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Universidade Federal Fluminense GIM00022 - ANIMAIS DE LABORATÓRIO Alunos: Giovanna Nalim, Cyntia de Jesus, Rebecca Andrade e Luiz Amorim BIOLOGIA DAS ESPÉCIES - COELHOS Os coelhos são mamíferos pequenos pertencentes à família Leporidae e à ordem Lagomorpha. Um coelho vive de 8 a 10 anos e possui hábitos noturnos; apesar de serem descendentes de coelhos naturalmente agressivos, os que são mantidos atualmente em biotérios são extremamente dóceis e de fácil manejo devido a convivência com o homem e a seleção genética. IMPORTÂNCIA NA EXPERIMENTAÇÃO BIOLÓGICA O coelho foi um dos primeiros animais utilizados na investigação biomédica; em razão de sua hipersensibilidade, são muito utilizados na prova de irritantes cutâneos primários, rubefacientes, fotossensibilizadores, irritantes dos olhos e outros alérgicos; ou seja, são utilizados para medir a corrosividade ou grau de irritação causada por várias substâncias. As grandes veias marginais de sua orelha concedem um fácil acesso ao sistema circulatório, tornando-se extremamente importante na experimentação biológica. O coelho contribui de maneira significativa para diversos estudos científicos. Dentre as raças mais utilizadas para fins laboratoriais, destacam-se as: NOVA ZELÂNDIA – peso entre 4 kg a 6 kg, dócil, fácil reprodução e manejo, e com uniformidade de reações nas provas experimentais; GIGANTES DE FLANDES – atinge mais de 6 kg, utilizado para a obtenção de soro imunológico; CALIFÓRNIA – peso de 3 kg a 5 kg, apresenta diversas zonas pigmentadas em negro sobre o fundo branco. Sua principal característica é a rusticidade; HOLANDÊS – com menos de 2,5 kg, é bastante utilizado como animal de experimentação em virtude de seu pequeno porte e resistência às contaminações ambientais. COMPORTAMENTO No geral, os coelhos são considerados animais dóceis e mansos para o manuseio, entretanto, são sensíveis ao estresse e em casos de contenção incorreta podem morder. Não se deve deixar os animais adultos na mesma gaiola, mesmo em casos do mesmo sexo, uma vez que machos adultos podem brigar entre si por território e as fêmeas poderem apresentar pseudogestação. https://classroom.google.com/c/NTM3ODIxMjI0NDI2 NUTRIÇÃO Por serem animais herbívoros, os coelhos se alimentam de uma variedade de grãos, verduras e pastos, possuem anatomicamente um ceco grande, o qual produz uma fermentação bacteriana considerável. Efetua-se a copofragia noturna, coletando as fezes diretamente do ânus. As fezes são envoltas por uma membrana mucosa. Acredita-se que a prática de coprofagia junto com a fermentação fecal concedem a quantidade ideal de vitaminas para os coelhos e ajudam a proteger contra alguma escassez de aminoácidos essenciais. As rações comerciais são peletizadas, contém todos os nutrientes necessários; as fêmeas lactantes necessitam de maior quantidade de ração. A quantidade de ração deve ser administrada uma vez ao dia e os bebedouros devem ser higienizados e trocados diariamente. TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA Os coelhos são animais sensíveis à alta temperatura, podendo causar sérios problemas de fertilidade e mortalidade. Quando adultos, resistem bem ao frio. A temperatura ideal deve variar entre 15º a 25ºC. Os láparos são sensíveis a baixa temperatura, podendo acarretar problemas respiratórios e digestivos. A temperatura dentro do ninho deve ser de 30º a 35ºC. Acima de 20ºC, todos os animais sofrem muito. Vale ressaltar que animais cruzados são mais resistentes às variações de temperatura que os animais de raça pura. A umidade relativa ideal é situada na faixa de 60 a 80%; índices muito altos favorecem o aparecimento de doenças respiratórias. Além disso, a umidade relativa elevada favorece o aparecimento de doenças de pele também. ILUMINAÇÃO Os coelhos possuem a fertilidade relacionada com a luz solar; dias menores, no inverno, a infertilidade aumenta. Além disso, coelhários com nenhuma iluminação tem o rendimento de reprodutores reduzido. Dessa forma, a iluminação artificial é importante para que haja o mesmo rendimento o ano todo. ESCOLHA DO LOCAL O local deve ser plano ou levemente inclinado, afastado principalmente de estradas, represas e locais com muito barulho. A poluição sonora pode levar ao estresse e ansiedade dos coelhos, em alguns casos, ocorrendo até canibalismo e abandono de crias. A distância entre os coelhários deve ser a maior possível; entre os galpões deve ter no mínimo 15 a 20 metros, facilitando a ventilação. Os galpões devem ser em lugar isolado, seco, arejado e de fácil acesso. MANEJO A criação deve começar a partir de animais puros e após uma seleção pelos valores genéticos e estéticos. Os coelhos reprodutores devem ser isolados a partir dos 2 meses de idade em gaiolas individuais com dimensões mínimas de 45 x 60 x 40 cm. A puberdade começa entre 150-180 dias e a relação de acasalamento é de 1 macho para cada 10 a 12 fêmeas, mas o recomendado em colônias fechadas é utilizarem em média 4 machos para cada 10 a 12 fêmeas a fim de evitar muitos casos de consangüinidade. Os coelhos deverão ter 6 meses em média para começar a reprodução e são descartados após 4 anos. REPRODUÇÃO A fêmea deve ser levada à gaiola do macho, caso contrário o macho passa a examinar o local ao invés de ocorrer a reprodução. A cobertura ocorre alguns minutos após a introdução da fêmea na gaiola, caso a fêmea decida fugir do macho é necessária intervenção do técnico para detê-la ao colocar a mão na cabeça ou caso necessário trocar o macho. Após o acasalamento a fêmea deve ser retirada e levada a sua própria gaiola. A coelha não tem ciclo estral regular, podendo ser fecundada durante 12 dos 16 dias de duração de seu ciclo ovariano. A ovulação ocorre 10 horas após a cópula, que por sua vez é feita 30 dias após o parto. A gestação tem duração de 30 a 32 dias; para evitar a manutenção de fêmeas ociosas, o técnico deve verificar a gravidez, após a cobertura, apalpando de forma delicada a parte posterior do ventre da coelha no 14º dia após o acasalamento, para sentir os fetos. No período entre 2 a 3 dias antes do parto, o material necessário (feno/palha) para fazer o ninho deverá ser colocado pelo técnico na gaiola da fêmea. A própria fêmea irá preparar o ninho, adicionando os pêlos retirados do abdômen. O parto ocorre na maioria das vezes a noite; o ninho deve ser manuseado com muito cuidado para que não haja rejeição ou canibalismo dos filhotes por parte da fêmea. A média da ninhada é de 6-8 láparos. O desmame ocorre por volta dos 40 dias de idade SEXAGEM Nos coelhos muito jovens é difícil identificar o sexo, pois os seus órgãos sexuais ainda não se encontram totalmente desenvolvidos. A distância ano-genital nos machos recém-nascidos é visivelmente maior do que nas fêmeas. Coelhos machos maduros, apresentam um pênis em forma cilíndrica com uma visível auréola arredondada e salientado, os testículos situam-se à direita e à esquerda. No entanto, quando se sentem assustados, os coelhos costumam contrair os testículos para dentro do abdómen, sendo assim, nem sempre podem ser observados. As fêmeas maduras possuem saliência na horizontal com presença de abertura vaginal e a vulva, a vulva tem uma abertura ovalada em forma de fenda. A determinação do sexo se faz contendo-se adequadamente o animal, imobilizando as patas dianteiras, logo em seguida ocorre a abertura da pelugem ao redor da genital separando-se as patas posteriores com uma das mãos, em seguida o instrututor ira estimular o orgão para dentro com seu polegar ligeiramente. É aconselhável seguir todo o protocolo de sexagem priorizando causar o mínimo de estresse possível no animal. REFERÊNCIAS ANDRADE, A., PINTO, SC., and OLIVEIRA, RS., orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. ISBN: 85-7541-015-6. Available from SciELO Books .
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