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SISTEMA DE ENSINO DIREITO CIVIL Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental Livro Eletrônico 2 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Sumário Apresentação .....................................................................................................................................................................3 Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental .............................................................................................4 Contextualização .............................................................................................................................................................4 Arts. 1º, 2º e 3º: Conceituação e Tipificação ....................................................................................................6 Arts. 4º, 5º, 8º e 8º-A: Procedimento ....................................................................................................................7 Art. 8º: Perpetuation Jurisdictionis .....................................................................................................................12 Art. 6º: Sanções ...............................................................................................................................................................12 Art. 7º: Desprestígio ao Genitor Alienador no Caso de Inviabilidade de Guarda Compartilhada .................................................................................................................................................................18 Resumo ................................................................................................................................................................................19 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................20 Gabarito ..............................................................................................................................................................................23 Gabarito Comentado ................................................................................................................................................... 24 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias ApresentAção Olá, meus amigos e minhas amigas! Trataremos da Lei de Alienação Parental – LAP (Lei n. 12.318/2010). Para concurso público – foco nosso aqui –, a tendência é cair apenas o texto literal, sem maiores aprofundamentos. Por esse motivo, neste PDF, comentaremos cada artigo com foco em concurso público. A ideia é que você entenda o texto legal e entenda o conteúdo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias LEI N. 12.318/2010 – LEI DE ALIENAÇÃO PARENTAL ContextuAlizAção Filhos menores devem prioritariamente conviver com ambos os genitores. A criança e o adolescente precisam criar intimidade e proximidade com ambas as linhas de ascendência e a paterna. Têm o direito de incorporar, na sua formação, os ensinos, a experiência, a cultura e a identidade da família paterna e da família materna. O ordenamento jurídico condena que a formação da criança e do adolescente seja desequilibrada em favor de apenas uma das linhas de ascendência, como se apenas um dos genitores fosse relevante ao filho. Nosso Direito condena qualquer forma de semiorfandade. Essa diretriz só não será seguida se houver algum motivo grave no caso concreto. Enten- dem-se por motivo grave situações que ameacem o bem-estar da criança e do adolescente. Sob essa perspectiva, o Código Civil (CC) estabelece que, em regra, a guarda do filho no caso de pais que não coabitam seja compartilhada. Só não será compartilhada se algum dos pais não quiser (art. 1.584, § 2º, CC) ou se houver algum outro motivo grave (art. 1.586, CC). Se, por exemplo, um dos genitores agride fisicamente o filho, há motivo grave a afastar o regime de guarda compartilhada. Veja, a propósito, os artigos sobre guarda: Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008). § 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o subs- titua (art. 1.584, § 5 o ) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008). § 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equi- librada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) III – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 4º (VETADO) . (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008). § 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para so- licitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. (Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014) Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Msg/VEP-368-08.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 5 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio,de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008). II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008). § 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compar- tilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008). § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genito- res declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda com- partilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guar- da a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) § 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014) Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014) Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais. Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586. Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente. Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação. Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.398, de 2011) Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores esten- dem-se aos maiores incapazes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12398.htm#art1 6 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Ainda sob o prisma acima, o ordenamento pune o genitor que adota condutas destinadas a afastar o filho menor afetivamente do outro genitor. Essas condutas são designadas de atos de alienação parental. É dever jurídico de cada genitor respeitar (e até estimular) que o filho tenha convívio com ambas as linhas de ascendência. Embora a censura à alienação parental já estivesse implícita na Constituição Federal e no Código Civil, o legislador explicou e detalhou o tema na Lei da Alienação Parental – LAP (Lei n. 12.318/2010). Há poucos precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema. E, em provas, a tendência é cair o texto literal. Por isso, passaremos a comentar cada um dos artigos e cita- remos os principais precedentes atualmente existentes do STJ. Arts. 1º, 2º e 3º: ConCeituAção e tipifiCAção Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a alienação parental. Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repu- die genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim de- clarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternida- de ou maternidade; II – dificultar o exercício da autoridade parental; III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivên- cia da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Art. 3º A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do ado- lescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e des- cumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. Atos de alienação parental são condutas destinadas a afastar afetivamente a criança ou o ado- lescente de qualquer um dos seus genitores. É uma interferência psicológica no mirim para o afas- tar de qualquer dos seus genitores. É afastá-lo (aliená-lo) afetivamente de um deles (art. 2º, caput, LAP). Trata-se de uma violação a direito fundamental da criança e do adolescente (art. 3º, LAP). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Não há um rol taxativo de atos de alienação parental. O juiz precisa observar o caso concreto e, para tanto, pode valer-se de perícias. Como forma, porém, de guiar a interpretação dos casos con- cretos, o legislador exemplifica atos que sejam considerados de alienação parental nos incisos do parágrafo único do art. 2º da LPA. Trata-se de um rol exemplificativo (art. 2º, parágrafo único, LPA). Os atos de alienação parental podem ser praticados não apenas pelos genitores, mas também por qualquer outra pessoa quem mantenha contato com a criança ou adolescente, como avós, tios, tutor ou até mesmo professores, amigos ou terceiros. Podem, inclusive, ser praticados com auxílio de terceiros. Por exemplo, um genitor que faça campanha de desqualificação do outro utilizando funcionários ou amigos também perpetra ato de alienação parental (art. 2º, caput, LAP). Arts. 4º, 5º, 8º e 8º-A: proCedimento Art. 4º Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qual- quer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provi- sórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou ao adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. (Redação dada pela Lei n. 14.340, de 2022) Art. 5º Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou inci- dental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. § 1º O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, confor- me o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documen- tos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. § 2º A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnos- ticar atos de alienação parental. § 3º O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusiva- mente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada. § 4º Na ausência ou insuficiência de serventuários responsáveis pela realização de estudo psicológico, biopsicossocial ou qualquer outra espécie de avaliação técnica exigida por esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm#art2 8 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias com qualificação e experiência pertinentes ao tema, nos termos dos arts. 156 e 465 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) Art. 8º A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determina- ção da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo se decorrente de consenso entre os genitores ou de decisão judicial. Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em casos de alienação parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017, sob pena de nulidade processual. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) Considerando que a proteção à criança e ao adolescente é matéria de ordem pública de altíssima sensibilidade, o ordenamento evita burocracias vazias em termos procedimentos nesse ambiente. Por esse motivo, os atos de alienação parental podem ser reconhecidos pelo juiz de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público em qualquer procedimen- to que envolva os interesses do mirim. Pode ser, inclusive, reconhecido de modo incidental em um processo que verse sobre o mirim, como em um processo que discute a definição da guarda do filho menor. Pode, obviamente, ser reconhecido em um processo autônomo destinado unica- mente ao reconhecimento da existência de ato de alienação parental (arts. 4º e 6º, LAP). É preciso tomar cuidado com recurso cabível das decisões finais proferidas nesses proce- dimentos. Caso o juiz decida a questão em um processo autônomo, ele o fará por meio de uma sentença, hipótese em que o recurso cabível será a apelação. Se, porém, a decisão final do juiz tiver sido deferida de modo incidental a um processo, ter-se-á uma decisão interlocutória, a desafiar o recurso de agravo de instrumento. Nesse sentido, veja este julgado do STJ, proferido à época do antigo CPC, mas extensível ao atual CPC: JURISPRUDÊNCIA PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE ALIENAÇÃO PARENTAL. RECURSO CABÍVEL PARA IMPUGNAR A DECISÃO PROFERIDA. EXISTÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO. FUNGIBILIDADE INAPLICÁVEL. ARTS. ANALISADOS: 162, §§ 1º E 2º, 522, CPC. 1. Incidente de alienação parental, instaurado no bojo de ação de reconhecimento e dis- solução de união estável distribuída em 2010, da qual foi extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 02/05/2012. 2. Discute-se o recurso cabível para impugnar decisão que, no curso de ação de reconheci- mento e dissolução de união estável, declara, incidentalmente, a prática de alienação parental. 3. A Lei 12.318/2010 prevê que o reconhecimento da alienação parental pode se dar em ação autônoma ou incidentalmente, sem especificar, no entanto, o recurso cabível, impondo, neste aspecto, a aplicação das regras do CPC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art156 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art465 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art465 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm#art3 9 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias 4. O ato judicial que resolve, incidentalmente, a questão da alienaçãoparental tem natureza de decisão interlocutória (§ 2º do art. 162 do CPC); em consequência, o recurso cabível para impugná- lo é o agravo (art. 522 do CPC). Se a questão, todavia, for resolvida na própria sen- tença, ou se for objeto de ação autônoma, o meio de impugnação idôneo será a apelação, porque, nesses casos, a decisão encerrará a etapa cognitiva do processo na primeira instância. 5. No tocante à fungibilidade recursal, não se admite a interposição de um recurso por outro se a dúvida decorrer única e exclusivamente da interpretação feita pelo próprio recorrente do texto legal, ou seja, se se tratar de uma dúvida de caráter subjetivo. 6. No particular, a despeito de a Lei 12.318/2010 não indicar, expressamente, o recurso cabível contra a decisão proferida em incidente de alienação parental, o CPC o faz, reve- lando-se subjetiva – e não objetiva – a dúvida suscitada pela recorrente, tanto que não demonstrou haver qualquer divergência jurisprudencial e/ou doutrinária sobre o tema. 7. Recurso especial conhecido e desprovido. (REsp 1330172/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 17/03/2014) O Ministério Público pode suscitar essa questão. Tem igualmente de ser ouvido pelo juiz em caso de alegações de atos de alienação parental. O motivo é que o Ministério Público tem, em suas funções institucionais, a de velar pelos direitos do incapaz (art. 4º, LAP; e art. 178, II, CPC). Como as situações de alienação parental são graves e urgentes, o juiz, ao tomar ciência de indícios dessa prática, deverá, com urgência e após ouvir o Ministério Público, deferir liminar destinada a proteger a criança e o adolescente (art. 2º, caput, LAP). O juiz deverá ser cauteloso no caso concreto ao conceder a liminar. Seu foco é garantir o bem- -estar psicológico do mirim e, no que for possível, assegurar o seu convívio com ambos os genitores. No caso do convívio com o genitor infrator, o convívio deverá ocorrer mediante sistemática de “visitação assistida”, assim entendida o convívio feito sob a presença de um terceiro que fiscalizará a conduta do genitor infrator a fim de evitar novos atos de alienação parental (art. 2º, caput e parágrafo único, LAP). Houve uma alteração legislativa para tornar mais rigorosa a fiscalização do genitor infrator durante a visitação assistida. A Lei n. 14.340/2022 exige que essa “visitação assistida” seja feita em um ambiente mais impessoal e formal, o que dificultará muito a reiteração de infrações. Esse ambiente mais impessoal e formal terá de ser o próprio fórum em que tramita a ação ou alguma entidade conveniada com a Justiça. Antes dessa alte- ração legislativa, era comum o juiz deferir a visitação assistida indicando algum familiar para ser o fiscal, o que era frágil: é mais fácil esse familiar “passar panos quentes” em atos abusivos praticados pelo genitor infrator. Assim, em nome da maior preocupação com o bem-estar da criança, o parágrafo único do art. 4º da LAP impôs uma maior impessoalidade e formalidade ao ambiente da “visitação assistida”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Pense, por exemplo, em um caso de suspeita de abuso sexual do pai contra o filho. Suponha que os indícios sejam pequenos. Caso o juiz entenda viável, ele estabelecerá um regime de visita- ção assistida, estabelecendo que esse pai só conviverá com o filho: (1) no próprio fórum, que de- verá ter algum local propício a isso, como alguma sala decorada de forma lúdica para a criança e com profissionais destinados à fiscalizar o convívio; ou (2) em alguma entidade conveniada com a Justiça que disponha de um espaço adequado e de profissionais adequados à fiscalização. Essa visitação assistida só não deve ser concedida se houver iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica do pequeno, atestado pelo profissional incumbido de acom- panhar as visitas assistidas (art. 2º, parágrafo único, LAP). Apesar de o art. 2º, parágrafo único, da LPA exigir que a suspensão da visita assistida dependa de um atesto de um profissional acerca da existência de risco à integridade física ou psicológica do mirim, é evidente que o juiz pode dispensar esse atesto para conceder a liminar caso haja provas convincentes do fato. Afinal, o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente prevalece. A liminar, porém, destina-se apenas a impedir algum dano irreparável. Cabe ao juiz, poste- riormente, aprofundar no exame probatório do caso a fim de identificar se realmente procedem os indícios de alienação parental. Por isso, cabe ao juiz determinar a produção de provas. Não importa se se trata de um processo autônomo ou de um mero incidente processual (art. 5º, LAP). Como, porém, provar os atos de alienação parental? Na prática, é muito difícil comprovar os atos de alienação parental perante o Judiciário. Cos- tumeiramente esses atos não deixam rastros, especialmente quando consistem em conversas de um dos genitores com o filho menor em ambiente privado. Basta pensar em quão difícil é pro- var que um genitor que, por exemplo, frequentemente diz ao filho que seu outro genitor “não pres- ta”, “é um criminoso”, “não gosta de você” etc. Por isso, para comprovar, um dos caminhos é a re- alização de perícias que identifiquem indícios no perfil psicológico da criança ou do adolescente. De fato, a principal prova a ser produzida é a perícia psicológica ou biopsicossocial. Esta só não dever ser determinada se o juiz, à luz do caso concreto, considerá-la desnecessária. Pela perícia psicológica ou biopsicossocial, o expert avaliará a existência de elementos psicológicos, biológicos e sociais que indiquem a existência de atos de alienação parental. Para tanto, poderá entrevistar o mirim, os pais e outros eventualmente envolvidos. Avaliará o histórico de relacionamento dos envolvidos. Analisará a personalidade dos envolvidos. Levará em conta como o mirim reage diante da acusação de alienação parental contra o genitor sus- peito da infração. Enfim, poderá, a depender do caso concreto, valer-se dessas ou de outras providências que a técnica exigir à luz do caso concreto (art. 5, § 1º, LAP). Não é qualquer perito que pode realizar essa prova pericial. Só aqueles que tenham com- provação profissional ou acadêmica para identificar atos de alienação parental por meio das técnicas biopsicossociais (art. 5º, § 2º, LAP). O prazo para o perito elaborar o laudo é de 90 dias, prorrogável mediante autorização judi- cial no caso de justificativa idônea (art. 5º, § 3º, LAP). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Em regra, os peritos nomeados pelo juiz são agentes públicos, comumente integrantes do quadro de servidores públicos do próprio Poder Judiciário. Acontece que nem sempre há peri- tos suficientes diante do alto volume de demandas. Por isso, o § 4º do art. 5º da LRP é textual em autorizar o juiz a, nesses casos de escassez de peritos “públicos”, poder nomear “peritos privados”, o que coaduna com os arts. 156 e 465 do CPC. Veja estes dispositivos: Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. § 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmentehabilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. § 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulga- ção na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. § 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, conside- rando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados. § 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e 467 , o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade. § 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. § 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomea- ção do perito: I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II – indicar assistente técnico; III – apresentar quesitos. § 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I – proposta de honorários; II – currículo, com comprovação de especialização; III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais. § 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo co- mum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95 . § 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários. § 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho. § 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art148 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art467 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art95 12 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Por fim, é preciso realçar a preocupação do legislador com a oitiva ou o depoimento da criança ou do adolescente no processo. A pressão e a formalidade do processo judicial podem causar traumas ao mirim. Por isso, o art. 8º-A da LRP exige que a oitiva ou o depoimento da criança seja realizada de acordo com a Lei n. 13.431/2017. Esta lei impõe diversas cautelas na escuta de crianças e dos adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, exigindo uma escuta especializada, em um ambiente apropriado e acolhedor, com participação de profissio- nais especializados, tudo com o objetivo de reduzir os riscos de traumas no mirim. Art. 8º: perpetuAtion JurisdiCtionis Art. 8º A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determinação da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo se de- corrente de consenso entre os genitores ou de decisão judicial. A competência jurisdicional é fixada com base nos elementos fáticos ao tempo da propositura da ação. Por isso, em regra, fatos posteriores são irrelevantes; não implicam mudança da competência. Trata-se da regra conhecida como perpetuatio jurisdictionis. Há, porém, exceções a essa regra, como no caso de mudança de competência absoluta ou de supressão de órgão judiciário. É o art. 43 do CPC: Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Para o caso de competência jurisdicional envolvendo atos de alienação parental, cria-se mais duas exceções para o caso de alteração do domicílio da criança ou do adolescente: a de consenso dos genitores ou a de decisão judicial (art. 8º, LAP). Explica-se. Se o mirim mudar de endereço, esse fato, em regra, não implicará mudança da competência jurisdicional. Vale a re- gra da perpetuatio jurisdictionis. As exceções é se houver consenso dos pais ou se o juiz assim decidir. Para este último caso, apesar de o art. 8º da LAP ser silente, o melhor entendimento é que, caso não haja consenso dos pais, o juiz só deve determinar a mudança da competência jurisdicional para o foro do novo domicílio do mirim se houver verificar que, no caso concreto, isso será melhor para os interesses deste. Afinal de contas, deve-se prestigiar a comodidade processual da criança e do adolescente. Art. 6º: sAnções Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou crimi- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias nal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III – estipular multa ao alienador; IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII – declarar a suspensão da autoridade parental. (REVOGADO pela Lei n. 14.340/2022) § 1º Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivên- cia familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou ado- lescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) § 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avalia- ções periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acom- panhamento. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) Havendo ato de alienação parental, o juiz deverá aplicar uma sanção ao infrator, sem pre- juízo de adotar outras medidas necessárias à proteção do mirim e sem prejuízo de eventualresponsabilização penal ou civil. As sanções são previstas no art. 6º da LAP e deverão ser escolhidas pelo juiz a depender da gravidade do caso. As sanções podem ser cumulativas ou não. O juiz deverá decidir como for melhor à criança ou ao adolescente. As sanções vão desde uma simples advertência, uma ampliação do período de convívio com o genitor alienado ou uma multa até uma fixação de guarda unilateral em favor do genitor alienado ou uma suspensão do poder familiar do infrator. Pode também o juiz determinar um acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial. No caso de ato de alienação parental ser uma alteração abusiva do endereço ou condutas de obstrução ou inviabilização do convívio, o juiz poderá, além das medidas acima, alterar a forma de trânsito da criança ou do adolescente entre os genitores. Pode, por exemplo, estabe- lecer que o genitor infrator passe a ter o dever de levar o filho até a casa do outro genitor, no lugar de este ter de buscá-lo na casa daquele. Não há uma ordem rígida de aplicação das sanções. O juiz tem de olhar o caso concreto e, com base em um juízo de equidade, decidirá como será melhor ao interesse da criança e do adolescente. Nesse sentido, a eventual prática de alienação parental não acarretará automatica- mente a alteração da guarda da criança ou do adolescente, tudo conforme já decidido pelo STJ: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm#art2 14 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias JURISPRUDÊNCIA RECURSO ESPECIAL. CIVIL. INFÂNCIA E JUVENTUDE. MODIFICAÇÃO DE GUARDA. AÇÃO AJUIZADA POR TIOS PATERNOS EM FACE DE TIOS MATERNOS. MODIFICAÇÃO DA GUARDA. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO INTEGRAL E DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ALIENAÇÃO PARENTAL. NÃO COMPRO- VAÇÃO. ALTERAÇÃO DA GUARDA. PROVIDÊNCIA NÃO AUTOMÁTICA. 1- Recurso especial interposto em 10/1/2019 e concluso ao gabinete em 28/1/2020. 2- O propósito recursal consiste em dizer se a guarda da menor deve ser deferida aos tios paternos em virtude de suposta alienação parental praticada pelos tios maternos, atuais guardiões. 3- A interpretação das normas jurídicas atinentes à guarda e o exame de hipóteses como a dos autos, demandam perquirição que não olvide os princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança e do adolescente, ambos hauridos diretamente da Constitui- ção e do ECA e informadores do Direito da Infância e da Juventude. 4- Na hipótese dos autos, todos os Relatórios Psicossociais elaborados são unânimes ao atestar que a menor se encontra bem cuidada pelos tios maternos, atuais guardiões, com quem foi estabelecido forte vínculo de afeto que perdura por elastecido período. 5- Não bastasse o fato de que inexiste nos laudos periciais conclusão inequívoca de que estaria configurada a prática de alienação parental, é imperioso admitir que os Relatórios Psicossociais elaborados, que evidenciam a situação de cuidado e segurança de que goza a menor, abalam a afirmação de que esta seria vítima dessa prática espúria ou, ao menos, suscitam fundadas dúvidas sobre essa alegação. 6- “No direito de família, notadamente quando se trata do interesse de menores, a res- ponsabilidade do julgador é redobrada: é a vida da criança que está para ser decidida e para uma criança, muitas vezes, um simples gesto implica causar-lhe um trauma tão profundo, que se refletirá por toda a sua vida adulta. Por esse motivo, toda a mudança brusca deve ser, na medida do possível, evitada” (AgRg no Ag 1121907/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/05/2009, DJe 03/06/2009). 7- Os interesses da criança ou do adolescente não devem ser enfocados apenas sob o prisma da repercussão que a eventual ausência do convívio profícuo com o pai poderia causar à sua formação, devendo-se levar em consideração, igualmente, outras circunstâncias e fato- res que também merecem ser priorizados na identificação dos efetivos interesses da menor, máxime tendo em vista a sua situação peculiar de pessoa em desenvolvimento. 8- Na hipótese em apreço, retirar a criança do ambiente familiar dos atuais guardiões, com quem convive desde 2014, quando tinha apenas 5 (cinco) anos de idade, é medida que só deve ser adotada em casos verdadeiramente extremos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias 9- A eventual prática de alienação parental, ainda que estivesse caracterizada, não acar- reta a automática e infalível alteração da guarda da criança ou do adolescente, conforme se infere da interpretação do disposto no art. 6º da Lei n. 12.318/10. 10- Em atenção aos princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança e do adolescente, é imperiosa a manutenção da guarda da menor com os tios maternos, evitan- do-se que, em tão tenra idade, tenha rompido, novamente, forte vínculo socioafetivo estabe- lecido, sobretudo, com a guardiã, que ocupa, a rigor, a posição de verdadeira figura materna. 11- Recurso especial não provido. (REsp 1859228/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/04/2021, DJe 04/05/2021) Em 2022, a Lei n. 14.340/2022 revogou o inciso VII do art. 6º da LPA. Com isso, não é mais permitido que o juiz, nos autos do processo de alienação parental, suspenda o poder familiar. Tal medida só poderá ocorrer, portanto, por meio de ação autônoma de suspensão de poder fa- miliar, conforme arts. 24 e 155 e seguintes do ECA. A ideia é que a gravidade da medida de sus- pensão do poder familiar atrai um procedimento mais robusto e solene. Nada impede, porém, que o motivo da suspensão do poder familiar seja a prática de ato de alienação parental. Basta que esse reconhecimento ocorra nos autos de uma ação autônoma proposta na Vara de In- fância de Juventude na forma dos referidos dispositivos do ECA. Veja esses preceitos do ECA: Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento in- justificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência Seção II Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse. Art. 156. A petição inicial indicará: I – a autoridade judiciária a que for dirigida; II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público; III – a exposição sumária do fato e o pedido; IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos. Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. § 1º Recebida a petição inicial, a autoridadejudiciária determinará, concomitantemente ao despa- cho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art7 16 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) § 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) § 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, precedida de entrevista da criança ou do ado- lescente perante equipe multidisciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) § 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de criança ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao Ministério Público e encaminhará os documentos pertinentes. (Incluído pela Lei n. 14.340, de 2022) Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. § 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014) § 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014) § 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) § 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localiza- ção. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sus- tento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação. Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá pergun- tar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014) Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão pú- blico a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público. Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realiza- da por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, deter- minará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) § 2º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14340.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art252 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art252 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 17 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias § 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoá- vel, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de com- preensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local conhe- cido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) § 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014) Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Pú- blico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento. § 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, co- lhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se su- cessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) § 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, de- signar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) § 4º Quando o procedimento de destituição de poderfamiliar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e ca- berá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017) Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência Uma alteração interessante feita pela Lei n. 14.340/2022 foi a inclusão do § 2º ao art. 6º da LAP. Sobre o tema, transcrevemos estas palavras do professor Conrado Paulino: Outra questão foi a inserção do § 2º ao artigo 6º da Lei da Alienação Parental, estabelecendo que, nas hipóteses de determinação de acompanhamento psicológico ou biopsicossocial – medida que já estava prevista no inciso IV do artigo em comento –, será necessária a submissão a “avaliações periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento”. Não há dúvidas de que tal mecanismo possibilitará uma melhor análise do quadro vivenciado pela prole e, até mesmo, viabilizará outras intervenções que possam resguardar sua integridade emo- cional. Imaginemos, como exemplo, uma criança ou um adolescente encaminhado a tratamento psicológico, em cujo atendimento, no decorrer do período, o profissional identifique a necessidade de intervenção psiquiátrica. Ao depois, a entrega dos laudos ao final do acompanhamento, agora exigidos pela legislação, viabilizarão um olhar especializado sobre a criança e o adolescente, possi- bilitando maior segurança à decisão da temática. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12962.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13509.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12010.htm#art7 18 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias Art. 7º: desprestígio Ao genitor AlienAdor no CAso de inviAbilidAde de guArdA CompArtilhAdA Art. 7º A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada. A guarda compartilhada é a regra geral. Todavia, ela pode ser afastada no caso de desinte- resse de um dos genitores ou no caso de motivo grave (arts. 1.584, § 2º, e 1.586, CC). Em não sendo aplicável a guarda compartilhada, o juiz deve dar preferência a prestigiar o genitor que viabilize a efetiva convivência do filho com o outro genitor (art. 7º, LAP. Em outras palavras, o juiz deve prestigiar o genitor que evite a ocorrência de alienação parental em relação ao outro genitor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias RESUMO Se você tem pressa, leia, ao menos, o resumo. Todavia, o ideal, porém, é você ler a aula inteira, pois o resumo não tem detalhamentos nem contém tudo que você tem de saber. Segue o resumo. a) Os atos de alienação parental consistem em interferências na formação psicológica da criança ou do adolescente para prejudicar a formação de vínculos com qualquer dos genitores (art. 2º, LAP). b) O rol de atos de alienação parental previstos na lei é exemplificativa (art. 2º, parágrafo único, LAP). c) Os atos de alienação parental podem ser praticados não apenas pelos genitores, mas também por qualquer outra pessoa quem mantenha contato com a criança ou adolescente, como avós, tios, tutor ou até mesmo professores, amigos ou terceiros. d) Por esse motivo, os atos de alienação parental podem ser reconhecidos pelo juiz de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público em qualquer procedimento que envolva os interesses do mirim. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias QUESTÕES DE CONCURSO 001. (MPPR/PROMOTOR/MPE-PR/2021) Caracterizados atos típicos de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá: I – advertir o alienador. II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado. III – estipular multa ao alienador. IV – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão. V – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente. VI – declarar a suspensão da autoridade parental. Estão corretas: a) Apenas a assertiva IV. b) Todas as assertivas. c) Apenas as assertivas II, IV e V. d) Apenas as assertivas I, II e III. e) Apenas a assertiva VI. 002. (FCC/DEFENSOR/DPE-SC /2021) Lúcia tem a guarda unilateral de seu filho, atribuída judicialmente a seu favor. Ao pai foi estabelecido o regime de visitação em finais de semana alternados. O pai parou de pagar alimentos ao filho, razão pela qual Lúcia deixou de permitir as visitas do filho ao genitor, bem como passou sistematicamente a desqualificar o pai para o filho em razão do inadimplemento da pensão alimentícia. Lúcia procurou atendimento da De- fensoria Pública para ajuizamento do cumprimento de sentença de alimentos em face do ge- nitor, ocasião em que também buscou orientações acerca do regime de visitação. Nesse caso, a) as formas de alienação parental são meramente exemplificativas, de forma que as práticas realizadas por Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na descrição legal. b) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação Parental que, dentre as medidas aplicáveis, contempla a possibilidade de destituição do po- der familiar. c) o não pagamento de alimentos pelo genitor é justificativa prevista em lei para a suspensão do exercício do direito de visitas, considerando o princípio do interesse superior da criança. d) as formas de alienação parental são típicas e taxativas, de modo que as práticas realizadaspor Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na descrição legal. e) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação Parental que, de acordo com a gravidade do caso, podem acarretar, entre outras medidas, a ampliação do regime de convivência com o genitor alienado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias 003. (INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA – ADM-TEC/GUARDA/PREFEITU- RA GRAVATÁ/2020) Analise as afirmativas a seguir: I – São formas exemplificativas de alienação parental, conforme disposto no artigo 2º da Lei Federal n. 12.318, de 2010, dificultar o exercício da autoridade parental; realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; dificultar o contato de criança ou adolescente com o genitor; e dificultar o exercício do direito regulamen- tado de convivência familiar. II – Havendo o indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará a perícia psicológica ou biopsicossocial, conforme previsto na Lei n. 12.318, de 2010, em seu artigo 5º. Nesse caso, de acordo com o texto legal, o laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, com- preendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra o genitor. III – O artigo 4º da Lei n. 12.318, de 2010, prevê que, declarado o indício de ato de alienação pa- rental em qualquer momento processual, o processo judicial terá tramitação prioritária e o juiz determinará as medidas provisórias necessárias para a degradação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, assegurando sua convivência com o genitor. Marque a alternativa CORRETA: a) Nenhuma afirmativa está correta. b) Apenas uma afirmativa está correta. c) Apenas duas afirmativas estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. 004. (QUADRIX/ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA – CFP/2020) Em conformidade com a Lei n. 12.518/2010, assinale a alternativa correta no que diz respeito à alienação parental. a) A alienação parental é caracterizada pela interferência na formação educacional da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos cuidadores para que repudie genitor(a) ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos. b) A alienação parental é caracterizada pela interferência na formação psicológica, promovida ou induzida por um dos cuidadores para que repudie genitor(a) ou que cause prejuízo ao esta- belecimento ou à manutenção de vínculos. c) A alienação parental é caracterizada pela alteração na formação educacional da criança, promovida ou induzida para que repudie cuidador(a) ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias d) A alienação parental é toda manifestação promovida para que repudie genitor(a) ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos. e) A alienação parental é caracterizada pela interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos cuidadores para que repudie genitor(a) ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos. 005. (VUNESP/DEFENSOR/DPE-MS/2014) De acordo com a Lei n. 12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, assinale a alternativa correta. a) Em caso de mudança abusiva de endereço, pode o juiz determinar a inversão da obrigação de levar e buscar a criança ou adolescente da residência do alienador. b) A alienação parental abrange não apenas as interferências na formação psicológica, mas também a violência física para que a criança ou adolescente cumpra as ordens do genitor. c) A lei determina que a alienação parental sancionável é aquela praticada pelo genitor, avós e outros familiares, não se estendendo ao tutor e outras pessoas que tenham a criança ou ado- lescente sob a sua autoridade. d) A sanção de alteração da guarda da criança ou adolescente não pode ser cumulada com a sanção de multa ao alienador, em razão da vedação à dupla sanção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias GABARITO 1. b 2. e 3. d 4. e 5. a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias GABARITO COMENTADO 001. (MPPR/PROMOTOR/MPE-PR/2021) Caracterizados atos típicos de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá: I – advertir o alienador. II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado. III – estipular multa ao alienador. IV – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão. V – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente. VI – declarar a suspensão da autoridade parental. Estão corretas: a) Apenas a assertiva IV. b) Todas as assertivas. c) Apenas as assertivas II, IV e V. d) Apenas as assertivas I, II e III. e) Apenas a assertiva VI. É o que condiz com o art. 6º da LAP: Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivên- cia de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativa- mente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: I – declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II – ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III – estipular multa ao alienador; IV – determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V – determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI – determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII – declarar a suspensão da autoridade parental. Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convi- vência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou ado- lescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. Letra b. 002. (FCC/DEFENSOR/DPE-SC /2021) Lúcia tem aguarda unilateral de seu filho, atribuída judicialmente a seu favor. Ao pai foi estabelecido o regime de visitação em finais de semana alternados. O pai parou de pagar alimentos ao filho, razão pela qual Lúcia deixou de permitir as visitas do filho ao genitor, bem como passou sistematicamente a desqualificar o pai para o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias filho em razão do inadimplemento da pensão alimentícia. Lúcia procurou atendimento da De- fensoria Pública para ajuizamento do cumprimento de sentença de alimentos em face do ge- nitor, ocasião em que também buscou orientações acerca do regime de visitação. Nesse caso, a) as formas de alienação parental são meramente exemplificativas, de forma que as práticas realizadas por Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na descrição legal. b) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação Paren- tal que, dentre as medidas aplicáveis, contempla a possibilidade de destituição do poder familiar. c) o não pagamento de alimentos pelo genitor é justificativa prevista em lei para a suspensão do exercício do direito de visitas, considerando o princípio do interesse superior da criança. d) as formas de alienação parental são típicas e taxativas, de modo que as práticas realizadas por Lúcia no exercício do poder familiar de seu filho não podem ser enquadradas na descrição legal. e) as ações praticadas por Lúcia podem incorrer nas situações previstas na Lei de Alienação Parental que, de acordo com a gravidade do caso, podem acarretar, entre outras medidas, a ampliação do regime de convivência com o genitor alienado. É o art. 2º, parágrafo único, da LAP: Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declara- dos pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II – dificultar o exercício da autoridade parental; III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adoles- cente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Letra e. 003. (INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA – ADM-TEC/GUARDA/PREFEITURA GRAVATÁ/2020) Analise as afirmativas a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias I – São formas exemplificativas de alienação parental, conforme disposto no artigo 2º da Lei Federal n. 12.318, de 2010, dificultar o exercício da autoridade parental; realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; dificultar o contato de criança ou adolescente com o genitor; e dificultar o exercício do direito regulamen- tado de convivência familiar. II – Havendo o indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará a perícia psicológica ou biopsicossocial, conforme previsto na Lei n. 12.318, de 2010, em seu artigo 5º. Nesse caso, de acordo com o texto legal, o laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, com- preendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra o genitor. III – O artigo 4º da Lei n. 12.318, de 2010, prevê que, declarado o indício de ato de alienação pa- rental em qualquer momento processual, o processo judicial terá tramitação prioritária e o juiz determinará as medidas provisórias necessárias para a degradação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, assegurando sua convivência com o genitor. Marque a alternativa CORRETA: a) Nenhuma afirmativa está correta. b) Apenas uma afirmativa está correta. c) Apenas duas afirmativas estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. A única alternativa errada é a III, pois afirma que o juiz determinaria medidas provisórias neces- sárias para a degradação da integridade da criança. Isso é manifestamente errado. O juiz de- termina as medidas necessárias à preservação, e não à degradação (art. 4º, LAP). As demais alternativas condizem com os arts. 2º e 5º da LAP. Veja os preceitos: Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declara- dos pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II – dificultar o exercício da autoridade parental; III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 30www.grancursosonline.com.br Lei n. 12.318/2010 – Lei de Alienação Parental DIREITO CIVIL Carlos Elias V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adoles- cente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Art. 4º Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer mo- mento processual, em ação autônoma
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