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Ver�gem Definição ● Tontura: é uma sensação de desequilíbrio corporal, uma instabilidade que pode ser do �po rotatória ou não. ● Ver�gem: são as tonturas do �po rotatório caracterizadas pela ilusão de que o ambiente está se movendo ao seu redor. Central x Periférica Caracterís�cas Ver�gem periférica Ver�gem central Sintomatologia Ilusão do movimento mesmo em repouso de caráter rotatório e sensação de queda Ilusão de movimento associada à instabilidade da marcha, desequilíbrio com alargamento de base e tendência à queda Início Súbito Gradual Sintomas autonômicos Presentes Ausentes Fixação do olhar Suprime o nistagmo Não suprime o nistagmo Sintomas neurológicos associados Ausentes Presentes Alterações audi�vas e zumbidos Geralmente presentes Ausentes Direção do Nistagmo Unidirecional Mul�direcional Romberg Queda apenas para o lado do labirinto envolvido Queda para várias direções Ver�gens periféricas VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB) - Acomete apenas os canais semicirculares e órgãos otolí�cos - Deslocamento dos otólitos do sáculo e utrículo para os canais semicirculares - Os otólitos dentros dos canais, ficam no endolinfa e torna o deslocamento deste líquidos mais dificultada com o movimento da cabeça levando aos sintomas caracterís�cos - Tipo Canololi�sase x Tipo cupuloli�ase (ampola dos canasi semicirculares) * A VPPB é a patologia que melhor demonstra a segunda Lei de Ewald. Ou seja, nos canais ver�cais, o fluxo ampulífugo (no sen�do contrário da ampola) é excitatório e nos canais laterais o ampulípeto (no sen�do da ampola) é que é o excitatório, sendo em todos os casos a direção da fase lenta do nistagmo. → Apresentação clínica: principal ga�nho é a mudança da posição na cama ou amarrar sapatos, não apresenta alterações neurológicas, sendo preservadas a coordenação motora e a força muscular. - Nistagmo pode ser es�mulada durante a realização de manobras do exame �sico *Não apresenta nistagmo espontâneo, diplopia e desvios do olhar, caracterís�cas presentes nas patologias de origem central - Apresenta desequilíbrio, tem duração breve → Diagnós�co: Puramente clínico, não necessitando de exames complementares, realizada a Manobra Dix-Hallpike (avaliação do canal semicircular posterior) *Para realização dessa manobra, posicionamos o paciente sentado em cima da maca, giramos lateralmente sua cabeça em 45 graus e trazemo-la para abaixo do nível da maca, formando também outro ângulo de 45 graus. A manobra é considerada posi�va quando verificamos o aparecimento dos sintomas de ver�gem associados à iden�ficação do nistagmo caracterís�co do canal acome�do . *Canal semicircular posterior é o mais frequentemente acome�do →Rotação direita-esquerda *Nistagmo rotatório no olho ipsilateral ao labirinto acome�do 2-Canal Horizontal semicircular: VPPB envolvendo o canal horizontal é geralmente diagnos�cada por meio de um segundo teste, com o rolamento da cabeça em aproximadamente 90 graus para a esquerda e para a direita com o paciente deitado em decúbito dorsal. O nistagmo horizontal ocorre com a cabeça virada em qualquer direção, e em ambas as posições bate ou em direção ao chão (nistagmo geotrópico) ou em direção ao teto (nistagmo apogeotrópico). O tratamento adequado da VPPB envolvendo o canal horizontal requer conhecimento de que ouvido é envolvido. Quando o nistagmo é mais intenso com a cabeça virada para um lado do que com a cabeça virada para o outro lado, o ba�mento do nistagmo ocorre em direção ao ouvido afetado. 3-Canal anterior semicircular: A VPPB envolvendo o canal anterior é extremamente rara, e sua fisiopatologia é pobremente compreendida. Sua principal caracterís�ca é um nistagmo com ba�mento para baixo posicional com um nistagmo de torção em que o topo dos polos dos olhos bate em direção ao ouvido envolvido. Pacientes com esse �po de nistagmo devem ser avaliados em relação a presença de lesões centrais, embora tais lesões sejam raramente encontradas. → Tratamento: realizado através da manobra de epley. 1. Rotação lateral da cabeça a 45 graus para o lado que se quer testar (igual a Dix-Hallpike); 2. Angulação da cabeça a 45 graus abaixo do nível da maca com a cabeça rodada (igual a Dix-Hallpike) mantendo por 30 a 45 segundos; 3. Rotação em 90 graus para o lado contralateral, mantendo a cabeça angulada a 45 graus abaixo do nível da maca, aguardando por 30 a 45 segundos; 4. Mudança de decúbito dorsal para lateral e rotação da cabeça para baixo, com os olhos em direção ao chão por 30 a 45 segundos. 5. Elevação do paciente, sentando-se através de movimento lateral (no sen�do do ombro contralateral), e subindo com a cabeça rodada na mesma posição da etapa 4 DOENÇA DE MENIERE - Hidropsia endolinfá�ca idiopá�ca - A hidropsia endolinfá�ca existe quando ocorre um aumento da pressão hidrostá�ca da endolinfa, levando a uma es�mulação anômala dos receptores ves�bulares. Como o sistema ves�bular se comunica com a cóclea, ocorre tanto um aumento da pressão hidrostá�ca no aparelho ves�bular quanto no referido órgão, desencadeando uma ver�gem associada a sintomas audi�vos → Apresentação clínica: ver�gem + hipoacusia + zumbido - Sensação de pressão no ouvido e otalgia - Sintomas autonômicos muito associados: náuseas, vômitos, palidez e sudorese - Piora do movimento com a movimentação da cabeça - Sintomas podem acontecer em repouso, pois a fisiopatologia que desencadeia os sintomas independe da necessidade de movimentos de rotação como “ga�lho” - Crise dura de minutos a horas - A hipoacusia é neurossensorial e pode haver flutuação, a depender do grau de hidropsia, no momento do exame. - Leva a uma sensação de rotação para o lado oposto do acome�do - Nistagmo espontâneo, em que a fase rápida também “bate” para o lado oposto à rotação durante as crises → Diagnós�co: - Devemos solicitar uma audiometria, obje�vando iden�ficar possíveis perdas audi�vas. - Alterações metabólicas, principalmente na glicemia, podem ser fatores desencadeantes. Por isso, também faz parte da propedêu�ca a avaliação da função �reoidiana, dos eletrólitos e dos níveis de glicose. - Avaliação indireta do aumento da pressão da endolinfa é a eletrococleografia, sendo esse o melhor exame para confirmação dessa patologia. → Tratamento: ● Fase aguda= mediações ves�bulos supressoras como a flunarizina e a meclizina, an�emé�cos como a metoclopramida e o dimenidrinato, e eventualmente o diazepam em casos refratários. ● Fase crônica= Diuré�cos LABIRINTITE - Inflamação do ouvido interno que pode levar a distúrbios do equilíbrio e da audição, em graus variados, podendo afetar um ou ambos os ouvidos. - Relações anatômicas entre o labirinto e as estruturas adjacentes, como a orelha média, espaço subaracnóide e mastoide - Pode ser de e�ologia viral, sendo causada por rubéola e citomegalovírus, herpes vírus e o vírus caxumba, podendo ser de origem autoimune - Pode estar associada a granulomatose de Wegener ou poliarterite nodosa - Infecções bacterianas podem levar a uma labirin�te supura�va (labirinto membranoso) ou uma labirin�te serosa (labirinto ósseo) → Apresentação clínica: ver�gem com duração dehoras e piora com a movimentação da cabeça, perda audi�va, zumbido, náuseas e vômitos *Pode estar associada a meningites bacterianas e o�te média aguda bacteriana *Esperada a associação de ver�gem com otalgia, otorreia e febre alta - Sinais de mastoidite → hiperemia, edema e calor retroauricular - Nistagmo associado pode estar presente → Tratamento: Supressores ves�bulares e an�emé�cos, podem ser prescritos os an�bió�cos adequados para a infecção, pode necessitar de internação. NEURONITE VESTIBULAR - Disfunção aguda e sustentada do sistema ves�bular periférico - Interrupção repen�na nas aferência ves�bulares - Geralmente causada por infecção das vias aéreas superiores ou por rea�vação de um vírus latentes da herpes → Apresentação clínica: ver�gem súbita com instabilidade, náuseas e vômitos associados, podendo aumentar com a movimentação da cabeça, geralmente um ver�gem intensa e incapacitante, duração média de 3 dias, com sintomas con�nuos que vão diminuindo a intensidade. - Nistagmo espontâneo, unidirecional e horizontal - Teste de romberg com tendência ao lado afetado - Não são verificados a presença de sintomas audi�vos → Diagnós�co: exames laboratoriais para verificar a presença de infecção viral, RM → Tratamento: Não existem medicações específicas, tenta�va de controle do processo inflamatório → cor�coides, supressores ves�bulares, benzodiazepínicos e an�colinérgicos. VERTIGEM FÓBICA - Manifestada por uma tontura que persiste por mais de três meses, sem e�ologia iden�ficável - Apresenta soma�zação - Hiperrea�vos aos movimentos INSERIR OUTRAS MANOBRAS Ver�gens centrais Lesão no núcleo ves�bular ou demais projeções superiores. Não há hipoacusia ou �nnitus. Pode estar associado a sintomas neurológicos como: disartria, ataxia, diplopia, perda da consciência, déficits focais sensi�vos ou motores ou dos nervos cranianos. • Manobra índex-índex: desvio do índex no sen�do oposto a o componente rápido do nistagmo • Avaliar pares cranianos e função cerebelar (disdiadococinesia, dismetria e tremor intencional) – alterações sugerem ver�gem central. • Marcha compro me�da - Zigue-zague • Aumenta ao fechar os olhos (sinal de Romberg +) → paciente pode cair. • Pode haver persistência do sinal por mais de três semanas • Muda a direção dos abalos • Nistagmo de direção diferente em cada olho (atáxico) Distúrbios da visão Definição Fundo de olho Glaucoma - Doença em nível da papila óp�ca ( degeneração do nervo óp�co em par�cular dos axônios da papila do nervo óp�co ). Tipos: -Glaucoma 1° de ângulo aberto (90%) → principal causa de cegueira irreversível -Glaucoma 1° de ângulo fechado -Glaucoma congênito -Glaucoma secundário *Ângulo iridocorneano entre a íris e a córnea, ângulo aberto significa que fica normal, onde ocorre a reabsorção do humor aquoso, pois é onde se encontra a rede trabecular, responsável por essa reabsorção. Glaucoma 1° de ângulo aberto Fatores de risco: PIA aumentada, mais comum em negros, idade, tem histórico familair da doenças, uso de cor�cóide (principalmente tópico), miopia, DM, HAS… *Pressão intraocular aumentada não define a doença Ângulo aberto → rede trabecular doente mas com ângulo normal, ao poucos a pressão na câmara anterior vai aumentando, causando compressão da câmara posterior, e aumentando até a�ngir a papila óp�ca, tem um sensibilidade maior ao aumento da pressão ocular. Quadro clínico → inicialmente sem queixas, perda insidiosa e assimétrica da visão periférica, porém com o surgimento simétrico *Tunelização: formação de túnel na imagem Diagnós�co → Tonometria para avaliação inicial > 21 mmHg, fundoscopia e perimetria para diagnós�co, teste de Van Herick e gonioscopia: ângulo aberto x fechado (exame de rastreio) Tratamento → reduzir a pressão intraocular em 25-30% (meta individualizada) - Colírios: betabloqueador (�molol)- diminuía a produção, análogos da prostaglandina (bimatoprosta)- aumentar a absorção do humor aquoso na úveo escleral, agonistas-alfa-2 (brimonidina)- reduz a produção do humor e aumenta a absorção pela via alterna�va, inibidor da anidrase carbônica (Dorzolamida), agonista colinérgicos (Pilocarpina) - aumenta a drenagem pela via convencional. - Trabeculoplas�a a laser de argônio - efeito temporário - Trabeculectomia cirurgia (TREC)- Glaucoma avançado (�rar parte da íris) Glaucoma 1° de ângulo fechado - Ângulo iridocorneano estreito o que dificulta essa absorção , com rede trabecular normal - Meia midríase, leva ao bloqueio pupilar, passem do humor aquoso diminui, levando a um acúmulo súbito na câmara posterior, diminuindo ainda mais a câmara - Crise aguda de glaucoma → aumento da PIO de forma rápida Fatores de risco → Hipermetropia, mais comum em mulheres. asiá�cos/esquimós. idade avançada com alterações do cristalino, câmara anterior mais rasa (ângulo mais fechado) Crise aguda de glaucoma ● Fatores desencadeantes: meia midríase, meia luz, colírio midriá�co, tricíclicos (efeito an�colinérgico) ● Quadro clínico: cefaléia frontal/retro-orbitária intensa, início abrupto, náuseas e vômitos, fotofobia, turvação visual, lacrimejamento. ● Exames ocular: hiperemia conjun�val com injeção conjun�val perilímbica, opacidade e edema da córnea (haze corneano), pupilas em meia-midríase. (UNILATERAL) Tratamento → Reduzir a PIO para valores abaixo de 21 mmHg, colírios: beta bloqueador. colinérgico e alfa-adrenérgicos ● Medicamento sistêmico: acetazolamida/manitol (puxa líquido) ● Inflamação: Prednisolona 1% ● Analgésico, an�emé�co ● Iridoplas�a periférica a laser ● Defini�vo→ Iridotomia periférica a laser: após 3 a 7 dias depois da crise e bilateralmente. Glaucoma congênito - Autossômico recessivo, porém grande parte não é hereditário - Pode ser Primário (problemas diretamente no ângulo- cons�tucional) x Secundário (doença ocular que atrapalha a reabsorção de humor aquoso) *Re�nopa�a da prematuridade pode levar a causas secundárias - Mais comu me meninos e bilateralmente Tríade: epífora (lacrimejamento excessivo), fotofobia e blefaroespasmo - Córnea aumentada, opalescente e bu�almo - Tratamento: goniotomia ou trabeculotomia Distúrbios da refração Dioptrias: medida do poder de refração da lente, sendo assim, quanto maior o número de dioptrias, maior o desvio feito pela luz. Número de dioptria= 1/distância focal (m) Tabela de snellen: mensuração em pés, 20/20 é considerada normal Emetropia: ausência de erro refra�vo Ametropia: são os erros refra�vos Análise subje�va: aparelho que presume o valor da lente Análise obje�va: uso e reflexo luminoso para a medida obje�va do graus, ideal para crianças e pacientes pouco colabora�vos, mede a miopia, hipermetropia e as�gma�smo. “Uma coisa é o grau de vê no exame, outra coisa é o grau que prescreve” HIPERMETROPIA - Objetos distantes, que emitem raios paralelos, são focalizados atrás do plano re�niano, quando não há auxílio na acomodação - O eixo longitudinal do globo ocular é pequeno em relação ao poder refra�vo do sistema de lentes do olho - Existem vários �pos de hipermetropia: ● Hipermetropia axial → globo ocular encurvado, com diâmetro antero posterior diminuído *mais comum. ● Hipermetropia de índice ou refra�va→ redução do índice de refração da córnea, humor aquoso ou cristalino ● Hipermetropia de curvatura → diminuição da curvatura da córnea ou cristalino *Existe um hipermetropia fisiológica em crianças, que ocorre em 80% dosneonatos, e a medida de crianças vai crescendo o globo ocular vai aumentando Quadro clínico → Dificuldade de visão de perto, sentem fadiga, sensação de peso, cefaleia, lacrimejamento e hiperemia conjun�val (sintomas astenópicos) *Podem ser manifestada ou latente depende da necessidade funcional de cada indivíduo. Outros sintomas: esotropia (quando o forte es�mulo para o reflexo de acomodação também es�mula a convergência ocular, fundoscopia demonstrando uma papila óp�ca hiperêmica e com contornos apagados e vasos re�nianos tortuosos, coloração da re�na fica acentuada, episódio de blefaroconjun�vite pelo esforço da acomodação. Diagnós�co → Tratamento → É a correção do erro de refração, por meio de óculos, lente de contato ou cirurgia refra�va ● Lente convexa MIOPIA - Objeto distantes emitem raios paralelos, são focalizados à frente da re�na, fazendo a imagem perder a ni�dez - O eixo longitudinal do globo ocular é grande em relação ao poder refra�vo do sistema de lentes do olho - Os �pos de miopia: ● Miopia axial: globo ocular alongado ● Miopia de curvatura: aumento da curvatura da córnea ou cristalino, aumentando o poder refra�vo em um olo de tamanho normal. ● Miopia secundária: após trauma, ou até mesmo catarata nuclear, ceratocone ● Miopia congênita: alto grau de miopia ao nascimento Em geral se desenvolve dos 8 aos 14 anos, podendo progredir até os 20 a 25 anos Fatores de risco → Asiá�cos e caucasianos, História familiar posi�va, leitura excessiva na infância, catarata congênita, ptose congênita, hemangioma periocular. Como vimos, a maioria das crianças nasce hipermétrope, mantendo-se neste estado até os 5–12 anos de idade. Quando esta criança tenta enxergar de perto por períodos prolongados (em leituras, por exemplo), ela tem uma visão borrada, mesmo após u�lizar o mecanismo de acomodação. O borramento visual es�mula a produção de fatores de crescimento na esclera, coroide e re�na, que induziria um alongamento lento e progressivo do globo ocular, de forma a compensar a falta de convergência e redirecionar a imagem no plano re�niano. Entretanto, durante o processo de emetropização fisiológica, isto acarretaria um crescimento excessivo do globo ocular, gerando miopia. Este mesmo mecanismo também explicaria a miopia tardia. É claro que os fatores gené�cos trazem grande influência nesta patogênese, determinando variações quan�ta�vas do processo ou mesmo agindo sozinhos. Quadro clínico → dificuldade de visão de longe, necessidade de se aproximar dos objetos, os sintomas astenópicos não são �picos da miopia, blefaroespasmo é frequente, miopia noturna (excesso de acomodação em ambiente escuros), pseudomiopia (espasmo de acomodação). *A miopia patológica (miopia degenera�va) é uma condição de miopia de alto grau (acima de -6,00D), geralmente instalada tardiamente, entre 30–40 anos, associada a um globo ocular extremamente alongado (> 26 mm). Este �po raro de miopia cursa com o fenômeno da neovascularização coroideana, que pode acarretar perda gradual da visão. O paciente enxerga linhas retas distorcidas, além de ter um comprome�mento da visão central e da visão de cores. A miopia patológica é um importante fator de risco para o descolamento de re�na. Diagnós�co → Tratamento → Óculos, lente ou cirurgia de correção, a lente precisa ser côncava divergente, nega�va, ortoceratologia (lentes corre�vas) ASTIGMATISMO - Problema da córnea, que não é esférica, mas sim elíp�ca - Possui curvaturas diferentes em pelo menos dois meridianos, geralmente diametralmente opostos - Quando os raios luminosos incidem sobre a córnea do as�gmata, são conver�dos em pelo menos dois focos diferentes no globo ocular - Pode ser regular (diâmetros opostos) ou irregular (três ou mais focos na re�na) - Comum a associação com outros erros refra�vos Quadro clínico → dificuldade tanto para visão de longe como de perto, borramento heterogêneo da imagem, ou seja, algumas partes estão ní�das e outras borradas ● As�gma�smo moderado ou grave: porção linear da imagem de maior focalização se torna mais ní�da ● As�gma�smo leve: somente uma parte da visão é borrada Diagnós�co → Tratamento → borramento visual com grau > 0.75 deve ser corrigido, deve ser feita a correção com óculos ou lente de contato ou cirurgia refra�va. Distúrbio de acomodação PRESBIOPIA - Defeito do mecanismo de acomodação do cristalino que se inicia após os 40 anos em quase todas as pessoas, progredindo até os 60 anos. Mais di�cil de “acomodar”, ou seja, aumentar a sua dioptria. Um adulto jovem, em torno dos 20 anos de idade, uma vez corrigindo outros distúrbios refra�vos é capaz de focar um objeto próximo a uma distância de aproximadamente 9 cm de seus olhos. Uma distância menor que 9 cm �ra o objeto de foco . É o denominado ponto próximo . Para manter o objeto focado no ponto próximo, o cristalino precisa acomodar-se, aumentando o seu pode refra�vo ao máximo. Para um ponto próximo de 9 cm, o cristalino precisa aumentar o poder refra�vo ocular em 11 dioptrias (ou seja, em vez do sistema de lentes ocular ter 60 dioptrias, passa a ter 60 + 11 = 71 dioptrias). *Amplitude de Acomodação (AA) pode ser es�mada pelo cálculo AA = 15 - 0,25 x Idade. - Os sintomas se agravam pela manhã. - O problema de acomodação é bilateral e simétrico. - Sintomas relacionados à presbiopia geralmente começam quando o paciente tem a amplitude de acomodação limitada a menos de 5 dioptrias (5,00D) . - A presbiopia ocorre precocemente nos indivíduos com hipermetropia e tardiamente (ou não ocorre) nos indivíduos com miopia. Quadro clínico → dificuldade de ver de perto após 40–50 anos *O o�almologista deve fazer a medida de amplitude da acomodação do paciente, para estabelecer o grau de presbiopia. Diagnós�co → Três métodos podem ser u�lizados 1. Medida do Ponto Próximo: é o método mais fácil e prá�co. Aproxima-se um objeto (“tabela de perto”) do olho testado até que a visão fique embaçada. Mede-se então o ponto próximo, em metros. A recíproca deste ponto é a amplitude de acomodação. Ex.: se o ponto próximo for de 0,5 m (50 cm), a amplitude de acomodação será de 1/0,5 = 2 dioptrias (2D). Se o ponto próximo for de 0,1 m (50 cm), a acomodação será de 1/0,5 = 2,00D. 2. Régua de Prince: u�liza-se uma lente posi�va (convergente) de +3,00D para reduzir o ponto próximo e assim facilitar a sua medida. A medida já é feita diretamente em dioptrias, u�lizando-se uma régua com escala em dioptrias de acomodação (régua de Prince). A amplitude de acomodação é determinada subtraindo-se 3D da medida realizada, para compensar a lente posi�va. Ex.: a medida da régua de Prince foi de 5D; logo, a amplitude de acomodação do olho testado é de 5 - 3 = 2,00D. 3. Método das lentes esféricas nega�vas: o objeto é colocado à distância do paciente que consegue enxergá-lo com ni�dez. Em seguida são aplicadas sucessivas lentes nega�vas (divergentes) até a visão ficar embaçada (a cada lente nega�va aplicada, a acomodação do cristalino vai tentando corrigir a ni�dez da imagem até o seu limite). A soma das dioptrias das lentes nega�vas aplicadas é a amplitude de acomodação. A vantagem deste método é evitar o efeito damagnificação da imagem quando ela é aproximada nos métodos anteriores: este efeito pode superes�mar a amplitude de acomodação... Tratamento → - prescrição de lentes posi�vas (convergentes) que garantem uma amplitude de acomodação suficiente para permi�r a ni�dez da leitura ou quaisquer a�vidades que necessitem a visão de perto. - devem ser bifocais ou mul�focais. - técnica da báscula (ou monovisão) → colocando-se a lente de contato para perto no olho não dominante e uma lente de contato para longe no olho dominante (não indicada para quem precisa dirigir automóveis, pois há perda da noção de profundidade). - Recentemente, a cirurgia refra�va passou a ser usada também para correção da presbiopia. Outras causas de acomodação deficiente - Suspeitar sempre que um quadro de presbiopia surgir em pessoas com menos de 40 anos - O hipermétrope pode se tornar presbiopia antes dos 40 anos - Uso de colírios cicloplégicos (paralisia do músculo ciliar do olho) - Drogas an�colinérgicos de efeito sistêmico (paralisia do músculo ciliar do olho) - Síndrome de Adie é uma desordem do gânglio ciliar, acomete mulheres entre 20 e 30 anos, uma pílula se encontra midriá�ca e reagindo pouco, o olho acome�do tem déficit de acomodação. Causa de acomodação exagerada - Síndrome de Horner: miose, ptose, ano�almia, anidrose, ocorre um bloqueio simpá�co que jus�fica o aumento da capacidade de acomodação. - Espasmo acomoda�vo: acontece em crianças e adolescentes, devido a um distúrbios de ansiedade agudo,apresentam miose e esotropia Re�noblastoma - Tumor intraocular maligno - É derivado das células germina�vas da re�na - Mais comum na infância - Maior parte dos casos é esporádico representando 60%, e 40% hereditário - Tumor esporádico com diagnós�co aos 25 meses, hereditário aos 25 meses - Hereditário: bilateral e mul�focal, Esporádico: unilateral e unifocal - Hereditário tem a mutação gené�ca em outras células do corpo, levando a outros �pos de CA → A desordem é causada por uma ina�vação mutagênica de ambos os alelos do gene RB1 (cromossoma 13), que codifica uma proteína supressora tumoral. - Ocorrendo em 1 a cada 18.000 nascidos vivos. Quadro clínico → Leucocoria (um reflexo branco na pupila, conhecido como 'sinal do olho de gato') e estrabismo, anisocoria, glaucoma, hifema (sangramento na câmara anterior), e menor acuidade visual. Diagnós�co → ● Fundo de olho: massa calcificada e vascularizada ● USG: calcificações e descolamento de re�na ● TC ou RM: extensão intraocular e disseminação extraocular ● Biópsia: exceção à regra → Rosetas de Flexner-Wintersteiner *somente tratamento mais agressivo Tratamento → ● Tumores pequenos/unilaterais/sem metástase: fotocoagulação ou crioterapia ● Tumores grandes/bilaterais: quimioterapia sistêmica + terapia abla�va local ● Tumores refratários ou prognós�co visual proibi�vo: Enucleação Follow-up- fundoscopia inicialmente mensais, realizar rastreio de outras neoplasias, rastreamento dos familiares (3 a 4 meses até os 5 ou 6 anos de idade) OUTROS TUMORES INTRAOCULARES Outros tumores oculares importantes são o melanoma uveal, o carcinoma metastá�co, o linfoma ocular e a infiltração leucêmica . → Melanoma uveal: posterior predomina em indivíduos de pele clara, acima de 30 anos, com história de exposição solar prolongada. Manifesta-se como massas marrom-douradas na coróide, detectadas à fundoscopia. Pode ser um achado assintomá�co num exame causal ou se apresentar com borramento visual, escotomas, flashes luminosos ou moscas volantes. Se não tratado precocemente (fotocoagulação a laser, crioterapia, radioterapia ou enucleação/exenteração), pode invadir os tecidos circunjacentes ou provocar metástases sistêmicas para o �gado, cérebro, entre outras... → Carcinomas metastá�cos da coróide: estão associados geralmente ao câncer de mama ou pulmão e determinam a formação de lesões melanocí�cas (branco-amareladas), achatadas ou arredondadas, na coroide, uni ou mul�focais. → Linfomas e as leucemias oculares: podem simular uma uveíte posterior ou uma panuveíte (“síndromes mascaradas”). Geralmente a manifestação ocular dessas neoplasias está associada à invasão das meninges ou do SNC. A fundoscopia revela placas infiltra�vas branco-amareladas distribuídas difusamente pela coriorre�nite. Ceratocone - Doença de córnea rara, que se desenvolve entre os 10 e o 30 anos de idade - É uma alteração progressiva do formato da córnea - A córnea sofre afinamento e deformação, ganhando formatos um cone irregular - Existe uma predisposição gené�ca - Quase sempre o acome�mento é bilateral - Tende a progredir em 5 a 10 anos e estabiliza - Possui um alto grau de miopia e principalmente as�gma�smo irregular Quadro clínico→ o paciente se queixa de borramento visual, tanto pra longe como pra perto e pode apresentar sintomas estenó�cos, com visão distorcida, diplopia, poliopia, fotofobia e sensação de halo em torno de luzes. *Pode surgir como complicação a hidropsia, que se dá pela ruptura da membrana córnea e extravasamento do humor aquoso Diagnós�co → exame da lâmpada de fenda, que revela o aspecto �pico da córnea fina e em formato de cone. - Sinal de Munson: quando o paciente olha para baico,a córnea cônica empurra a pálpebra inferior em forma de V - Estrias de Vogt: estrias finas ver�cais na profundidade do estroma corneano - Sinal de Fleischer: acúmulo de pigmento férrico em volta da córnea Pressão intraocular pode estar reduzida, ceratometria demonstra arqueamento e irregularidade dos meridianos, re�noscopia pode mostrar um reflexo pupilar em tesoura *Exame de maior acurácia é topografia corneana computadorizada (fotoceratoscopia) Tipos de ceratocone: (1) Oval- �pos mais comum, deslocada inferiormente com diâmetro < 5 mm (2) Pequeno monte: forma arredondada com diâmetro < 5 mm (3) Globosa: afeta mais de 75% da córnea Tratamento → na fase inicial é possível corrigir com óculos e lentes, com o tempo não é mais possível, e pode fazer uso de lentes rígidas e por fim a cirurgia ou transplante de córnea Catarata Tipos de lentes Síndromes demenciais Definições Tamém denominado de transtorno cogni�vos maior (TCM), que leva a perdas das funções cogni�vas que denominamos como: memória (amnésia anterógrada), reconhecimento, capacidade de executar tarefas, fazer julgamentos, linaguagem e comprotamento. *A cognição é denominada por seis domínios, que incluem a atenção complexa, função execu�va, aprendizagem e memória, linguagem, perceptomotor e cognição visual *Atualmente, após a atualização do DSM-IV para o DSM-V, basta o indivíduo ter declínio substancial em um só domínio cogni�vo, com prejuízo de função, que ele recebe o diagnós�co de demência Causas → ● Reversível: Metabólica (Insuficiência renal, Hiper�reoidismo, hipocalcemia e deficiência de B12), infecciosa (VDRL, HIV), estrutural ( hematoma subdural crônico e tumores). *Deve-se sempre excluir causas reversíveis primeiro, pois estas demonstram um quadro mais agudo. ● Irreversível: alzheimer, vascular, corpos de lewy, fronto temporal (...) Melhor forma de avaliação da cognição é através do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) → < 28 anormal. Alzheimer - Síndrome com dificuldade de memória e orientação espacial - Causa mais comum de demência - Surge dianteda formação de placas amilóides (inters�cio) + proteína Tau (intracelular) → degeneração neuronal - Causa atrofia cor�cal e déficit nos neurônios colinérgicos ligados à cognição (Regiões límbicas e hipocampo) Fatores de risco → idade avançada, história familiar, gené�ca (Apoe e4), fator de risco cardiovascular. Quadro clínico → Síndrome demencial, que inicia com perda de memória recente e com exame �sico neurológico normal de início. Diagnós�co → Clínico + Exclusão - Para excluir outras patologias realiza-se: Imagem (Atrofia/Hidrocefalia compensatória- Alterações principalmente hipocampal), PET-SCAN- Hipoperfusão principalmente na região posterior. - Na análise do líquor podemos encontrar quan�dade de Beta-amiloide ou proteína tau Tratamento → - An�colinesterásicos de ação central (em casos leves a moderados) → Donepeziala, Rivas�gmina, Galantamina - Antagonistas de NMDA (em casos avançados) → Meman�na Demência vascular - Início súbito, com progressão em degraus - Decorrente ao evento vascular - Exame neurológico anormal - Infarto em área importante da cognição Fatores de risco cerebrovasculares: Hipertensão arterial sistêmica (HAS); Diabetes; Dislipidemias; Obesidade; Taba Demência frontotemporal - Alteração de comportamento e/ou alteração de linguagem - Início entre os 50-60 anos - Segunda causa de demência pré-senil, onde indivíduos com menos de 65 anos são acome�dos. - Sem fator e�ológico determinado, com caráter gené�co apenas na minoria dos casos - Pode ou não ter parkinsonismo - Pode ser hipo ou hiper a�vo - Pode ter aumento dos traços da personalidade - Apresenta em exame de imagem atrofia em região fronto-temporal - Perde o “Freio mental” Achados anatomopatológicos são divididos em três grupos principais: inclusões ubiqui�nas posi�vas, inclusões tau posi�vas e ausência de alterações específicas. Tratamento → inibidores sele�vos da recaptação de serotonina (ISRS), neurolép�cos e benzodiazepínicos, para tratar as alterações comportamentais. Corpúsculos de Lewy - Tem caráter flutuante e varia muito - Envolve mais indivíduo homens acima de 70 anos - Tríade => Demência + Parkinsonismo + Alucinação visual - Presença de corpos de Lewy com distribuição cor�cal predominante - A presença destes corpos de lewy na substância negra é o que pode levar ao parkinsonismo - Tríade com duração de 1 ano - Pode apresentar alucinação visual → Tem como caracterís�ca bem definidas a visualização de pessoas - Pode estar associada ao ELA - O declínio cogni�vo é principalmente na atenção, na função execu�va e na função visuoespacial. - Além disso, o paciente apresenta distúrbio comportamental no sono REM. Tratamento → u�lizados os an�colinesterásicos (donepezila, rivas�gmina, galantamina) para o quadro demencial, enquanto que para os sintomas de Parkinson, a droga de escolha é a levodopa . Hidrocefalia normobárica - Demência + Ataxia de marcha + Incon�nência urinária - Comprime neurônio de forma mais lenta - Resolução com derivação ventrículoperitoneal - O paciente pode apresentar alteração na marcha mesmo sem nenhum déficit motor que jus�fique, além de um aumento na quan�dade de líquor nos ventrículos, sem aumento da pressão intracraniana (PIC), diagnos�cado por um método de imagem (TC). Rastreio cogni�vo - Necessário coletar a história minuciosa, entendendo a queixa do paciente e a queixa do acompanhante. - O rastreio cogni�vo é feito através de pequenos testes aplicados no consultório, que conseguem avaliar a existência de comprome�mentos cogni�vos. - O maior e mais u�lizado teste é o Mini Exame do Estado Mental, ou MiniMental (Imagem 01) , que é um teste muito bem estruturado e validado no Brasil. - Outros testes, como o da fluência verba l, o teste do desenho do relógio e o MoCA (Montreal Cogni�ve Assesment) , que é um teste com validade para o Brasil, mais elaborado e que pode ser u�lizado para pacientes com alta cognição. - Existem também baterias que aprofundam a avaliação cogni�va sem trazer grande incremento no tempo de avaliação, como a Bateria Breve de Rastreio Cogni�vo (BBRC) e o Exame Cogni�vo de Addenbrooke-Revisado (Addenbrooke’s Cogni�ve). - O padrão ouro para o diagnós�co de declínio na função cogni�va é a avaliação neuropsicológica, que é feita por psicólogos especializados em neuropsicologia. → Avaliação funcional - declínio funcional se dá quando o paciente apresenta perda na capacidade de realizar certas a�vidades da - ida diária que antes conseguia realizar. - As a�vidades de vida diária podem ser divididas em básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) Exames laboratoriais • Exames de sangue com painel bioquímico abrangente, incluindo função hepá�ca e renal; • Hemograma; • Função �reoidiana; • Nível de vitamina B12 e ácido fólico; • Sorologias (HIV e VDRL especialmente). Exame de imagem cerebral Geralmente a tomografia computadorizada é suficiente para screening, possibilitando a exclusão de diagnós�cos diferenciais de demência, como acidente vascular cerebral (AVC), hemorragia, tumor cerebral, entre outros Fraqueza muscular Localização da lesão Distribuição da fraqueza Reflexos profundos Possíveis alterações associadas Córtex cerebral Hemiparesia contralateral, completa ou incompleta, geralmente desproporcionada Aumentados Afasia, apraxia, alterações de campos visuais, alterações sensi�vas no mesmo hemicorpo afetado pela paresia Coroa radiada Hemiparesia contralateral, completa ou incompleta, geralmente desproporcionada. Aumentados Alterações sensi�vas no mesmo hemicorpos afetado pela apresia Cápsula interna Face de membros contralaterais Aumentados Síndrome motora pura Tronco encefálico Nervo craniano ipsilateral, membros contralaterais Aumentados Variáveis, dependentes do nível de acome�mento Medula cervical Ambos os membros contralaterais Aumentados Disfunção dos es�ncteres urinário e fecal, disfunção sexual, nível sensi�vo Medula torácica Membros inferiores Aumentados Disfunção dos es�ncteres urinários e fecais, disfunção sexual, nível sensi�vo Cauda equina Membros inferiores, assimétricos, padrão de múl�plas raízes Diminuídos Pode ocorrer disfunção esfincteriana e secual, e eventualmente dor Corno anterior da medula Focal de acordo com o nível aumentado, pode ser generalizado Diminuídos Atrofia e fasciculações Raiz nervosa única Músculos do miótomo correspondente Diminuídos Dor Plexo Padrão de plexo, parcial ou total Diminuídos Atrofia, pode haver dor e alterações de sensibilidade Nervo periférico- mononeuropa�a Músculos de inervação correspondente Diminuídos Atrofia pode haver dor e alterações de sensibilidade Nervo periféricos- polineuropa�as Distal> proximal Diminuídos Pode ocorrer atrofia, dor variável Junção neuromuscular Músculos bulbares, proximal > distal Normais Ptose, o�almoparesia, flutuação da fraqueza, fa�gabilidade Músculos Proximal > distal Normais Múl�plos padrões possíveis Síndromes desmielinizantes Definições A bainha de mielina recobre as fibras nervosas no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, acelerando a transmissão axônica dos impulsos nervosos. - SNC: Oligodendrócitos - SNP: Células de Schwann A desmielinização costuma ser secundária a doenças infecciosas, isquêmicas, metabólicas ou hereditárias ou a uma toxina. Nas doenças primárias, a principal causa é autoimune e elas devemse suspeitadas na presença das seguintes condições: - Deficits difusos ou mul�focais - Início súbito ou subagudo, principalmente em adultos jovens - Início dentro de semanas após uma infecção ou vacinação - Déficits que surgem e desaparecem - Sintomas que sugerem uma doença desmielinizantes específica -Doenças desmielinizantes metabólicas - Muitos distúrbios metabólicos congênitos (por exemplo, fenilcetonúria e outras aminoacidúrias; Tay-Sachs, Niemann-Pick e doenças de Gaucher; síndrome de Hurler e doença de Krabbe e outras leucodistrofias), afetam o desenvolvimento da bainha de mielina, principalmente do SNC. A menos que um defeito bioquímico inato possa ser corrigido ou compensado, resultam deficiências neurológicas, disseminadas, geralmente permanentes Guillain Barré Definição: polineuropa�a inflamatória, autolimitada, de mecanismo auto imune pós infeccioso. Marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos e engloba as polineuropa�as agudas imunomediadas. - evolução rápida, com pico de gravidade máxima entre duas ou três semanas após o aparecimento dos primeiros sintomas e se manifesta por meio de uma inflamação aguda dos nervos. Epidemiologia: - A patologia em foco teve um aumento de incidência de 20% a cada 10 anos. - A medida de homens e mulheres com a Síndrome é cerca de 1,78/1. - Dois terços dos casos são precedidos por sintomas de infecção do trato respiratório superior ou diarreia. - A prevalência da SGB é es�mada em 0,25-0,65 casos a cada 1.000 casos de infecção por Campylobacter jejuni, e em 0,6 a 2,2 casos para cada 1.000 casos de infecção por citomegalovírus. - Outros agentes infecciosos com relação definida com a Síndrome de Guillain-Barré são o vírus Ebstein-Barr, o vírus varicela-zoster e o Mycoplasma pneumoniae. - De modo geral, o acome�mento é simétrico, precedido em 70% dos casos por sintomas sensi�vos discretos como parestesias e dor. Fisiopatologia: Decorre primeiramente do desenvolvimento da doença pela exposição a um ga�lho, como uma infecção, uma vez que, como visto anteriormente, a síndrome é uma polineuropa�a inflamatória aguda desmielinizante que se realizará por uma resposta autoimune aos nervos periféricos uma vez desencadeada. No processo de desencadeamento de uma infecção, há a geração da resposta imune que buscará combatê-la, criando an�corpos que irão liberar citocinas, recrutando outras células do sistema imune na busca de destruir as células infectadas pelo possível patógeno. Todavia, a forte reação criada acaba por confundir o que é a infecção (células infectadas) do que é nervo periférico da pessoa, gerando uma reação cruzada que atacará não somente as células que vieram combater, mas também as raízes nervosas em suas bainhas de mielina, desmielinização dos nervos e os deixando falhos. Depois dessa lesão à mielina, pode haver uma mais intensa devido ao aparecimento de leucócitos de defesa e limpeza como neutrófilos e macrófagos que lesionaram também o axônio do neurônio, uma vez que agora se encontrará mais exposto devido à destruição de sua camada de mielina, o que causa plegia, anestesia e arreflexia. Por fim, sem tratamento, pode haver morte do neurônio, causando plegia total, inclusive podendo a�ngir nervos encefálicos, gerando a chamada paralisia de Landry. *A plegia é a perda da força muscular devido a lesões nos neurônios. *Já a parestesia é uma sensação de formigamento que também pode ser descrita como queimação, dormência ou coceira na pele que também pode ser proveniente de danos aos nervos, assim como compressão destes. A infecção por Campylobacter jejuni induz produção de an�corpo IgGs an�-GM1 ou an�corpos an�-GD1a em alguns pacientes. Estes autoan�corpos se ligam a GM1 ou GD1a expressa sobre os nervos motores dos membros, resultando na Síndrome de Guillain-Barré axonal . Em contraste, a infecção por Campylobacter jejuni provoca a geração de an�corpos IgG an�-GQ1b. Os autoan�corpos, por ligação a GQ1b expressos nos nervos oculomotores e fusos musculares, podem causar a Síndrome de MillerFisher . Classificação: 1-Síndrome de Guillain-Barré Clássica ou Desmielinizante ou Polineuropa�a Desmielinizante Inflamatória Aguda: - sintomas motores e sensi�vos iniciam-se em membros inferiores e ascendem de maneira simétrica para tronco, membros superiores e pares cranianos. - sintomas motores predominam sobre os sensi�vos que são leves. 2-Síndrome de Guillain-Barré axonal ou Neuropa�a motora axonal aguda: - a maioria dos casos precede infecção pelo Campylobacter jejuni - paciente apresenta apenas sintomas motores e ocasionalmente os reflexos profundos estão preservados, mas as outras manifestações são semelhantes à neuropa�a desmielinizante. 3-Síndrome de Guillan-Barré axonal e sensorial: - Representa uma forma mais severa da Síndrome de Guillain-Barré axonal - claro envolvimento das fibras sensoriais, mas estudos detalhados sugeriram que ligeiras alterações ocorrem nos nervos sensoriais de alguns pacientes com neuropa�a axonal motora aguda podem não evoluir para degeneração. 4-Síndrome de Miller Fisher: - o�almoplegia, ataxia e arreflexia e 25% dos pacientes desenvolvem algum �po de fraqueza motora - infecção de uma a três semanas antes do desenvolvimento de o�almoplegia ou ataxia. - Em um estudo, 20% dos pacientes apresentaram infecção por Campylobacter jejuni e 8% �nham infecção por H. influenzae. - A presença de parestesia distal está associada com a Síndrome de Miller Fisher. - Avaliação clínica cuidadosa e inves�gações focalizadas, como a imagiologia cerebral e os exames eletrofisiológicos podem excluir outras condições, tais como acidente vascular cerebral do tronco cerebral, encefalopa�a de Wernicke, Miastenia grave e botulismo. - Os picos da doença têm uma média de uma semana, e a melhora geralmente começa após duas semanas de fraqueza e quatro semanas de ataxia e a recuperação de o�almoplegia leva uma mediana de um a três meses. No período de seis meses após o início dos sintomas neurológicos melhorarem, a maioria dos pacientes se recupera de ataxia e o�almoplegia. 5-Variante faringo-cérvico-braquial: - Início dos sintomas ocorre no território de inervação dos nervos cranianos bulbares e progride para outros nervos cranianos, cervicais e membros superiores, e finalmente para membros inferiores. Representa uma forma localizada da variante axonal da Síndrome de Guillain-Barré. 6-Encefalite de Bickerstaff: - É uma encefalite de tronco cerebral caracterizada por encefalopa�a e hiperreflexia com achados da Síndrome de Miller-Fisher. 7-Paraparesia: - Representa uma forma rela�vamente leve da Síndrome de Guillain-Barré, em que a fraqueza se mantém limitada a membros inferiores na apresentação, e apenas uma minoria apresenta fraqueza de membros superiores durante a evolução. - Existem formas localizadas da Síndrome de Guillain-Barré, que se dis�nguem pelo envolvimento de certos grupos musculares ou nervos. Diplegia facial com parestesia é uma forma localizada da Síndrome de Guillain-Barré. A forma faríngeo-cervical-braquial fraqueza é caracterizada por fraqueza aguda orofaríngeas, pescoço e músculos do ombro, representa uma forma localizada de Síndrome de Guillain-Barréaxonal. Quadro clínico: - Paralisia flácida , mais comumente apresentada por uma fraqueza que pode variar de uma leve dificuldade para caminhar, até uma completa paralisia das extremidades da face ou dos músculos respiratórios. - Essa paralisia normalmente é ascendente, bilateral, começando nos membros inferiores seguindo para os membros superiores. - É também esperado encontrar hipo ou arreflexia , que nada mais é do que diminuição ou ausência de reflexos. - Quatro semanas após o início do aparecimento dos sintomas, o indivíduo pode apresentar fraqueza progressiva máxima da doença, geralmente seguindo a ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço, levando o paciente a ter perdas significa�vas das funções motoras e sensíveis do corpo . - Os sintomas disautonômicos são causados por transtornos no sistema nervoso autônomo e englobam uma variedade de sintomas que, muitas vezes, podem não ser percebidos pelo paciente, como Síndrome Guillain-Barré, sudorese, taquicardia, labilidade pressórica e alguns apresentam ainda paresia de nervo craniano, porém, isso ocorre geralmente em pacientes graves . Diagnós�co: - Quadro clínico , e realização de um exame de imagem para uma exclusão de uma síndrome medular - Exame do líquor apresentam → dissociação albuminocitológica → aumento de proteínas sem aumento da celularidade, este achado somente é presente após 1 semana dos sintomas. Os critérios essenciais para o diagnós�co da SGB são: paralisia flácida ascendente em mais de um segmento apendicular de forma simétrica, fraqueza progressiva de mais de um membro ou de músculos cranianos de graus variáveis, desde paresia leve até plegia, hiporreflexia ou arreflexia distal com graus variáveis de hiporreflexia proximal e com os reflexos miotá�cos anormais. Existem outros critérios que são suges�vos para SGB como: dor, disfunção autonômica, ausência de febre no início do quadro, demonstração de rela�va simetria da paresia de membros, sinais sensi�vos leves a moderados, envolvimento de nervos cranianos, especialmente fraqueza bilateral dos músculos faciais e progressão dos sintomas ao longo de quatro semanas. Tratamento: Existem dois �pos de tratamento na SGB: a) a antecipação e o controle das comorbidades associadas; b) tratamento modificador da doença, visando a um menor tempo de recuperação e minimização de déficits motores. *Não há necessidade de tratamento de manutenção, fora da fase aguda da doença Escore Prognós�co para SGB de Erasmus (EGOS) é um modelo prognós�co que se baseia em dados clínico- epidemiológicos para prever a probabilidade de um paciente com SGB estar caminhando sem auxílio em 6 meses . - Pacientes com escore igual a 4 após duas semanas do início do quadro tem 7% de risco de não caminharem independentemente em 6 meses. - Esse risco aumenta para 27% com escore de 5 e para 52% com escore maior que 5. *Esses dados devem também ser considerados para decisão sobre ins�tuição de tratamentos modificadores de doença. Os tratamentos modificadores de doença preconizados na SGB incluem: ● Tratamento não medicamentoso (Plasmaférese): consiste na separação do plasma e células sanguíneas , sendo que essas úl�mas são reinfundidas após diluição em albumina diluída com gela�na ou plasma fresco . Seu uso na SGB se baseia na remoção de an�corpos , complemento e outros fatores responsáveis por lesões nervosas. Cada sessão de plasmaférese remove de uma a uma e meia volemia de plasma, com intervalo de 48 horas entre sessões . *Pacientes incapazes de ficarem em pé sem auxílio (escala de gravidade de Hughes >3) devem receber quatro sessões enquanto pacientes com acome�mento leve (escala de gravidade de Hughes menor ou igual a 3) podem se beneficiar de duas sessões. ● Tratamento medicamentoso: A Imunoglobulina humana (IgIV), pela facilidade de uso, tornou-se o tratamento de escolha na maioria dos países, apesar de seu mecanismo de ação pouco compreendido. Sua eficácia na recuperação motora, risco de morte e efeitos adversos comparada a tratamento com plasmaférese mostrou que os resultados dentro de duas semanas são semelhantes. - A dose preconizada de IgIV na SGB é de 2g/ Kg dividida em 2 a 5 dias. - A maior dose diária pode aumentar o risco de complicações renais ou vasculares, especialmente em pacientes idosos. *Glicocor�cóides estão contraindicados no tratamento da SGB ELA Definição: Doença degenera�va que acomete neurônios motores de forma progressiva e generalizada, afetando tanto o primeiro como o segundo neurônio. - Ela recebe esse nome pois a “esclerose lateral” representa o termo anatomopatológico para gliose na coluna lateral medular - Enquanto o amiotrófica ressalta a intensa atrofia muscular secundária à perda do segundo neurônio Fatores de risco: - idade e o histórico familiar → incidência aumenta a cada década, especialmente após os 40 anos de idade , e a�nge o pico na sé�ma década de vida. - tabagismo, exposição a metais pesados, trabalho manual pesado ou exercício �sico intenso durante a vida e ocupações socioeconômicas mais altas. - Alguns genes que atuam como genes mendelianos na ELA familiar, como SOD1 , C9ORF72 e TARDBP, também podem ser fatores de susce�bilidade de baixa penetrância na ELA esporádica. Fisiopatologia: A fisiopatologia da ELA é caracterizada por degeneração e morte do neurônio motor com gliose subs�tuindo os neurônios perdidos. Neurônios e células gliais em degeneração mostram inclusões intracelulares. Os achados patológicos podem demonstrar células motoras cor�cais em degeneração, medula espinhal atrófica e os músculos afetados com atrofia de desnervação. Quadro clínico: Sintomas do primeiro e segundo neurônio motor - Síndrome piramidal: fraqueza, espas�cidade. hiperreflexia e babinski - Segundo neurônio: atrofia e fasciculações - Acomete inicialmente um único local, mas logo a�nge o corpo por inteiro - A�ngir a musculatura bulbar → disartria, disfonia e disfagia → Nervos glossofaríngeo, vago e hipoglosso - Síndrome do afeto pseudobulbar: exacerbação motora da emoção - Tem preferência para um acome�mento: musculatura ocular extrínseca e os nervos parassimpá�cos sacrais - Demência frontotemporal Diagnós�co: ● Exames complementares: - ENMG de quatro membros com presença de desnervação em mais de um segmento e neurocondução motora e sensi�va normais (exceto quando houver uma polineuropa�a associada); - hemograma completo, ureia, crea�nina, aminotransferases/transaminases (ALT/ TGP e AST/TGO) séricas e tempo de protrombina devem estar dentro da normalidade - Ressonância magné�ca (RM) de encéfalo e junção crânio-cervical, que não deve mostrar lesão estrutural que expliquem os sintomas; - proteína C-rea�va e eletroforese de proteínas séricas, cujo resultado deve estar dentro da normalidade. Tratamento: Existem três aspectos elementares no tratamento medicamentoso da doença. Veja quais são: ● O tratamento básico é feito com o uso de Riluzol. No Brasil, o medicamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – ainda que nos úl�mos anos tenha havido relatos de falta do remédio nas farmácias da rede pública em todo o Brasil. Para o diretor da ABrELA, o impactoda droga em relação à modificação prognós�ca motora, ven�latória e de expecta�va de vida é pouco significa�vo. ● Ensaios clínicos e experiências de diferentes centros de estudos têm se debruçado sobre o Edaravone. O medicamento está sendo testado de maneira limitada, num grupo específico de pacientes com doença em fase inicial e sem envolvimento ven�latório significa�vo. Fármacos como a me�lcobalamina e a L-serina precisam de maior aprofundamento em seus estudos, segundo Pinto. ● Para as formas familiares de ELA (relacionadas aos genes SOD1 e C9ORF72), o neurologista e diretor da ABrELA considera “promissor” o tratamento com oligonucleo�deos an�sense. Síndrome de desmielinização osmó�ca Mielinólise pon�na central Definição: é enfermidade desmielinizante do encéfalo que compromete principalmente a região da ponte, mas que pode a�ngir também regiões extra-pon�nas, caracterizando então a mielinolise extra-pon�na (MEP). - Refere-se à desmielinização aguda observada no cenário de alterações osmó�cas, geralmente devido à rápida correção da hiponatremia . Geralmente ocorre no cenário de distúrbios eletrolí�cos rapidamente corrigidos: - Alcoólatras crônicos - Pacientes cronicamente debilitados - Receptores de transplante Os principais achados clínicos encontrados são: - Encefalopa�a aguda - Quadriparesia espás�ca - Paralisia pseudobulbar: caracterizada por disartria, disfagia, reflexo do vômito hipera�vo e respostas emocionais instáveis. É o resultado de lesões bilaterais no tronco cerebral, com envolvimento dos neurônios motores superiores. - Alteração do nível de consciência / coma Deficiência de vitamina B12 - As manifestações neurológicas associadas à deficiência de vitamina B12 incluem polineuropa�a, mielopa�a, demência e neuropa�a óp�ca. - O diagnós�co laboratorial é feito através da dosagem sérica de cianocobalamina ou homocisteína e da excreção urinária de ácido me�lmalônico. - No estudo anatomopatológico observa-se na microscopia a destruição da mielina e de axônios vistos na substância branca. A região mais comumente afetada é o cordão posterior cervical e/ou torácico. - O tratamento consiste na reposição de vitamina B12 e a resposta depende da gravidade do quadro e do tempo transcorrido entre o inicio dos sintomas e inicio do tratamento. Esclerose múl�pla Definições Doença desmielinizante do SNC de mecanismo inflamatório autoimune, acometendo sub a forma de lesões em placas na substância branca do cérebro, tronco encefálico, cerebelo, medula espinhal e �picamente o nervos óp�co. Fisiopatologia - Fatores que desencadeiam a EM ainda não são bem explicitados na literatura. - Muitos estudos relacionam interações complexas entre gené�ca e fatores ambientais que possam explicar o desenvolvimento e progressão da doença, contudo, ainda não há definição clara sobre tais aspectos. A doença se inicia a par�r da a�vação desregulada do sistema imune com linfócitos T na periferia , ou seja, no sangue periférico e linfonodos. Com isso, há consequente a�vação de linfócitos B e monócitos que atravessam a barreira hematoencefálica e chegam ao SNC gerando reações inflamatórias indesejadas com a produção de citocinas e an�corpos. Tal reação de maneira con�nua ocasiona a desmielinização , com áreas espaçadas que formam os focos cicatriciais - gliose . A perda de função durante um surto da doença ocorre tanto pelo processo inflamatório agudo, quanto pelos efeitos diretos da desmielinização que geram bloqueio da condução dos impulsos nervosos . É possível que o processo inflamatório inicial seja autolimitado e com a resolução do processo agudo exista recuperação de funções durante as fases de remissão da doença. Contudo, com a progressão, recorrência de eventos autoimunes e consequente morte neuronal há formação de placas cicatriciais que variam em diâmetro e localização, determinando as manifestações clínicas em cada fase da doença. Fatores de risco A ação con�nua de alguns fatores, como fatores ambientais de natureza viral, exposição aos raios ultravioleta e menor produção de vitamina D , interferem indiretamente no sistema imunológico, contribuindo para o aparecimento de condições favoráveis para a a�vação da linhagem linfocitária de função Th1 (responsável pelo processo inflamatório da EM) . * Populações com nível socioeconômico mais desenvolvido apresentam maior incidência da doença. *Dessa forma, a industrialização, a poluição, os alimentos industrializados e condimentados, determinariam um desvio da resposta imune para a a�vação da função Th1 Epidemiologia Mais comum em mulheres brancas, na faixa etária entre 20 e 40 anos Padrões A EM é uma doença que pode se apresentar sob quatro padrões: EM Recorrente-remitente (ou Surto-remissão) Como o próprio nome sugere, os sintomas surgem e desaparecem com total recuperação ou deixando mínima sequela. Entre a recorrência (surto) dos sintomas, não há qualquer progressão da doença. Esse é o padrão de apresentação mais comum da EM, acometendo 85% dos portadores. EM Primariamente Progressiva Doença progride lentamente desde a sua instalação, sem a ocorrência de sinais e sintomas de surgimento abrupto (surto). Essa forma representa 15 a 20% dos casos de EM e, diferentemente da forma recorrente-remitente, tende a acometer indivíduos com mais de 40 anos de idade e é mais comum em homens. O quadro clínico clássico é o de paraparesia espás�ca progressiva associada a sintomas neurovegeta�vos (bexiga neurogênica com urgência/urge-incon�nência ou, mais raramente, retenção urinária). EM Secundariamente Progressiva Após o início da doença sob curso recorrente-remitente, existe progressão da doença, com agravamento da incapacidade. Nesse período, pode ou não haver a ocorrência de surtos. Esse padrão acometerá cerca de 50% dos pacientes após 10 anos do início da doença. EM Progressiva Primária com Recorrências (Surtos) Doença progressiva desde o início associada à ocorrência de períodos agudos de piora (surto), com total recuperação ou permanência de sequelas; há progressão da doença entre os surtos. É a forma menos frequente de apresentação. *Surto > 24 hrs * Remissão > 1 mês Quadro clínico Se apresenta de forma remitente-relapsante, onde cada surto se apresenta de forma aguda ou subaguda, com disfunção neurológica focal. - Mono ou hemiparesia - Deficit sensorial localizado (Hipoestesia) - Neurite óp�ca: dor ocular associada a perda da acuidade visual - Diplopia, ataxia, ver�gens e disfunção vesical - Sinais medulares/ sinais cerebelares/de tronco - Neuralgia de trigêmeo Dois ou mais déficits provenientes de diferentes áreas do SNC são a regra, especialmente após história de múl�plos surtos → Lesões cumula�vas Forma progressiva , é menos comum, que leva a uma piora inexorável dos sintomas, que pode ser secundária ou primária *Piora do quadro com o aumento da temperatura corporal, chamado de sinal de Uhthoff , que tende a ser reversível *Doença tende a evoluir com disfunção motora grave dentro de 5 anos *Sinal de Lhermi�e é uma sensação de choque “elétrico” que desce da região cervical para os membros inferiores, desencadeada pelos movimentos de flexão e extensão da cabeça Diagnós�co - Quadro clínico -Podendo ao não pedir exames de imagem por RM e pela punção lombar PRINCIPAL CRITÉRIO → envolvimento de duas ou mais áreas dis�ntas do sistema nervoso central, com intervalo de 1 mês entre o surgimento de cada lesão, na ausência de outras explicações para o quadro. Dados complementares para o diagnós�co: (1) RM com envolvimento da substância branca geralmente periventricular, bilateral e simétrico *Acome�mento �pico unilateral do nervo óp�co. (2) Exame de potenciais evocados: pesquisa de condução neuronal alterada nas regiões cujo acome�mento pela EM é �pico (3) Punção lombar: líquor mostra bandas oligoclonais de IgG Duas classificações devem ser mencionadas: critérios clínicos de Schumacher et al. (1965) e critérios do Painel Internacional de McDonald et al . (2001). Exame de imagem A ressonância magné�ca é o exame indicado para auxiliar na confirmação diagnós�ca da EM e pode apresentar padrões diversificados de lesões à substância branca do SNC. TEM QUE SER COM CONTRASTE * Esse exame evidencia tanto lesões com indícios de inflamação aguda quanto manifestações crônicas pela formação de placas desmielinizadas como veremos a seguir. Tratamento Surto -Remissão Surtos → Me�lprednisolona em pulsoterapia 1g IV por 3 a 5 dias, seguido de prednisona VO (Cor�coide ou plasmaférese) Terapia crônica → Interferon beta 1a, inteferon beta 1b ou acetato de gla�râmer 1. Fingolimode: medicação oral que evita a saída dos linfócitos dos linfonodos 2. Ocrelizumabe: an�corpo monoclonal de aplicação endovenosa semestral, leva a depleção de linfócitos B 3. Alentuzumabe: an�corpo monoclonal de administração em dois ciclos com intervalo de 1 ano, leva a depleção de linfócitos T e B 4. Cladribina: medicação oral, cuja administração é realizada em dois ciclos anuais (depleção imune de linfócitos B e T) 5. Natalizumabe: an�corpo monoclonal de aplicação endovenosa mensal que impossibilita a entrada dos linfócitos dentro do sistema nervoso central. Miastenia gravis Definições Bloqueio de transmissão neuromuscular causado por autoan�corpos contra o receptor de ace�lcolina presente na membrana pós-sináp�ca das placas motoras, é uma doença da junção neuromuscular. *Em casos soronega�vos para esse an�corpo podem ser causados por autoan�corpos contra a proteína chamada quinase músculo específica Os fatores precipitantes para miastenia grave incluem - Infecção - Cirurgia - Certos medicamentos (p. ex., aminoglicosídeos, quinina, sulfato de magnésio, procainamida, bloqueadores dos canais de cálcio inibidores do checkpoint imunológico) Epidemiologia Acomete mais mulheres, nas faixas etárias de 20 a 30 anos e entre 40 e 50 anos em homens, sua incidência aumentando em idosos Fisiopatologia Uma reação autoimune aos receptores de ace�lcolina, que promove alterações estruturais na membrana pós-sináp�ca, mediada pelo sistema complemento, levando a uma “resistência à ace�lcolina”, dificultando a a�vação musculares, levando a fraqueza, com um padrão �pico chamado de decremental, com melhora ao repouso. *Em jovens tem relação direta com doenças do �mo Formas raras - A miastenia ocular grave envolve apenas os músculos extraoculares. Representa cerca de 15% dos casos - A miastenia congênita é uma doença autossômica recessiva rara que começa na infância . Ela não é imunomediada e resulta de anormalidades pré-sináp�cas ou pós-sináp�cas, incluindo: ● Resíntese reduzida da ace�lcolina devido à deficiência de colina ace�ltransferase ● Deficiência de ace�lcolinesterase da placa terminal ● Anormalidades estruturais no receptor pós-sináp�co ● A o�almoplegia é comum nos pacientes com miastenia congênita. - A miastenia neonatal a�nge 12% dos filhos de mães com miastenia grave. Decorre de an�corpos para IgG que atravessam passivamente a placenta. Causa fraqueza muscular generalizada, que melhora em dias a semanas, à medida que os �tulos de an�corpos diminuem. Assim, o tratamento costuma ser de suporte. Quadro clínico (1) Preferência para a musculatura ocular (2) Fadigabilidade - Ptose e diplopia ao longo do dias - Fraqueza na musculatura bulbar leva a disartria e disfagia - Comprome�mento da mímica facial (fácies miastênica) - Com o tempo surge fraqueza muscular dos membros - São comuns exacerbações e remissões *Pode ocorrer transmissão placentária destes an�corpos, levando a miastenia neonatal. ● A crise miastênica : uma quadriparesia grave e generalizada ou fraqueza da musculatura respiratória potencialmente fatal, ocorre em cerca de 15 a 20% dos pacientes pelo menos uma vez na vida. Em geral, decorre de infecção intercorrente que rea�va o sistema imunitário. Depois de iniciada a insuficiência respiratória, pode ocorrer rapidamente insuficiência respiratória. ● Crise colinérgica: é fraqueza muscular que pode resultar quando a dose de fármacos an�colinesterásicos (p. ex., neos�gmina, piridos�gmina) é excessivamente elevada. Pode ser di�cil diferenciar uma crise leve de miastenia que se agrava. A crise colinérgica grave geralmente pode ser diferenciada porque, ao contrário da miastenia gravis, resulta em fasciculações musculares, aumento de lacrimação e salivação, taquicardia e diarréia. Diagnós�co - Quadro clínico: fraqueza associada à rápida fa�gabilidade é extremamente suges�va de miastenia - Exame: dosagem de an�corpos an�-AChR e eletroneuromiografia (padrão decremental) - Teste do edrofônio (Tensilon) Tratamento - Fármacos an�colinesterásicos para aliviar os sintomas - Cor�coides, tratamentos imunomoduladores (p. ex., IGIV, plasmaférese), fármacos imunossupressores e �mectomia para diminuir a reação autoimune - Cuidados de suporte Tratamento sintomá�co Fármacos an�colinesterásicos são a base do tratamento sintomá�co, mas não alteram a evolução da doença de base. Além disso, raramente aliviam todos os sintomas e a miastenia pode se tornar refratária a esses fármacos. → Piridos�gmina é iniciada na dose de 60 mg por via oral a cada 3 ou 4 horas, e �tulada até a dose máxima de 120 mg/dose com base nos sintomas. Quando é necessário tratamento parenteral (p. ex., em decorrência de disfagia), pode-se usar neos�gmina (1 mg = 60 mg de piridos�gmina) em subs�tuição. Fármacos an�colinesterásicos podem causar cãibras abdominais e diarreia, que são tratadas com atropina oral, 0,4 a 0,6 mg (administrada com piridos�gmina ou neos�gmina), ou propantelina, 15 mg, 3 a 4 vezes ao dia. Os pacientes que responderam bem ao tratamento e então se deterioram exigem suporte respiratório porque eles podem ter crise colinérgica e os an�colinesterásicos devem ser interrompidos por vários dias. Tratamento imunomodulador Os imunossupressores (p. ex., cor�coides, aza�oprina, ciclosporina) interrompem a reação autoimune e tornam lenta a evolução da doença, mas não causam alívio rápido da sintomatologia. Assim, pacientes com crise miastênica exigem tratamento com IGIV ou plasmaférese. Depois de ser administrada IGIV, 400 mg/kg, uma vez ao dia, por 5 dias, 70% dos pacientes melhoram em 1 a 2 semanas. Os efeitos podem durar 1 a 2 meses. Troca de plasma (p. ex., 5 trocas de 3 a 5 L de plasma durante 7 a 14 dias) pode ter efeito semelhante. Os cor�coides são necessários como tratamento de manutenção em váriospacientes, mas apresentam pouco efeito imediato na crise miastênica. Mais da metade dos pacientes piora agudamente após o início de altas doses de cor�coides. Inicialmente, administra-se prednisona 10 mg por via oral uma vez ao dia; a dose é aumentada para 10 mg por semana até 60 mg, que é administrada durante cerca de 2 meses e então reduzida lentamente. A melhora pode demorar vários meses; depois, deve-se reduzir a dose ao mínimo necessário para controle dos sintomas. *A �mectomia pode ser indicada para pacientes com miastenia generalizada com < 80 anos de idade; deve ser realizada em todos os pacientes com �moma. Subsequentemente, ocorre remissão em 80%, ou o fármaco de manutenção pode ter sua dosagem reduzida. Tétano Definições O Tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pela ação de um dos componentes da exotoxina do Clostridium tetani sobre as células nervosas do Sistema Nervoso Central (SNC). A doença é caracterizada por hipertonia da musculatura estriada, generalizada ou não , acometendo, preferencialmente, os seguintes músculos: masseteres (trismo), musculatura paravertebral (opistótono), músculo da nuca (rigidez da nuca), músculo da parede anterior do abdome (rigidez abdominal), musculatura dos membros (predominando as dos membros inferiores). Quadro clínico - Manutenção do nível de consciência - Hipertonia muscular - Espasmos - Insuficiência respiratória aguda - Disautonomias - Primeiro sinal normalmente é o trismo *Doença de no�ficação compulsória Porta de entrada: trauma de MII, quimaduras, trauma com materila enferrujado, pé diabé�co, gangrena gasosa (anaerobiose), úlceras, infecções de ouvido médio, aborto sép�co, infecções dentárias. → Reconhecer a porta de entrada para um desbridamento Epidemiologia - Mais comum em países de menor desenvolvimento - Com menor cobertura vacinal - 1000000 de casos - ano no âmbito global - Mais frequentes durante a primavera e o verão - Maior parte dos indivíduos são acima de 60 anos, diante da falta da dose de reforço E�opatogenia - Bactéria obrigatoriamente anaeróbica GRAM + - Resistente a condições adversas de dessecamento e temperaturas extremas > 120° - Vegeta�vo → condições de anaerobiose → Esporos → produção de toxinas - Esporos presentes em carpetes, solos e fezes - todos estes são focos tetânicos Musculatura e tecidos moles peri lesionais → Contaminações com a bactérias → Produção de toxinas na anaerobiose → Toxina segue para a junção neuromuscular → Penetra no axônio dos neurônios motores → Sistema axonal de transporte retrógrado da toxina se espalhando → Corno anterior da medula espinhal (sintomas) → Penetra em neurônios inibitórios mediadores de glicina e GABA, perdendo sua inibição. - Mias disparos neuronais - Hipertonia e contração crônica - Contrações da musculatura agonista e antagonista = espasmos musculares *Fixação da toxina é irreversível até 3 semanas *Disautonomia não se reconhece o surgimento fisiopatológico Classificação *Período de incubação em geral é 7 dias, quanto menor estes períodos pior o prognós�co. Diagnós�co - Trismo - Aumento da CPK (INESPECÍFICO) - Histórico vacinal inadequado Tratamento Tratamento inespecífico: relaxamento muscular + sedação + Benzodiazepínico + Curare (Bloqueador neuromuscular) + Barbitúricos - Cateter central, sonda vesical de demora, SNG (somente se está intubado) - Traqueostomia após intubação - Controle da disautonomia - TIG: IMUNOGLOBULINA ANTITETÂNICA 5000 UI IM - debridamento do foco após 1 hora, com uso perilesional de TIG ou SAR - An�bió�co: Metronidazol ou Penicilina Cristalina - Vacinação Revisão morfofisiologia cerebelar Funções: Regula os movimentos do membros e dos olhos e a manutenção da postura e do equilíbrio , parte desta também par�cipa regulação superiores do encéfalo , incluindo linguagem, cognição e emoção. (memória motora) Localização: posição dorsal à ponte e ao bulbo, dos quais está separado pelo quarto ventrículo, logo abaixo da tenda do cerebelo (infratentor Estrutura: consiste em dois hemisférios cerebelares expandidos e conectados medialmente pelo verme do cerebelo, é dobrada em m chamadas folhas , separadas por sulcos profundos, denominados fissuras. Cada hemisfério cerebelar é subdividido em três lobos: os grandes lobos anterior e posterior ( movimento dos membros ), e o pe floculonodular ( equilíbrio, cabeça, olhos e postura ). Possui três regiões: córtex externo de substância cinzenta , substância branca intern como árvore da vida e substância cinzenta profunda que cons�tui os núcleos cerebelares. 1) Córtex cerebelar Camada molecular Formada por células estreladas e células em cesto (fibras em direção paralela) Camada de células de purkinje Células de purkinje inibitórias dos núcleos cerebelares Camada granular Formada de células granulares e células de golgi Classes de interneurônios inibitórios: células estreladas e células em cesto, além das células de purkinje Classe de interneurônios excitatórios: fibras musgosas, fibras trepadeiras e células granulares (glutamato) 2) Núcleos cerebelares Dentado→ maior dos núcleos, Fas�gial → Interpósito → emboliforme + globoso Destes núcleos saem fibras eferentes do cerebelo e neles chegam os axônios das células de purkinje e colaterais das fibras musgosas . 3) Corpo medular Cons�tuído de substância branca e formado por fibras mielínicas → Fibras aferentes ao cerebelo: penetram nos pedúnculos cerebelares e se dirigem ao córtex. → Fibras formadas pelotas axônios das células de purkinje: dirigem-se aos núcleos centrais Divisão anatômica Divisão funcional Corpo do cerebelo Zona lateral Zona intermédia Zona medial Cerebrocerebelo Espinocerebelo Espinocerebelo Lobo floculonodular - Ves�bulocerebelo VESTIBULOCEREBELO (Arquencéfalo– Lobo flóculo nodular) → Aferências: fascículo ves�bulocerebelar → núcleos ves�bulares → Informações da partes ves�bulares do ouvido interno e sobre a posição da cabeça → Eferências: Células de purkinje → lobo floculonodular → Núcleos ves�bulares medial e lateral ● Lateral- modula os tratos ves�buloespinhais lateral e medial → musculatura axial e extensora dos membros ● Medial- modula o fascículo longitudinal medial → movimentos oculares e coordenação dos movimentos da cabeça Funções: equilíbrio, marcha, movimento dos olhos e movimentos da cabeça. ESPINOCEREBELO (Paleocerebelo) → Aferências: Trato espinocerebelar anterior e trato espinocerebelar posterior Posterior → Adentra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior → transmite informações propriocep�vas, grau de contração muscular, posições e velocidades dos movimentos. Anterior → Adentra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior → transmite sinais motores, avaliar o grau de a�vidade do trato cor�coespinhal → Eferências: ● Células de purkinje da zona intermédia → núcleo interpósito (emboliforme + globoso) → fibras para o núcleo rubro e para o tálamo. Núcleo rubro → via interpósito-ruborespinha Tálamo → áreas motoras do córtex cerebral (via interpósito-tálamo-cor�cal) Através destes dois tratos cerebelo exerce sua influência sobre os neurônios motores da medula situados do mesmo lado (ipsilateral) Função: controle dos músculos distais, responsáveis por movimentos delicados/finos ● Células de purkinje da zona medial → núcleos fas�giais → Trato fas�giobulbar (Fibras fas�gio-bulares e fas�gio-re�culares) Fibras fas�gio-bulares → núcleos
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