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Resenha de Livro - A revolução dos bichos (Emily)

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Resenha do livro: A revolução dos bichos 
 George Orwell é um pseudônimo u�lizado por Eric Arthur Blair. O escritor e jornalista 
 nasceu em 25 de junho de 1903, na Índia Britânica, em Mo�hari, atualmente uma região 
 pertencente à República da Índia. Trazendo contribuições até os dias atuais por meio de suas 
 grandes obras, o escritor é conhecido pela severa crí�ca ao autoritarismo. Após uma vida de 
 dedicação à escrita, faleceu, em virtude de uma tuberculose, em 21 de janeiro de 1950, aos 
 46 anos. 
 Além do livro "A Revolução dos Bichos", aclamado pela crí�ca e conhecido 
 mundialmente, publicou outros romances, poemas, narra�vas baseadas em suas 
 experiências de vida, entre outras obras. 
 A obra em questão apresenta o processo de revolução dos bichos de uma granja, 
 devido à sua insa�sfação com o tratamento do dono, o Sr. Jones, à escassa alimentação e à 
 exploração sofrida por eles. Foram liderados inicialmente pelo respeitado porco Major, que 
 os inspirou a lutar por condições dignas de vida. Porém, após sua morte, Napoleão e Bola de 
 Neve, outros dois porcos, assumiram a liderança e, sendo cada vez mais explorados, os 
 animais se rebelaram, expulsando o dono da granja. 
 Devido à sua inteligência superior, os porcos permaneceram na liderança do grupo. 
 Como bons empreendedores, organizaram a produção e consumo de alimentos, aprenderam 
 e ensinaram os outros a ler, estabeleceram regras (mandamentos do animalismo), 
 planejaram todas as a�vidades e estudaram maneiras de melhorar a granja. 
 Porém, com o tempo, o poder sobe à cabeça dos líderes, que começam a ter maiores 
 bene�cios, como os melhores alimentos, corrompendo a sonhada igualdade entre os 
 animais. Além disso, devido aos seus perfis bastante dis�ntos começaram a discordar sobre 
 cada decisão, o que levou a uma disputa entre eles. A principal questão de discordância era a 
 construção de um moinho de vento, entretanto, na noite em que iria ocorrer a votação, 
 vislumbrando sua derrota, Napoleão acompanhado por enormes cães expulsou Bola de Neve 
 e assumiu o poder. 
 De forma extremamente autoritária, Napoleão passa a governar a granja, usando os 
 cachorros como ameaça a qualquer contestação e o poder de persuasão do Porco Garganta 
 para convencer os animais, pra�cando atos que não condiziam com as regras estabelecidas e 
 se autodenominando "Líder". Além disso, os porcos grada�vamente passaram a adotar um 
 es�lo de vida mais parecido ao dos humanos, tendo regalias exclusivas a eles. 
 Quando a repressão começou a passar dos limites, com Napoleão perseguindo de 
 todas as formas seu opositor Bola de Neve e qualquer um que formasse oposição ou 
 cometesse algum delito, os animais perceberam que a situação se igualava, ou estava pior do 
 que na época do Sr. Jones, porém eram sempre convencidos do contrário por Garganta. 
 Assim, a granja dos Bichos se tornou uma ditadura, sendo o porco Napoleão o "Líder". 
 Passaram a ocorrer eventos de comemoração e culto a ele. Por meio de Garganta, os animais 
 eram convencidos, mandamentos eram alterados, informações censuradas e modificadas, e 
 a canção "Bichos da Inglaterra", que pregava igualdade e liberdade em seus versos, muito 
 u�lizada na época da revolução, foi proibida. Por fim, os porcos se aliam aos homens 
 granjeiros da região e passam a andar em duas patas, contrariando o principal mandamento 
 da revolução: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim". E na granja, não poderia haver maior 
 desigualdade entre os bichos, que já não se lembravam de como era no passado. 
 O autor representa na obra uma metáfora do socialismo, implantado por meio da 
 Revolução Russa na an�ga União Sovié�ca. Ainda que de acordo com os princípios iniciais, o 
 maior valor a ser seguido fosse a igualdade, a Revolução resultou em uma sangrenta 
 ditadura. A imprensa passou a ser censurada, como o papel de Garganta no livro, exaltando 
 sempre a figura do ditador. Assim, a obra ilustra a igualdade como uma verdadeira utopia 
 que sempre será corrompida, visto que a sede de poder dos homens (e dos porcos) é 
 incontrolável. O autor apresenta a visão de que, quando há oportunidade, o explorado se 
 torna o explorador. E dessa forma, no fim da obra "já se tornara impossível dis�nguir quem 
 era homem, quem era porco" (ORWELL, 2007, p. 143). 
 REFERÊNCIA: ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. 1 ed. São Paulo: Companhia das 
 Letras, 2007. 152p. 21x13,7cm.

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