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2
Irzilinda Vicente Pelembe
Relatório de intervenção Social
Licenciatura em Psicologia
Universidade Save
Chongoene
2023
Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no Departamento de Educação e Psicologia, na Cadeira de Introdução aos Serviços Sociais, sob orientação do Docente: Rui de Sousa.
Irzilinda Vicente Pelembe
Relatório de intervenção Social
Universidade Save
Chongoene
2023
ÍNDICE
1. Introdução	4
2. Contextualização	5
2.1 Quem são as crianças de rua?	5
2.2 O que leva os meninos para as ruas ?	6
3. Elaboração do relatório de intervenção Social-Caso: Meninos de rua	7
4. Considerações Finais	9
5. Referências	10
1. Introdução 
O presente trabalho é um relatório de intervenção social a partir do trabalho que está sendo realizado com as crianças de rua da cidade Xai-Xai, na rua da Shoprite. 
Entre as varias necessidades que as crianças passam, uma delas é a falta de um abrigo ou um lar para morar, e muitas crianças acabam usando as ruas como um refúgio para essa situação drástica. Como veremos, algumas crianças são obrigadas a abandonarem os lares por maus tratos ou ausência de alguém que lhes cuide, e outras por procurarem melhores condições de vida ou ajuda para familiares. 
Nesse processo, alguns são explorados e até violados, e clamam por uma intervenção urgente. Talvez nos relatos que poderemos encontrar neste relatório não se encontre uma afirmação clara de pedido de ajuda, mas o estar ali já chama por uma intervenção.
Objetivos
Geral
· Compreender a situação das crianças de rua;
Específicos
· Apresentar as possíveis causas de crianças morarem na rua;
· Descrever situações práticas de crianças em situação de rua; 
· Propor medidas de intervenção para ajudar as crianças em situação de rua. 
2. Contextualização 
A elaboração do presente relatório tem como objetivo, contribuir para elevar o nível de consciência da sociedade em geral sobre a importância das interações que se mantem com as crianças nos mais variados contextos sociais, de modo especial, as crianças em situação de rua. As crianças constroem o seu modo de ser por meio da interação que mantem com os adultos.
Embora existam diferenças individuais na maneira como as pessoas lidam com eventos e questões características de cada período, os cientistas do desenvolvimento sugerem que certas necessidades básicas precisam ser satisfeitas e certas tarefas precisam ser dominadas para que ocorra um desenvolvimento normal. 
Assim sendo, para além da satisfação das necessidades como alimentação, moradia e saúde, também é fundamental que as crianças, participem ativamente do seu desenvolvimento. As ruas não são uma opção favorável para as crianças, assim como para nenhum ser humano, dai a necessidade de se rever a forma como lidamos com essas crianças à margem da sociedade.
2.1 Quem são as crianças de rua?
O fenómeno das crianças de rua tem sido uma das mais marcantes faces da pobreza na maioria dos países em desenvolvimento. Contudo, pesquisadores, investidores, agentes de desenvolvimento, programas de desenvolvimento etc., dão pouca atenção a este fenómeno. Como Lalor (1999) observa, a maior parte dos estudos académicos tem tido lugar na América Latina.
No entanto, nos últimos anos, alguns estudos sobre os fenômenos crianças de rua na África tem tomado lugar, onde autores como Matchinda (1998) nos Camarões, Veale & Dona (2003), em Ruanda, Young (2004), em Uganda, Kudrati et al. (2008) e Plummer et al. (2007), no Sudão, Tudorié Gemou (2005) na África do Sul, Hatloy & Huser (2005), em Acra, Lalor (1999), (2004), na Etiópia, Ouma (2004) no Quênia , Kopoka (2000), na Tanzânia, para mencionar apenas alguns, tem vindo a se debruçar sobre o fenómeno como um problema social digno de atenção.
O mesmo pode ser dito sobre os países do Sul da Ásia, onde o crescente fenômeno de crianças de rua, levou a um interesse acadêmico de pesquisadores como Mathur, Rathore & Mathur (2009), Kombarakaran ( 2003) na Índia, Lam & Cheng (2008) na China, Ali et al (2004) e Towe et al. (2009) no Paquistão, Gross et al. (1995), em Jacarta, entre outros.
Em Moçambique, a percepção comum de quem são as crianças de rua é a de “criminosos” ou “potenciais criminosos”, usuários de álcool e drogas, bandidos e foras da leis, ladrões, mendigos, diabinhos, crianças amaldiçoadas, marginais etc. Na maioria das cidades Moçambicanas, a palavra que sintetiza todas estas categorias é a de “moluene”.
2.2 O que leva os meninos para as ruas ?
 
A literatura analisa a questão dos chamados meninos de rua a partir de duas principais linhas de abordagem, a primeira das quais centra-se nos motivos que levam os meninos para as ruas (Loforte 1989) e a segunda centra-se nas estratégias de sobrevivência desses meninos e apresenta violência e roubo como algumas delas. (MISAU,2013). 
No que diz respeito a primeira linha de abordagem, investigações de Rizzini e Rizzini (1996) apontam como causas que levam os meninos para as ruas a falta de condições financeiras por parte dos pais. Para Rizzini e Rizzini (1996) os meninos se sentem obrigados a recorrer as ruas para arranjar dinheiro para aumento do orçamento da sua família. Este estudo permite compreender que existem meninos que vão para as ruas com o objectivo de ajudar os seus pais nas despesas de casa, mas perde de vista o facto de alguns meninos fugirem das suas casas sem o consentimento dos seus pais. 
Com um pensamento similar, o estudo da Loforte (1989) feito em Moçambique concluiu que a maior parte dos meninos que estão nas ruas provem de famílias pobres que tem dificuldades em oferecer condições mínimas aos seus filhos e estes como forma de minimizar as suas necessidades recorrem as ruas. Loforte (1989) considera ainda que a violência doméstica por parte dos pais contribui para que estes fujam de casa para as ruas. O estudo da Loforte permite compreender que os meninos que vão para ruas, são provenientes de famílias pobres, mas, perde de vista o facto de alguns meninos estarem nas ruas por outros motivos. 
3. Elaboração do relatório de intervenção Social-Caso: Meninos de rua
Tive contacto com 5 crianças em situação de rua, e a seguir irei relatar um dos casos
“C.N ... Vive na rua desde final de 2021 e diz que prefere assim, por causa dos maus tratos que sofria em casa com a madrasta. C.N, nasceu em Mabalane, tem 12 anos de idade. A sua mãe faleceu já a vários anos. O seu pai reside na África do Sul e ele residia com a madrasta.
Apesar de ter o pai vivo, ele prefere ficar nas ruas, por causa dos maus tratos. passa noites ao relento, dorme no chão, mal se cobre, mal tem o que cobrir. Faz pequenos trabalhos no mercado Limpopo na baixa da cidade de Xai-Xai. Limpa bancas de vendedores e carrega compras de pessoas, em troca recebe dinheiro e comida para sobreviver. 
C.N. já não vai à escola, parou de estudar na quarta classe. Diz que gostaria de voltas a estudar, mas não tem condições. Quando for grande o sonho dele é ser um advogado.”
Esse é um dos casos que me deparei com eles nas ruas da cidade de Xai-Xai, concretamente na rua da shoprite. 
Em todas as conversas, aas crianças demostram tristeza pela forma como eles são vistos pela sociedade, até pelas próprias famílias. Alguns tentaram regressas as famílias, mas depois do ocorrido, a forma de tratamento foi de discriminação e negligencia, o que lhes fez optarem por viverem definitivamente nas ruas. 
Em suma, nesses tempos de conversa pude recolher alguns pontos chaves que precisam de intervenção:
· Trabalho com as crianças sobre a importância de se estar em um lugar mais seguro: este ponto já está sendo trabalhado;
· Entrar em contacto com as instituições e Ong’s repoisáveis por trabalhar com essas crianças, bem como encontrar lares de acolhimento para as mesmas;
· No caso daquelas crianças que que apresentam um desejo de retornar as famílias de origem, conhecer as famílias e fazer um trabalho dentro do próprio meio familiar para a reinserção dos mesmos;
· Sensibilizar a sociedade sobre a importância de se dar uma atenção especialesses casos, apelando para a sensibilidade e reponsabilidade para proteger e respeitar. 
4. Considerações Finais 
O presente trabalho, reflecte sobre a situação negligenciada em que a maioria das crianças de rua se encontra no mundo contemporâneo, numa situação em que o discurso global gira em torno do ideal da igualdade de direitos, acesso aos direitos humanos básicos, metas do desenvolvimento do milénio, direitos da criança, luta contra a pobreza, combate ao entre outros.
É neste contexto que se trazem as questões e situações de crianças de rua na cidade Xai-xai, que são as principais vítimas dos sistemas globais de opressão, manifesta pela situação de pobreza extrema, onde os seus direitos básicos são de forma visível ignorados e negados. 
É necessário que as entidades responsáveis por proteger e zelas pelos direitos das crianças e adolescentes, despertem para uma intervenção urgente. Como estudante de Psicologia, vi-me como um dos agentes de mudança para intervir e ajudar essas crianças e a sociedade em geral, a perceber essa situação emergente. 
5. Referências 
LALOR, K.. Street children: A comparative perspective. Child Abuse & Neglect. 1999
Gross, R.; Landfried, L. & Herman, S. Height And Weight As A Reflection Of The Nutritional Situation Of School-Aged Children Working And Living In,1996. 
LOFORTE, A. “Um perfil das crianças de rua em Moçambique: Um estudo de caso nas maiores cidades do país.” Maputo: Globo, col. Ensaios,1989.
MISAU. A criança de rua: o problema, as causas e proposta de intervenção. 
Maputo: direcção nacional de acção social, (Não editado e disponível no UNICEF),2013.
RIZZINI, I. (coord).Vida nas ruas. Crianças e adolescentes nas ruas: trajectórias 
inevitáveis? Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola,2003.. 
RIZZINI, I. e RIZZINI, I. “Menores” institucionalizados e meninos de rua.” In A. Fausto ,.& R. Cervini (org). O trabalho e a rua: crianças e adolescentes no Brasil urbano dos anos 80. São Paulo: Cortez, 1996.

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