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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ- CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-CCA DISCIPLINA: ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO I DOCENTE: MARUZANETE PEREIRA DE MELO RELATÓRIO: DOENÇAS DE GRANDES CULTURAS E SEU MANEJO Ananda Maria de Sousa Silva (2018024508) TERESINA-PI Agosto de 2022 O principal objetivo da fitopatologia é evitar que o agricultor perca seu cultivo, porém, para fazer o manejo adequado das doenças, é necessário, por exemplo, saber a biologia do microrganismo, como o patógeno se dissemina na área, como ele sobrevive etc. Existem alguns fatores que contribuem com a evolução da doença em grandes culturas, dentre eles a ausência de rotação de cultura, que é quando se faz a alternação anual de culturas numa mesma área agrícola, ponto importante, pois ajuda o solo a ficar mais saudável, há a reposição de matéria orgânica e inibe a aparição de inúmeras pragas, doenças e daninhas, ou seja, seu objetivo é quebrar o ciclo biológico do patógeno, pois existem alguns que sobrevivem em resto culturais, caso o agricultor não opte por fazer a rotação a tendência é que ocorra o aumento de doenças. É importante ressaltar também o uso de variedades que são susceptíveis ao ataque de pragas, a ampliação das épocas de cultivo (recomenda-se cultivar variedades precoces) e a adoção do sistema de plantio direto, onde faz-se o plantio sem fazer o revolvimento do solo, deixando uma camada de biomassa, e observa-se vários benefícios como o aumento da microbiota, proteção do solo contra a erosão. É necessário dar atenção ao plantio direto na fitopatologia, pois para os patógenos necrotróficos (são aqueles que se alimentam de tecido morto) o fato de ter um elevado volume de palhada sobre o solo faz com que eles se multipliquem na área, já que se alimentam da matéria morta. Doença é qualquer alteração metabólica que a planta sofre, ou seja, o mal funcionamento da planta, alguns agentes etiológicos são capazes de induzir a diversas doenças, podemos destacar os fungos, onde 70% das doenças em plantas são causadas por eles, também temos os Oomicetos, que são os falsos fungos, vírus, bactérias e nematoides (patógenos de raízes). Na cultura da soja temos em média 40 doenças, onde cerca de 20 doenças são mais preocupantes, sendo a grande maioria doenças secundárias, ou seja, a doença pode estar presente, mas não causa grandes danos. A cultura do milho e do feijão também têm em média 40 doenças, já a da mandioca possui cerca de 25 doenças. Os agentes que podem causar doenças nas plantas são os bióticos e abióticos, no caso do fator abiótico, a falta de água no solo pode causar o tombamento de plantas, a planta acaba murchando. Deficiências nutricionais também são exemplos de fatores abióticos. O estádio de desenvolvimento das culturas é importante para o agrônomo por algumas razões, dentre elas, a questão de exigências nutricionais, pragas etc. Por exemplo, na cultura da soja, quando falamos de tombamentos, falamos de patógenos que causam morte em plântulas, e esses patógenos são importantes na cultura da soja (Colletottrichum, Phytophthora, Pythium). No período vegetativo também temos alguns patógenos como a mancha parda, crestamento foliar de cercospora, ferrugem, Phytophthora, Oídio etc. No período reprodutivo os patógenos continuam atacando, onde teremos Oídio, Atracnase, Mancha Alvo Branco, mela. As fases mais exaustivas são entre a vegetativa e reprodutiva, onde os patógenos explodem, pois temos uma condição que favorece o desenvolvimento das doenças: adensamento de plantas. A Soja louca (Aphelechoides) é uma doença da parte aérea da soja, dentre seus sintomas temos o crescimento exagerado, as plantas não entram em período reprodutivo, folhas enroladas e brotações. A Ferrugem asiática (Phakospora pachyrhizi), possui um curto período de incubação e uma rápida disseminação, doença fácil de reconhecer, chegou ao Brasil nos meados de 2001, e o país se tornou o maior consumidor de fungicida do mundo. O vazio fitossanitário, princípio de exclusão onde evita-se que o patógeno esteja na área, é a redução da quantidade de esporos no ar, uma medida legislativa do ministério da agricultura. Outra doença da soja é a mela causada pelo fungo Rhizoctonia solani, que é uma necrose que causa na folha, apodrece, uma folha começa a se juntar a outra e nos caules pois há muita liberação de água devido a produção de enzimas, o que apodrece todo o tecido, é importante ressaltar que essa doença ocorre do período vegetativo para o período reprodutivo, é mais comum durante o período chuvoso. Seu manejo é por meio da rotação de cultura e plantio de sementes certificadas, é importante a eliminação de plantas invasoras. O mofo branco é causado por um patógeno polífago (Sclerotinia sclerotiorum), possui alta variabilidade genética com reprodução sexuada, tem grande resistência, seu manejo pode ser feito por aplicação de Trrichoderma sp. Já a Antracnose pode ser causada por alguns fatores como a alta densidade e alta precipitação e pode levar a lesões em vagens, folhas e hastes. Seu manejo se dar por meio de rotação de cultura e sementes certificada. Algumas outras doenças podem ser encontradas no sistema radicular da soja, dentre elas está a síndrome da morte súbita que causa podridão nas raízes, manchas foliares e lesões predominantemente nas nervuras. Uma outra doença é a podridão carvão, onde o patógeno polífago contem aproximadamente 500 hospedeiros e pode causar podridão de raízes e caules, onde possui ação celulitica fazendo com que a epiderme solte facilmente do córtex, pode ser causada pelo déficit hídrico e seu manejo se da com o uso de sementes certificadas. Também no sistema radicular ocorre a ação de nematoides como Heterodera glycinis, Meloidogyne sp e Pratylenchus brachyurus, podem ocorrer sintomas como deficiência nutricional, as plantas são pouco desenvolvidas e nas raízes secundárias há presença de sinais de nematoides. Seu manejo se dar pelo plantio de plantas antagônicas, rotação de cultura. Outra doença muito conhecida é a Antracnose, seus sintomas se manifestam por meio de manchas nas nervuras, vagens e sementes e o enrolamento de folhas. Sementes contaminadas é a principal estratégia de sobrevivência e de disseminação do fungo e o manejo pode ser com o uso de variedade e sementes certificadas. É importante destacar também doenças da parte aérea do feijão, como a mancha angular causada pelo patógeno Phaeoisariopsis griseola, que inicialmente foi dada como uma doença secundária e atualmente já ocorrem surtos em diversas regiões produtoras como sintomas de manchas angulares caracterizada por uma camada de parede espessa. Já a mela, cauda pela Rhizoctonia solani que possui alta severidade no estágio de floração causando murcha ou teia micelica. A mela como já visto, é mais comum em lugares com alta umidade e seu manejo seria com o plantio no final do período chuvoso. Outra doença observada é a murcha, com ampla distribuição no Brasil, sua disseminação se da através de sementes contaminadas, com sintomas que incluem amarelecimentos, escurecimentos dos vasos e redução do sistema radicular. O morfo branco tem fácil diagnose, pois possui micélio cotonoso, nas vagens observa-se escleródios de cor preta e é uma doença de difícil controle, sendo sua melhor forma de controle evitar a entrada do fungo na área. Também foram expostas doenças comuns do feijão caupi como viroses, onde a CPSMV causa bolhosidade e nanismo de plantas e folhas como também a morte prematura das folhas e BGMV que causa nanismo dourado e distorção das folhas. A mela do feijão caupi possui sintomas de pequenas manchas e crestamento, onde seu estádio de maior susceptibilidadeestá no inicio da floração, o manejo é através do uso de sementes certificadas e rotação de cultura. Com a murcha as ´plantas ficam distribuídas em reboleiras, seu estádio de maior susceptibilidade fica no inicio da floração, o manejo é com o controle de fitonematides e eliminação de plantas sintomáticas. A doença chamada podridão carvão se caracteriza com plantas distribuídas em reboleiras, seu maior estádio de susceptibilidade se da no inicio da floração e seu manejo é pelo controle de fitonematoides coma eliminação de plantas sintomáticas, que possuem o inoculo inicial, é importante o plantio de sementes certificadas e variedades resistentes. A cultura do milho também possui doenças como a podridão de espiga causada pelo Fusarium spp, a podridão vermelha da espiga causada por Fusarium graminearu, onde os sintomas inicia-se na ponta da espiga e seguem até a sua base através de uma massa cotonosa de cor avermelhada, o fungo também pode colonizar a palha da espiga e ficar aderido a ela. Outras doenças conhecidas são as manchas foliares, causadas pelo Cercospora ssp, a macha branca e mancha de Helminthosporim. O manejo é pela rotação de cultura, é importante a aplicação de fungicidas registrados e o uso de variedades resistentes. A podridão de espiga causada por Sternocapella caracteriza-se com sintomas de palhas aderidas nos grãos, com o crescimento de micélio branco entre os grãos. A podridão geralmente inicia na base da espiga, os grãos mudam de coloração e a espiga apresenta leve degradação de celulose. A podridão de colmo é causada por um complexo de fungo, seus sintomas são o tombamento de plantas na época da colheita, sua medula se desintegra e a podridão possui cor vermelha. O manejo se da com o uso de variedades resistentes (DKB 290) e é importante fazer o plantio com sementes certificada, ter uma adubação equilibrada e fazer rotação de cultura. Por fim, como doenças de mandioca temos: a bacteriose da mandioca, que possui sintomas como manchas foliares, o manejo é através de material propagativo sadio, plantio de variedades resistentes, uso de ferramentas desinfestadas e a erradicação de plantas doentes. A podridão de raízes se dá em condições de solos argilosos, e os sintomas variam em podridão de coloração branca e mole, murcha e seca dos ponteiros. A mancha foliar é uma doença que surge em folhas velhas, se apresenta através de manchas foliares necróticas, que em situação de alta umidade acabam tendo alta severidade e desfolhamento, não necessita medidas de controle.
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