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Acidente Vascular Encefálico: Tipos, Etiologia e Quadro Clínico

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7Acidente Vascular Encefálico 
 
É definido como a perda súbita da função cerebral pela 
interrupção abrupta do fluxo sanguíneo. 
Tipos: 
→ Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi-85% 
dos casos) 
→ Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEh-
15% dos casos). 
Um isquêmico pode se tornar hemorrágico (pela 
fisiopatologia ou tratamento que precisa ser muito bem 
monitorado) 
Maior sobrevida no AVCi 
O AVCh pode causar morte súbita, causa mais sequelas, 
mais complicado de reverter 
 
Acidente Vascular Encefálico Isquêmico 
Perda da função encefálica por diminuição do 
suprimento sanguíneo, com menor oferta de oxigênio e 
glicose, para determinada região do encéfalo. 
Sangue não chega para a região -> não vai receber força 
para respirar/ metabolizar -> região vai entrar em 
isquemia 
Área do encéfalo não se regenera 
Precisa ser controlada, o processo inflamatório pode 
afetar as áreas ao redor 
• Etiologia 
→ Trombótica: Presença de trombo que leva à 
diminuição ou obstrução do fluxo sanguíneo 
distal 
→ Embólica: Oclusão de uma artéria por êmbolos, 
impedindo o suprimento de sangue para 
determinada região do encéfalo. 
→ Hipoperfusão: Redução da perfusão arterial 
sistêmica devido PCR – coração n contai, não 
acontece a sístole e não há fluxo sanguíneo e por 
conta disse ocorre a extase sanguínea e pode 
coagular, ou o fluxo diminui para toda da região 
ou hipotensão arterial grave (choque), difícil de 
ser invertida o pouco que tem de pressão, chega 
pouco fluxo no cérebro mas não é suficiente 
 
 
• Fisiopatologia: 
→ A diminuição do fluxo sanguíneo, menor que 25% 
(normal é 50%) paralisa a transmissão sináptica, 
cessando a atividade cerebral, gerando uma área 
infartada, com lesão funcional e estrutural 
irreversível- não acontece um aporte adequado 
de suprimento para essas células e faz com que 
a transmissão sináptica não aconteça na região, 
podendo atingir as áreas ao redor, gerando uma 
área infartada 
→ Ao redor da área infartada forma-se uma área 
de penumbra isquêmica (sombra isquêmica), com 
25 a 50% FSC (fluxo sanguíneo cerebral), suficiente 
para manter o tecido viável por 6 a 8 horas. 
 
• Fatores de risco 
→ Quando tem, pode aumentar as chances 
→ Se tiver de ficar tento a possibilidade 
→ Quanto mais fatores de rico, maiores as chances 
de desenvolver 
→ Não modificáveis 
Fibrilação atrial 
Estenose de carótidas 
HAS/ DM 
Idosos/ sexo masculino 
Baixo peso ao nascer 
Negros (por associação com HA maligna) 
História familiar 
Condições genéticas como anemia falciforme 
Acidente isquêmico transitório 
 
*Acidente Isquemico transitório= 1 a 2 horas de duração. 
Isquemia temporária. Quando é realizada a tomografia, 
não é observado sinais de isquemia. 
→ Modificáveis 
Dislipidemia 
Etilismo 
Tabagismo 
Uso de contraceptivo hormonal 
 
 
• Quadro clínico 
→ Depende da região cerebral que foi 
comprometida 
.Principais sinais: 
Disartria (dificuldade na fala) 
desvio de comissura labial 
dificuldade visual (hemianopsia) 
alteração de força e/ou sensibilidade (parestesia e/ou 
paresia) 
vertigem e início súbito de desequilíbrio 
Cefaleia intensa súbita 
 
Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico 
Perda da função encefálica por ruptura de um vaso 
cerebral, ocorrendo um sangramento no tecido cerebral 
Reduz fluxo de perfusão cerebral reduzida por causa 
aumento da PIC por conta do extravasamento 
acumulado 
• Tipos: 
→ Hemorragia Intraparenquimatoso (HIP) ou 
intracerebral 
→ Hemorragia Subaracnóideo (HSA 
 
• Etiologia 
→ Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) 
→ Malformação Arteriovenosa (MAV) 
→ Aneurisma Roto 
→ Distúrbio de coagulação 
→ Sangramento de tumores cerebrais 
→ Uso de anticoagulantes 
 
• Fisiopatologia 
→ Ocorre a ruptura de um vaso cerebral, ocorrendo 
um sangramento no tecido cerebral que irá gerar 
a formação de hematomas que irão comprimir o 
tecido. 
 
• Fatores de risco 
→ Não modificáveis 
Doenças cardiovasculares 
Diabetes mellitus 
→ modificáveis 
Obesidade e dislipidemia 
Sedentarismo 
Etilismo 
Tabagismo 
Hipertensão 
• Quadro clínico 
→ Depende da região cerebral que foi 
comprometida. 
→ Principais sinais: 
déficit neurológico focal e súbito 
cefaleia súbita 
Náuseas e vômitos 
rebaixamento do nível de consciência (RNC) 
déficit motor 
hipertensão arterial. 
• Exames diagnósticos 
→ Escala de Cincinnati 
Avaliação em menos de 1 min, a presença de um achado 
tem chance de 89 a 97% 
Tem por base três achados físicos: 
PARALISIA FACIAL 
Os dois lados do rosto movem-se igualmente 
um dos lados do rosto não se move tão bem quanto o 
outro 
Peça ao paciente que sorria ou tente mostrar os 
dentes 
QUEDA DO BRAÇO 
Os dois braços se movem 
Somente um dos braços se move ou um dos apresenta 
desvio para baixo em comparação com o outro 
Peça ao paciente que feche os olhos e estenda os dois 
braços, com as palmas para cima 
 
FALA ANORMAL 
O Paciente diz as palavras corretas, sem fala arrastada 
O paciente tem fala arrastada, diz as palavras erradas 
ou é incapaz de falar 
Peça ao paciente que diga “não dá para perder os 
velhos hábitos” 
→ National institutes of health (NIH) 
A escala mais utilizada para avaliar déficit neurológico 
em pacientes com AVEi 
É uma escala com 15 itens de exame neurológico para 
avaliação do efeito do AVE agudo. 
A avaliação completa requer cerca de 10 min 
Os pacientes com déficits neurológicos importantes 
apresentam-se com NIH >22 e tem pior prognóstico 
associado com o risco de transformação de um AVEi em 
AVEh 
Os itens avaliados são: 
Nível de consciência 
Linguagem 
Motricidade 
Atendimento aos comandos 
Perda de campo visual 
Movimentos oculares 
Força muscular 
Ataxia 
Disartria 
Perda sensitiva 
• 1. Nível de Consciência 
0= Alerta 
1 = não alerta, mas acorda aos pequenos 
estímulos 
2 = Não alerta, responde com estímulos 
repetidos ou dolorosos 
3 = responde com reflexo motor ou autonômico 
ou irresponsivo 
 
1b. Nível de consciência / orientação 
0 = responde corretamente a duas perguntas 
1= responde uma questão corretamente 
2 = não responde a nenhuma questão 
corretamente 
 
1c. Nível de consciência/ resposta aos comandos 
0= realiza dois comandos 
1 = realiza um comando 
2= não realiza nenhum comando 
 
 
• 2. Olhar conjugado 
0= normal 
1= paralisia parcial 
2 = desvio do olhar conjugado ou paralisia total, 
não modificada. 
 
• 3. Campo visual 
0= normal 
1= hemianopsia parcial 
2 = hemianopsia completa 
3= hemianopsia bilateral/ cegueira cortical ou 
por outras causas 
 
• 4. Paralisia Facial 
0= Normal 
1 = leve assimetria 
2= Parcial 
3= Completa 
 
• 5. Resposta motora (MMSS) 
0 = Sem queda a 45º (90º) por 10 seg 
1= Queda não total antes de 10 seg 
2=queda até a cama antes de 10 seg com 
dificuldade de vencer a gravidade 
3=discreto movimento sem vencer a gravidade 
4=Sem movimento 
NI = não testável 
 
• 6. Resposta Motora (MMII) 
0= Sem queda a 45º (90º) por 10 seg 
1= Queda não total antes de 10 seg 
2=queda até a cama antes de 10 seg com 
dificuldade de vencer a gravidade 
3=discreto movimento sem vencer a gravidade 
4=Sem movimento 
NI = não testável 
 
 
• 7. Ataxia apendicular 
0= ausente 
1= presente em 1 membro 
2 = presente em 2 membros 
 
• 8. Sensibilidade 
0= normal 
1= leve a moderado déficit de sensibilidade do 
lado afetado, mas o paciente tem consciência 
que está sendo tocado 
2= severo ou total déficit de sensibilidade 
 
• 9. Linguagem 
0= Normal 
1 = Afasia leve a moderada, perda da fluência ou 
facilidade de compreensão 
2= Afasia severa, comunicação por meio de 
expressões fragmentadas 
3= mutismo, afasia global 
 
• 10.Disartria 
0 = Ausente 
1= Leve a moderada, paciente pode ser 
compreendido com certa dificuldade 
2= Severa/ mutismo/ anartria 
9= entubado ou com outra barreira 
 
• 11. Extinção/ inatenção 
0= normal 
1= visual, tátil , auditiva, espacial 
2= hemi - intençãosevera ou em mais de uma 
modalidade 
 
• Exame diagnóstico de imagem 
→ CT de Crânio: 
Escala de Fisher: Avalia risco de isquemia cerebral na 
HSA. A escala pontua de 1 a 4, com base no padrão de 
sangramento observado na CT crânio. 
 
→ Angio RNM de crânio 
→ Angiografia cerebral 
• Exames complementares 
Hemograma 
Glicemia 
Tipagem sanguínea 
Atividade de protrombina (TP) 
Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) 
eletrocardiograma 
• Tratamento 
→ Via Aérea e Oxigenação 
Manter vias aéreas pérvias 
Garantir os parâmetros respiratórios (SPO2 > 95%): evitar 
hipoxemia (aumento da PIC) 
 
→ Hemodinâmica e Pressão Arterial 
Monitorar e manter os parâmetros cardíacos 
adequados. 
Hipotensão arterial -> queda da PPC (perfusão cerebral) 
-> isquemia cerebral -> aumento da PIC 
Monitorar e manter Pressão Arterial Média (PAM) 
adequada: 65 a 100mmHg 
→ Utilizar antihipertensivos quando: 
Antes e durante a trombólise (rTPA) 
Se AVEi transformar para AVEh 
Presença de isquemia miocárdica, dissecção aórtica ou 
encefalopatia hipertensiva 
→ Prevenir Hipertensão Incraniana (HIC) 
Monitorar PIC (PIC= 0 a 15mmHg) 
Derivação Ventricular Externa se necessário 
Garantir Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) adequada 
70 a 100mmHg (PPC = PAM – PIC). 
→ Prevenir Trombose Venosa Profunda 
(TVP) 
Quimioprofilaxia (AVEi), se indicado 
Profilaxia mecânica (MECG + CPI) 
 * MECG: meias elásticas de compressão gradual 
 * CPI: compressor pneumático intermitente 
→ Manter níveis glicêmicos adequados 
Hiperglicemia está relacionada a um mau prognóstico 
(lesão cerebral), pois como é metabolizada em ácido 
lático, aumenta a acidose sanguínea. 
Manter: < 150mg/dl 
→ Garantir hipotermia terapêutica 
Hipotermia reduz a toxicidade dos neurotransmissores 
excitatórios, reduzindo o metabolismo neuronal, 
diminuindo o edema cerebral. O risco de incapacidade e 
morte duplica a cada 10C acima do normal 
Tax: 32°C a 34°C 
 
Diagnósticos de Enfermagem 
Perfusão tissular cerebral ineficaz 
Capacidade adaptativa intracraniana diminuída 
Risco de aspiração relacionado ao RNC 
Padrão respiratório ineficaz 
Comunicação verbal prejudicada 
Mobilidade física prejudicada 
Dor aguda 
Mobilidade da pele prejudicada relacionada com 
paresia ou plegia 
Risco de integridade da pele prejudicada 
Intervenções de Enfermagem 
Avaliação do paciente (histórico e exame físico); 
Encaminhar, de forma rápida, o paciente para 
realização de exames; 
Monitorização hemodinâmica contínua; 
Estabelecer acessos venosos de grosso calibre; 
Avaliação neurológica; 
Avaliação do padrão respiratório 
Checar e avaliar os resultados dos exames, juntamente 
com equipe médica;

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