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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Turma: CPII A 22022 Disciplina/Matéria: DIREITO TRIBUTÁRIO Sessão: 09 - Dia 29/07/2022 - 08:00 às 09:50 Professor: CAMILO FERNANDES DA GRACA 09 Tema: Exclusão do Crédito Tributário II 2. Modalidade de exclusão: 2.2. ANISTIA 2.2.1 Conceito. Natureza jurídica. Classificação; 2.2.2. Diferença entre remissão e anistia, 2.2.3. Questões controvertidas. Jurisprudência. Doutrina. 1ª QUESTÃO: O Governador do Estado de Santa Catarina promoveu ação direta de inconstitucionalidade da Lei Estadual 11.393/2000, de iniciativa do Deputado X, que dispõe acerca do tributo denominado ICMS: "Art. 1º. Ficam canceladas as notificações fiscais emitidas com base na Declaração de Informações Econômico-Fiscais - DIEF, ano base 1998. Art. 2º. O Poder Executivo fica obrigado a restituir, no prazo de 30 (trinta) dias, os valores eventualmente recolhidos aos cofres públicos, decorrentes das notificações fiscais ora canceladas. Art. 3º. O disposto nesta Lei aplica-se igualmente a notificações fiscais emitidas pela falta de entrega da DIEF. Art. 4º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º. Revogam-se as disposições em contrário". Pergunta-se: a) Existe alguma irregularidade nesta lei? b) O art. 3º da Lei 11.393/2000 refere-se à concessão de anistia ou isenção? Fundamente sua resposta. 20/07/2022 - Página 1 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESPOSTA: *ALTERADO O QUESTIONAMENTO "B" DE ACORDO COM O RDA nº 03. STF: ADI 2.345-4. Min. Relator Sydney Sanches. a)Sim. É irregular pela inexistência de suporte em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da chamada "guerra fiscal". ADI 5467 Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. LUIZ FUX Julgamento: 30/08/2019 Publicação: 16/09/2019 Ementa Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL. CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS DE CRÉDITO PRESUMIDO. INSTITUIÇÃO UNILATERAL DE BENEFÍCIOS FISCAIS RELATIVOS AO ICMS. EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE CONVÊNIO INTERESTADUAL (ARTIGO 155, § 2º, XII, g, da CRFB/88). DESCUMPRIMENTO. RISCO DE DESEQUILÍBRIO DO PACTO FEDERATIVO. GUERRA FISCAL. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. O pacto federativo reclama, para a preservação do equilíbrio horizontal na tributação, a prévia deliberação dos Estados-membros para a concessão de benefícios fiscais relativamente ao ICMS, na forma prevista no artigo 155, § 2º, XII, g, da Constituição e como disciplinado pela Lei Complementar 24/75, recepcionada pela atual ordem constitucional. 2. In casu, padecem de inconstitucionalidade os dispositivos impugnados da Lei 10.259/2015 do Estado do Maranhão, porquanto concessivos de benefícios fiscais de ICMS sem atendimento à exigência constitucional (artigo 155, § 2º, XII, g). 3. Pedido de declaração de inconstitucionalidade julgado procedente, conferindo à decisão efeitos ex nunc, a partir da data do deferimento da medida cautelar ora confirmada (artigo 27 da Lei 9.868/99). b)Trata-se de anistia por estar disciplinada na CRFB/88, art. 155, §2º, XII, g, apesar de estar com o nome iures de isenção; e deveria ser concedida somente mediante lei complementar e não por lei ordinária. ADI 2345 / SC - SANTA CATARINA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Julgamento: 30/06/2011 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação DJe-150 DIVULG 04-08-2011 PUBLIC 05-08-2011 EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei nº 11.393/2000, do Estado de Santa Catarina. Tributo. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS. Benefícios fiscais. Cancelamento de notificações fiscais e devolução dos correspondentes valores recolhidos ao erário. Concessão. Inexistência de suporte em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da chamada "guerra fiscal". Inadmissibilidade. Ofensa aos arts. 150, § 6º, 152 e 155, § 2º, inc. XII, letra "g", da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Não pode o Estado-membro conceder isenção, incentivo ou benefício fiscal, relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, de modo unilateral, mediante decreto ou outro ato normativo, sem prévia celebração de convênio intergovernamental no âmbito do CONFAZ. 20/07/2022 - Página 2 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 20/07/2022 - Página 3 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 2ª QUESTÃO: Trata-se originalmente de mandado de segurança em que o PARTICULAR pleiteava a inexistência de relação jurídica que o obrigasse ao recolhimento de COFINS. Durante o curso do processo foram realizados depósitos judiciais com a finalidade de suspender a exigibilidade do tributo discutido. O processo teve trânsito em julgado em 12.12.2008, de forma desfavorável ao PARTICULAR, e na sequência foi sobrestado para aguardar posicionamento do STF sobre a modulação de efeitos da revogação da Súmula n. 276 do STJ. No entanto, nesse ínterim, antes da ordem para a transformação dos depósitos efetuados em pagamento definitivo (outrora conversão em renda), sobreveio a Lei n. 11.941/2009, que, em seu art. 1º, §3º, permitiu o pagamento ou parcelamento de débitos com os benefícios de remissão e anistia da seguinte forma: Art. 1º [...] [...] § 3º Observado o disposto no art. 3º desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em ato conjunto do Procurador-Geral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os débitos que não foram objeto de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I - pagos a vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II - parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais, com redução de 90% (noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III - parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais, com redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre 20/07/2022 - Página 4 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ovalor do encargo legal; IV - parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, com redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; ou V - parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais, com redução de 60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. [...] Nesse novo contexto, o PARTICULAR solicitou o gozo da benesse fiscal, na modalidade de pagamento à vista. Sendo assim, requereu que sobre sua dívida fossem aplicadas a anistia das multas e a remissão dos juros de mora e do encargo legal, a fim de que efetuasse o seu pagamento através da transformação dos valores depositados em pagamento definitivo. Além disso, por entender que após essa transformação haveria saldo remanescente dos depósitos efetuados, pois os depósitos renderam juros SELIC e a remissão legalmente concedida abrangeu 45% dos juros de mora (art. 1º, §3º, I, da Lei n. 11.941/2009), requereu que lhe fossem devolvidas as diferenças a título de juros, valor a queentende ter direito. A FAZENDA NACIONAL argumenta que o trânsito em julgado da ação antes do advento da lei que instituiu as benesses fiscais impede o PARTICULAR de gozar dessas vantagens, ainda que não tenha havido a transformação em pagamento definitivo dos depósitos ali efetuados. Argumenta também que, acaso admitida a benesse fiscal, o PARTICULAR não tem direito a levantar qualquer valor, pois não há saldo remanescente a título de juros de mora. Responda, fundamentadamente, como deve ser julgado o caso. 20/07/2022 - Página 5 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESPOSTA: RESPOSTA: RESP nº 1.251.513 - PR, RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES REsp 1251513 / PR RECURSO ESPECIAL 2011/0096857-2 Relator(a) Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) Órgão Julgador S1 - PRIMEIRA SEÇÃO Data do Julgamento 10/08/2011 Data da Publicação/Fonte DJe 17/08/2011 Ementa PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. PARCELAMENTO OU PAGAMENTO À VISTA COM REMISSÃO E ANISTIA INSTITUÍDOS PELA LEI N. 11.941/2009. APROVEITAMENTO DO BENEFÍCIO MEDIANTE A TRANSFORMAÇÃO EM PAGAMENTO DEFINITIVO (CONVERSÃO EM RENDA) DE DEPÓSITO JUDICIAL VINCULADO A AÇÃO JÁ TRANSITADA EM JULGADO. IMPOSSIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE OS JUROS QUE REMUNERAM O DEPÓSITO JUDICIAL E OS JUROS DE MORA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO QUE NÃO FORAM OBJETO DE REMISSÃO. 1. A alegação de violação ao art. 535, do CPC, desenvolvida sobre fundamentação genérica chama a aplicação da Súmula n. 284/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia". 2. A possibilidade de aplicação da remissão/anistia instituída pelo art. 1º, §3º, da Lei n. 11.941/2009, aos créditos tributários objeto de ação judicial já transitada em julgado foi decidida pela instância de origem também à luz do princípio da isonomia, não tendo sido interposto recurso extraordinário, razão pela qual o recurso especial não merece conhecimento quanto ao ponto em razão da Súmula n. 126/STJ: "É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário". 3. De acordo com o art. 156, I, do CTN, o pagamento extingue o crédito tributário. Se o pagamento por parte do contribuinte ou a transformação do depósito em pagamento definitivo por ordem judicial (art. 1º, §3º, II, da Lei n. 9.703/98) somente ocorre depois de encerrada a lide, o crédito tributário tem vida após o trânsito em julgado que o confirma. Se tem vida, pode ser objeto de remissão e/ou anistia neste ínterim (entre o trânsito em julgado e a ordem para transformação em pagamento definitivo, antiga conversão em renda) quando a lei não exclui expressamente tal situação do seu âmbito de incidência. Superado, portanto, o entendimento veiculado no item "6" da ementa do REsp. nº 1.240.295 - SC, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 5.4.2011. 4. O §14, do art. 32, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6/2009, somente tem aplicação para os casos em que era possível requerer a desistência da ação. Se houve trânsito em julgado confirmando o crédito tributário antes da entrada em vigor da referida exigência (em 9.11.2009, com a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 10/2009), não há que se falar em requerimento de desistência da ação como condição para o gozo do benefício. 5. A remissão de juros de mora insertos dentro da composição do crédito tributário não enseja o resgate de juros remuneratórios incidentes sobre o depósito 20/07/2022 - Página 6 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO judicialfeito para suspender a exigibilidade desse mesmo crédito tributário. O pleito não encontra guarida no art. 10, parágrafo único, da Lei n. 11.941/2009. Em outras palavras: "Os eventuais juros compensatórios derivados de supostas aplicações do dinheiro depositado a título de depósito na forma do inciso II do artigo 151 do CTN não pertencem aos contribuintes-depositantes." (REsp. n.º 392.879 - RS, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13.8.2002). 6. No caso concreto, muito embora o processo tenha transitado em julgado em 12.12.2008 (portanto desnecessário o requerimento de desistência da ação como condição para o gozo do benefício) e a opção pelo benefício tenha antecedido a ordem judicial para a transformação do depósito em pagamento definitivo (antiga conversão em renda), as reduções cabíveis não alcançam o crédito tributário em questão, pois o depósito judicial foi efetuado antes do vencimento, não havendo rubricas de multa, juros de mora e encargo legal a serem remitidas. 7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. AgInt no REsp 1461688 / PR, Relator(a) Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 24/06/2019; Data da Publicação/Fonte DJe 27/06/2019 Ementa PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CPMF. CONVERSÃO EM RENDA DA UNIÃO. REDUÇÕES DA LEI 11.941/2009. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INVIÁVEL A ALTERAÇÃO DO JULGADO NESTA INSTÂNCIA RECURSAL. ACÓRDÃO DE ORIGEM EM CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO FIRMADO NO RESP 1.251.513/PR, DA RELATORIA DO MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, JULGADO NA FORMA DO ART. 543-C DO CPC/1973, QUE JÁ RECONHECEU A INEXISTÊNCIA DE QUALQUER REDUÇÃO DA LEI 11.941/2009 A SER DEFERIDA, NA HIPÓTESE EM QUE OS DEPÓSITOS REFEREM-SE APENAS AO VALOR PRINCIPAL. AGRAVO INTERNO DAS CONTRIBUINTES A QUE SE NEGA PROVIMENTO, EM CONFORMIDADE COM O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 1. Em relação à conversão em renda da União, a Corte de origem consignou, expressamente, que os valores depositados somente se referem ao valor principal da dívida, razão pela qual as reduções previstas nas Lei 11.941/2009, que se referem aos consectários legais (juros de mora), não são aplicáveis ao caso dos autos. Logo, a alteração das conclusões a que chegou o Tribunal de origem, a fim de reconhecer que há direito ao levantamento de parte dos valores depositados em juízo, demandaria necessariamente a incursão no acervo fático-probatório dos autos, o que é inviável em sede de Recurso Especial. 2. Vale ressaltar que a controvérsia foi solucionada com base na orientação firmada pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp. 1.251.513/PR, da Relatoria do Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, julgado na forma do art. 543-C do CPC/1973, que já reconheceu a inexistência de qualquer redução da Lei 11.941/2009 a ser deferida, uma vez que os depósitos referem-se apenas ao valor principal, que não sofre qualquer redução prevista na referida Lei. 3. Agravo Interno das Contribuintes a que se nega provimento. 20/07/2022 - Página 7 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Turma: CPII A 22022 Disciplina/Matéria: DIREITO TRIBUTÁRIO Sessão: 10 - Dia 29/07/2022 - 10:10 às 12:00 Professor: CAMILO FERNANDES DA GRACA 10 Tema: Garantias e privilégios do crédito tributário I 1. Conceito; 2. Significado das expressões garantias, privilégios e preferências; 3. Norma jurídica sobre garantias e privilégios do crédito tributário; 4. As garantias e privilégios do crédito tributário. CTN, artigos 183 a 193; 5. Competência. Direito intertemporal. Interpretação; 6. Concurso fiscal de preferências. Concurso de execuções; 1ª QUESTÃO: Responda, fundamentadamente, se, após a alienação de veículo em hasta pública em virtude de execução fiscal proposta pela União, o Estado, que também efetuara penhora sobre o mesmo bem alienado, tem direito a que seja efetuada a reserva de numerário suficiente ao pagamentodo IPVA referente a anos anteriores à alienação. RESPOSTA: ADPF 357 Preferência da União no recebimento de créditos da dívida ativa - ADPF 357/DF Resumo: O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei 5.172/1966 (Código Tributário Nacional) e no parágrafo único do art. 29 da Lei 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988). Isso porque ameaça o pacto federativo e contraria o inc. III do art. 19 da CF/1988 (1) a definição de hierarquia na cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União aos estados e Distrito Federal e esses aos Municípios. A autonomia e a isonomia dos entes federados são os alicerces para a manutenção do modelo jurídico-constitucional adotado. Somente pela Constituição, e quando houver finalidade constitucional adequadamente demonstrada, pode-se criar distinções entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não tributários. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado em arguição de descumprimento de preceito fundamental para declarar a não recepção, pela CF/1988, das normas previstas no parágrafo único do art. 187 da Lei 5.172/1966 e no parágrafo único do art. 29 da Lei 6.830/1980, e para cancelar o Enunciado 563 da Súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) (2). (1) CF/1988: "Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si." (2) Enunciado 563 da Súmula do STF: "O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, inciso I, da Constituição Federal." ADPF 357/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24.6.2021 20/07/2022 - Página 8 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ALTERADO CONFORME O R.D.A. nº 12/2021 2ª QUESTÃO: O INSS propõe demanda em que visa ao reconhecimento de preferência e habilitação de crédito em execução fiscal movida pela Fazenda Estadual. Esta, por sua vez, alega que a instituição de privilégios entre entes federados fere o princípio federativo, de acordo com a nova ordem constitucional, razão pela qual a Súmula 563 do STF deve ser revogada, por estar arrimada na CF/67, bem assim declarados inconstitucionais os arts. 187 do CTN e 29, da LEF. Responda, fundamentadamente: a) quais são os requisitos necessários para que se discuta o direito de prelação; b) como deve ser julgado o pedido da autarquia. 20/07/2022 - Página 9 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESPOSTA: A) Súmula 497 - Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem. (SÚMULA 497, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012) (DIREITO TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL) B) ADPF 357 Preferência da União no recebimento de créditos da dívida ativa - ADPF 357/DF Resumo: O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei 5.172/1966 (Código Tributário Nacional) e no parágrafo único do art. 29 da Lei 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988). Isso porque ameaça o pacto federativo e contraria o inc. III do art. 19 da CF/1988 (1) a definição de hierarquia na cobrança judicial dos créditos da dívida pública da União aos estados e Distrito Federal e esses aos Municípios. A autonomia e a isonomia dos entes federados são os alicerces para a manutenção do modelo jurídico-constitucional adotado. Somente pela Constituição, e quando houver finalidade constitucional adequadamente demonstrada, pode-se criar distinções entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não tributários. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou procedente o pedido formulado em arguição de descumprimento de preceito fundamental para declarar a não recepção, pela CF/1988, das normas previstas no parágrafo único do art. 187 da Lei 5.172/1966 e no parágrafo único do art. 29 da Lei 6.830/1980, e para cancelar o Enunciado 563 da Súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) (2). (1) CF/1988: 20/07/2022 - Página 10 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022 ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO “Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si." (2) Enunciado 563 da Súmula do STF: "O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, inciso I, da Constituição Federal." ADPF 357/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24.6.2021 20/07/2022 - Página 11 de 11DIREITO TRIBUTÁRIO - CP06 - 02 - CPII - 2º PERÍODO 2022
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