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03/06/2023, 14:15 lddkls_dir_hum_cid
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NÃO PODE FALTAR
PREVENÇÃO E PLANEJAMENTO EM SEGURANÇA E DIREITOS
HUMANOS
Laura Degaspare Monte Mascaro
Luiz Fernando Conde Bandini
Imprimir
PRATICAR PARA APRENDER
Caro aluno, bem-vindo à Seção 4.2!
Lembrando que você participa como representante da sociedade civil do Conselho
Comunitário de Segurança (CONSEG), do bairro do Morumbi, na cidade de São
Paulo, enquanto diretor de segurança de uma escola privada da região. Um dos
membros do conselho representante de uma ONG que realiza projetos sociais na
Favela de Paraisópolis reporta que, há alguns meses, em virtude do aumento do
Fonte: Shutterstock.
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Áudio disponível no material digital.
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trá�co de drogas na região, a polícia militar tem realizado incursões na favela e
tratado os jovens de maneira violenta arbitrariamente. Em contrapartida, você
percebe que houve uma diminuição no número de bases da Polícia Comunitária
em toda região, o que teve um impacto no número de assaltos aos pais e alunos
nos arredores da escola. Alguns membros do CONSEG acreditam que apenas a
atuação violenta da polícia na favela pode resolver os problemas de segurança
pública. Você precisa convencê-los da importância de ações preventivas, do
policiamento comunitário e do respeito aos direitos fundamentais nas abordagens
policiais.
Como você vai convencê-los? Quais os argumentos a serem utilizados?
CONCEITO-CHAVE
SISTEMA CONSTITUCIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 144, que a segurança
pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, sendo exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. O direito à segurança pertence, portanto, ao rol de direitos que
dependem da ação do Estado para sua realização, ações fáticas que podem ser
requeridas pelos cidadãos em face do Estado. Conforme estudamos na Unidade 2,
se levarmos em consideração o conceito de segurança humana, centrado no
combate à vulnerabilidade, a atuação estatal passa a ser ainda mais importante,
garantindo, por meio de diversos direitos humanos, o direito à segurança. Além
disso, é importante observar que, embora seja um dever do Estado, o direito à
segurança também é de responsabilidade dos cidadãos, os quais devem participar
de sua realização. 
Para prestar os serviços de segurança pública, o Estado brasileiro, por meio da
Constituição, criou órgãos especializados que desempenham a atividade policial,
ditando normas relativas à sua organização, deveres e funções. São eles: polícia
federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias
militares e corpos de bombeiros militares. Além disso, a Constituição Federal
também autorizou a criação das guardas municipais pelos municípios brasileiros
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(art. 144, § 8º). Os estados federados possuem dois órgãos responsáveis por
desempenhar o ciclo da atividade policial: a polícia civil e a polícia militar. A polícia
civil, também chamada de polícia judiciária, é responsável pela apuração da
existência de eventuais infrações penais. Já a polícia militar, que exerce a função de
polícia ostensiva, tem por atribuição o patrulhamento para manutenção da ordem
pública (também chamada de polícia repressiva). Existe uma ideia errônea de que
a segurança pública seria um problema exclusivo dos governos estaduais porque
esses órgãos desempenham um papel de maior visibilidade. Lembre-se de que,
atualmente, existe o Estatuto das Guardas Municipais, sancionado pela Lei Federal
nº 13.022/2014, que autoriza a sua criação pelos municípios e regulamenta a sua
atuação.
Como você estudou na Unidade 2, o modelo de segurança pública estabelecido
posteriormente ao recente processo de redemocratização do país herdou o
paradigma de policiamento vigente durante a ditadura militar, com as polícias
ostensivas estaduais vinculadas às Forças Armadas. 
Embora o artigo 144 da Constituição Federal não mencione as forças armadas
como órgão responsável pela segurança pública, há diversas ocasiões em que
estas podem executar ações de segurança pública. A atuação das Forças Armadas
não é compatível com um conceito de segurança pública que seja adequado a um
Estado Democrático de Direito, que de forma alguma pode ser entendido como
uma estratégia de guerra, destinada ao combate de inimigos. A separação entre as
instituições responsáveis pela defesa nacional e aquelas responsáveis pela
proteção da segurança interna é de extrema importância para a ordem
democrática. 
A proposta de desmilitarização das polícias brasileiras é, portanto, uma tarefa
democrática que deixou de ser cumprida pela Carta Magna de 1988, em grande
medida, em virtude da pressão dos militares durante a Assembleia Nacional
Constituinte: “Os interesses dos militares se �zeram representar de forma
majoritária nas audiências públicas realizadas pela Subcomissão de Defesa do
Estado, da Sociedade e de sua Segurança” (SILVA; GURGEL, 2016, p. 146).
PESQUISE MAIS
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Sobre a desmilitarização das polícias brasileiras, leia os artigos a seguir para
saber um pouco mais e tentar formar uma opinião: https://bit.ly/3aQ2sFj;
https://glo.bo/3mVDxmb e https://glo.bo/3rBCHOW. Acesso em: 17 ago.
2017.
Desse modo, o modelo de policiamento preservado em nossa Constituição não
observa as exigências democráticas estabelecidas na nova ordem constitucional
vigente, pois privilegia o interesse do Estado em detrimento da defesa dos
cidadãos e de seus direitos fundamentais. No plano infraconstitucional, o Decreto
nº 88.777, de 1983, atribui ao Comando do Exército o controle e a coordenação das
polícias militares, abrangendo a organização e legislação, efetivo, disciplina, ensino
e instrução, adestramento e material bélico da corporação continua vigente. Isso
demonstra a confusão legislativa entre assuntos relacionados à defesa nacional e à
segurança interna do país. 
Uma das principais críticas à manutenção de uma polícia militarizada no Brasil é
relacionada ao processo de educação e treinamento dos agentes, que ao operar
com a lógica da guerra para salvaguardar a segurança do Estado, mesmo que em
detrimento da cidadania e dos direitos humanos, contribui para afastar cada vez
mais a sociedade dos agentes responsáveis pela preservação do equilíbrio e da paz
social. Basta observar que o contato entre o policial e a comunidade ocorre,
principalmente, no patrulhamento ostensivo. Além disso, o controle civil sobre a
atividade militar é di�cultado, especialmente, em face da existência de um foro
privilegiado para julgamento dos policiais. 
Como vimos, nesse contexto, surge, necessariamente, a discussão acerca da
necessidade de promover a reforma da organização da instituição policial no
Brasil, apontando-se para propostas de desmilitarização das polícias estaduais. A
desmilitarização favoreceria a aproximação entre a polícia e a sociedade,
promovendo a democratização das instituições policiais e a criação de programas
governamentaisque fomentem uma cultura de promoção dos direitos humanos e
uma cultura de paz. 
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POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
Há, contudo, alguns movimentos internos à polícia militar que visam romper com o
paradigma de policiamento essencialmente repressivo e distante da comunidade
que vigia à época da ditadura, por exemplo, a criação de polícias comunitárias. No
entanto, isso ainda é uma iniciativa particular a cada estado da federação. 
A principal premissa do policiamento comunitário seria o respeito aos direitos
humanos, sendo necessária a participação dos cidadãos, além de entidades
públicas e privadas, na identi�cação e resolução rápida dos problemas ligados à
segurança. O conceito de policiamento comunitário tem por base a cooperação
entre agentes de segurança e a população, de modo que juntos possam resolver
os problemas de segurança. Para que seja e�ciente, é preciso que esses dois
atores sejam parceiros atuantes na resolução dos problemas que diagnosticarem
na localidade onde estão inseridas. O policiamento comunitário deve se dar
localmente, uma vez que cada comunidade tem as suas particularidades e vai
exigir soluções diferentes das outras. O ideal, portanto, é que o comando seja
descentralizado. 
O pro�ssional de segurança que atuar no policiamento comunitário deve ser
alguém capaz de mediar con�itos, estabelecer diálogo e estar próximo da
comunidade. A mediação de con�itos - é importante que se esclareça - não pode
ser voltada para a erradicação imediata do con�ito, que frequentemente tem um
caráter repressivo, mas ser capaz de, em coordenação com as partes envolvidas,
buscar soluções compartilhadas e resultados de médio e longo prazo, porém
duradouros. Isso porque o con�ito tem mais chances de ser resolvido quando as
partes estão envolvidas em sua solução. 
Desse modo, atribui-se também aos cidadãos a responsabilidade pela realização
do direito à segurança. Os Conselhos Comunitários de Segurança funcionam com
esse intuito, reunindo representantes da polícia, da comunidade e do Poder
Público de forma geral. Há, contudo, algumas críticas aos CONSEGs que precisam
ser observadas e que giram em torno, basicamente, da falta de participação real da
população, que só estaria presente para legitimar as ações policiais, mas não para
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atuar efetivamente na resolução dos problemas. O ideal seria que se incluísse a
população na de�nição de diretrizes, no acompanhamento da implementação e na
avaliação das ações. 
Outra das bases do policiamento comunitário é uma atuação que privilegie a
promoção dos direitos humanos e a prevenção da violência, e não sua repressão. 
AÇÃO PREVENTIVA
Sob a perspectiva das ações preventivas de segurança, esta deve ser reconhecida
como um direito, cujas dimensões e impactos são muito mais amplos do que
apenas a esfera penal ou a atividade policial. Nesse sentido, novamente, o conceito
de segurança humana parece muito adequado a essa perspectiva. Assim, a
segurança pública deixa de ser de responsabilidade apenas dos sistemas de polícia
e justiça, mas envolve uma série de outros atores e poderes para além das forças
policiais e de segurança. Não é possível, portanto, responsabilizar apenas as
polícias estaduais pela ine�ciência do Estado brasileiro no enfrentamento à
violência. 
Além disso, quando tratamos de ações preventivas e policiamento comunitário, é
importante que tenhamos em mente uma perspectiva local. Assim, os poderes
locais, por exemplo, municípios, subprefeituras e entidades da sociedade civil que
atuam localmente, passam a ser de extrema importância. Além disso, essas ações,
frequentemente, devem ser promovidas em interseção com o desenvolvimento
urbano local. Nesse sentido, uma legislação que promove essa interseção é o
Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), que enfatiza o planejamento participativo
como um dos pilares das boas práticas de governança territorial e de prevenção. 
Assim, para se promover ações que contrariem o paradigma repressivo tradicional
das políticas de segurança e atuem preventivamente, é importante que se
monitorem e avaliem as políticas públicas implementadas, envolvendo os cidadãos
no planejamento e na construção de uma agenda propositiva para enfrentamento
da violência. É preciso, portanto, escapar à lógica do confronto. O termo “cultura
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de paz” designa ações que visam desenvolver e fortalecer valores e atitudes que
contribuam para a resolução de problemas e con�itos por meio da negociação e
do diálogo.
Tradicionalmente, no que diz respeito à segurança, os gestores têm privilegiado
práticas de maior impacto eleitoral, como aumento do efetivo das instituições de
segurança e aquisição de equipamentos. Contudo, frente ao fato de que os
modelos tradicionais de enfrentamento da violência não têm obtido resultados
satisfatórios, é preciso que se pense em alternativas que fujam dos modelos
tradicionais repressivos. As políticas com enfoque preventivo, muitas vezes, só dão
frutos perceptíveis em médio e longo prazo, extrapolando os ciclos eleitorais. No
entanto, a prática de ações preventivas pode proporcionar benefícios duradouros. 
As ações preventivas dão início a processos e se consolidam ao longo do tempo.
Mas para isso é importante que haja a participação ativa dos cidadãos e a ação
integrada entre os diversos poderes públicos. Partimos aqui de uma concepção de
“poder público” que leva em consideração o conceito de poder de Hannah Arendt,
ou seja, que é baseado no agir conjunto em prol de um objetivo comum:
No combate à violência, devemos considerar três tipos de projetos de prevenção:
situacional, policial e social.
Prevenção situacional: as ações devem ser voltadas para a diminuição de
situações que possibilitem a prática de crimes, por exemplo, a iluminação de
áreas com maior incidência criminal, instalação de câmeras de monitoramento,
montagem de centrais de monitoramento etc.
Prevenção policial: ações preventivas de rotina, como patrulhamento de áreas
com altos índices de criminalidade.
Prevenção social: pode ser dividida em três níveis:
As instituições não governamentais também são poderes públicos, todavia com uma lógica diferenciada [...].
Somente por esse novo delineamento do poder público já se está reorganizando as relações de poder, já se
está “derrubando barreiras”, conceito muito recorrente quando se trata de migração e de convivência com o
outro. 
— (TAMBELLINI; MASCARO; SILVA apud SILVEIRA;CARNEIRO JÚNIOR; MARSIGLIA, 2009, p. 156)
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Prevenção primária: é dirigida à população em geral, por exemplo, os
programas de atenção universal.
Prevenção secundária: é dirigida aos grupos que correm mais risco de
sofrer ou cometer crimes.
Prevenção terciária: cujo objetivo é aliviar o sofrimento das vítimas de
violência ou ajudar os autores de crimes a se reinserirem na comunidade.
Uma das formas de prevenir a violência é por meio de políticas que se empenhamem criar e manter espaços urbanos seguros, os quais seriam:
Em outras palavras, são iniciativas que visam a aumentar a participação popular no
espaço público, transformando áreas marcadas pela segregação e pela
insegurança. 
DIAGNÓSTICO POR MEIO DE INDICADORES DE DIREITOS HUMANOS
Para ações preventivas de segurança, de maneira geral, é preciso que se
desenvolvam instrumentos de planejamento, avaliação e monitoramento das
ações processadas. Um primeiro passo seria, portanto, a elaboração de
diagnósticos que considerem a segurança de forma clara. É preciso veri�car quais
locais possuem maior incidência de determinados crimes a partir de consulta à
população, mapear a utilização de espaços e equipamentos públicos etc. 
No entanto, em ações preventivas, é preciso que se atente não apenas para
indicadores de segurança em sentido estrito mas também para indicadores de
direitos humanos que impactam direta ou indiretamente na segurança. Embora
muitas das questões que surgem nos CONSEGs sejam relativas a con�itos entre
cidadãos no espaço público – por exemplo, o incômodo e medo causado pela
presença de pessoas em situação de rua, perturbação do sossego por bailes funk e
Ambientes públicos, planejados, projetados e administrados de forma participativa, com vistas a reduzir a
incidência de delitos e da violência e aumentar a sensação de segurança das pessoas que o utilizam, bem como
a sua permanência no local e a apropriação da comunidade para atividades de convivência, melhorando, assim,
a qualidade de vida da população. 
— (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 14)
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bares em geral, moradias irregulares etc. –, esses con�itos mostram que há outras
demandas por trás dessas questões, como moradia, lazer, saúde e bem-estar, que
envolvem direitos humanos. 
Para a resolução dessas questões, não há alternativa senão pensar na articulação
intersetorial com os demais setores do poder público. 
Uma política de segurança efetiva para uma comunidade demanda a elaboração
de um plano de segurança local, que seria um guia de ação:
A primeira etapa é de diagnóstico, que consiste na identi�cação dos
problemas de criminalidade e violência daquela região, na veri�cação dos
indicadores socioeconômicos, no mapeamento dos equipamentos sociais
disponíveis e na veri�cação das políticas e ações que já estão em curso.
A segunda etapa consiste na participação, que demanda o envolvimento da
sociedade civil, dos grupos mais vulneráveis – deve-se dedicar atenção especial
aos setores da população tradicionalmente expostos à violência, como jovens,
mulheres e idosos – e dos gestores de diferentes áreas na elaboração de um
projeto comum. Para isso, pode-se convocar a população da comunidade para
audiências públicas, ouvir associações e conselhos comunitários em encontros
individuais ou coletivos, promover pesquisas pro�ssionais de opinião etc.
A terceira etapa é a ação propriamente dita, que consiste na implementação
do plano e que envolve ações preventivas e, quando necessário, repressivas –
pode-se colocar em prática ações de repressão quali�cada que atuem de forma
mais direta e inteligente sobre a incidência de crimes. O plano deve ser
preferencialmente executado em parceria com outros órgãos e com a
sociedade civil.
O guia de ação não é apenas um documento mas também um processo pautado
pelos direitos humanos em todas as etapas, da elaboração à execução. 
Relativamente à etapa de diagnóstico, os indicadores de direitos humanos podem
ser uma ferramenta útil para mensurar a realização de direitos ou determinar
estratégias para sua realização, assim como para acompanhar o impacto das ações
ao longo do tempo e as transformações por elas geradas. No entanto, é preciso
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que se façam algumas ressalvas à sua utilização: em primeiro lugar, é preciso ter
em mente que as estatísticas podem não ser a principal ou única fonte de
informação no diagnóstico e monitoramento. Isso porque sobre os indicadores
deve incidir uma interpretação política e social de acordo com o contexto em que
esses dados foram produzidos para se determinar o sentido da informação. Em
segundo lugar, é preciso que você esteja atento ao mau uso político dos
indicadores, quando não se dá, por exemplo, publicidade adequada aos dados que
são prejudiciais para determinados representantes políticos. Desse modo, é
possível manipular a informação de modo a mascarar a realidade, prejudicando o
diagnóstico ou monitoramento. 
Mas o que são indicadores de direitos humanos e como utilizá-los?
Indicadores de direitos humanos são informações especí�cas – um sinalizador, um
dado, uma informação, um valor ou descrição – que retratam uma situação, um
estado de coisas que pode ser relacionado a padrões ou normas de direitos
humanos. Eles estão relacionados ou re�etem preocupações relativas aos direitos
humanos e são usados para avaliação e monitoramento de sua promoção e
proteção. Eles também são úteis, quando públicos, para informar a sociedade,
permitindo o controle e o direcionamento das atividades do Poder Público. Por
exemplo: indicadores de pré-natal e mortalidade infantil podem remeter à
avaliação da situação da saúde em uma determinada comunidade. 
Há alguns indicadores que são exclusivamente relacionados a normas de direitos
humanos, por exemplo, o número de decisões extrajudiciais ou execuções
arbitrárias, ou o número de vítimas de tortura por agentes estatais etc. No entanto,
existe um grande número de indicadores, como estatísticas socioeconômicas, de
maneira geral, que podem ser considerados também indicadores de direitos
humanos.
Indicadores podem ser quantitativos ou qualitativos. Os indicadores quantitativos
são indicadores em sentido estrito e são sinônimos de “estatísticas”. Eles podem
ser considerados qualquer indicador que é ou pode ser expresso em unidade de
medidas, como números, percentuais ou índices. Já os indicadores qualitativos
partem de uma de�nição mais ampla de indicadores que considera qualquer
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informação relevante para a observação de um direito especí�co como um
indicador. Eles expressam dimensões não exclusivamente numéricas.
Considerando a complexidade dos direitos humanos, como você vem percebendo
ao longo deste curso, qualquer informação relevante, tanto qualitativa quanto
quantitativa, pode vir a ser útil. 
Exemplos de indicadores quantitativos: taxas de matrículas escolares por grupos
de diferentes faixas etárias de crianças, indicadores que medem a rati�cação de
tratados, proporção de assentos preenchidos por mulheres no parlamento
nacional e número reportado de desaparecimentos forçados.
Indicadores qualitativos podem facilitar avaliações qualitativas, indicando a
importância e o efeito subjetivo produzido por determinado problema ou por
determinado projeto. A “sensação de insegurança”, por exemplo, pode ser medida
com indicadores qualitativos que não darão origem a uma unidade de medida,
mas podem transmitir essa impressão. Eles também servem para auxiliar a
interpretação de indicadores quantitativos, atribuindo a eles signi�cado a partir
das narrativas dos envolvidos. Quando se realiza uma pesquisa baseada em
entrevistas com respostas em aberto – não predeterminadas – osindicadores
obtidos são, em geral, qualitativos.
Indicadores de direitos humanos podem ser utilizados para diagnóstico,
formulação de projetos, implementação de ações e, �nalmente, avaliação do
impacto das ações.
Podemos enumerar algumas fontes de informações úteis, como censos, pesquisas
amostrais, registros administrativos, relatórios e sites de indicadores sociais. No
entanto, é preciso que você procure os locais especí�cos que disponibilizam
indicadores de violência, saúde, educação, demogra�a, habitação, assim como
outros indicadores sociais, em sua própria região, uma vez que a especi�cidade
territorial dos dados é muito importante. Mesmo os dados do censo produzidos
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE) podem ser
desagregados em indicadores especí�cos para unidades territoriais menores,
como municípios.
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EXEMPLIFICANDO
A Prefeitura de São Paulo construiu um sistema de indicadores de direitos
humanos denominado Sistema Intraurbano de Monitoramento dos Direitos
Humanos, o qual monitorava indicadores quantitativos de direitos
humanos e os relacionava a partir da base territorial das subprefeituras,
respeitando sua interdependência e indivisibilidade. 
O sistema coletou indicadores até o ano de 2010. O encorajamos a
consultar o sistema e explorar as possibilidades de diagnóstico que ele
permite. Disponível em: https://bit.ly/38H25u9. Acesso em: 17 jul. 2017.
REFLITA
Embora esse tipo de sistema exempli�cado acima não exista em muitos
locais, esse exemplo nos mostra como é possível olhar para os dados a
partir da perspectiva dos direitos humanos e extrair deles informações
valiosas para se pensar os problemas das comunidades. É possível, por
exemplo, correlacionar o indicador síntese da dimensão “violência” com o
indicador síntese da dimensão “criança e adolescente”. Faça esse exercício e
re�ita: o que essa correlação mostra?
ASSIMILE
Recapitulando, no planejamento e na gestão de segurança, os indicadores,
como vimos, podem servir de subsídio a atividades de planejamento e
formulação de políticas públicas nas diferentes esferas de governo e em
conjunto com a sociedade civil. Podem, ainda, ajudar no monitoramento
das condições de vida e bem-estar da população. Sua utilização pode,
�nalmente, ser de�nida pelos objetivos especí�cos do projeto elaborado.
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
Os grá�cos a seguir trazem os indicadores síntese das dimensões “violência” e
“criança e adolescente” da região da Capela do Socorro da cidade de São Paulo
entre 2004 e 2010:
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Fonte: SIMDH (2010).
Nesse contexto, avalie as informações que seguem: 
I. A partir da análise dos indicadores síntese é possível concluir que existe uma
correlação entre a situação dos direitos das crianças e dos adolescentes e a
situação da violência na região de Capela do Socorro. 
II. Os grá�cos mostram indicadores qualitativos porque mostram uma evolução
em qualidade ao longo do tempo. 
III. Pode-se concluir, a partir dos indicadores, que a causa da violência na região de
Capela do Socorro é, exclusivamente, a situação das crianças e dos
adolescentes. 
IV. Os indicadores mostrados podem nos auxiliar a realizar um planejamento de
segurança para toda a cidade de São Paulo. 
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) As a�rmativas I e III estão corretas.
b) As a�rmativas I e IV estão corretas.
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03/06/2023, 14:15 lddkls_dir_hum_cid
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c) As a�rmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a a�rmativa I é correta.
e) Nenhuma das a�rmativas é correta.
Questão 2
No que diz respeito ao Sistema Constitucional de Segurança Pública, analise as
seguintes asserções:
I. O modelo de policiamento preservado deixou de observar as exigências
democráticas estabelecidas pela nova ordem constitucional vigente.
PORQUE
II. Privilegiou a proteção do cidadão e de seus direitos fundamentais, em
detrimento da defesa dos interesses do Estado.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa CORRETA: 
Destarte, a política constitucional brasileira, que deveria priorizar a garantia dos direitos humanos, a defesa da
cidadania e a valorização da vida, almejando implementar no país uma cultura de paz, permaneceu, na prática,
utilizando-se do discurso da defesa da lei e da ordem para promover a guerra contra um velho inimigo,
pertencente a classes historicamente vulneráveis de nossa sociedade.
— (SILVA; GURGEL, 2016, p. 149)
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a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justi�cativa correta da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justi�cativa da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
Questão 3
Partindo da concepção de ‘território vivo’, inspirada pelo geógrafo Milton Santos e outros teóricos, São
Bernardo do Campo, cidade da região metropolitana de São Paulo, vem trabalhando desde 2009 em diversos
territórios da cidade no intuito de criar novos mecanismos para a gestão de segurança, envolvendo atores
sociais distintos na produção de um espaço público dialógico e de ação coletiva.
— (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2016, p. 25)
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Sobre a iniciativa de São Bernardo do Campo, podemos a�rmar que:
I. Privilegia práticas de maior impacto eleitoral. 
II. Está de acordo com a ideia de que ações preventivas de segurança devem ser
produzidas junto ao desenvolvimento urbano local.
III. Contraria o paradigma repressivo tradicional das políticas de segurança. 
IV. Trata-se de uma política que se empenha em criar e manter espaços urbanos
seguros que reduzem a incidência de delitos e da violência e aumentam a
sensação de segurança das pessoas.
Agora, assinale a alternativa correta:
a) As a�rmativas I e II estão corretas.
b) As a�rmativas I, II e III estão corretas.
c) As a�rmativas II, III e IV estão corretas.
d) Todas as a�rmativas estão corretas.
e) Nenhuma das a�rmativas está correta.
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