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RESUMO DO TEXTO “A ENTREVISTA MOTIVACIONAL: IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO A DEPENDENTES QUÍMICOS” DO LIVRO (CON)TEXTOS DE ENTREVISTA É extremamente importante o acolhimento como primeiro contato com o paciente, principalmente quando diz respeito ao tratamento para dependência química. Sendo assim o objetivo primordial do trabalho terapêutico está em facilitar as mudanças comportamentais que diminua o sofrimento e aumentem as contingências reforçadoras. Dessa forma um acolhimento afetuoso facilitará o processo e servirá como instrumento para auxiliar o dependente químico na mudança do comportamento e das crenças disfuncionais. Falando sobre a dependência química A dependência química pode ser entendida como uma relação disfuncional entre uma pessoa e o seu modo de usar/consumir uma determinada substância psicoativa. Contudo, essa dependência química pode resultar na necessidade psicológica e/ou física à droga, centrando-se na necessidade do uso para atingir um nível máximo de sentimento de bem estar e à adaptação fisiológica ao uso crônico da substância, tendo sintomas quando a droga é interrompida ou retirada. Sendo assim para mudar e permanecer abstinente, é preciso motivação para mudança, uma vez que está é tida como um estado de prontidão ou vontade de mudar. Além disso, a dependência química pode expressar um sentimento de ambivalência em relação à decisão de mudar, uns em maior intensidade, como no caso de internações involuntárias e outros mais amenamente quando já se conscientizaram de que a mudança necessária, mas que, mesmo assim questionam-se sobre a necessidade do tratamento, sentindo medo ou vontade de desistir. Por esse motivo é importante o psicólogo estimular a motivação para mudança, com ênfase a facilitar a superação das dificuldades de continuar em abstinência. Entrevista Motivacional A Entrevista Motivacional consiste em uma intervenção estruturada, sendo muito utilizada atualmente no tratamento de comportamentos dependentes. Entretanto, a Entrevista Motivacional se objetiva em aumentar a motivação do paciente, fazendo com que a mudança venha de dentro em vez de ser imposta de fora. Dessa forma, pode-se afirmar que a motivação é o ponto chave na tomada de decisão entre abandonar ou continuar com o padrão de uso problemático da substância. Sobretudo, vale ressaltar que quando o paciente está diante de uma decisão de abandonar o comportamento de dependência ele passa por um período de ambivalência entre manter o comportamento dependente ou abandoná-lo, e é nesse período que surgem diversos questionamentos, tais como: “Por que mudar?” “Para que mudar?” “O que irá acontecer se eu mudar?”. Em contrapartida, Prochaska e DiClemente propuseram uma teoria baseada no modelo transo teórico da mudança, instituindo seis estágios que inserem em uma espiral mudança pela qual o paciente usualmente circular várias vezes antes de alcançar a mudança estável, quais sejam: • Pré-contemplação: o paciente não percebe que tem um problema e preciso de ajuda; • Contemplação: o paciente passa a ter alguma consciência de que existe problema, mas encontra-se ambivalência em promover a mudança; • Determinação: nesta etapa a a percepção do problema, bem como a necessidade de promover mudanças; • Ação: o paciente está pronto para transformar-se; • Manutenção: existe a incorporação da mudança no seu estilo de vida; • Recaída: se a mudança não se mantém o estágio é o de recaída no qual o paciente retornar os comportamentos anteriores. Além disso, Miller & Rollnick descreveram cinco princípios clínicos que estruturam a Entrevista Motivacional, sendo eles: • Expressar empatia: sugere que o terapeuta desenvolva um estilo terapêutico empático durante todo o processo; • Desenvolver discrepância: é ajudar o paciente a ver e sentir seu comportamento problemático; • Evitar argumentação: pressupõe que a resistência do paciente é fortemente influenciada pela forma como terapeuta se dirija a ele; • Acompanhar a resistência: a relutância e ambivalência são reconhecidos como naturais e compreensíveis pelo terapeuta; • Estimular a auto eficácia: uma das principais metas e aumentar a percepção do paciente no que diz respeito a sua capacidade de enfrentar os obstáculos que se apresentam ao longo do caminho da mudança. O acolhimento O acolhimento é fundamental para que um dependente químico consiga dar prosseguimento ao tratamento, uma vez que a internação por causa do uso abusivo de substâncias psicoativas acarreta sentimentos de culpa, vergonha, medo do desconhecido e ambivalência. Além disso a chegada do paciente em uma Unidade de Dependência Química causa muito sofrimento e uma intensa ambivalência, por isso é fundamental o acolhimento deste paciente com empatia e aceitação incondicional como forma de atenuar tais sentimentos e proporcionar uma atmosfera de segurança. Entretanto o papel do terapeuta não é diretivo no sentido de fornecer soluções, mas ele precisa oferecer três condições para preparar o caminho a mudança natural, quais sejam: a empatia, aceitação incondicional e a autenticidade. Vale ressaltar que muitos pacientes iniciam o tratamento no estágio de motivação para mudança “pré-contemplação”, que é quando não percebem a necessidade daquele tratamento, pois acreditam não terem problemas com uso das substâncias. Assim, pelo fato desses casos possuírem um intenso conflito psicológico, o acolhimento é essencial e configura uma poderosa intervenção terapêutica. Dessa forma é válido mencionar que o relacionamento entre paciente e terapeuta começa a ser construído no primeiro momento do contato entre os dois, visto que é imprescindível que o terapeuta mostre afeto e empatia pelo paciente. Contudo no momento da internação, a ambivalência se faz presente em todos os pacientes, pois a tomada de decisão para fazer uma grande mudança no seu estilo de vida, inevitavelmente gera dúvidas. Por isso é importante que o terapeuta seja empático relação ao seu paciente, aceitando a sua ambivalência sempre com olhar reflexivo. Dessa forma, a interação do terapeuta com o paciente se objetiva em estabelecer um vínculo e favorecer que o paciente confie no terapeuta, possibilitando o entendimento e o atendimento às suas necessidades e dificuldades. Assim, a qualidade da relação terapêutica deve ser estabelecida desde o início da intervenção, para que aconteça a continuidade do acompanhamento psicológico. Comentário próprio: Após ler e analisar o texto é possível observar a importância da interação entre paciente e terapeuta no tratamento com dependentes químicos, uma vez que é essencial a empatia e o acolhimento em situações como estas. Vale ressaltar que a Entrevista Motivacional tem sido muito utilizada no tratamento de comportamentos dependentes, pois aumenta a motivação do paciente e permite que o terapeuta o auxilie na identificação da forma em que este constrói e entende o seu mundo subjetivo, mostrando maneiras de experimentar novos jeitos de se relacionar com os diferentes aspectos de sua vida.
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