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Bronquiectasias 1 ✳ Bronquiectasias Trata-se de uma dilatação irreversível dos brônquios e bronquíolos devido à destruição da parede destas vias com substituição por fibrose; Alterações em exames de imagem convencionais são muito importantes para o diagnóstico; Fatores de risco: Fator obstrutivo; História pregressa de infecções de repetição. O paciente apresenta como sintomas: Tosse intermitente e fétida, principalmente pela manhã; Hemoptise; Febre. O paciente pode apresentar complicações como: Sepse, devido às infecções por repetição; Insuficiência respiratória crônica; Cor Pulmonale. Etiopatogênese A hipótese mais aceita é a que propõe a interação, em diferentes níveis de intensidade, entre uma agressão ambiental e um indivíduo com pulmões congenitamente susceptíveis; A susceptibilidade mais frequente é um comprometimento dos mecanismos de defesa pulmonares, tais como transporte mucociliar e disponibilidade de IgG e antiproteases nos espaços aéreos distais. O prejuízo dos mecanismos de defesa torna menos eficiente a eliminação de partículas biológicas e não biológicas e de gases tóxicos inalados; Bactérias e vírus retidos proliferam no interior das vias aéreas, mudam a constituição do microbioma normal do pulmão e desencadeiam inflamação; A inflamação prolongada causa lesão estrutural pulmonar e piora ainda mais os mecanismos de limpeza das vias aéreas. A etiologia da bronquiectasia pode ser localizada ou generalizada; A localizada diz respeito a tumores, corpos estranhos e linfadenomegalias que obstruem as vias aéreas; ou pode estar relacionada a infecções, como pneumonias de repetição; A generalizada remete à fibrose cística e à discinesia celular, que promovem o acúmulo de muco nas vias aéreas. Independentemente da causa, a obstrução das vias aéreas, seja localizada ou por acúmulo de muco, favorece a colonização bacteriana do trato; Infecções repetidas culminam no quadro de bronquite necrotizante, cuja cicatrização envolve a formação de fibrose; A fibrose deforma a árvore brônquica de modo a obstruir ainda mais as vias aéreas e promover maior acúmulo de muco; Trata-se, portanto, de um quadro que se retroalimenta, comprometendo a pervidade das vias aéreas. Bronquiectasias 2 Diagnóstico Presença de dilatações brônquicas (não reversíveis) na TCAR, sendo este um exame necessário e suficientre para estabelecer o diagnóstico; Sinais radiológicos diretos: Sinal de Trilho de Trem: opacidades lineares paralelas, representando paredes brônquicas espessadas; Opacidades tubulares, representando brônquios cheios de muco; Opacidades em anel ou espaços císticos, algumas vezes contendo níveis hidroaéreos; Bronquíolos dilatados com luz preenchida por secreção (pequenos nódulos de baixa densidade) ou com paredes espessadas; Sinal da árvore em brotamento: visualização da ramificação milimétrica das vias aéreas, invisível em situações normais, e tornada possível pelo acúmulo de secreção, alterações inflamatórias e dilatação dessas vias aéreas; Sinal indireto: Aumento da trama e perda da definição da trama pulmonar em áreas segmentares do pulmão, resultante de fibrose peribrônquica e, em menor extensão, de secreções retidas; Aglomeração de trama vascular pulmonar indicando a quase invariável perda de volume associada a esta condição; Evidências de oligoemia como resultado da redução da perfusão da artéria pulmonar; Sinais de hiperinsuflação compensatória do pulmão remanescente. Atenuação em mosaico: aprisionamento aéreo nos lóbulos pulmonares devido à suboclusão da luz bronquiolar. Bronquiectasias 3 Acompanhamento e Monitorização Deve ser realizada periodicamente com espirometria com prova broncodilatadora; Distúrbio obstrutivo é o achado mais frequente; Redução significativa da CVF pode ser encontrada em quadros avançados; Recomendação: realizar espirometria com broncodilatador a cada seis meses e teste de caminhada de seis minutos; Manejo Terapêutico do Paciente Estável Tratamento deve ser individualizado porque trata-se de uma doença complexa e heterogênea; Bronquiectasias 4 Tratamento das Causas ou Condições Específicas Manejo Terapêutico das Exacerbações Definição e Papel das Exacerbações Exacerbação é caracterizada pela piora de três ou de mais dos seguintes sintomas, por pelo menos 48 horas: Tosse; Volume ou viscosidade do escarro; Purulência de escarro; Dispneia ou intolerância ao exercício; Fadiga; Bronquiectasias 5 Hemoptise. O diagnóstico da exacerbação é clínico; Gravidade das Exacerbações Sinais que indicam gravidade da exacerbação: Frequência respiratória ≥ 25 ciclos/min; Desconforto respiratório com uso de musculatura acessória; Deterioração da saturação de oxigênio; Cianose; Temperatura ≥ 38ºC; Hemoptise (> 25 mL em 24 horas). Tratamento das Exacerbações O início do tratamento com antibiótico não deve ser adiado para aguardar resultado da cultura do escarro; Independentemente do antibiótico escolhido, sugere-se sempre a utilização das doses máximas preconizadas; Recomenda-se tratamento por 14 a 21 dias; Em casos leves, em que o paciente apresenta melhora significativa dos sintomas rapidamente após início do tratamento, pode-se considerar tratamento por apenas 10 dias. Corticosteroides sistêmicos devem ser usados quando há asma ou DPOC associadas; Broncodilatadores inalatórios podem ser associados em pacientes com dispneia significativa; Agentes hiperosmolares podem ser considerados para melhora da higiene brônquica. Pelo risco de induzir broncoespasmo, deve-se utilizar broncodilatadores de início rápido de ação 15-30 minutos antes da inalação e supervisionar a primeira vez em que o paciente utilizar essa medicação.
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