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LEGISLAÇÃO E ÉTICA EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA Luiz Valdo Carneiro Morais Comunicação Social Habilitado em Publicidade e Propaganda 6° Semestre FEIRA DE SANTANA - BA 2022 ¹ O Renascimento (ou Renascença, Renascentismo) foi, ao mesmo tempo, um período histórico e um movimento cultural, intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVII, e atingiu seu ápice no século XVI. Como sabemos, renascimento significa, literalmente, nascer novamente PROPAGANDA COMO UM FATOR CULTURAL NAS SOCIEDADES Quando observamos o mundo atual e percebemos o quanto o consumo vem crescendo ao nosso redor, temos também que levar em consideração como se deu essa crescente realidade. Dessa forma faremos primeiro um estudo de como esse cenário tornou-se um bombardeio de informações e influencias na vida da sociedade no âmbito das práticas consumistas. Passando por questões históricas que influenciaram notadamente estas mudanças. Na parte final do livro A vida para o consumo, Bauman escreve: A busca por prazeres individuais articulada pelas mercadorias oferecidas hoje em dia, uma busca guiada e a todo tempo redirecionada e reorientada por campanhas publicitárias sucessivas, fornece o único substituto aceitável – na verdade, bastante necessitado e bem-vindo – para a edificante solidariedade dos colegas de trabalho e para o ardente calor humano de cuidar e ser cuidado pelos mais próximos e queridos, tanto no lar como na vizinhança (BAUMAN, 2008: 154). Os componentes do consumismo muitas vezes inserido em nossa sociedade por diversos mecanismo, gera uma infinidade de ganchos importantes do setor mediático, nos quais bombardeiam a sociedade todos os dias uma gama de produtos, ofertas e promoções. Muitas pessoas compraram produtos que normalmente não são necessários em sua vida ou ambiente social. Fazer compra não só permite destacar o vazio de ego, em que um ator social que não entende as tendencias, passa então a ser influenciado por fatores culturais. Para exemplificar essas ações, devemos olhar o quanto fomos influenciados a criar demandas já mais existentes de consumo na sociedade. Dividimos em três fases: FASE I (1850 a 1945) FASE II (1950 a 1980) FASE III (a parti de 1980). Para entender essas mudanças, temos que visualizar a evolução que ocorreu e que ainda ocorre na sociedade, começando no final da Idade Média (século XV) e começo da Renascença¹, quando a crescente demanda da população para as cidades e enriquecimento do comercio trouxe uma aproximação de pessoas nas áreas urbanas. FASE I - O consumo como elemento social (1850 – 1945) Na sociedade contemporânea o consumo se caracteriza como fenômeno social que contribui para o entendimento dos processos sociais, pois passa a ser uma necessidade e desejo que se caracteriza como manifestação da cultura que se processa através das práticas de consumo. Não há como falar em evolução do consumo sem ressaltar as mudanças significativas que o final do século XIX e século XX representam em todos os âmbitos da sociedade. Vivendo um período de grandes transformações do pensamento, do homem e transição cultural, o consumo tinha um perfil mais social do que emocional como ocorre nos dias de hoje, mas iremos falar sobre essas transformações. Quando ocorre a revolução industrial na Europa, as metamorfoses no consumo começam a tomar um novo rumo na sociedade. Desse modo, busca-se reenquadrar a questão do consumo a partir do que denominamos dimensões socioculturais, referentes aos processos de construção e expressão de identidades pessoais e sociais, de satisfação, de objetos de desejos, como um novo campo de ação política. Portanto, o significado do consumo vai além do seu caráter utilitário e de suprimentos de necessidades, comunicando significados múltiplos e culturais. Havendo um grande deslocamento da população do campo para a cidade, gerando assim uma grade concentração urbana, uma transformação na qualidade de vida dos habitantes de países industrializados tivera a primeira mudança na relação homem e consumo. O surgimento da publicidade ocorreu em meados do século XIX, portanto, após o início da Revolução Industrial. Um anúncio é considerado apenas um convite para uma oferta (invitatio ad offerendum), o que significa que não vincula o fornecedor, pois para fazer negócios, o consumidor atraído pelo anúncio deve estar presente e fazer uma oferta, que o fornecedor aceitará ou não. A industrialização trouxe o consumo em massa, o que significou a desumanização dos mercados, ou seja, compradores e vendedores tornaram-se invisíveis. A publicidade perdeu seu caráter individualista e passou a ser orientada para o coletivo. As relações de confiança já não acompanham as relações de consumo como acontecia na era pré-industrial. Na relação de consumo das sociedades pré-industriais, os produtos são produzidos de forma manufatureira e, portanto, em menor escala, sem exigir esforço excessivo do fabricante para colocar o produto no mercado. FASE II - Consumo em Massa Pós-Segunda Guerra (1950 – 1980) A segunda Guerra Mundial exigiu a otimização dos produtos industrial, e o estado do trabalho passou a desenvolver-se rapidamente, uma demanda maior de consumo e de fabricação faz com que a sociedade comece a enxergar os produtos industrias como um novo estilo de vida, assim a cultura do consumo que era para as necessidades básicas, passam a ser classificadas de acordo com a classe social. Essa segregação de consumo ainda não havia sido percebida pela publicidade e propaganda, pois, ainda era pouco estudada pela área. É válido ressaltar que após a Segunda Guerra Mundial, e com o crescente consumo da sociedade de classe média e a massa jovem de consumidores, houve um aumento de produção. Entretanto, isso não seria suficiente para manter o sistema em movimento. Para esse despertar, a publicidade perceber que pode influenciar os consumidores a consumir determinados produtos, fazendo com que a produção tenha um crescimento maior, essa visão transcende a publicidade de anúncios em jornais e passa a explorar o rádio, que por sua vez já se tornava um meio de comunicação em massa. Por volta do ano de 1950 surgiu um meio de comunicação que se tornaria indispensável para a divulgação das marcas e seus produtos: a televisão. É inegável o poder que a televisão possui mesmo nos dias atuais com os adventos da internet. A partir do momento em que as pessoas passaram a ver e se envolver com os anúncios, a publicidade passou a ter um papel importante na propagação da informação. No que se diz respeito ao desenvolvimento de nossas industrias e bens de consumo, começamos então uma nova era eletrônica, era em que importávamos filmes em latas, as agências McCann Erikson e a J.W. Thompson, trazem o know-how, criando, redigindo e produzindo programas, devido à falta de profissionais experientes em televisão, produzíamos ligeiros programas, comerciais ao vivo. Esse período ficou conhecido como os anos alegres da comunicação. Nos Estados Unidos do pós-II Guerra, a sociedade de consumo se tornou um fenômeno de massas, por exemplo, diminuindo significativamente as diferenças de vestuário entre as classes sociais. Antes da guerra, a maioria das roupas era feita sob medida por alfaiates. Mas a necessidade de manufaturar milhões de uniformes incentivou o desenvolvimento de tamanhos padrão. Os tamanhos padronizados permitiram que não só os uniformes, como também roupas civis, fossem produzidos em massa e vendidos “prontos para vestir” (prêt-à-porter). FASE III – O Consumo Emocional (a partir de 1980 – dias atual) Características marcantes de 1980, uma década recheada de transformações sociais, comportamentais e, principalmente, de mudanças nos hábitos de consumo cultural. Os chamados de geração Z começa a transformar toda sociedadena sua forma de vestir, agir e consumir, voltado para um consumo mais consciente onde surgem a chamados “hipsters”. Como resume SLATER (2002:17), “a cultura do consumo (...) está ligada a valores, práticas e instituições fundamentais que definem a modernidade ocidental, como a opção, o individualismo e as relações de mercado.” Vemos aqui que Slater traz em questões a modernização através do consumo sempre foi uma prática. Ele argumenta que esses valores (ou seja, valores de mercado) transbordam por dois motivos: “Primeiro, porque o próprio consumo se tornou um foco importante da vida social (...); segundo, porque os valores da cultura de consumo adquirem um prestígio que os encoraja a serem metaforicamente Alargados a outros domínios sociais, como a extensão dos padrões de consumo às telecomunicações públicas ou aos serviços médicos (Slater, 2002: 32) Assim, à medida que o significado se expande, podemos falar de consumo 'cultural'. Podemos fazer uma análise onde o que é considerado o termo ‘cultural’ continua sendo apontado como atividades ligada a belas artes, mas também se abre a uma rede como a cultura popular ou de publicidade, a moda, o design, a festa entre outros. Entretanto fica uma questão: É possível não consumir bens culturais? Se pensarmos na clássica divisão da cultura em alta cultura, cultura popular e cultura de massas, é pouco provável que encontremos alguém alheio às três. A cultura de massas, também chamada de indústria cultural, é a que podemos dizer que está presente na TV, no cinema, nas revistas, nos livros, nos discos. Uma das características da cultura de consumo é a quebras das fronteiras, onde todas as perspectivas são expostas, sejam elas econômicas, históricas, sociológicas ou políticas. Assim, percebe-se que várias questões perpassam as pesquisas de consumo "cultura". Podemos analisá-lo sob vários aspectos, ou sob vários ângulos. um monte de vezes, misturamos esses aspectos ao analisar um problema específico, mas para é interessante analisar para separá-los. Diante dessa demanda da cultura do consumo, KOTLER 2017. p49, traz o seguinte: “(...) objetivo é influenciar cada vez mais cedo a mente dos jovens (...) os jovens de hoje serão, em um futuro próximo, o alvo primário e provavelmente os clientes mais rentáveis.” Ao afirmar Kotler traz em questão como o comportamento observado da juventude vem sendo estudado por profissionais da Publicidade e Propaganda, tornas assim alvos fácies para influenciar. Por outro lado, percebemos que esse público apesar de serem considerados “ingênuos”, percebe-se um amadurecimento mais rápido comprado com outras gerações. O papel do jovem em influenciar o mercado é enorme. Pelo simples fato de serem amantes inicias, percebemos isso no momento atual, onde a tecnologia domina nas suas grandes maiorias dos mercados, onde empresas como a Apple, Meta (Facebook), Netflix entre outras apostam nesse público, por saberem que eles estão dispostos a novas mudanças de forma que consiga influenciar o mercado com sua nova onda cultural. O mundo da cultura, bens de consumo e consumidores. A publicidade, os sistemas de moda e os rituais de consumo são identificados como os meios pelos quais o significado é extraído e transmitido entre eles. Os sistemas de publicidade e moda transferem o significado do mundo culturalmente constituído para os bens de consumo, enquanto os rituais de consumo transferem o significado dos bens de consumo para os consumidores. Esta é a trajetória do movimento de significação cultural nas sociedades modernas desenvolvidas. Referências bibliográficas BARBOSA, Livia e CAMPBELL, Colin. Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2007. BENHAMOU, Françoise. A economia da cultura. São Paulo, Ateliê Editorial, 2006 BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2003. A distinção. Crítica social do julgamento. São Paulo, Edusp, 2007 CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e Cidadãos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001. Culturas Híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2003. COMUNICARTE, Conheça a história da publicidade e a sua evolução São Paulo 2020. Disponível em:< https:// https://www.conteudoinboundmarketing.com.br/historia-da-publicidade/> Acesso em: 22 mar. 2022. COSTA. Revolução Industrial e Sociedade de Consumo em Massa 2014 - Fernando Nogueira da Costa. Disponível em: < https://fpabramo.org.br/2014/04/08/revolucao-industrial-e-sociedade-de- consumo-em-massa/: 23 mar. 2021. BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Ed. 70, 1991. À sombra das maiorias silenciosas. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. DOMINGUES, José Maurício. Desenvolvimento, modernidade e subjetividade. Revista Brasileira de Ciências sociais (ANPOCS), 1999 p. 83-91. SLATER, D. Cultura do consumo e modernidade. São Paulo: Nobel, 2002. WOLF, F. Simbolismo no comportamento do consumidor: a construção de uma nova escala.2002. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal Do Rio Grande do Sul. Porto Alegra, 2004. MUNDO EDUCACAO. Segunda Revolução Industrial. São Paulo, 2019. Disponível em: < https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/segunda-revolucao-industrial.htm > Acesso em: 01 abr. 2022. KOTLER, Philip. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Ed. 01, 2017. Juventude: aquisição de participação nas mentes. 3. pg 49 ed. GMT: Rio de Janeiro, 2017. https://www.conteudoinboundmarketing.com.br/historia-da-publicidade/
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