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ATIVIDADE ENADE 1_TOPICOS INT(AV2) (CG)_UNINASSAUdoc

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Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
1 
 
FISIOTERAPIA 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
CONSOLIDADO 
QUESTÕES, TESTES ADICIONAIS E TEXTOS PARA DISCUSSÃO 
1º SEMESTRE DE 2023 
 
 
 
 
 
ASSUNTOS E TEMAS DAS QUESTÕES 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
2 
Questão 1 
Questão 1.1 
Nas figuras estão apresentados quatro gráficos que representam diferentes formas de 
ondas elétricas utilizadas como recurso fisioterapêutico. Dependendo da forma de onda, a 
quantidade de carga elétrica que se movimenta em cada direção pode ser igual 
(equilibrada) ou desigual (desequilibrada). 
 
ROBERTSON, V.; WARD, A.; LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicativa: princípios e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
 
Apresentam carga movimentada equilibrada apenas as ondas expressas nas figuras 
A. I e II. 
B. I e III. 
C. II e III. 
D. II e IV. 
E. III e IV. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
3 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Corrente elétrica contínua e corrente elétrica alternada 
 
Um critério de categorização da corrente elétrica é classificá-la em corrente contínua 
(CC) e em corrente alternada (CA). A corrente que percorre um condutor sempre em um 
mesmo sentido é a corrente contínua e a que o percorre em sentidos que se alteram com 
o tempo é a corrente alternada. 
 
1.2. Tensão contínua e tensão alternada 
 
Os circuitos elétricos necessitam de uma fonte de energia elétrica para alimentá-los 
e promover a passagem de corrente elétrica. As pilhas e as baterias são fontes de tensão 
contínua, que geram correntes contínuas. A rede de energia local opera com tensão 
alternada e alimenta circuitos com correntes alternadas. 
 
1.3. Formas de ondas elétricas 
 
As formas de ondas elétricas são representações gráficas da evolução de tensões 
(ou de correntes elétricas) que apresentam repetibilidade em intervalos regulares de 
tempo, conforme exemplificado na figura 1. 
 
Figura 1. Algumas formas de ondas elétricas. 
Disponível em <http://coral.ufsm.br/desp/luizcarlos/aula3.pdf>. Acesso em 16 jun. 2013 (com adaptações). 
http://coral.ufsm.br/desp/luizcarlos/aula3.pdf
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
4 
Os tipos básicos de formas de ondas elétricas apresentados na figura 1 estão 
discutidos a seguir. 
 
1.3.1. Forma de onda senoidal 
 
A tensão alternada harmônica segue uma forma de onda senoidal, ou seja, segue 
uma função seno (ou cosseno), apresentando amplitude e frequência. 
Logo, o gráfico desse tipo de tensão em função do tempo apresenta valores ora 
positivos, ora negativos, o que indica alteração no sentido da corrente elétrica provocada 
pela tensão harmônica. Há valores de pico, ou seja, mínimo e máximo, que se repetem em 
intervalos de tempo regulares. 
 
1.3.2. Forma de onda quadrada 
 
A forma de onda quadrada (ou trem de pulsos) alterna, em intervalos de tempo 
regulares, situações de amplitude nula e de amplitude máxima. 
 
1.3.3. Forma de onda triangular 
 
A forma de onda triangular ascende linearmente até atingir seu valor máximo e 
descende linearmente até atingir seu valor mínimo. Os intervalos de tempo de subida e de 
descida podem ser iguais ou não. 
 
 1.3.4. Forma de onda dente de serra 
 
A forma de onda dente de serra pode ser vista como um tipo particular de onda 
triangular, na qual o tempo de subida (ou de descida) é praticamente zero. 
 
1.4. Corrente monofásica e corrente bifásica 
 
Correntes elétricas com fluxos unidirecionais são classificadas como monofásicas 
(figura 2). Se o fluxo de corrente elétrica ocorre em dado sentido, mas inverte-se para o 
sentido oposto, temos a corrente bifásica (figura 3). 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
5 
 
Figura 2. Representação gráfica de uma corrente monofásica. 
 
 
Figura 3. Representação gráfica de uma corrente bifásica. 
 
1.5. Corrente simétrica e corrente assimétrica 
 
A simetria da corrente refere-se à maneira como as cargas movem-se em suas 
fases, o que não se aplica às correntes monofásicas. Quando as fases são idênticas, a 
corrente é simétrica (figura 4). Quando uma fase difere da outra, a corrente é assimétrica 
(figura 5). 
 
 
Figura 4. Representação gráfica de uma corrente simétrica. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
6 
 
Figura 5. Representação gráfica de uma corrente assimétrica. 
 
1.6. Equilíbrio das cargas elétricas em ondas bifásicas 
 
O equilíbrio das cargas elétricas em ondas bifásicas diz respeito à quantidade de 
carga elétrica de cada fase. São consideradas correntes equilibradas aquelas cujas cargas 
das fases são idênticas (figura 4). As demais correntes são classificadas como 
desequilibradas (figura 5). Assim, se uma corrente elétrica é classificada como simétrica 
(fases com formas idênticas), necessariamente também será classificada como equilibrada 
(LOW e REED, 2001; KITCHEN e BAZIN, 1998). 
 
2. Análise das figuras 
 
 Figura I 
Na figura I, há corrente pulsada, caracterizada pela interrupção do fluxo elétrico. Trata-se 
de corrente monofásica, ou seja, o fluxo de cargas elétricas ocorre de modo unidirecional. 
 
 Figura II 
A figura II apresenta corrente alternada, com fluxo de carga elétrica bidirecional, e 
simétrica (corrente com as formas de suas fases idênticas). Qualquer corrente elétrica com 
as formas de suas fases idênticas necessariamente será equilibrada, pois as cargas de cada 
fase são exatamente as mesmas. 
 
 Figura III 
Na figura III, a corrente é pulsada, caracterizada pela interrupção do fluxo elétrico, bifásica 
(o fluxo da carga elétrica é bidirecional) e assimétrica (as formas das fases são diferentes). 
A quantidade de carga elétrica que ocupa a primeira fase é diferente da encontrada na 
segunda fase, por isso se trata de corrente desequilibrada. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
7 
 Figura IV 
Na figura IV, a corrente é pulsada (ocorre interrupção do fluxo elétrico), bifásica (o fluxo 
da carga elétrica é bidirecional) e simétrica (corrente com as formas de suas fases 
idênticas). Qualquer corrente elétrica com as formas de suas fases idênticas 
necessariamente será uma corrente equilibrada, pois as cargas de cada fase são 
exatamente as mesmas. 
 
Alternativa correta: D. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 11. ed. São Paulo: Manole, 1998. 
 KITCHEN, S. Eletroterapia: Prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: 
Manole, 2003. 
 LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3. ed. São Paulo: 
Manole, 2001. 
 NELSON, R. M.; HAYES, K. W.; CURRIER, D. P. Eletroterapia clínica. 3. ed. São 
Paulo: Manole, 2002. 
 ROBINSON, A. J.; SNYDER-MACKELER, L. Eletrofisiologia clínica. 3. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
8 
Questão 2 
Questão2.2 
 
LANGONE, F.; MARQUES, M. J. Atlas seccional da medula espinal e do encéfalo humanos. Campinas: UNICAMP, 1999. 
 
Na figura acima, observa-se um corte transverso do segmento cervical da medula espinal. 
No caso de um paciente com meningioma na parte posterior da medula espinal e perda da 
função na área hachurada representada na figura, os sintomas apresentados seriam 
A. déficit na propriocepção e estereognosia. 
B. baixa sensibilidade vibratória, ataxia e paralisia. 
C. ataxia e diminuição na sensibilidade à dor e à temperatura. 
D. diminuição na sensibilidade à dor e à temperatura e paralisia flácida. 
E. paralisia espástica abaixo do segmento e diminuição da propriocepção. 
 
1. Introdução teórica 
 
Funículo posteriorda medula espinal 
 
A medula espinal é uma massa de tecido nervoso que compõe o sistema nervoso 
central (SNC) e situa-se dentro do canal vertebral. É uma estrutura com forma cilíndrica, 
ligeiramente achatada e longa, com aproximadamente 45 cm nos homens e com 
comprimento um pouco menor nas mulheres. Sua porção cranial está localizada 
aproximadamente no nível do forame magno do osso occipital, onde se limita com o bulbo. 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
9 
Sua porção caudal tem limite aproximado na segunda vértebra lombar (L2) e formato 
cônico, constituindo o cone medular (MACHADO, 2000; AFIFI e BERGMAN, 2007). 
A medula espinal é formada, em sua parte externa, por substância branca e, 
internamente, por substância cinzenta. A substância branca é organizada essencialmente 
pelos axônios dos neurônios localizados na substância cinzenta, que vão compor as vias de 
associação, entre os diferentes níveis da medula espinal, e as vias de projeção, ascendente 
e descendente, que fazem a conexão com o encéfalo (MACHADO, 2000). 
O agrupamento de fibras na substância branca é conhecido por funículos. Os 
funículos podem ser divididos em anterior, lateral e posterior. Eles formam grandes vias, 
que conduzem impulsos nervosos descendentes e ascendentes. 
No funículo anterior, observa-se o tracto espinotalâmico anterior, que ascende à 
medula com informações de pressão e tato leve (pouco discriminativo) até a região do 
tálamo. 
O funículo lateral apresenta três tractos: o tracto espinotalâmico lateral, que conduz 
informações de temperatura e dor; o tracto espinocerebelar posterior, que é responsável 
pela propriocepção inconsciente provinda dos fusos neuromusculares e dos órgãos 
neurotendinosos; e o tracto espinocerebelar anterior, que controla a motricidade somática. 
O funículo posterior é constituído pelos fascículos grácil e cuneiforme, que 
conduzem impulsos nervosos com informações sensoriais relacionadas à propriocepção 
consciente (sentido de posição e movimento), sensibilidade vibratória (percepção de 
estímulos mecânicos repetitivos) e estereognosia (reconhecimento de objetos pelo tato) 
(MACHADO, 2000; AFIFI e BERGMAN, 2007; GREENBERG et al. 2005). 
A medula espinal, em razão de sua localização em um canal ósseo, ou seja, no 
interior da coluna vertebral, está sujeita a diversos tipos de agressões. As lesões podem 
ocorrer por causas traumáticas, como ferimentos por arma de fogo, acidentes com veículos 
automotores, acidentes de mergulho e outros tipos de quedas, e por causas não 
traumáticas, como infecções virais, hemorragias e tumores (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005). 
Os tumores raquimedulares podem ser classificados de acordo com sua situação na 
medula: extradurais, extramedulares intradurais e intramedulares. Esses tumores têm 
processos expansivos com desenvolvimento progressivo, o que pode gerar a compressão 
da medula espinal. Cerca de 25% dos tumores raquimedulares são meningiomas, tipo de 
tumor que mais acomete o canal espinal dos adultos. Os meningiomas são raramente 
intramedulares, correspondendo a 5% dos casos; os demais casos são extramedulares 
(FONSECA et al. 2011). 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
10 
Os meningiomas (gerados das células das meninges, que envolvem o encéfalo e a 
medula espinal) são tumores benignos (não cancerígenos). Seu crescimento ocorre 
geralmente de forma lenta. Os meningiomas acometem primariamente as mulheres de 
meia idade e localizam-se, em geral, na região torácica. 
Um dos sintomas mais comuns dos meningiomas é a dor nas costas, porém 25% 
dos pacientes não apresentam dor e suas manifestações clínicas ocorrem de forma lenta e 
progressiva. Assim, grande parte dos pacientes tem o diagnóstico de meningioma quando 
ele já se encontra expressivamente grande, a ponto de comprimir estruturas do sistema 
nervoso e manifestar sintomatologia (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005). 
Os tumores da medula espinal provocam sintomas por meio da compressão dos 
nervos. A compressão das raízes nervosas, que emergem a partir da coluna vertebral, 
pode acarretar parestesias (sensação de dormência, formigamento e pontadas). A pressão 
sobre a medula espinal pode causar espasmo e fraqueza musculares, perda de 
coordenação motora e redução ou modificações da sensibilidade (GOLDMAN e AUSIELLO, 
2005; FONSECA et al. 2011). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A - Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A área demarcada na figura do enunciado corresponde à região do 
funículo posterior da medula espinal. O comprometimento funcional dessa região leva a 
sintomas claros de déficit no sentido de posição e movimento em relação ao espaço 
(propriocepção consciente) e à perda da capacidade de reconhecimento de objetos pelo 
tato (esteriognosia). 
 
B - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O comprometimento neurológico de diminuição ou perda da sensibilidade 
vibratória pode estar associado à lesão do funículo posterior da medula. A ataxia (falta de 
estabilidade e coordenação dos movimentos) pode ser gerada pelos sinais da coluna 
posterior, como perda da propriocepção consciente. A paralisia, porém, está associada a 
lesões com comprometimento do trato corticoespinal e provém do sistema nervoso central 
(neurônio motor superior), que descende nas regiões laterais e anteriores da medula. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
11 
C - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A via que controla a sensibilidade à dor e à temperatura é o tracto 
espinotalâmico lateral, situado na região do funículo lateral da medula. Assim, o paciente 
que apresenta dor ou déficit na sensibilidade térmica deve ter lesão nessa região. 
 
D - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Na lesão do neurônio motor inferior, o tipo de paralisia adquirido é a 
paralisia flácida. O neurônio motor inferior é encontrado em nervos cranianos e na coluna 
anterior da medula espinal. 
 
E - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A paralisia espástica é um sinal de lesão do neurônio motor superior, que 
comunica o sistema nervoso central com a periferia de nosso corpo, descendendo na 
região anterior da medula espinal. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 AFIFI, A. K.; BERGMAN, R. A. Neuroanatomia funcional: texto e atlas. 2. ed. São 
Paulo: Roca, 2007. 
 FONSECA, R. B.; MARINS FILHO, J. P.; PORTELA, G.; BRANCO, N. B. C.; SEIXAS, L. 
Meningioma intramedular cervical: relato de caso e revisão da literatura. Arq. Bras. 
Neurocir. 30(3):142-5, 2011. 
 GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Cecil: tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2005. 
 GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. Porto Alegre: 
Artmed, 2005. 
 MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
12 
Questão 3 
Questão 3.3 
Considere que uma bailarina tenha procurado atendimento fisioterapêutico, com 
diagnóstico médico de início de necrose avascular da cabeça do fêmur, apresentando 
fortes dores ao realizar rotação lateral e abdução da coxa. 
Com base nesse caso clínico e considerando que o objetivo inicial do atendimento 
fisioterapêutico é reestabelecer a irrigação da articulação, o tratamento correto para a 
paciente seria 
A. hipertrofiar os músculos rotatores laterais e abdutores da coxa. 
B. fortalecer, globalmente, os músculos envolvidos na articulação do quadril. 
C. estabilizar a articulação do quadril, aproximando a cabeça do fêmur ao acetábulo. 
D. aumentar o espaço articular com alongamentos dos rotatores laterais e abdutores. 
E. alongar os adutores e rotatores mediais para aumentar a amplitude do movimento de 
abdução. 
 
1. Introdução teórica 
 
Osteonecrose da cabeça do fêmur 
 
A osteonecroseda cabeça do fêmur ocorre devido ao impedimento ou à interrupção 
do fluxo sanguíneo, seja arterial ou venoso, na região da cabeça do fêmur. Essa alteração 
do fluxo sanguíneo gera isquemia do tecido ósseo e, consequentemente, necrose óssea da 
região (HERBERT e XAVIER, 1998). 
Na literatura, é possível encontrar sinônimos para a osteonecrose da cabeça do 
fêmur, como necrose isquêmica da cabeça do fêmur, necrose avascular da cabeça do 
fêmur e necrose asséptica da cabeça do fêmur (HERBERT e XAVIER, 1998; MALONE et al. 
2002; SIZÍNIO e XAVIER, 2003). 
A fisiopatologia dessa doença é causada por lesão traumática vascular, compressão 
mecânica vascular ou obstrução do lúmen vascular. Diversos fatores etiológicos são 
atribuídos a essa doença na literatura (quadro 1), porém sabe-se que a corticoterapia e o 
alcoolismo são responsáveis pela maioria dos casos, uma vez que há alteração no 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
13 
metabolismo dos lipídeos, o que pode gerar obstrução vascular, além dos fatores 
traumáticos (DANI e AZEVEDO, 2013). 
 
Quadro 1. Fatores etiológicos da osteonecrose da cabeça do fêmur 
 
Fonte. DANI, W. S.; AZEVEDO, E. Necrose avascular da cabeça femoral. 
Disponível em <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3260>. Acesso em 17 abr. 2013. 
 
O quadro clínico não é uniforme, pois depende da localização e da extensão da 
necrose e de fatores individuais variáveis. Mas, em geral, observam-se dor intensa, 
claudicação e limitação da amplitude do movimento do quadril acometido, especialmente 
na abdução, na extensão e na rotação do quadril. O diagnóstico é complementado por 
meio do quadro clínico e comprovado por avaliação radiológica e exames complementares 
(MALONE et al. 2002; SIZÍNIO e XAVIER, 2003; DANI e AZEVEDO, 2013). 
As principais condutas terapêuticas visam a retardar a degeneração da articulação 
do quadril, diminuir as deformidades da cabeça do fêmur e eliminar os fatores de riscos. 
Assim, a mobilidade articular é preservada e a diminuição da dor pode melhorar a 
qualidade de vida do paciente. Dependendo do grau da doença, é necessário o tratamento 
cirúrgico, que pode levar a diversas complicações, como, por exemplo, a fraqueza dos 
músculos abdutores do quadril e o encurtamento do membro inferior, resultando em 
claudicação (SIZÍNIO e XAVIER, 2003; DANI e AZEVEDO, 2013). 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
14 
O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo a proteção de descarga de peso e 
deve utilizar recursos físicos para a analgesia e para o alongamento dos músculos 
rotadores laterais e abdutores de quadril com intuito de aumentar o espaço articular, 
diminuindo as deformidades na cabeça do fêmur e sua degeneração e eliminando os 
fatores de risco (SIZÍNIO e XAVIER, 2003; DANI e AZEVEDO, 2013). 
Quando realizado procedimento cirúrgico, a fisioterapia irá atuar no pré-operatório, 
com o treino de marcha pela utilização de dispositivos auxiliares, com o fortalecimento 
global e com a execução de exercícios respiratórios, a fim de proporcionar melhores 
condições no pós-operatório. No pós-operatório, será realizado o treino de marcha e o 
fortalecimento e o alongamento dos músculos que envolvem o quadril e serão utilizados 
recursos físicos para a analgesia (DANI e AZEVEDO, 2013). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O aumento de força muscular dos músculos rotatores laterais e abdutores 
da coxa eleva a coaptação da cabeça do fêmur com o acetábulo, o que pode acelerar a 
degeneração dessa articulação e as deformidades da cabeça do fêmur. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O fortalecimento dos músculos que envolvem a articulação do quadril 
gera maior contato da cabeça do fêmur com o acetábulo, o que aumenta a degeneração 
dessa articulação e as deformidades da cabeça do fêmur. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Condutas que aproximem a cabeça do fêmur do acetábulo podem piorar o 
quadro da osteonecrose da cabeça do fêmur. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Um dos principais objetivos no tratamento da osteonecrose é diminuir as 
deformidades da cabeça do fêmur e a degeneração da articulação do quadril. Quando 
realizados procedimentos para aumentar o espaço articular, é possível diminuir o impacto 
dessa articulação, o que retarda a deformidade e a degeneração, aliviando a dor do 
paciente. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
15 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Movimentos com grandes amplitudes de abdução de quadril são 
indesejáveis para pacientes com osteonecrose da cabeça do fêmur, pois aproximam a 
cabeça do fêmur do acetábulo. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 ACOSTA, M. I.; CAÑIZÁ, M. J.; GRELA, C. A.; ARAUJO, E. M. Sindrome de legg calve 
perthes. Revista de Posgrado de la Via Cátedra de Medicina. 169:10-4, 2007. 
 DANI, W. S.; AZEVEDO, E. Necrose avascular da cabeça femoral. Disponível em 
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3260>. Acesso em 17 
abr. 2013. 
 GUARNIERO, R. et al. Classificação e fisioterapia da doença de Legg-Calvé-Perthes. 
Fisioterapia e Pesquisa. 12(2):51-7, 2005. Disponível em 
<http://www.crefito3.com.br/revista/usp/05_05_08/pdf/51_57_legg_calve.pdf>. Acesso 
em 17 abr. 2013. 
 HERBERT, S.; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia: princípios e pática. 3. ed. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1998. 
 MALONE, T.; McPOIL, T.; NITZ, A. J. Fisioterapia em Ortopedia e Medicina do Esporte. 
3. ed. São Paulo: Santos, 2002. 
 SIZÍNIO, H.; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 3. ed. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
16 
Questão 4 
Questão 4.4 
Os avanços da biotecnologia vêm auxiliando sobremaneira a avaliação cinético-funcional realizada 
pelo fisioterapeuta, o que permite a elaboração de planos de intervenções específicos e 
individualizados. Nesse sentido, para os testes de equilíbrio estático, as plataformas de força 
orientam o profissional, fornecendo impressões sobre deslocamentos do centro de gravidade, 
rearranjos posturais, entre outros. 
EKMAN, L. L. Neurociências fundamentos para a reabilitação. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 
UMPHRED, D. A. Reabilitação neurológica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
 
Entre os vários testes que podem ser realizados com o paciente que está sobre a 
plataforma de força para sensibilizar o equilíbrio, estão 
A. o apoio unipodal e a manobra de Barré. 
B. o alcance funcional e o Romberg simples. 
C. a pliometria e a prova dos passos de Fukuda. 
D. a manobra de Dix-Hallpike e o Romberg sensibilizado. 
E. o sentar e o levantar cronometrado e o teste de caminhada. 
 
1. Introdução teórica 
 
Equilíbrio postural 
 
A capacidade de manter a postura estável é alcançada quando todas as forças que 
agem sobre um corpo, tanto externas quanto internas, estão equilibradas, o que permite 
que o corpo permaneça em uma posição desejada (equilíbrio estático) ou que se mova de 
maneira controlada (equilíbrio dinâmico) (DUARTE e FREITAS, 2010). 
Na postura ereta, o equilíbrio pode ser definido como a capacidade de manter e/ou 
recuperar a projeção vertical do centro de gravidade (CG) dentro dos limites da base de 
apoio (BDA). Nessa posição, a BDA é a área envolvida pelas bordas externas dos pés em 
contato com uma superfície externa. 
Os limites da BDA, também chamados de limites da estabilidade, referem-se à área 
em que a projeção vertical do CG pode ser movida de forma segura, sem a necessidade de 
alterar a BDA. Os limites da estabilidade não são fixos, alteram-se de acordo com a tarefa, 
as características do indivíduo e os diversos aspectosdo ambiente (HORAK e 
MACPHERSON, 1996; SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT, 2003). 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
17 
Para a adequada manutenção do equilíbrio postural, múltiplas informações 
sensoriais são continuamente utilizadas para coordenar e controlar a ação motora 
desejada. Essas informações são fornecidas principalmente pelos sistemas vestibular, 
visual e somatossensorial (NASHNER, 1981; SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT, 2003). 
Cada um dos sistemas citados anteriormente fornece ao sistema nervoso central 
(SNC) dados específicos sobre a posição e o movimento do corpo e, portanto, cada 
sistema fornece uma estrutura de referência diferente para o equilíbrio. O SNC, após 
receber essas informações em relação aos segmentos corporais e ao ambiente, integra-as 
e envia impulsos nervosos aos músculos para geração de respostas motoras adequadas. O 
sistema motor é, então, responsável pela execução das ações motoras oriundas do SNC 
(HORAK e MACPHERSON, 1996; SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT, 2003). 
Uma das maneiras mais utilizadas para avaliação do equilíbrio postural consiste em 
analisar o comportamento (principalmente a oscilação) do corpo durante a manutenção da 
postura ereta. A técnica utilizada para medir a oscilação do corpo ou de uma variável 
associada a essa oscilação é a posturografia. A medida posturográfica mais comumente 
utilizada nessa avaliação é o centro de pressão (CP), definido como o ponto de aplicação 
da resultante das forças verticais que agem sobre a superfície de suporte. 
O equipamento mais empregado para quantificar os deslocamentos do CP é a 
plataforma de força (DUARTE e FREITAS, 2010), que permite a quantificação das 
oscilações posturais por meio de sensores que detectam os deslocamentos do CP nas 
direções lateral e anteroposterior. 
Geralmente os testes aplicados envolvem diferentes bases de apoio (pés juntos, 
afastados, apoio unipodal e um pé à frente do outro), diferentes superfícies de suporte 
(estável, plataforma fixa; ou instável, plataforma móvel), com ou sem estímulo visual 
(olhos abertos e fechados) (BASTOS et al. 2005). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O apoio unipodal corresponde a uma postura em que a base de apoio 
está diminuída, pois somente um dos membros inferiores tem contato com a superfície de 
suporte. Essa postura é frequentemente utilizada como forma de desafiar o equilíbrio 
estático, podendo ser empregada quando o avaliado permanece sobre uma plataforma de 
força. A manobra de Barré corresponde a um teste utilizado para confirmar o déficit motor 
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18 
dos músculos flexores de joelhos (isquiotibiais), e não o equilíbrio postural. Para esse 
teste, o avaliado é instruído a permanecer em decúbito ventral com os quadris e joelhos 
fletidos a 90o. O teste é positivo quando o(s) membro(s) inferior(es) oscila(m) ou 
pende(m) sobre a superfície de suporte, evidenciando o déficit motor. 
 
B - Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O alcance funcional é um teste utilizado para avaliar a mobilidade do 
tronco e o equilíbrio estático e pode ser realizado sobre uma plataforma de força. Nesse 
teste, o avaliado permanece na postura ereta e é instruído a deslocar-se o máximo 
possível à frente (alcance funcional anterior) ou ao lado (alcance funcional lateral) com o 
membro superior estendido, porém sem mover os pés do chão, ou seja, sem alterar a base 
de apoio. O teste de Romberg (simples ou sensibilizado) também avalia o equilíbrio 
estático. Para o Romberg simples, o avaliado permanece na postura ereta com os pés 
juntos (base de apoio diminuída) ou minimamente afastados, porém é solicitado que ele 
permaneça com os olhos fechados por aproximadamente um minuto, o que desafiará 
ainda mais a estabilidade na postura. 
 
C - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A pliometria refere-se a exercícios específicos que envolvem o rápido 
alongamento da musculatura seguido de rápida ação concêntrica, ativando, assim, o ciclo 
excêntrico-concêntrico do músculo esquelético. Esse tipo de treinamento é bastante 
utilizado em atletas, com a finalidade de se obter força explosiva e, simultaneamente, 
melhorar a propriocepção. A prova dos passos de Fukuda é considerada uma avaliação 
funcional do equilíbrio, que afere a estabilidade durante o movimento autoiniciado de 
marcha, realizado primeiramente com os olhos abertos e, depois, fechados. Trata-se de 
uma prova muito utilizada na detecção de disfunções vestibulares. 
 
D - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A manobra de Dix-Hallpike é um teste posicional muito usado em 
pacientes que se queixam de vertigem apenas quando assumem determinadas posições 
(principalmente envolvendo a extensão da cervical), sendo útil para o diagnóstico de 
vertigem posicional paroxística benigna (VPPB). Na manobra de Dix-Hallpike, o paciente 
está inicialmente em posição sentada, com a cabeça rodada lateralmente (direita ou 
esquerda, conforme o lado a ser testado), em aproximadamente 45 graus. Em seguida, 
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19 
com o avaliador segurando a cabeça do paciente, promove-se um brusco e rápido 
movimento de deitar, em decúbito dorsal horizontal. Ao ser deitado, por não haver fixação 
horizontal da cabeça, esta pende para trás, em aproximadamente 30 graus. Nessa posição, 
normalmente portadores de VPPB apresentam nistagmo e queixam-se de vertigem. O teste 
de Romberg sensibilizado é utilizado para a avaliação do equilíbrio estático na postura 
ereta e, consequentemente, pode ser realizado sobre uma plataforma de força. Nesse 
teste, o avaliado é instruído a permanecer por aproximadamente um minuto na postura 
ereta, com um pé à frente do outro e os olhos fechados. 
 
E - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Ambos os testes mencionados, sentar e levantar cronometrado e teste de 
caminhada, não são específicos para avaliação do equilíbrio. O teste de sentar e levantar 
cronometrado (também conhecido como TUG, na sigla em inglês de Timed Up & Go) é 
utilizado para predizer o risco de quedas e consiste em quantificar o tempo necessário para 
o avaliado levantar-se de uma cadeira, andar três metros e retornar à posição inicial na 
cadeira. No teste de caminhada, o equilíbrio dinâmico é analisado e o avaliado deve ser 
instruído a deambular em velocidade confortável e, depois, lenta e rapidamente. Não é 
usual, nesse caso, a utilização de uma plataforma de força como forma de avaliar o 
equilíbrio, pois o objetivo é mensurar alguns parâmetros espaço-temporais da marcha. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BASTOS, A. G. D.; LIMA, M. A. M. T.; OLIVEIRA, L. F. Avaliaçaõ de pacientes com 
queixa de tontura e eletronistagmografia normal por meio de estabilometria. Rev. Bras. 
Otorrinolaringol. 71(3):305-10, 2005. 
 DUARTE, M.; FREITAS, S. M. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma de 
força para avaliação do equilíbrio. Ver. Bras. Fisioter. 14(3):183-92, 2010. 
 GONTIJO, A. P. B.; ARAÚJO, A. R.; CHAVES, F. S.; PEDROSA, F. M. Aspectos 
neurológicos e biomecânicos do equilíbrio para fundamentar a prática clínica: revisão 
bibliográfica. Temas sobre Desenvolvimento. 33(6):2-11, 1997. 
 GODOI, D.; BARELA, J. A. Mecanismos de ajustes posturais feedback e feedforward 
em idosos. Rev. Bras. Cienc. Esporte. 23(3):9-22, 2002. 
 HORAK, F. B.; MACPHERSON, J. M. Postural orientation and equilibrium. In: ROWELL, 
L.; SHERPHERD, J. T. (Eds). Handbook of physiology: a critical, comprehensive 
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20 
presentation of physiological knowledge and concepts. New York: Oxford American 
Physiological Society, 1996. 
 NASHNER, L. M. Analysis of stance posture in humans. In: TOWE, A. L.; LUSCHEI,E. 
S.; (Eds). Handbook of Behavioral Neurology. New York: Plenum, p. 527-65, 1981. 
 SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações 
práticas. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
Questão 5 
Questão 5.5 
Um menino com 8 anos de idade apresenta dor na região da epífise de crescimento do 
joelho direito e aumento do volume do tubérculo tibial. O exame radiológico (em perfil) 
demonstra uma epífise em toda a região, apontada pela seta na figura com imagens de 
irregularidade do contorno ósseo. 
 
MAGGE, D. J. Avaliação músculo-esquelética. São Paulo: Manole, 2005. 
 
Com base na situação e na análise radiográfica apresentada, a tarefa para a qual existe 
restrição de movimentos desse menino é 
A. subir e descer escadas 
B. andar de bicicleta em superfície plana. 
C. nadar (modalidade Crawl). 
D. deambular em superfície plana. 
E. permanecer sentado em frente ao computador. 
 
 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
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22 
1. Introdução teórica 
 
Síndrome de Osgood-Schlatter 
 
A Síndrome de Osgood-Schlatter foi descrita, em 1903, pelos cirurgiões Robert 
Osgood Bayley e Carl Schlatter como uma avulsão com fragmentação parcial do tubérculo 
da tíbia ocorrida em adolescente na fase do estirão do crescimento. Ela é caracterizada por 
calor local, edema, dor e aumento do volume do tubérculo da tíbia (BAMBINO, 2008; 
LUCENA, 2010). 
Essa patologia tem prevalência em adolescentes na faixa etária de 12 a 15 anos, 
com predomínio no sexo masculino, na proporção de 3:1. O aparecimento da doença 
ocorre, em geral, na forma de tumefação na região do tubérculo da tíbia e do tendão da 
patela. Seu acometimento é frequentemente unilateral (60 a 70% dos casos). É uma 
doença benigna, que regride normalmente ao final da adolescência, ao término do 
crescimento ósseo (BAMBINO, 2008; RIBEIRO, 2003). 
Os sinais clínicos e os sintomas descritos pelos pacientes, conforme já anunciado 
anteriormente, são: dores na região do tubérculo da tíbia, aumento da sensibilidade local, 
edema, calor e aumento do volume da tuberosidade tibial. Os sintomas intensificam-se 
quando são realizadas atividades físicas e diminuem no repouso. É comum a queixa de 
aumento da dor quando se praticam atividades como se agachar, correr ou apenas subir 
escadas, ou seja, na execução de movimentos que alongam o joelho geram dor (RIBEIRO, 
2003). 
O tratamento da Síndrome de Osgood-Schlatter normalmente é conservador. 
Sempre são tratados os sintomas gerados pela patologia e procura-se prevenir traumas na 
região da lesão. A utilização da imobilização do membro lesado é realizada apenas em 
casos extremos, com extensão do joelho, utilizando tubo preferencialmente cilíndrico, para 
eliminar a tração realizada pelo músculo quadríceps femoral, que se insere distalmente no 
tubérculo da tíbia (LUCENA, 2010). 
Diversos recursos da fisioterapia podem ser utilizados para o tratamento dos 
sintomas e para a preservação das funções do membro lesado, como os citados a seguir 
(BAMBINO, 2008; LUCENA, 2010; RIBEIRO, 2003). 
 Crioterapia, pré e pós atividades físicas. 
 Eletroestimulação nervosa transcutânea (TENS), para produção de analgesia. 
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23 
 Fortalecimento isométrico do quadríceps e isquiotibiais no início e, posteriormente, 
fortalecimento isotônico de acordo com a fase em que se encontra o paciente, para 
preservar a força muscular. 
 Exercícios de alongamento de quadríceps e isquiotibiais. 
 Treino de propriocepção. 
Além das condutas citadas, também é necessário aconselhar o paciente quanto à 
realização de atividades físicas com o calçado adequado e à escolha de quais exercícios 
praticar. Deve-se, preferencialmente, realizar atividade com baixo impacto, como andar de 
bicicleta ou fazer exercícios dentro da água. O repouso absoluto dificilmente é indicado, 
pois pode gerar diminuição do condicionamento físico do paciente (BAMBINO, 2008; 
LUCENA, 2010; RIBEIRO, 2003). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. É possível visualizar na imagem radiológica do enunciado que há uma 
avulsão com fragmentação do tubérculo tibial. Além disso, o paciente refere dor localizada 
e aumento do volume na região do tubérculo tibial, o que caracteriza a Síndrome de 
Osgood-Schlatter. É sabido que atividades que exigem impacto e repetidos movimentos de 
flexão e extensão de joelho são contraindicadas para esses pacientes, pois demandam 
atividade excessiva do músculo quadríceps femoral, que traciona a região do tubérculo 
tibial. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Pacientes com a Síndrome de Osgood-Schlatter são aconselhados a 
realizar atividades que exijam menores impactos nos membros inferiores e atividades 
intensas que recrutem a contração com movimento do músculo quadríceps femoral. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Atividades físicas dentro da água diminuem o impacto articular decorrente 
da ação da gravidade e, por esse motivo, são aconselhadas para pacientes portadores da 
Síndrome de Osgood-Schlatter. 
 
 
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D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Raramente a Síndrome de Osgood-Schlatter leva o paciente a condições 
de restrição da marcha. Normalmente, são contraindicados exercícios que exijam excesso 
da atividade do músculo quadríceps femoral, mas isso não ocorre ao deambular. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A inatividade física não é aconselhada para pacientes com Síndrome de 
Osgood-Schlatter, pois pode diminuir o condicionamento físico deles. É necessária a 
realização de atividades para fortalecimento e alongamento da musculatura envolvida nos 
movimentos de membros inferiores e é possível a realização de atividades que não 
envolvam a musculatura da região. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BAMBINO, D. S. Os principais recursos fisioterapêuticos no tratamento de Osgood-
Schlatter com ênfase em hidroterapia. Monografia. Universidade Veiga de Almeida, Rio de 
Janeiro, 2008. Disponível em <http://www.uva.br/sites/all/themes/uva/files/pdf/OS-
PRINCIPAIS-RECURSOS-FISIOTERAPEUTICOS-NO-TRATAMENTO.pdf>. Acesso em 08 mai. 
2013. 
 LUCENA, G. L. Prevalência e fatores associados à síndrome de Osgood-Schlatter em 
uma amostra populacional de adolescentes brasileiros. Tese (Doutorado) - Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010. Disponível em 
<http://bdtd.bczm.ufrn.br/tde_arquivos/23/TDE-2011-05-
03T235000Z3397/Publico/GildasioLL_TESE.pdf>. Acesso em 09 mai. 2013. 
 MISZPUTEN, M. L. Doença de Osgood-Schlatter. Disponível em 
<http://www.milton.com.br/esporte/casos/caso_71.htm>. Acesso em 08 mai. de 2013. 
 RIBEIRO, M. C. Tratamento fisioterapêutico na patologia de Osgood-Schlatter através 
do uso de laserterapia e cinesioterapia. Monografia. Universidade Estadual do Oeste do 
Paraná, Cascavel, 2003. Disponível em <http:// www.unioeste.br/>. Acesso em 03 nov. 
2011. 
 
 
 
 
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25 
Questão 6 
Questão 6.6 
Uma mulher com 45 anos de idade foi encaminhada a uma clínica de fisioterapia para 
tratamento de sequela de lesão nervosa no membro superior esquerdo, decorrente de um 
acidente automobilístico. No exame físico e funcional, apresentou sinais de alteração 
sensitiva e motora, características de lesão do nervo radial. De acordo com o quadro 
clínico descrito, a paciente apresentava 
A. incapacidade de aduzir, opor ou flexionar o polegar. 
B. supinação fraca, perda de flexão do polegar e perda do desvio ulnar do punho. 
C. perda de extensãodo polegar, perda do desvio radial do punho e supinação fraca. 
D. pronação fraca ou ausente, perda da adução do polegar e do desvio radial do punho. 
E. ausência de flexão dos dedos da mão e pronação fraca, especialmente a 90º de flexão 
de cotovelo. 
 
1. Introdução teórica 
 
Nervo radial 
 
Os nervos responsáveis pelo suprimento nervoso dos membros superiores originam-
se do plexo braquial, estendem-se da região cervical para a axila e fornecem fibras 
motoras e sensoriais. O plexo braquial é formado pela união dos ramos ventrais dos nervos 
espinais de C5 a T1; essa formação ocorre entre o músculo escaleno anterior e o músculo 
escaleno médio. Por vezes, há uma pequena contribuição de C4 na formação plexular 
(AFIFI e BERGMAN, 2007; MACHADO, 2000). 
 Esses ramos ventrais, a partir de suas origens, apresentam um entrelaçamento de 
fibras nervosas, constituindo-se em um verdadeiro emaranhado, denominado plexo (AFIFI 
e BERGMAN, 2007; AUMÜLLER et al. 2009; MACHADO, 2000). 
Primeiramente, formam-se três troncos pelo agrupamento de neurônios 
provenientes de diferentes segmentos da medula espinal, como, por exemplo, C5 e C6 
formam o tronco superior, C7 forma o tronco médio, e C8 e T1 formam o tronco inferior 
(AUMÜLLER et al. 2009). 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
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26 
Na passagem para a axila (inferior à clavícula e superior à primeira costela), os 
troncos reorganizam-se em fascículos entre eles; o fascículo lateral (C5-C7) forma-se a 
partir das fibras do tronco superior e do tronco médio, o fascículo posterior (C5-T1) recebe 
contribuição dos três troncos e o fascículo medial (C8-T1) origina-se do tronco inferior 
(APRIL, 2000). 
O fascículo lateral do plexo braquial apresenta três ramos: o nervo peitoral lateral, o 
nervo musculocutâneo e a raiz lateral do nervo mediano. O fascículo medial do plexo 
braquial apresenta cinco ramos: o nervo peitoral medial, o nervo cutâneo medial do braço, 
o nervo cutâneo medial do antebraço, o nervo ulnar e a raiz medial do nervo mediano. O 
fascículo posterior do plexo braquial apresenta cinco ramos: o nervo subescapular 
superior, o nervo toracodorsal, o nervo subescapular inferior, o nervo axilar e o nervo 
radial (MACHADO, 2000). 
O nervo radial (C5-T1) origina-se do fascículo posterior, seguindo pela face posterior 
da artéria axilar. Esse nervo alcança, juntamente com as artérias braquiais profundas e as 
veias braquiais profundas, a face dorsal do úmero, onde passa a ocupar o sulco do nervo 
radial. 
No braço, o nervo radial emite ramos musculares até a loja dos músculos 
extensores (como, por exemplo, o músculo tríceps braquial e o músculo ancôneo) e três 
ramos cutâneos (o cutâneo lateral inferior do braço, o cutâneo posterior do braço e o 
cutâneo posterior do antebraço). 
O ramo superficial segue sob o músculo braquiorradial, atinge o dorso da mão, 
inervando a metade lateral, e distribui-se no dorso do polegar e na região das falanges 
proximais do dedo indicador e do dedo médio. 
O ramo profundo perfura o músculo supinador, inervando-o, e, em seguida, inerva o 
músculo extensor dos dedos, o músculo extensor do dedo mínimo, o músculo extensor do 
indicador, o músculo extensor ulnar do carpo, o músculo extensor longo do polegar, o 
músculo extensor curto do polegar e o músculo abdutor longo do polegar. Ressalta-se que 
o músculo braquiorradial, o músculo extensor radial longo do carpo e o músculo extensor 
radial curto do carpo recebem inervação do nervo radial antes da divisão em ramo 
superficial e ramo profundo (MACHADO, 2000). 
Devido à sua posição bem próxima ao úmero, o nervo radial é comprometido em 
casos de lesões do membro superior. A lesão de suas partes motoras causa a perda da 
função dos músculos extensores das articulações da mão e dos dedos, o que se manifesta 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
27 
na forma de “mão caída”, além de perdas sensitivas na metade radial do dorso da mão 
(MENESES, 2011). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A lesão profunda do nervo mediano, além das perdas sensitivas, causa 
perda da atividade da maior parte dos músculos tenares, manifestada com a “mão 
simiesca”. Essa alteração caracteriza-se pela ausência da possibilidade de oposição do 
polegar, enquanto o músculo adutor do polegar, inervado pelo nervo ulnar, aduz o polegar 
em direção à mão. Para a identificação da lesão das partes que suprem a musculatura 
tenar, o paciente deve ser capaz de prender um objeto entre o polegar e o dedo mínimo. A 
lesão prolongada do nervo mediano causa também atrofia dos músculos tenares. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O enfraquecimento na supinação é sinal da deficiência motora do nervo 
radial. A incapacidade de flexão de polegar e a perda do desvio ulnar do punho são 
disfunções dos nervos mediano e ulnar. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A lesão do nervo ulnar manifesta-se com a incapacidade de abdução e 
adução dos dedos e o predomínio do tônus do músculo extensor dos dedos resulta na 
extensão das articulações metacarpofalangeanas. Nas articulações interfalangeanas, há 
predomínio do efeito dos flexores, resultando na presença da “mão em garra”. A perda 
adicional dos músculos lumbricais (III e IV), sinergistas dos músculos interósseos nos 
dedos (IV e V) na ação extensora, é, parcialmente, compensada pela perda da parte ulnar 
do músculo flexor profundo dos dedos. Além da flexão na articulação 
metacarpofalangeana, os músculos lumbricais auxiliam o músculo extensor dos dedos, 
durante a extensão da falange distal, na articulação interfalangeana distal. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A pronação fraca ou ausente e a perda da adução do polegar estão 
relacionadas com o nervo mediano e o nervo ulnar, respectivamente. Já a perda do desvio 
radial do punho é sinal ou deficiência funcional do nervo radial. 
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E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Para testar a integridade do nervo radial, o paciente deve estender os 
dedos (prova da motricidade, isto é, do ramo profundo) e o fisioterapeuta deve avaliar a 
sensibilidade do dorso da mão entre os ossos metacarpais I e II. Essa região é exclusiva 
do ramo superficial. A combinação de perdas motoras e sensitivas só pode ser observada 
em caso de lesão na altura da articulação do cotovelo ou em um ponto mais proximal, isto 
é, antes da divisão em seus dois ramos terminais. Os sinais de deficiência motora são 
perda da extensão dos braços, perda da extensão e da supinação do antebraço e perda da 
extensão da falange proximal e da extensão do polegar. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 AFIFI, A. K.; BERGMAN, R. A. Neuroanatomia funcional: texto e atlas. 2. ed. São 
Paulo: Roca, 2007. 
 APRIL, E. W. Anatomia. 9. ed. São Paulo: Manole, 2000. 
 AUMÜLLER, G.; AUST, G.; DOLL, A. et al. Anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2009. 
 KANAYA, F.; TAJIMA, T. Effect of electrostimulation on denervated muscle. Clinical 
Orthopaedics and Related Research. 283:296-301, 1992. 
 MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 
 MENESES, M. S. Neuroanatomia aplicada. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
 MONTE-RASO, V. V; et al. Os efeitos do ultra-som terapêutico nas lesões por 
esmagamento do nervo ciático de ratos: análise funcional da marcha. Rev. Bras. Fisiot. 
10(1):113-9, 2006. 
 SEDDON, H. J. Three types of nerve injury. Brain. 66:237-288, 1943. 
 SIQUEIRA, R. Lesões nervosas periféricas: uma revisão. Rev. Neurocienc. 15(3):226–
233, 2007. 
 
 
 
 
 
 
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29 
Questão 7 
Questão 7.7 
O tecido conjuntivo forma umarede contínua responsável pelas relações espaciais entre as 
células, os tecidos e os órgãos do copo. Os constituintes do tecido conjuntivo são quase 
sempre os mesmos: fibras (colágenas, elásticas e reticulares), substância fundamental 
amorfa ou matriz extracelular, e células. As características do tecido conjuntivo 
dependerão da função de cada região. A combinação de proporções específicas dos 
constituintes resulta em tipos de tecido conjuntivo estruturalmente diferente, com 
propriedades mecânicas próprias: o frouxo ou areolar e o denso. São estresses mecânicos 
da atividade motora normal que determinam a constituição do tecido conjuntivo. 
A partir das informações acima, avalie as afirmações a seguir. 
I. O tecido conjuntivo frouxo adapta-se com o encurtamento e com a contração de 
suas fibras caso não haja movimento adequado, como no caso de uma imobilização. 
II. As cicatrizes são formadas por tecido denso e sem orientação, se não forem 
submetidas a estímulos mecânicos. 
III. As fáscias musculares estão em continuidade com os tendões e aponeuroses 
musculares, formando um sistema interligado, adaptado à transmissão de tensões 
mecânicas. 
IV. As diversas fases do processo de reparo do tecido conjuntivo não interferem na 
redução do risco de recidiva das lesões musculoesqueléticas. 
V. O tecido conjuntivo pode apresentar maior proporção de fibras e se tornar denso se 
houver necessidade de resistência. Se a resistência é requerida em direção 
preferencial, haverá orientação das fibras colágenas segundo esta orientação. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I, II, III e IV. 
B. I, II, III e V. 
C. I, II, IV e V. 
D. I, III, IV e V. 
E. II, III, IV e V. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
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1. Introdução teórica 
 
Tecido conjuntivo 
 
O tecido conjuntivo fornece uma estrutura de sustentação e conexão para todos os 
tecidos do corpo. Ele apresenta diversos tipos de células e material extracelular abundante. 
O tecido conjuntivo origina-se no mesênquima que, por sua vez, origina-se no folheto 
embrionário intermediário, o mesoderma (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). 
Os componentes do tecido conjuntivo, de acordo com a sua estrutura, podem ser 
divididos em células, fibras e substância fundamental. Ele pode ser facilmente diferenciado 
de outros tecidos, pois o seu principal componente estrutural é a matriz extracelular e não 
as células (BRASILEIRO, 2004). 
Muitas são as funções atribuídas aos tecidos conjuntivos, mas a principal é a de 
sustentação, exercida pelas cartilagens, pelos ossos e pelo tecido conjuntivo propriamente 
dito. Ele atua também como meio para trocas, realizadas pela matriz extracelular, como a 
troca de oxigênio, metabolitos e nutrientes entre o sangue e muitas células. Além disso, 
tem como funções a proteção e a defesa do corpo, realizadas por células fagocitárias 
(realizam a fagocitose), células imunocompetentes (produzem de anticorpos) e células que 
produzem substâncias químicas que participam do controle da inflamação (JUNQUEIRA e 
CARNEIRO, 2004). 
A matriz extracelular é composta pela substância fundamental e por proteínas 
fibrosas resistentes a forças de compressão e pressão. A substância fundamental é um 
material hidratado e amorfo, formado por glicosaminoglicanos, proteoglicanos e 
glicoproteínas. As principais fibras da matriz extracelular são as fibras colágenas, elásticas 
e reticulares, compostas por proteínas polimerizadas, que tornam sua estrutura alongada. 
As fibras elásticas são formadas principalmente pela proteína elastina e as fibras colágenas 
e reticulares, pelo colágeno (STEVENS e LOWE, 2001). 
Em resumo, existem dois sistemas de distribuição das fibras nos diferentes tipos de 
tecidos conjuntivos: o sistema colágeno, constituído por fibras colágenas e reticulares, e o 
sistema elástico, constituído principalmente por fibras elásticas. A distribuição desses 
sistemas está diretamente relacionada com as propriedades do tecido (BRASILEIRO, 2004; 
JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). 
As fibras colágenas não têm elasticidade e são capazes de resistir a grandes forças 
de tensão. O colágeno é o tipo de proteína mais abundante no corpo humano (cerca de 
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31 
30% das proteínas encontradas) e é produzido por diferentes tipos de células, como os 
fibroblastos, osteoblastos e condroblastos. A diferenciação ocorre de acordo com a função, 
a estrutura, a distribuição e as características morfológicas. Atualmente, são conhecidos 
mais de 20 tipos de colágenos, diferenciados pelas suas sequências de aminoácidos 
(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). 
As fibras colágenas clássicas são formadas principalmente pelo colágeno do tipo I, 
com feixes de fibras agrupados e arranjados paralelamente. Essas fibras têm cor 
esbranquiçada e são as mais abundantes no corpo humano. As fibras reticulares são 
compostas principalmente pelo colágeno do tipo III e têm fibras mais finas e fracas. A 
função principal dessas fibras é a sustentação das células de órgãos que modificam sua 
forma e seu volume, como artérias, útero e bexiga, entre outros. 
As fibras elásticas são constituídas pelas proteínas elastina, microfibrila e fibrilina. 
São altamente elásticas, podendo estender-se mais de 150% de seu comprimento em 
repouso. A elasticidade é possibilitada pela proteína elastina, mas as fibras não se rompem 
pela presença das microfibrilas, que dão estabilidade às fibras elásticas (BRASILEIRO, 
2004; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004; STEVENS e LOWE, 2001). 
Os tipos de tecido conjuntivo são o tecido conjuntivo propriamente dito (frouxo e 
denso), o tecido de propriedades especiais (adiposo, reticular, mucoso e elástico) e o 
tecido de suporte (cartilaginoso e ósseo). 
O tecido conjuntivo frouxo é o mais comum e apresenta consistência delicada, 
flexível e pouco resistente à tração. Ele nutre e sustenta as células epiteliais da pele, da 
mucosa e das glândulas. Além disso, ele preenche espaços entre as fibras e os feixes 
musculares e reveste vasos sanguíneos, vasos linfáticos, cavidades peritoneais e pleurais. 
Também pode ser encontrado na hipoderme, nas papilas da derme e nas glândulas. Esse 
tecido apresenta todos os componentes encontrados nos tecidos conjuntivos, mas 
apresenta, em maior quantidade, células fibroblastos e macrófagos. Nesse tecido, são 
encontrados os dois sistemas de fibras: elásticas e colágenas (STEVENS e LOWE, 2001). 
O tecido conjuntivo denso é caracterizado pelo predomínio das fibras colágenas, 
mas, assim como o tecido conjuntivo frouxo, tem todos os componentes encontrados nos 
tecidos conjuntivos. Ele apresenta menor flexibilidade e é mais resistente às forças de 
tração, quando comparado ao tecido conjuntivo frouxo. Ainda é possível classificar o tecido 
conjuntivo denso, de acordo com a orientação de suas fibras colágenas, em modelado e 
não modelado (STEVENS e LOWE, 2001). 
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32 
No tecido conjuntivo denso não modelado, as organizações das fibras não seguem a 
mesma orientação. Ele não tem orientação fixa e pode ser encontrado na derme profunda, 
apresentando resistência em todas as direções. 
No tecido conjuntivo denso modelado, a organização de suas fibras é orientada em 
uma única direção, formando feixes paralelos das fibras (BRASILEIRO, 2004; JUNQUEIRA e 
CARNEIRO, 2004; STEVENS e LOWE, 2001). A orientação das fibras ocorre na direção da 
força de tração exercida nesse tecido, formando um tecido com grande resistência à 
tração. O exemplo típico de um tecido conjuntivo denso modelado é o tendão, que 
apresenta claramente suas fibras paralelas umas às outras, cor esbranquiçada, pouca 
quantidade de substância fundamental separando suas fibras e grande resistência às 
forças de tração (KITCHEN,2003). 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I - Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O tecido conjuntivo tem a propriedade de adaptar sua estrutura a 
diferentes situações. Ao sofrer grandes forças de tensão, tem a capacidade modificar sua 
composição e organização para suportar as forças aplicadas a ele. Já em situações como a 
privação do movimento, pode contrair e encurtar-se, para adaptar-se à nova situação 
imposta, o que não o impede de novamente retornar às funções anteriores. 
 
II - Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A deposição do tecido cicatricial inicia-se na fase proliferativa do processo 
de reparação tecidual. Os fibroblastos sintetizam o colágeno que será depositado no leito 
da ferida para formar uma estrutura rígida que pode facilitar a futura regeneração do 
tecido. O tipo de colágeno encontrado primariamente é do tipo III, que é depositado de 
forma desorganizada. Na fase de remodelagem, gradualmente ocorrem a substituição 
parcial do colágeno do tipo III pelo colágeno do tipo I e a organização das fibras em 
direção às forças de tração. 
 
III - Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As lâminas de tecido conjuntivo que envolvem os músculos são 
denominadas fáscias musculares e têm as funções de facilitar o deslizamento dos músculos 
entre si e de atuar como uma bainha elástica de contenção. As fáscias musculares podem 
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33 
dar continuidade ao ventre muscular em direção aos tendões ou às aponeuroses. São 
denominados septos intermusculares os prolongamentos das fáscias até a fixação do 
tendão no osso. Esses septos auxiliam a distribuição das forças exercidas sobre o tendão. 
 
IV - Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As três fases que envolvem o processo de reparação tecidual são 
importantes para a homeostasia do tecido lesado. Para que ele seja reparado com rapidez 
e o tecido cicatricial tenha melhor qualidade, é necessário que as fases do processo de 
reparo tecidual ocorram de forma subsequente e completa, pois a deficiência em qualquer 
processo fisiológico do reparo tecidual pode comprometer o tecido cicatricial final. 
 
V- Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Nos estágios iniciais da regeneração, encontramos, no tecido lesado, um 
colágeno imaturo e depositado de forma desorganizada, com consistência semelhante a 
um gel. Esse colágeno oferece ao tecido pouca força tênsil, mas, ao longo de meses ou 
anos, e à medida que são requeridas maiores resistências a esse tecido, ocorre a 
substituição parcial do colágeno do tipo III pelo colágeno do tipo I, que é mais resistente 
às forças de tensão que solicitam o tecido. Além dessa substituição, também ocorre o 
alinhamento das fibras em direção à sobrecarga aplicada no tecido lesado, o que também 
resulta em maior força tênsil do tecido. 
 
Alternativa correta: B. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: patologia geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2004. 
 JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2004. 
 KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 
2003. 
 KUMAR, V.; PERKINS, J. A. Robbins e Cotran patologia: bases patológicas das doenças. 
8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
 STEVENS, A.; LOWE, J. S. Histologia humana. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001. 
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34 
Questão 8 
Questão 8.8 
A Bioética, que a alguns desavisados parecia tratar-se de uma nova versão da ética médica 
tradicional e hipocrática, ampliou seu espectro para muito além dos limites tradicionais que 
tratam dos problemas deontológicos decorrentes das relações entre os profissionais de 
saúde com seus pacientes 
PORQUE 
O neologismo ganhou notoriedade mundial, afirmando-se na prática por: multiplicação de 
comitês bioéticos por todo o mundo, organização de novas disciplinas especializadas nas 
universidades e criação de revistas científicas. 
 GARRAFA, V. Reflexões bioéticas sobre ciência, saúde e cidadania. Bioética. V. 7, n. 1, p. 13-20, 1999. 
 
Analisando essas afirmações, assinale a opção correta. 
A. As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
B. As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
C. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. 
D. A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. 
E. As duas afirmações são falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Bioética 
 
O termo bioética, um neologismo formado pela justaposição “bio+ética”, pode ser 
definido como um 
 
conjunto de considerações que pressupõe a responsabilidade moral dos 
médicos e biólogos em suas pesquisas teóricas e na aplicação delas 
(MICHAELIS, 2013). 
 
Nesse sentido, a Comissão Nacional para a Proteção de Sujeitos Humanos em 
Pesquisas Biomédicas e Comportamentais nos Estados Unidos editou o Relatório de 
Belmont (1978) e apresentou os três princípios éticos básicos para pesquisas envolvendo 
seres humanos: autonomia, beneficência e justiça (ARAÚJO, 2012). 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
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35 
O princípio da autonomia, também conhecido como o princípio do respeito às 
pessoas, exige o entendimento de que elas se autogovernem tanto nas escolhas feitas 
quanto nos atos cometidos. Desse modo, surge a necessidade de haver o consentimento 
livre e esclarecido por parte dos sujeitos da pesquisa, a fim de que exista proteção contra 
qualquer forma de abuso (MILL, 1974). 
O princípio da beneficência fundamenta-se na proteção do bem-estar e dos 
interesses do paciente por intermédio da ciência médica e de seus representantes ou 
agentes. 
O princípio da justiça exige equidade social, considerando a distribuição de bens e 
benefícios no que se refere ao exercício da medicina ou à área da saúde, identificando 
quem deve receber os benefícios da pesquisa e orientando sobre a escolha imparcial dos 
sujeitos da pesquisa (ARAÚJO, 2012). 
No contexto apresentado, a bioética é a resposta da ética aos novos casos e às 
novas situações originadas pela ciência no âmbito da saúde. É possível definir a bioética 
como a expressão crítica do nosso interesse em usar convenientemente a medicina para 
obter-se atendimento eficaz nos problemas referentes à vida, à saúde e à morte do ser 
humano (CLOTET, 2009). 
Diante do exposto e com base na Constituição Federal de 1988, que trouxe novos 
valores para a “justiça social” por meio do Conselho Nacional de Saúde, surge a Resolução 
Nº 196/96, que aprova as diretrizes e as normas regulamentadoras de pesquisas 
envolvendo seres humanos, criando, assim, o sistema brasileiro de revisão ética, composto 
pelos Comitês de Éticas em Pesquisas (CEP) e pelo Conselho Nacional de Éticas em 
Pesquisas (CONEP). 
Desse modo, toda pesquisa com seres humanos deve ser submetida à apreciação 
do colegiado de um CEP, que exercerá o papel do princípio da justiça, realizando, durante 
todo o processo, a revisão ética dos protocolos de pesquisa sem a dissociação da análise 
científica (REGO E PALÁCIOS, 2012). 
Verifica-se, então, a necessidade de conciliação da ciência e da tecnologia com o 
embasamento ético-moral, apoiando-se nos pressupostos de um CEP antes de se efetuar 
qualquer teste, estudo ou projeto científico. 
 
 
 
 
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36 
2. Análise das asserções 
 
A primeira asserção é verdadeira, pois faz referência ao fato de a bioética não se 
resumir à mera atualização dos preceitos da ética médica tradicional e hipocrática, visto 
que sua atuação ultrapassa os domínios das obrigações dos profissionais de saúde com 
seus pacientes. 
A segunda asserção é verdadeira, pois, devido à multiplicação dos comitês de 
bioética, à inserção de disciplinasrelacionadas a ela nos cursos de graduação e pós-
graduação e à exigência das revistas científicas em aceitarem apenas pesquisas que foram 
submetidas à avaliação ética, o conceito ganhou notoriedade mundial. 
A segunda asserção justifica a primeira porque a bioética é um conceito 
relativamente novo, mas baseado em estudos antecedentes. O mundo científico precisou 
adaptar-se aos novos olhares, às novas declarações, aos relatórios e aos documentos que 
fundamentam os pressupostos éticos. 
 
Alternativa correta: A. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 ARAUJO, L. Z. S. Breve história da bioética: da ética em pesquisa à bioética. In: REGO, 
S.; PALÁCIOS, M. Comitês de ética em pesquisa: teoria e prática. Rio de Janeiro: Fio 
Cruz, 2012. 
 ASSOCIAÇÃO MÉDICA MUNDIAL. Declaração de Helsinque I de 1964. Disponível em 
<http://www.ufrgs.br/bioetica/helsin1.htm>. Acesso em 24 abr. 2013. 
 BRASIL. Conselho Nacional da Saúde. Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de 
Saúde. Disponível em <http://www3.unip.br/pesquisa/comite/r_196_96_101096.aspx>. 
Acesso em 24 abr. 2013. 
 CLOTET J. Por que bioética? Revista de Bioética 1(1), 2009. Disponível em 
<http://www.revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/474/291
>. Acesso em 19 jun. 2013. 
 MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em 
<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em 19 jun. 2013. 
 MILL, J. S. On liberty. New York: Meridian Book, 1974. 
http://www.revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/474/291
http://www.revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/474/291
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37 
 REGO, S.; PALÁCIOS, M. Comitês de ética em pesquisa: teoria e prática. Rio de 
Janeiro: Fio Cruz, 2012. 
 REICH, W. T. Encyclopedia of bioethics. New York: The Free Press. Macmillan 
Publishers, 1978. 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
38 
Questão 9 
Questão 9.9 
O treinamento de movimentos em frente ao espelho é utilizado para diferentes recursos 
em cinesioterapia, por diversas especialidades, seja durante a terapia sob orientação do 
fisioterapeuta, seja como orientação dos cuidadores para realização de exercícios no 
domicílio. Esse tipo de treinamento auxilia na correção dos movimentos pela via visual, 
especialmente nos casos em que o aprender e o reaprender movimentos funcionais 
estejam dificultados e/ou impedidos pela doença de base. A adoção desse tipo de 
treinamento motor funcional justifica-se, em termos fisiológicos, pelo fato de incluir 
A. homúnculo motor no aprendizado do engrama sensorial. 
B. arquivamento de padrões motores pelo homúnculo motor. 
C. aprendizado de padrões motores pela área cortical pré-motora. 
D. arquivamento de padrões motores pela área cortical motora primária. 
E. engrama sensorial no aprendizado motor e reconhecimento de padrões motores já 
aprendidos. 
 
1. Introdução teórica 
 
Terapia de imagem mental 
 
A simulação mental de movimentos corresponde a uma condição na qual o paciente 
imagina ativamente certa situação, mas sem realizá-la realmente. Com o progresso das 
terapias de imagem mental, verificou-se que o uso do circuito neural nos processos de 
simulação mental apresenta analogia com seu uso durante o processamento de certa 
modalidade sensorial. No caso do sistema visual, por exemplo, a terapia de imagem mental 
refere-se à representação da informação perceptual na carência de entrada visual (PAULA 
et al. 2007). 
Há evidências de que o exercício mental está relacionado com o aprendizado de 
habilidades motoras. Esse resultado já foi evidenciado na reabilitação de pacientes com 
danos neurológicos, na melhora da performance esportiva, na obtenção de habilidades 
cirúrgicas e no aumento de força muscular (PAULA et al. 2007; RODRIGUES et al. 2003; 
TREVISAN, 2010; TREVISAN, 2007). 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
39 
A constituição e a manipulação espacial de imagens corporais têm procedências 
fundamentalmente visuais e somatomotoras. Nesses processos de simulação mental, o 
apoio relativo de cada modalidade sensorial pode sofrer alterações, fazendo com que o 
paciente "sinta-se" executando o movimento (PAULA et al. 2007; RODRIGUES et al. 2003; 
TREVISAN, 2007; TREVISAN, 2010). 
O exercício somatomotor, o exercício de reaprendizagem motora, a participação do 
paciente em movimentos repetitivos, a admissão de novas ocupações e o treinamento 
motor no espaço real podem ser eficazes na diminuição do comprometimento motor em 
intercessões indicadas para a doença de base (RODRIGUES et al. 2003). 
 
3. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A terminologia “comandos musculares” refere-se à vivência de um 
comandante ou de um agente inteligente que acolhe informações sensoriais e adapta 
instruções para o movimento. Essa ideia de um agente inteligente assemelha-se à visão 
popular de controle motor do século XIX, que adotava a essência de um executivo 
responsável pelo controle do movimento, o homúnculo, que disporia de um banco de 
memória contendo programas para o movimento. No século XIX, o homúnculo apresentava 
três particularidades principais: a carência de feedback, sendo apático às modificações nas 
situações externas; o controle individualizado, em que precisariam ser explicitados valores 
para cada variante individual; e a consignação de uma correspondência de um para um. 
No que se refere ao córtex cerebral, à medula espinhal e ao aparato motor, a ideia de 
homúnculo, do século XIX, não se adapta ao aprendizado do engrama sensorial. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Em algumas partes funcionalmente marcantes do córtex cerebral, há a 
somatotopia da imagem distorcida do corpo humano em relação às populações neuronais. 
A imagem somatotópica determina o homúnculo sensitivo e o homúnculo motor nessa 
parte do córtex cerebral. 
As áreas corticais motoras satisfazem as mais importantes relacionadas ao movimento. 
Embora um movimento possa ser gerado pelo estímulo de distintas áreas corticais, o 
movimento desencadeado pela estimulação do giro pré-central é conseguido em limiar 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
40 
relativamente baixo. Assim, em termos fisiológicos, não ocorre o arquivamento de padrões 
motores pelo homúnculo motor. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O córtex cerebral pré-motor é formado pelas áreas 6 e 8. A área motora 
suplementar localiza-se na área 6 e sua estimulação conduz a respostas que delineiam um 
homúnculo com a cabeça em posição rostral. Essas respostas são, na maioria dos casos, 
movimentos sinérgicos bilaterais de natureza tônica ou postural, que afetam 
exclusivamente os músculos axiais e os músculos proximais dos membros. A estimulação 
da área 6, na face lateral do cérebro, gera movimentos contrários. Esses movimentos de 
orientação são ações genéricas, como, por exemplo, girar a cabeça e os olhos, contorcer o 
tronco e flexionar ou estender os membros. 
A estimulação da área 8 origina movimentos anômalos, combinados dos olhos para o lado 
contrário. Esse campo visual frontal funciona na medição dos movimentos voluntários dos 
olhos, denominados movimentos oculares sob comando. Portanto, não está relacionado ao 
aprendizado de padrões motores. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A função do córtex cerebral primário é participar da iniciação dos 
movimentos voluntários especializados, delicados e ágeis. Porém colabora na organização 
dos músculos axiais e proximais dos membros e exerce função crítica no controle dos 
músculos distais dos membros no lado oposto do corpo. Portanto, não está relacionado ao 
arquivamento de padrões motores.E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Ao realizar determinados movimentos com certa finalidade, registra-se a 
impressão de que tal “gesto” harmoniza-se com as áreas sensoriais. Essa impressão 
memorizada chama-se “engrama sensorial do movimento”. Portanto, ao reproduzir a 
mesma ação, a área motora ativa os efetores e as áreas sensoriais iniciam a apreensão das 
impressões proprioceptivas desencadeadas pelo movimento. Essas impressões são 
checadas com os engramas correlatos e a área motora é informada se o movimento está 
apropriado ou se precisa de correção. 
 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
41 
3. Indicações bibliográficas 
 
 PAULA, F. V. R.; FARIA, C. D. C. M.; VIEIRA, D. S. R. Teoria de programação motora: 
uma perspectiva da sua evolução teórica. Fisioterapia em Movimento. 20(2):63-71, 
2007. 
 RODRIGUES, E. C. et al. Efeito da estratégia de simulação mental sobre o controle 
postural. Revista Brasileira de Psiquiatria. 25(2):33-5, 2003. 
 TREVISAN, C. M. Efeitos da imagem mental na reabilitação da função motora do 
membro superior na hemiplegia após-acidente vascular encefálico. Tese (Mestrado) - 
Universidade de Brasília: Brasília, 2007. 
 TREVISAN, C. M.; TRINTINAGLIA, V. Efeito das terapias associadas de imagem motora 
e de movimento induzido por restrição na hemiparesia crônica: estudo de caso. 
Fisioterapia e Pesquisa. 7(3):264-9, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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42 
Questão 10 
Questão 10.10 
A terapia por restrição e indução de movimentos (TRIM) tem por objetivo restringir os 
movimentos do dimídio sadio de pacientes com limitações funcionais causadas por lesões 
neurológicas. Hemiparéticos por sequela de doença cerebrovascular são comumente 
sujeitos de pesquisas nesse campo. Um dos motivos pelo qual o lado corporal acometido 
diminui consideravelmente sua funcionalidade é o desuso aprendido. Esse desuso interfere 
sobremaneira 
A. nos geradores centrais de padrões medulares. 
B. nos padrões motores mediados pela medula espinhal. 
C. no funcionamento cerebelar, limitando suas modulações. 
D. nas respostas eferentes e aferentes em todo sistema nervoso central. 
E. nas representações corticais do lado lesado, diminuindo em níveis relativamente 
baixos. 
 
1. Introdução teórica 
 
Terapia por restrição e indução de movimentos 
 
O acidente cerebrovascular agrega o conjunto de patologias com maior número de 
causas mais comuns de morbidade e mortalidade, sendo a patologia crônica, a mais 
incapacitante, uma situação de saúde pública de grande amplitude (MENEGHETTI, 2010). 
A hemiplegia/paresia, após uma lesão do Sistema Nervoso Central (SNC), é uma das 
maneiras mais prevalentes de agravos motores. A função normal da extremidade do 
membro superior abrange a competência de alcance direcionado, a preensão e a 
manipulação de objetos, sendo a base das aptidões motoras solicitadas para a execução 
das atividades de vida diária (AVDs). 
Depois de uma lesão unilateral ao SNC, o paciente pode tornar-se inábil para utilizar 
a extremidade do membro superior comprometida, dando preferência à oposta, menos 
atingida. 
 
ATIVIDADE 1 – ENADE 2023. 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
43 
Nos indivíduos com hemiplegia/paresia, há diminuição da amplitude de movimentos 
de alcance e preensão do membro superior afetado, baixa variabilidade e coordenação 
interarticular descontínua (DINIZ, 2003). 
Esse quadro gera uma necessidade real de refinamento e aperfeiçoamento de novas 
técnicas de reabilitação efetiva e confiável para os indivíduos com acidente 
cerebrovascular. A terapia de restrição e indução do movimento, que apresenta resultados 
esperançosos, destaca a utilização repetitiva do membro atingido durante as AVDs, a fim 
de melhorar a função motora do membro superior lesado (BUENO et al. 2008). 
Um dos princípios de aplicação da terapia de restrição e indução do movimento 
fundamenta-se no não uso aprendido (ou desuso aprendido). Para tentar exceder ou 
reduzir as consequências do não uso aprendido, a terapia de restrição e indução do 
movimento eleva as modificações plásticas que favorecem a recuperação. Essa terapia 
compreende o uso forçado e o treinamento da mão atingida contendo o braço intacto, 
além da união da prática de ambos os elementos (BUENO et al. 2008; DINIZ, 2003). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Movimentos voluntários são realizados apenas pela atividade do córtex 
cerebral e não têm influência da medula espinal. Logo, mesmo que os padrões medulares 
sofram alteração, não há resposta terapêutica efetiva para a paresia do paciente. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os padrões adquiridos por pacientes com paresia de membro superior em 
função de sequela de doença cerebrovascular não sofrem influência direta da medula 
espinhal, pois os impulsos nervosos que controlam os movimentos voluntários têm origem 
na região motora do córtex cerebral e são apenas conduzidos por ela. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As funções principais do cerebelo são a manutenção do equilíbrio e da 
postura, o controle do tônus muscular e a participação na regulação de erros durante a 
aprendizagem motora. Quando um impulso nervoso parte do córtex motor para a medula 
espinal, ramos colaterais emitem uma “cópia” dessa eferência ao cerebelo, que compara a 
informação planejada com a informação executada. Caso necessário, haverá um estímulo 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
44 
corretivo em direção ao córtex, que, em seguida, alterará os impulsos motores. Apesar de 
o cerebelo participar da aprendizagem motora, ele não tem envolvimento direto com as 
representações corticais. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As alterações motoras e sensoriais podem levar ao desuso aprendido. 
Porém não é possível afirmar que essas alterações desencadeiem algum efeito em todo o 
sistema nervoso central. Como exemplo, possivelmente, os sistemas auditivo e visual não 
sofram influência da terapia por restrição e indução do movimento. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Em pacientes com sequelas neurológicas, é necessário realizar 
intervenções terapêuticas, como a terapia por restrição e indução do movimento, com 
intuito de melhorar as funções perdidas. A TRIM é um dos métodos mais eficazes para 
ganhos sensório-motores em membros hemiplégicos/paréticos, após doença 
cerebrovascular. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
 BUENO, G. D. P. et al. Terapia de restrição e indução modificada do movimento em 
pacientes hemiparéticos crônicos: um estudo piloto. Fisioterapia em Movimento. 
21(3):37-44, 2008. 
 DINIZ, L.; ABRANCHES, M. H. S. Neuroplasticidade na terapia de restrição e indução 
do movimento em pacientes com acidente vascular encefálico. Medicina e Reabilitação. 
22(3):53-5, 2003. 
 FREITAS, A. G. et al. Protocolo modificado da Terapia de Restrição em paciente 
hemiplégico. Neurociências. 18(2):199-203, 2010. 
 MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 
 MENEGHETTI, C. H. Z.; SILVA, J. A.; GUEDES, C. A. V. Terapia de restrição e indução 
ao movimento no paciente com AVC: relato de caso. Neurociências. 18(1):18-23, 2010. 
 
Material Específico – Fisioterapia – 1º semestre de 2023 - UNINASSAU 
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Questão 11 
Questão 11.11 
Um paciente portador de doença de Charlot-Marie-Tooth (DCMT) apresenta queixa em sua 
marcha. A identificação de particularidades desse tipo de marcha e os grupos musculares 
alterados são pontos significantes na avaliação cinético-funcional. Considerando o quadro 
clínico apresentado, assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o nome do 
músculo com fraqueza

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