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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO PROCESSO DE CONHECIMENTO TRABALHISTA DISTINÇÃO ENTRE RITO ORDINÁRIO E RITO SUMARISSÍMO NO PROCESSO DO TRABALHO. Artigo Técnico como parte integrante da primeira avaliação. Turma: 8NNA Professor: Océlio Moraes Aluno: Rhemi Paixão Ribeiro Mat.: 04052543 Belém – PA 2023.1 2 INTRODUÇÃO O processo do trabalho tem por objetivo regular as relações entre empregados e empregadores, buscando garantir o cumprimento das leis trabalhistas. Nesse contexto, o processo do trabalho é um importante instrumento para a solução de conflitos que podem surgir nessa relação jurídica. Para tanto, o processo do trabalho prevê a utilização de diferentes ritos processuais, que variam de acordo com a complexidade do caso e a urgência da solução do conflito. Dentre os ritos processuais previstos na legislação trabalhista, destacam-se o rito ordinário e o rito sumaríssimo. O rito ordinário é o procedimento mais comum e aplicado nos casos em que a causa trabalhista tem maior complexidade e exige um maior número de provas e testemunhas. Esse rito é regulamentado pelo artigo 840 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e segue as normas processuais estabelecidas pelo Código de Processo Civil. Por outro lado, o rito sumaríssimo é um procedimento mais simplificado e ágil, previsto no artigo 852-A da CLT, que é aplicado nos casos em que a causa trabalhista apresenta menor complexidade e valor econômico reduzido. Ele foi instituído pela Lei nº 9.957/2000 como uma forma de tornar mais eficiente o julgamento de causas de menor expressão econômica. Nesse sentido, a escolha do rito processual mais adequado para cada caso depende das peculiaridades de cada demanda. A escolha incorreta do rito processual pode comprometer a efetividade da prestação jurisdicional, gerando atrasos, gastos desnecessários e perda de tempo para ambas as partes envolvidas. 3 A JUSTIÇA DO TRABALHO E SEUS PROCEDIMENTOS No âmbito do Processo do Trabalho, existem três tipos de ritos processuais: o rito ordinário, o rito sumaríssimo e o rito sumário. Cada um desses ritos possui características próprias e específicas, as quais são determinadas em razão da complexidade e do valor da causa envolvida. O rito ordinário é utilizado em casos mais complexos e que envolvem valores maiores. Ele segue um procedimento mais detalhado e demorado, com a realização de diversas audiências, perícia e produção de provas mais extensas. Geralmente, o prazo para conclusão do processo é de um a dois anos. O rito sumário, por sua vez, é utilizado em casos de menor complexidade e valor mais baixo, não podendo o valor da causa ultrapassar 2 salários mínimos. Ele tem um procedimento mais simplificado, com a realização de apenas duas audiências e a produção de poucas provas. O prazo para conclusão do processo é mais curto, podendo variar de quatro a seis meses. Por fim, o rito sumaríssimo é o mais simplificado e ágil de todos. Ele é utilizado em casos onde o valor da causa seja superior a dois salários mínimos e inferior a quarenta e que não figure como parte na demanda a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Nesse rito, há apenas uma audiência, com produção de poucas provas. O prazo para conclusão do processo é de, no máximo, três meses. Vale ressaltar que, independentemente do rito utilizado, a Justiça do Trabalho tem como objetivo garantir a justa solução da controvérsia, respeitando sempre os direitos dos trabalhadores e a legislação trabalhista brasileira. Nesse sentido, Sérgio Pinto Martins em sua obra "Direito Processual do Trabalho" destaca que, apesar das diferenças entre os ritos ordinário e sumaríssimo, ambos devem seguir os princípios do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e igualdade das partes. 4 RITO ORDINÁRIO E RITO SUMARISSÍMO O rito ordinário é utilizado para as demandas trabalhistas mais complexas e que exigem mais provas. Ele é aplicado em ações que envolvem valores elevados ou quando há necessidade de produção de provas mais extensas e complexas. Nesse rito, há possibilidade de recursos em todas as fases do processo, o que permite uma maior discussão das questões levantadas pelas partes envolvidas. Por sua vez, o rito sumaríssimo é uma modalidade mais simples e rápida do processo do trabalho, utilizada em demandas que envolvem valores menores e que não exijam produção de provas mais complexas. Ele é aplicado nas ações trabalhistas cujo valor da causa não ultrapasse 40 salários mínimos e nas ações de natureza alimentar, como as que envolvem salários e verbas rescisórias. Nesse rito, não há recursos em algumas fases do processo, o que o torna mais ágil. A principal diferença entre o rito ordinário e o rito sumaríssimo é a complexidade das provas e a possibilidade de recursos. No rito ordinário, as provas são mais amplas e complexas, podendo ser produzidas provas orais, perícias e documentos. Já no rito sumaríssimo, a produção de provas é mais simplificada, limitando-se apenas à apresentação de documentos. No que diz respeito aos recursos, no rito ordinário há a possibilidade de interpor recursos em todas as fases do processo, o que permite uma maior discussão das questões levantadas pelas partes envolvidas. Já no rito sumaríssimo, a possibilidade de recursos é limitada, o que torna o processo mais ágil e menos burocrático. Além disso, o rito sumaríssimo tem algumas particularidades em relação ao rito ordinário, tais como a redução de prazos e a realização de audiência una, ou seja, em uma única audiência são discutidas todas as questões relacionadas ao processo. Essas particularidades visam a tornar o processo mais célere e eficiente, garantindo uma resposta mais rápida e efetiva às partes envolvidas. 5 Em suma, a escolha entre o rito ordinário e o rito sumaríssimo deve ser feita de acordo com a complexidade da causa e o valor envolvido. O rito ordinário é mais indicado para as causas mais complexas, enquanto o rito sumaríssimo é indicado para as causas mais simples e de menor valor. De toda forma, a decisão sobre qual rito utilizar caberá ao juiz responsável pelo processo, que deverá levar em consideração as particularidades de cada caso. PRINCIPAIS PONTOS EM QUE OS RITOS ORDINÁRIO E SUMARISSÍMO DIFEREM Os principais pontos de diferença entre os ritos ordinário e sumaríssimo no processo do trabalho são: Valor da causa: O rito sumaríssimo é aplicável a ações cujo valor da causa não ultrapasse 40 salários mínimos, enquanto o rito ordinário é utilizado para ações de valor superior a esse limite. Procedimento: O rito sumaríssimo possui um procedimento mais simplificado e célere, com prazos processuais mais curtos, sem previsão de produção de provas complexas ou recursos para instâncias superiores. Audiência: No rito sumaríssimo, é realizada apenas uma audiência, que será de conciliação, instrução e julgamento. Em razão disso, serão decididos todos os incidentes e exceções logo de início, será apresentada réplica, todas as provas serão produzidas na audiência, e a manifestação sobre as demais questões será em sentença. Já no rito ordinário, a audiência poderá ser unificada como no rito sumaríssimo, mas por seus atos processuais serem mais extensos, é comum que haja a sua divisão em uma audiência inicial para sustentação oral das partes e outra de instrução e julgamento. Testemunhas: No rito sumaríssimo, há limitação máxima de 2 testemunhas para cada parte, que deverão comparecer à audiência independente de intimação, na 6 forma do artigo 852-H, §2º da CLT. No rito ordinário, cada parte poderá indicar até 3 testemunhas, salvo em casos de apuração de falta grave, quando o limite será aumentado para 6 – vide artigo 821 da CLT.Recursos: No rito sumaríssimo, não há previsão de recursos para instâncias superiores, enquanto no rito ordinário é possível recorrer da sentença em segunda instância. Sentença: No rito sumaríssimo, a sentença é proferida em até 15 dias após a realização da audiência, enquanto no rito ordinário não há prazo determinado para a sentença ser proferida. É importante destacar que, apesar de apresentarem diferenças significativas, ambos os ritos buscam garantir a celeridade e a efetividade da prestação jurisdicional no processo do trabalho. Além disso, é relevante destacar que a escolha do rito também pode impactar na possibilidade de recursos e, consequentemente, na extensão do processo, bem como nos custos envolvidos e na rapidez da solução do conflito. Dessa forma, é fundamental que o advogado ou a parte interessada tenha pleno conhecimento das particularidades de cada rito e suas implicações para poder escolher a forma mais adequada de ajuizamento da demanda trabalhista. 7 CONCLUSÃO No processo do trabalho, existem dois tipos de ritos que podem ser adotados: o rito ordinário e o rito sumaríssimo. Cada um desses ritos tem suas próprias características e é importante compreendê-las para escolher o procedimento mais adequado para a demanda em questão. O rito ordinário é o procedimento padrão para as ações trabalhistas que envolvem valores elevados ou questões complexas. Ele segue uma série de etapas, como a audiência inicial, produção de provas, instrução processual e a audiência de julgamento. Nesse rito, as partes têm mais tempo para se preparar, apresentar argumentos e produzir provas. Além disso, o prazo para a apresentação de recursos é maior. Já o rito sumaríssimo é um procedimento simplificado, que visa resolver demandas mais simples e de menor valor. Ele foi criado para agilizar a resolução de questões trabalhistas. Nesse rito, as partes têm menos tempo para se preparar, as provas são produzidas em audiência única e o prazo para apresentação de recursos é menor. Em conclusão, é importante destacar que a escolha do rito a ser adotado depende do caso concreto e de suas particularidades. A escolha errada do rito pode gerar atrasos e dificultar a resolução do conflito, por isso é essencial que as partes sejam assessoradas por profissionais especializados na área do Direito do Trabalho para fazer a escolha correta e, assim, garantir a efetividade do processo. Em qualquer dos ritos, a justiça do trabalho buscará sempre garantir a efetividade da tutela jurisdicional aos litigantes, respeitando os princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, da razoável duração do processo e do acesso à justiça. 8 REFERÊNCIAS Mind, Ritos trabalhistas: saiba o que é e quais as diferenças entre eles. https://www.3mind.com.br/blog/ritos-trabalhistas- diferencas/#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20nossa,Sumar%C3%ADssim o%20e%20o%20Rito%20Ordin%C3%A1rio. Acessado em 10/04/2023 MARTINS, Sergio Pinto. Direito processual do trabalho. São Paulo: Atlas, 2019.
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