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Ética - Tarefas

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Cecília Pawlow
Mídia, espetáculo e sociedade de consumo. A subjetividade pós-moderna e a prisão
no corpo: entre o espetáculo e o consumo - Jacqueline de Oliveira Moreira
Síntese Comentada
O texto de Jacqueline de Oliveira Moreira explora a relação entre a mídia, o
espetáculo, a sociedade de consumo e a subjetividade pós-moderna. A autora sustenta a
ideia de que a sociedade contemporânea é profundamente influenciada pela mídia e pelo
consumismo, resultando em uma forma de subjetividade que aprisiona o indivíduo em seu
próprio corpo. A cultura do espetáculo e a incessante busca pelo consumo moldam a
percepção que as pessoas têm de si mesmas e do mundo, gerando uma sensação contínua
de insatisfação e uma busca incessante por identidade e felicidade através da aquisição de
bens materiais.
O conteúdo do texto aborda uma problemática relevante na sociedade
contemporânea, destacando a influência da mídia e do consumismo na construção da
subjetividade individual. A concepção de uma "prisão no corpo" causada pelo espetáculo e
pelo consumo suscita reflexões sobre como a busca por identidade e felicidade muitas
vezes está associada à aquisição de bens materiais, criando um ciclo vicioso de insatisfação
e desejo.
Nesse contexto, a ética da propaganda desempenha um papel fundamental ao
questionar a forma como as mensagens publicitárias são elaboradas e transmitidas. É
crucial que empresas e profissionais de marketing considerem a responsabilidade social e
moral de suas práticas, evitando a manipulação excessiva das emoções e promovendo
valores éticos que contribuam para o bem-estar coletivo. Uma propaganda ética é aquela
que busca informar de maneira transparente, respeitar a autonomia do indivíduo e não
comprometer a dignidade humana.
Jacqueline de Oliveira Moreira consegue trazer a problemática abordada de forma
relevante e desperta reflexões importantes sobre a forma como somos influenciados pelos
meios de comunicação e pela cultura do consumo. O conceito de uma "prisão no corpo"
provocada pelo espetáculo e pelo consumismo nos leva a questionar as bases de nossa
busca por identidade e felicidade, que muitas vezes estão atreladas à aquisição de bens
materiais. A importância da ética da propaganda se apresenta, de fato, como um elemento
crucial nesse contexto. Ao ressaltar a necessidade de práticas publicitárias responsáveis,
transparentes e que não comprometam a dignidade humana.
Converte-te naquilo que és: Subjetividade, propaganda e ideologia na sociedade de
consumo (Conrado Ramos)
Síntese Comentada
O texto de Conrado Ramos destaca a mudança do ethos do trabalho para um ethos
hedonista na sociedade de consumo, onde o prazer é imposto como valor. A massificação e
a indústria cultural desempenham um papel fundamental nessa sustentação, manipulando
os processos de produção, idealização e consumo de mercadorias. No entanto, o autor
ressalta que o capitalismo do século XIX tinha foco na produção de bens industriais para o
consumo produtivo, com o consumo restrito às necessidades básicas. Atualmente, o
trabalho se tornou um meio para o consumo, sendo a propaganda e o consumo centrais na
construção de valores e comportamentos, promovendo uma cultura descartável e a
obsolescência programada.
No contexto neoliberal, o comportamento consumista é considerado uma expressão
de liberdade e autonomia, mas as grandes corporações e as novas tecnologias perpetuam a
derrota do indivíduo antes mesmo de sua realização através do consumo. A organização
social baseada na ruptura das relações entre as pessoas e na exaltação do novo gera um
constante deslocamento das identidades e tarefas, tornando o trabalho de uma geração sem
sentido para a próxima. A sociedade de consumo é vista de forma divergente, com alguns
acreditando ser um momento privilegiado de satisfação, enquanto outros enxergam o
consumismo como um vazio existencial a ser preenchido com mercadorias. No entanto, o
autor argumenta que a sociedade de consumo oferece uma falsa satisfação, levando a uma
subjetividade marcada pelo sofrimento e pela busca desesperada de prazer através do
consumo. Nessa perspectiva, a psicanálise, especialmente a partir do sujeito lacaniano,
pode abordar uma ética do "bem gozar" e questionar politicamente as imposições e
imperativos de gozo na sociedade de consumo.
A insatisfação do sujeito na sociedade de consumo revela a contradição entre as
fantasias individuais e as falhas das promessas de gozo do consumismo. Essa insatisfação
possui um valor político, pois permite enxergar a contradição existente na sociedade de
abundância e diversidade. Contudo, os mecanismos sociais de manutenção do status quo
culpam os insatisfeitos por suas próprias insatisfações. Nesse contexto, é fundamental
compreender a lógica da fantasia propagandística, a estrutura do sujeito envolvido nesse
laço social e as condições históricas, sociais e econômicas que influenciam os laços sociais
na sociedade de consumo. Essa compreensão nos ajuda a refletir sobre o grau de
sofisticação alcançado pela dominação social e a questionar a responsabilidade daqueles
que aderem ou resistem a esse sistema.
Por fim, o texto nos faz refletir sobre como a propaganda e o consumismo moldam
nossos valores, comportamentos e identidades, resultando em uma busca insaciável por
prazer e uma sensação de vazio. É essencial compreendermos esses processos e
questionarmos nossa responsabilidade diante deles. A reflexão crítica sobre a relação entre
teoria social e teoria do sujeito nos permite enxergar além das aparências e buscar
alternativas para uma sociedade mais justa e equilibrada, onde a satisfação não seja
meramente ilusória.

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