Buscar

Dolo e Culpa: Conceitos Jurídicos

Prévia do material em texto

Dolo e Culpa
Felipe Andrade de Sampaio – 21986860886 - 201407199773
DOLO
Dolo direto: O dolo direto ocorre quando o agente prevê o resultado e, por isso, prática todos os atos necessários para alcançar tal conduta. O agente realiza a conduta objetivando alcançar o resultado que ele previu. 
O dolo direto é subdividido entre dolo direto de 1º grau e dolo direto de 2º grau.
Dolo direto de 1º grau: O agente tem consciência e vontade de concretizar os requisitos objetivos do tipo e executa a ação de modo a atingir apenas o bem jurídico pretendido. 
Ex: João quer matar Maria, para isso atira em sua cabeça - o dolo de João em relação com Maria é dolo direto de 1º grau.
Dolo direto de 2º grau: É também chamado de dolo de consequências. Nessa modalidade, do agente tem consciência e vontade de concretizar os requisitos objetivos do tipo, porém o meio utilizado por ele vai gerar efeito colateral típico.
Ex: A quer matar B, para isso coloca uma bomba no avião lotado de pessoas que B está - o dolo entra A e B é dolo direto de 1º grau, mas o dolo entre A e os passageiros desconhecidos é dolo direto de 2º grau.
Dolo indireto: O dolo indireto é aquele em que o sujeito não quer a produção do resultado, mas, mesmo prevendo que este poderá acontecer, assume o risco de causá-lo. Em outras palavras, é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um resultado determinado.
O dolo indireto subdivide-se em dolo indireto alternativo e dolo indireto eventual.
Dolo alternativo: O agente prevê mais de um possível resultado típico que pode ocorrer da conduta. Sua intenção se destina, com igual intensidade, a produzir um entre vários resultados previstos como possíveis. É o caso do sujeito que atira contra seu desafeto, com propósito de matar ou ferir. Se matar, responderá por homicídio. Se ferir, responderá por tentativa de homicídio – em caso de dolo alternativo, o agente sempre responderá pelo resultado mais grave. Justifica-se esse raciocínio pelo fato de o CP ter adotado a teoria da vontade (art. 18, I). Se teve a vontade de praticar um crime mais grave, por ele deve responder, ainda que na forma tentada.
Ex: A quer matar ou lesionar B, ele tem vontade igual para ambos os resultados.
Dolo eventual: é a modalidade em que o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo. É possível a sua existência em decorrência do acolhimento pelo CP da teoria do assentimento, na expressão “assumiu o risco de produzi-lo” (art. 18, I). O dolo eventual é admitido por todos os crimes que com ele sejam compatíveis. Há casos, entretanto, em que o tipo penal exige expressamente o dolo direto. Afasta-se, então, o dolo eventual.
Ex: A quer lesionar B, mas não se importa se matar.
O dolo eventual, diferente do dolo alternativo é que, este o agente não tem intenção, com igual intensidade, a produzir os vários possíveis resultados previstos, diferente do eventual. Entretanto, ele assume o risco.
CULPA
Culpa consciente: ocorre quando o agente prevê o resultado, mas acredita piamente poder evitá-lo com a sua habilidade. 
Ex: Um atirador de facas profissional sabe que pode errar, mas tem total confiança de que não vai errar, um dia ele erra e lesiona alguém, responde a título de culpa.
Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado, que, entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível. 
Ex: Uma pessoa idosa coloca um vaso de planta muito pesado na janela, sem nem imaginar que com um vento mais forte o vaso pudesse cair e matar alguém lá em baixo.
Hoje em dia, conforme a indignação de toda sociedade a respeito dos crimes de trânsito que fazem milhares de vítimas anualmente, passou a questionar a fórmula Embriaguez + Velocidade Excessiva = Dolo Eventual. Todavia, a doutrina quase que por unanimidade tem tais crimes como Culpa Consciente, nos quais podemos citar Rogério Greco, Mirabete, Nélson Hungria, entre muitos outros.
Em resumo,
Dolo direto		Previsão de resultado - vontade de resultado.
Dolo indireto 		Previsão de resultado - indiferença com o resultado.
Culpa consciente	Previsão de resultado - absolutamente não quer o resultado, pensa poder evitar.
Culpa inconsciente	Não previsão de resultado - absolutamente não quer o resultado.

Continue navegando