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Colostro e Diarreia em Ruminantes - Clínica e Cirurgia de Ruminantes e Equinos

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Zé Renato 
● Colostro: É a primeira secreção da glândula 
mamária que possui alta concentração de IgG, 
IgM, proteínas e vitaminas, sendo um alimento 
necessário para o bezerro, 
 ➤ Composição: Apresenta 22% de sólidos to-
tais, imunoglobulinas IgG > IgM > IgA, imunidade 
celular com neutrófilos > linfócitos e monócitos, 
caseína, energia por gordura e açúcares, vita-
minas A e E, enzimas lactoperidoxidase e lisozima. 
 ☞ Quantidade de Imunoglobulinas: IgG deve 
apresentar o valor ideal maior que 50g/L no leite. 
A quantidade ideal a ser ingerida pelo bezerro 
deve ser de 150g, sendo o valor mínimo 100g; de-
vendo ser ingerido em 1-2 horas após o nasci-
mento, no máximo 6 horas. Quando aferido, o 
valor sérico desejado é de 25g/L, verificando o 
consumo de 2,5-3,0L. 
 ➤ Importância: Promove imunidade passiva 
contra invasão sistêmica de microrganismos, visto 
que as imunoglobulinas são transferidas e 
realçam a fagocitose e atividade linfática de ação 
local no trato digestório. 
 ☞ Migração: Os leucócitos do sangue perifé-
rico da mãe migram para a glândula mamária e 
são transferidos para o bezerro por meio do 
colostro. Então, os leucócitos migram para os 
órgãos linfoides secundários e adentram o tecido 
e corrente sanguínea e atravessam o epitélio 
intestinal. 
 ☞ Bactérias: O colostro atua como um pro-
biótico natural, agindo por meio da simbiose de 
bactérias comensais identificadas no leite mater-
no, como: Aeróbios – Staphylococcus, Strepto-
coccus e Enterobacteriaceae; Anaeróbios: Bifido-
bacterium e Lactobacillus. 
 ➤ Fatores: Raça, condição corporal da mãe, 
perda de colostro antes do parto, demora para or-
denha acima 8h, vacinação da mãe, parto com 
distocias, medicamentos, estresses, ingestão na-
tural > mamadeira > sonda, doenças puerperais, 
mau ambiente. 
 ☞ Idade da Mãe: Fêmeas primíparas apre-
sentam menor quantidade e qualidade de colos-
tro, enquanto na terceira lactação há maior com-
centração de IgG 
 ☞ Raças: Raças de corte apresentam cerca 
de 1L de colostro, visto que é de alta concen-
tração e baixo volume; enquanto de leite é para 
oferecer cerca de 7-10% do peso do neonato nas 
primeiras 6 horas de vida, sendo um alimento 
com maior volume e menor concentração. 
 ☞ Corticoesteroides: Quando de ação longa, 
promovem queda na concentração de imuno-
globulinas; além disso, diminui a capacidade de 
absorção pelo bezerro. 
 ☞ 3Qs: A qualidade deve ser acima de 21%, 
absorção ideal o quão rápido idealmente em até 
6 horas, em quantidade de 15% do peso vivo. 
 ➤ Mamadas: Considerando então uma be-
zerra nascida com 40kg, deve ser ingerido 4L de 
colostro de alta qualidade na primeira mamada 
em até 2h após o nascimento. A partir de então, a 
segunda mamada deve ser de pelo menos 2L em 
até 6-8h após o nascimento. Isso garante uma ja-
nela de transferência de imunidade passiva alta. 
 ☞ Eficiência: Um colostro eficiente significa 
taxa de sobrevivência de 96%; e quando em falha 
há queda para 91%. 
Zé Renato 
 ➤ Falhas na Transferência: Uso de corti-
cóide na indução do parto, estresse térmico, dis-
tocias, desnutrição, forma da ingestão do co-
lostro, aptidão materna, má conformação do 
úbere e tetos, doenças puerperais como mastite e 
hipocalcemia, bezerros fracos. 
 ☞ Tratamento: Transfusão de sangue total ou 
plasma, sendo a concentração de IgG do doador 
acima de 1400mg/dL. A dose é de 20-40mL/kg. 
Colostro em pó deve ser utilizados quando é im-
possível obter outras formas de colostro, sendo 
uma técnica que não possui garantias. 
 ➤ Fornecimento: Quando oferecido por ma-
madeira, deve haver bico com gotejamento e 
arredondados, em baixo fluxo para evitar pneu-
monia por aspiração; quando por sonda, deve 
haver deposição no retículo. 
● Diarreia: Sinal que promove cerca de 56% 
de mortalidade em bezerros, sendo também um 
fator de saúde pública por zoonoses. É uma com-
dição que também promove perdas econômicas e 
custos veterinários. 
 ➤ Fisiopatologia: O intestino apresenta vilo-
sidades, que são responsáveis pela absorção de 
nutrientes; e criptas, que secretam enzimas e são 
de rápida proliferação e renovação. 
 ☞ Patogenia: A diarreia pode ocorrer por hi-
persecreção intestinal, absorção diminuída, alte-
rações de motilidade, e osmose por aumento da 
pressão hidrostática ou hipoproteinemia. 
 ➤ Neonatal: Decorrem de falhas na transfê-
rencia de imunidade passiva, estresse, ambiente 
contaminado ou infecções por Cryptosporidium. 
 ☞ Profilaxia: Reduzir a transmissão e morta-
lidade por meio de prevenção com alojamento 
separado e limpo, vacinação materna e vazio sani-
tário; proteção por colostragem de boa qualidade 
e volume; tratamento por probióticos, fluidos e 
específicos para o agente causador. 
 ☞ Importância: É a principal causa de perdas 
em bezerros jovens, cerca de 1,5% em média. O 
gado de leite costuma ser mais afetado que o de 
corte. Objetiva-se que a perca seja menor que 3% 
em bovinos de corte, e 6% em leite; maximizando 
a resistência da propriedade. 
 ☞ Predisposição: Ambiente contaminado, má 
colostragem, utensílios contaminados, superpo-
pulação, ausência de quarentena. 
 ☞ Fatores Fisiológicos: Estado de hidratação, 
imunidade passiva e flora intestinal equilibrada, 
com bactérias probióticos que competem por ali-
mentos e se fixam na parede. 
Antibioticoterapia: Promove disbiose e per-
mite a infiltração de bactérias patogênicas através 
da parede intestinal. Além disso, promovem a 
seleção e propagação de bactérias resistentes. 
 ☞ Sinais Clínicos: São variáveis em graus e 
severidade. A consistência das fezes pode ser pas-
tosa ou fluida, com coloração amarela. Os bezer-
ros podem desenvolver depressão, anorexia, dor 
abdominal, febre, desidratação, acidose e hipo-
termia. 
Escore de Fezes: Normal (0) – firme, mar-
rom, períneo e cauda limpos. 1 – pastosa e semi-
formada. 2 – pastosa com mais água, conteúdo 
fecal aderido ao períneo e cauda. 3- aquosa, líqui-
da. 
 ☞ Etiologia: Escherichia coli (0-7 dias); Sal-
monela (todas), C. perfringens (+1 sem.), Eimeria 
(>3 sem.). Outros agentes: rotavírus, coronavírus, 
criptosporidiose (6-21 dias). 
Escherichia coli: Um bacilo gram – que colo-
niza o intestino delgado e produz toxinas que des-
tróem as vilosidades, promovendo síndrome en-
terotoxigência. A diarreia provém do aumento da 
secreção sem comprometer a absorção. Atinge 
bezerros com menos de 7 dias graças ao pH de 6-
7 do trato imaturo. Tratamento: consiste no uso 
de antibiótico Suramox 10% 10mg/kg, reidratação 
e acetato; NÃO pode se utilizar de bicarbonato. 
Zé Renato 
Profilaxia: Vacina Scour Guard da Pfizer é questio-
nável, a primeira dose é 60 dias antes do parto, e 
a segunda dose 30 dias. 
Salmonelose: Quando em bezerros maiores 
de 2 meses, costuma ser a enteritica Dublin; en-
quanto menores, enteritica Thyphimurium. É uma 
doença que pode afetar extremidades e causa hi-
persecreção e aumenta a permeabilidade da pa-
rede, causando perda de proteínas e eletrólitos. 
Vem em casos de surtos, causando pneumonia, 
diarreia profusa com sangue, muco, pedaços de 
mucosa, febre e dor. A presença de fibrina na ve-
sícula biliar é um sinal patognômico. Patologia: 
causa neutropenia, hemoconcentração, acidose e 
uremia. Tratamento: fluidoterapia, antibióticos 
(Ceftiofur 2,2mg/kg, Enrofloxacina) e anti-infla-
matórios (Meloxicam 0,5mg/kg). 
Rotavirus e Coronavirus: Promove principal-
mente diminuição da absorção e a secreção fica 
pouco alterada, as vilosidades diminuem e se fun-
dem enquanto o agente se fixa na parede. A diar-
reia é osmótica. Coronavirus também causa doen-
ça pulmonar e os adultos são reservatórios. Rota-
virus é altamente contagioso e excretado. 
Criptosporidium parvum: Promove lesão in-
flamatório que diminui a absorção geralmente de 
maneira autolimitante. Costuma afetar bezerros 
de 3 dias a 2 semanas de idade, causando diarreia 
leve a moderada. Tratamento: é de difícil alcance, 
Halofuginona 60-125ug/kg PO 7 dias. 
Eimeriose:É uma doença de alta morbida-
de e baixa mortalidade, acometendo bezerros a-
cima de 3 semanas de idade. A diarreia é de odor 
fétido e contém sangue, a mucosa é lesada. Tra-
tamento: Toltrazuril 5% 15mg/kg. Profilaxia com 
monensina e decoquinato. 
Clostridium perfrigens: Causa enterotoxemia 
hemorrágica do Tipo-C. O excesso de comida po-
tencializa a replicação. 
 ➤ Reidratação: Quando desidratação mode-
rada, déficit de 1,5L com perda futura de 2L. Se 
grave, déficit de 5L com perda de 3L. Manutenção 
de 70mL/kg. Total de 7L (moderada), e 11,5L (gra-
ve). 
 ☞ Graus de Desidratação: Quando de 6-9% a 
prega de pele é de 3-5s, a córnea está seca, um-
cosa quente e pálida, comportamento deprimido. 
Quando acima de 10% a prega é maior que 5s, a 
córnea está seca, a mucosa é seca e cianótica, e o 
comportamento é comatoso. 
 ☞ Oral: Energético com maltodextrina, gli-
cose, acetato e propionato; e glicina. Alcalinizan-
te com bicarbonato para abomaso e duodeno e 
acetato propionato para facilitar a absorção de 
sódio e água. 
 ➤ Jovem e Adulto: Helmintoses, Eimeriose, 
Salmonela, C. perfringens, Paraturbeculose, Diar-
reia viral bovina. 
 ☞ Com Lesão Oral: 
Diarreia Viral Bovina: É um flaviviridae que 
pode ser citopático ou não citopático, com a 
doença das mucosas quando os dois. Pode ser 
diagnosticado com imuno-histoquímica. Causa in-
fertilidade, defeitos congênitos, aborto, natimorto 
e infecção persistente. 
Febre Catarral Maligna: Causa por herpes-
virus. 
Peste Bovina: Causada Paramyxoviridae. 
 ☞ Sem Lesão Oral: Salmonelose, Eimeria, 
Samabaia, Metais pesados, endotoxemias, acido-
se lática, deslocamento de abomaso, síndrome do 
intestino hemorrágico. 
 ☞ Crônica: Helmintoses, Salmonelose, Defi-
ciência de cobre, Magnésio, Paraturbeculose, A-
miloidose renal, Linfossarcoma intestinal.

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