Buscar

Redação Jornalística para Rádio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REDAÇÃO JORNALÍSTICA PARA RÁDIO
TEMA 1: HISTÓRIA DO RÁDIO
•Padre Roberto Landell de Moura é considerado o pioneiro do rádio no Brasil.
Quanto à tecnologia da radiodifusão, em relação às suas origens no Brasil, convém salientar a
contribuição do padre Roberto Landell de Moura que, no início do século XX, realizava
experiências similares às que vinham sendo desenvolvidas por Guglielmo Marconi na Europa.
•Landell de Moura, em 1890, fez a primeira demonstração pública da transmissão de voz via
ondas de rádio.
•Guglielmo Marconi estabeleceu em linha telefônica os sinais de rádio. À invenção, Marconi deu o
nome de telégrafo sem fio. Os trabalhos de Marconi desencadearam uma série de disputas
judiciais que tinham o norte-americano Nikola Tesla reivindicando a patente da invenção do rádio.
Experiências que viriam a dar passagem às iniciativas inovadoras de Edgar Roquette Pinto,
Henrique Morize e Elba Dias que permitiriam, em 1922, a primeira transmissão radiofônica
brasileira. Naquele ano, no dia 7 de setembro, em comemoração ao centenário da independência,
seria transmitido o discurso do presidente Epitácio Pessoa, do local da Exposição Internacional
que se realizava no Rio de Janeiro
Apenas a elite tinha acesso aos aparelhos de rádio, por isso, apenas esses grupos da sociedade
começaram a fundar clubes/sociedades de rádio de forma amadora. Tocava ópera, música
clássica, como uma grande referência cultural à Paris
O Brasil - assim como vários países latino-americanos - viveu forte movimento nacionalista na
primeira metade do século XX. Conforme Martín-Barbero (1987), o surgimento das massas
urbanas prestou-se a projeto políticos populistas e nacionalistas que resultaram na organização
de poder que deu forma ao compromisso entre essas massas e o Estado.
Neste sentido, Getúlio Vargas no seu primeiro período como presidente do Brasil - 1930/1945 -
governou sob forte cunho nacionalista, influindo sobre os meios de comunicação ao buscar impor
o seu projeto político que incluía a unificação nacional.
Aconselhou os estados e municípios a instalarem aparelhos rádio-receptores, providos de
alto-falantes, para que o público acompanhasse o rádio.
Rádio, cultura e política caminharam juntos na construção da identidade nacional brasileira. Desde
o seu início, o veículo serviu de expressão às diferentes manifestações culturais do país,
principalmente através da música, do esporte e da informação.
ANOS 30 - novas tecnologias daquele momento, o rádio e o cinema, tornaram possível a
emergência e a difusão de uma nova linguagem e de um novo discurso social:
o popular massivo.
Como 75% da população era analfabeta, Vargas expande o acesso de rádios nas ruas, facilitando
a importação para que todos pudessem ouvir.
07/09/1922 – Em comemoração ao centenário da independência foi transmitido o discurso
do presidente Epitácio Pessoa.
1936 – Surge a Rádio Nacional (RJ). A emissora passaria a contar com o apoio financeiro do
governo e da publicidade comercial. Este fato faria com que pudesse dispor da tecnologia mais
avançada da época, dos melhores artistas, radialistas e técnicos, tornando-se um paradigma por
vários anos.
1936 – Surge a Rádio Nacional (RJ). A emissora passaria a contar com o apoio financeiro do
governo e da publicidade comercial. Este fato faria com que pudesse dispor da tecnologia mais
avançada da época, dos melhores artistas, radialistas e técnicos, tornando-se um paradigma por
vários anos. Vargas interfere diretamente na propaganda.
A chegada das agências de publicidade alteraria a feição do veículo que se torna, a partir de
então, comercial. Com o aporte da publicidade, o rádio incrementa a sua programação tanto de
entretenimento como de jornalismo, pois as agências internacionais de notícias que chegam ao
Brasil vão auxiliar neste sentido.
● Radialistas - Renato Murce, Ademar Casé, Almirante (Henrique Foreis Domingues), Mário
Lago, entre outros.
● Cantores - Carmen Miranda, Francisco Alves, as irmãs Batista, Paulo Tapajós, Cauby
Peixoto, Marlene, Emilinha, Angela Maria.
● Políticos – Além de Vargas, Leonel Brizola que, em 1961, instituiu a Rede da Legalidade,
usando o rádio para defender a posse de João Goulart à presidência do país.
● Momentos marcantes da história do rádio: Revolução Constitucionalista de 1932;
implantação do Estado Novo, em 1937; Copas da 50, 58, 62, e 70; posses de
presidentes como JK e Jânio Quadros; cobriu o fim da ditadura, a posse de
Tancredo Neves e na cobertura de sua morte, entre outros.
● Anos 60 – Declínio do rádio e chegada da TV.
● Fim dos anos 70 - introdução da FM - Frequência Modulada no país, nos anos 70, que
permitiria a ampliação do número de canais, até então de Amplitude Modulada e Ondas
Curtas. Tem alcance limitado. Ao contrário do AM que funciona em muitos lugares.
● A partir das décadas de 80 e 90, a rapidez do desenvolvimento tecnológico levaria a
possibilidade da transmissão via satélite e internet, e à digitalização do rádio,
oportunizando a formação de redes.
A característica principal do veículo continua sendo a da proximidade com a comunidade
local. Se a televisão aberta tomou para si o papel que a Rádio Nacional desempenhava, se a
globalização e a tecnologia trazem cada vez mais as informações mundiais, cabe justamente ao
rádio, devido às suas características inerentes, promover as informações locais.
O que muda? Convivência entre os antigos e os novos meios.
CASTELS - um dos fatores determinantes desta transformação está na dificuldade de satisfazer o
interesse por assuntos locais a uma escala global.
TEMA 2: A CONSTRUÇÃO DE UMA LINGUAGEM PRÓPRIA PARA RÁDIO
A PRÉVIA DA INFLAÇÃO DE FEVEREIRO APRESENTOU ALTA DE 0,76%, DEPOIS DO ÍNDICE
DE 0,56% REGISTRADO EM JANEIRO.// O IPCA-15, QUE FOI DIVULGADO HÁ POUCO PELO
IBGE, APONTOU QUE A MAIOR VARIAÇÃO E O MAIOR IMPACTO PARA ESTE NÚMERO
AGORA DE FEVEREIRO VIERAM DO SEGMENTO DE EDUCAÇÃO, EXATAMENTE NESSE
PERÍODO DE REMATRÍCULA E DE VOLTA ÀS AULAS.//
NOS ÚLTIMOS 12 MESES, A VARIAÇÃO DO IPCA-15 FOI DE 5,63% E EM FEVEREIRO DO
ANO PASSADO, NA COMPARAÇÃO COM FEVEREIRO DESTE ANO E FEVEREIRO DO ANO
PASSADO, FEVEREIRO DO ANO PASSADO FICOU EM 0,99%.// PORTANTO, EM FEVEREIRO
DESTE ANO, 0,76%.// (repetição da palavra fevereiro 4x, além da péssima construção do
comparativo)
COM EXCEÇÃO DO SEGMENTO DE VESTUÁRIOS, ONDE OS PREÇOS CAÍRAM 0,05%, OITO
DOS NOVE GRUPOS DE PRODUTOS E SERVIÇOS PESQUISADOS PELO IBGE TIVERAM
ALTA NO MÊS DE FEVEREIRO.// O DESTAQUE, COMO EU FALEI, FOI EDUCAÇÃO, QUE
TEVE O MAIOR AUMENTO, O MAIOR IMPACTO NO ÍNDICE, TAMBÉM OS GRUPOS
HABITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO E BEBIDA APARECEM EM SEGUIDA COM AS MAIORES ALTAS
EM FEVEREIRO.//// (não existe primeira pessoa no rádio)
A CANTORA RITA LEE DEU ENTRADA NO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, EM SÃO PAULO,
SEGUNDO FONTES PRÓXIMAS À FAMÍLIA DELA.// A INTERNAÇÃO ACONTECEU POR QUE
NOS ÚLTIMOS QUATRO DIAS ELA PERDEU PESO E ESTÁ COM O ESTADO DE SAÚDE UM
POUCO MAIS FRÁGIL.// OS MÉDICOS, PORTANTO, ACHARAM QUE, PREVENTIVAMENTE,
SERIA MAIS ADEQUADO MANTÊ-LA EM OBSERVAÇÃO.//
LEMBRANDO QUE, EM 2021, RITA LEE FOI DIAGNOSTICADA COM CÂNCER DE PULMÃO.//
EM ABRIL DE 2022, ELA COMPARTILHOU A NOTÍCIA DE QUE ESTAVA CURADA, MESMO
ASSIM ELA PREFERIU NÃO COMEMORAR O FATO COM EUFORIA, POIS SABE QUE É UM
TRATAMENTO QUE EXIGE PRUDÊNCIA.//
NA ÉPOCA, O PRIMOGÊNITO (formal) DO CASAL, ROBERTO LEE, CONVERSOU COM O
JORNAL O GLOBO, FALOU SOBRE O TRATAMENTO DA MÃE, DISSE QUE FOI DIFÍCIL, MAS
QUE ELA CONSEGUIU ATRAVESSAR AQUELE PERÍODO CONTURBADO.// A REMISSÃO,
COMO ACONTECEU COM A CANTORA, SIGNIFICA QUE OS SINAIS E SINTOMAS DO
CÂNCER ESTÃO REDUZIDOS OU AUSENTES.// PODE SER UMA REMISSÃO COMPLETA,
QUANDO TODOS OS SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DESAPARECERAM, OU PODE SER
UMA REMISSÃO PARCIAL.//
ENTÃO, A GENTE VAI CONTINUAR MONITORANDO ESSA SITUAÇÃO (óbvio por se tratar
de um veículo de comunicação): A CANTORA RITA LEE DEU ENTRADA NO HOSPITAL
ALBERT EINSTEIN. /// POR ENQUANTO, É UMA INTERNAÇÃO EM CARÁTER PREVENTIVO,
PARA QUE A SAÚDE DE RITA LEE POSSASER OBSERVADA NESTE MOMENTO.////
O que torna o texto de rádio tão diferente do impresso é o uso da linguagem pessoal, como se
fosse um tom de uma conversa. A nota precisa ser bem entendida e recebida de primeira, pois só
será transmitida uma vez (instantânea).
TEMA 3: O REPÓRTER ESSO
Os primeiros programas de rádio eram lidos a partir de jornais impressos, sem
nenhum planejamento. O Repórter Esso foi uma síntese noticiosa que marcou época no
radiojornalismo mundial e brasileiro e ficou por quase 30 anos no ar no Brasil. A estreia, no
Brasil, ocorreu em 28 de agosto de 1941, poucos meses antes de o país entrar na Segunda
Guerra, e a última edição foi ao ar em 31 de dezembro de 1968, poucos meses antes de o homem
pisar na Lua. Ao longo desse período, o noticiário acompanhou os principais fatos sociais,
políticos, econômicos, que se transformaram na história do mundo e do país. Muitas
gerações cresceram, ouvindo e acreditando em tudo que O Repórter Esso, apresentado pelos
locutores exclusivos, falava do outro lado do alto-falante.
Boa parte do mundo, em 15 países, a partir da transmissão de 60 rádios que irradiavam o
noticiário, parava para ouvir as últimas informações das guerras, os pronunciamentos dos Papas,
dos presidentes, dos políticos, dos cientistas e como estavam os astronautas soviéticos e
americanos que giravam em torno da terra em naves espaciais.
O Repórter Esso foi a primeira síntese noticiosa do planeta, concebida com caráter
globalizante. O noticiário, patrocinado pela Standard Oil New Jersey (Esso = petrolista americana),
teve a idealização da agência de publicidade McCann-Erickson e produção da agência de notícias
United Press Associations (UPA).
O noticiário já existia nos Estados Unidos desde 1935. A partir dali, se estendeu para
outros países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Honduras,
Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela). Em
particular, no extremo sul da América Latina (Argentina, Uruguai, Brasil e Chile), o Esso é
referendado em livros e em sítios da Internet, como a mais importante síntese noticiosa do
rádio e da televisão em cada país.
Nestes seis anos de conflito, destacou-se a Política da Boa Vizinhança, visando a
aproximar os países da América Latina da cultura e da ideologia norte-americana (cinema
americano/Hollywood, Disney, Zé Carioca). O objetivo era único: que o Brasil defendesse os
interesses dos aliados na Segunda Guerra, o que, de forma efetiva, ocorreu em 1942. Além
disso, evitar o acesso a informações vindas de Berlim para impedir o contato com os
países do eixo. Dessa forma, o objetivo era fornecer informações vindas dos EUA, e defendesse
os interesses dos aliados. O pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições
diárias de O Repórter Esso, uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrada, a
primeira de caráter global, que transformou o radiojornalismo brasileiro e mundial.
Com o noticioso, foi implantado o lide, a objetividade, a exatidão, o texto sucinto e direto, a
pontualidade, a noção do tempo exato de cada notícia, aparentando imparcialidade, a locução
vibrante, contrapondo-se aos longos jornais falados da época. No entanto, o formato inovador do
noticiário não influiu somente na área profissional, mas, também, nas disputas políticas,
ideológicas e culturais da época.
NO BRASIL:
As regras de linguagem já estavam presentes nas redações pouco antes de 1945, mas, segundo
Bahia (1990b, p. 86), somente a partir das mudanças políticas, econômicas e sociais é que a
prática se generaliza. jornais e as revistas definem estilos próprios de tratamento da informação,
buscando elaborar uma notícia mais qualificada. Era o ingresso na fase industrial. No rádio, a
notícia começa a ganhar essa “personalidade” com O Repórter Esso.
LINHA EDITORIAL DO REPÓRTER ESSO: veicular somente os fatos, sem opinião, a informação
deve ser clara e objetiva, com períodos curtos, sem orações intercaladas, sem adjetivações e
abastecido por uma única agência de notícias, a United Press. Associado a isso, a informação
ganha caráter exclusivo. O rádio deixa de ser um simples divulgador coletivo das notícias de jornal
e passa a utilizar as características inerentes ao meio: ser instantâneo e ágil, para difundir o fato
de imediato.
27 de dezembro de 1939, Vargas cria o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) è
Influência no conteúdo do Rádio.
RÁDIO E POLÍTICA -> POLARIZAÇÃO DE INTERESSES
•De um lado, os defensores dos valores dos Estados Unidos e da internalização de capitais
estrangeiros no país; de outro, os nacionalistas, opostos a qualquer ingerência externa. Havia a
intenção de conquistar a opinião pública e, se possível, influenciá-la. Era comum a censura e a
notícia transformada em propaganda. Durante e depois da Primeira Guerra, vários países fundam
organismos específicos para propaganda e controle da informação.
Anos 50
A maioria das notícias do Esso se concentrava na luta contra a agressão comunista. O rádio
percebe que terá que disputar a audiência com a televisão. O novo veículo, numa primeira fase,
transfere boa parte da programação radiofônica para o vídeo. Para se adequar aos novos tempos,
as emissoras de rádio começam a desenvolver programas de modo a aproveitar a mobilidade do
veículo e o baixo custo de produção, bem superior na TV.
TEMA 4: TEXTO JORNALÍSTICO PARA RÁDIO
O menos é mais: clareza, simplicidade e objetividade. (coloquial)
O texto jornalístico segue normas universais. Em qualquer veículo, impresso ou eletrônico o
redator deve ser claro, conciso, direto, preciso, simples e objetivo. O que diferencia o texto do
rádio em relação aos veículos da imprensa escrita é a instantaneidade. O ouvinte só tem uma
chance para entender o que está sendo dito. Lembre-se de que a mensagem no rádio se
“dissolve” no momento em que é levada ao ar. Para que a missão de conquistar o ouvinte seja
alcançada, o texto deve ser coloquial. O jornalista precisa ter em mente que está contando uma
história para alguém, mas sem apelos à linguagem vulgar e, acima de tudo, respeitar as regras do
idioma. Veja algumas recomendações para a redação do texto no rádio. O aprimoramento vem
com a prática, a consulta dos livros de gramática e muita leitura para enriquecer o vocabulário.
1) O texto no rádio pode ser corrido, quando lido por um único locutor, ou manchetado, quando
lido por dois locutores. No texto corrido, um período segue-se ao outro na página do computador;
no estilo manchetado, os períodos são divididos geralmente em duas linhas cada. A decisão pelo
uso do texto corrido ou manchetado cabe à direção da emissora e ao departamento de jornalismo.
2) O texto começa com o lead (o que, quem, quando onde, como e porquê). Procure a novidade, o
fato que atualiza a notícia e a torna mais atraente possível. A missão do redator é conquistar o
ouvinte na primeira frase. Se a primeira frase não levar à segunda, a comunicação está morta.
3) O texto deve ter uma sequência lógica, na ordem direta. A regra é simples: sujeito + verbo +
predicado.
4) A pontuação merece atenção especial. O uso dos sinais ortográficos facilita a entonação da voz
e a respiração do apresentador/locutor. Por exemplo, em frases interrogativas faça uso da técnica
espanhola de pontuação. Colocando um sinal de interrogação no início da frase o
apresentador/locutor não será pego de surpresa.
(?) Quem será o campeão brasileiro? (!) Atenção para esta informação!
5) A adjetivação excessiva ou inadequada enfraquece a qualidade e o impacto na informação.
Substantivos fortes e verbos na voz ativa reforçam a densidade indispensável ao texto jornalístico.
6) Evite frases longas: elas dificultam a respiração do apresentador/locutor e são mãos difíceis de
ser entendidas pelo ouvinte. Cada frase deve expressar uma ideia.
7) O texto precisa ter ritmo. Use frases curtas mas que não sejam telegráficas. Evite frases
intercaladas entre vírgulas.
8)Evite o uso do não no lead. Se a notícia começar com uma negativa, dificilmente o ouvinte
terá interesse em acompanhá-la até o final. Redija o que aconteceu, ninguém liga o rádio para
saber o que não aconteceu.
9) O uso do ontem no lead “envelhece” a notícia no rádio. Explique ao ouvinte quando o fato
aconteceu em outro período do texto.
10) Evite começar o texto com as palavras continua ou permanece. Procure um enfoque novo
para não dar conotação de que o assunto está superado. Outra palavra que deve ser evitada no
início do texto é parece. O ouvinte pode ter a sensação de que o jornalista está inseguro ou não
domina o assunto tratado.
11) As gírias têm poder de tornar as conversas mais informais, contudo, vulgarizam o texto e não
devem ser usadas, a não ser em situações essenciais ou se estiverem consolidadas no
vocabulário do dia-a-dia.
12) A repetição de palavras empobrece o texto, mas é preciso cuidado com o uso dos sinônimos.
O redator de bom senso não substituirá o hospício por nosocômio. Repita a palavra quando for
importante para a clareza da notícia.
13) Fique atento ao efeito sonoro das rimas e palavras com a mesma terminação. Não é
agradável ouvir “o temporal na capital alagou a marginal”, ou “a organização da programação da
televisão”.
14) Cuidado com os cacófatos. O encontro de sílabas de palavras diferentes pode formar som
desagradável ou palavras obscenas: Boca dela, confisca o gado, de então, ela tinha, marca gol,
nunca gostou, nunca ganhou, por cada, por colocar, por razões, por rádio, toma linha, etc. Existem
cacófatos que podem ser evitados substituindo-se a palavra por um sinônimo ou mudando-se a
estrutura da frase:
O prêmio por cada vitória X O prêmio para cada vitória
Nunca ganhou uma eleição X Jamais ganhou uma eleição
15) O uso de aspas deve ser evitado. Além de dificultar a entonação por parte do locutor, pode dar
ao ouvinte uma impressão de que é o texto opinativo.
16) Em texto de rádio não se usa parêntese. O locutor terá dificuldade se você redigir “o senador
José da silva (PMDB-RO) disse...”. no rádio é assim: “O senador José da Silva do PMDB de
Rondônia disse...”.
17) Os artigos não devem ser suprimidos, especialmente nas manchetes. O rádio não precisa,
como o jornal, economizar o espaço necessário para impressão de uma ou mais letras.
18) O uso dos pronomes possessivos seu, sua, seus e suas pode confundir quem
acompanha o noticiário. O ouvinte pode entender que está se falando dele ou alguma pessoa ou
objeto de suas relações pessoais. Por isso, é melhor redigir “o deputado sai com a mulher
dele” em vez de “o deputado saiu com sua mulher”. Contudo, para essa regra, como aliás,
para a maioria delas, há exceções.
19) Não se usam artigos de nomes próprios o que pressupõe intimidade incompatível com a
linguagem jornalística. Assim, não uso “o José Dirceu” ou “o Ciro Gomes”.
20) Verifique se o artigo um tem função na frase. “O jogador sentiu medo” é melhor do que “O
jogador sentiu um medo”.
21) O uso indiscriminado dos pronomes pessoais também pode causar confusão. Só redija ele,
ela, eles, elas quando o ouvinte puder ter certeza de quem se trata. Nem sempre quem ouve o
noticiário no momento lembra de quem se está falando.
22) Não confunda os pronomes demonstrativos este e esse. Este indica o que está mais próximo
de quem fala ou escreve, esse indica o que está mais distante de quem fala ou escreve.
23) Evite os gerúndios. Eles deixam as frases longas e enfraquecem o texto.
24) Fuja do “queísmo”. Repetir o “que” em uma frase prejudica o ritmo e empobrece o texto.
25) Cuidado com o uso coloquial de pronomes pessoais como objetivo direto. É horroroso
ouvir “o promotor convocou ele para prestar depoimento”.
26) Os pronomes cujo, cuja não têm som agradável no rádio.
27) Escreva na lauda (alto da página do computador) a forma correta de se pronunciar o nome de
uma pessoa ou de determinado lugar. Não se esqueça de anotar as observações referentes às
checagens das informações e a validade do texto.
28) Cada assunto deve ocupar uma página do computador.
29) As palavras que precisam ser ditas com mais ênfase devem ser sublinhadas ou escritas em
negrito. O mesmo vale para palavras estrangeiras ou nomes próprios.
30) Endereços, CEPs, telefones, e-mails, etc. devem ser repetidos para que o ouvinte tenha a
chance de anotá-los.
31) A leitura de frase no singular é mais fácil do que no plural. Erra-se nebis. Plural só quando for
inevitável.
32) Prefira o uso presente do indicativo e do futuro composto quando se referir ao que vai
acontecer. No rádio soa melhor “o presidente viaja amanhã” ou “o presidente vai viajar amanhã”
do que “o presidente viajará amanhã”. Use o verbo no passado quando for importante para a
clareza da informação.
33) Avalie os verbos usados na declaração. Os mais usados são dizer e afirmar, cuidado
com o verbo falar, no rádio ele pode parecer óbvio se não for utilizado com bom senso.
● Informar significa relatar um fato.
● Garantir é assegurar, dar certeza absoluta.
● Declarar significa dizer.
● Admitir tem sentido de confessar.
● O verbo advertir é ambíguo, tem sentido de censurar, chamar atenção, etc.
34) Seja criterioso no uso dos verbos no futuro do pretérito, pois expressam dúvida ou incerteza.
Devem ser usados quando se tem consciência de um fato social, mas não há provas.
35) Cuidado com os verbos dever e poder. Eles são ambíguos, indicam capacidade e
possibilidade. O verbo querer indica intenção, não decisão.
36) Use o cargo, profissão ou título para identificar autoridades e personalidades.
Lembre-se que a forma de tratamento deve vir antes do nome. No caso de pessoas que
morreram no exercício do cargo não se usa "ex". Pessoas já consagradas dispensam qualificação.
Por exemplo: Pelé, Maradona, etc. respeite os casos em que a pessoa é conhecida pelo
nome completo. Não use senhor e senhora no texto.
37) Traduzir ou não traduzir nomes estrangeiros? Essa é uma polêmica que ocorre em todas as
redações. As orientações oficiais mandam traduzir. Pouca gente obedece, Nova York. Como fazer
com Buenos Aires: Seria Bons Ares? Como grafar os nomes dos filósofos iluministas franceses
Rousseau e Voltaire? E as palavras usadas na informática, como megabyte ou mouse? O melhor
é usar o bom senso, ou seja, a forma como as pessoas falam coloquialmente, tomando cuidado
para não abusar dos estrangeirismos e sem impor regras que podem agradar a gramática e
agredir o ouvinte ou vice-versa.
38) Nomes estrangeiros que não acrescentam nada à informação podem ser omitidos. Avalie a
notícia. Será que o ouvinte tem interesse em saber o nome do policial que informou o número de
mortos no atentado no metrô de Moscou? Basta atribuir a informação à polícia russa.
39) As siglas conhecidas precisam ser desdobradas. Podemos usar INSS, FMI, ONU, etc. Separe
a sigla por hífen para facilitar a leitura do texto, por exemplo: I-P-C-A. Não separe letras de siglas
pronunciadas como palavras, por exemplo: Fiesp (ou ONU).
40) As siglas estrangeiras pouco conhecidas devem ser adaptadas. FED é banco Central dos
Estados Unidos; FASO é Órgão das Nações Unidas de Incentivo à Agricultura.
41) A redação de números exige algumas regras para facilitar a leitura e o entendimento do
ouvinte. Escreva por extenso:
Certo: Trinta e duas mil pessoas Errado: 32 mil pessoas
Certo: Quinhentas caixas Errado: 500 caixas
Certo: O papa João Paulo Segundo Errado: O Papa João Paulo II
Certo: Quinze vírgula oito por cento ou 15 vírgula 8 por cento Errado: 15,8%
Certo: Zero Vírgula quatro por centro Errado: 0,4%
Certo: Meio por cento Errado: 0,5%
Certo: Um milhão e 800 mil reais Errado: R$ 1.800.000,00
Certo: 16 de outubro de mil 975 Errado: 16/10/1985
Certo: Dois terços da população Errado: 2/3 da população
Certo: 120 quilômetros por hora Errado: 120 km/h
Certo: três quilos e quatrocentos gramas Errado: 3kg e 400g
Certo: Dez da manhã Errado: 10h00
Prefira a forma coloquial:
Meio-dia, em vez de 11 horas e 30 minutos
Meia-noite,em vez zero hora ou 24 horas
42) Em algumas situações os números podem ser simplificados para que o ouvinte capte melhor a
informação.
*Não é preciso dizer que o apostador premiado da mega sena receberá seis milhões, 419 mil, 623
reais e 57 centavos. A informação chegará de forma mais clara ao ouvinte se redigirmos seis
milhões e 400 mil reais.
*Não diga que o adversário de Gustavo Kuerten é o quadragésimo sétimo da lista da Associação
dos Tenistas Profissionais. Basta dizer que é o número 47 da lista.
Veja outros dois exemplos de simplificações que podem ser usados desde que não haja prejuízo à
notícia:
*Localize os distritos policiais pelos bairros e regiões da cidade. É uma tortura ouvir septuagésimo
oitavo distrito Policial.
*Em vez de “o juiz da primeira vara Criminal de Uberlândia...” podemos simplificar o texto ao
redigirmos “a Justiça de Uberlândia...” . Verifique cada caso: se não houver prejuízo à informação,
sempre é possível “enxugar” o texto.
43) Nunca arredonde um número quando ele for a notícia principal. Exemplo: O aumento no preço
da gasolina vai ser de 9 vírgula 57 por cento.
44) O uso de reportagens ajuda o ouvinte a ter melhor dimensão do fato. Há diferença entre “a
geada causou a perda de dois milhões de sacas de café” e “a geada causou perda de dois por
cento da produção anual de café”. Se ficarmos nos “dois milhões” o ouvinte pode pensar que o
prejuízo é maior do que representa no contexto da informação.
45) Nos textos em que forem criados valores em moedas estrangeiras é recomendável a
conversão em REAL. Mesmo com a globalização popularizando o dólar no noticiário, a conversão
ajuda o ouvinte a ter a dimensão da quantia envolvida.
46) Muitas vezes é necessária uma consulta para traduzir medidas estrangeiras à redação de uma
notícia. Quanto vale uma milha terrestre? E uma milha náutica? E um nó? E um pé? São termos
que indicam extensão, altura e velocidade usados tanto na aviação quanto na marinha. Em vez de
dizer que a posição do avião ocorreu a 20 mil pés de altitude, é melhor dizer que 6 mil metros de
altitude. Não confunda altitude com altura: altitude é a partir do nível do mar, altura é a partir do
solo. Acidentes geográficos e rotas aéreas são expressos em altitude. No caso de velocidades
(milhas, nós, etc.) diga sempre o equivalente a quilômetros por hora.
47) Não se deixe envolver pela linguagem de documentos oficiais, redigindo detalhes como
número, parágrafo, inciso da lei, etc.
48) Os termos técnicos devem ser explicados há expressões que são conhecidas apenas pelos
profissionais da área. Isso acontece muito com economistas, médicos e advogados.
49) Identifique os lugares. O ouvinte nem sempre sabe ou se recorda onde fica cada cidade, país,
etc. Exemplo: Afeganistão, na Ásia Central; Ubatuba no litoral norte de São Paulo.
50) O rádio é um veículo que exige agilidade dos jornalistas, mas a pressa não é desculpa para
textos mal redigidos. A atenção é fundamental para se redigir um texto em tempo hábil e sem
erros. Detalhes que parecem insignificantes comprometem a informação. Um exemplo: o ator
fulano de tal, considerado o homem mais belo do Brasil, disse... (considerado o mais belo homem
por quem?)
51) A revisão do texto em voz alta é a melhor maneira de evitar erros que “derrubam” o
apresentador/locutor. Com a leitura em voz alta é possível descobrir problemas com
sonoridade de palavras, concordância, cacófatos, frases sem sentido, enfim uma série de
“defeitos” que podem comprometer a qualidade da informação
CGU abre investigação sobre joias sauditas doadas a
governo Bolsonaro
AGORA FOI A CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO QUE DECIDIU INSTAURAR UMA
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR SUMÁRIA SOBRE OS PRESENTES QUE TERIAM SIDO
DOADOS PELO GOVERNO DA ARÁBIA SAUDITA À FAMÍLIA DO EX-PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, JAIR BOLSONARO.// SEGUNDO O ÓRGÃO, A MEDIDA FOI TOMADA EM RAZÃO
DAS AUTORIDADES SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NO CASO, DA POSSÍVEL
PARTICIPAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS DE MAIS DE UM ÓRGÃO FEDERAL E, POR
CONSEQUÊNCIA, DA COMPLEXIDADE DA APURAÇÃO.//
E O QUE É A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR SUMÁRIA?// É UM PROCEDIMENTO DE
CARÁTER INVESTIGATIVO DE CARÁTER PREPARATÓRIO E NÃO PUNITIVO, QUE PODE
TER TRÊS RESULTADOS: // UM É O ARQUIVAMENTO, CASO NÃO EXISTAM INDÍCIOS DO
COMETIMENTO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL.// OU
A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PARA
RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES POSSIVELMENTE ENVOLVIDOS.// OU AINDA A
CELEBRAÇÃO DE UM TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, CASO SE ENTENDA QUE A
INFRAÇÃO TEM MENOR POTENCIAL OFENSIVO.//
AS INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS PRODUZIDOS NA INVESTIGAÇÃO SÃO DE ACESSO
RESTRITO ATÉ O RESULTADO DA INVESTIGAÇÃO.// A CGU ENTÃO É O TERCEIRO ÓRGÃO
QUE VAI INVESTIGAR O CASO DAS JOIAS AVALIADAS EM 16 MILHÕES E MEIO DE REAIS
APREENDIDAS NA MOCHILA DE UM INTEGRANTE DE UMA COMITIVA DO GOVERNO
BOLSONARO, DEPOIS DE UMA TENTATIVA DE ENTRAR NO BRASIL SEM DECLARAR OS
BENS.//
HÁ AINDA UM SEGUNDO PACOTE QUE CONTA COM RELÓGIO, CANETA, ABOTOADURAS,
ANEL E UM TIPO DE ROSÁRIO QUE NÃO FOI APREENDIDO PELA RECEITA.// ALÉM DA
CGU, ENTÃO, JÁ HÁ UMA INVESTIGAÇÃO ABERTA NA POLÍCIA FEDERAL, CONDUZIDA
PELA DELEGACIA DE REPRESSÃO AOS BENS FAZENDÁRIOS EM SÃO PAULO.// O
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL TAMBÉM AGUARDA INFORMAÇÕES DA RECEITA E VAI
APURAR O CASO.//
A dupla barra (//) é um sinal visual que indica uma pausa para respiração do locutor
TEMA 6: A PLÁSTICA NO RÁDIO
No rádio, a utilização de trilhas e vinhetas valoriza os conteúdos através de recursos de áudio.
Quando o ouvinte busca uma estação, ele identifica a rádio A ou B não só pelo número no dial ou
pela voz do comunicador. Mas também pela chamada PLÁSTICA, ou o conjunto de trilhas e
vinhetas que compõem a programação do veículo. Então, é correto dizer que a plástica reforça
a identidade de uma rádio.
É comum que muitas rádios mantenham suas vinhetas e trilhas inalteradas durante muito, muito
tempo. Importante: vinheta abre, passa ou encerra um programa. Já a trilha é o som
incidental, de fundo, que acompanha uma atração. A busca pela referência sonora da vinheta
ou trilha tem que estar de acordo com a proposta de identidade do veículo.
Por vezes, o processo de substituição de vinhetas e trilhas pode levar meses. Porque é preciso
levar em conta a “personalidade” de cada boletim ou comentário na criação da trilha
correspondente.
Na CBN, por exemplo, o futebol tem que ser vibrante, sem ser barulhento; por isso foram
escolhidos os ritmos de samba, choro e frevo. Já o programa do fim de noite tem uma trilha mais
intimista, jazzística.
Pode haver também vinhetas por assunto: política, economia, meio ambiente, cidade, saúde,
tecnologia, estilo, mundo corporativo, responsabilidade social, educação, cultura pop, cultura
erudita, trânsito, Bolsa de Valores, gastronomia, vinhos, Fórmula 1, direitos do consumidor,
serviços.
Charge eletrônica: versão radiofônica de sua similar publicada nos jornais: uma montagem que
pode combinar, de forma irreverente, trechos de músicas e entrevistas sobre os principais
assuntos abordados no dia a dia. É importante que a charge seja identificada como tal e nunca
confundida com o noticiário formal.
A CBN tem, por exemplo, a Rádio Sucupira, que mescla declarações dadas por autoridades
durante a semana com falas do personagem Odorico Paraguaçu, criado pelo dramaturgo Dias
Gomes e imortalizado pelo ator Paulo Gracindo.
TEMA 7 E 8 : A DESCRIÇÃO NARRATIVA RADIOFÔNICA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
IMAGEM NA MENTE DO OUVINTE | O RÁDIO COMO PRESTADOR DE SERVIÇO
TEMA 9: A IMPORTÂNCIA DO TEMPO DA RECEPÇÃO NA RÁDIO
Rádio – desafio de adaptação. Autora não fala mais em desaparecimento. O rádio se tornou digital
e foi para a internet. Multiplicam-se as possibilidades. Conteúdo do rádio precisa passar por
adaptação.
O tempo oferecido pela Internet, por exemplo, proporciona informação on demmand,
adaptando-se ao horário da audiência. O rádio inaugura o jornalismo ao vivo e, com isso, ganhaem poder de transmissão de um fato, com instantaneidade e agilidade. O tempo e espaço, assim,
deixam de ser barreira, pois é possível ouvir uma rádio de qualquer lugar do planeta, no momento
em que mais interessar.
PERSONALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO – O que o ouvinte quer ouvir?
Divisão de correntes – jornalistas são uma espécie ameaçada e podem tornar-se desnecessários.
Outras, porém, defendem que a chegada do cibermídia pode reforçar o papel dos jornalistas nas
sociedades contemporâneas.
TENDÊNCIA DO JORNALISMO – com a multiplicação das formas de acesso, a notícia não é
mais privilégio do jornalista. Passa a caber a ele a análise, o aprofundamento do fato.
Sevcenko - novos recursos técnicos, por suas características, desorientam, intimidam, perturbam,
confundem, distorcem e alucinam. Isto porque as escalas, potenciais e velocidades envolvidos
nos novos equipamentos e instalações excedem as proporções e as limitadas possibilidades de
percepção, força e deslocamento do corpo humano.
Sociedade pós-moderna - homens e mulheres que devem se adaptar ao ritmo e à aceleração das
máquinas e não o contrário.
Palácios - As novas mídias estão em clara convivência com as anteriores.
Jornalista – deve operar em sintonia com o departamento de tecnologia das organizações?
Rádio - convivência ou coexistência da informação jornalística radiofônica com um contexto de
redes. Contexto este de disseminação de suportes digitais que estabelecem uma nova relação
com o tempo das informações disponibilizadas à audiência.
Rádio – vem deixando o entretenimento, assume o jornalismo. Qual será, então, o tempo do
rádio?
Todos podem transmitir para todos em tempo real, com atualização permanente, mantendo on
demand a informação que constrói o contexto do fato.
O QUE MUDA É O TEMPO DA RECEPÇÃO - construído pela audiência individualmente, de
maneira personalizada. Hoje, as mesmas emissoras já se preocupam em manter as sínteses em
seus sites para acesso posterior.
Audiência – não se mede mais pelas vias tradicionais.
Informação imediata – está em toda parte. O Jornalismo se encaminha para o aprofundamento
dos fatos, a análise, a reconstrução do contexto dos acontecimentos.
Tempo do fato x tempo da audiência
TEMPO DA MEDIAÇÃO DO RÁDIO - meios de comunicação de massa, ao relatarem um
acontecimento, além do fato relatado, produzem o relato do acontecimento como um novo que
vem a integrar o mundo.
O tempo da recepção também influenciará no sentido do acontecimento.
TEMA 10: AS CARACTERÍSTICAS DO PODCAST E DA WEBRÁDIO
RÁDIO E SEUS USOS NO SÉCULO XXI
Rádio brasileiro ingressando em sua fase pós-industrial, caracterizada pela multiplicação, de
modo nunca antes verificado, dos conteúdos oferecidos ao público e das formas em que se dá
esta oferta.
Anos 50 - Rádio com 40% da verba; Anos 60 – TV já registra 24% da verba publicitária, um ponto
percentual acima do conjunto das emissoras de rádio.
2019: Gira em torno de 4%.
Radiodifusão sonora -> não é mais apenas singular, havendo que insistir em uma concepção
plural. Escuta-se rádio em ondas médias, tropicais e curtas ou em freqüência modulada, mas,
desde a década passada, o veículo também se amalgama à TV por assinatura, ao satélite, em
uma modalidade paga exclusivamente dedicada ao áudio ou em outra, gratuita, pela captação, via
antena parabólica, e à internet, onde aparece com a rede mundial de computadores ora
substituindo a função das antigas emissões em OC, ora oferecendo oportunidade para o
surgimento das chamadas web rádios ou, até mesmo, servindo de suporte a alternativas sonoras
assincrônicas como o podcast.
Fim do rádio – ligado às mudanças na indústria fonográfica.
As quatro fases do rádio, segundo Ferraretto:
A) artesanal: do final da década de 1920 até a segunda metade dos anos 1930, em que
prepondera o diletantismo dos pioneiros sem a preocupação com o lucro;
B) comercial: do início da década de 1930 até a segunda metade dos anos 1960, quando o rádio
estabelece-se e consolida-se na forma de negócio;
C) industrial: do final da década de 1950 até o início do século 21, na qual o veículo, amparado
na sociedade de consumo, adquire as características de indústria cultural no sentido mais
frankfurtiano da expressão;
D) pós-industrial: de meados da década de 1990 até a atualidade, sob a vigência da
globalização capitalista baseada na hegemonia do neoliberalismo.
Dos anos 1990 até a atualidade, o rádio adquire abrangência, entre outros aspectos passíveis de
destaque, econômica e comunicacional. Neste período, as manifestações radiofônicas vão
ultrapassar, portanto, o significado da indústria cultural já instituída e estruturada como tal.
Passam a englobar experiências em nível comunitário, nas emissoras locais de curtíssimo
alcance, e mesmo quase personalizada, nas web radios, podcasts ou serviços de música por
estilo em provedores de internet.
Há, portanto, um amplo quadro de possibilidades de miscigenação entre o que antes parecia ser
definido com base em limites claros e precisos. Um exemplo: uma emissora de curto alcance
hertziano, caracterizada como comunitária, pode ganhar o mundo via internet e, até mesmo,
disponibilizar parte dos conteúdos irradiados em podcast.
RÁDIO: passagem de uma lógica de oferta a uma lógica de demanda. Há uma flexibilização no
consumo de conteúdos sonoros. O rádio e seus correlatos vão, assim, ao encontro, além dos
computadores pessoais, de mesa ou notebooks, via novos aparatos tecnológicos – palm tops,
iPods, iPhones... – de uma maior interatividade entre o ser humano e a máquina.
Não é mais possível, portanto, falar de um rádio no singular. As fronteiras não serão mais claras.
Constitui-se rádio aquilo ao qual o ouvinte atribui esta caracterização, aquilo que ele necessita,
identifica e utiliza como tal. Em termos da forma e do conteúdo da mensagem, a referência tem de
ser a presença de elementos que conformam a chamada linguagem radiofônica: a voz humana, a
música, os efeitos sonoros e o silêncio.
O público, tomado anteriormente apenas como ouvinte, passa a ser encarado como usuário
multimídia, vagando, no espaço real ou virtual, de uma a outra forma de obter conteúdo ou, para
usar um termo desta nova era, surfando entre elas.
“Todos querem estar em tudo” – as empresas de comunicação estão cada vez mais versáteis.
Cebrián Herreros: a assincronia da internet e, em geral, a das redes interativas adaptam os
tempos de consumo às necessidades de cada usuário. O ouvinte liberta-se do sincronismo e pode
adotar os ritmos que quiser em cada audição, ser livre no modo de consumir e de intercambiar
mensagens sonoras.
Tanto na frequência como na amplitude modulada, as maiores audiências são registradas pelas
estações voltadas às classes C e D. Nas dez regiões metropolitanas pesquisadas pelo Ibope, as
emissoras com percentual mais significativo de público nos seus mercados ou com maior
quantidade de ouvintes em números absolutos são aquelas que se dedicam, justamente, a esta
faixa sócio-econômica da audiência.
Já no segmento dedicado ao radiojornalismo, que se dirige mais ao público adulto, de nível de
ensino médio ou universitário e das classes A e B, é possível acessar, na internet, arquivos de
áudio além da transmissão das emissoras, algo relativamente comum desde os anos 1990.
Algumas já disponibilizam o seu material também na forma de podcasting.
Del Bianco: As emissoras terão, sim, de mostrar ao público por que estão no ar e o que têm a
oferecer para que justifiquem sua presença numa determinada cidade ou região. Caso contrário,
sucumbirão diante da concorrência dos maiores. As incertezas espreitam os acomodados.
Webrádios: possibilidade que ainda engatinha:
● O rádio novo, que amplia suas fronteiras para além dos limites hertzianos de sua
tecnologia de origem, tende a ganhar cada vez mais abrangência na preponderante
parcela comercial de suas operações. Não deve se intimidar frente à internet, mas explorar
suas possibilidades.
● Rádio Ipanema (RS) – permite queouvintes cadastrados no site da emissora organizarem
parte da programação, escolhendo músicas e vinhetas a serem transmitidas nas
madrugadas da rádio.
Rádio: Deve, sim, buscar complementação nas possibilidades oferecidas pelas tecnologias que,
de modo rápido, vão sendo introduzidas a cada dia. Acima de tudo, é necessário recordar sempre
aquilo que o faz um veículo diverso dos demais: a possibilidade de acompanhar o ser humano em
simultaneidade a quaisquer de suas atividades, oferecendo seja informação, seja entretenimento.
O que caracteriza uma linguagem radiofônica é a comunicação oral; a mensagem de áudio é
rádio. Não se consome mais uma única forma de mídia ao longo do dia - usuário multimídia. As
empresas de comunicação têm um desafio de oferecer ao público o que eles querem consumir.

Outros materiais