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E-Book Completo_Cosmeticos e Sanificantes_CENGAGE_V2 (Versao Digital) (1)

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COSMÉTICOS E
SANIFICANTES
COSMÉTICOS E
SANIFICANTESORGANIZADOR FÁBIO DE PÁDUA
ORGANIZADOR FÁBIO DE PÁDUA
Cosm
éticos e sani�cantes
GRUPO SER EDUCACIONAL
Fundamental para o aprofundamento do estudo da Cosmetologia, esta 
obra introduzirá essa ciência para, em seguida, focar nos principais aspec-
tos relacionados aos cosméticos e sani�cantes. Estruturado em quatro 
unidades, a obra vai abordar os seguintes temas: introdução à cosmetolo-
gia; insumos cosméticos; fotoproteção e preparações para a higiene 
pessoal; e. por �m, discutiremos as preparações para higiene capilar e sani-
�cantes.
Com linguagem clara e didaticamente preparado, este livro é essencial 
para que você tenha um importante embasamento teórico.
Bons estudos!
gente criando futuro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
COSMÉTICOS E 
SANIFICANTES
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Pádua, Fábio de.
 Cosméticos e Sanificantes / Fábio de Pádua. – São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581423
1. Farmácia. 2. Cosmetologia. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Fábio de Pádua Ferreira
Licenciado em Química pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Universidade Federal de 
Uberlândia (UFU), Mestre em Química Analítica pela Universidade Federal de Uberlândia. Atuou 
no desenvolvimento de genossensor eletroquímico para quantificar bactérias e na purificação e 
caracterização de proteínas envolvidas em amiloidoses.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução à cosmetologia ........................................................................................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Introdução à cosmetologia ................................................................................................................ 13
2 Mercado de cosméticos ..................................................................................................................... 15
3 Pele e seus anexos ............................................................................................................................. 17
4 Pesquisa e desenvolvimento de produtos cosméticos .......................................................................21
5 Toxicidade dos cosméticos ................................................................................................................. 23
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................27
UNIDADE 2 - Insumos cosméticos ...................................................................................................29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 Produção e formulação de cosméticos .............................................................................................. 31
2 Preparações para a higiene ................................................................................................................ 35
3 Preparações para hidratação ............................................................................................................. 36
4 Preparações para tratamentos cutâneos ........................................................................................... 38
5 Protocolos regulatórios da produção de cosméticos .........................................................................41
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................45
UNIDADE 3 - Fotoproteção e preparações para a higiene pessoal ..................................................47
Introdução.............................................................................................................................................48
1 Fotoproteção: fundamentos e tecnologias ........................................................................................ 49
2 Envelhecimento cutâneo ................................................................................................................... 52
3 Preparações de higiene pessoal ......................................................................................................... 55
4 Higiene bucal ..................................................................................................................................... 57
5 Preparações vinculadas a aromas ...................................................................................................... 59
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................63
UNIDADE 4 - Preparações para higiene capilar e sanificantes ........................................................65
Introdução.............................................................................................................................................66
1 Preparações cosméticas capilares ...................................................................................................... 67
2 Formulações para higiene capilar ...................................................................................................... 70
3 Formulações para tratamentos capilares ........................................................................................... 71
4 Cosméticos decorativos .....................................................................................................................74
5 Noções gerais sobre sanificantes ....................................................................................................... 76
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................80
A Cosmetologia, ciência que estuda todos os aspectos da área cosmética, vem 
sendo cada vez mais estudada para garantir segurança na produção, na aplicação e por 
que não, na comercialização dos cosméticos. Esta obra trará assuntos aprofundados 
que abordam os cosméticos e sanificantes em quatro unidades escritas de maneira 
didática e simples.
A primeira unidade fará uma introdução à cosmetologia, apresentando os 
princípios e fundamentos da cosmetologia, incluindo as principais características, 
classificação e aplicação de produtos cosméticos, o panorama global e local do 
mercado dos cosméticos, avanços, tendências e aplicação de novas tecnologias na 
produção desses produtos. Discutiremos aqui sobre a anatomia, histologia e fisiologia 
da pele, diferentes materiais empregados na fabricação de cosméticos, utilização de 
fontes limpas e tecnologias ecologicamente corretas. Serão ainda apresentados aqui os 
testes de toxicidade geralmente empregados em produtos cosméticos.
Os insumos cosméticos são temas abordados na segunda unidade. Serão 
detalhados os princípios que regem a produção e a formulação de cosméticos, 
incluindo os principais ingredientes, matérias-primas, procedimentos e protocolos de 
referência, com ênfase na formulação de produtos de higiene, preparações visando à 
hidratação e cosméticos para pele em geral. Descreveremos também as características 
e diferenças dos conservantes e antissépticos, diferentes formas de classificação de 
produtos hidratantes e as mais recentes tecnologias utilizadas para a elaboração de 
cosméticos para pele, abordando a região facial e as demais regiões do corpo. Além 
disso, falaremos sobre um dos assuntos mais importantes a serem levados em conta 
também na produção de cosméticos, que são os relacionados aos órgãos regulatórios. 
Na terceira unidade serão abordados os principais aspectos sobre fotoproteção 
e preparações para a higiene pessoal. As consequências da exposição à radiação 
ultravioleta e propostas para minimizar seus impactos, incluindo barreiras físicas e 
filtros solares, os mecanismos envolvidos no envelhecimento cutâneo e as estratégias 
para reduzir e reverter seus efeitos serão assuntos também desta unidade. Discutiremos 
também as principais formulações para a higiene pessoal utilizadas no corpo e para a 
higiene bucal, incluindo as principais matérias-primas e mecanismos de ação desses 
produtos. As preparações utilizadas em perfumes e aromatizantes, com ênfase em 
produtos de origem natural e óleos essenciais também são temas desta unidade.
PREFÁCIO
Preparações para higiene capilar e sanificantes são temas da quarta unidade, 
apresentando as principais preparações cosméticas para a higiene capilar e formulações 
utilizadas em tratamentos químicos dos cabelos, com ênfase nas estruturas e 
características dos fios, e também informações sobre os principais cosméticos capilares 
comercializados atualmente. Vamos abordar as preparações cosméticas decorativas, 
incluindo materiais, tecnologias e tendências no desenvolvimento desses produtos. 
Para finalizar a unidade, discutiremos os agentes sanificantes utilizados nas indústrias, 
enfatizando diferentes substâncias e métodos de sanificação.
Bons estudos!
UNIDADE 1
Introdução à cosmetologia
Olá,
Você está na unidade Introdução à Cosmetologia. Conheça aqui os princípios e 
fundamentos da cosmetologia, incluindo as principais características, classificação e 
aplicação de produtos cosméticos, o panorama global e local do mercado dos cosméticos, 
avanços, tendências e aplicação de novas tecnologias na produção desses produtos.
Veja a anatomia, histologia e fisiologia da pele, diferentes materiais empregados na 
fabricação de cosméticos, utilização de fontes limpas e tecnologias ecologicamente 
corretas. Conheça também os testes de toxicidade geralmente empregados em produtos 
cosméticos.
Bons estudos!
Introdução
13
1 INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA
De acordo com Rito et al. (2012), produtos cosméticos podem ser definidos como preparações 
compostas por substâncias sintéticas ou naturais de uso externo, aplicáveis a diversas partes do 
corpo humano, incluindo pele, sistema capilar, lábios, unhas, órgãos genitais externos, dentes 
e mucosas da cavidade oral. Podem ser utilizados para limpar, perfumar, proteger, promover 
alterações na aparência, reduzir odores corporais excessivos, entre outras aplicações. Os 
cosméticos são geralmente misturas complexas de produtos químicos, formulados a fim de 
proporcionar benefícios e fornecer proteção contra desafios ambientais, como a radiação 
ultravioleta proveniente do sol (SALVADOR; CHISVERT, 2018).
Segundo Ribeiro (2010), a cosmetologia pode ser definida como a área da ciência que 
estuda os cosméticos, desde a concepção até a aplicação final em produtos elaborados. 
Engloba pesquisas de novas matérias-primas, tecnologias empregadas, desenvolvimento de 
formulações, produção em larga escala, comercialização, controle de qualidade, toxicologia, 
eficácia e inspeção. A cosmetologia não tem como finalidade a terapêutica, sendo mais focada na 
prevenção e melhorias, incluindo alterações inestéticas no cabelo e na pele. Trata-se de uma área 
multidisciplinar, envolvendo conhecimentos de química, biologia, física e farmacêutica.
1.1 Classificação dos cosméticos
No Brasil, os cosméticos são normalmente tratados dentro de uma classe ampla, denominada 
produtos para a higiene e cuidado pessoal. Cosméticos são percebidos de diferentes maneiras em 
diferentes países. A distinção precisa entre os diferentes cosméticos para diferentes aplicações é 
difícil: alguns visam ao embelezamento temporário, como as maquiagens, outros são destinados 
para o cuidado pessoal, enquanto alguns apresentam propriedades específicas, como redução na 
formação de rugas (GALEMBECK; CSORDAS, 2009).
Clique abaixo e saiba mais sobre a classificação dos cosméticos.
De acordo com Rito et al. (2012), os cosméticos podem ser classificados de acordo com o 
grau de risco que oferecem, sendo classificados em grau 1 os produtos de risco mínimo e grau 2 
aqueles que apresentam risco potencial. Outros tipos de classificação podem incluir a finalidade 
a que se destina o produto, locais e áreas do corpo abrangidas, modo de uso e referente aos 
cuidados e medidas a serem tomadas durante sua utilização. Por apresentarem um amplo 
espectro de funções, esses produtos têm sido utilizados diariamente por milhões de pessoas, 
movimentando importantes setores econômicos do país, sendo fundamental efetuar a vigilância 
da qualidade nas diferentes etapas de produção desses produtos.
Loretz et al. (2008) enfatizam que uma grande parcela dos produtos cosméticos comumente 
comercializados é aplicada diretamentesobre a pele humana. Certos ingredientes podem penetrar 
14
na pele e tornarem-se disponíveis sistemicamente. Existem diferentes formas de aplicação: na 
forma de creme, loção, spray, sabonete e outras. Algumas delas podem apresentar riscos ao 
usuário, como a aplicação de sprays, situação em que pode ocorrer exposição por inalação. Nesse 
caso, é importante um conhecimento tanto do risco intrínseco dos ingredientes contidos no 
produto quanto dos níveis de exposição.
Os cosméticos também podem ser subdivididos em segmentos premium e de produção em 
massa, de acordo com o prestígio da marca, o preço e os canais de distribuição utilizados. Em 
uma visão global, o segmento de massa representou 72% do total de vendas em 2010, enquanto 
o segmento premium representou os 28% restantes. A maioria das vendas globais de cosméticos 
premium concentra-senos mercados desenvolvidos, principalmente nos Estados unidos, Japão e 
França (LOPACIUK; LOBODA, 2013).
1.2 Cosméticos ecologicamente amigáveis
As atuais preocupações com as mudanças climáticas têm impactado um grande número 
de campos da ciência e tecnologia. A investigação e aplicação dos princípios da química verde 
levaram a um alto nível de mudança na fabricação e design de produtos químicos, com o 
desenvolvimento de processos mais limpos e benignos, conforme a demanda de segurança 
humana e ambiental. A indústria de cosméticos também foi influenciada por essas mudanças, 
e a produção de cosméticos e dos produtos de cuidado pessoal precisaram tomar medidas para 
melhorar as credenciais ecológicas de seus produtos (SALVADOR; CHISVERT, 2018).
Tem-se observado o desenvolvimento de tecnologias voltadas a meios mais eficientes, 
visando minimizar ao máximo o impacto na integridade da fauna e da flora. O consumo 
desse tipo de produto tem apresentado crescimento significativo. O consumidor de produtos 
ecologicamente amigáveis apresenta conscientização ambiental, acreditando que suas ações 
podem mudar o meio ambiente, sendo assim, esse perfil de consumidor procura por produtos 
que não agridam a natureza, verificando-os desde a sua fabricação até a sua embalagem. Os 
cosméticos ecologicamente amigáveis podem ser divididos em três categorias, de acordo com sua 
composição, sendo eles os cosméticos orgânicos, cosméticos naturais e veganos. Esse termo não 
é regulamentado pela legislação brasileira, mas os produtos que se enquadram nele passam por 
diretrizes rigorosas realizadas por agências certificadoras antes da sua comercialização (PEREIRA, 
LUBI, 2017).
15
De acordo com Salvador e Chisvert (2018), uma tendência atual no campo dos cosméticos 
ecologicamente amigáveis busca realizar procedimentos sem solventes, utilizando radiação por 
micro-ondas e outras metodologias, sendo consideradas tecnologias emergentes, de grande 
utilidade e inovadoras. Algumas dessas metodologias têm sido aplicadas com sucesso em 
reações orgânicas convencionais, como esterificação, condensação de Knoevenagel, alquilação e 
cetalização para a síntese de novos potenciais ingredientes cosméticos.
2 MERCADO DE COSMÉTICOS
Segundo Galembeck e Csordas (2009), a indústria dos cosméticos tem desempenhado 
um papel de grande importância econômica em grande parte dos países desenvolvidos e em 
desenvolvimento, contribuindo para a geração de empregos, fortalecimento de economias 
locais e na redução de desigualdades regionais, através da exploração sustentável de vários 
produtos provenientes do bioma local. As novas tendências por tecnologias de produção limpas, 
econômicas e ambientalmente corretas têm refletido na busca de ingredientes diferenciados, 
naturais e competitivos e de processos de formulação inovadores.
Os processos de pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização de cosméticos 
oferecem perspectivas promissoras de carreira para profissionais com formação variada, que 
incluem químicos, engenheiros de várias modalidades, bioquímicos, farmacêuticos, gestores 
de vários tipos, publicitários e comunicadores. Esse setor possibilita relações interdisciplinares 
e trabalhos conjuntos com médicos, como cirurgiões e dermatologistas, pois além da sua 
contribuição à higiene e à estética, alguns produtos também incluem propriedades terapêuticas 
(GALEMBECK; CSORDAS, 2009).
FIQUE DE OLHO
A exposição solar excessiva e sem proteção tem representado um dos maiores riscos para 
a ocorrência do câncer de pele, fotoenvelhecimento e alterações imunológicas. Nascimento 
et al. (2009) sugerem a utilização de matérias-primas de origem natural, como agentes 
fotoprotetores, descrevendo a aplicação de extrato de própolis com atividade antissolar, 
aplicados para intensificação do fator de proteção solar.
16
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Clique nas abas abaixo para conhecer o panorama dos cosméticos em contexto brasileiro e 
global.
Panorama global
A indústria dos cosméticos é global e seus principais mercados são a União Europeia, Estados 
Unidos da América, China, Brasil e Japão, com valores aproximados de 77, 64, 41, 24 e 22 bilhões 
euros, respectivamente, de acordo com dados compilados pela Cosmetics Europe em 2016, 
associação comercial europeia da indústria de cosméticos e cuidados pessoais. Para garantir 
segurança e eficácia, os produtos cosméticos são regulados e controlados em todo o mundo. No 
entanto, o alinhamento global das leis que tratam dos cosméticos está longe de ser alcançado, e 
as estruturas regulatórias variam muito entre os países, tornando praticamente impossível para 
uma indústria global vender o mesmo produto em todos os mercados e gerando dificuldades para 
negociação (SALVADOR; CHISVERT, 2018).
Segundo Lopaciuk e Loboda (2013), nos últimos 20 anos, o mercado global de beleza cresceu 
em média 4,5% ao ano, com taxas de crescimento anuais variando entre 3% e 5,5%. Também 
conhecido como cosméticos e artigos de higiene pessoal ou produtos para cuidados pessoais, 
esse mercado provou sua capacidade de alcançar um crescimento estável e contínuo, bem como 
sua capacidade de resiliência em condições econômicas desfavoráveis. Os crescimentos mais 
notáveis ocorreram no Brasil e na China, os quais são atualmente considerados os mercados mais 
promissores. O mercado brasileiro de beleza e cuidados pessoais alcançou um crescimento de 
15% em 2010. O mercado brasileiro demonstrou consistentemente alta dinâmica no consumo de 
beleza, durante e após a crise econômica global.
17
Panorama brasileiro
Em 2013, o Brasil ocupava a terceira posição de maior mercado consumidor de produtos 
cosméticos, segundo dados da Euromonitor International, que é considerado o principal 
fornecedor independente de pesquisa estratégica de mercado do mundo. Os dados divulgaram 
o faturamento da área em 2011 em mais de R$ 43 bilhões, sendo o Brasil considerado o país que 
mais cresceu dentre os dez principais do mercado. Os protetores solares foram os produtos que 
tiveram a maior alta, representando 20,2% de aumento no faturamento (LUCA et al., 2013).
No Brasil, a ampla variedade de produtos com diferentes finalidades de uso, principalmente 
produtos de higiene, tem atingido um grupo populacional cada vez maior (RITO et al., 2012). 
Segundo a publicação anual da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria 
e Cosméticos (ABIHPEC), em 2019, o Brasil ocupava a quarta posição de mercado consumidor 
global, ficando atrás dos Estados Unidos, China e Japão respectivamente, com um mercado 
aproximado de R$ 116,4 bilhões em 2018. O número de empresas regularizadas na agência 
nacional de vigilância sanitária (ANVISA) em 2018 foi de 2.794, as quais estavam concentradas 
majoritariamente na região sudeste, que representou 60,27% das empresas.
3 PELE E SEUS ANEXOS
Segundo Câmara (2009), a pele é um órgão complexo formado por diversos tecidos, tipos 
celulares e estruturas especializadas. É o maior órgão do corpo humano; representa cerca de 15% 
do peso corpóreo e apresenta variações estruturais significativas ao longo de sua extensão. A pele, 
mais que um simples invólucro que recobre o nosso corpo, constitui a interface do corpo humano 
com o meio externo, exercendo funções essenciais, como por exemplo a termorregulação, 
vigilância imunológica, sensibilidade, proteção aos raios ultravioleta e contra diferentes formas 
de agressões exógenas, de natureza física, química e biológica, além de atuar contra a perda de 
água e de proteínas para o exterior.
Segundo Wilkinson e Moore (1990), a pele controla a regulação de importantes fluidos 
fisiológicos, evita a penetração de substâncias estranhas e nocivas, atuando também como 
amortecedor contra choques mecânicos. Além disso, fornece sinais sexuais e sociais considerando 
sua cor, textura e cheiro, que podem ser fisiologicamente aprimorados pela ciência cosmética. 
Luca et al. (2013) enfatiza que a pele apresenta uma complexa estruturaque é permanentemente 
renovada.
O conhecimento da estrutura e função da pele é essencial, pois fornece importantes 
ferramentas para melhorar a pele farmacologicamente e prevenir lesões. Existem dois tipos 
principais de pele, com pelos e sem pelos. Clique abaixo para saber detalhes.
18
Com pelos
Na maior parte do corpo, a pele possui folículos capilares com as glândulas sebáceas 
associadas; no entanto, a quantidade de pelo varia muito. O couro cabeludo, com seus grandes 
folículos capilares, contrasta com o rosto feminino, que possui grandes glândulas sebáceas 
associadas a folículos muito pequenos que produzem cabelos finos e curtos.
Sem pelos
A pele das palmas das mãos não possui folículos capilares e glândulas sebáceas, apresentando 
em sua superfície sulcos contínuos e alternados que formam padrões de espirais, laços ou arcos 
característicos de cada indivíduo. A pele sem pelos também é caracterizada por sua epiderme 
espessa e pela existência de órgãos sensoriais encapsulados dentro da derme (WILKINSON; 
MOORE,1990).
3.1 Anatomia e histologia da pele
De acordo com Câmara (2009), a pele é composta por três camadas interdependentes, 
nomeadamente: a epiderme, que é a mais externa; a derme, que é intermediária; e a hipoderme, 
sobre a qual repousam as camadas citadas anteriormente, permitindo que a pele se movimente 
sobre as estruturas mais profundas do corpo. A figura 1 a seguir apresenta a anatomia da pele e 
alguns de seus constituintes.
Figura 1 - Anatomia da pele 
Fonte: MicroOne, Shuttershock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem é uma ilustração anatômica da estrutura da pele. Podem ser 
observadas as principais camadas da pele e alguns dos seus componentes.
Clique nas abas abaixo e saiba detalhes sobre as camadas da pele.
19
Epiderme
A epiderme é a camada mais superficiale também uma das mais importantes da pele. De 
acordo com Cestari (2012), a epiderme é constituída por um epitélio pavimentoso estratificado 
e queratinizado. Apresenta espessura irregular, variando conforme a região do corpo, sendo 
mais fina nas pálpebras e mais espessa nas palmas. É constituída porcincocamadasdistintas, 
nomeadamente a camada basal, a camada espinhosa, a camada granulosa, o estrato lúcido e 
a camada córnea. As células dessas camadas, os queratinócitos, derivam da camada basal. As 
células da camada basal multiplicam-se de maneira contínua; ao se aproximarem da superfície, 
se diferenciam, tornando-se achatadase passando a fabricar e a acumular em seu interior 
quantidades crescentes de queratina. Segundo Galembeck e Csordas (2009), a queratina é uma 
proteína fibrosa secundária constituída por 15 aminoácidos. As macromoléculas de queratina 
possuem uma estrutura tridimensional complexa que lhes conferem resistência e elasticidade. 
A epiderme é recoberta por uma fina camada de gorduraque impermeabiliza a pele contra a 
entrada de água e mantém seu pH entre 3.5 e 5.0, protegendo-a do ataque de microrganismos.
Junção dermo-epidérmica
A junção dermo-epidérmica é uma zona de junção entre a epiderme e a derme, a qual permite 
que essas duas camadas estejam corretamente conectadas. De acordo com Câmara (2009), 
a derme é uma camada situada logo abaixo da epiderme, sendo formada por denso estroma 
fibroelástico de tecido conectivo em meio a uma substância fundamental, que serve de suporte 
para extensas redes vasculares e nervosas, e anexos cutâneos que derivam da epiderme. Cestari 
(2012) enfatiza que as fibras e a substância fundamental são produzidas pelos fibroblastos, as 
principais células da derme.
Derme
A derme está localizada abaixo da epiderme e apresenta espessura variável de 0,3 
a 3 milímetros, de acordo com a região do corpo. Seus principais componentes incluem 
majoritariamente o colágeno, que confere a resistência, e em menores quantidades a elastina, 
responsável pela elasticidade e os proteoglicanos, substância amorfa em torno das fibras 
colágenas e elásticas. Além desses componentes, podem ser observadas fibras proteicas, vasos 
sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, órgãos sensoriais, folículos pilosos e glândulas 
sebáceas e sudoríparas (CESTARI, 2012).
Hipoderme
Segundo Câmara (2009), a hipoderme ou tecido celular subcutâneo é a camada mais 
profundada pele e está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos 
compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Cestari (2012) 
20
descreve que a hipoderme é complexo constituído por adipócitos, as células especializadas 
no armazenamento de gordura. Está dividida em duas camadas: a camada areolar, que é mais 
superficial e caracterizada por adipócitos globulares, e a camada lamelar, que é mais profunda e 
apresenta aumento da espessura com ganho de peso.
3.2 Fisiologia da pele
A fisiologia de um tecido envolve um grande número de funções e parâmetros, com cada 
componente desempenhando uma função. Nos últimos anos, os oligoelementos têm sido 
objeto de interesse especial de muitos pesquisadores, pois fica claro que em muitos casos 
eles trabalham como mensageiros secundários ou substâncias reguladoras. No contexto da 
diferenciação epidérmica, estudos envolvendo o elemento cálcio indicaram que esse íon é uma 
substância sinalizadora de grande importância em uma grande variedade de sistemas celulares, 
incluindo a pele. Os íons cálcio desempenham um papel importante na apoptose, morte celular 
programada, que atualmente é um assunto de grande interesse, uma vez que a etapa final de 
diferenciação entre o nível do estrato granulosum e o estrato córneo representa um aspecto 
particular da morte celular programada. A importância do equilíbrio entre apoptose de cálcio e 
zinco foi claramente demonstrada em vários sistemas celulares (FORSLIND et al., 1997).
De acordo com Câmara (2009), dentre as várias estruturas da pele que exercem funções 
primordiais, podem ser citadas as abaixo.
O estrato córneo, que atua como barreira para a perda de água das camadas epidérmicas 
internas, impedindo a entrada de agentes tóxicos e microrganismos.
Os melanócitos exercem proteção contra os efeitos indesejáveis da radiação solar por meio 
da melanina, que absorve a radiação.
Os nervos dérmicos desempenham a função de percepção do meio.
As fibras colágenas e elásticas da derme conferem à pele propriedades viscoelásticas e de 
resistência que a protegem contra as forças de cisalhamento.
A termorregulação ocorre através dá extensa rede vascular cutânea, pelo controle do fluxo 
sanguíneo e pela ação de glândulas sudoríparas écrinas, cuja secreção proporciona o resfriamento 
por evaporação a partir da superfície da pele.
A proteção imunológica do organismo se deve à célula de Langerhans, que participa de várias 
reações imunológicas, que incluem interações entre linfócitos T e B.
A função endócrina é observada pela ação da radiação ultravioleta sobre o 7-deidrocolesterol 
nos ceratinócitos, formando a vitamina D3, que estimula a absorção de cálcio e fosfato no intestino.
21
4 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS 
COSMÉTICOS
As formulações de cosméticos são geralmente complexas e utilizam vários tipos de matérias-
primas. Cada cosmético deve apresentar propriedades simultaneamente ajustadas para as 
aplicações desejadas. Os materiais empregados nas formulações de cosméticos apresentam 
classificação, função e aplicação bem definidas (GALEMBECK; CSORDAS, 2009).
Uma formulação cosmética, incluindo os princípios ativos, é projetada para diferentes 
finalidades, como por exemplo proteger a pele contra agentes nocivos exógenos ou endógenos 
e equilibrar os lipídios da homeostase dérmica alterados pela dermatose e pelo envelhecimento. 
A grande maioria dos cosméticos é caracterizada por uma composição lipídica próxima ao sebo 
humano. Assim, o tratamento das camadas mais externas da epiderme com uma quantidade 
relativamente alta de fosfolipídios consiste em uma fina camada monomolecular aplicada à 
pele, permitindo a hidratação natural. A composição química dos fosfolipídiosfornece proteção 
antioxidante, bloqueio solar, moléculas anti-inflamatórias e antirradicais livres (ABURJAI; 
NATSHEH, 2003).
De acordo com Miguel (2011), os avanços das pesquisas em biotecnologia e as mudanças 
recentes no perfil de consumo propiciaram novas oportunidades para diferentes segmentos. 
Uma das inovações mais representativas da atualidade está associada ao desenvolvimento de 
produtos cosméticos derivados de ativos naturais. Sob essa perspectiva, algumas empresas 
internacionais têm se destacado no mercado mundial, principalmente empresas francesas, que 
se destacam pelo pioneirismo e liderança nessa categoria de negócio.
4.1 Aplicação de nanotecnologia aos cosméticos
Segundo Mu e Sprando (2010), de um modo geral, a nanotecnologia pode ser definida 
como a aplicação dos princípios científicos e de engenharia para produzir e utilizar partículas 
com dimensões muito pequenas. A pesquisa em nanotecnologia tem impactado uma grande 
variedade de setores econômicos, tanto na comunidade científica quanto no mercado global. 
A nanotecnologia tem sido aplicada com sucesso nos campos biomédicos, ópticos, eletrônicos, 
mecânicos e químicos, bem como em bens de consumo, como alimentos e cosméticos. A 
nanotecnologia está mesclando tecnologia da informação, biologia e ciências sociais, e espera-se 
que revigore descobertas e inovações em muitas áreas da ciência.
22
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Vários produtos cosméticos modernos contêm componentes na escala nano, como hidratantes, 
produtos para o cabelo e maquiagem. Por exemplo, formulações tópicas antienvelhecimento 
baseadas em lipossomos, como cremes, loções, géis e hidrogéis foram formuladas no mercado 
de cosméticos desde 1986 por L´Oreal na forma de niossomas, e por Christian Dior na forma 
de lipossomas. Os ossomas labiais são utilizados em aplicações cosméticas ou para entrega 
transdérmica, com a expectativa de que seu uso resulte em aumento da concentração de agentes 
ativos, como por exemplo as vitaminas A e E na epiderme sem toxicidade. Os fulerenos exibem 
potentes capacidades de eliminação contra espécies radicais de oxigênio, sendo empregados nas 
formulações cosméticas para rejuvenescimento da pele; porém, ainda há controvérsia em relação 
à sua segurança. Os nanocristais podem ser formulados para uso dérmico (MU; SPRANDO, 2010).
4.2 Cosméticos à base de plantas
Têm sido obtidos ingredientes bioativos de diferentes fontes naturais, os quais incluem 
vitaminas, minerais, antioxidantes, enzimas, hormônios e uma infinidade de produtos de origem 
natural. O uso das plantas é tão antigo quanto a humanidade; segundo os especialistas, os 
próximos anos devem ser marcados pela descoberta e obtenção de muitos produtos que contêm 
óleos e princípios ativos de ervas naturais. As plantas já foram a principal fonte de produção de 
muitos cosméticos, mesmo antes que métodos fossem descobertos para sintetizar substâncias 
com propriedades semelhantes. A indústria farmacêutica tem utilizado uma grande variedade de 
plantas para produzir medicamentos. O uso de extratos de plantas em formulações cosméticas 
está aumentando, principalmente por causa da má imagem que os extratos de origem animal 
adquiriram nos últimos anos. Moléculas naturais derivadas de extratos de plantas apresentam 
um grande potencial para futuras pesquisas (ABURJAI; NATSHEH, 2003).
De acordo com Aburjai e Natsheh (2003), os ingredientes naturais estão ganhando 
popularidade continuamente, e o uso de extratos de plantas em formulações cosméticas é 
23
considerado promissor. Os produtos cosméticos que apresentam princípios ativos de origem 
natural têm sido utilizados em inúmeras aplicações, como proteção, cuidados com os cabelos 
e corantes. Os óleos essenciais conferem um aroma agradável, especialmente em perfumes, e 
garantem mais brilho ou condicionamento a um produto capilar. Acredita-se que, graças às novas 
técnicas de isolamento e purificação de compostos derivados de plantas, novos produtos serão 
desenvolvidos e aplicados na indústria dos cosméticos.
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5 TOXICIDADE DOS COSMÉTICOS
De acordo com Chorilli et al. (2007), apesar de ser indesejável, a utilização de produtos 
cosméticos pode ocasionar alguns efeitos adversos ao usuário. Esses efeitos podem ser 
decorrentes de fatores individuais ou pelo uso inadequado. As reações adversas incluem reações 
irritativas, imediatas ou acumulativas, reações alérgicas ou sensibilizantes, dermatites e reações 
sistêmicas. Uma vez que o produto cosmético é de livre acesso ao consumidor, é importante 
que seu uso seja seguro nas condições normais ou razoavelmente previsíveis. Historicamente, os 
testes de avaliação de segurança eram realizados com animais, in vivo, no entanto, alguns centros 
de pesquisa tem pesquisado extensivamente novas alternativas in vitro, que visam à substituição 
dos testes com animais. De qualquer forma, é de grande importância a realização de ensaios 
de toxicidade para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, visando à avaliação de 
segurança desses produtos.
5.1 Vias de exposição
A principal via de exposição das substâncias químicas presentes em cosméticos ocorre por 
contato direto na pele, mucosa e seus anexos. No entanto, outras vias de exposição são possíveis, 
como a inalação e via oral. A intoxicação via cutânea ocorre quando as moléculas se movem 
24
pelo estrato córneo por difusão passiva. Aquelas que possuem natureza polar se difundem pelas 
superfícies externas de filamentos proteicos do estrato córneo hidratado, enquanto as apolares 
se difundem na matriz lipídica. Dentre os principais fatores que influenciam na cinética dos 
agentes tóxicos através da pele, estão os enumerados abaixo.
1
A integridade do estrato córneo e seu estado de hidratação.
2
Temperatura.
3
Número de folículos pilosos.
4
O pH da superfície.
5
Polaridade da substância.
6
O seu tamanho molecular.
Na via inalatória, os agentes tóxicos geralmente são os pós, gases, vapores de líquidos voláteis 
e aerossóis (LACRIMANTE; NETO, 2014).
5.2 Testes de toxicidade de cosméticos
A determinação do potencial tóxico deve ser o primeiro procedimento na análise de 
risco de um produto. Esse procedimento consiste em uma série de estudos de toxicidade, 
incluindo os ensaios de toxicidade aguda dérmica, toxicidade oral e percutânea, irritação e 
sensibilização cutânea, irritação ocular primária, inalação, toxicidade sub-aguda, potencial 
mutagênico, carcinogênico, teratogênico, acneigênese e fotossensibilidade e fototoxicidade em 
casos de cosméticos com fotoatividade. Em alguns casos, são necessários estudos que visem 
à determinação da margem de segurança, já que os ingredientes devem ser incorporados na 
fórmula do produto cosmético num nível de concentração que apresente margem de segurança 
adequada. A margem de segurança pode ser definida como a relação entre a dose experimental 
25
mais elevada, que não produz qualquer efeito sistêmico adverso depois de um mínimo de 28 
dias de ingestão oral em espécie animal, e a dose diária absorvida, à qual o consumidor pode ser 
exposto (CHORILLI et al., 2007).
De acordo com Chorilli et al. (2007), o documento de referência para avaliação de segurança 
de produtos cosméticos orienta como estudos básicos úteis para cosméticos os listados abaixo.
• Teste de absorção cutânea.
• Estudo do potencial de efeito sistêmico.
• Toxicidade aguda e testes de mutagenicidade.
• Estudo do potencial de efeito alergênico.
• Teste de alergenicidade.
• Estudo do potencial de risco irritativo e outros.
Além disso, o documento orienta como estudos complementares úteis em situações 
particulares: o estudo do risco sistêmico potencial, toxicidade subaguda, estudo do efeito na 
reprodução, estudos sobre fotomutagenicidade, estudo do risco irritativo potencial, irritação por 
efeito cumulativo e avaliação de riscos particulares, como teratogenicidade, carcinogenicidade e 
genotoxicidade.
Tem-se observado umesforço enorme para reduzir ou até mesmo extinguir testes de produtos 
cosméticos em animais. Um grande número de pesquisadores tem dedicado seu tempo e esforço 
para desenvolver métodos alternativos in vitro visando à substituição total de testes em animais. 
Espera-se que num futuro esse tipo de prática seja extinto (ADLER et al., 2011).
26
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as principais características de produtos cosméticos, enfatizando sua 
aplicação e classificação;
• aprender sobre novas tecnologias empregadas na elaboração de produtos cosméticos, 
como as nanopartículas.
• identificar os principais componentes da pele, em termos de sua anatomia, histologia 
e fisiologia;
• discutir os aspectos do mercado dos produtos cosméticos a nível global e nacional;
• conhecer as principais técnicas utilizadas para avaliar a toxicidade de cosméticos.
PARA RESUMIR
ABIHPEC. Panorama do Setor. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Per-
fumaria e Cosméticos. 2019. Disponível em: https://abihpec.org.br/publicacao/panora-
ma-do-setor-2019/. Acesso em: 06 mar. 2020.
ABURJAI, T.; NATSHEH, F. M. Plants used in cosmetics. Phytotherapy Research: An In-
ternational Journal Devoted to Pharmacological and Toxicological Evaluation of Natural 
Product Derivatives, v. 17, n. 9, p. 987-1000, 2003.
ADLER, S. et al. Alternative (non-animal) methods for cosmetics testing: current status 
and future prospects—2010. Archives of toxicology, v. 85, n. 5, p. 367-485, 2011.
BARIL, M. B. et al. Nanotecnologia aplicada aos cosméticos. Visão Acadêmica, v. 13, n. 1, 
2012.
BILAL, M.; IQBAL, H. M. N. An insight into toxicity and human-health-related adverse 
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CÂMARA, V. L. Anatomia e Fisiologia da Pele. Medicinanet, 2009. Disponível em: http://
www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2054/anatomia_e_fisiologia_da_pele.
htm. Acesso em: 05 mar. 2020.
CESTARI, S. C. P. Dermatologia pediátrica. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
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26, n. 1, p. 144, 2007.
FORSLIND, B. et al. Aspects on the physiology of human skin: studies using particle probe 
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GALEMBECK, F.; CSORDAS, Y. Cosméticos: a química da beleza. Coordenação Central 
de Educação a Distância, 2009. Disponível em: http://fisiosale.com.br/assets/9no%-
C3%A7%C3%B5es-de-cosmetologia-2210.pdf. Acesso em: 30 mar. 2020.
LACRIMANTE, C. A.; NETO, L. M. R. Aspectos toxicológicos em cosmetologia. III Simpósio 
de Ciências Farmacêuticas. Centro Universitário São Camilo, São Paulo, 2014.
LOPACIUK, A.; LOBODA, M. Global beauty industry trends in the 21st century. Manage-
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LORETZ, L. J. et al. Exposure data for cosmetic products: facial cleanser, hair conditioner, 
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LUCA, C. et al. A atuação da cosmetologia genética sobre os tratamentos antienvelheci-
mento. Interfacehs, v. 8, n. 2, 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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França. Revista Geográfica de América Central, v. 2, p. 1-15, 2011.
MU, L.; SPRANDO, R. L. Application of nanotechnology in cosmetics. Pharmaceutical 
research, v. 27, n. 8, p. 1746-1749, 2010.
NASCIMENTO, C. S. et al. Incremento do FPS em formulação de protetor solar utilizando 
extratos de própolis verde e vermelha. Revista Brasileira de Farmácia, v. 30, n. 1, p. 334-
339, 2009.
PEREIRA, B. S.; LUBI, N. C. A legislação brasileira em relação à comercialização de cosmé-
ticos ecologicamente corretos. Curitiba: Universidade Tuiuti do Paraná, 2017.
RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2a edição. São Paulo: Pharmabooks, 
2010.
RITO, P. N. et al. Avaliação dos aspectos do controle da qualidade de produtos cosméticos 
comercializados no Brasil analisados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade 
em Saúde. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2012. Disponível em: https://www.
arca.fiocruz.br/handle/icict/8569. Acesso em: 30 mar. 2020.
SALVADOR, A.; CHISVERT, A. Analysis of cosmetic products. 2 ed. Amsterdam: Elsevier, 
2018.
VILHA, A. P. M. Gestão da inovação na indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria 
e cosméticos: uma análise sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável. 2009. 
169f. Tese (Doutorado em política científica e tecnológica) - Universidade Estadual de 
Campinas. Campinas: UNICAMP, 2009.
WILKINSON, J. B.; MOORE, R. J. Cosmetología de Harry. 5 ed. Madrid: Ediciones Díaz de 
Santos, 1990.
UNIDADE 2
Insumos cosméticos
Olá,
Você está na unidade Insumos cosméticos. Conheça aqui os princípios que regem a 
produção e formulação de cosméticos, incluindo os principais ingredientes, matérias-
primas, procedimentos e protocolos de referência, com ênfase na formulação de produtos 
de higiene, preparações visando à hidratação e cosméticos para pele em geral.
Veja também os as características e diferenças dos conservantes e antissépticos, diferentes 
formas de classificação de produtos hidratantes, e as mais recentes tecnologias utilizadas 
para a elaboração de cosméticos para pele, abordando a região facial e as demais regiões 
do corpo. Além disso, aprenda sobre os órgãos regulatórios de produção de cosméticos.
Bons estudos!
Introdução
31
1 PRODUÇÃO E FORMULAÇÃO DE COSMÉTICOS
Nos últimos dez anos, milhares de novas matérias-primas e compostos químicos foram 
desenvolvidos e utilizados no mercado dos cosméticos, possibilitando a criação de uma grande 
variedade de produtos. A indústria dos produtos cosméticos engloba um mercado multibilionário 
que desempenha importante papel na economia de muitos países. O desenvolvimento de novas 
rotas de síntese e alta pureza da matéria-prima possibilitou projetar os componentes de um 
cosmético para atender às necessidades específicas dos consumidores. Para realizar essa tarefa, 
os formuladores identificam as matérias-primas com as funcionalidades desejadas e combinam 
esses materiais nas proporções adequadas para produzir um produto final aceitável, que tenha o 
desempenho planejado e permaneça estável (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2008).
1.1 Ingredientes e matérias-primas
Os produtos geralmente empregados na produção de cosméticos podem incluir água, óleos, 
silicones, surfactantes, polímeros, álcoois poli-hídricos, sacarídeos, solventes orgânicos, sais 
ácidos e alcalinos, pós inorgânicos e orgânicos, cores de pigmentos, aminoácidos, proteínas, 
extratos vegetais, vitaminas, absorvedores de ultravioleta, agentes quelantes, conservantes, 
antioxidantes, agentes oxidantes e redutores e óleos essenciais aromáticos. É conveniente 
classificar os constituintes dos cosméticos naqueles que dão forma ao produto, os que estabilizam 
o produto e os princípios ativos. Os ingredientes dos cosméticos são combinados de modo a 
alcançar as características combinadas e superiores, determinando previamente sua finalidade e 
qual a parte do corpo onde o produto será aplicado (IWATA; SHIMADA, 2013).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
De acordo com Galembeck e Csordas (2009), muitos critérios devem ser levados em 
consideração para seleção de uma matéria-prima. Clique abaixo e conheça-os.
32
A disponibilidade, logística de entrega e de distribuição.
• Estocagem.
• Vida útil.
• Embalagem.
• Condições do processamento industrial.
• Toxicidade.
• Riscos ambientais.
• Possibilidade da substituição por outra matéria-prima.
É perceptível que o mercado dos cosméticos se preocupa com a origem das matérias-primas, 
que podem ser provenientes de fontes naturais ou sintéticas, em alguns casos renováveis, 
mas sempre devem ser produzidas sob princípios sociais e ambientais de sustentabilidade. A 
escolha das matérias-primasé uma etapa crucial da produção, pois podem representar mais que 
65% do custo direto de produção de um cosmético. As matérias-primas usadas em cosméticos 
normalmente são inócuas para a saúde, com algumas exceções, logo suas quantidades devem ser 
estritamente controladas.
As matérias-primas podem ser classificadas como excipientes ou princípios ativos.
Um excipiente deve ser um ingrediente inerte adicionado a uma formulação conferindo 
ao produto consistência adequada para que a formulação possa ser aplicada, manipulada e 
embalada de forma apropriada. Os excipientes desempenham um papel de grande importância 
na produção dos cosméticos, pois proporcionam diferentes veículos de aplicação, diferentes 
texturas e características, sendo também responsáveis por reduzir o custo final do produto. Existe 
uma grande quantidade de excipientes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) para uso em cosméticos, sendo adicionados todos os anos novos excipientes a essa lista.
Os princípios ativos são as substâncias que atuam de forma efetiva e promovem modificações 
sobre o órgão em que o cosmético será aplicado, desempenhando uma vasta gama de aplicações 
específicas, sendo de grande importância conhecer mecanismos de ação, toxicidade e outros 
dados que justifiquem seu emprego no produto cosmético (GALEMBECK; CSORDAS, 2009).
1.2 Concepção e formulação de cosméticos
As formulações de cosméticos são complexas e podem utilizar diferentes matérias-primas. 
De acordo com Iwata e Shimada (2013), os ingredientes dos cosméticos devem ser pensados 
em função da categoria do cosmético; as categorias clássicas incluem xampus, condicionadores, 
33
cremes, toner facial, batons, bases e outros. Grande parcela dos cosméticos apresenta ingredientes 
para estabilização e preservação do produto, garantindo sua integridade e prevenindo sua 
deterioração. Esses componentes são essenciais, uma vez que os cosméticos geralmente 
são usados por um longo período de tempo após a abertura do pacote, o que representa um 
potencial risco de deterioração. Esses ingredientes também devem ser pensados ao formular um 
cosmético. Além dos principais ingredientes listados acima, a maioria dos cosméticos contém 
agentes corantes e aromatizantes. Os corantes têm sido empregados com sucesso no mercado 
dos corantes capilares.
Os fabricantes de cosméticos têm contratado químicos e farmacêuticos para a formulação 
de seus produtos; os fornecedores de ingredientes também empregam esses profissionais para 
trabalhar no desenvolvimento, avaliação e utilização de novas matérias-primas. Esses profissionais 
utilizam reações químicas para converter componentes de origem natural e sintética em matérias-
primas funcionais e comerciais. Além de apresentar uma sólida formação em química orgânica, 
os formuladores devem ser capazes de desenvolver criativamente novas vias de reação para 
produzir novas matérias-primas. As reações de esterificação ou polimerização são amplamente 
utilizadas na formulação de novas matérias-primas (SCHUELLER; ROMANOWSKI, 2008).
O uso industrial de substâncias químicas está sujeito a normas de órgãos reguladores. No 
Brasil, os cosméticos precisam ser registrados e aprovados pela ANVISA. Essas normas têm 
sido desenvolvidas baseadas em uma ampla variedade de estudos acerca de cada substância, 
fornecendo informações sobre sua toxicidade, tanto para o homem quanto para o meio ambiente, 
a curto e longo prazo. Dessa forma, devem ser reconhecidas e determinadas as substâncias 
inócuas, para que sejam definidos limites para seu emprego na produção de cosméticos 
(GALEMBECK; CSORDAS, 2009).
A figura 1 apresenta um sistema automatizado de produção industrial de um creme cosmético.
34
Figura 1 - Anatomia da pele 
Fonte: MicroOne, Shuttershock, 2020
#ParaCegoVer: Na figura, podemos observar equipamentos utilizados na produção industrial 
de cosméticos. Após colocados os ingredientes nas proporções corretas, eles são misturados e 
colocados em embalagens em quantidades exatas. Sistematicamente devem ser realizados testes 
desses produtos para o controle de qualidade.
Segundo Schueller e Romanowski (2008), os desenvolvedores de formulações cosméticas 
precisam ter um conhecimento sólido de química geral, particularmente sobre os surfactantes 
e o processo de emulsificação. Eles também devem conhecer as funcionalidades específicas de 
diferentes matérias-primas cosméticas disponíveis. Além disso, em alguns casos, é exigido um 
conhecimento especializado de tipos específicos de produtos, como aerossóis ou categorias de 
cosmecêuticos. Além da cosmetologia básica, os formuladores devem estar cientes de como as 
decisões de marketing, restrições de custos, condições de fabricação e preocupações estéticas, 
como aparência e odor, podem afetar o desenvolvimento do produto.
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35
2 PREPARAÇÕES PARA A HIGIENE
Os produtos comumente usados em formulações voltadas para a higiene pessoal incluem 
os sabonetes, xampus, demaquilantes, enxaguantes bucais, creme dental e muitos outros. Os 
agentes antibacterianos são muitas vezes incluídos nessas preparações para amenizar efeitos 
de halitose, odor corporal e infecções leves da pele, incluindo infecções secundárias associadas 
à acne. Embora inevitavelmente seja observada alguma sobreposição desses produtos com 
medicamentos, esses cosméticos devem ser diferenciados daqueles usados no tratamento de 
doenças, que contêm antibióticos e outros agentes, que normalmente não são considerados 
adequados para fins gerais de higiene (WILKINSON; MOORE, 1990). Clique abaixo e conheça a 
distinção entre agentes conservantes e agentes antissépticos.
Agentes conservantes
As últimas décadas foram marcadas por uma crescente conscientização sobre os problemas de 
deterioração microbiológica de produtos cosméticos e de higiene pessoal. Podem ser observados 
muitos exemplos da literatura que demonstram a importância de considerar o possível risco à 
saúde de um produto contaminado. Dessa forma, os conservantes são adicionados aos produtos 
para evitar deterioração e para proteger o consumidor da possibilidade de infecção (WILKINSON; 
MOORE, 1990). 
Os profissionais que trabalham na área de cosméticos são frequentemente solicitados a 
projetar sistemas de conservação que forneçam boa proteção aos produtos cosméticos contra 
contaminação microbiana. É importante trabalhar dentro de uma faixa estreita de concentrações 
de agentes conservantes, visando alcançar eficácia contra os microrganismos, evitando a toxicidade 
para os consumidores. Durante a formulação, é necessário considerar não apenas a eficácia do 
composto contra microrganismos, mas também a compatibilidade com os demais componentes 
presentes nos cosméticos, seu antagonismo ou sinergismo com outros ingredientes, o processo 
de fabricação do produto e os custos associados (ORUS; LERANOZ, 2005). 
Segundo Baranowska (2014), cosméticos que contêm água exigem proteção contra o 
crescimento de microrganismos, para garantir a segurança do produto e prolongar a vida útil. Os 
conservantes presentes em cosméticos são moléculas relativamente tóxicas para o consumidor, 
bem como fontes potenciais de alergias e doenças de pele. Praticamente todos os conservantes 
usados nos cosméticos são eficazes contra células procarióticas e eucarióticas. Os conservantes 
mais frequentemente utilizados incluem metilisotiazolinona, álcool benzílico, benzoato de sódio 
e parabenos, particularmente metilparabeno. 
Agentes antissépticos
Os termos antisséptico e germicida são predominantemente usados para descrever 
36
preparações aplicadas aos tecidos vivos para prevenir infecções. O termo desinfetante é 
mais corretamente empregado para descrever os preparativos para o tratamento de objetos 
inanimados. O uso de antissépticos em preparações cosméticas deve ser diferenciado do uso de 
conservantes, pois o os primeiros são destinados a tornar o produto ativo contra microrganismos 
presentesna pele, couro cabeludo ou boca, enquanto a função de conservantes é manter o 
produto em condições satisfatórias durante sua vida comercial e uso (WILKINSON; MOORE, 1990).
De acordo com Reis (2011), os agentes antissépticos têm função de eliminar ou minimizar 
o crescimento de vírus, fungos e bactérias quando utilizados sobre a pele ou mucosas, sendo 
importante ressaltar que esses agentes permanecem durante muito tempo sobre a pele. Wilkinson 
e Moore (1990) enfatizam que os agentes antimicrobianos comumente usados em cosméticos 
com propriedades antissépticas incluem fenóis, cresóis, bifenóis e surfactantes catiônicos. Os 
surfactantes catiônicos são amplamente utilizados em enxaguantes bucais, desodorantes, produtos 
de higiene feminina, produtos para bebês, condicionadores anticaspa ou de enxágue, fixadores, 
tonificadores e loções adstringentes. É importante ressaltar que os surfactantes catiônicos são 
incompatíveis com uma gama considerável de substâncias, especialmente compostos aniônicos.
3 PREPARAÇÕES PARA HIDRATAÇÃO
Paz et al. (2015) enfatizam que a hidratação cutânea vem sendo atualmente uma das medidas 
mais utilizadas em clínicas estéticas e por dermatologistas. Nesse sentido, para a formulação de 
cosméticos com tal finalidade, é importante conhecer os mecanismos fisiológicos da hidratação e 
os mecanismos de ação dos principais princípios hidratantes.
Os mecanismos envolvendo a manutenção da hidratação da pele são complexos. A 
hidratação adequada da pele é fundamental para manter a pele saudável, e os hidratantes são 
um componente importante dos cuidados básicos com a pele. A capacidade da pele de reter água 
está relacionada principalmente ao estrato córneo, que desempenha o papel de barreira à perda 
de água. O papel dos compostos higroscópicos nos corneócitos, coletivamente referido como 
fator de hidratação natural, foi reportado por Blank na década de 1950. Posteriormente, outros 
autores demostraram a importância dos lipídios intercelulares presentes no estrato córneo, 
FIQUE DE OLHO
A avaliação da hidratação cutânea e do comportamento das substâncias hidratantes na pele 
pode ser estudada por espectroscopia. Segundo Silva (2009), uma variedade de técnicas 
espectroscópicas vibracionais tem sido empregada recentemente no estudo da estrutura do 
estrato córneo e das modificações causadas pela ação de substâncias aplicadas.
37
organizados de maneira ordenada para formar uma barreira à perda de água transepidérmica. 
A hidratação da pele e a função de barreira epidérmica são áreas ativas de investigação pelos 
pesquisadores e pela indústria dos cosméticos há muitos anos (VERDIER-SÉVRAIN; BONTÉ, 2007).
3.1 Classificação dos hidratantes
A comprovação dos efeitos biológicos das chamadas formulações hidratantes tem despertado 
o interesse de um número cada vez maior de cientistas e dermatologistas. A hidratação da pele 
possibilita retardar o envelhecimento cutâneo, podendo prevenir algumas doenças de pele; além 
disso, essa classe de produtos tem sido considerada dominante na área cosmética, representando 
uma importante participação no mercado dos cosméticos (LEONARDI, 2005).
Os hidratantes podem ser classificados em função dos mecanismos de ação de seus 
componentes. Os principais mecanismos incluem a oclusão e umectação.
Clique nas abas abaixo para conhecer detalhes sobre cada um.
Oclusão
Os hidratantes oclusivos são caracterizados por formar um filme hidrofóbico na epiderme, 
impedindo a evaporação e a perda de água e consequentemente contribuindo para a manutenção 
da hidratação da pele. As substâncias oclusivas usadas em produtos cosméticos são geralmente 
de caráter oleoso, o que contribui também para uma maior maciez e suavidade da superfície 
cutânea.
Umectação
As substâncias que agem por umectação apresentam propriedades higroscópicas, ou seja, 
absorvem a umidade da atmosfera. Essas substâncias apresentam caráter hidrossolúvel e são 
indicadas para peles oleosas e acnéicas (PAZ et al., 2015).
3.2 Ingredientes utilizados em hidratantes
Os ingredientes hidratantes atuam principalmente na retenção da umidade interna da pele, 
sendo que alguns ativam essa capacidade, e outros a complementam. Segundo Paz et al. (2015), 
os produtos hidratantes constituem uma das classes mais importantes de cosméticos, pois 
apresentam uma ação preventiva, especialmente contra o envelhecimento precoce. Há diversos 
meios para a hidratação cutânea que contam com a adição de substâncias ativas nas formulações. 
Entre os principais hidratantes conhecidos, podem ser citados aminoácidos, ceramidas, ácido 
hialurônico, uréia, glicerina, ácidos graxos e outros. Tais substâncias também fazem parte da 
matriz lipídica intercelular, que preenche os espaços entre os corneócitos, proporcionando à pele 
a função de barreira. A redução desses lipídeos na camada córnea geralmente é provocada por 
38
exposição a solventes orgânicos e substâncias detergentes, envelhecimento, fatores genéticos, 
entre outros.
O uso das ceramidas em cosméticos tem se popularizado nos últimos anos. A incorporação 
desse ingrediente na formulação de cosméticos possibilita fortalecer a barreira cutânea e impedir 
a perda de água, além de proporcionar maciez e elasticidade à pele (ANDRADE; HIGUCHI, 2014). 
De acordo com Paz et al. (2015), os hidratantes geralmente apresentam consistência leve, de modo 
que a pele não fique brilhosa e oleosa. O hidratante usado durante o dia geralmente contém filtro 
solar em sua formulação; durante a noite, a hidratação da pele é de fundamental importância, 
pois mantém a elasticidade da pele, previne a formação de rugas e marcas de expressão, além 
de melhorar a nutrição celular e permitir uma ação mais eficiente de outras substâncias ativas.
4 PREPARAÇÕES PARA TRATAMENTOS CUTÂNEOS
O número e a variedade de matérias-primas disponíveis para a formulação de cremes e loções 
para a pele é muito grande. Além disso, novas matérias-primas, emulsificantes, emolientes, 
hidratantes e ingredientes ativos são continuamente disponibilizados pelo mercado. No contexto 
de cosméticos, o termo creme significa uma emulsão sólida ou semissólida, embora também se 
aplique a produtos não aquosos, como máscaras à base de solvente de cera, sombras e pomadas 
líquidas. Se uma emulsão apresenta uma viscosidade baixa o suficiente para ser derramada, ou 
seja, flui sob a única influência da gravidade, ela é chamada loção (WILKINSON; MOORE, 1990).
A microflora cutânea é um componente importante da pele humana. Uma grande variedade de 
microrganismos pode ser encontrada na pele – eles são geralmente organizados em transitórios, 
residentes temporários e permanentes. O equilíbrio ecológico microbiano desempenha um papel 
de grande importância na atividade da pele, podendo ser alterado pela introdução de inibidores, 
antimicrobianos, antibióticos ou nutrientes. A aplicação de produtos cosméticos pode afetar a 
microflora. Os conservantes são conhecidos por promover alterações na microflora. Os cosméticos 
para pele podem ser formulados para conter um agente antimicrobiano ou antibiótico como 
ingrediente ativo, por exemplo, para o tratamento da acne. Nesse caso, a ecologia microbiana 
mudará o uso do tratamento (HOLLAND; BOJAR, 2002).
Leonardi (2005) enfatiza que produtos para pele devem ser bem balanceados para não tirar 
exacerbadamente sua oleosidade natural. A secreção do sebo para a superfície da pele é um 
processo fisiológico do organismo. A presença do sebo na superfície da pele atua como proteção 
às agressões ambientais. Se todo o sebo da superfície for retirado com uso de sabões muito 
alcalinos, ou de produtos inadequados, as glândulas sebáceas naturalmente secretam novamente 
seus conteúdos em quantidades maiores.
39
4.1 Produtos para a face
As lesões cutâneas, principalmente na região da face, como a acne, rosácea e melasma, são 
conhecidas por transtornos emocionais e psicológicos. Estudos apontam que indivíduos com acne 
acabam enfrentando depressão, ansiedade, e baixa autoestima(LEVY; EMER, 2012). Tem sido 
desenvolvida nos últimos anos uma grande variedade de cosméticos para minimizar os efeitos e 
como complemento ao tratamento dessas lesões. Além disso, produtos visando reduzir os efeitos 
do envelhecimento são considerados promissores no mercado dos cosméticos.
Segundo Leonardi (2005), os cosméticos para peles acnéicas apresentam duas linhas 
de atuação: a redução da atividade sebácea e controle da proliferação de microrganismos 
patogênicos. Geralmente, observa-se que esses produtos também atuam na manutenção do pH 
natural da pele, na hidratação cutânea e na proteção contra radiações solares, pois o excesso 
de sol causa espessamento da camada córnea, que por sua vez facilita a obstrução do folículo 
pilo-sebáceo, refletindo no surgimento da acne. Dentre os veículos cosméticos mais usados 
na produção desses produtos, são mais indicados os géis hidrofílicos e os géis-cremes, sendo 
que ambos devem ser formulados com matérias-primas não comedogênicas e de preferência 
hipoalergênicas. Muitas das substâncias usadas no tratamento da acne não podem ser usadas 
em produtos cosméticos, porém, algumas são permitidas em concentrações autorizadas pelos 
órgãos de vigilância sanitária.
Os toners faciais são produtos que estão ganhando importância cada vez maior no mercado 
dos cosméticos. Segundo Iwata (2012), os toners faciais têm sido projetados combinando 
ingredientes ativos com a finalidade de hidratar, amaciar, suavizar, firmar e dar brilho à pele, 
podendo conter derivados da vitamina C para clareamento. Extratos de fermentação estão sendo 
incluídos em alguns cosméticos para o antienvelhecimento e a prevenção de rugas. Muitos desses 
produtos apresentam em sua composição ceramidas, vitaminas, esteróis, extratos vegetais 
e outros componentes eficazes. Os constituintes básicos incluem água, glicerina e agentes 
hidratantes, colágeno hidrolisado e aminoácidos. As formas do produto podem ser líquido 
transparente, líquido transparente e viscoso e loção leitosa.
FIQUE DE OLHO
A hidratação do rosto é um procedimento simples, mas que desempenha um papel 
importante de prevenção. De acordo com Leonardi (2005), a hidratação é um procedimento 
imprescindível para conservar o vigor, a textura, e evitar o ressecamento da pele. É 
importante ressaltar que, além da aplicação tópica de hidratantes, o indivíduo precisa ingerir 
bastante líquido para manter a pele hidratada.
40
4.2 Produtos para o corpo
Os cremes têm sido utilizados para cuidar da pele do rosto, mãos e outras partes do corpo. Os 
produtos utilizados para o corpo podem incluir cremes, loções e géis. Os objetivos são diversos 
e incluem:
• reparar a pele contra danos;
• hidratar a pele;
• clarear a pele e manchas;
• e proteger a pele dos raios ultravioletas.
Os componentes oleosos, que dão eficácia e determinam a sensação de uso, podem ser 
carboidratos, ésteres e álcoois superiores. O surfactante não iônico e os ácidos graxos são 
usados principalmente para emulsificar os componentes oleosos. Polímeros são adicionados 
para estabilizar a forma do produto. Os álcoois poli-hídricos são para hidratação e os álcalis são 
combinados para neutralizar os ácidos graxos (IWATA, 2012). Clique nas fichas abaixo e veja a 
classificação de cremes utilizados para a pele e suas principais características.
Cremes para limpeza são empregados na manutenção da superfície da pele saudável e com 
boa aparência, remoção de poeira, sujeira, sebo e outras secreções, células mortas, depósitos e 
maquiagem aplicada.
Cremes noturnos e cremes de massagem são projetados para permanecer na pele por várias 
horas ou para permanecer imóvel na pele, mesmo após esfregar vigorosamente. São compostos 
por uma fase substancialmente oleosa que se espalha facilmente sem ser absorvida.
Cremes evanescentes hidratantes são produtos projetados para serem facilmente espalhados 
e produzem uma sensação de desaparecimento após aplicação. São capazes de dar elasticidade à 
camada de células mortas e externas da epiderme, deixando a pele macia e suave.
Como as mãos são especialmente vulneráveis a rachaduras e rugosidade da pele, os cremes 
para as mãos são usados como agentes hidratantes, eficazes no alívio e na cura de emolientes, 
podendo incluir também antissépticos.
Cremes para os pés são utilizados para auxiliar na massagem dos pés, podendo conter agentes 
antimicrobianos, antitranspirantes, agentes queratolíticos leves, vasodilatadores para estimular 
a circulação, agentes de resfriamento e agentes que proporcionam propriedades emolientes e 
suavizantes da pele.
Os últimos anos foram marcados pelo desenvolvimento de cosméticos voltados para o 
41
tratamento de celulites e estrias, problemas que atingem um grande número de mulheres. 
Segundo Leonardi (2005), a celulite é caracterizada por uma desordem do metabolismo lipídico 
e no fluxo de líquidos do organismo; ela se forma quando há problemas na microcirculação 
sanguínea e os resíduos adiposos acumulam-se na hipoderme. Produtos cosméticos podem 
funcionar como coadjuvantes no tratamento da celulite, podendo atuar por três mecanismos 
diferentes: metabolizando a lipólise, melhorando a drenagem através de ativadores da circulação 
e reestruturando o tecido lesado por meio de renovadores de colágeno. As estrias são lesões 
que ocorrem principalmente na puberdade, atingindo predominantemente o sexo feminino. 
No mercado, está disponível uma grande diversidade de produtos voltados à prevenção e ao 
tratamento das estrias. Os cosméticos são geralmente utilizados na prevenção, sendo observado 
o uso de compostos com atividade hidratante como ácido hialurônico, ureia, lactato de amónio, 
colágeno, elastina e óleos vegetais emolientes.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
5 PROTOCOLOS REGULATÓRIOS DA PRODUÇÃO 
DE COSMÉTICOS
Os principais marcos regulatórios que regem a indústria de cosméticos remontam a 1938 
nos Estados Unidos e, 40 anos depois, na Europa. Desde então, as legislações cosméticas dessas 
regiões inspiraram a estrutura regulatória de vários países que trabalham para a harmonização da 
legislação sobre cosméticos. Durante os anos, os requisitos para a eficácia de produtos cosméticos 
foram implementados, no entanto, não existem diretrizes claras para testes de eficácia de 
produtos cosméticos. As reivindicações de produtos cosméticos, explícitas ou implícitas, devem 
ser apoiadas por evidências adequadas e verificáveis, independentemente dos tipos de suporte 
probatório usados para substanciá-las, incluindo, quando apropriado, avaliações de especialistas. 
O suporte probatório às alegações cosméticas deve levar em conta as práticas atuais, os estudos 
42
relevantes sobre o produto e o benefício reivindicado, devendo seguir metodologias bem 
projetadas, bem conduzidas e respeitando a ética e os padrões de referência (NOBILE, 2016).
No Brasil, o órgão responsável por regulamentar a produção de produtos cosméticos é a 
ANVISA. De acordo com Jaiminy (2013), os produtos cosméticos individuais devem ser notificados 
ou registrados antes de sua entrada no mercado, atendendo exigências específicas. Durante o 
processo de registro, os fabricantes devem declarar qual grau de risco se enquadra à sua atividade. 
Clique abaixo e conheça detalhes sobre cada grau.
Grau 1
 Os importadores e fabricantes de cosméticos são classificados como produtos de grau de 
risco 1 quando produzirem produtos como xampus simples, cremes de barbear, loções corporais 
e cremes e produtos de maquiagem, devendo notificar a ANVISA por meio do envio on-line de 
um documento contendo informações gerais do produto, podendo proceder com o comércio 
após registro.
Grau 2
Os produtos de grau de risco 2 incluem produtos de maior periculosidade, como por exemplo 
os produtos anti-idade, protetor solar, agentes de coloração capilar e outros.
A resolução da diretoria colegiada (RDC) nº 48, de 25 de outubro de 2013 aprovou o 
regulamento técnico de boas práticas de fabricação para produtos de higienepessoal, cosméticos 
e perfumes. Esse documento estabelece que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes destinados à comercialização devem estar devidamente regularizados e fabricados 
por indústrias habilitadas, regularmente inspecionadas pela autoridade sanitária competente. 
Esse regulamento estabelece os procedimentos e as práticas que o fabricante deve aplicar para 
assegurar que as instalações, métodos, processos, sistemas e controles usados para a fabricação 
desses produtos sejam adequados, de modo a garantir qualidade desses produtos. No prazo de 
1 ano, a empresa deve ter elaborado todos os protocolos e outros documentos necessários para 
a validação de limpeza, metodologia analítica, sistemas informatizados e sistema de água de 
processo que já se encontrem instalados.
Segundo o artigo 10 da resolução nº 7 de 10 de fevereiro de 2015 da ANVISA, o detentor do 
produto deve possuir dados comprobatórios que atestem a qualidade, a segurança e a eficácia 
de seus produtos e a idoneidade dos respectivos dizeres de rotulagem, bem como os requisitos 
técnicos estabelecidos na mesma resolução, os quais deverão ser apresentados aos órgãos de 
vigilância sanitária sempre que solicitados ou durante as inspeções. Deve-se ainda garantir que 
o produto não constitui risco à saúde quando utilizado em conformidade com as instruções de 
uso e demais medidas constantes da embalagem de venda do produto durante o seu período de 
43
validade.
De acordo com Reis (2015), a ANVISA publicou em 2015 uma atualização das regras de 
cosméticos que simplifica o tratamento desses produtos no país. Com essa nova medida, alguns 
produtos passam a ser isentos de registro, mas sujeitos à comunicação prévia antes de sua 
comercialização. A medida está na resolução nº 7 de 10 de fevereiro de 2015 da ANVISA. Produtos 
das categorias bronzeadores, produtos de alisamento capilar, protetor solar, repelente de insetos, 
gel antisséptico para as mãos e produtos infantis continuaram sendo analisados pela Agência, 
tendo em vista o seu maior risco associado.
5.1 Protocolo 1: Validação de limpeza
Segundo a RDC nº 48, de 25 de outubro de 2013, a empresa deve conhecer seus processos 
a fim de estabelecer critérios para identificar a necessidade ou não de validação dos mesmos. 
Quando as validações forem aplicáveis, deve ser estabelecido um protocolo de validação que 
especifique como o processo será conduzido. O protocolo deve ser aprovado pela garantia/
controle da qualidade. Para os produtos e processos que não serão validados, a empresa deve 
estabelecer todos os controles operacionais necessários para garantir o cumprimento dos 
requisitos preestabelecidos ou especificados. O protocolo de validação deve especificar os itens 
enumerados abaixo. Clique para vê-los.
44
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais produtos e ingredientes utilizados na formulação de cosméti-
cos, assim como as principais etapas desse processo;
• aprender sobre preparações voltadas para a higiene pessoal e agentes antissépticos 
comumente comercializados;
• descobrir sobre a real importância dos hidratantes, suas matérias-primas, classifica-
ção e aplicações;
• discutir preparações utilizadas em tratamentos cutâneos, com ênfase aos produtos 
voltados para a face e para as demais regiões da pele;
• conhecer os principais protocolos regulatórios da produção e comercialização de 
cosméticos, além das exigências específicas para diferentes classes de cosméticos.
PARA RESUMIR
ANVISA – Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada - 
RDC nº 48, de 25 de outubro de 2013. 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0048_25_10_2013.pdf. Acesso em: 10 mar. 2020.
ANVISA – Agência Nacional De Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada - 
RDC nº 07, de 10 de fevereiro de 2015. 2015. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
documents/10181/2867685/RDC_07_2015_.pdf/. Acesso em: 10 mar. 2020.
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WILKINSON, J. B.; MOORE, R. J. Cosmetología de Harry. 5 ed. Madrid: Ediciones Díaz de 
Santos, 1990.
UNIDADE 3
Fotoproteção e preparações para a 
higiene pessoal
Olá,
Você está na unidade Fotoproteção e Preparações para a Higiene Pessoal. Conheça aqui 
as consequências da exposição à radiação ultravioleta e propostas para minimizar seus 
impactos, incluindo barreiras físicas e filtros solares. Descubra os mecanismos envolvidos 
no envelhecimento cutâneo e estratégias para reduzir e reverter seus efeitos.
Veja as principais formulações para a higiene pessoal, utilizadas no corpo e na higiene 
bucal, incluindo as principais matérias-primas e mecanismos de ação desses produtos. 
Conheça também as preparações utilizadas em perfumes e aromatizantes, com ênfase em 
produtos de origem natural e óleos essenciais.
Bons estudos!
Introdução
49
1 FOTOPROTEÇÃO: FUNDAMENTOS E 
TECNOLOGIAS
O nível de radiação ultravioleta (UV) que atinge a superfície da Terra aumentou drasticamente 
nos últimos anos. Esse fenômeno contribuiu para um aumento constante de doenças relacionadas 
à pele, ocasionadas pelo aumento na exposição da pele à radiação. A radiação UV geralmente é 
dividida em três categorias: radiações com comprimentos de onda curtos (UVC),