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e-Book 4 Andreza Rodrigues PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE PROGRAMAS E EVENTOS Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 CAMPEONATOS ��������������������������������������������� 5 Tipos de competições ���������������������������������������������������������� 5 Sistemas de disputa e tipologia de chaveamento �������������� 7 Cálculo de pontos e tabelas de jogos esportivos ������������� 23 Classificação – vitória, derrota, empate ���������������������������� 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������40 3 INTRODUÇÃO Após a definição dos itens que devem ser conside- rados no planejamento – que por sinal é de suma importância pois serve como um divisor de águas para a realização ou não do evento – devemos colocar a nossa ideia de competição em prática. Assim, num primeiro momento, iremos conhecer e definir qual a natureza dessa competição: cam- peonatos, torneios, jogos, gincanas ou copa/taça. Os critérios que irão delimitar esse primeiro passo estão relacionados às características e objetivos do evento, ao público-alvo pretendido e se irá abranger mais de uma modalidade, entre outros. Depois dessa definição, teremos ciência de qual sistema de disputa utilizar e naturalmente qual o tipo de chaveamento que deverá ser montado. As disputas dessa competição poderão ser de caráter eliminatório, caso os planos forem para um evento de curto prazo; rodízio, onde todos os competidores jogam entre si, ou de uma forma combinada, em que há a presença desses dois tipos de sistema. A partir da delimitação desses pontos, o passo seguinte corresponde à definição dos confrontos e montagem da tabela que deverá conter itens como: datas, horários e equipes competidoras. Lembran- do que o sistema de cálculo de pontos também 4 deverá ser definido. Com essas informações em mãos, podemos dar início ao nosso evento! Porém, no decorrer dos jogos – a depender do siste- ma de disputa –, as equipes começarão a pontuar. Logo, devemos montar uma classificação a partir dos resultados de cada jogo e consequentemente dos pontos ganhos por cada equipe (levando em conta os critérios de desempate). Não é tão simples fazer um evento esportivo. Te- mos que considerar vários fatores no que tange patrocínios e investimentos, mas também deve- mos ter bases de administração, que nos darão suporte para colocar as ideias em prática. Além disso, deve-se considerar fatores de organização extremamente relevantes para o bom andamento do evento e entender que o planejamento e con- fecção de um documento que contenha os itens do projeto é de fundamental importância. Para finalizar, vamos aprender a colocar um campeonato esportivo em prática� 55 CAMPEONATOS TIPOS DE COMPETIÇÕES A natureza da competição escolhida dependerá de quanto tempo demandará o evento em questão e da quantidade de modalidades e de equipes par- ticipantes. Um outro fator que também influencia nessa escolha é o objetivo do evento. Dessa forma, temos os seguintes tipos de competições: y Os campeonatos, que são considerados se- quências de jogos de uma única modalidade com o objetivo de classificação de um ou mais com- petidores, devendo haver confronto direto entre todos ou a maioria dos participantes� Se de um lado esse tipo de disputa traz uma maior justiça na classificação final, por outro pode provocar um maior custo, pois demandará mais tempo; y Os torneios, que são sequências de jogos po- liesportivos ou não, com o objetivo de classificação de um ou mais competidores, sem que haja con- fronto direto e obrigatório entre os participantes. Além disso, são jogos realizados em curto espaço de tempo, podendo ou não haver um campeão geral. A vantagem dessa forma de disputa é uma maior rapidez na realização, o que provavelmente influenciará nos custos do evento; no entanto, pode 66 provocar uma injustiça nos resultados, já que não tem o confronto direto entre todos os competidores; y Os jogos, que são sequências de disputa polies- portiva, com o objetivo de possibilitar o envolvimento de diversos praticantes em várias modalidades e ao seu final realizar uma contagem geral de pontos a partir de um somatório dos resultados de diversas modalidades. Ou seja: geralmente a contagem geral está relacionada à quantidade de medalhas conquistadas por determinado país ou grupo. Essa contagem gera uma classificação geral que abarca todas as modalidades; O principal exemplo dessa forma de disputa de com- petições esportivas são os Jogos Olímpicos. Mas você sabia que o termo Olímpiada está relacionado ao período de 4 anos entre os Jogos Olímpicos? y As gincanas, que são atividades esportivas recreativas e que contam com diversas estações criativas e/ou objetivos a serem atingidos; geral- mente servem como atividade multidisciplinar em aulas de profissionais da Educação Física, pois envolve a atividade física, recreação, esporte e conhecimentos específicos sobre determinado assunto� SAIBA MAIS 77 Por fim, temos as competições que carregam o termo “copa” ou “taça”� Esses tipos de compe- tições recebem esse nome pois o troféu para o ganhador ou é uma copa ou uma taça (exemplo: Copa do Brasil; Taça São Paulo de Futebol Junior). Temos também os chamados desafios, que são competições, normalmente individuais, de diver- sas modalidades, que servem para promover algo como a própria modalidade ou até mesmo atletas e patrocinadores� SISTEMAS DE DISPUTA E TIPOLOGIA DE CHAVEAMENTO Os sistemas de disputa estão relacionados ao processo pelo qual os participantes irão se enfren- tar em uma competição esportiva, de uma forma regular, criteriosa e justa. Dessa feita, em qualquer um dos sistemas, a divisão dos participantes pode ser em chaves ou em grupos� Assim, os principais sistemas ou processos de disputa de competições são: rodízios, simples, ca- racterizado pela realização de um turno, ou duplo, onde realiza-se turno e returno; eliminatórias, sim- ples ou dupla, e sistemas combinados ou mistos, que abarcam os dois tipos de sistemas de disputa. 88 Sistema de rodízio ou todos contra todos ou “sistema de pontos corridos” Nesse sistema todos os competidores se enfren- tam e quem obtiver o maior número de pontos é sagrado campeão. As vantagens desse sistema é que ele é considerado justo, levando-se em conta que permite o confronto entre todos os competi- dores. Em contrapartida, por esse mesmo motivo ele demanda mais tempo, mais infraestrutura e, consequentemente, mais recursos financeiros. Esse sistema pode ser simples ou duplo: Rodízio Simples A partir desse sistema, ocorre a promoção da dis- puta entre todos os competidores em confronto direto, ou seja, todos os competidores competem entre si uma vez. Dessa forma, atribui-se pontos aos competidores pelas vitórias, empate ou der- rota. O competidor que somar o maior número de pontos é o campeão (respeitando os critérios de desempate previstos pelo regulamento). Geralmente, utiliza-se esse sistema na organização de eventos de competições esportivas de longa duração. Para conhecer o número de jogos da competição, usa-se a seguinte fórmula: 99 Se a quantidade de competidores corresponder a um número par, siga os seguintes passos: y Para conhecer o número de rodadas, use a fórmula: Nº DE RODADAS = Nº DE COMPETIDORES – 1 y Para conhecer o número de jogos por rodada, use a fórmula: y Para exemplificar, vamos montar um chavea- mento com 8 competidores, assim: 1) Relacione os competidores em duas colunas uma do lado da outra e defina um competidor que encabeçará a coluna da esquerda – ele se chamará “fixo” (nesse caso, é o Time A). Esses confrontos corresponderão à primeira rodada; Tabela 1: Número par de competidores 1ª RODADA Time A (fixo) x Time B Time C x Time D Time E x Time F Time G x Time H Fonte: elaborado pela autora� 2) Após isso, basta ir rodando no sentido horáriotodos os competidores (exceto o fixo), até que todos joguem contra todos; 1010 3) Quando todos os competidores tiverem jogado entre si, a rotação termina e consequentemente o campeonato também; daí ocorre a soma de pontos, resultando em um ganhador� Se a quantidade de competidores corresponder a um número ímpar, siga os seguintes passos: y O número de rodadas é o mesmo que o número de competidores; y Para exemplificar, vamos montar um chavea- mento com 7 competidores: 1) Relacione-os em duas colunas uma do lado da outra e coloque um competidor centralizado acima das duas colunas, ele será o “isento” da rodada. Esses confrontos corresponderão à primeira rodada; Tabela 2: Número ímpar de competidores 1ª RODADA Time A (fixo) x Time B Time C x Time D Time E x Time F Time G x Time H Fonte: elaborado pela autora 2) Faça uma rotação no sentido horário de todos os competidores, assim a cada rodada um compe- tidor estará isento pois ficará acima das colunas; 3) Quando todos os competidores tiverem jogado entre si, a rotação termina e consequentemente o 1111 campeonato também; daí ocorre a soma de pontos, resultando em um ganhador� Rodízio duplo Nesse sistema, a composição é a mesma do ro- dízio simples, porém devemos acrescentar uma repetição dos confrontos com a inversão do mando de jogo no returno. Assim, todos os competidores competem entre si duas vezes� Esses confrontos são os chamados em turno e returno, ou primeiro e segundo turno. É preciso lembrar que os competidores que se encontram à esquerda da tabela têm o mando de jogo enquanto o outro competidor é visitante. Com isso, quando todos os competidores tiverem jogado uma vez entre si (turno), inicia-se a segunda rotação, inver- tendo apenas a ordem dos mandantes dos jogos (returno). Um dos principais exemplos desse sistema é o Cam- peonato Brasileiro de Futebol, em que há dois turnos. Assim, os times jogam com o mesmo adversário duas vezes durante a competição e o que muda é somente o mando de jogo� SAIBA MAIS 1212 É necessário enfatizar que a equipe fixa e isenta (no caso de um número ímpar de competidores) é escolhida a partir de um sorteio ou de uma regra previamente acordada entre os organizadores do evento� Sistema Eliminatório ou “mata-mata” Eliminatória simples Nesse sistema, o participante derrotado uma vez estará eliminado da competição e, portanto, a fi- nal é realizada com as equipes que passaram por todos os jogos e não sofreram derrota alguma. Por permitir a disputa de um grande número de competidores, é considerado um sistema de rápi- da execução, porém pode ser um sistema injusto nas colocações finais, pois não permite nenhuma chance extra aos participantes� Para o cálculo do número de jogos, utiliza-se a seguinte fórmula: Nº DE JOGOS = Nº DE COMPETIDORES – 1 Nos próximos itens, teremos que relembrar sobre o que significa “potência de 2”. Assim: FIQUE ATENTO 1313 Números que NÃO são considerados potência de 2: 3, 5, 9, 10, 12, 23, ... Números que são considerados potência de 2: 2, 4, 8, 16, 32, 64, ... Se o número de competidores for igual a uma potência de 2, não haverá isentos, e acontecerá o confronto de duplas onde apenas uma equipe passará para a próxima rodada. Assim, para exemplificar, vamos montar um cha- veamento com 8 competidores. Para isso, siga os seguintes passos: 1) Liste todos os competidores um embaixo do outro, onde a ordem posta será a partir das inscrições, sorteio ou outro critério previamente estabelecido; 2) Assim, desenhe as chaves até o confronto final; 3) A cada partida haverá um vencedor e um eli- minado; dessa forma demarque na linha seguinte qual competidor foi o vencedor; 4) A partir desse passo a passo, chegaremos na final. 1414 Figura 1: Chaveamento Eliminatória Simples Jogo 1 Jogo 2 Jogo 5 Jogo 7 Campeão A A A AB C CD Jogo 3 Jogo 4 Jogo 6 E E F G GH E Fonte: elaborado pela autora Se o número de competidores for diferente de uma potência de 2, nós precisaremos calcular primeiro o número de isentos. Assim, para equili- brar a chave da melhor maneira possível, alguns competidores não disputarão a primeira rodada. A esses concorrentes, damos o nome de “isentos” ou “cabeças de chave”� Para fazer o cálculo de isentos, utiliza-se a seguinte fórmula: Nº DE ISENTO = (potência de 2 superior ao número de competidores) – (número de competidores) 1515 Para exemplificar, vamos montar um chaveamento com 10 participantes. Nesse caso, o número su- perior que é uma potência de 2 é o 16, portanto, façamos a conta: 16 – 10 = 6. Assim, 6 equipes estarão isentas. 1) Deve-se definir onde os isentos ficarão na tabela; geralmente, para facilitar a organização da tabela, eles ficam nas primeiras ou nas últimas posições da lista de competidores; 2) Liste todos os competidores um embaixo do outro; 3) Para a primeira rodada, desenhe as chaves (sem os isentos); 4) Para a segunda rodada, os isentos serão inclu- ídos e os confrontos, a partir daí, serão realizados normalmente até chegar ao campeão. 1616 Figura 2: Chaveamento Eliminatória Simples com isentos Jogo 1 Jogo 2 Jogo 6 Jogo 7 Jogo 9 Jogo 8 Jogo 5 Jogo 4 Jogo 3 Campeão A A A A A B C CD E EF G G G H I IJ Fonte: elaborado pela autora Mas como definir quais equipes estarão isentas? Geralmente é a partir de sorteio, portanto outros critérios podem ser estabelecidos. Lembrando que independentemente da escolha, todos esses pormenores devem ser estabelecidos antes do início do evento e citados no regulamento. Eliminatória dupla ou repescagem Nesse sistema, todos os competidores derrotados uma única vez ganham uma segunda chance na competição. Assim, o objetivo é chegar no cam- 1717 peão através de dois torneios distintos: a chave dos vencedores e a chave dos perdedores� Dessa forma, para ser eliminado desta competição, o competidor tem que ser derrotado duas vezes: uma na chave dos vencedores (que chamaremos de chave principal) e outra na chave dos perdedo- res (que chamaremos de chave de repescagem). Por proporcionar uma segunda oportunidade aos competidores que foram derrotados uma única vez, é considerado um sistema mais justo do que o anterior. Em contrapartida, demandará maior número de jogos e consequentemente mais tempo. Para descobrir o número de jogos, utiliza-se a seguinte fórmula: Nº DE JOGOS = 2 x (Nº DE COMPETIDORES – 1) Dessa forma, organiza-se um torneio eliminatório normal, denominando-o de chave principal (forma- da pelos vencedores); conforme for ocorrendo a realização dos jogos, forma-se a chamada chave de repescagem (formada pelos perdedores). Nessa nova chave, os que perderem pela segunda vez serão definitivamente eliminados e os vencedo- res continuarão a jogar. A final é realizada com a equipe vencedora da chave principal e a equipe vencedora da chave de repescagem� 1818 Assim, para exemplificar, vamos montar um cha- veamento com 8 equipes seguindo as seguintes etapas: 1) Liste as equipes e forme os confrontos da primeira rodada (Jogos 1, 2, 3, 4); 2) Os perdedores desses jogos formarão a chave de repescagem; 3) Assim, efetua-se os confrontos da 1ª rodada de repescagem (Jogos 5 e 6); 4) Em seguida, efetua-se a 2ª rodada na chave principal (Jogos 7 e 8); 5) Efetua-se a 2ª rodada na chave de repescagem (Jogos 9 e 10); 6) Na chave principal, chegaremos à final (Jogo 11); 7) Na chave de repescagem, a final é constituída pelo vencedor do Jogo 12 com o perdedor do jogo 11 (Jogo 13); 8) A final da competição se dá a partir dos con- frontos do vencedor da chave principal e o vencedor da chave de repescagem (Jogo 14); 9) Nesse confronto, se o vencedor da chave de repescagem ganhar, haverá um segundo jogo, pois, o time vencedor da chave principal só perdeu uma partida; 1919 10) Se o vencedor da chave principal ganhar o jogo contra o vencedor da chave de repescagem, ele se consagra campeão. Figura 3: Chaveamento Eliminatória Dupla Jogo1 Jogo 2 Jogo 7 Jogo 11 Jogo 14 Campeão A Campeão A Campeão B A A AB C CD Jogo 3 Jogo 4 Jogo 8 E E F G GH E E Jogo 5 Jogo 9 B B B B D C Jogo 6 Jogo 10 Jogo 12 Jogo 13 F F F H G P R I N C I P A L R E P E S C A G E M Fonte: elaborado pela autora� 2020 Sistema misto É um processo combinado onde os competidores são divididos em grupos e disputam um certo número de vagas para a próxima fase. Assim, esse sistema não é puramente estruturado como “todos contra todos” ou só como “eliminatório”; ele é indicado para o caso de um número elevado de competidores, com pouco tempo disponível para a realização do evento. Isso pois, inicialmente, divide as equipes em grupos (rodízio na 1ª fase) e confrontos eliminatórios na fase final (eliminatória simples). O principal exemplo de competição que utiliza esse sistema é a Copa do Mundo de Futebol, que inicia a partir de uma fase de grupos e nas fases seguintes se torna “mata-mata”. Dessa forma, para construir essa tabela utilizaremos o exemplo de 16 competidores, assim precisaremos: 1) Separar os competidores em grupos (essa separação pode ser por ordem de inscrição, por sorteio, por critérios técnicos, entre outros); 2) Assim, teremos 4 grupos com 4 competidores; 3) O passo seguinte é fazer os confrontos dos grupos: 2121 Figura 4: Grupos e confrontos da primeira fase da compe- tição, a partir do sistema de rodízio simples TIME 1 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 1 x Time 2 Time 1 x Time 3 Time 1 x Time 4 Time 2 x Time 3Time 4 x Time 2Time 3 x Time 4 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 5 x Time 6 Time 5 x Time 7 Time 5 x Time 8 Time 6 x Time 7Time 8 x Time 6Time 7 x Time 8 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 9 x Time 10 Time 9 x Time 11 Time 9 x Time 12 Time 10 x Time 11Time 12 x Time 10Time 11 x Time 12 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 13 x Time 14 Time 13 x Time 15 Time 13 x Time 16 Time 14 x Time 15Time 16 x Time 14Time 15 x Time 16 GRUPO A TIME 2 TIME 3 TIME 4 TIME 5 GRUPO B TIME 6 TIME 7 TIME 8 TIME 9 GRUPO C TIME 10 TIME 11 TIME 12 TIME 13 GRUPO D TIME 14 TIME 15 TIME 16 Fonte: elaborado pela autora� 4) Depois dos grupos montados e dos confrontos definidos, partimos para outro tipo de sistema: o de eliminatória simples. Assim, devemos montar o seguinte chaveamento: 2222 Figura 5: Confrontos da segunda fase da competição, a partir do sistema de eliminatória simples 1º GA 1º GA JG1 JG2 JG3 JG4 JG6 JG8 JG5 JG7 1º GB 1º GC 1º GD 1º GB 1º GA 1º GD 1º GC Fonte: elaborado pela autora� Lembrando que o JG8 que consta na figura acima é a disputa do 3º lugar, entre os perdedores do JG5 e JG6. Um outro ponto importante a ser notado é que no exemplo acima consideramos que, em cada grupo, as duas equipes que mais pontuassem passariam de fase; assim, para a fase eliminatória os primeiros e segundos lugares de cada grupo compuseram os confrontos. 2323 Geralmente, os confrontos das eliminatórias simples são entre as equipes que ficaram em primeiro do grupo e as equipes que ficaram em segundo lugar de outro grupo. Por exemplo: no chaveamento acima, o primei- ro confronto foi entre o primeiro lugar do grupo A e o segundo lugar do grupo B� CÁLCULO DE PONTOS E TABELAS DE JOGOS ESPORTIVOS Cálculo de pontos O sistema de cálculo de pontos varia entre as mo- dalidades disputadas. No futebol, futsal e handebol há a simples contagem dos gols realizados� No basquete, as cestas podem valer 1, 2 ou 3 pontos. No vôlei, a contagem é feita a partir dos pontos realizados por cada equipe, e dos sets conquistados (cada set corresponde a 25 pontos conseguidos pela equipe; num jogo de vôlei, no mínimo 3 sets são jogados). Dessa forma, consideramos alguns sistemas para cálculo de pontos, como: y Sistema 1-0, onde em cada partida o vencedor ganha um ponto e o perdedor ganha 0. Nesse caso, não há empate (por exemplo: vôlei e basquete); SAIBA MAIS 2424 y Sistema 2-1, onde o vencedor ganha dois pon- tos e o perdedor ganha um. Esse sistema é usado em modalidades que não admitem empate e para evitar W.O., levando em conta que o time perdedor ganha um ponto e quem não joga fica com zero; y Sistema 2-1-0, onde o vencedor ganha dois pontos, o perdedor não ganha ponto algum e, caso dê empate, as equipes ganham um ponto cada. y Sistema 3-1-0, onde o vencedor ganha três pontos, o perdedor não ganha ponto algum e, caso dê empate, as equipes ganham um ponto cada. Há também um sistema mais complexo, chamado 3-2- 1-0, que admite mais de um tipo de contagem: vitória simples, por um gol de diferença, vale dois pontos e vi- tória por dois ou mais gols de diferença vale três pontos, ou disputa de pênaltis, em que qualquer vitória dentro de campo vale três pontos para o vencedor e nenhum para o derrotado, mas se há empate, cada equipe fica com um ponto e as duas decidem um ponto extra na disputa de pênaltis, quem ganha essa etapa fica com dois pontos, quem perde fica apenas com um ponto. Tabelas de jogos esportivos Sistema de rodízio SAIBA MAIS 2525 Chaveamentos montados, devemos agora montar uma tabela que contenha os confrontos de cada equipe. Nesse caso, com 8 competidores, a tabela deverá ser montada da seguinte maneira: Tabela 3: Tabela com 8 competidores, no sistema de rodízio simples 1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada 4ª Rodada 5ª Rodada 6ª Rodada 7ª Rodada A x B A x C A x E A x G A x H A x F A x D C x D E x B G x C H x E F x G D x H B x F E x F G x D H x B F x C D x E B x G C x H G x H H x F F x D D x B B x C C x E E x G Fonte: elaborado pela autora Seguindo esse mesmo sistema – de rodízio simples – utilizaremos um número ímpar de competidores, sendo 7 equipes. Dessa forma, devemos lembrar que nesse caso temos a presença de “isentos” e por isso deve-se montar a tabela da seguinte maneira: Tabela 4: Tabela com 7 competidores, no sistema de rodí- zio simples e com isentos 1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada 4ª Rodada 5ª Rodada 6ª Rodada 7ª Rodada A B D F G E C B x C D x A F x B G x D E x F C x G A x E D x E F x C G x A E x B C x D A x F B x G F x G G x E E x C C x A A x B B x D D x F Fonte: elaborado pela autora No caso do sistema de rodízio duplo, a ideia é a mesma, porém deve-se montar as mesmas tabe- 2626 las para o returno, não esquecendo de mudar o mando de jogo� Sistema Eliminatório Com os chaveamentos construídos, agora devemos montar as tabelas com os confrontos. Assim, a partir do sistema de eliminatória simples e com 8 competidores, para exemplificar, montaremos da seguinte maneira (lembrando que nesse caso não há isentos): Tabela 5: Tabela com 8 competidores, no sistema de eliminatória simples JG1 A x B JG2 C x D JG3 E x F JG4 G x H JG5 Vencedor do Jogo 1 x Vencedor do Jogo 2 JG6 Vencedor do Jogo 3 x Vencedor do Jogo 4 JG7 Vencedor do Jogo 5 x Vencedor do Jogo 6 Fonte: elaborado pela autora Seguindo esse mesmo sistema, de eliminatória simples, para exemplificar, utilizaremos como ponto de partida 10 competidores. Dessa forma, devemos lembrar que nesse caso temos a presen- ça de 6 “isentos” (a partir da conta realizada no tópico anterior) e por isso deve-se montar a tabela da seguinte maneira: 2727 Tabela 6: Tabela com 10 competidores, no sistema de eliminatória simples e com 6 isentos JG1 A x B JG2 C x D JG3 E x F JG4 G x H JG5 I x J JG6 Vencedor do Jogo 1 x Vencedor do Jogo 2 JG7 Vencedor do Jogo 6 x Vencedor do Jogo 3 JG8 Vencedor do Jogo 4 x Vencedor do Jogo 5 JG9 Vencedor do Jogo 7 x Vencedor do Jogo 8 Fonte: elaborado pela autora y Eliminatórias dupla ou repescagem No sistema de eliminatória dupla, por termos dois tipos de chaveamento – principal e de repescagem – devemos montar a tabela da seguinte maneira: 2828 Tabela 7: Tabela com 8 competidores, no sistema de eliminatória dupla PRINCIPAL REPESCAGEM JG14 JG11 A x BJG1 C x DJG2 E x FJG3 G x HJG4 A x CJG7 E x GJG8 Vencedor jogo 11 Vencedor jogo 13 x Vencedor jogo 7 Vencedor jogo 8 x JG5 Perdedorjogo 1 Perdedor jogo 2 x JG6 Perdedor jogo 3 Perdedor jogo 4 x JG9 Perdedor jogo 5 Perdedor jogo 7 x JG10 Perdedor jogo 6 Perdedor jogo 8 x JG12 Perdedor jogo 9 Perdedor jogo 10 x JG13 Perdedor jogo 12 Perdedor jogo 11 x Fonte: elaborado pela autora� Lembrando que: y O JG7 e JG8 são os jogos da semifinal; y O JG14 é a final do campeonato e o confronto é entre o vencedor da chave principal e o vencedor da chave de repescagem� Sistema misto Como analisado anteriormente, esse sistema abarca dois tipos de chaveamento: o de rodízio e o de eliminatória simples. Dessa forma, o exemplo 2929 aqui utilizado parte do pressuposto que temos 16 competidores, que foram divididos em 4 grupos: Tabela 8: Tabela com 16 competidores, no sistema de rodízio simples TIME 1 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 1 x Time 2 Time 1 x Time 3 Time 1 x Time 4 Time 2 x Time 3Time 4 x Time 2Time 3 x Time 4 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 5 x Time 6 Time 5 x Time 7 Time 5 x Time 8 Time 6 x Time 7Time 8 x Time 6Time 7 x Time 8 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 9 x Time 10 Time 9 x Time 11 Time 9 x Time 12 Time 10 x Time 11Time 12 x Time 10Time 11 x Time 12 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 13 x Time 14 Time 13 x Time 15 Time 13 x Time 16 Time 14 x Time 15Time 16 x Time 14Time 15 x Time 16 GRUPO A TIME 2 TIME 3 TIME 5 TIME 5 GRUPO B TIME 6 TIME 7 TIME 8 TIME 9 GRUPO C TIME 10 TIME 11 TIME 12 TIME 13 GRUPO D TIME 14 TIME 15 TIME 16 Fonte: elaborado pela autora 3030 Como podemos perceber, para cada grupo devemos fazer uma tabela de rodízio simples. Já para a fase de eliminatória simples, e levando-se em conta que apenas os dois primeiros de cada grupo passam para essa fase, a tabela deve ser montada da seguinte maneira: 3131 Tabela 9: Tabela com os competidores que passaram da fase de grupo para as eliminatórias (simples) 1º GA 2º GB JG1 1º GC 2º GD JG2 1º GB 2º GA JG3 1º GD 2º GC JG4 VENC JG1 VENC JG2 JG5 VENC JG3 VENC JG4 JG6 VENC JG5 VENC JG6 JG7 PERD JG5 PERD JG6 JG8 Fonte: elaborado pela autora 1) No JG1, JG2, JG3 e JG4 devemos fazer os confrontos dos competidores que passaram para 3232 essa fase. Esses confrontos têm que ser alternados entre primeiro e segundo lugar dos grupos, isto é: no JG1, o confronto é entre o primeiro colocado do Grupo A e o segundo colocado do Grupo B; 2) Os confrontos seguintes (JG5 e JG6) irão depender dos resultados desses primeiros jogos; 3) Os confronto do JG7 (final) será entre os ven- cedores do JG5 e JG6; 4) Por fim, o confronto do JG8 (disputa de 3º lugar), será entre os perdedores do JG5 e JG6. Nas tabelas montadas acima, não foram colocadas datas, horários e locais dos jogos. Mas não se esqueça que são aspectos importantes, a não ser que a competição dure um dia somente� CLASSIFICAÇÃO – VITÓRIA, DERROTA, EMPATE Os critérios de classificação deverão estar postos no regulamento, bem como os critérios de desem- pate. Porém, para exemplificar, utilizaremos os seguintes parâmetros: FIQUE ATENTO 3333 1) Para cálculo de pontos utilizaremos o sistema 3-1-0, onde: os vencedores ganham 3 pontos, se houver empate os competidores ganham 1 ponto cada e no caso de derrota não há pontuação; 2) Para a contabilização de pontos, utilizaremos os seguintes critérios de desempate: quantidade de pontos conquistados, número de vitórias, em- pates e derrotas. Porém, se houver necessidade, há também os critérios de: saldo de gols, gols prós e contras (onde o competidor que tiver o maior número, ficará à frente); confronto direto (onde o competidor que tiver um melhor desempenho, ficará à frente); número de cartões vermelhos e número de cartões amarelos (onde o competidor que tiver o menor número, ficará à frente). Sistema de Rodízio A partir do sistema de rodízio simples e com 8 competidores, para exemplificar, a classificação deverá ser montada da seguinte maneira (lembrando que nesse caso não há isentos): Tabela 10: Resultado dos jogos da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª rodada 1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada 4ª Rodada Time A 2 x 1 Time B Time A 1 x 1 Time C Time A 1 x 1 Time E Time A 1 x 2 Time G Time C 0 x 0 Time D Time E 0 x 2 Time B Time G 2 x 1 Time C Time H 2 x 0 Time E Time E 1 x 2 Time F Time G 1 x 2 Time D Time H 2 x 1 Time B Time F 2 x 2 Time C Time G 2 x 1 Time H Time H 1 x 1 Time F Time F 3 x 0 Time D Time D 1 x 0 Time B Fonte: elaborado pela autora� 3434 Tabela 11: Resultado dos jogos da 5ª, 6ª, e 7ª rodada 5ª Rodada 6ª Rodada 7ª Rodada Time A 2 x 2 Time H Time A 2 x 2 Time F Time A 0 x 2 Time D Time F 0 x 1 Time G Time D 0 x 1 Time H Time B 2 x 4 Time F Time D 1 x 1 Time E Time B 0 x 0 Time G Time C 2 x 0 Time H Time B 2 x 3 Time C Time C 3 x 2 Time E Time E 2 x 2 Time G Fonte: elaborado pela autora� Essas tabelas foram montadas igualmente à descrita na Tabela 4, a diferença é que nessa nós temos os resultados (mesmo que fictícios). Esses resultados servirão para a montagem da classificação, pois temos dados sobre as vitórias, empates e derrotas dos competidores� Com esses dados em mãos, devemos montar a seguinte tabela de classificação: Tabela 12: Pontuação das equipes a partir da primeira análise dos resultados PONTOS V E D TIME A 7 1 4 2 TIME B 4 1 1 5 TIME C 12 3 3 1 TIME D 10 3 1 3 TIME E 5 1 2 4 TIME F 10 2 4 1 TIME G 14 4 2 1 TIME H 8 2 2 3 Fonte: elaborado pela autora 3535 Tabela 13: Classificação das equipes a partir dos critérios de desempate PONTOS V E D 1º TIME G 14 4 2 1 2º TIME C 12 3 3 1 3º TIME D 10 3 1 3 4º TIME F 10 2 4 1 5º TIME H 8 2 2 3 6º TIME A 7 1 4 2 7º TIME E 5 1 2 4 8º TIME B 4 1 1 5 Fonte: elaborado pela autora A Tabela 12 foi montada a partir da ordem das equipes e com as informações sobre a pontuação de cada time conseguida através das vitórias, em- pates e derrotas. Na tabela 13 as equipes estão listadas a partir de suas pontuações, sendo que começa com a equipe que mais pontuou e vai até a que menos pontuou. No caso do sistema de rodízio duplo, deve-se montar mais uma tabela de confrontos com os devidos resultados, levando em conta que ocorre o returno; para as tabelas de classificação, os critérios são os mesmos. Sistema eliminatório Nesse sistema, independentemente se o chavea- mento é simples ou duplo, não há ganho de pontos e por isso não tem classificação por vitória, empate 3636 e derrota. Isso pois, a partir da primeira ou da se- gunda derrota, o competidor já pode ser eliminado e o vencedor segue na disputa de confronto direto. Sistema misto Como exemplo, utilizamos 16 competidores que foram divididos em 4 grupos; só para ilustrar e mostrar como se dá a classificação para esse tipo de sistema, utilizaremos o exemplo somente de um dos grupos. Dessa forma, temos que montar uma tabela que contenha os confrontos, porém, somado a isso, os resultados dos confrontos. Tabela 14: Resultados dos confrontos do Grupo D, no sistema de rodízio simples GRUPO D TIME 13 TIME 14 TIME 15 TIME 16 1ª RODADA 2ª RODADA 3ª RODADA Time 13 x Time 14 0 0 Time 13 x Time 15 2 1 Time 13 x Time 16 3 0 Time 15 x Time 16 2 1 Time 16 x Time 14 1 2 Time 14 x Time 15 0 0 Fonte: elaborado pela autora Esses resultados servirão para a montagem da classificação, pois temos dados sobre as vitórias, empates e derrotas dos competidores� Com esses 3737 dados em mãos, deve-se montar a seguinte tabela de classificação: Tabela 15: Classificação das equipes a partir dos pontos ganhos e critérios de desempate Tabela 16: GRUPO D TIME 13 TIME 14 TIME 15 TIME 16 Pontos V E D 7 2 1 - 7 2 1 - 3 1 - 2 1 - 1 2 Fonte: elaborado pela autora Para cada grupo, deverá ser feito esse processo pois assim teremos controle das equipes classificadas para a fase eliminatória, que, nesse caso, são os Times 13 e 14, pois são os que mais pontuaram. É importante lembrarmos que no exemplo utiliza- do, os times classificados empataram em todos os critérios do desempate; se houvesse mais um time, pelo menos,coincidentemente com a mesma pontuação, nº de vitórias, derrotas e empates, pre- cisaríamos utilizar outros critérios como o saldo de gols, gols prós e contras, entre outros. 3838 Não temos tabela de classificação para a fase eliminatória pois, como dito anteriormente, não há a contabilização de pontos. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Convenhamos que organizar os confrontos de um evento esportivo não é tão simples quanto parece. Devemos levar em conta quantos competidores se inscreveram, se esse número é ou não uma potência de 2, não esquecendo de considerar se ele é par ou ímpar. Além disso, devemos levar em conta o tempo hábil que nós temos para a reali- zação do evento e a partir disso definir a tipologia de chaveamento e, consequentemente, montá-la a partir das informações que temos. Desse modo, os confrontos deverão ser estabele- cidos e colocados dentro de uma tabela que traga informações sobre a data e horário dos jogos, além da indicação das equipes que irão formar o confronto. Não devemos esquecer do cálculo de pontos e da montagem da classificação através da somatória desses pontos, definindo assim o ganhador (isso no caso do sistema de rodízio). Portanto, vários fatores precisam sim ser con- siderados para a construção de competições e, por mais que pareça trabalhoso, serão eles que definirão o sucesso do evento esportivo proposto. Por isso, vale o esforço. Referências Bibliográficas & Consultadas FORTES, W. G.; SILVA, M. B. R. Eventos: estratégias de planejamento e execução. 2. ed. São Paulo: Summus, 2011. [Biblioteca Virtual]. GIACAGLIA, M. C. Eventos: como criar, estruturar e captar recursos. São Paulo: Cengage Learning, 2005. [Minha Biblioteca]. MALLEN, C.; ADAMS, L. J. 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[Minha Biblioteca]. _GoBack Introdução Campeonatos Tipos de competições Sistemas de disputa e tipologia de chaveamento Cálculo de pontos e tabelas de jogos esportivos Classificação – vitória, derrota, empate Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas