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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, 
Ordem Econômica
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer 
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o 
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230411138231
NATALIA RICHE
Procuradora da Fazenda Nacional. Chefe da Divisão de Defesa da Primeira Instância 
da PRFN da Primeira Região. Possui especialização em Direito Público. Tem experiência 
na área de Direito, com ênfase em Direito Tributário, Financeiro e Econômico. Atuou 
como membro do Núcleo de Estudos Constitucionais (UniCeub) e do Grupo de 
Pesquisa Direito e Democracia no Pensamento de Peter Häberle (IDP). Trabalhou 
como voluntária no United Nations Women´s Guild, em Viena (tradutora de projetos).
 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
Natalia Riche 
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Ponto de Partida: Contextualização Histórica do Direito Econômico . . . . . . . . . . 5
1.1. Liberalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2. Intervencionismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3. Principais Críticas ao Liberalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4. Novas Regulações Jurídicas e Revisão de Dogmas do Liberalismo . . . . . . . . . 9
2. Noções Introdutórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1. Conceito e Finalidade do Direito Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2. Política Econômica Estatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3. O Direito Econômico como Direito Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.4. Micro e Macroeconomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.5. Identificando os Sujeitos da Atividade Econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.6. Os Principais Sistemas Econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.7. Caracterizando as Normas de Direito Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3. Jurisprudência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
 
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
Natalia Riche 
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Olá, querido aluno!
Meu nome é Natália Riche e leciono Direito Financeiro e Econômico no Gran. Será um 
prazer acompanhá-lo durante essa árdua (e recompensadora) trajetória. Minha história no 
ramo dos concursos públicos é concisa, após me formar em direito, fui aprovada no concurso 
de analista do MPU, e, antes de ser convocada, fui aprovada no concurso de Procurador da 
Fazenda Nacional (PGFN).
Atuo na PGFN há mais de 9 anos, 8 deles na divisão de defesa da 1ª Instância da 
Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região, em Brasília (onde exerci o cargo 
de chefia por 3 anos).
A primeira observação que quero deixar registrada é que no “mundo” dos concursos cada 
trajetória é única, mas o objetivo final é sempre o mesmo e por isso você deve se preparar 
com antecedência, perseverança e muita dedicação. Sempre gosto de dizer que não importa 
quantos concorrentes você tem, o maior desafio é vencer a si mesmo. Cansaço, desânimo, 
falta de tempo, e, principalmente, falta de um material adequado são os maiores percalços 
no caminho de quem busca a aprovação.
Aqui no Gran o nosso compromisso é trazer um material completo e atualizado. Nossa 
proposta também inclui abranger todo o conteúdo cobrado nas provas mais recentes de 
Magistratura, Ministério Público e Procuradorias, juntamente com comentários detalhados 
das principais bancas.
Vamos debater questões atuais e disponibilizar informações importantes para 
memorização e compreensão da matéria.
O Direito Econômico não é uma disciplina muito conhecida pelos alunos, mas é cobrado 
em todos os concursos para Procuradorias federais e estaduais, Magistratura, Ministério 
Público e, por isso, não pode ser menosprezado.
Pela análise de inúmeras provas da matéria, fica muito claro que nosso estudo deverá 
se pautar basicamente em dois pontos básicos: Ordem Econômica na Constituição Federal 
e Lei Antitruste.
Você irá notar que alguns temas exigem a transcrição de artigos (a intenção é que você 
realmente decore os principais), em outras aulas recorreremos à uma vasta jurisprudência.
Como já ressaltado, a grande maioria das questões se refere às disposições da Lei 
Antitruste, seguida de alguns aspectos constitucionais.
Nesse caso, o foco também tem sido muito mais na legislação do que em aspectos 
doutrinários e jurisprudenciais, entretanto a jurisprudência aparece em peso quando 
tratamos de competência legislativa (que é nosso tema da aula de hoje) e princípios.
Por fim, lembre-se de que a extensão dos editais, a dificuldade das questões e a 
concorrência não devem assustar os candidatos, ninguém precisa saber tudo ou ser o 
melhor para ser aprovado, pois os que permanecem no caminho muitas vezes são os mais 
persistentes e que acreditam em si mesmos.
 
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
Natalia Riche 
INTRODUÇÃO AO DIREITO ECONÔMICO, ORDEM INTRODUÇÃO AO DIREITO ECONÔMICO, ORDEM 
ECONÔMICAECONÔMICA
1 . PONTO DE PARTIDA: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 1 . PONTO DE PARTIDA: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 
DO DIREITO ECONÔMICODO DIREITO ECONÔMICO
Desde a antiguidade já existiam regras que se destinavam a disciplinar fenômenos 
relacionados à economia. Entretanto, ainda não se falava em economia como ciência ou 
em Direito Econômico propriamente dito.
Não havia muito sentido, naquela época, em discutir as espécies e graus de intervenção 
do Estado na economia. A própria etimologia do termo economia aponta nesse sentido 
(oikos nomos – regras para a administração do lar)
A noção de Direito Econômico e da necessidade de um ramo do direito dedicado ao tema 
está intimamente associada à concepção moderna de Estado somada ao reconhecimento 
de que o mercado não é capaz de autorregular-se.
A discussão sobre a relação entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo 
sob a forma do Liberalismo Clássico ou Liberalismo Econômico.
1 .1 . LIBERALISMO1 .1 . LIBERALISMO
Os liberalistas acreditavam que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido aos 
agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais (leia-se livre 
iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país.
Nesse contexto, admitia-se a intervenção do Estado na economia de forma bastante 
reduzida (alguns autores inclusive classificam o Liberalismo Econômico como não 
intervencionista),
Ainda que o Liberalismo tenha algumas nuances (que fogem ao escopo dos nossos 
estudos) podemos defini-lo, em linhas gerais, como a corrente de pensamento que defende 
que os fenômenos econômicos devem ser regidos por leis quase tão precisas quanto as leis 
das ciências físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a 
perturbar a “ordem natural” da economia.
Abaixo, segue uma breve síntese dos principais pensamentos que se destacaram na época:
• Os Fisiocratas
Escola do pensamento econômico francês do século XVIII, considerada como uma das 
primeiras tentativas de se formular uma teoria científica da economia.
Ainda que algumas ideias dos fisiocratas tenham se mostrado falhas principalmente a 
associação da riqueza de um país única e exclusivamente ao valor das terras – trata-se de 
uma referência importante, pois introduz a ideia de que a economia obedeceria a leis da 
natureza, tal como outras ciências, e.g., a física.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
Natalia Riche 
A máxima fisiocrata era “laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même” (deixe 
fazer, deixe passar, que o mundo caminha por si só) que pode ser assim interpretada: 
devemos defender a liberdade de produção e de circulação de bens (comércio) pois o mundo 
econômico possui leis precisas que prescindem de qualquer intervenção.
• Adam Smith e a Riqueza das Nações
Ao falarmos de Liberalismo Clássico sempre devemos observar as ideias de Adam Smith, 
considerado o fundador dessa corrente.
Em sua obra clássica, “A Riqueza das Nações”, o autor defende que os indivíduos, 
mesmo agindo com base no autointeresse, terminam por contribuir para o crescimento 
econômico do país.
É nesse contexto que surge o famoso conceito de “mão invisível”, que se refere a um 
mercado guiado pela lei da oferta e da procura cujo equilíbrio decorre da atuação dos 
próprios agentes econômicos, sem a necessidade de um agente coordenador ou de um 
interventor (que seria o Estado).
• David Ricardo
É considerado um dos fundadores da escola clássica inglesa da Economia Política ao 
lado de Adam Smith e Thomas Malthus.
Ao contrário de Adam Smith, que buscou investigar as causas do crescimento das nações, 
Ricardo defendeu em uma de suas obras mais famosas denominada Princípios de Economia 
Política e Tributação que o problema central da economia política seria:
determinar as leis que regem a distribuição do produto total da terra entre as três classes, o 
proprietário da terra, o dono do capital necessário para seu cultivo e os trabalhadores, que 
entram com o trabalho para o cultivo da terra1
O autor também desenvolveu outras teorias importantes para nossos estudos:
− Teoria das Vantagens Comparativas: tratava da especialização de mão de obra 
pelos países em relação aos bens em que tinham maior vantagem comparativa, o 
que aumentaria o proveito econômico das nações envolvidas. Esse pensamento 
serviu de substrato teórico para várias teorias acerca do comércio internacional.
− Teoria do Valor Trabalho: defende que o trabalho utilizado na produção das mer-
cadorias é que define seu valor.
1 .2 . INTERVENCIONISMO1 .2 . INTERVENCIONISMO
O modelo liberal fundamentou o funcionamento da economia até o final do século 
XIX, quando as suas deficiências foram se tornando cada vez mais evidentes. Isso acabou 
levando os Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas para as atividades 
econômicas, dando início à intervenção estatal.
1 RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Nova Cultural.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
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Vamos conferir os dois exemplos que são mais cobrados nas provas:
• modelo europeu: o Estado atuava apenas para adquirir novas colônias como forma 
de garantir mercado para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para sua 
produção industrial.
Conforme os territórios a serem conquistados foram tornando-se escassos, esse modelo 
de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao mesmo tempo em que os conflitos 
entre potências europeias em busca de novas colônias aumentavam (especialmente entre 
países que haviam iniciado anteriormente sua expansão colonial e países cuja expansão 
colonial ocorreu de forma tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na 
Primeira Guerra Mundial.
• modelo norte-americano: a livre concorrência cede espaço a um número cada vez 
maior de monopólios (com destaque para John Rockfeller na indústria do querosene 
e da gasolina e Andrew Carnegie na indústria do aço).
Essa situação levou ao surgimento do Sherman Act - uma Lei Antitruste que busca evitar 
a exploração dos trabalhadores, bem como a elevação exacerbada de preços. Todavia, a 
dissolução dos monopólios gerou grande circulação das ações de empresas, o que se mostrou 
problemático, haja vista que à época não havia uma regulação devidamente estabelecida 
para o mercado financeiro.
Daí resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova 
Iorque em 1929.
A partir dos dois modelos acima podemos chegar à duas conclusões que prevaleceram 
no período do final do século XIX para o começo do século XX. A primeira delas é a de que o 
mercado não é capaz de regular a si mesmo e a segunda impõe que alguma intervenção 
do estado na economia, mesmo que seja regulatória, faz-se necessária.
Surgem nesse contexto as primeiras tentativas sistemáticas de intervenção do Estado 
na economia.
1 .2 .1 . O KEYNESIANISMO
Nos Estados Unidos pós-crise de 1929, ganharam força as teses de John Maynard Keynes, 
que buscava corrigir as falhas de mercado por meio daintervenção estatal. Caberia ao 
Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a conduzir o país ao pleno emprego.
1 .2 .2 . O WELFARE STATE
Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o Estado de bem-estar social (Welfare 
State) que associou a promoção de política social ao desenvolvimento econômico de um 
país – inclusive como forma de se contrapor à expansão do regime socialista.
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Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
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001. 001. (CESPE/CEBRASPE/PGE-RO/PROCURADOR DO ESTADO/2022/ADAPTADA) O Estado 
intervencionista econômico busca garantir que sejam efetivadas políticas sociais e 
assistencialistas na sociedade, com vistas ao bem-estar social.
O item está incorreto, o estado intervencionista econômico é baseado nas ideias de John 
Maynard Keynes, com foco na correção das falhas de mercado e na busca do pleno emprego 
por meio da intervenção estatal, esse modelo sustenta que o Estado deve atuar como 
indutor do crescimento.
É importante lembrar que nesse modelo, o Estado busca conter o exercício abusivo de ideias 
liberais, mas não fere seus postulados.
O foco é a proteção da livre concorrência, sem preocupações com a área social.
Errado.
002. 002. (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2011/ADAPTADA) Acerca do direito 
econômico, julgue:
O modelo do Estado intervencionista econômico é fortemente influenciado pelas doutrinas 
de John Maynard Keynes, que sustentou que os níveis de emprego e de desenvolvimento 
socioeconômico devem-se muito mais às políticas públicas implementadas pelo governo e a 
certos fatores gerais macroeconômicos, e não meramente ao somatório dos comportamentos 
microeconômicos individuais dos empresários.
O item está correto. De fato, John Maynard Keynes defendia a tese de que as falhas de 
mercado seriam corrigidas por meio da intervenção estatal. Caberia ao Estado atuar como 
indutor do crescimento com vistas a conduzir o país ao pleno emprego, portanto, os níveis de 
emprego e de desenvolvimento socioeconômico devem-se muito mais às políticas públicas 
implementadas pelo governo do que a outros fatores.
Certo.
1 .3 . PRINCIPAIS CRÍTICAS AO LIBERALISMO1 .3 . PRINCIPAIS CRÍTICAS AO LIBERALISMO
Uma das maiores críticas ao liberalismo econômico ocorreu nos países socialistas, 
sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais países desenvolveram um 
modelo planificado de economia com forte intervenção estatal e pouco espaço para a 
autonomia individual e à iniciativa privada. Tal modelo, naturalmente, não se sustentou 
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Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
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Os países em desenvolvimento também desenvolveram sua crítica ao liberalismo. Por meio 
da teoria de substituição de importações da Comissão Econômica para a América Latina 
(CEPAL), defendeu-se que tais países apenas conseguiriam desenvolver suas economias 
caso houvesse alguma forma de intervenção do Estado que permitisse o desenvolvimento 
da indústria nacional e a diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos 
dos países do primeiro mundo.
1 .4 . NOVAS REGULAÇÕES JURÍDICAS E REVISÃO DE DOGMAS DO LIBERALISMO1 .4 . NOVAS REGULAÇÕES JURÍDICAS E REVISÃO DE DOGMAS DO LIBERALISMO
Importante notar que, junto com essas novas concepções acerca da relação entre estado 
e atividade econômica vieram novas regulações jurídicas, que não somente reconheciam 
a insuficiência do direito privado para regulamentar fenômenos como o desemprego e as 
crises econômicas, como também implicavam a revisão de “dogmas” do liberalismo, e.g., a 
concepção absoluta do direito de propriedade, sendo incorporado a este instituto a noção 
de função social.
Os direitos dos trabalhadores também passaram a ter tratamento específico, merecendo 
destaque as Constituições mexicana (1917) e de Weimar (1919), nas quais se percebe um 
forte teor social. Surgia, assim, a codificação do direito econômico.
O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano internacional. 
Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas organizações foram 
criadas com lastro nessa premissa. Apenas para citar algumas: Banco Mundial (fomentar o 
desenvolvimento de países do então terceiro mundo), Fundo Monetário Internacional (socorrer 
países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e, posteriormente, 
Organização Mundial do Comércio (estabelecer regulações para o comércio internacional).
Antiguidade
• não se falava 
em economia 
como ciência 
ou em Direito 
Econômico 
propriamente 
dito.
Liberalismo
• intervenção do 
Estado na 
economia de 
forma bastante 
reduzida
Intervencionismo
• buscava 
corrigir as 
falhas de 
mercado por 
meio de uma 
maior 
intervenção 
estatal 
(Keynes)
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
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2 . NOÇÕES INTRODUTÓRIAS2 . NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
2 .1 . CONCEITO E FINALIDADE DO DIREITO ECONÔMICO2 .1 . CONCEITO E FINALIDADE DO DIREITO ECONÔMICO
Um dos conceitos mais simples e didáticos para o Direito Econômico é trazido por Eros 
Roberto Grau:
sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o 
ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada 
à efetivação da política econômica estatal2.
Essa definição torna claro que o Direito Econômico cuida das normas que serão aplicadas 
pelo Estado nas práticas econômicas. Essa intervenção estatal na liberdade dos cidadãos 
poderá ocorrer de diferentes formas, incluindo:
• meios de políticas de intervenção no domínio econômico;
• regulação;
• fiscalização e participação estatal na atividade econômica;
• disciplina das relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos 
dessas relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos.
O esquema abaixo resume as principais áreas de atuação do Direito Econômico:
2 Grau, Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988: Interpretação e Crítica. 14ª edição ed. São Paulo: 
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
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2 .2 . POLÍTICA ECONÔMICA ESTATAL2 .2 . POLÍTICA ECONÔMICA ESTATAL
A Política Econômica Estatal pode ser definida como o conjunto de ações governamentais 
micro e macroeconômicas voltadas à consecução de determinados objetivos, bem como 
à regulação da economia.
Esses objetivos podem ser resumidos em três pontos fundamentais: o desenvolvimento 
econômico, a estabilidade econômica e a distribuição de renda.
Nesse sentido o conceito dado pelo autor Fábio Bensoussan:A política econômica consiste num conjunto de medidas governamentais, micro e macroeconômicas, 
notadamente fiscais, monetárias, cambiais e creditícias voltadas à regulação da economia e 
obtenção de determinados fins.3
Na mesma linha é a definição de Leonardo Vizeu Figueiredo:
Conjunto normativo que rege as medidas de política econômica concebidas pelo Estado, para 
disciplinar o uso racional dos fatores de produção, com o fito de regular a ordem econômica 
interna e externa.4
Política Econômica Estatal
estabilidade econômica desenvolvimento econômico distribuição de renda
2 .3 . O DIREITO ECONÔMICO COMO DIREITO PÚBLICO2 .3 . O DIREITO ECONÔMICO COMO DIREITO PÚBLICO
Para a maioria da doutrina nossa matéria está inserida dentro do Direito Público 
justamente por ter em sua essência a política econômica estatal acima delineada.
Além disso, embora o Direito Econômico também regule as atividades privadas e imponha 
limites à autonomia da vontade, outros fatores fundamentam sua localização no ramo do 
direito público:
• regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado;
• rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras;
• imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais.
3 Bensoussan, Fabio Guimaraes. Manual de Direito Econômico. 2 ed, Ed. JusPodivm, 2016.
4 Figueiredo, Leonardo Vizeu. Lições de Direito Econômico. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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DIREITO ECONÔMICO
Introdução ao Direito Econômico, Ordem Econômica
Natalia Riche 
Professora, em que consiste a atividade econômica?Professora, em que consiste a atividade econômica?
A área de atuação do Direito Econômico está intimamente ligada à noção de atividade 
econômica, abrangendo as normas que a regulam, fiscalizam, bem como as formas de 
intervenção.
Nesse sentido, reitero a definição de Eros Grau que já foi mencionada na aula de hoje:
sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o 
ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada 
à efetivação da política econômica estatal.
Veja que a atividade econômica está relacionada com a organização dos fatores 
de produção (capital, trabalho, tecnologia) para produzir bens, visando a satisfação de 
necessidades públicas.
Em outras palavras, trata-se da ação destinada a produzir, distribuir ou consumir 
riquezas e desse modo satisfazer determinadas necessidades.
Ação destinada a 
produzir 
distribuir ou 
consumir 
riquezas
com o intuito de 
satisfazer 
determinadss 
necessidades
Atividade 
econômica
2 .4 . MICRO E MACROECONOMIA2 .4 . MICRO E MACROECONOMIA
Quando estudamos o fenômeno econômico também devemos ter conhecimento da 
técnica utilizada. Nesse contexto aparece o conceito de análise econômica cuja finalidade 
é constatar um efeito de natureza econômica.
A técnica é baseada nos seguintes pontos:
• criação de uma estrutura para que o sistema econômico funcione com eficiência;
• verificação e solução de problemas da atividade econômica;
• criação de fundamentos que sustentem a escolha a ser realizada.
Por sua vez, a análise poderá ser macro ou microeconômica.
O termo Macroeconomia surgiu após a crise de 1929 e teve como um dos seus principais 
expoentes John Maynard Keynes ( já mencionado no início da aula) que publicou a famosa 
obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
A Macroeconomia trata de todos os setores da economia em conjunto, extrapolando a 
preocupação individual dos agentes econômicos.
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Assim, a análise poderá ser feita a nível regional ou nacional, mas sempre considerando 
a economia como um todo, não havendo destinatário individualizado.
Quando falamos em política econômica, normalmente nos referimos a macroeconomia. 
Por isso aqui também o foco será o desenvolvimento econômico, a estabilidade econômica, 
a distribuição de renda e o pleno emprego.
Por exemplo, a análise de recessões, mudanças da taxa de desemprego ao longo do 
tempo, definição da taxa de juros e carga tributária atinge todos os agentes econômicos 
e a sociedade, não havendo como um destinatário individualizado.
Vejamos abaixo quais são os principais instrumentos da política macroeconômica, que 
já foram cobrados em algumas provas.
• Instrumento fiscal: relacionado aos gastos e receitas governamentais.
− Haverá um aumento de gastos com a finalidade de movimentar a economia. Em 
contrapartida, o estado precisará arrecadar mais receitas para fazer frente aos 
novos gastos
− Por essa razão é recomendado que os gastos mantenham um certo equilíbrio e só 
sejam elevados em casos de necessidade pública.
EXEMPLO
Arrecadação de tributos, progressividade do IR.
• Instrumento monetário: relacionado à moeda.
EXEMPLO
Controle da produção de moeda por meio da taxa de juros, e da limitação de crédito.
• Instrumento cambial: relacionado ao valor da moeda nacional perante as moedas 
estrangeiras.
EXEMPLO
Fixação do câmbio (pode influenciar exportações, se estiver elevado) etc.
Por sua vez, a Microeconomia trata das secções do sistema produtivo, ou seja, de 
mercados e setores individualizados e específicos. Seus principais expoentes foram John 
Hicks e Paul Samuelson.
O foco da análise se direciona à formação de preços e quantidades ofertadas e consumidas 
de um determinado bem em um mercado específico. Os direitos regulados são, portanto, 
subjetivos e individuais.
EXEMPLO
Análise do mercado de algodão: custos de produção, número de produtores, regulação de 
fusões entre empresas.
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Existem muitos termos utilizados nessa parte de nossa matéria que não são tão familiares 
aos alunos. Assim, para evitar que você seja surpreendido na prova, destacarei abaixo os 
principais conceitos utilizados em Microeconomia:
Teoria da empresa ou da firma: estuda o comportamento do setor de produção, 
buscando definir os preços e quantidades ofertadas e consumidas de um determinado bem. 
Em outras palavras, estuda a forma de proceder da sociedade empresária ao desenvolver 
a sua atividade produtiva, para a produção de bens ou de serviços com mais eficiência.
Teoria do consumidor ou da escolha: estuda a tomada de decisões dos consumidores, 
considerando a existência de restrições orçamentárias e de mudanças em seu ambiente.
Teoria do Ótimo Econômico (Ótimo de Pareto): elaborada pelo economista italiano 
Vilfredo Pareto, busca indicar um estado de eficiência máxima dos sistemas por meio da 
melhor alocação possível de recursos.
O equilíbrio de Pareto é atingido quando se chega a um ponto no qual para que um dos 
envolvidos no sistema cresça economicamente, o outro será obrigatoriamente prejudicado. 
Em outras palavras, a melhora de um agente irá gerar necessariamente a piora do outro.
Para nossa matéria, esse conceito é suficiente.Deixo apenas registrado que a ideia de 
eficiência defendida por essa teoria não está relacionada a questões de equidade, portanto, 
a alocação eficiente de recursos não é sinônimo de uma alocação equânime entre os agentes.
• Concorrência perfeita: existem vários produtores e consumidores de um determinado 
bem, mas nenhum deles tem poder econômico para que, individualmente, interfira 
na quantidade ou no preço da oferta e demanda do produto.
• Concorrência imperfeita: existem um ou alguns poucos produtores de um lado da 
oferta e um ou alguns poucos produtores do lado da demanda. Esse ponto será estudado 
em aula específica quando tratarmos dos conceitos de oligopólio, monopólio etc.
• Elasticidade da demanda: variação da quantidade consumida de um determinado 
bem, diante da variação de seu preço.
Uma demanda elástica possui uma grande variação de quantidade.
Macroeconomia Microeconomia
Principais autores: John Maynard Keynes John Hicks e Paul Samuelson
Conceito:
Todos os setores da economia em 
conjunto
Mercados e setores individualizados 
e específicos
Pontos importantes
Instrumentos:
Fiscal;
Monetário;
Cambial.
Teoria da empresa
Teoria do Consumidor
Ótimo de Pareto
Concorrência perfeita e imperfeita
Elasticidade da demanda
Exemplos
Análise de recessões; mudanças da taxa 
de desemprego ao longo do tempo; nível 
de juros; carga tributária.
Mercado de algodão: custos de 
produção, número de produtores, 
análise de fusão de duas empresas.
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Instrumentos da Política Macroeconômica
Fiscal Monetário Cambial
relacionado aos gastos e 
receitas governamentais.
relacionado à moeda
relacionado ao valor da moeda nacional 
perante as moedas estrangeiras
Conceitos Relevantes em Microeconomia
Teoria da empresa: forma de proceder da sociedade empresária ao desenvolver a sua atividade produtiva, 
para a produção de bens ou de serviços com mais eficiência.
Teoria do Consumidor: estuda a tomada de decisões dos consumidores, considerando a existência de 
restrições orçamentárias e de mudanças em seu ambiente.
Ótimo de Pareto: indica um estado de eficiência máxima dos sistemas por meio da melhor alocação possível 
de recursos: ponto no qual o crescimento de um agente necessariamente prejudicará o outro.
Concorrência perfeita: vários produtores e consumidores de um determinado bem, mas nenhum deles tem 
poder econômico para que, individualmente, interfira na quantidade ou no preço da oferta e demanda do 
produto.
Concorrência imperfeita: existem um ou alguns poucos produtores de um lado da oferta e um ou alguns 
poucos produtores do lado da demanda.
Elasticidade da demanda: variação da quantidade consumida de um determinado bem, diante da variação 
de seu preço.
22 .5 . IDENTIFICANDO OS SUJEITOS DA ATIVIDADE ECONÔMICA .5 . IDENTIFICANDO OS SUJEITOS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Já vimos que a atividade econômica consiste tanto na produção como no consumo de 
bens. Pois bem, os sujeitos ou agentes econômicos são justamente aqueles que desenvolvem 
essa atividade econômica ou atuam no mercado.
Poderão ser considerados agentes econômicos empresas, grupos econômicos, estados, 
organismos nacionais ou internacionais e o próprio indivíduo.
Conforme lição de Washington Peluso Albino de Souza:
O Direito Econômico é o ramo do Direito que tem por objeto a juridicização, ou seja, o tratamento 
jurídico da política econômica e por sujeito, o agente que dela participe5
003. 003. (FGV/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2022) Com vistas ao estudo e regulação do 
Direito Econômico, são considerados sujeitos ou agentes econômicos aqueles:
a) que possam gastar recursos disponíveis ou que possam produzir bens e serviços, desde 
que sejam empresários;
b) que possam produzir bens e serviços apenas de forma economicamente organizada;
c) que não tenham recursos disponíveis para gastar ou que estejam impedidos de escolher 
como agir economicamente;
5 Souza, Washington Peluso Albino de. Direito Econômico. São Paulo. SaraivaO conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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d) que possam gastar recursos disponíveis, produzir bens e serviços ou, ainda, escolher 
como agir economicamente, mas desde que seja empresário;
e) que possam gastar recursos disponíveis, produzir bens e serviços ou, ainda, escolher 
como agir economicamente, independentemente de ser empresário.
Os sujeitos ou agentes econômicos são aqueles que desenvolvem a atividade econômica 
(produção ou consumo de bens) ou atuam no mercado.
Como vimos, podem ser considerados agentes as empresas, grupos econômicos, estados, 
organismos nacionais ou internacionais e o próprio indivíduo.
Assim, o conceito de sujeito econômico é mais amplo que o de empresário.
Letra e.
gastam recursos produzem bens e serviços
escolhem como agir economicamente: o 
que produzir e o que consumir
empresas, grupos econômicos, estados, 
organismos nacionais ou internacionais e o 
próprio individuo.
Agentes econômicos
2 .6 . OS PRINCIPAIS SISTEMAS ECONÔMICOS2 .6 . OS PRINCIPAIS SISTEMAS ECONÔMICOS
Outro ponto salutar para nossa aula inicial é o conceito de sistema econômico.
A criação de um sistema econômico parte da observação de todos os elementos que 
de alguma forma se relacionem com a realização da atividade econômica. Além disso, 
busca-se resolver problemas de escassez: o que, como e para quem deverá ser produzido 
determinado bem?
De acordo com Eros Roberto Grau:
O sistema econômico compreende um conjunto coerente de instituições jurídicas sociais, de 
conformidade com as quais se realiza o modo de produção e a forma de repartição do produto 
econômico6
6 Grau, Eros Roberto. A Ordem Econômica na Constituição de 1988: Interpretação e Crítica. 14ª edição ed. São Paulo: 
Malheiros.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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A classificação mais conhecida e utilizada fundamenta-se na titularidade dos meios de 
produção (conjunto formado pelos meios de trabalho, objetos de trabalho e pelo modo de 
organização econômica da sociedade). Essa titularidade é o traço essencial que distingue 
o capitalismo do socialismo.
A dinamicidade e complexidade fazem com que cada economia concreta possua ao 
mesmo tempo características de diferentes sistemas econômicos, embora exista um 
sistema dominante.
Vamos conceituar os dois principais sistemas econômicos: capitalismo e socialismo.
2 .6 .1 . CAPITALISMO
Esse sistema encontra fundamento na propriedade privada, na livre iniciativa e na 
liberdade de concorrência.
Os agentes têm a propriedade dos meios de produção e a liberdade para tomar as 
decisões econômicas (o que, como e para quem produzir) sendo que o limite dessa liberdade 
é dado pelo próprio mercado (sistema de livre mercado).
É claro que existem variações dentro do sistema capitalista, podendo preponderar a iniciativa 
privada (EUA) iniciativa dual com exploração da economia pelainiciativa privada e papel relevante 
do Estado (Brasil) e iniciativa dual com atuação preponderante do Estado (Dinamarca).
No caso brasileiro, dispõe o artigo 173 da Constituição Federal:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Com base no artigo acima, podemos dizer que em nosso país a atividade econômica é 
explorada pela iniciativa privada, cabendo ao Estado em três casos:
• Previsão de casos específicos na própria CF:
− Art. 21, XII:
 ◦ serviços de radiofusão sonora de sons e imagens;
 ◦ serviços e instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos 
cursos de água;
 ◦ navegação aérea, aeroespacial e infraestrutura aeroportuária;
 ◦ serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fron-
teiras nacionais, ou que transponham limites do estado ou território;
 ◦ serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
 ◦ portos marítimos, fluviais e lacustres.
− Art. 177:
 ◦ pesquisa e lavra do petróleo, refinação do petróleo nacional e estrangeiro;
 ◦ importação e exportação dos produtos e derivados das atividades anteriores.
• Relevante interesse coletivo
• Segurança nacionalO conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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004. 004. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO/2022/ADAPTADA) O exercício de 
atividade econômica pelo ente público somente é admissível por parte da União em situações 
de monopólio legal ou constitucional.
O item está incorreto. O exercício de atividade econômica pode ser realizado também nos 
casos de imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei (art. 173 da CF).
Errado.
005. 005. (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/ADAPTADA) A atuação do Estado, seja por meio do 
condicionamento da atividade econômica, seja por meio da exploração direta de determinada 
atividade econômica, anula, por inteiro, a forma econômica capitalista prevista na CF.
O item está incorreto. O Estado e o indivíduo atuam na exploração da atividade econômica. Além 
disso, o princípio da livre iniciativa, que vige em nosso ordenamento jurídico, é uma das bases 
do capitalismo: modelo de sistema econômico baseado na propriedade privada e no capital.
Errado.
Também é imprescindível que você conheça o artigo 170 da CF, que dispõe que a ordem 
econômica será regida pela livre iniciativa, propriedade privada e pela livre concorrência., 
deixando claro que foi adotado o sistema de produção capitalista fundado na livre 
iniciativa e na apropriação privada dos meios de produção.
Conforme ensina José Afonso da Silva:
O princípio da propriedade privada envolve, evidentemente, a propriedade privada dos meios de 
produção, e o fato mesmo de admitir investimentos de capital estrangeiro, ainda que sujeitos 
à disciplina da lei, de reconhecer o poder econômico como elemento atuante no mercado (pois 
só se condena o abuso desse poder) e a excepcionalidade da exploração direta da atividade 
econômica pelo Estado (art. 173), bem mostra que a Constituição é capitalista7
Apesar de o art. 170 indicar a adoção de um sistema capitalista pela nossa Constituição 
Federal, é salutar que você entenda que não se trata de um capitalismo puro, mas de um 
capitalismo social.
E o que significa o capitalismo social, professora?E o que significa o capitalismo social, professora?
7 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42 ed. Malheiros Editores.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Significa que o sistema econômico brasileiro é capitalista, mas também impõe aos 
detentores dos meios de produção deveres positivos e negativos, para evitar a exploração 
dos trabalhadores e consumidores, o uso desregrado dos recursos naturais, o abuso do 
poder econômico e a redução das desigualdades sociais e regionais.
Os deveres têm como principal objetivo garantir a todos o acesso a recursos e meios 
que lhes garantam um mínimo para existir dignamente.
Portanto, existe uma notória preocupação com a dignidade da pessoa humana e com a 
valorização do trabalho buscando assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames 
da justiça social e observar os seguintes princípios (que serão estudados em aula específica):
• função social da propriedade
• defesa do consumidor
• defesa do meio ambiente
• redução das desigualdades sociais e regionais
• busca do pleno emprego.
Apesar disso, não podemos considerar que temos um Estado intervencionista, já que a 
livre iniciativa e a livre concorrência estão fortemente presentes.
2 .6 .2 . SOCIALISMO
Quando falamos em socialismo devemos ter em mente que a iniciativa é pública e que 
a propriedade privada é substituída pela propriedade coletiva dos meios de produção.
Podemos dizer que as características do socialismo e do capitalismo se contrapõem, 
mas isso não nos permite concluir que a mera supressão da livre iniciativa e da apropriação 
privada dos meios de produção são suficientes para que tenhamos um modelo socialista.
Explico. No modelo socialista a supressão da propriedade privada dos meios de produção 
é realizada em proveito dos próprios trabalhadores. Caso contrário, não teremos socialismo, 
mas sim uma espécie de sociedade pós-capitalista com um modo de produção diverso, 
conhecido como estatismo ou modo de produção estatista ( expressão utilizada por José 
Afonso da Silva) no qual os meios de produção são dominados pelo Estado.
Sistemas econômicos
Capitalismo Socialismo
propriedade privada e livre iniciativa
supressão da propriedade privada dos meios de 
produção em proveito dos próprios trabalhadores
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Sistemas econômicos
Brasil: capitalismo com viés social
Exploração da atividade econômica pelo Estado
casos previstos na própria 
Constituição (arts. 21, XII e 177)
relevante interesse coletivo segurança nacional
Quais são as fontes do Direito Econômico, professora?Quais são as fontes do Direito Econômico, professora?
Aqui temos um tema pouco cobrado nos concursos e por isso não precisaremos perder 
nosso precioso tempo nessa análise.
Vamos direto ao ponto e caso apareça alguma questão, basta que você tenha em mente 
as informações trazidas nessa aula.
• Leis Complementares:
− Matérias expressamente previstas na CF:
 ◦ Desenvolvimento regional (art.43, §1º)
 ◦ Sistema Financeiro Nacional (art. 192)
 ◦ Tratamento favorecido a pequenas empresas (art. 146, III, d)
• Constituição Federal
• Leis ordinárias
• Tratados Internacionais
• Normas infralegais: decretos, portarias
Prestação direta da atividade econômica pelo Estado (art.21, XII e 177 da CF)
art. 21, XII
-serviços de radiofusão sonora de sons e imagens
- serviçose instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos de 
água
-navegação aérea, aeroespacial e infraestrutura aeroportuária
-serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham limites do estado ou território
-serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros
-portos marítimos, fluviais e lacustres
-art 177
-pesquisa e lavra do petróleo,refinação do petróleo nacional e estrangeiro -
-importação e exportação dos produtos e derivados das atividades anteriores
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2 .7 . CARACTERIZANDO AS NORMAS DE DIREITO ECONÔMICO2 .7 . CARACTERIZANDO AS NORMAS DE DIREITO ECONÔMICO
A primeira característica notória das normas de Direito Econômico é seu caráter 
programático, ou seja, o objetivo de traçar os fins públicos a serem alcançados pelo Estado.
Na linha do que se estuda em Direito Constitucional, as normas programáticas se destacam:
• pela sua força jurídica vinculante: revogação dos atos normativos anteriores que 
disponham em sentido colidente com o princípio que substanciam e carreiam um 
juízo de inconstitucionalidade para os atos normativos e
• pela sua aplicação mediata: não produzem todos os seus efeitos desde a sua vigência, 
exigindo a aprovação de leis infraconstitucionais, bem como programas sociais, para 
obter sua plena eficácia.
Outra característica importante é a utilização de tipos e conceitos indeterminados. 
Trata-se de conceitos caracterizados por um elevado grau de abstração, que demandam 
uma técnica legislativa própria para possibilitar que a norma se adeque melhor às constantes 
alterações da realidade.
Um dos principais exemplos dessa característica pode ser retirado do art. 36 da Lei n. 
12.529/2011 que traz conceitos abstratos para as infrações da ordem econômica. Veja 
que as definições dos termos grifados abaixo não são determinadas pela norma, exigindo 
que o aplicador faça sua adequação à realidade econômica.
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob 
qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, 
ainda que não sejam alcançados:
I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II – dominar mercado relevante de bens ou serviços;
(...)
A dinamicidade da economia também exige que as normas sejam flexíveis, móveis 
e mutáveis.
Ressalta-se, inclusive, que existem várias exceções ao princípio da legalidade, com o 
intuito de se adequar à realidade econômica (instável e dinâmica).
Para facilitar a compreensão do tema, cito dois exemplos:
• Possibilidade de alteração da alíquota do Imposto de Importação por ato do Poder 
Executivo.
CTN
Art. 41
O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas 
ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do 
comércio exterior.
• Poder normativo das agências reguladoras.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Outra característica peculiar das normas de Direito Econômico é o fato de, em regra, 
buscarem estimular a realização de uma determinada atividade pelos agentes, por meio 
do oferecimento de uma recompensa ou prêmio (direito premial).
Veja que o mais comum é que as normas de outros ramos do direito busquem punir o 
agente que não realiza determinada conduta (sanção negativa).
Dadas as peculiaridades da nossa matéria, muitas vezes é mais indicado que se estimule 
a realização de determinada conduta (sanção positiva). Para isso, existem diversas formas 
de incentivos fiscais, estímulos a determinado tipo de indústria, abertura de linhas de 
crédito, redução de impostos ou alíquotas etc.
Fontes de Direito Econômico 
Leis 
Complementares
Constituição 
Federal Leis ordinárias
Tratados 
Internacionais
Normas 
infralegais 
Professora, a quem compete legislar sobre Direito Econômico?Professora, a quem compete legislar sobre Direito Econômico?
A competência para legislar sobre Direito Econômico é concorrente da União, dos 
Estados e do DF, conforme disposto na CF:
Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico
Os entes devem ser cautelosos ao exercer a competência, evitando restrições ou 
ampliações indevidas que sejam incompatíveis com normas editadas no âmbito nacional. 
Nesse sentido, confira o julgado abaixo:
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA 
MINERAL. LEI MUNICIPAL. PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE. COMPETÊNCIA CONCORRENTE. 
INTERESSE LOCAL. EXISTÊNCIA DE LEI DE ÂMBITO NACIONAL SOBRE O MESMO TEMA. 
CONTRARIEDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A Lei Municipal n. 8.640/00, ao proibir a 
circulação de água mineral com teor de flúor acima de 0, 9 mg/l, pretendeu disciplinar 
sobre a proteção e defesa da saúde pública, competência legislativa concorrente, nos 
termos do disposto no art. 24, XII, da Constituição do Brasil. 2. É inconstitucional lei O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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municipal que, na competência legislativa concorrente, utilize-se do argumento 
do interesse local para restringir ou ampliar as determinações contidas em texto 
normativo de âmbito nacional. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF- 
RE 596489/RS AgR, DJ em 19//11/09)
Também existe a previsão de competência privativa da União para algumas matérias 
específicas previstas no artigo 22 da CF. Nesses casos, prevalece a regra específica 
(competência privativa) sobre a regra geral (competência concorrente).
• Veja o entendimento do STF sobre o tema:
JURISPRUDÊNCIA
A regra que confia privativamente à União legislar sobre ‘sistema monetário’ (art. 
22, VI) é norma especial e subtrai, portanto, o direito monetário, para esse efeito, 
da esfera material do direito econômico, que o art. 24, I, da CR inclui no campo da 
competência legislativa concorrente da União, do Estados e do Distrito Federal.(STF-
RE 291.188-DJ em 14/11/02)
Uma observação semelhante a que fazemos nas aulas de Direito Financeiro é cabível 
nesse momento, pois pela interpretação literal do art. 24, I, os municípios não teriam 
competência concorrente para legislar sobre Direito Econômico.
Essa afirmação também se sustenta no fato de que não cabe legislação suplementar 
municipal que trate de normas gerais, pois nos termos do art. 24, §3º, tais normas somente 
poderão ser federais ou estaduais. Assim, a competência do município não seria autônoma, 
pois irá suplementar uma lei prévia da União ou dos estados.
A maioria da doutrina entende que embora a Constituição não mencione os munícipios 
no caput do artigo 24, eles podem legislar sobre DireitoEconômico, baseando-se em uma 
interpretação sistemática do art. 30, II, da CF que dispõe que compete aos municípios 
suplementar a legislação federal e estadual, no que couber.
A controvérsia é grande, inclusive entre as bancas examinadoras. O Cespe e a FGV 
consideraram erradas as assertivas que negavam competência concorrente aos municípios.
Portanto, se houver uma questão objetiva mais bem elaborada ou uma questão subjetiva, 
lembre-se da divergência doutrinária.
Vamos agora falar das normas gerais. Pois bem, o art. 24, §1 dispõe que no âmbito da 
legislação concorrente, a União estabelecerá normais gerais sobre a matéria.
Professora, e qual a função dessas normas?Professora, e qual a função dessas normas?
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Possibilitar a unidade federativa no tratamento das matérias previstas no artigo 24. 
Entretanto, nada impede que certas matérias sejam reguladas de forma específica no 
âmbito federal.
Desse modo, a competência da União para editar normas gerais não afasta sua 
competência própria para suplementar tais normas gerais, no âmbito de sua atuação 
funcional e geográfica.
Competência
Concorrente (art. 24) Privativa da União (art.22)
União (normais gerais ou específicas no âmbito 
de sua atuação geográfica) Estados e DF
Município (maioria da doutrina)
prevalece sobre a regra geral (competência concorrente).
Direito Econômico
Produção e consumo
águas, energia, informática, telecomunicações e 
radiodifusão
serviço postal
sistema monetário e de medidas, títulos e garantias 
dos metais
política de crédito, câmbio, seguros e transferência 
de valores
comércio exterior e interestadual
diretrizes da política nacional de transportes
regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, 
aérea e aeroespacial
trânsito e transporte
jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia
sistemas de poupança, captação e garantia da poupança 
popular;
sistemas de consórcios e sorteios;
atividades nucleares de qualquer natureza;
propaganda comercial
Para finalizar esse tema, temos outras observações relevantes que embora sejam “velhas 
conhecidas” dos concurseiros, continuam aparecendo em algumas provas:
• Art. 24, § 2º: a competência da União não exclui a competência suplementar dos 
estados e do DF.
• Art. 24, § 3º: se não existirem normas gerais estatuídas pela União, os estados e o DF 
exercerão a competência legislativa plena.
• Art. 24, § 4º: a superveniência da lei federal suspenderá a eficácia da lei estadual ou 
distrital, no que lhe for contrária.
Mantendo o compromisso de oferecer um material completo e atualizado, destaco 
abaixo as principais competências previstas na Constituição acompanhadas dos principais 
julgados sobre cada uma delas.
Esses temas têm grande incidência nas provas de Direito Econômico e, nesse ponto 
específico, as bancas examinadoras abordam muito mais a jurisprudência do que a lei seca.
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Para facilitar seu estudo, ofereço duas opções de leitura da jurisprudência na aula de 
hoje: você pode ler os julgados separados por tema (abaixo de cada inciso apresentado) 
ou pode optar por ler todos no final da aula onde temos um título destinado somente à 
jurisprudência.
Vamos juntos nessa?
2.7.1. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE (ART. 24)
• Direito econômico
EXEMPLO
Código de Defesa do Consumidor (federal)
• Produção e consumo
EXEMPLO
Leis que tratam da inclusão de devedores em cadastros de proteção crédito (competência 
suplementar estadual)
Confira a jurisprudência abaixo:
JURISPRUDÊNCIA
Proibição de fabricar, vender e comercializar armas de fogo de brinquedo no Estado. 
Competência concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios 
para legislar sobre proteção à infância e à juventude. Competência concorrente 
para legislar sobre matéria de produção e consumo. A mera circunstância de uma 
norma demandar atuação positiva do Poder Executivo não a insere no rol de leis cuja 
iniciativa é privativa do Chefe do Executivo. (ADI 5.126, rel. min. Gilmar Mendes, 
DJE de 18-1-2023.)
A autorização e regulamentação da venda e do consumo de bebidas alcoólicas em 
eventos esportivos, estádios e arenas desportivas em um Estado-membro não invade 
a competência da União prevista no art. 24, V e IX e §§1º a 3º, da Constituição da 
República. (...) Espaço constitucional deferido ao sentido do federalismo cooperativo 
inaugurado pela Constituição Federal de 1988. (ADI 5.112, rel. min. Edson Fachin, DJE 
de 10-9-2021.)
Proibição da Lei paranaense 20.276/2020 a instituições financeiras, correspondentes 
bancários e sociedades de arrendamento mercantil realizarem telemarketing, oferta 
comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer 
aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimos resulta do 
legítimo exercício da competência concorrente do ente federado em matéria de 
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defesa do consumidor, suplementando-se os princípios e as normas do Código de 
Defesa do Consumidor e reforçando-se a proteção de grupo em situação de especial 
vulnerabilidade econômica e social.(ADI 6.727, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 20-5-2021)
São constitucionais as normas estaduais que veiculam proibição de suspensão do 
fornecimento do serviço de energia elétrica, o modo de cobrança e pagamentos dos 
débitos e exigibilidade de multa e juros moratórios, limitadas ao tempo da vigência 
do plano de contingência, em decorrência da pandemia de Covid-19, por versarem, 
essencialmente, sobre defesa e proteção dos direitos do consumidor e da saúde pública. 
(...) É concorrente a competência da União, dos Estados e do Distrito Federal para 
legislar sobre consumo e proteção à saúde pública, nos termos dos incs. V e XII do 
art. 24 da Constituição da República. (ADI 6.432, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-4-2021, 
P, DJE de 14-5-2021.)
A Lei n. 6.886/2016 do Estado do Piauí, ao obrigar que as operadoras de telefonia 
móvel e fixa disponibilizem, na internet, o extrato detalhado de conta das chamadas 
telefônicas e serviços utilizados pelos usuários de planos pré-pagos, não tratou 
diretamente de legislar sobre telecomunicações, mas sim de direito do consumidor. 
Isso porque o fato de disponibilizar o extrato da conta de plano pré-pago detalhado na 
internet não diz respeito à matéria específica de contrato de telecomunicação, tendo 
em vista que tal serviço não se enquadra em nenhuma atividade de telecomunicações 
definida pelas Leis 4.117/1962 e 9.472/1997. Trata-se, portanto, de norma sobre direito 
do consumidor que admite regulamentação concorrente pelos Estados-Membros, 
nos termos do art. 24, V, da Constituição Federal (ADI 5.724, red. do ac. min. Roberto 
Barroso, DJE de 29-3-2021)
Consumidor. Proteção (...). Ausenteintervenção direta no núcleo de atuação das 
instituições voltadas ao exercício de atividades de natureza mercantil ou financeira, 
surge constitucional norma estadual a impor, em caráter obrigatório, a instalação de 
itens de segurança em caixas eletrônicos, reduzindo riscos à integridade dos usuários 
dos serviços bancários (...) (ADI 3.155, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 5-10-2020.)
Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais 
nos caixas de atendimento. Trata-se de matéria relativa a relação de consumo, o que 
garante ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema (art. 24, V, 
da CF/88) (STF. Plenário-ADI 4633/SP, julgado em 10/04/2018)
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2.7.2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO (ART. 22)
• Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão (inciso IV)
− Principais julgados:
JURISPRUDÊNCIA
A instituição de taxa de fiscalização do funcionamento de torres e antenas de 
transmissão e recepção de dados e voz é de competência privativa da União, nos 
termos do art. 22, IV, da Constituição Federal, não competindo aos municípios instituir 
referida taxa.(RE 776.594, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 9-2-2023, Tema 919, com 
mérito julgado)
A cláusula de fidelidade contratual é uma contrapartida decorrente de benefícios 
oferecidos aos consumidores, como a redução de custos para aquisição de aparelhos ou 
oferecimento de planos por valores reduzidos, de modo que a exclusão pura e simples 
dessa variável repercute no campo regulatório das atividades de caráter público. Diante 
da interferência no núcleo regulatório das telecomunicações, normas que disciplinam 
limites e possibilidades da cláusula de fidelização nos contratos de prestação de 
serviço TV por assinatura, telefonia, internet e serviços assemelhados devem ser 
editadas privativamente pela União, no exercício da competência normativa para 
dispor sobre telecomunicações (art. 22, IV).
(ADI 7.211, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 3-10-2022, P, DJE de 10-10-2022)
Lei estadual não pode, sob pena de ingerência reflexa no contrato de concessão 
celebrado entre a União e a concessionária, proibir ou limitar as receitas alternativas 
complementares ou acessórias da empresa. Eventual proibição dessa natureza pode 
potencializar o surgimento de diferentes padrões de serviço no âmbito nacional, 
dado o incentivo para as concessionárias investirem preferencialmente onde podem 
auferir mais recursos. É eivada de inconstitucionalidade lei estadual que proíbe as 
concessionárias dos serviços de telecomunicação de comercializarem SVA ou qualquer 
outro agregado ao serviço. (ADI 6.199, rel. min. Nunes Marques, DJE de 26-8-2022.)
(...) Lei Estadual n. 15.854/2015, que cria a obrigação das concessionárias de serviços 
telefônicos móveis de estender benefícios aos clientes antigos, das promoções 
oferecidas a novos clientes. Lei que cria obrigações e sanções para empresas de 
telefonia. Violação da competência privativa da União para legislar sobre serviços de 
telecomunicações (ADI 5.399, rel. min. Roberto Barroso, DJE de 7-12-2022.)
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(...) ao definir unilateralmente e tornar obrigatória a divulgação diária de fotos de 
crianças desaparecidas em noticiários de TV, a lei catarinense impugnada invadiu a 
competência legislativa da União para dispor privativamente sobre radiodifusão de 
sons e imagens, afrontado o previsto no inc. IV do art. 22 da Constituição brasileira e 
cuidou de tema entregue, constitucionalmente, ao legislador nacional, à Administração 
Pública federal e aos cuidados e com os instrumentos de convênio fixados em normas 
nacionais. (ADI 5.292, voto da rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 19-5-2022.)
Dispositivos que determinam que as prestadoras de serviço telefônico são obrigadas a 
fornecer, sob pena de multa, os dados pessoais dos usuários de terminais utilizados para 
passar trotes aos serviços de emergência. Alegação de inconstitucionalidade formal, por 
invasão da competência da União para legislar sobre serviços de telecomunicações – art. 
22, IV, da CF. A norma trata do relacionamento entre as prestadoras e a administração 
pública, em uma relação diversa daquela decorrente da outorga da prestação do 
serviço – prestação de informações para processo administrativo. Norma compatível 
com a legislação federal, que não estabelece um direito ao sigilo absoluto dos dados 
pessoais, sendo perfeitamente compatível com a requisição de dados no curso de um 
procedimento de apuração de infração administrativa. (ADI 4.924, rel. min. Gilmar 
Mendes, DJE de 29-3-2022.)
A legislação estadual impugnada com o escopo de coibir a atividade de ‘delivery de 
gasolina e etanol’ exorbitou sua competência e usurpou competência privativa da 
União para legislar sobre energia.
(ADI 6.580, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 24-5-2021)
A Lei n. 16.734/2018 do Estado do Ceará, ao vedar às operadoras de telefonia móvel 
que procedam, entre outras providências, ao bloqueio de acesso à internet quando 
esgotada a franquia de dados contratada, violou o art. 22, inciso IV, da Lei Maior, que 
confere à União a competência privativa para dispor sobre telecomunicações.(ADI 
6.089, red. do ac. min. Dias Toffoli, DJE de 4-3-2021)
O art. 22, inciso IV, da Constituição de 1988, que fixa a competência privativa da 
União para dispor sobre águas, deve ser interpretado à luz do art. 21, inciso XIX, que 
reserva ao campo de atribuições do ente federal a instituição do sistema nacional 
de gerenciamento de recursos hídricos e a definição dos critérios de outorga dos 
direitos de uso desses recursos.(ADI 5.025, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 30-3-2021.)
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Medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade. Conversão em julgamento 
definitivo. Lei n. 14.228/2020 da Bahia. Proibição a concessionárias de telecomunicações 
de limitação de tempo para utilização de créditos de telefones celulares pré-
pagos. Usurpação Da Competência Da União. Inc. XI do art. 21 e inc. IV do art. 22 da 
constituição da república. Precedentes do supremo tribunal federal. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade julgada procedente (ADI 6.326, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 
3-12-2020)
Bloqueio de aparelhos celulares pelas operadoras nas hipóteses de furto e roubo: 
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações.(STF AD1 5574-
DJ em 15/10/19)
É inconstitucional a Lei n. 416/08, do Município de Augustinópolis/TO,que autoriza 
o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão 
Comunitária no âmbito do território do Município: competência privativa da União 
(STF-ADPF 235, DJ em 30/08/19)
É inconstitucional lei lei do Estado do Rio Grande do Sul que isenta trabalhadores 
desempregados do pagamento do consumo de energia elétrica e de água pelo período 
de seis meses: competência privativa da União (STF-ADI 2298-DJ em 13/12/19)
É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de taxa de religação de energia 
elétrica em caso de corte de fornecimento por falta de pagamento, sem qualquer 
ônus para o consumidor: competência privativa da União para legislar sobre energia. 
(STF-ADI 5620-DJ em 20/11/19)
É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre o fornecimento de informações 
por concessionária de telefonia fixa e móvel para fins de segurança pública. 
Competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (STF-ADI 4401-
DJ em 28/11/19)
Para finalizar esse inciso, não confunda a competência legislativa privativa com a 
competência material exclusiva prevista no art. 21.
Art. 21
(...)
XI – compete exclusivamente à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão 
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização 
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais
XII – b) é competência administrativa exclusiva da União “explorar, diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão os serviços e instalações de energia elétrica e o 
aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam 
os potenciais hidroenergéticos”.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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• Serviço postal (inciso V)
− Principal julgado:
JURISPRUDÊNCIA
É inconstitucional lei municipal que proíbe entrega em determinado horário, sob 
pena de multa e cancelamento do alvará de funcionamento: competência privativa 
da união para legislar e administrar serviço postal. (STF-ADPF 222-DJ em 02/10/19)
• Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais (inciso VI)
− Principais julgados:
JURISPRUDÊNCIA
A alteração do padrão monetário envolve necessariamente a fixação do critério de 
conversão para a moeda: competência privativa da União para legislar sobre sistema 
monetário (STF-(RE 291188/RN-DJ em 14/11/02)
Não confunda a competência legislativa privativa com a competência material exclusiva 
prevista no art. 21.
Nos termos do art. 21, VII e VIII, a competência administrativa para tratar de moeda 
e câmbio é exclusiva da União.
• Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores (inciso VII)
− Principais julgados:
JURISPRUDÊNCIA
ICMS. Incidência. Seguradoras. Venda de veículos salvados. Inconstitucionalidade. 
Ofensa aos arts. 22, VII, e 153, V, da CF. (...) O art. 7º, § 1º, item 4, da Lei paulista 
6.374, de 1º-3-1989, previu a incidência de ICMS sobre as operações de vendas, por 
seguradoras, de veículos envolvidos em sinistros. Vendas que se integram à própria 
operação de seguro, constituindo recuperação de receitas e não atividade mercantil. 
(RE 588.149, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-2-2011, Tema 216, com mérito julgado)
É inconstitucional lei estadual que amplia as formas de pagamento dos planos 
privados de assistência à saúde, individuais ou coletivos, por violação à competência 
privativa da União para legislar sobre a matéria (ADI 7.023, rel. min. Roberto Barroso, 
DJE de 2-3-2023)
A Lei n. 6.704/2015 do Estado do Piauí disciplina a transferência dos depósitos judiciais 
em dinheiro referentes a processos judiciais – tributários ou não tributários, realizados 
em processos vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí –, bem como dos 
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depósitos em processos administrativos, independentemente de o Estado ser ou não 
parte, para conta única do Poder Executivo. (...)Veiculação de normas que caracterizam 
a usurpação da competência da União para legislar sobre: (i) o Sistema Financeiro 
Nacional (art. 21, VIII, CF); (ii) a política de crédito e transferência de valores (art. 22, 
VII e 192, CF); (iii) direito civil e processual (art. 22, I); e (iv) normas gerais de direito 
financeiro (art. 24, I, CF) – atuação além dos limites de sua competência suplementar, 
ao prever hipóteses e finalidades não estabelecidas na norma geral editada pela União. 
(ADI 5.392, rel. min. Rosa Weber, DJE de 5-10-2020)
A competência para legislar sobre planos de saúde é privativa da União. Ainda que a Lei 
federal 9.656/1998 preceitue a prévia comunicação aos usuários sobre alteração da 
rede credenciada, não pode Lei estadual impor meio e forma para o cumprimento 
de tal dever, por não dispor de competência concorrente quanto à matéria (ADI 5.173, 
rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 17-12-2019)
A política creditícia no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação é regulada por 
legislação federal. (...)É competência privativa da União legislar sobre política de 
crédito (art. 22, VII, CF). Inconstitucionalidade formal de legislação estadual ou distrital 
que trata da matéria. (ADI 3.532, rel. min. Edson Fachin, DJE de 18-12-2019.)
• Comércio exterior e interestadual (inciso VIII)
− Principais julgados:
JURISPRUDÊNCIA
Lei n. 7.814, de 15 de dezembro de 2017, do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe sobre 
a proibição, no Estado, da utilização de animais para desenvolvimento, experimento 
e teste de produtos cosméticos, higiene pessoal, perfumes, limpeza e seus 
componentes. (...) Usurpação de competência da União. Limitações a comercialização 
dos produtos derivados dessas atividades no Estado do Rio de Janeiro. Restrição ao 
mercado interestadual. Alegação de ofensa aos artigos 22, VIII e 24, VI da Constituição 
Federal. Ocorrência. (ADI 5.995, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 20-10-2021.)
Lei n. 1.939, de 30 de dezembro de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe 
sobre a obrigatoriedade de informações nas embalagens dos produtos alimentícios 
comercializados no Estado do Rio de Janeiro. Alegação de ofensa aos artigos 22, 
VIII, e 24, V, da Constituição Federal. Ocorrência. Ausência de justificativa plausível 
que autorize restrições às embalagens de alimentos comercializados no Estado do Rio 
de Janeiro. Competência legislativa concorrente em direito do consumidor. Ausência. 
Predominância de interesse federal a evitar limitações ao mercado interestadual 
(ADI 750, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 9-3-2018)
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É inconstitucional a lei estadual que cria restrições à comercialização, à estocagem e 
ao trânsito de produtos agrícolas importados no Estado, ainda que tenha por objetivo 
a proteção da saúde dos consumidores: competência privativa da União para comércio

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