminui. (E) v e o tamanho da imagem aumenta. QUESTÃO 40 Em uma residência, um chuveiro elétrico de potência 4 000 W é usado quatro vezes por dia. Sabendo que em trinta dias esse chuveiro consumiu 80 kWh de energia elétrica, o tempo médio de cada uso do chuveiro foi (A) 10 min. (B) 12 min. (C) 14 min. (D) 8,0 min. (E) 15 min. 12uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde Redação TexTo 1 No Brasil, a legalização dos jogos de azar – tais como bingos, cassinos, jogo do bicho, apostas eletrônicas, corrida de cavalos – parece mais próxima que nunca. No entanto, ainda há muita controvérsia e vozes discordantes sobre o assunto na sociedade brasileira. Enquanto uns defendem e acham ser um passo à frente como em tantos outros países do mundo, há ainda quem sinta receio por dar liberdade a atividades criminosas. (“Legalização de jogos de azar no Brasil ainda sem consenso”. www.brasil247.com, 10.04.2017. Adaptado.) TexTo 2 Olavo Sales da Silveira, presidente da Associação Brasileira de Bingos, é a favor da legalização dos jogos de azar. Leia sua entrevista a seguir. ÉPOCA – Jogos de azar devem ser liberados no Brasil? Olavo Sales da Silveira – Sim. Proibir os jogos está em desacordo com a maior parte do mundo. Entre os países do G20, 90% autoriza esse tipo de jogo e 75% dos países da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovam os jogos. Países que proíbem esses jogos estimulam o submundo do crime a dominar essa atividade e deixam de gerar novos empregos para a economia. ÉPOCA – É possível fiscalizar o dinheiro arrecadado com os jogos? O Brasil está preparado para isso? Silveira – A atividade do jogo pode ser realizada por meios eletrônicos. Vários países que legalizaram os jogos têm sistemas ligados diretamente aos órgãos de controle. O jogo bem regulado não é berço de crime. Corrupção e lavagem de dinheiro podem ser feitas em qualquer tipo de atividade econômica, seja num banco ou numa galeria de arte. Fala-se muito em lavagem de dinheiro no jogo. Porém, é necessário explicar que o dinheiro do jogo legalizado é altamente taxado, então a corrupção em casas de jogos é uma operação muito cara. Uma vez legalizadas, tendo de pagar todos os impostos, as casas de jogos deixam de ser locais atrativos para esse tipo de operação fraudulenta. ÉPOCA – Um levantamento de saúde dos Estados Unidos mostrou que, em 1999, 3,2 milhões de pessoas eram jogadores patológicos. A liberação dos jogos aumentará os problemas de saúde pública? Silveira – A ludopatia, que é o nome dessa doença, ocorre em 3% da população. Não há comprovação de que a legalização de jogos aumente esses problemas. A proposta que colocamos é fazer um cadastro dos jogadores patológicos. Assim, essas pessoas teriam em seu documento a informação de que sofrem dessa doença, o que seria interpretado pelas casas de jogos como: “Eu não me controlo. Eu não posso ser aceito nas casas de jogos”. (Beatriz Morrone. “Olavo da Silveira: ‘Países que proíbem o jogo estimulam o crime a dominar essa atividade’”. http://epoca.globo.com, 20.05.2016. Adaptado.) TexTo 3 Peterson de Paula, procurador da República, é contra a legalização dos jogos de azar. Leia a sua entrevista a seguir. ÉPOCA – Jogos de azar devem ser liberados no Brasil? Peterson de Paula – No Brasil, temos uma indústria de jogos clandestina operada por organizações criminosas. Em 1998, quando o bingo foi legalizado, essas organizações chegaram a matar operários que estavam construindo casas para essa prática. O mercado dos jogos, portanto, tende a ser controlado por aqueles que já atuam nele. É uma ilusão achar que a lega- lização dos jogos acabaria com o mercado clandestino. ÉPOCA – Parlamentares defendem que a legalização dos jogos traria R$ 15 bilhões ao ano para os cofres públicos. Esse não é um argumento forte o suficiente para a liberação? De Paula – Por ser uma atividade clandestina, é difícil apurar valores com exatidão. Se a modalidade for ampliada com bingos e caça-níqueis em cada esquina, qual será sua clientela? Acredito que não serão cidadãos de classe média alta que costumam jogar em cassinos internacionais. Possivelmente serão pessoas das classes C e D que separarão, por exemplo, R$ 200,00 por mês para tentar a sorte. ÉPOCA – Hoje, com toda a tecnologia que temos, não seria mais fácil fiscalizar os jogos e evitar fraudes? De Paula – A legalização do jogo pode ser comandada pelo crime organizado. Ela dará aos criminosos muito mais instrumen- tal para operar com desenvoltura em todos os sistemas. Nem o sistema político estará protegido. Quando o crime organizado avança, ele avança nas estruturas estatais. A legalização dos jogos pode também prejudicar nossoequilíbrio social. O jogo é como o álcool, ele tem um grande potencial de viciar seus adeptos. Numa sociedade de desigualdades como a brasileira, esse vício pode destruir famílias, levar pessoas para agiotas, para o endividamento e para o suicídio. E, assim como ocorre com os viciados em outras drogas, é a sociedade inteira que paga essa conta. (Beatriz Morrone. “Peterson de Paula: ‘A legalização do jogo dará recursos para criminosos se infiltrarem no governo’”. http://epoca.globo.com, 20.05.2016. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A legalização dos jogos de azar traz benefícios ou malefícios ao país? 13 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde NÃO ASSINE ESTA FOLHA RAS CUN HO os rascunhos não serão considerados na correção. 14uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde RAS CUN HO 15 uccb1702 | 002-Prova-II-Objetiva-Tarde RAS CUN HO
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