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e-Book 4 Telson Vieira Alves ANÁLISE E MODELAGEM DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 ORGANIZAÇÃO ORIENTADA POR PROCESSOS ��������������������������������������������������� 5 EPM NA ORGANIZAÇÃO POR PROCESSOS 14 TECNOLOGIAS BPM ������������������������������������27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������39 3 INTRODUÇÃO Quando pensamos em estrutura organizacional, o conceito mais aplicado são as estruturas tradicionais baseadas em funcionalidades geográficas ou por produto, mas, pensar em uma organização orienta- da por processos não inviabiliza essas estruturas mais tradicionais. Por esse motivo, a organização que se pauta pela orientação por processos com- plementa essa estrutura e consegue focar ainda mais no que realmente importa: o cliente. Importante ressaltar que há a introdução de novos papéis organizacionais que precisam de suporte nos novos modelos a serem implantados e também maior envolvimento das lideranças executivas para essa mudança de cultura. Os processos são práticas antigas (mesmo que implicitamente), mas não eram automatizados. A qualidade e as medições implantadas ao longo do tempo trouxeram grandes modificações e vanta- gens ao gerenciamento de processos. A reengenharia mudou a forma de pensarmos em processos. Com a ideia ponta a ponta e com a evolução dos sistemas computacionais, houve uma derrubada nos ciclos organizacionais. Com isso, automatização e simulações fizeram com que os processos de negócio pudessem ser monitora- 4 dos ponta a ponta e melhorados continuamente. Falamos hoje de computação em nuvem, na qual é permitida (e quase obrigatória) a interação entre os parceiros de negócio, ao longo da cadeia de valor. As tecnologias de BPM dão suporte ao ciclo de processos de negócio e à implementação de es- tratégias para operacionalizar, desenhar, executar e controlar os processos. 55 ORGANIZAÇÃO ORIENTADA POR PROCESSOS Mudanças são difíceis e complexas. Mencionamos isso anteriormente. Mudar a abordagem do negócio é muito difícil e, principalmente, desafiador. E o que seria uma organização orientada por processos? Segundo a ABPMP (2013), a organização orienta- da por processos é uma organização estruturada, organizada, mensurada e gerenciada em torno de seus processos de negócio. Hoje, as organizações mais modernas, que são referência em seus mercados, estruturam seus processos de negócio focados nas interfuncio- nalidades e buscam, incessantemente, a melhoria contínua para se manterem no topo do mercado e isso passa por alguns pontos importantes. Na orientação por processos, o entendimento ponta a ponta de como a organização funciona é obrigatório, pois, sem esse conhecimento, não é possível orientar o sentido certo do processo. Foco no cliente é outro fator fundamental para essa orientação, na qual, quando a necessidade de mudanças rápidas aparecerem, você sabe o caminho e o foco para iniciar a mudança. 66 Sabemos que essa realidade de orientação por pro- cessos está distante da maioria das organizações. As estruturas organizacionais ainda navegam no gerenciamento hierárquico de recursos e de suas responsabilidades, com o foco gerencial de cima para baixo, com controle individual de trabalhadores e análise ou medição por conjuntos específicos de tarefas. Atribuição e responsabilização horizontal para a entrega de valor ao cliente é o que as organizações por processos querem. Isso exige um desenho de processos elaborado, documentação padronizada, medição de desempenho e transformação de es- trutura de negócio. Os novos papéis trarão apoio a quem realmente executa o processo, não mais focado apenas em comando e controle. Entretanto, as estruturas mais tradicionais também são valiosas e trazem resultados importantes para a organização, além de manter o funcionamento do negócio. Por isso, não pense em descartar tudo o que foi construído e fazer mudanças da noite para o dia. O primeiro passo é criar uma cultura voltada para processos, na qual todos sejam inseridos nos processos de forma uniforme e consistente, ou seja, o desenvolvimento humano é o passo principal de diversos itens que devem ser considerados. 77 Liderar dando autonomia e liberdade é fundamental para a cultura. Nela a ideia de equipe surge natu- ralmente, os conceitos de melhoria contínua estão enraizados nas equipes, inovação e transparência sobre o desempenho são estimulados, e a merito- cracia é percebida por todos. Essa cultura leva à maturidade da organização, na qual todos entendem seus papéis no processo de negócio, existe clareza no valor do processo para o cliente, no registro dos resultados, nas habilida- des exigidas para o cumprimento de tarefas ou atividades, e para lidar com os novos papéis da orientação por processos. Atenção aos conceitos e abordagens como: Sistema Toyota de Produção (Japão, anos 1950), Cadeia de Valor de Porter (anos 1980), e Reengenharia (anos 1990). Esses conceitos impulsionaram a orientação por processos. Pesquise sobre eles na internet. Com o avanço das tecnologias e de sistemas, como o ERP (Enterprise Resource Planning), a orientação por processos teve sua integração com sistemas computacionais. As transformações impostas pelos sistemas ERP estavam pautadas nos processos e não na tecnologia; com isso, muitas organizações FIQUE ATENTO 88 falharam ao pensar que deveriam focar a tecno- logia, quando deveriam se voltar para processos. O ERP foi um ponto de ruptura tecnológica que forçou integrações entre funções tradicionais de negócio, evidenciando a necessidade de maior orientação por processos. As organizações orientadas por processos possuem papéis em seus diversos níveis de desenvolvimento que suportam, executam ou transformam. Vale ressaltar que o trabalho é coletivo e uma única pessoa não tem condições de desempenhar to- das as atividades. A conclusão fundamental é o entendimento conceitual desses papéis, de suas responsabilidades, e por qual motivo são impor- tantes. Vamos analisá-los: Dono do Processo – explicitar a responsabilidade do processo interfuncional surge como dimensão governada pelos donos dos processos. Dono de processos pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas com a responsabilidade e a prestação de contas pelo desenho, execução e desempenho de um ou mais processos de negócio. A propriedade dos processos pode ser uma responsabilidade em tempo integral ou parcial. (ABPMP, 2013, p. 303) 99 Seu papel é fundamental na implantação do BPM pelo processo de ponta a ponta, e sua respon- sabilidade é fazer com que o processo atenda o desempenho e a satisfação do cliente. Mas outros deveres também lhe são atribuídos, tais como: patrocinar esforços de transformação, integrar resultados de processos com o de outros donos de processos, defender prioridades de processos e comparar desempenho de processos. Para que consigam cumprir tudo o que é de sua responsabilidade, os donos de processos devem envolver partes interessadas e especialistas no desenho ideal de processos de negócio, bem como assegurar que o processo esteja alinhado com os objetivos estratégicos da organização, e ser a figura central do processo no sentido de garantir, facilitar, colaborar e patrocinar todas as iniciativas de negócio e tecnologias envolvidas no processo. Também é sua responsabilidade a prestação de contas pelo desenho de processos, sobre o de- sempenho de processos, e pela defesa e suporte de processos. Importante entender que o dono de processo interfuncional responde às lideranças funcionais, conforme o fluxo evolui. Não sendo interfuncional, eles respondem diretamente à liderança executiva. 1010 Instância de Processo – o responsável pela instância do processo cuida de um ciclo de processo, ou seja, é ele quem cuida ou se responsabiliza pela operacio-nalização. Dentro do mesmo processo, pode haver vários responsáveis pelas instâncias de processo. Imagine que você é o dono do processo de uma companhia aérea e tem de garantir que o passageiro chegue ao seu destino, de forma eficiente e eficaz. Esse processo é feito inúmeras vezes, durante o dia, por um responsável que cuida de cada ciclo de processo. O responsável pela instância de processo pode ser um gerente ou gestor de atendimento. Gerente de Processos – coordena e gerencia o desempenho dos processos, no dia a dia, e lidera iniciativas de transformação de processos. Garantir o monitoramento, o controle e a eficácia de um ou mais processos é sua responsabilidade. Como um guardião de processos, esse gerente apoia gestores funcionais para operação correta do processo, faz o controle das necessidades dos processos, faz reporte de dados para os donos do processo, propõe ações corretivas, lidera equipes nas requisições de mudança e transformações de processos. Analista de Processo – realiza trabalhos de análi- se de processos e apoia o desenho de processos em iniciativas de transformação. Com habilidades em entendimento, documentação e padrões de 1111 desempenho de processos, esse profissional cria os modelos atuais e faz as avaliações pertinentes, sugerindo melhorias de transformação. Sua responsabilidade pode passar por todas as fases do ciclo de vida do processo de negócio – modelar o processo, diagnosticar problemas, analisar o desempenho, priorizar solicitações e implementação de mudanças. Designer de Processos – desenha novos processos e transforma processos de negócio. A principal função do designer de processos é garantir o alinhamento dos processos com as políticas do negócio e seus objetivos gerais. Suas principais responsabilidades passam por: desenho do futuro processo, simulação de suas alternativas, adequa- ção à necessidade do negócio, melhoria na forma de automação e gerenciamento do processo. Arquiteto de Processos – é o agente de desenvolvi- mento de uma arquitetura corporativa de processos. Esse profissional implementa e ajuda a manter todos os processos de negócio da organização, suas metodologias, referências e seus devidos padrões. Suas principais responsabilidades são: desenvolvimento da arquitetura de processos, ex- clusão ou alterações nessa arquitetura, alinhamento do processo com sistemas, desenvolvimento e manutenção dos padrões associados a processos. 1212 Representantes Funcionais – são os membros das equipes funcionais que executam as atividades do processo de negócio. Suas responsabilidades estão atreladas ao desenvolvimento de competências da área funcional, bem como a retenção de talentos, estrutura dos papéis das equipes, manutenção e criação de procedimentos operacionais e a garantia do alcance das metas. Analista de Negócios – é o agente responsável por levantar os requisitos dos processos e propor as melhores soluções de tecnologia da informação. Com a capacidade de determinar qual é o problema do negócio e descobrir sua solução, esse profissional deve possuir uma perspectiva macro do negócio, para entender como diferentes peças funcionam integradas, tratando choques de realidade que as inovações possam causar, além de realizar estudos de viabilidade de negócios e inovações. As organizações devem ter uma estrutura clara de governança para fornecer direcionamento e esclarecer limites de alçada de decisão, para ha- bilitar transformação de processos interfuncionais e intrafuncionais ou programas de gerenciamento bem-sucedidos. (ABPMP, 2013, p. 316) A governança aplicada a processos implica em como os processos funcionam, controlam e trans- formam as suas relações com o valor entregue 1313 ao cliente. É preciso buscar um equilíbrio entre o controle e a flexibilidade, dessa forma, o consenso das regras de governança é fundamental. Criar regras e padrões para gestores é fator de sucesso para a governança de processos. Conforme a jornada de processos avança e a organização aumenta sua maturidade em proces- sos, é necessário constituir um Conselho de BPM, composto de líderes executivos, líderes funcionais e donos de processos, com a missão de resolver problemas de integração interfuncional, conflitos entre processos, recursos, alinhamentos, metas e estratégias da organização. Outra forma de negociar divergências, conflitos de prioridades e interesses funcionais é a criação de um Comitê de Processo, no qual os gerentes de processos e gestores funcionais participem. Já um Escritório de Processos é mais centrado em como o conteúdo dos processos é gerenciado – definindo princípios, práticas, padrões, ferramentas, métodos, cultura, orientação, treinamento, governança, inovação e mudanças. Uma de suas principais atri- buições é definir prioridades de alocação de recursos voltados para a transformação de processos. Com isso, padronizam-se as metodologias e tecnologias para garantir um significativo e importante aumento de maturidade em processos. 14 EPM NA ORGANIZAÇÃO POR PROCESSOS EPM (Enterprise Process Management), ou o Gerenciamento Corporativo de Processos, inclui estratégias, valores, culturas, estruturas, papéis, processos completos ponta a ponta, metas, de- sempenho, indicadores, tecnologia e pessoas. Quando falamos em Gerenciamento Corporativo de Processos, nos referimos à aplicação de mé- todos, práticas e demais princípios do BPM nos processos de negócios da organização, em que é assegurada a sinergia do portfólio de processos e sua arquitetura de processos com as principais estratégias organizacionais. Isso, bem como os demais recursos, proporcionam um forte ambiente de governança de todas as iniciativas de BPM da organização. Com sua essência integradora e com o foco cen- trado no cliente, o EPM tem como principal respon- sabilidade zelar pelo desempenho dos processos interfuncionais da organização. Um ingrediente fundamental para o gerenciamento corporativo de processos é a medição do que realmente importa, com foco no cliente – isso visa a criar um meca- nismo importante para o engajamento de pessoas 15 na organização e o fortalecimento de uma cultura de processos. A organização interna da companhia não faz di- ferença para o cliente, porém, o resultado dessa organização impacta diretamente o que o cliente busca ou quer. Almejar entregas perfeitas, logo na primeira vez, é fundamental para os processos de negócio garan- tirem à organização o cumprimento das estraté- gias de negócio e o posicionamento de liderança no mercado. Para isso, as organizações devem medir e gerenciar o desempenho dos processos interfuncionais que agregam valor para os clientes. A cadeia de valor é o alicerce do EPM, pois requer que o fornecimento de produtos e serviços para os clientes esteja definido, melhorado e gerenciado de forma integrada. É fundamental que a menta- lidade da equipe esteja voltada para a gestão por processos. Reforçamos alguns objetivos fundamentais para o gerenciamento de processos na organização: y Saber o que agrega valor para o cliente e quem são esses clientes; y Conhecer os processos interfuncionais que realmente agregam valor para o cliente; 16 y A estratégia organizacional deve estar voltada a e alinhada com os processos interfuncionais de negócio; y Destacar os responsáveis pelas transformações e gerenciamento dos processos interfuncionais; y Definir métricas de desempenho e que tragam a visão para o cliente. Na linha de governança, temos o gerenciamento de portfólio de processos, onde são estabelecidas as prioridades de transformação dos processos da organização, que avalia a priorização de investi- mentos e traz as melhores iniciativas de mercado. Ainda sobre a boa gestão de portfólio de proces- sos, ela é fundamental para que haja priorização eficiente dos processos com iniciativas voltadas para melhoria, partindo sempre da análise de de- sempenho e do controle rigoroso dasinformações gerais. Dessa forma, garantiremos que os objetivos estratégicos sejam atendidos e que os esforços caminhem para o sucesso organizacional. No dia a dia, nossas ações são centradas em melhorias e na resolução de problemas. Nada de errado nisso. No entanto, quando falamos de processos, essa prática pode gerar quebras, rupturas e queda de produtividade, com a criação de regulações não voltadas ao trabalho real, sem haver uma transformação de todo o processo, e 17 sem aprovação por parte dos demais envolvidos. Essa situação normalmente acontece quando mu- damos nossa atividade individual, para melhorar o processo, mas não avisamos ninguém. Para a real construção de um modelo centrado em processos, devemos pensar se vale a pena fazer algo (e se vale a pena fazer direito), pois é preciso entender o efeito que a cadeia de valor produz e não impactar negativamente todo o negócio. Deve-se ter uma visão do processo como um todo ou, pelo menos, rastrear o trabalho e construir modelos de processos de alto nível nas áreas que serão transformadas. O BPM é justamente sobre a transformação rápida e constante. Na prática, é preciso trabalhar nas atividades antecessoras (que alimentam o processo a ser transformado); depois trabalhar nas atividades sucessoras, e verificar os entregáveis de trabalho. A ferramenta SIPOC, mencionada anteriormente, ajuda bastante nesse sentido, pois evita danos a outros processos, gerando menor necessidade de mudanças. Outra ferramenta importante é o repositório de processos, isto é, a localização central, o armaze- namento de informações sobre as operações da organização. É elementar que haja apenas uma referência, para que a comunicação seja consis- 18 tente e segura. Nele constam as definições de qual é o processo, da forma como deve ser aplicado, a responsabilidade de sua execução, quais suas entradas e todos os resultados para complemento do processo. O gerenciamento do repositório de processos engloba as atividades de armazenamento, gerenciamento, relacionamentos, habilitadores, atributos, regras de negócio, medições de desempenho e modelos de conhecimento de processos. É certo que o BPM gera uma mudança de paradig- ma. Esta passa pela mudança de visão do negócio, ou seja, observar de fora para dentro fará com que sejam identificados os processos primários e as medições-chave de requisitos dos clientes. Na prática, devemos sempre atribuir nomes ao processo ponta a ponta, pois isso facilitará a sua identificação e modificará a mentalidade dos envol- vidos, objetivando uma orientação verdadeiramente voltada ao processo. A clareza de definição do início do processo, as funções envolvidas, o que será entregue, o que será medido de desempenho, e tudo o que envol- ve o processo ponta a ponta deve estar bastante transparente para todos da organização. Não consuma muito tempo em busca da perfeição, pois isso não existe em processos. Enfoque a coleta 19 de informações de valor, faça um workshop produ- tivo (e de poucos dias) para o desenvolvimento de um modelo, que servirá de base para as próximas etapas. Siga evoluindo a partir desse modelo e criando novos modelos. Podemos fazer um paralelo com a ideia dos Prin- cípios Ágeis, que são utilizados atualmente, nos quais a prioridade é satisfazer o cliente por meio da entrega, o quanto antes (prazos curtos para entregas), utilizando a vantagem competitiva para o cliente; com trabalho colaborativo, um ambiente e o suporte de que os colaboradores precisam para desenvolvimento, e confiança para realiza- rem suas atividades, com atenção à excelência e simplicidade. Quando falamos em medições, a obtenção de dados reais e coletados instantaneamente so- bre tempo, custo, capacidade e qualidade são preponderantes para que as medições tragam o retrato do processo. Algumas armadilhas devem ser evitadas, tais como: insuficiência de franqueza ao medir, falta de aceitação interna dos dados, e excesso ou ausência de medições. Construa um plano de ação, quando fizer qualquer tipo de alteração no processo, e indique o que terá de ser transformado, bem como quem irá conduzir a transformação. 20 Entender e buscar as principais experiências e os recursos externos à organização é enxergar o que acontece de melhor em outras empresas e, com isso, as melhores práticas do mercado podem aprimorar a qualidade dos seus processos. Essa busca pode trazer, ainda, ganho de tempo, de recursos, e permitir um melhor resultado para a transformação dos processos. A aprendizagem organizacional deve englobar estu- dos, diretrizes e orientações para que a organização possa aprender melhor e em menor espaço de tempo, obtendo e mantendo vantagem competitiva e considerando aspectos relevantes, como questio- namento, experimentação, comunhão de propósitos, visão comum, combinação de diferentes pontos de vista para aumentar a compreensão da questão ou tema a ser tratado. (ABPMP, 2013, p. 339) Vamos tratar de alguns dos modelos de referência mais utilizados. Framework de Classificação de Processos (PCF – Process Classification Model) – permite uma comparação dos processos de negócios organiza- cionais, partindo do alto nível do processo e de seu modelo genérico, podendo também ser chamado de Benchmarking. Esse modelo consiste em quatro fases: Preparar – Planejar – Implementar – Fazer. 21 Modelo de Referência de Valor (VRM – Value Refe- rence Model) – oferece suporte e viabiliza o plane- jamento e a governança da execução da cadeia de valor, integrando quatro áreas de interesse: gestão organizacional, desenvolvimento de produtos, inte- gração da cadeia de suprimentos e gerenciamento de relacionamento com o consumidor. Esse modelo traz apoio e suporte aos problemas nas unidades de cadeias ou redes, dentro das cadeias ou entre elas; com isso, é fundamental o planejamento, a governança e a execução dos fluxos, para que haja um aumento do desempenho de toda a cadeia e uma evolução continuada dos processos. Modelo de Referência de Operações da Cadeia de Suprimentos (SCOR – Supply Chain Operations Reference-model) – integra os conceitos bem co- nhecidos de engenharia de processos de negócios, benchmarking, medição de processos e design organizacional, em uma estrutura multifuncional. Os três principais pilares desse modelo são: mo- delo de processo eficiente, medir de forma correta o desempenho do processo, e a implementação das melhores práticas de mercado. Há ainda uma divisão por cinco grupos: planejamento, suprimento, execução, entregas e retorno. 22 Biblioteca de Infraestrutura para a Tecnologia da Informação (ITIL – Information Technology Infrastructure Library) – trata-se de um extenso conjunto de publicações com as melhores práticas para o gerenciamento de serviços de Tecnologia da Informação. Vale ressaltar que todos os modelos servem como ponto de partida para a organização basear sua concepção e ideia de processos, e são parte importante para o gerenciamento corporativo de processos. Modelos de referência e estruturas de trabalho servem de guias para a definição de processos e não devem ser uma camisa de força. A experiência mostra que, na operação, os executores sempre arrumarão formas de desatar um nó para cumprir com suas metas, mesmo que tenham de criar cená- rios fictícios para mostrar que continuam vestindo a camisa de força: “Você quer saber dos processos para USO ou dos processos para a ISO?” é uma pergunta não rara que executores fazem durante a modelagem do “AS-IS”. (ABPMP, 2013, p. 341) Medir maturidade (ou avaliar se os processos estão maduros) não é tarefa fácil, porém, uma organização madura consegue lidar muito melhor com os riscos e demais problemas que surgem. Empresas maduras têm uma linguagem comum 23 de negócio, conseguem ter melhor visibilidade de como as coisas funcionam, seus indicadores quantitativos e conceitos de melhoria são bem preparados e construídos. Entender ondea organização está hoje e aonde ela pretende chegar em seus processos também revela em qual grau de maturidade ela se encon- tra. A maturidade de processos é alta quando os processos estão claramente definidos; são admi- nistrados facilmente, medidos de forma correta, controlados com eficiência e buscam sempre sua otimização. Assim, podemos entender a maturidade comparando o estado atual da empresa com as práticas adotadas pelos modelos de maturidade vistos nas organizações. A adoção de um modelo de maturidade de processos deve estar de acordo com a realidade vivida pela organização, porém, é importante que um modelo seja adotado e que seja difundido para todos os seus membros. Uma curva de maturidade em processos pode ajudar a medir o estado dos processos organiza- cionais. Quando observamos o estado atual dos processos de negócio no contexto da curva de maturidade em processos, a organização pode determinar se os seus processos estão no estado Inicial (Ad-hoc), Definido, Controlado, Arquitetado 24 ou Gerenciado Proativamente e determinar onde concentrar esforços, de acordo com o desenvol- vimento da capacidade de negócio. Vamos estudar cada uma das etapas de maturidade apresentadas acima. Inicial (Ad-hoc) – não há quase nenhuma compreensão dos processos e da interfuncionalidade da organiza- ção, com pouca noção do valor que ela entrega ao cliente. Nesse estado, há perda de clientes e baixa satisfação com os produtos ou serviços entregues; os colaboradores têm baixa satisfação no trabalho e falta de engajamento; os gestores não têm boa visibilidade da operação ou para reter talentos; os papéis não são claros nos processos; o número de retrabalho é alto; há pouca evolução dos projetos de tecnologia e sem entrega do valor esperado. Definido – para avançar para esse estado é preciso investimento nas capacidades que apoiam o plane- jamento. Aplicar o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) é fundamental para essa transição de estado. De- vemos melhorar a conscientização e a compressão do processo de negócio, incentivar as mudanças e iniciativas tecnológicas, melhorar os requisitos de negócio, entender e apoiar os novos papéis que surgem, padronizar métodos e ferramentas, e inserir uma modelagem mais sofisticada. É preciso ainda desenvolver o gerenciamento do portfólio e 25 melhorar a integração entre as áreas e a tecnologia da informação, com o aumento da organização e estabilidade dos processos. Controlado – nesse estado, entende-se que o pro- cesso é um ativo organizacional e que sua manuten- ção é valorosa e vale o investimento. Aqui temos o gerenciamento de desempenho com investimento em ferramentas e técnicas para estabelecer metas com eficiência e eficácia, bem como garantir que os indicadores sejam medidos regularmente, além de uma melhor compreensão das necessidades e expectativas do cliente. Assim, novos papéis sur- gem – como os donos de processos e os gerentes de processos – e também mecanismos internos formais para analisar o desempenho de processo e para resolução de conflitos interfuncionais. Arquitetado – nesse estado estamos em nível de grande sucesso, quando falamos em BPM. Entender no processo “o que, onde, quando, como, por que e por quem” é a garantia que a organização está rumando para a plenitude em processos. Aqui temos um planejamento estratégico organizacional que aborda os processos de negócio e está alinhado com as necessidades do cliente, o alinhamento entre recursos e produtos e serviços, processos primários definidos, estrutura de dados fortalecida, BPMS otimizados para suporte e uma tecnologia da informação apropriada. 26 Gerenciado Proativamente – esse estado visa a prever mudanças e planejar com antecedência para aproveitar a entrega de valor para o cliente. Aqui os gestores rapidamente se adequam a mu- danças de mercado; otimizam com frequência seus processos, de acordo com a necessidade do cliente; têm um processo primário muito bem arquitetado, seus desenhos são bastante próximos da realidade, seu monitoramento é feito em tempo real, reagem rapidamente quando surge qualquer imprevisto e melhoram continuamente. Segundo a ABPMP (2013), à medida que a orga- nização amadurece em BPM, o EPM deixa de se caracterizar como uma área de conhecimento, para assumir um “estado” de institucionalização de processos. Quer dizer, quanto mais a organi- zação amadurece em BPM, mais ela transforma “conhecimento” em “cultura”. A principal ferramenta para atender lacunas de evolução de maturidade é o treinamento corpora- tivo (educação continuada), com uma matriz de formação e de desenvolvimento de conteúdo para as capacitações. Todas as formas de treinamentos devem ser consideradas, tanto presenciais quanto EAD; o importante é saber o foco do treinamento, seja ele específico para tecnologias de BPM ou conceitual, quanto a características e habilidades dos agentes dos processos. 2727 TECNOLOGIAS BPM Entender que a execução dos processos de negó- cios passa por trabalhos manuais realizados por humanos, por automatizações que serão executadas por máquinas, e por sistemas de informação traz o valor e a importância que as tecnologias têm nos processos de negócio, formando uma tríade de pessoas, processos e tecnologia. O que determina o tipo de tecnologia que será utilizada é a estratégia de negócio da organização. Essa tecnologia será o reflexo da estratégia nas operações, ela desempenhará um papel funda- mental na evolução da organização e servirá de base para a o grau de flexibilidade das mudanças. “Ainda se discute na comunidade de tecnologia da informação modos de melhorar o alinhamento da área de Tecnologia da Informação ao negócio quando, na realidade, o BPM requer uma integração entre tecnologia e negócio”. (ABPMP, 2013, p. 362) Vamos estudar as principais tecnologias da infor- mação voltadas para uso em BPM. Análise de Processos de Negócios – Business Process Analysis (BPA) – as ferramentas de BPA trazem formas de diagramar e especificar as informações das operações, bem como seus principais problemas e oportunidades de melhoria 2828 das atividades. Por isso é utilizada pelo analista de processos para fazer um mapeamento eficien- te, uma documentação completa dos processos, análises mais assertivas e um redesenho eficiente dos processos da organização. As ferramentas BPA devem incluir passos, conexões, atores, áreas, como fazer, informações sobre atividades, recursos humanos, materiais, prazos, entradas, saídas, me- tadados, documentações, modelos, colaboração entre as atividades, repositório, formulários, regras, requisitos de qualidade, reportes, aplicações, no- vas aplicações, simulação se necessário, testes, melhores práticas e controle sobre acesso. Arquitetura Empresarial – Enterprise Architecture (EA) – sua principal finalidade é a modelagem de negócio por meio de fluxos de trabalho, fluxo de dados, uso de dados, aplicações conectadas a um fluxo de trabalho. Esta é a prática de analisar, projetar, planejar e implementar análises corpora- tivas para executar com sucesso as estratégias de negócios, ajudando a definir como as informações, os negócios e a tecnologia fluem juntos. Os arquitetos de EA devem estar atentos à estru- tura da organização como um todo e, com isso, incluir a estratégia de negócio, processos, negócio, infraestrutura de tecnologia da informação, orga- nização e cultura em suas análises. 2929 Podemos dizer que os principais benefícios estão na maior colaboração entre a tecnologia da infor- mação e o negócio em si, e também na melhoria na priorização de investimentos, melhor análise da arquitetura atual, melhoria na aquisição de novas tecnologias, visão abrangente da tecnologia da in- formação e no benchmarking ou padrões existentes. Sistemas de gerenciamento de regras de negócios – Business Rules Management Systems (BRMS) – sua finalidade é o motor de regras, sistema de gerenciamento e definição de regrasde negócio, armazenamento de regras, e acesso a regras por aplicações. Esse sistema de tecnologia é usado para capturar a lógica da decisão como uma regra de negócio que, então, será automatizada. Muito importante entender que as regras de negócio de- finem como cada trabalho será executado em sua atividade ou fluxo de trabalho, ou seja, as regras são a lógica do negócio. Na prática, as regras são entendidas como estruturas condicionantes que comparam o estado atual de um evento a uma referência lógica definida. Essas regras podem ser de operação de negócio, procedimentos, políticas, segurança, e muitas outras. Os principais benefícios esperados são: padronização dos formatos de regras, armazenamento em local único, agilidade nas mudanças, mais flexibilidade, testes de regras, controles de versão, sua visibilidade e reutilização. 3030 Um BRMS eficiente prepara as empresas para definir e manter as regras que orientam o fluxo de trabalho de decisão de um sistema para deter- minar quais ações são necessárias em qualquer circunstância e, com isso, garantir o controle de acesso, a rastreabilidade e a garantia de qualidade na governança. Sua utilização é muito comum em: captação do conhecimento institucional, interações com o cliente, criação e implementação de regras, armazenamento, lógica de fluxo, base para BPMS, sistemas legados, eliminação de conflitos de regras, qualidade das regras, análise de níveis de serviço, integridade das regras, gerenciamento das regras, histórico e implementação de novas regras. Sistemas de Gestão de Processos de Negócio – Business Process Management Suites (BPMS) – sua finalidade é: modelagem de processos, mo- delagem de fluxo de trabalho, definição de regras, simulação de operações de negócio, automação de processos, operação de negócio, acompanhamento de desempenho, monitoramento e controle de ati- vidades. O pacote de gerenciamento de processos de negócios (BPMS) pode ser definido como o sistema com infraestrutura para apoiar projetos e programas de BPM. Esse sistema suporta todo o ciclo de vida de melhoria do processo. Simular cenários possíveis e avaliar resultados com base em testes que espelham a situação real 3131 na qual a aplicação será usada são aplicações pertinentes por meio da criação de modelos de negócio. As interações com pessoas são feitas por formulários direcionados e mapeados nas regras de negócio. Embora sejamos capazes de tratar os detalhes e resolver os problemas sem qualquer uso de BPMS, nunca poderemos resolver qualquer problema ou fazer qualquer melhoria a menos que observemos, atenta- mente, a operação e como ela funciona. E essa não pode ser uma observação casual. Deve ser constante, pois é a base para a melhoria. (ABPMP, 2013, p. 373) Todo esse movimento de BPMS deve acontecer em um ambiente de mudanças que promova o pensar de forma diferenciada e com experimen- tações controladas. O BPMS inclui a atribuição, acompanhamento, balanceamento da carga de trabalho, identificação de erros, gerenciamento de desempenho, reportes, entre outros. A maioria dos processos de BPM é baseada em regras e eventos, portanto, o gerenciamento e a execução de regras poderosas são essenciais. As organizações normalmente são compostas de muitos sistemas, e os sistemas BPMS devem fornecer integração com outros sistemas, internos ou externos. 3232 Uma simplificação de mudanças se dá quando as modificações de regras são feitas no motor de regras e, então, são chamadas pelos fluxos de trabalho dos modelos de negócio enquanto são exe- cutadas. Qualquer mudança pode ser rapidamente simulada; com isso, asseguramos a modificação por completo, bem como menores riscos de erros e a qualidade dos dados trabalhados. Importante que, ao se fazer a automação de flu- xos de trabalho, seja feita a documentação dos processos anteriores. Isso exige um planejamento prévio e a colaboração da equipe de processos e a utilização de ferramentas adequadas para o desenho dos processos. Três benefícios se destacam, quando falamos em BPMS: y Capacidade de trazer regras e testar individu- almente ou em grupos com alta qualidade; y Agilidade na geração e modelagem das aplicações; y Rápida interatividade com flexibilização das regras. Padronizar os símbolos de notações é fundamen- tal para o BPMS, devendo-se seguir as normas BPMN e definidas pelo escritório de processos da organização. Na automação de processos, a atividade do processo se transforma em uma pequena aplicação, que é disponibilizada ao ator 3333 responsável por sua execução; com isso, as infor- mações para a realização da atividade e as regras são implementadas. Depois disso, o fluxo é seguido e controlado pelo BPMS. Quando houver a aplicação (na prática) das ferra- mentas de BPMS, pode surgir a necessidade de mudanças por parte da Tecnologia da Informação e da área de negócios, quanto à abordagem da automatização – isso gerará fusão dos setores para manutenção, aprimoramento e criação das aplicações. Com a utilização do BPMS, um novo paradigma de modelagem de sistemas orientada a processos é desenvolvido, no qual os requisitos de softwares são levantados a partir das necessidades dos processos. No dia a dia, onde os processos e as funções se juntam? Podemos dizer que o processo se inter- secta no nível de atividade (fluxo de trabalho) em que o trabalho é subdividido e atribuído a áreas funcionais para ser executado, sendo nesse exato momento que o gerenciamento de processos e o gerenciamento funcional se juntam e uma relação entre seus respectivos gestores ocorre. Também é aí que encontramos a maioria dos problemas. Processos e fluxos de trabalho devem ser moni- torados e reportados, e as principais regras que 3434 conduzem o processo de qualidade devem ser ajustadas para otimizar a operação. O envolvimento e a interação das partes interessa- das e da área de Tecnologia da Informação é fator de sucesso ou de fracasso para o BPMS. Sabendo disso, é importante ressaltar as características do BPMS, que são: a utilização simultânea por vários usuários e a mobilidade do modelo entre as pes- soas e as equipes. Utilizar a metodologia BPMS para a gestão e me- lhoria de processos é complexo e envolve tempo, bem como outros fatores para alcançar o sucesso e a maturidade em processos. Antes de pensar em um BPMS, devemos levar em consideração alguns aspectos não atrelados às suas funcionalidades e usabilidade. y O fornecedor tem planos de evolução? y Algum módulo será desativado? y Como será a migração para novas versões? y Como está a organização que fornece o software? y Teremos garantia? y O fornecedor será um parceiro? Façamos uma simples analogia. Temos um deserto e queremos atravessá-lo. Podemos construir um trilho de trem ou adquirir um carro equipado para deserto. Qual a melhor escolha? Pensando em 3535 mudanças, o carro equipado é melhor, pois, caso haja algum problema no caminho, podemos mudar o rumo rapidamente e, ainda que fique mais longe, chegaremos ao destino. Já o trem seguirá sempre pelo mesmo caminho e, se houver qualquer pro- blema no trilho, ele não servirá mais. Sistemas Inteligentes para Gerenciamento de Pro- cessos de Negócios – iBPMS (Intelligent Business Process Management Suites) – o BPM já é uma ótima solução, mas o iBPMS dá um passo adiante, com Inteligência Artificial, computação em nuvem, tomada de decisão em tempo real, vinculação de sistema e processamento de eventos. O iBPMS é projetado para apoiar o trabalho de conhecimento de valor agregado. Podemos considerá-lo como uma evolução do BPMS, integrando novas tecnologias e capacidades para suportar cenários de negócio em que processos de negócio são mais inteligentemente gerenciados. Ele utiliza BI (Business Intelligence), modelos estatísticos, mídias sociais voltadas para Big Data, tecnologias móveis e geoprocessamento. Pode operar com servidores e computadores em nuvem, aumentandoa escalabilidade do processo, sua flexibilização, redução de custos, segurança e integridade das informações. As redes sociais ganharam muita força no mun- do dos negócios, pois a mineração de dados e a interatividade com os clientes transformaram as 3636 relações de processos e suas interações com o ambiente externo. A SOA (arquitetura orientada a serviços) é uma abordagem de arquitetura corporativa para vincular recursos sob demanda, permitindo a criação de serviços de negócio interoperáveis que podem ser reutilizados e compartilhados entre aplicativos. (ABPMP, 2013, p. 386) Pela perspectiva de negócios, o termo tecnologias de BPM pode ser muito simplista e limitado ao uso de ferramentas simples de modelagem de processos, ou pode ser ampla e usar BPMS para modelagem complexa, com definição de regras para a geração de aplicações de suporte às operações. FIQUE ATENTO 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Evoluir – essa é a forma que devemos pensar os processos de negócios e o amadurecimento no gerenciamento dos processos de negócio; assim, sua estrutura organizacional tenderá naturalmente a incorporar uma dimensão de processo. Ao longo de nossos estudos, verificamos que a entrega de valor inclui uma dimensão horizontal reflexiva de processos ponta a ponta. Um geren- ciamento de processos bem-sucedido demandará diversos papéis, tais como: dono de processos; gerente de processos; analista de processos; designer de processos e arquiteto de processos. Estudamos a relevância de criar uma governança e um Conselho BPM para direcionar a transforma- ção de processos interfuncional e intrafuncional, e estabelecer alçadas de decisão, criando um escritório de processos. Compreendemos que o EPM assegura o alinhamento do portfólio de processos de negócio ponta a ponta e a arquitetura de processos com a estratégia de negócio da organização e alocação de recursos. Verificamos que o principal foco da medição é manter o alinhamento centrado no cliente e garantir que o desempenho interfuncional dos processos de 38 negócio da organização esteja estrategicamente alinhado aos processos. Os comportamentos dos líderes são influenciados de forma positiva pelas práticas e princípios dos processos de negócios, portanto, é preciso buscar clareza nas ações, bem como os objetivos estabe- lecidos, e recompensar, sempre que possível, os agentes de transformação de processos. Ressaltamos que o BPMS cobre o ciclo de vida completo de gerenciamento de processos: mode- lagem e desenho de processos, implementação e execução, monitoramento e controle, análise e avaliação de desempenho de processos. A conec- tividade das atividades com a lógica dos modelos de negócio e as regras e políticas do negócio são proporcionadas com a criação e as aplicações do BPMS. Compreender o cenário da organização e a sua realidade financeira são a base para que a estraté- gia de tecnologias de BPM suporte corretamente a visão do negócio; caso contrário, isso poderá levar ao fracasso todo o projeto. Referências Bibliográficas & Consultadas ABPMP. Association of Business Process Management Professionals – Brasil. BPM CBOK. Guia para o gerenciamento de processos de negócio: corpo comum de conhecimento, 2013. CAVALCANTI, R. Modelagem de processos de negócios: roteiro para realização de projetos de modelagem de processos de negócios. Rio de Janeiro: Brasport, 2017. [Biblioteca Virtual] CRUZ, T. Manual para gerenciamento de processos de negócio: metodologia DOMP™: (documentação, organização e melhoria de processos). São Paulo: Atlas, 2015. [Minha Biblioteca] MEREDITH, J. R.; MANTEL, S. J. Administração de projetos: uma abordagem gerencial. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. [Minha Biblioteca] MUNHOZ, A. S. Fundamentos de tecnologia da informação e análise de sistemas para não analistas. Curitiba: Intersaberes, 2017. [Biblioteca Virtual] REZENDE, D. A.; ABREU, A. F. Tecnologia da Informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação nas empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] TACHIZAWA, T.; SCAICO, O. Organização flexível: qualidade na gestão por processos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. TURBAN, E.; VOLONINO, L. Tecnologia da informação para gestão: em busca do melhor desempenha estratégico e operacional. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. [Minha Biblioteca] VALLE, R.; OLIVEIRA, S. B. Análise e modelagem de processos de negócio: foco na notação BPMN. (Business Process Modeling Notation). São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca] Introdução Organização orientada por processos EPM na organização por processos Tecnologias BPM Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas
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