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REDAÇÃO JORNALÍSTICA PARA RÁDIO TEMA 1: HISTÓRIA DO RÁDIO •Padre Roberto Landell de Moura é considerado o pioneiro do rádio no Brasil. Quanto à tecnologia da radiodifusão, em relação às suas origens no Brasil, convém salientar a contribuição do padre Roberto Landell de Moura que, no início do século XX, realizava experiências similares às que vinham sendo desenvolvidas por Guglielmo Marconi na Europa. •Landell de Moura, em 1890, fez a primeira demonstração pública da transmissão de voz via ondas de rádio. •Guglielmo Marconi estabeleceu em linha telefônica os sinais de rádio. À invenção, Marconi deu o nome de telégrafo sem fio. Os trabalhos de Marconi desencadearam uma série de disputas judiciais que tinham o norte-americano Nikola Tesla reivindicando a patente da invenção do rádio. Experiências que viriam a dar passagem às iniciativas inovadoras de Edgar Roquette Pinto, Henrique Morize e Elba Dias que permitiriam, em 1922, a primeira transmissão radiofônica brasileira. Naquele ano, no dia 7 de setembro, em comemoração ao centenário da independência, seria transmitido o discurso do presidente Epitácio Pessoa, do local da Exposição Internacional que se realizava no Rio de Janeiro Apenas a elite tinha acesso aos aparelhos de rádio, por isso, apenas esses grupos da sociedade começaram a fundar clubes/sociedades de rádio de forma amadora. Tocava ópera, música clássica, como uma grande referência cultural à Paris O Brasil - assim como vários países latino-americanos - viveu forte movimento nacionalista na primeira metade do século XX. Conforme Martín-Barbero (1987), o surgimento das massas urbanas prestou-se a projeto políticos populistas e nacionalistas que resultaram na organização de poder que deu forma ao compromisso entre essas massas e o Estado. Neste sentido, Getúlio Vargas no seu primeiro período como presidente do Brasil - 1930/1945 - governou sob forte cunho nacionalista, influindo sobre os meios de comunicação ao buscar impor o seu projeto político que incluía a unificação nacional. Aconselhou os estados e municípios a instalarem aparelhos rádio-receptores, providos de alto-falantes, para que o público acompanhasse o rádio. Rádio, cultura e política caminharam juntos na construção da identidade nacional brasileira. Desde o seu início, o veículo serviu de expressão às diferentes manifestações culturais do país, principalmente através da música, do esporte e da informação. ANOS 30 - novas tecnologias daquele momento, o rádio e o cinema, tornaram possível a emergência e a difusão de uma nova linguagem e de um novo discurso social: o popular massivo. Como 75% da população era analfabeta, Vargas expande o acesso de rádios nas ruas, facilitando a importação para que todos pudessem ouvir. 07/09/1922 – Em comemoração ao centenário da independência foi transmitido o discurso do presidente Epitácio Pessoa. 1936 – Surge a Rádio Nacional (RJ). A emissora passaria a contar com o apoio financeiro do governo e da publicidade comercial. Este fato faria com que pudesse dispor da tecnologia mais avançada da época, dos melhores artistas, radialistas e técnicos, tornando-se um paradigma por vários anos. 1936 – Surge a Rádio Nacional (RJ). A emissora passaria a contar com o apoio financeiro do governo e da publicidade comercial. Este fato faria com que pudesse dispor da tecnologia mais avançada da época, dos melhores artistas, radialistas e técnicos, tornando-se um paradigma por vários anos. Vargas interfere diretamente na propaganda. A chegada das agências de publicidade alteraria a feição do veículo que se torna, a partir de então, comercial. Com o aporte da publicidade, o rádio incrementa a sua programação tanto de entretenimento como de jornalismo, pois as agências internacionais de notícias que chegam ao Brasil vão auxiliar neste sentido. ● Radialistas - Renato Murce, Ademar Casé, Almirante (Henrique Foreis Domingues), Mário Lago, entre outros. ● Cantores - Carmen Miranda, Francisco Alves, as irmãs Batista, Paulo Tapajós, Cauby Peixoto, Marlene, Emilinha, Angela Maria. ● Políticos – Além de Vargas, Leonel Brizola que, em 1961, instituiu a Rede da Legalidade, usando o rádio para defender a posse de João Goulart à presidência do país. ● Momentos marcantes da história do rádio: Revolução Constitucionalista de 1932; implantação do Estado Novo, em 1937; Copas da 50, 58, 62, e 70; posses de presidentes como JK e Jânio Quadros; cobriu o fim da ditadura, a posse de Tancredo Neves e na cobertura de sua morte, entre outros. ● Anos 60 – Declínio do rádio e chegada da TV. ● Fim dos anos 70 - introdução da FM - Frequência Modulada no país, nos anos 70, que permitiria a ampliação do número de canais, até então de Amplitude Modulada e Ondas Curtas. Tem alcance limitado. Ao contrário do AM que funciona em muitos lugares. ● A partir das décadas de 80 e 90, a rapidez do desenvolvimento tecnológico levaria a possibilidade da transmissão via satélite e internet, e à digitalização do rádio, oportunizando a formação de redes. A característica principal do veículo continua sendo a da proximidade com a comunidade local. Se a televisão aberta tomou para si o papel que a Rádio Nacional desempenhava, se a globalização e a tecnologia trazem cada vez mais as informações mundiais, cabe justamente ao rádio, devido às suas características inerentes, promover as informações locais. O que muda? Convivência entre os antigos e os novos meios. CASTELS - um dos fatores determinantes desta transformação está na dificuldade de satisfazer o interesse por assuntos locais a uma escala global. TEMA 2: A CONSTRUÇÃO DE UMA LINGUAGEM PRÓPRIA PARA RÁDIO A PRÉVIA DA INFLAÇÃO DE FEVEREIRO APRESENTOU ALTA DE 0,76%, DEPOIS DO ÍNDICE DE 0,56% REGISTRADO EM JANEIRO.// O IPCA-15, QUE FOI DIVULGADO HÁ POUCO PELO IBGE, APONTOU QUE A MAIOR VARIAÇÃO E O MAIOR IMPACTO PARA ESTE NÚMERO AGORA DE FEVEREIRO VIERAM DO SEGMENTO DE EDUCAÇÃO, EXATAMENTE NESSE PERÍODO DE REMATRÍCULA E DE VOLTA ÀS AULAS.// NOS ÚLTIMOS 12 MESES, A VARIAÇÃO DO IPCA-15 FOI DE 5,63% E EM FEVEREIRO DO ANO PASSADO, NA COMPARAÇÃO COM FEVEREIRO DESTE ANO E FEVEREIRO DO ANO PASSADO, FEVEREIRO DO ANO PASSADO FICOU EM 0,99%.// PORTANTO, EM FEVEREIRO DESTE ANO, 0,76%.// (repetição da palavra fevereiro 4x, além da péssima construção do comparativo) COM EXCEÇÃO DO SEGMENTO DE VESTUÁRIOS, ONDE OS PREÇOS CAÍRAM 0,05%, OITO DOS NOVE GRUPOS DE PRODUTOS E SERVIÇOS PESQUISADOS PELO IBGE TIVERAM ALTA NO MÊS DE FEVEREIRO.// O DESTAQUE, COMO EU FALEI, FOI EDUCAÇÃO, QUE TEVE O MAIOR AUMENTO, O MAIOR IMPACTO NO ÍNDICE, TAMBÉM OS GRUPOS HABITAÇÃO, ALIMENTAÇÃO E BEBIDA APARECEM EM SEGUIDA COM AS MAIORES ALTAS EM FEVEREIRO.//// (não existe primeira pessoa no rádio) A CANTORA RITA LEE DEU ENTRADA NO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, EM SÃO PAULO, SEGUNDO FONTES PRÓXIMAS À FAMÍLIA DELA.// A INTERNAÇÃO ACONTECEU POR QUE NOS ÚLTIMOS QUATRO DIAS ELA PERDEU PESO E ESTÁ COM O ESTADO DE SAÚDE UM POUCO MAIS FRÁGIL.// OS MÉDICOS, PORTANTO, ACHARAM QUE, PREVENTIVAMENTE, SERIA MAIS ADEQUADO MANTÊ-LA EM OBSERVAÇÃO.// LEMBRANDO QUE, EM 2021, RITA LEE FOI DIAGNOSTICADA COM CÂNCER DE PULMÃO.// EM ABRIL DE 2022, ELA COMPARTILHOU A NOTÍCIA DE QUE ESTAVA CURADA, MESMO ASSIM ELA PREFERIU NÃO COMEMORAR O FATO COM EUFORIA, POIS SABE QUE É UM TRATAMENTO QUE EXIGE PRUDÊNCIA.// NA ÉPOCA, O PRIMOGÊNITO (formal) DO CASAL, ROBERTO LEE, CONVERSOU COM O JORNAL O GLOBO, FALOU SOBRE O TRATAMENTO DA MÃE, DISSE QUE FOI DIFÍCIL, MAS QUE ELA CONSEGUIU ATRAVESSAR AQUELE PERÍODO CONTURBADO.// A REMISSÃO, COMO ACONTECEU COM A CANTORA, SIGNIFICA QUE OS SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER ESTÃO REDUZIDOS OU AUSENTES.// PODE SER UMA REMISSÃO COMPLETA, QUANDO TODOS OS SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DESAPARECERAM, OU PODE SER UMA REMISSÃO PARCIAL.// ENTÃO, A GENTE VAI CONTINUAR MONITORANDO ESSA SITUAÇÃO (óbvio por se tratar de um veículo de comunicação): A CANTORA RITA LEE DEU ENTRADA NO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. /// POR ENQUANTO, É UMA INTERNAÇÃO EM CARÁTER PREVENTIVO, PARA QUE A SAÚDE DE RITA LEE POSSASER OBSERVADA NESTE MOMENTO.//// O que torna o texto de rádio tão diferente do impresso é o uso da linguagem pessoal, como se fosse um tom de uma conversa. A nota precisa ser bem entendida e recebida de primeira, pois só será transmitida uma vez (instantânea). TEMA 3: O REPÓRTER ESSO Os primeiros programas de rádio eram lidos a partir de jornais impressos, sem nenhum planejamento. O Repórter Esso foi uma síntese noticiosa que marcou época no radiojornalismo mundial e brasileiro e ficou por quase 30 anos no ar no Brasil. A estreia, no Brasil, ocorreu em 28 de agosto de 1941, poucos meses antes de o país entrar na Segunda Guerra, e a última edição foi ao ar em 31 de dezembro de 1968, poucos meses antes de o homem pisar na Lua. Ao longo desse período, o noticiário acompanhou os principais fatos sociais, políticos, econômicos, que se transformaram na história do mundo e do país. Muitas gerações cresceram, ouvindo e acreditando em tudo que O Repórter Esso, apresentado pelos locutores exclusivos, falava do outro lado do alto-falante. Boa parte do mundo, em 15 países, a partir da transmissão de 60 rádios que irradiavam o noticiário, parava para ouvir as últimas informações das guerras, os pronunciamentos dos Papas, dos presidentes, dos políticos, dos cientistas e como estavam os astronautas soviéticos e americanos que giravam em torno da terra em naves espaciais. O Repórter Esso foi a primeira síntese noticiosa do planeta, concebida com caráter globalizante. O noticiário, patrocinado pela Standard Oil New Jersey (Esso = petrolista americana), teve a idealização da agência de publicidade McCann-Erickson e produção da agência de notícias United Press Associations (UPA). O noticiário já existia nos Estados Unidos desde 1935. A partir dali, se estendeu para outros países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela). Em particular, no extremo sul da América Latina (Argentina, Uruguai, Brasil e Chile), o Esso é referendado em livros e em sítios da Internet, como a mais importante síntese noticiosa do rádio e da televisão em cada país. Nestes seis anos de conflito, destacou-se a Política da Boa Vizinhança, visando a aproximar os países da América Latina da cultura e da ideologia norte-americana (cinema americano/Hollywood, Disney, Zé Carioca). O objetivo era único: que o Brasil defendesse os interesses dos aliados na Segunda Guerra, o que, de forma efetiva, ocorreu em 1942. Além disso, evitar o acesso a informações vindas de Berlim para impedir o contato com os países do eixo. Dessa forma, o objetivo era fornecer informações vindas dos EUA, e defendesse os interesses dos aliados. O pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de O Repórter Esso, uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrada, a primeira de caráter global, que transformou o radiojornalismo brasileiro e mundial. Com o noticioso, foi implantado o lide, a objetividade, a exatidão, o texto sucinto e direto, a pontualidade, a noção do tempo exato de cada notícia, aparentando imparcialidade, a locução vibrante, contrapondo-se aos longos jornais falados da época. No entanto, o formato inovador do noticiário não influiu somente na área profissional, mas, também, nas disputas políticas, ideológicas e culturais da época. NO BRASIL: As regras de linguagem já estavam presentes nas redações pouco antes de 1945, mas, segundo Bahia (1990b, p. 86), somente a partir das mudanças políticas, econômicas e sociais é que a prática se generaliza. jornais e as revistas definem estilos próprios de tratamento da informação, buscando elaborar uma notícia mais qualificada. Era o ingresso na fase industrial. No rádio, a notícia começa a ganhar essa “personalidade” com O Repórter Esso. LINHA EDITORIAL DO REPÓRTER ESSO: veicular somente os fatos, sem opinião, a informação deve ser clara e objetiva, com períodos curtos, sem orações intercaladas, sem adjetivações e abastecido por uma única agência de notícias, a United Press. Associado a isso, a informação ganha caráter exclusivo. O rádio deixa de ser um simples divulgador coletivo das notícias de jornal e passa a utilizar as características inerentes ao meio: ser instantâneo e ágil, para difundir o fato de imediato. 27 de dezembro de 1939, Vargas cria o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) è Influência no conteúdo do Rádio. RÁDIO E POLÍTICA -> POLARIZAÇÃO DE INTERESSES •De um lado, os defensores dos valores dos Estados Unidos e da internalização de capitais estrangeiros no país; de outro, os nacionalistas, opostos a qualquer ingerência externa. Havia a intenção de conquistar a opinião pública e, se possível, influenciá-la. Era comum a censura e a notícia transformada em propaganda. Durante e depois da Primeira Guerra, vários países fundam organismos específicos para propaganda e controle da informação. Anos 50 A maioria das notícias do Esso se concentrava na luta contra a agressão comunista. O rádio percebe que terá que disputar a audiência com a televisão. O novo veículo, numa primeira fase, transfere boa parte da programação radiofônica para o vídeo. Para se adequar aos novos tempos, as emissoras de rádio começam a desenvolver programas de modo a aproveitar a mobilidade do veículo e o baixo custo de produção, bem superior na TV. TEMA 4: TEXTO JORNALÍSTICO PARA RÁDIO O menos é mais: clareza, simplicidade e objetividade. (coloquial) O texto jornalístico segue normas universais. Em qualquer veículo, impresso ou eletrônico o redator deve ser claro, conciso, direto, preciso, simples e objetivo. O que diferencia o texto do rádio em relação aos veículos da imprensa escrita é a instantaneidade. O ouvinte só tem uma chance para entender o que está sendo dito. Lembre-se de que a mensagem no rádio se “dissolve” no momento em que é levada ao ar. Para que a missão de conquistar o ouvinte seja alcançada, o texto deve ser coloquial. O jornalista precisa ter em mente que está contando uma história para alguém, mas sem apelos à linguagem vulgar e, acima de tudo, respeitar as regras do idioma. Veja algumas recomendações para a redação do texto no rádio. O aprimoramento vem com a prática, a consulta dos livros de gramática e muita leitura para enriquecer o vocabulário. 1) O texto no rádio pode ser corrido, quando lido por um único locutor, ou manchetado, quando lido por dois locutores. No texto corrido, um período segue-se ao outro na página do computador; no estilo manchetado, os períodos são divididos geralmente em duas linhas cada. A decisão pelo uso do texto corrido ou manchetado cabe à direção da emissora e ao departamento de jornalismo. 2) O texto começa com o lead (o que, quem, quando onde, como e porquê). Procure a novidade, o fato que atualiza a notícia e a torna mais atraente possível. A missão do redator é conquistar o ouvinte na primeira frase. Se a primeira frase não levar à segunda, a comunicação está morta. 3) O texto deve ter uma sequência lógica, na ordem direta. A regra é simples: sujeito + verbo + predicado. 4) A pontuação merece atenção especial. O uso dos sinais ortográficos facilita a entonação da voz e a respiração do apresentador/locutor. Por exemplo, em frases interrogativas faça uso da técnica espanhola de pontuação. Colocando um sinal de interrogação no início da frase o apresentador/locutor não será pego de surpresa. (?) Quem será o campeão brasileiro? (!) Atenção para esta informação! 5) A adjetivação excessiva ou inadequada enfraquece a qualidade e o impacto na informação. Substantivos fortes e verbos na voz ativa reforçam a densidade indispensável ao texto jornalístico. 6) Evite frases longas: elas dificultam a respiração do apresentador/locutor e são mãos difíceis de ser entendidas pelo ouvinte. Cada frase deve expressar uma ideia. 7) O texto precisa ter ritmo. Use frases curtas mas que não sejam telegráficas. Evite frases intercaladas entre vírgulas. 8)Evite o uso do não no lead. Se a notícia começar com uma negativa, dificilmente o ouvinte terá interesse em acompanhá-la até o final. Redija o que aconteceu, ninguém liga o rádio para saber o que não aconteceu. 9) O uso do ontem no lead “envelhece” a notícia no rádio. Explique ao ouvinte quando o fato aconteceu em outro período do texto. 10) Evite começar o texto com as palavras continua ou permanece. Procure um enfoque novo para não dar conotação de que o assunto está superado. Outra palavra que deve ser evitada no início do texto é parece. O ouvinte pode ter a sensação de que o jornalista está inseguro ou não domina o assunto tratado. 11) As gírias têm poder de tornar as conversas mais informais, contudo, vulgarizam o texto e não devem ser usadas, a não ser em situações essenciais ou se estiverem consolidadas no vocabulário do dia-a-dia. 12) A repetição de palavras empobrece o texto, mas é preciso cuidado com o uso dos sinônimos. O redator de bom senso não substituirá o hospício por nosocômio. Repita a palavra quando for importante para a clareza da notícia. 13) Fique atento ao efeito sonoro das rimas e palavras com a mesma terminação. Não é agradável ouvir “o temporal na capital alagou a marginal”, ou “a organização da programação da televisão”. 14) Cuidado com os cacófatos. O encontro de sílabas de palavras diferentes pode formar som desagradável ou palavras obscenas: Boca dela, confisca o gado, de então, ela tinha, marca gol, nunca gostou, nunca ganhou, por cada, por colocar, por razões, por rádio, toma linha, etc. Existem cacófatos que podem ser evitados substituindo-se a palavra por um sinônimo ou mudando-se a estrutura da frase: O prêmio por cada vitória X O prêmio para cada vitória Nunca ganhou uma eleição X Jamais ganhou uma eleição 15) O uso de aspas deve ser evitado. Além de dificultar a entonação por parte do locutor, pode dar ao ouvinte uma impressão de que é o texto opinativo. 16) Em texto de rádio não se usa parêntese. O locutor terá dificuldade se você redigir “o senador José da silva (PMDB-RO) disse...”. no rádio é assim: “O senador José da Silva do PMDB de Rondônia disse...”. 17) Os artigos não devem ser suprimidos, especialmente nas manchetes. O rádio não precisa, como o jornal, economizar o espaço necessário para impressão de uma ou mais letras. 18) O uso dos pronomes possessivos seu, sua, seus e suas pode confundir quem acompanha o noticiário. O ouvinte pode entender que está se falando dele ou alguma pessoa ou objeto de suas relações pessoais. Por isso, é melhor redigir “o deputado sai com a mulher dele” em vez de “o deputado saiu com sua mulher”. Contudo, para essa regra, como aliás, para a maioria delas, há exceções. 19) Não se usam artigos de nomes próprios o que pressupõe intimidade incompatível com a linguagem jornalística. Assim, não uso “o José Dirceu” ou “o Ciro Gomes”. 20) Verifique se o artigo um tem função na frase. “O jogador sentiu medo” é melhor do que “O jogador sentiu um medo”. 21) O uso indiscriminado dos pronomes pessoais também pode causar confusão. Só redija ele, ela, eles, elas quando o ouvinte puder ter certeza de quem se trata. Nem sempre quem ouve o noticiário no momento lembra de quem se está falando. 22) Não confunda os pronomes demonstrativos este e esse. Este indica o que está mais próximo de quem fala ou escreve, esse indica o que está mais distante de quem fala ou escreve. 23) Evite os gerúndios. Eles deixam as frases longas e enfraquecem o texto. 24) Fuja do “queísmo”. Repetir o “que” em uma frase prejudica o ritmo e empobrece o texto. 25) Cuidado com o uso coloquial de pronomes pessoais como objetivo direto. É horroroso ouvir “o promotor convocou ele para prestar depoimento”. 26) Os pronomes cujo, cuja não têm som agradável no rádio. 27) Escreva na lauda (alto da página do computador) a forma correta de se pronunciar o nome de uma pessoa ou de determinado lugar. Não se esqueça de anotar as observações referentes às checagens das informações e a validade do texto. 28) Cada assunto deve ocupar uma página do computador. 29) As palavras que precisam ser ditas com mais ênfase devem ser sublinhadas ou escritas em negrito. O mesmo vale para palavras estrangeiras ou nomes próprios. 30) Endereços, CEPs, telefones, e-mails, etc. devem ser repetidos para que o ouvinte tenha a chance de anotá-los. 31) A leitura de frase no singular é mais fácil do que no plural. Erra-se nebis. Plural só quando for inevitável. 32) Prefira o uso presente do indicativo e do futuro composto quando se referir ao que vai acontecer. No rádio soa melhor “o presidente viaja amanhã” ou “o presidente vai viajar amanhã” do que “o presidente viajará amanhã”. Use o verbo no passado quando for importante para a clareza da informação. 33) Avalie os verbos usados na declaração. Os mais usados são dizer e afirmar, cuidado com o verbo falar, no rádio ele pode parecer óbvio se não for utilizado com bom senso. ● Informar significa relatar um fato. ● Garantir é assegurar, dar certeza absoluta. ● Declarar significa dizer. ● Admitir tem sentido de confessar. ● O verbo advertir é ambíguo, tem sentido de censurar, chamar atenção, etc. 34) Seja criterioso no uso dos verbos no futuro do pretérito, pois expressam dúvida ou incerteza. Devem ser usados quando se tem consciência de um fato social, mas não há provas. 35) Cuidado com os verbos dever e poder. Eles são ambíguos, indicam capacidade e possibilidade. O verbo querer indica intenção, não decisão. 36) Use o cargo, profissão ou título para identificar autoridades e personalidades. Lembre-se que a forma de tratamento deve vir antes do nome. No caso de pessoas que morreram no exercício do cargo não se usa "ex". Pessoas já consagradas dispensam qualificação. Por exemplo: Pelé, Maradona, etc. respeite os casos em que a pessoa é conhecida pelo nome completo. Não use senhor e senhora no texto. 37) Traduzir ou não traduzir nomes estrangeiros? Essa é uma polêmica que ocorre em todas as redações. As orientações oficiais mandam traduzir. Pouca gente obedece, Nova York. Como fazer com Buenos Aires: Seria Bons Ares? Como grafar os nomes dos filósofos iluministas franceses Rousseau e Voltaire? E as palavras usadas na informática, como megabyte ou mouse? O melhor é usar o bom senso, ou seja, a forma como as pessoas falam coloquialmente, tomando cuidado para não abusar dos estrangeirismos e sem impor regras que podem agradar a gramática e agredir o ouvinte ou vice-versa. 38) Nomes estrangeiros que não acrescentam nada à informação podem ser omitidos. Avalie a notícia. Será que o ouvinte tem interesse em saber o nome do policial que informou o número de mortos no atentado no metrô de Moscou? Basta atribuir a informação à polícia russa. 39) As siglas conhecidas precisam ser desdobradas. Podemos usar INSS, FMI, ONU, etc. Separe a sigla por hífen para facilitar a leitura do texto, por exemplo: I-P-C-A. Não separe letras de siglas pronunciadas como palavras, por exemplo: Fiesp (ou ONU). 40) As siglas estrangeiras pouco conhecidas devem ser adaptadas. FED é banco Central dos Estados Unidos; FASO é Órgão das Nações Unidas de Incentivo à Agricultura. 41) A redação de números exige algumas regras para facilitar a leitura e o entendimento do ouvinte. Escreva por extenso: Certo: Trinta e duas mil pessoas Errado: 32 mil pessoas Certo: Quinhentas caixas Errado: 500 caixas Certo: O papa João Paulo Segundo Errado: O Papa João Paulo II Certo: Quinze vírgula oito por cento ou 15 vírgula 8 por cento Errado: 15,8% Certo: Zero Vírgula quatro por centro Errado: 0,4% Certo: Meio por cento Errado: 0,5% Certo: Um milhão e 800 mil reais Errado: R$ 1.800.000,00 Certo: 16 de outubro de mil 975 Errado: 16/10/1985 Certo: Dois terços da população Errado: 2/3 da população Certo: 120 quilômetros por hora Errado: 120 km/h Certo: três quilos e quatrocentos gramas Errado: 3kg e 400g Certo: Dez da manhã Errado: 10h00 Prefira a forma coloquial: Meio-dia, em vez de 11 horas e 30 minutos Meia-noite,em vez zero hora ou 24 horas 42) Em algumas situações os números podem ser simplificados para que o ouvinte capte melhor a informação. *Não é preciso dizer que o apostador premiado da mega sena receberá seis milhões, 419 mil, 623 reais e 57 centavos. A informação chegará de forma mais clara ao ouvinte se redigirmos seis milhões e 400 mil reais. *Não diga que o adversário de Gustavo Kuerten é o quadragésimo sétimo da lista da Associação dos Tenistas Profissionais. Basta dizer que é o número 47 da lista. Veja outros dois exemplos de simplificações que podem ser usados desde que não haja prejuízo à notícia: *Localize os distritos policiais pelos bairros e regiões da cidade. É uma tortura ouvir septuagésimo oitavo distrito Policial. *Em vez de “o juiz da primeira vara Criminal de Uberlândia...” podemos simplificar o texto ao redigirmos “a Justiça de Uberlândia...” . Verifique cada caso: se não houver prejuízo à informação, sempre é possível “enxugar” o texto. 43) Nunca arredonde um número quando ele for a notícia principal. Exemplo: O aumento no preço da gasolina vai ser de 9 vírgula 57 por cento. 44) O uso de reportagens ajuda o ouvinte a ter melhor dimensão do fato. Há diferença entre “a geada causou a perda de dois milhões de sacas de café” e “a geada causou perda de dois por cento da produção anual de café”. Se ficarmos nos “dois milhões” o ouvinte pode pensar que o prejuízo é maior do que representa no contexto da informação. 45) Nos textos em que forem criados valores em moedas estrangeiras é recomendável a conversão em REAL. Mesmo com a globalização popularizando o dólar no noticiário, a conversão ajuda o ouvinte a ter a dimensão da quantia envolvida. 46) Muitas vezes é necessária uma consulta para traduzir medidas estrangeiras à redação de uma notícia. Quanto vale uma milha terrestre? E uma milha náutica? E um nó? E um pé? São termos que indicam extensão, altura e velocidade usados tanto na aviação quanto na marinha. Em vez de dizer que a posição do avião ocorreu a 20 mil pés de altitude, é melhor dizer que 6 mil metros de altitude. Não confunda altitude com altura: altitude é a partir do nível do mar, altura é a partir do solo. Acidentes geográficos e rotas aéreas são expressos em altitude. No caso de velocidades (milhas, nós, etc.) diga sempre o equivalente a quilômetros por hora. 47) Não se deixe envolver pela linguagem de documentos oficiais, redigindo detalhes como número, parágrafo, inciso da lei, etc. 48) Os termos técnicos devem ser explicados há expressões que são conhecidas apenas pelos profissionais da área. Isso acontece muito com economistas, médicos e advogados. 49) Identifique os lugares. O ouvinte nem sempre sabe ou se recorda onde fica cada cidade, país, etc. Exemplo: Afeganistão, na Ásia Central; Ubatuba no litoral norte de São Paulo. 50) O rádio é um veículo que exige agilidade dos jornalistas, mas a pressa não é desculpa para textos mal redigidos. A atenção é fundamental para se redigir um texto em tempo hábil e sem erros. Detalhes que parecem insignificantes comprometem a informação. Um exemplo: o ator fulano de tal, considerado o homem mais belo do Brasil, disse... (considerado o mais belo homem por quem?) 51) A revisão do texto em voz alta é a melhor maneira de evitar erros que “derrubam” o apresentador/locutor. Com a leitura em voz alta é possível descobrir problemas com sonoridade de palavras, concordância, cacófatos, frases sem sentido, enfim uma série de “defeitos” que podem comprometer a qualidade da informação CGU abre investigação sobre joias sauditas doadas a governo Bolsonaro AGORA FOI A CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO QUE DECIDIU INSTAURAR UMA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR SUMÁRIA SOBRE OS PRESENTES QUE TERIAM SIDO DOADOS PELO GOVERNO DA ARÁBIA SAUDITA À FAMÍLIA DO EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JAIR BOLSONARO.// SEGUNDO O ÓRGÃO, A MEDIDA FOI TOMADA EM RAZÃO DAS AUTORIDADES SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS NO CASO, DA POSSÍVEL PARTICIPAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS DE MAIS DE UM ÓRGÃO FEDERAL E, POR CONSEQUÊNCIA, DA COMPLEXIDADE DA APURAÇÃO.// E O QUE É A INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR SUMÁRIA?// É UM PROCEDIMENTO DE CARÁTER INVESTIGATIVO DE CARÁTER PREPARATÓRIO E NÃO PUNITIVO, QUE PODE TER TRÊS RESULTADOS: // UM É O ARQUIVAMENTO, CASO NÃO EXISTAM INDÍCIOS DO COMETIMENTO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL.// OU A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PARA RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIDORES POSSIVELMENTE ENVOLVIDOS.// OU AINDA A CELEBRAÇÃO DE UM TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, CASO SE ENTENDA QUE A INFRAÇÃO TEM MENOR POTENCIAL OFENSIVO.// AS INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS PRODUZIDOS NA INVESTIGAÇÃO SÃO DE ACESSO RESTRITO ATÉ O RESULTADO DA INVESTIGAÇÃO.// A CGU ENTÃO É O TERCEIRO ÓRGÃO QUE VAI INVESTIGAR O CASO DAS JOIAS AVALIADAS EM 16 MILHÕES E MEIO DE REAIS APREENDIDAS NA MOCHILA DE UM INTEGRANTE DE UMA COMITIVA DO GOVERNO BOLSONARO, DEPOIS DE UMA TENTATIVA DE ENTRAR NO BRASIL SEM DECLARAR OS BENS.// HÁ AINDA UM SEGUNDO PACOTE QUE CONTA COM RELÓGIO, CANETA, ABOTOADURAS, ANEL E UM TIPO DE ROSÁRIO QUE NÃO FOI APREENDIDO PELA RECEITA.// ALÉM DA CGU, ENTÃO, JÁ HÁ UMA INVESTIGAÇÃO ABERTA NA POLÍCIA FEDERAL, CONDUZIDA PELA DELEGACIA DE REPRESSÃO AOS BENS FAZENDÁRIOS EM SÃO PAULO.// O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL TAMBÉM AGUARDA INFORMAÇÕES DA RECEITA E VAI APURAR O CASO.// A dupla barra (//) é um sinal visual que indica uma pausa para respiração do locutor TEMA 6: A PLÁSTICA NO RÁDIO No rádio, a utilização de trilhas e vinhetas valoriza os conteúdos através de recursos de áudio. Quando o ouvinte busca uma estação, ele identifica a rádio A ou B não só pelo número no dial ou pela voz do comunicador. Mas também pela chamada PLÁSTICA, ou o conjunto de trilhas e vinhetas que compõem a programação do veículo. Então, é correto dizer que a plástica reforça a identidade de uma rádio. É comum que muitas rádios mantenham suas vinhetas e trilhas inalteradas durante muito, muito tempo. Importante: vinheta abre, passa ou encerra um programa. Já a trilha é o som incidental, de fundo, que acompanha uma atração. A busca pela referência sonora da vinheta ou trilha tem que estar de acordo com a proposta de identidade do veículo. Por vezes, o processo de substituição de vinhetas e trilhas pode levar meses. Porque é preciso levar em conta a “personalidade” de cada boletim ou comentário na criação da trilha correspondente. Na CBN, por exemplo, o futebol tem que ser vibrante, sem ser barulhento; por isso foram escolhidos os ritmos de samba, choro e frevo. Já o programa do fim de noite tem uma trilha mais intimista, jazzística. Pode haver também vinhetas por assunto: política, economia, meio ambiente, cidade, saúde, tecnologia, estilo, mundo corporativo, responsabilidade social, educação, cultura pop, cultura erudita, trânsito, Bolsa de Valores, gastronomia, vinhos, Fórmula 1, direitos do consumidor, serviços. Charge eletrônica: versão radiofônica de sua similar publicada nos jornais: uma montagem que pode combinar, de forma irreverente, trechos de músicas e entrevistas sobre os principais assuntos abordados no dia a dia. É importante que a charge seja identificada como tal e nunca confundida com o noticiário formal. A CBN tem, por exemplo, a Rádio Sucupira, que mescla declarações dadas por autoridades durante a semana com falas do personagem Odorico Paraguaçu, criado pelo dramaturgo Dias Gomes e imortalizado pelo ator Paulo Gracindo. TEMA 7 E 8 : A DESCRIÇÃO NARRATIVA RADIOFÔNICA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA IMAGEM NA MENTE DO OUVINTE | O RÁDIO COMO PRESTADOR DE SERVIÇO TEMA 9: A IMPORTÂNCIA DO TEMPO DA RECEPÇÃO NA RÁDIO Rádio – desafio de adaptação. Autora não fala mais em desaparecimento. O rádio se tornou digital e foi para a internet. Multiplicam-se as possibilidades. Conteúdo do rádio precisa passar por adaptação. O tempo oferecido pela Internet, por exemplo, proporciona informação on demmand, adaptando-se ao horário da audiência. O rádio inaugura o jornalismo ao vivo e, com isso, ganhaem poder de transmissão de um fato, com instantaneidade e agilidade. O tempo e espaço, assim, deixam de ser barreira, pois é possível ouvir uma rádio de qualquer lugar do planeta, no momento em que mais interessar. PERSONALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO – O que o ouvinte quer ouvir? Divisão de correntes – jornalistas são uma espécie ameaçada e podem tornar-se desnecessários. Outras, porém, defendem que a chegada do cibermídia pode reforçar o papel dos jornalistas nas sociedades contemporâneas. TENDÊNCIA DO JORNALISMO – com a multiplicação das formas de acesso, a notícia não é mais privilégio do jornalista. Passa a caber a ele a análise, o aprofundamento do fato. Sevcenko - novos recursos técnicos, por suas características, desorientam, intimidam, perturbam, confundem, distorcem e alucinam. Isto porque as escalas, potenciais e velocidades envolvidos nos novos equipamentos e instalações excedem as proporções e as limitadas possibilidades de percepção, força e deslocamento do corpo humano. Sociedade pós-moderna - homens e mulheres que devem se adaptar ao ritmo e à aceleração das máquinas e não o contrário. Palácios - As novas mídias estão em clara convivência com as anteriores. Jornalista – deve operar em sintonia com o departamento de tecnologia das organizações? Rádio - convivência ou coexistência da informação jornalística radiofônica com um contexto de redes. Contexto este de disseminação de suportes digitais que estabelecem uma nova relação com o tempo das informações disponibilizadas à audiência. Rádio – vem deixando o entretenimento, assume o jornalismo. Qual será, então, o tempo do rádio? Todos podem transmitir para todos em tempo real, com atualização permanente, mantendo on demand a informação que constrói o contexto do fato. O QUE MUDA É O TEMPO DA RECEPÇÃO - construído pela audiência individualmente, de maneira personalizada. Hoje, as mesmas emissoras já se preocupam em manter as sínteses em seus sites para acesso posterior. Audiência – não se mede mais pelas vias tradicionais. Informação imediata – está em toda parte. O Jornalismo se encaminha para o aprofundamento dos fatos, a análise, a reconstrução do contexto dos acontecimentos. Tempo do fato x tempo da audiência TEMPO DA MEDIAÇÃO DO RÁDIO - meios de comunicação de massa, ao relatarem um acontecimento, além do fato relatado, produzem o relato do acontecimento como um novo que vem a integrar o mundo. O tempo da recepção também influenciará no sentido do acontecimento. TEMA 10: AS CARACTERÍSTICAS DO PODCAST E DA WEBRÁDIO RÁDIO E SEUS USOS NO SÉCULO XXI Rádio brasileiro ingressando em sua fase pós-industrial, caracterizada pela multiplicação, de modo nunca antes verificado, dos conteúdos oferecidos ao público e das formas em que se dá esta oferta. Anos 50 - Rádio com 40% da verba; Anos 60 – TV já registra 24% da verba publicitária, um ponto percentual acima do conjunto das emissoras de rádio. 2019: Gira em torno de 4%. Radiodifusão sonora -> não é mais apenas singular, havendo que insistir em uma concepção plural. Escuta-se rádio em ondas médias, tropicais e curtas ou em freqüência modulada, mas, desde a década passada, o veículo também se amalgama à TV por assinatura, ao satélite, em uma modalidade paga exclusivamente dedicada ao áudio ou em outra, gratuita, pela captação, via antena parabólica, e à internet, onde aparece com a rede mundial de computadores ora substituindo a função das antigas emissões em OC, ora oferecendo oportunidade para o surgimento das chamadas web rádios ou, até mesmo, servindo de suporte a alternativas sonoras assincrônicas como o podcast. Fim do rádio – ligado às mudanças na indústria fonográfica. As quatro fases do rádio, segundo Ferraretto: A) artesanal: do final da década de 1920 até a segunda metade dos anos 1930, em que prepondera o diletantismo dos pioneiros sem a preocupação com o lucro; B) comercial: do início da década de 1930 até a segunda metade dos anos 1960, quando o rádio estabelece-se e consolida-se na forma de negócio; C) industrial: do final da década de 1950 até o início do século 21, na qual o veículo, amparado na sociedade de consumo, adquire as características de indústria cultural no sentido mais frankfurtiano da expressão; D) pós-industrial: de meados da década de 1990 até a atualidade, sob a vigência da globalização capitalista baseada na hegemonia do neoliberalismo. Dos anos 1990 até a atualidade, o rádio adquire abrangência, entre outros aspectos passíveis de destaque, econômica e comunicacional. Neste período, as manifestações radiofônicas vão ultrapassar, portanto, o significado da indústria cultural já instituída e estruturada como tal. Passam a englobar experiências em nível comunitário, nas emissoras locais de curtíssimo alcance, e mesmo quase personalizada, nas web radios, podcasts ou serviços de música por estilo em provedores de internet. Há, portanto, um amplo quadro de possibilidades de miscigenação entre o que antes parecia ser definido com base em limites claros e precisos. Um exemplo: uma emissora de curto alcance hertziano, caracterizada como comunitária, pode ganhar o mundo via internet e, até mesmo, disponibilizar parte dos conteúdos irradiados em podcast. RÁDIO: passagem de uma lógica de oferta a uma lógica de demanda. Há uma flexibilização no consumo de conteúdos sonoros. O rádio e seus correlatos vão, assim, ao encontro, além dos computadores pessoais, de mesa ou notebooks, via novos aparatos tecnológicos – palm tops, iPods, iPhones... – de uma maior interatividade entre o ser humano e a máquina. Não é mais possível, portanto, falar de um rádio no singular. As fronteiras não serão mais claras. Constitui-se rádio aquilo ao qual o ouvinte atribui esta caracterização, aquilo que ele necessita, identifica e utiliza como tal. Em termos da forma e do conteúdo da mensagem, a referência tem de ser a presença de elementos que conformam a chamada linguagem radiofônica: a voz humana, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. O público, tomado anteriormente apenas como ouvinte, passa a ser encarado como usuário multimídia, vagando, no espaço real ou virtual, de uma a outra forma de obter conteúdo ou, para usar um termo desta nova era, surfando entre elas. “Todos querem estar em tudo” – as empresas de comunicação estão cada vez mais versáteis. Cebrián Herreros: a assincronia da internet e, em geral, a das redes interativas adaptam os tempos de consumo às necessidades de cada usuário. O ouvinte liberta-se do sincronismo e pode adotar os ritmos que quiser em cada audição, ser livre no modo de consumir e de intercambiar mensagens sonoras. Tanto na frequência como na amplitude modulada, as maiores audiências são registradas pelas estações voltadas às classes C e D. Nas dez regiões metropolitanas pesquisadas pelo Ibope, as emissoras com percentual mais significativo de público nos seus mercados ou com maior quantidade de ouvintes em números absolutos são aquelas que se dedicam, justamente, a esta faixa sócio-econômica da audiência. Já no segmento dedicado ao radiojornalismo, que se dirige mais ao público adulto, de nível de ensino médio ou universitário e das classes A e B, é possível acessar, na internet, arquivos de áudio além da transmissão das emissoras, algo relativamente comum desde os anos 1990. Algumas já disponibilizam o seu material também na forma de podcasting. Del Bianco: As emissoras terão, sim, de mostrar ao público por que estão no ar e o que têm a oferecer para que justifiquem sua presença numa determinada cidade ou região. Caso contrário, sucumbirão diante da concorrência dos maiores. As incertezas espreitam os acomodados. Webrádios: possibilidade que ainda engatinha: ● O rádio novo, que amplia suas fronteiras para além dos limites hertzianos de sua tecnologia de origem, tende a ganhar cada vez mais abrangência na preponderante parcela comercial de suas operações. Não deve se intimidar frente à internet, mas explorar suas possibilidades. ● Rádio Ipanema (RS) – permite queouvintes cadastrados no site da emissora organizarem parte da programação, escolhendo músicas e vinhetas a serem transmitidas nas madrugadas da rádio. Rádio: Deve, sim, buscar complementação nas possibilidades oferecidas pelas tecnologias que, de modo rápido, vão sendo introduzidas a cada dia. Acima de tudo, é necessário recordar sempre aquilo que o faz um veículo diverso dos demais: a possibilidade de acompanhar o ser humano em simultaneidade a quaisquer de suas atividades, oferecendo seja informação, seja entretenimento. O que caracteriza uma linguagem radiofônica é a comunicação oral; a mensagem de áudio é rádio. Não se consome mais uma única forma de mídia ao longo do dia - usuário multimídia. As empresas de comunicação têm um desafio de oferecer ao público o que eles querem consumir.
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