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Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 Doenças das adrenais ■ INSUFICIÊNCIA ADRENAL DEFINIÇÃO ■ Insuficiência adrenal primária: acometimento das glândulas adrenais, com déficit de secreção de glicocorticoide (cortisol), mineralocorticoide (aldosterona) e andrógenos adrenais (dehidroepiandrosterona – DHEA e sulfato de de-hidroepiandrosterona – DHEAS). Na forma crônica, os pacientes apresentam escurecimento de pele e mucosas e hiperpotassemia. ■ Insuficiência adrenal secundária: acometimento do setor hipofisário corticotrófico, com comprometimento da produção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e consequente deficiência de glicocorticoide e andrógenos adrenais, sem comprometer a produção de mineralocorticoide (que é controlada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona). Na forma crônica, os pacientes não apresentam escurecimento da pele e mucosas e nem hiperpotassemia. EPIDEMIOLOGIA ■ Insuficiência adrenal primária: prevalência de cerca de 100:1.000.000 de pessoas. Afeta mais mulheres do que homens, com pico de incidência na 5ª década de vida. ■ Insuficiência adrenal secundária: prevalência de 150-280:1.000.000 de pessoas. Também afeta mais mulheres que homens, com pico de incidência entre a 6ª e a 7ª décadas de vida. ETIOLOGIA ■ Insuficiência adrenal primária: adrenalite autoimune; infecções (tuberculose- principal sítio da TB extrapulmonar é adrenal-, micoses profundas, Aids); doenças genéticas (adrenoleucodistrofia, hiperplasia adrenal congênita e outras); hemorragia adrenal bilateral (uso de anticoagulantes, síndrome antifosfolípide, sepse); metástases para as adrenais (tumores de pulmão, mama, trato gastrointestinal); linfoma primário adrenal; doenças infiltrativas (sarcoidose, amiloidose, hemocromatose); drogas (mitotano, etomidato, cetoconazol, fluconazol, mifepristona, aminoglutetimida, suramina – estes dois últimos sem registro vigente na Anvisa). ■ Insuficiência adrenal secundária: uso prévio de glicocorticoides (principal); tumores hipotálamohipofisários (adenomas hipofisários, meningeomas, craniofaringeomas, ependimomas, metástases); irradiação hipofisária prévia; hipofisite autoimune linfocítica; apoplexia hipofisária; síndrome de Sheehan; infecções (tuberculose, actinomicose); doenças infiltrativas (sarcoidose, histiocitose X, granulomatose com poliangiite/Wegener, doença fibrosante por IgG4); trauma cranioencefálico (por lesão da haste hipofisária). QUADRO CLÍNICO As manifestações clínicas da insuficiência adrenal se dividem em insuficiência adrenal aguda (crise adrenal) e insuficiência adrenal crônica. - A insuficiência adrenal aguda ocorre principalmente em pacientes com insuficiência adrenal primária expostos a um estresse agudo, como infecção, trauma, cirurgia ou desidratação por diarreia, vômitos ou privação de sal, e pode levar à morte se não tratada adequadamente. A crise adrenal também pode acometer pacientes com insuficiência adrenal secundária submetidos a estresse agudo, principalmente quando o diagnóstico de insuficiência adrenal não é previamente conhecido. O quadro clínico da insuficiência adrenal aguda inclui: ■ anorexia; ■ vômitos; ■ desidratação; ■ dor abdominal; ■ fraqueza; ■ apatia; ■ febre; ■ confusão mental; ■ choque. Na insuficiência adrenal crônica, os sinais e sintomas que os pacientes com insuficiência adrenal primária apresentam decorrem do déficit de cortisol, aldosterona e andrógenos adrenais (DHEA e DHEAS). Além disso, o hipocortisolismo libera a alça de feedback com o corticotrofo hipofisário para a produção de pró-ópio-melaconocortina, um pró-peptídeo que, quando clivado, origina o ACTH e outros peptídeos, incluindo o hormônio estimulador de melanócitos (MSH), cujo aumento é responsável pela hiperpigmentação de pele e mucosas que os pacientes com insuficiência adrenal primária crônica apresentam. Assim, o quadro clínico da insuficiência adrenal primária crônica inclui: ■ deficiência de glicocorticoide: perda de peso, fadiga, indisposição, anorexia, epigastralgia, náusea, vômito, mialgias, artralgias e tontura. O hipocortisolismo se manifesta laboratorialmente com anemia normocítica-normocrômica, Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 linfocitose, eosinofilia, hiponatremia, hipercalcemia, hipoglicemia e elevação do hormônio estimulante da tireoide (TSH); ■ deficiência de mineralocorticoide: hipotensão, tontura, apetite por sal; laboratorialmente, observa se hiperpotassemia, aumento da ureia plasmática e acidose metabólica em consequência do déficit de aldosterona; ■ deficiência de andrógenos adrenais: manifesta-se nas mulheres com diminuição de pelos pubianos e axilares, pele seca e redução de libido; ■ aumento do hormônio estimulador de melanócitos: hiperpigmentação de pele e mucosas; ■ condições associadas: os pacientes podem manifestar sinais e sintomas relacionados à etiologia da insuficiência adrenal primária, como doenças autoimunes (vitiligo, hipotireoidismo, DM tipo 1 e outras), infecções sistêmicas (tuberculose, micoses sistêmicas, infecção pelo HIV) ou neoplasias (câncer de mama, pulmão e outros). Os portadores de insuficiência adrenal secundária crônica exibem sinais e sintomas decorrentes da deficiência de glicocorticoide e andrógenos adrenais. O quadro clínico inclui: ■ deficiência de glicocorticoide: na insuficiência adrenal secundária, os sintomas são mais leves em comparação à insuficiência adrenal primária; fadiga, indisposição, anorexia, epigastralgia, mialgias, artralgias e tontura. Laboratorialmente, há anemia normocítica-normocrômica, linfocitose, eosinofilia, hiponatremia e tendência a hipoglicemia. O comprometimento do setor tireotrófico por um eventual tumor hipofisário faz com que não se observe em todos os casos a elevação do TSH observada na insuficiência adrenal primária; EXAMES COMPLEMENTARES A investigação se inicia com dosagem de cortisol e ACTH plasmáticos entre as 8h00 e as 9h00: ■ se cortisol ≥ 19 mcg/dL: está afastado o diagnóstico de insuficiência adrenal; ■ se cortisol < 3 mcg/dL: está confirmado o diagnóstico de insuficiência adrenal. Nesse caso, o achado de ACTH > 100 pg/mL indica o diagnóstico de insuficiência adrenal primária, enquanto valores normais ou baixos de ACTH indicam o diagnóstico de insuficiência adrenal secundária; ■ cortisol de 3-19 mcg/dL: deve-se proceder a um teste de estímulo, que pode ser o teste da cortrosina (sem registro vigente na Anvisa) ou o teste de tolerância à insulina. O 1° é mais recomendado por envolver menos risco ao paciente e por ter bom desempenho diagnóstico em todos os casos de insuficiência adrenal primária e na maioria dos casos de insuficiência adrenal secundária O teste da cortrosina consiste em administrar, por via EV ou IM, 250 mcg de ACTH sintético (cortrosina) e dosar cortisol em 30 e/ou 60 minutos. Em pessoas sem insuficiência adrenal, o cortisol plasmático sobe para valores > 18 mcg/dL. o mais importante é o valor final do cortisol, ele vai ter um aumento, mas o mais importante é o valor final que nesse caso vai estar acima do valor de referência O teste de tolerância à insulina consiste em provocar hipoglicemia com a injeção de insulina (0,1-0,15 UI/kg). Dosam-se glicemia e cortisol plasmático nos tempos 0, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos. Considerase normal pico de cortisol > 18 mcg/dL após hipoglicemia (glicemia < 40 mg/dL). Se o teste de estímulo confirmar insuficiência adrenal, a dosagem de ACTH irá indicar se ela é primária (ACTH > 100 pg/mL) ou secundária (ACTH normal ou baixo). faço uma hipoglicemia tão grande, que os contrarreguladores sobem ( glucagon, cortisol e GH) se a adrenal está funcionando; só faço se o estímulo com ACTH não está disponível por estar caro ou porque o resultado foi inconclusivo Os exames para diagnóstico etiológico da insuficiência adrenal primária incluem: dosagem de autoanticorpos (contra a enzima 21-hidroxilase), para identificar as adrenalites autoimunes; dosagem plasmática de ácidos graxos de cadeia muito longa, nos meninos, para diagnosticar adrenoleucodistrofia; TC dasadrenais, na suspeita de doença infiltrativa, neoplásica ou infecciosa. Os exames para diagnóstico etiológico da insuficiência adrenal secundária incluem: avaliação de outros setores hipofisários, para diagnosticar pan-hipopituitarismo; RNM da hipófise e do hipotálamo, na suspeita de tumores hipotálamo-hipofisários ou doenças infiltrativas. Provas de Synacthen →Prova curta com Synacthen A prova curta com Synacthen (SST) é um dos DFTs mais frequentemente realizados. Dentre os três critérios usados para definir uma resposta normal, o cortisol final é o mais importante, e o incremento, o menos importante. Tal como acontece com o IST, ainda não se chegou a um acordo sobre o que constitui uma resposta de cortisol adequada ao Synacthen; os pontos de cortes para a concentração final variam entre 450 e 550 nmol/L. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 → Prova longa com Synacthen Quando a resposta a uma SST é inadequada ou equívoca, pode não ficar claro se a insuficiência adrenal é primária ou secundária a uma doença hipofisária ou hipotalâmica. A insuficiência adrenal secundária é observada com maior frequência após terapias de longo prazo com esteroides, que provocam a supressão central do eixo. Se a SST for repetida após a administração de uma dose muito maior de Synacthen (1 mg), uma resposta normal poderá ser observada, confirmando o diagnóstico. OBS: Síndrome Waterhouse-Friderichsen, também conhecida como púrpura fulminans, é definida como necrose hemorrágica maciça e aguda das glândulas supra-renais (apoplexia adrenal), no decurso de sepse grave → também é uma das causas adquiridas de insuficiência da adrenal Chuva de citocinas da sepse inibe a produção de de cortisol e faz adrenalite Paciente que chega com sintomas de insuficiência adrenal(desidratação, tontura, hipotensão ortostática, fadiga, indisposição, prostração, hipotensão,- não é obrigatório ter hipotensão, normalmente é mais em casos crônicos) investigo- cortisol; se não tiver alteração, investigo os hormônios tireoidianos e hipofisários e se precisar ACTH; Outro caso clínico Depende do livro o VR cortisolemia basal: 5 - perto do limite inferior mas está dentro cortisolemia 30 min após 250 ug IV synatech = 13 → ok, continua dentro - quando eu coloco ACTH no meu paciente, eu simulo um cushing, o paciente respondeu, mas não foi suficiente; ele tem então um insuficiência adrenal (primária ou secundária; se ACTH faz síntese na adrenal, mas se meu paciente está tomando cortisol, o estimulo da síntese está prejudicado; ACTH muito supresso não tenho nem síntese e nem secreção; 30 dias dando prednisona pro paciente e tirei do nada sem fazer desmame, a adrenal dele em teoria funciona, mas ela não tem reserva porque ela não tinha síntese; paciente com insuficiência adrenal primária, veio com cortisol basal de 3 e depois do teste curto subiu para 7 e depois de 3 dias subiu para 12 → grande chance de ser primária; FEOCROMOCITOMA DEFINIÇÃO - Feocromocitomas e paragangliomas são tumores que se originam em células cromafins. Em geral, são tumores produtores de catecolaminas e responsáveis por quadro clínico de hipertensão arterial e outros sintomas adrenérgicos. - Define-se feocromocitoma como tumor originário da medula adrenal e paraganglioma como tumor extra-adrenal. - Cerca de 85% dos tumores produtores de catecolaminas são feocromocitomas, enquanto 15% são paragangliomas. - A incidência é semelhante entre homens e mulheres, e o pico ocorre entre a 3ª e a 4ª décadas de vida ETIOLOGIA Em aproximadamente 30% dos casos, os feocromocitomas/paragangliomas estão associados a uma mutação germinativa de um gene de suscetibilidade. Até o momento, foram descritos 10 genes relacionados a maior risco de desenvolvimento de feocromocitomas/paragangliomas: RET (síndrome de neoplasias endócrinas múltiplas NEM2A e NEM2B); VHL (síndrome de von Hippel-Lindau); NF1 (neurofibromatose tipo 1); SDHA, SDHB, SDHC, SDHD e SDHAF2 (síndromes de paragangliomas familiais) e MAX e TMEN127 (síndromes de feocromocitomas familiais). Nos demais casos, a doença é esporádica. QUADRO CLÍNICO - A maioria dos sinais e sintomas dos feocromocitomas/paragangliomas são decorrentes da produção de catecolaminas pelo tumor. - Incluem: hipertensão (mantida ou paroxística), cefaleia, palpitações, sudorese, palidez, hipotensão postural, ansiedade, dor torácica ou abdominal, dispneia, obstipação, emagrecimento, náuseas e vômitos. - Tipicamente, os pacientes apresentam crises ou ataques de hipertensão e taquicardia acompanhados de palidez cutânea, cefaleia e sudorese. As crises duram minutos a horas, podem acontecer várias vezes ao dia e podem ser espontâneas ou deflagradas por palpação abdominal, micção (nos paragangliomas de bexiga), uso de medicamentos (metoclopramida, glucagon) ou estresse emocional. Como qualquer tumor neuroendócrino, os feocromocitomas/paragangliomas podem produzir diversos peptídeos e aminas, determinando quadro clínico específico. Essas substâncias incluem: peptídeo intestinal vasoativo, somatostatina, calcitonina, vasopressina, ACTH, histamina, serotonina, eritropoetina, peptídeo relacionado ao paratormônio (PTHrp), entre outros. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 - Os feocromocitomas podem ser unilaterais ou bilaterais, e os paragangliomas podem ser únicos ou múltiplos. Pode ainda haver associação de feocromocitoma com paraganglioma. Cerca de 10-20% dos feocromocitomas/paragangliomas são malignos. Define-se malignidade como a presença de tecido cromafim em locais ou órgãos não pertencentes ao sistema cromafim. Amaioria dos feocromocitomas/paragangliomas malignos, mesmo na presença de metástases, tem comportamento indolente. Um subgrupo menor apresenta comportamento clínico agressivo com evolução para óbito. A incidência de malignidade é maior nos paragangliomas do que nos feocromocitomas, e é maior nos casos associados a mutações no gene SDHB. INDICAÇÕES DE INVESTIGAÇÃO DE FEOCROMOCITOMAS/PARAGANGLIOMAS DIAGNÓSTICO Diagnóstico bioquímico O diagnóstico bioquímico é a documentação do excesso de catecolaminas. Os testes commaior sensibilidade são as metanefrinas livres plasmáticas ou metanefrinas urinárias fracionadas associadas a catecolaminas urinárias fracionadas. - Valores > 3-4 vezes o limite da normalidade são altamente específicos para o diagnóstico; contudo, valores pouco superiores ao normal podem representar resultados falso-positivos. A principal causa de resultados falso-positivos são medicamentos (antidepressivos tricíclicos, betabloqueadores, buspirona, anfetaminas, benzodiazepínicos, inibidores da monoaminoxidase, fenoxibenzamina (sem registro vigente na Anvisa), levodopa (alfametildopa), descongestionantes nasais simpatomiméticos, metildopa e paracetamol). Essas drogas devem ser interrompidas pelo menos 2 semanas antes da dosagem. Alguns pacientes com aumento do tônus simpático podem se apresentar com valores pouco elevados, mas não diagnósticos, de metanefrinas e/ou catecolaminas. Nesses casos, a administração de agonista alfa-2-adrenérgico central, como a clonidina, leva à redução significativa das concentrações de norepinefrina ou normetanefrina plasmáticas. O teste da clonidina se baseia nesse raciocínio: dosa-se norepinefrina ou normetanefrina plasmática antes e após (1 e 2 horas) a administração VO da clonidina, 0,3 mg. - Em indivíduos sem feocromocitoma/paraganglioma, a norepinefrina cai para níveis < 500 pg/mL (ou tem queda > 50% em relação ao basal) e a normetanefrina fica < 112 pg/mL (ou tem queda > 40% em relação ao basal). Outra forma de investigar pacientes com catecolaminas ou metanefrinas pouco aumentadas é a dosagem de cromogranina A, uma proteína produzida por células neuroendócrinas. Apesar de não ser específico para feocromocitoma/paraganglioma, o achado de cromogranina A elevada em paciente com quadro clínico de excesso de catecolaminas e metanefrinas/catecolaminas elevadas favorece o diagnóstico. Outras doenças (doença renal crônica,gastrite atrófica, fator reumatoide) ou uso de medicamentos (inibidores de bomba de hidrogênio, bloqueadores H2) são causas de falso-positivo da cromogranina A. Diagnóstico topográfico Uma vez estabelecido o diagnóstico de excesso de catecolaminas, deve-se proceder à investigação topográfica. Cerca de 85% dos tumores produtores de catecolaminas são feocromocitomas, e a maioria dos paragangliomas funcionantes está localizada no abdome. Assim, o exame de imagem a ser realizado em 1° lugar é TC ou RNM do abdome. - Na TC, os feocromocitomas/paragangliomas são tumores com atenuação > 10 unidades Hounsfield (HU) na fase pré-contraste e que exibem captação de contraste. - Na RNM, tipicamente apresentam hipersinal nas sequências ponderadas em T2 e também captam contraste. Os tumores podem ter áreas císticas ou necróticas no seu interior. Se o exame voltado ao abdome for negativo, deve-se fazer um exame funcional para localizar o tumor cromafim, sendo o mais disponível e amplamente utilizado a cintilografia com 123I/131I-meta-iodo benzilguanidina (mIBG). PROGNÓSTICO O feocromocitoma/paraganglioma tem excelente prognóstico quando corretamente diagnosticado e tratado. Por outro lado, se o diagnóstico for negligenciado, associa-se a significativas morbidade e mortalidade cardiovascular. A sobrevida média com feocromocitomas/paragangliomas metastáticos em 10 anos é de cerca de 70%. Aproximadamente 20% desses pacientes têm sobrevida menor. Aparentemente, a ocorrência de metástases ósseas isoladas não reduz de forma significativa a sobrevida total, enquanto as metástases viscerais (para fígado e pulmões, principalmente) são determinantes importantes do prognóstico. LEMBRAR QUE NÃO PODE FAZER BETABLOQUEADOR PARA PACIENTE COM FEOCROMO; bloqueia os beta 1 e 2 e aí só sobra o alfa para a adrenalina se ligar Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO DEFINIÇÃO - Denomina-se hiperaldosteronismo primário o grupo de doenças nas quais a produção de aldosterona pelo córtex adrenal é inapropriadamente elevada, relativamente autônoma em relação ao sistema renina-angiotensina-aldosterona e não pode ser suprimida (ou é apenas parcialmente suprimida) por sobrecarga de sódio. - Duas etiologias são responsáveis por 95% dos casos: hiperaldosteronismo idiopático (hiperplasia adrenal bilateral), com 65% dos casos; e aldosteronoma (adenoma adrenal produtor de aldosterona), com 30% dos casos. Os 5% remanescentes são causados por hiperplasia adrenal primária unilateral, carcinomas adrenais produtores de aldosterona e pelo hiperaldosteronismo familial. EPIDEMIOLOGIA O hiperaldosteronismo primário é a principal causa de hipertensão secundária, englobando aproximadamente 10% dos indivíduos hipertensos. Quando considerados os portadores de HAS grave e de difícil controle (controle insatisfatório com 3 drogas), a prevalência de hiperaldosteronismo primário sobe para 23%. outro caso paciente começou hipertensão aos 23 anos de idade → pensa em paciente com causa secundária, muito novo; penso primeiro estenose de artéria renal; pede USG com doppler e angiotomo que descartou a estenose; pensar em causas metabólicas Aldosterona plasmática 35ng/dL → está aumentada!!! isso não é suficiente para diagnosticar hiperaldo primária, Quem estimula aldosterona é SRAA; e aí eu doso e vejo que a do paciente a atividade da renina plasmática era de 0,5 a dele está ok; relação A/AR:70 ; espera-se que esteja abaixo de 30 renina baixa e aldosterona alta SRAA fisiologicamente: - funciona quando tenho baixa perfusão renal ou ela está preservada e o sódio está baixo; - tem quimiorreceptores de sódio; se o sódio ta baixo, libero aldosterona para reabsorver sódio - cliva o angiotensinogênio em angiotensina; - surfactante pulmonar nas células apicais liberam eca; que vai tranformar a a angiotensin 1 em 2 - angiotensina 2 vai na suprarrenal e aí vai reabsorver sódio e espoliar potássio Quando não tenho sistema funcionante, posso ter tudo isso baixo, ou a adrenal por vontade própria está liberando muita aldosterona, ue vou suprimir tudo → sódio aumentado - renina baixa ETIOLOGIA ■ Hiperaldosteronismo idiopático: hiperplasia bilateral da glomerulosa, resultando em secreção relativamente autônoma de aldosterona. ■ Aldosteronoma: adenoma adrenal produtor de aldosterona. Geralmente são tumores pequenos, muitos < 1 cm. O diâmetro médio dos tumores é de 1,5-2 cm. ■ Hiperplasia adrenal primária unilateral: hiperplasia unilateral da adrenal, que se comporta como um aldosteronoma. ■ Carcinoma adrenal: raramente, um carcinoma adrenal pode secretar aldosterona. São tumores grandes, invasivos, que podem secretar outros esteroides ■ Hiperaldosteronismo familial tipo I ou hiperaldosteronismo remediável por glicocorticoide: doença monogênica autossômica dominante. Como consequência, a síntese de aldosterona passa a ser feita na zona fasciculata, sob o controle do ACTH, e não do sistema reninaangiotensina-aldosterona. Esses pacientes manifestam hipertensão e hipopotassemia desde a infância e têm alto risco de desenvolver aneurismas cerebrais. O tratamento com dexametasona em dose baixa normaliza a PA e a hipopotassemia. ■ Hiperaldosteronismo familial tipo II: caracteriza-se pela presença de vários casos de hiperaldosteronismo idiopático ou aldosteronoma em uma família, com padrão de herança autossômico dominante QUADRO CLÍNICO ■ Hipertensão arterial: o hiperaldosteronismo primário geralmente se manifesta com HAS moderada ou grave, muitas vezes refratária ao tratamento. A proporção de pacientes com sinais eletrocardiográficos de sobrecarga de ventrículo esquerdo é maior no hiperaldosteronismo primário do que na HAS essencial. ■ Alterações eletrolíticas: hipopotassemia e alcalose metabólica decorrem dos efeitos renais da aldosterona; fraqueza muscular (até paralisia), parestesias e poliúria (diabetes insipidus nefrogênico). ■ Alterações metabólicas: os pacientes apresentam maior prevalência de componentes da síndrome metabólica (intolerância à glicose e DM, hipertrigliceridemia e redução do HDL-colesterol) do que pacientes com HAS essencial. Esses achados decorrem do fato de a aldosterona ser um hormônio pró inflamatório capaz de induzir resistência à ação da insulina. Além disso, a secreção de insulina pela célula beta é inibida pela hipopotassemia. ■ Morbidade cardiovascular: a incidência de complicações cardiovasculares (AVC, IAM, fibrilação atrial e hipertrofia do ventrículo esquerdo) é maior do que na população com HAS essencial. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 5 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 DIAGNÓSTICO Rastreamento O rastreamento é recomendado nos seguintes grupos de pacientes: saber essa tabela É realizado com a dosagem concomitante de aldosterona (ng/dL) e atividade plasmática de renina (ng/mL·h). - Relação aldosterona/atividade plasmática de renina (A/APR) > 30 ng/dL/ng/mL·h tem sensibilidade de 93% para o diagnóstico de hiperaldosteronismo primário. - Medicações devem ser interrompidas por pelo menos 2 semanas antes da determinação da relação (para a espironolactona, o tempo de interrupção mínimo deve ser de 4 semanas). Diversas medicações, condições clínicas e estados fisiológicos interferem na relação A/APR: eu quero uma atividade plasmática de renina abaixo de 1 e a de aldosterona abaixo de 30; eu não uso esses valores isolados, eu preciso da relação para fazer a conta O que eu faço para confirmar? suspeito fortemente de hiperaldo primário → posso mandar o paciente aumentar a ingestão de sódio e voltar para fazer o exame ■ resultados falso-negativos (diminuição da relação A/APR): diuréticos, iECA, bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA), bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridínicos, inibidores diretos da renina (podem também causar resultados falso-positivos), hipopotassemia, restrição de sódio na dieta, gestação e hipertensão renovascular; ■ resultados falso-positivos (aumento da relação A/APR): betabloqueadores, alfa-2-agonistas centrais, AINH, inibidoresdiretos da renina (podem também causar resultados falso-negativos), hiperpotassemia, sobrecarga de sódio na dieta, idade avançada e insuficiência renal. Os seguintes medicamentos têm efeito mínimo sobre a relação A/APR: bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (verapamil), hidralazina, bloqueadores alfa-adrenérgicos (prazosina – sem registro vigente na Anvisa, doxazosina) Testes confirmatórios de HAP Os pacientes com rastreamento positivo devem ser submetidos a um dos testes confirmatórios de hiperaldosteronismo primário antes da avaliação de imagem: ■ teste de sobrecarga salina: SF, 2 L, é infundido EV ao longo de 4 horas, com coleta de potássio e aldosterona antes e após a infusão. Hipopotassemia deve ser corrigida antes do início do teste. - Concentrações de aldosterona plasmática ao final do teste < 5 ng/dL excluem o diagnóstico; > 10 ng/dL confirmam o diagnóstico; e de 5-10 ng/dL necessitam de confirmação com outro teste; ■ teste do captopril: aldosterona é colhida antes e 1 hora após a administração VO de 50 mg de captopril. - Queda na aldosterona > 30% em relação ao inicial exclui o diagnóstico. faço teste de supressão com captopril; não faz captopril sublingual!!!!!!!; as vezes tenho um distúrbio da renina e quero descobrir se a resposta da aldosterona faz sentido ou não, então eu bloqueio a ECA - baixa angiotensina 2, a aldosterona deveria diminuir se for hiperaldo não vai diminuir Pra quem faz os testes funcionais? para testar as alças; pensando na clínica, paciente com hiperaldo fica edemaciado, alcalose, hipopotassemia, hipernatremia Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 6 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 Exame de imagem - Após a confirmação do hiperaldosteronismo primário, o passo seguinte é a realização de um exame de imagem das adrenais, que pode ser TC ou RNM. -Esse exame é necessário, mesmo que o paciente prefira o tratamento clínico, pois um dos seus objetivos é identificar eventual lesão adrenal que possa corresponder a um carcinoma produtor de aldosterona, que, embora raro, tem tratamento e prognóstico diferentes dos demais casos de hiperaldosteronismo primário. -Com a exclusão dessa possibilidade diagnóstica, o paciente deve ser questionado quanto à sua preferência por realizar o tratamento cirúrgico, caso indicado, ou manter tratamento clínico. Se o paciente não desejar a cirurgia ou não tiver condições clínicas, deve-se iniciar o tratamento clínico, qualquer que seja o achado tomográfico. -O cateterismo venoso das adrenais é o teste padrão-ouro para a localização da fonte produtora de aldosterona no hiperaldosteronismo primário. TRATAMENTO O tratamento clínico é reservado aos pacientes com hiperaldosteronismo idiopático ou àqueles que não desejam ou não têm condições de cirurgia. Seu tratamento clínico específico eficaz, com antagonista do receptor mineralocorticoide (espironolactona), é utilizado em dose de 50-400 mg/dia. Eventos adversos relacionados ao bloqueio do receptor androgênico limitam seu uso em homens (redução de libido, disfunção erétil e ginecomastia). Uma estratégia bastante utilizada é associar antihipertensivos de outras classes para utilizar doses mais baixas de espironolactona, que são mais facilmente toleradas. SÍNDROME DE CUSHING DEFINIÇÃO Síndrome de Cushing é a resultante da exposição crônica a concentrações elevadas de glicocorticoides, endógenos ou exógenos. Pode ser classificada em: ■ dependente de ACTH: tumor hipofisário produtor de ACTH (corticotrofinoma ou doença de Cushing) ou por secreção ectópica de ACTH; ■ independente de ACTH: tumores ou hiperplasias adrenais, ou administração exógena de glicocorticóides. EPIDEMIOLOGIA A síndrome de Cushing endógena é uma doença rara. A razão de acometimento é de 3,5:1 mulheres/homens para doença de Cushing, 1:1 mulher/homem para secreção ectópica de ACTH, 4:1 mulheres/homens para adenomas adrenais. ETIOLOGIA ■ Síndrome de Cushing dependente de ACTH (85%): em > 80% dos casos, é causada por corticotrofinoma; ■ Síndrome de Cushing independente de ACTH (15%): causada por tumores adrenais (adenomas ou carcinomas) produtores de cortisol e hiperplasias adrenais (micronodulares ou macronodulares). QUADRO CLÍNICO ■ Composição corporal: obesidade ou ganho de peso são as manifestações mais comuns (ocorrem em 95% dos casos). A distribuição de gordura típica é a central, concentrando-se em face (face em lua cheia), tronco e pescoço (giba e preenchimento das fossas supraclaviculares) e poupando extremidades. Alguns pacientes com secreção ectópica de ACTH podem não apresentar obesidade e ter poucos estigmas de Cushing, em razão da rapidez de instalação e da gravidade do hipercortisolismo. Em crianças, a obesidade pode ser acompanhada de parada do crescimento. ■ Pele: pletora facial é observada na síndrome de Cushing de qualquer etiologia, decorrente do adelgaçamento da epiderme e do tecido conjuntivo subepidérmico, com visualização da vascularização da derme. Também se observam fragilidade cutânea, com tendência a equimoses após traumamínimo e estrias, que são largas e violáceas. Escurecimento da pele, principalmente em cicatrizes, dobras e mucosas, ocorre exclusivamente em causas dependentes de ACTH, especialmente quando os níveis do hormônio são muito elevados, como na síndrome de secreção ectópica de ACTH. ■ Anexos: hirsutismo, definido pela presença de pelos terminais em áreas dependentes de andrógenos, pode ocorrer tanto em tumores adrenais secretores de cortisol e andrógenos (geralmente, carcinomas adrenais), quanto em consequência à secreção aumentada de andrógenos pela zona reticularis na síndrome de Cushing dependente de ACTH. Hipertricose, definida pelo excesso de pelos finos em áreas cutâneas não dependentes de andrógenos. Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 7 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 ■ Sistema musculoesquelético: fraqueza muscular acomete 60% dos pacientes e, em geral, compromete a musculatura proximal, principalmente nos membros inferiores. Osteopenia é um achado comum em pacientes com síndrome de Cushing (até 80%), decorrente dos efeitos do cortisol no metabolismo ósseo e do hipogonadismo que muitos pacientes apresentam. Necrose asséptica da cabeça do fêmur é um achado raro, mas deve ser pesquisada nos pacientes com síndrome de Cushing que se apresentam com dor no quadril. ■ Condições neuropsiquiátricas: labilidade emocional, irritabilidade, ansiedade, depressão e dificuldade de atenção e memória estão presentes em até 85% dos pacientes. Psicose e mania são achados mais raros, mas podem ocorrer em consequência do hipercortisolismo. ■ Gônadas: hipogonadismo é um achado comum, tanto em homens, quanto em mulheres. A redução da função gonadal é acompanhada de baixos níveis de gonadotrofinas (hormônio luteinizante – LH e hormônio folículo-estimulante – FSH), apontando, portanto, para uma causa central. Decorre do hipercortisolismo e cursa com infertilidade, amenorreia, osteoporose, redução da libido e disfunção erétil. ■ Sistema cardiovascular: HAS ocorre em até 75% dos casos ■ Sistema renal: a hipopotassemia decorre da espoliação de potássio pela ação do cortisol no receptor mineralocorticoide renal. Hipopotassemia franca com alcalose metabólica indica hipercortisolismo grave. Litíase renal ocorre em 15% dos pacientes e decorre da hipercalciúria induzida pelo hipercortisolismo. ■ Metabolismo intermediário: DM ou intolerância à glicose ocorrem em > 50% dos pacientes com síndrome de Cushing. A hiperinsulinemia observada aponta que o mecanismo subjacente é a resistência à ação da insulina, secundária ao hipercortisolismo. As alterações do metabolismo lipídico mais comuns são elevação do LDL-colesterol, hipertrigliceridemia e redução do HDL-colesterol. Esse perfil lipídico, extremamente aterogênico, contribui, junto com a intolerância à glicose e a HAS, para o aumento do risco cardiovascular. EXAMES COMPLEMENTARES A avaliação diagnóstica da síndrome de Cushing é feita em 2 etapas: ■ diagnóstico do hipercortisolismo; ■ investigação etiológica da síndromede Cushing. Os exames utilizados para o diagnóstico do hipercortisolismo são: ■ cortisol urinário de 24 horas: fornece medida integrada da secreção de cortisol durante o dia. Podese dosar o cortisol urinário livre ou total (livre + ligado à globulina ligadora de corticosteroide). A principal limitação para a aplicação desse exame é a doença renal crônica. Para aumentar a sensibilidade do teste, recomenda-se que seja repetido em 3 ocasiões. Concentrações normais nas 3 ocasiões praticamente excluem o hipercortisolismo (sensibilidade de 95- 100%). Estados de pseudo-Cushing (situações em que há uma ativação do eixo hipotálamo-hipófiseadrenal), como depressão grave, etilismo, transtornos ansiosos e obesidade, podem cursar com elevação modesta do cortisol urinário de 24 horas; ■ dosagem de cortisol plasmático após administração de dexametasona em dose baixa: teste consiste na administração VO de 1 mg de dexametasona entre 23h00 e 00h00 e dosagem de cortisol plasmático na manhã seguinte, entre 8h00 e 9h00. Concentrações de cortisol < 1,8 mcg/dL tornam o diagnóstico de síndrome de Cushing improvável (sensibilidade de 98% e especificidade de 88%). Resultados superiores a esse limite implicam testes adicionais. O teste pode ter seu resultado comprometido por administração de drogas que aceleram ometabolismo hepático da dexametasona (barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, rifampicina), causando resultados falso-negativos, bem como em situações que cursem com elevação das concentrações da globulina ligadora de corticosteroide, como gravidez e uso de estrógenos, causando resultados falso-positivos; ■ dosagem de cortisol plasmático à 0h00: uma das manifestações mais precoces de alterações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é a perda do ritmo circadiano de secreção do cortisol. Indivíduos normais apresentam diminuição da secreção de cortisol, atingindo o nadir (< 1,8 mcg/dL) por volta de 0h00. Apesar disso, se o cortisol à 0h00 for > 7,5 mcg/dL, o diagnóstico de síndrome de Cushing é provável. As principais limitações da dosagem do cortisol plasmático à 0h00 são a necessidade de hospitalização por pelo menos 48 horas e a disponibilidade do laboratório para centrifugar o sangue e congelar o plasma durante a noite para que seja processado no dia seguinte; ■ dosagem de cortisol salivar à 0h00: existe estrita correlação entre o cortisol dosado na saliva e o do plasma, independentemente do fluxo salivar. Concentrações > 550 ng/dL identificam os casos de síndrome de Cushing com sensibilidade e especificidade de até 95%. Discriminar um paciente com pseudo-Cushing de um com doença de Cushing e hipercortisolismo leve pode ser o passo mais difícil na avaliação diagnóstica. Alguns testes foram descritos para esta finalidade: Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 8 Medicina Laboratorial | UC XXII | SP3 ■ teste do CRH: o CRH é o principal hormônio estimulador do corticotrofo normal ou tumoral. A concomitância de cortisol basal > 12 mcg/dL e pico do ACTH após CRH (100 mcg, EV) > 54 pg/mL é indicativa de doença de Cushing (sensibilidade de 91,3% e especificidade de 98,2%); Se aumenta o cortisol é sinal que é dependente do ACTH ■ teste da desmopressina (DDAVP): DDAVP é um análogo sintético da vasopressina, com afinidade para os receptores AVPR2, presentes em corticotrofos normais e tumorais. A concomitância de cortisol basal > 12 mcg/dL e variação do ACTH após DDAVP (10 mcg, EV) > 18 pg/mL é indicativa de doença de Cushing (sensibilidade de 90,3% e especificidade de 91,5%). Após o diagnóstico de síndrome de Cushing, o passo seguinte é estabelecer se a causa é dependente de ACTH ou independente de ACTH. A dosagem de ACTH é o melhor teste para diferenciar a síndrome de Cushing dependente de ACTH da independente de ACTH. São necessárias ≥ 2 dosagens de ACTH. Na vigência de hipercortisolismo, o achado de ACTH plasmático < 5 pg/mL aponta para causa independente de ACTH. Por outro lado, se as dosagens forem > 10 pg/mL, a causa da síndrome de Cushing é dependente de ACTH. Para valores intermediários (5-10 pg/mL), é necessária avaliação mais detalhada, com testes dinâmicos, como o teste de estímulo com CRH. ENTRE 5 E 10 É INCONCLUSIVO, AI FAÇO ACTH OU DESMOPRESSINA E VEJO SE ESSE PACIENTE RESPONDE Se for independente de hormônio, vou dar os hormônios e o acth não vai aumentar OBS SOBRE CUSHING: Caso clínico Cortisolemia as 8h= 23 (elevado ou levemente elevado) Cortisolemia as 00h = 23 (bem aumentado!!!) VR 5-25 caso clínico, paciente com cortisol elevado 8h da manhã, 56 ug/dL; posso pedir cortisol urinário 24h, Padrão ouro para avaliar cortisol elevado é o cortisol livre urinário de 24h- consegue escapar da maioria dos fatores de interferência, porque eu vou incluir todos os picos e nadir e o VR é sobre a soma de todos eles Cortisol urinário livre de 24h= 140ug/dL está aumentado; pode pedir o salivar da 00h para complementar (paciente faz esse exame em casa), provavelmente estaria aumentado Cortisol aumentado livre, para ter uma sensibilidade e especificidade, preciso saber que o paciente não toma prednisona, não fez cirurgia, não sofreu queimadura e estresse metabólico Cortisol aumentado → sódio aumentado → hipernatremia; cálcio vai estar baixo, logo é um paciente com risco para fratura ; cálcio baixo Fez teste de supressão noturna/23h com 1mg de dexametasona = 12 ug → está aumentado; doso só o cortisol endógeno porque a dexa não cruza, paciente não suprimiu → posso ter produção de ACTH do CA, e ai eu suprimo a hipófise mas o CA continua produzindo Se pedir o ACTH, e vier: - 5: ele é ACTH independente provavelmente; o cortisol faz feedback negativo na hipófise, suprime acth ; acth está baixo aqui - 80: alto; penso em causa dependente de ACTH, ex doença de cushing; geralmente um tumor benigno é uma hiperplasia, das células são muito bem diferenciadas, então se eu fizer uma supressão o paciente vai responder parcialmente - 150: muito elevado; é uma causa dependente, fala a favor de produção endócrina de ACTH COMO EU FAÇO PARA DIAGNOSTICAR SD DE CUSHING - DIAGNÓSTICO HIPERCORTISOLISMO - VEJO A CLÍNICA DO PACIENTE; acantose por causa da resistência à insulina, estrias violáceas, giba, atrofia muscular periférica e depósito centrípeto, hipocalemia, hipernatremia, osteoporose, DM Paciente tem hipercortisolismo, o que eu vou dosar agora? - acth dependente: sd de cushing - acth independente: tumor de adrenal Se eu tenho sd de cushing, que é o adenoma, geralmente ele responde a supressão; cortisolemia às 8h após supressão noturna 23h com 1 mg de dexa: DOSAR ACTH PELO MENOS 2X EM HORÁRIOS DIFERENTES, porque ele é uma resposta ao cortisol outros exames alterados em paciente com cushing, se for ACTH dependente, vou pedir um RM ou um RX, posso fazer um cateterismo, para identificar o diagnóstico etiologia sódio aumentado, hiperglicemia, resistência à insulina, totg alterado, hiperpotassemia tudo depende de quão hipercortisolêmico meu paciente está faz alcalose Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 9
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